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Verdade E Iluminação

Como chegar a verdade e doutrina da iluminação

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VERDADE E ILUMINAÇÃO – SANTO AGOSTINHO Pontos abordados: Conceito de verdade Citação: "Não busques fora de ti (...); entra em ti mesmo. A verdade está no homem interior. E, se descobrires que a tua natureza é mutável, transcende-te a ti mesmo. Lembra-te, porém, que, transcendendo a ti mesmo, estas transcendendo a alma que raciocina de modo que o termo da transcendência deve ser o principio onde se acende o próprio lume da razão. E, efetivamente, aonde chega todo bom raciocinador senão a verdade? A verdade não é algo que se constrói à medida que o raciocínio avança; ao contrario, ela é aquilo a que tendem os que raciocinam. Vês aqui uma harmonia que não têm similares, e tu próprio conforme a ela. Reconhece que não é aquilo que a verdade é; a verdade não busca a si própria, mas és tu que a alcanças, procurando-a, não de lugar em lugar, mas com o afeto da mente, para que o homem interior se encontre com aquilo que nele habita com desejo não ínfimo e carnal, mas com sumo e espiritual desejo". (A verdadeira religião; Função do conceito de verdade). Como o homem chega à verdade Argumentação mais conhecida: A duvida cética derruba a si mesma, pois, no momento em que pretende negar a verdade, a reafirma: si fallor, sum; se duvido, precisamente por poder duvidar, existo e estou certo de pensar. Com essa argumentação, Agostinho sem duvida antecipou o cartesiano cogito, ergo sum, embora os objetivos específicos a que visa sejam diferentes dos de Descartes. * De que forma se da o processo cognoscitivo para Santo Agostinho: Plotino: A alma possui em si mesma a representação do objeto que é a sensação. A alma não sofre alterações, ela apenas faz a busca do que já está dentro dela quando os sentidos sofrem ação dos objetos sensoriais, ela responde a alteração sofrida pelo corpo, à sensação, e faz a identificação com ela porque já a possui dentro de si. - Sensação é apenas o primeiro degrau do conhecimento - A alma gradativamente mostra sua espontaneidade e independência em relação às coisas corpóreas a medida que as julga com a razão - e as julga com base em critérios que contém um "algo mais" em relação aos objetos corpóreos. - Os objetos são mutáveis e imperfeitos. - Critérios segundo os quais a alma julga são imutáveis e perfeitos. - De onde a alma deriva esses critérios de conhecimento com que julga as coisas e que são superiores as coisas? Será que ela mesma os produz? - A alma é superior aos objetos - A alma é mutável - Os critérios são imutáveis e necessários Conclusão: Acima de nossa mente existe um critério ou Lei – a Verdade. - Existe uma natureza imutável, superior a alma humana. Conclusão: A verdade seria um "objeto" superior ao intelecto humano. - O intelecto usa a verdade para julgar, mas por ela é julgado. - A verdade é a medida de todas as coisas e o próprio intelecto é "medido" em relação a ela. - As verdades que captamos com o "puro" intelecto são constituídas pelas Ideias. - Ideias são as supremas realidades inteligíveis - Platão e a teoria das Ideias Agostinho: As Ideias são o parâmetro pelo qual toda coisa é feita Agostinho reforma Platão em dois pontos: 1) faz das Ideias os pensamentos de Deus (corno já haviam feito, embora de modos diferentes, Filon, os Medioplatônicos e Plotino); 2) rejeita a doutrina da reminiscência, ou melhor, ele a repensa. - Doutrina da iluminação A doutrina agostiniana é a doutrina platônica transformada com base no criacionismo e a similitude da luz é aquela já usada por Platão em A República, conjugada com a da luz de que falam as Sagradas Escrituras. Da mesma forma que Deus, que é puro Ser, com a criação transmite o ser as outras coisas, assim, analogamente, enquanto é Verdade, transmite às mentes a capacidade de conhecer a Verdade, produzindo uma metafísica marcada pela própria Verdade nas mentes. Deus nos cria como Ser, nos ilumina como Verdade, nos atrai e nos da à paz como Amor. - Só a parte mais elevada da alma chega ao conhecimento das Ideias "não é toda e qualquer alma que é apta, mas somente aquela que é santa e pura, ou seja, aquela que tem o olho santo, puro e sereno com o qual pretende ver as Ideias, de modo que seja semelhante às próprias Ideias". - Antigo tema da "purificação" e da "assimilação" ao divino como condição de acesso ao Verdadeiro, que fora desenvolvido, sobretudo pelos platônicos. - Em Agostinho recebe os valores evangélicos da boa vontade e da pureza de coração. - A pureza da alma torna-se condição necessária para a visão da Verdade, bem como para a sua fruição. Iluminação: A doutrina de Agostinho sobre a iluminação substitui a doutrina platônica da anamnese ou reminiscência. Para Platão, as almas humanas contemplaram as ldeias antes de encarnar-se nos corpos, e depois se recordam delas na experiência concreta. Para Agostinho, ao contrario, a suprema Verdade de Deus é uma espécie de luz que ilumina a mente humana no ato do conhecimento permitindo-Ihe captar as Ideias, entendidas como as verdades eternas e inteligíveis presentes na própria mente divina. Em "De Magistro", Agostinho pensa que existe uma luz interior que é a verdadeira fonte da verdade, e os objetos sensíveis, bem como as palavras, são ocasiões para que se manifeste tal iluminação. Isso significa que a verdade, enquanto forma de perfeição, deriva da própria PERFEIÇÃO DE DEUS – embora possa se manifestar pela via das coisas imperfeitas. Nos capítulos XI e XII dessa obra, aqui referida, afirma que não aprendemos pelas palavras que repercutem exteriormente, mas pela verdade que ensina interiormente (XI). Cristo é a verdade que ensina interiormente (XII). Santo Agostinho foi influenciado pelo pensamento de Platão, cuja essência, era a de que a alma era aprisionada pelo mundo sensível. A partir desse pensamento, elaborou a doutrina da iluminação divina, na qual, a percepção do verdadeiro tem por causa a luz que provém de Deus.