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VARIABILIDADE PLUVIAL NO MUNICIPIO DE PAUDALHO – PE, BRASIL
Raimundo Mainar de Medeiros1, Emmanuelle Maria Gonçalves Lorena2, Vicente de Paulo Silva3, Romildo Morant de Holanda4, Lincoln Eloi de Araujo5
1 Dr. em Meteorologia e Pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco, e-mail:
[email protected]; 2 Mestranda em Engenharia Ambiental UFRPE-Universidade Federal Rural de Pernambuco, e-mail:
[email protected]; 3 Prof. Dr. Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPR, e-mail:
[email protected]; 4 Prof. Dr. Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, PE, Brasil, e-mail:
[email protected].; 5 Prof. Dr. Universidade Federal da Paraíba, UFPB, PB, Brasil, e-mail:
[email protected]
RESUMO: Realizou-se a análise climatológica da precipitação do período de 1967 a 2015 visando contribuir nas decisões de setores como a economia, agropecuária, irrigação, produção de energia, recursos hídricos, engenharia agrícola e agronômica, corpo de bombeiro, defesa civil e tomadores de decisões governamentais em caso de eventos extemos de precipitações que possam vir a ocorrerem futuramente. As contribuições locais, Zona de Convergência Intertropical (ZCI), a Oscilação de Maddem - Juliem atuaram com intensidade e provocaram em suas maiorias chuva acima da normalidade em anos isolados. Calcularam-se as médias, desvio padrão, coeficiente de variância, máximo e mínimos valores absolutos da área de estudo. Na análise climatológica dos índices pluviométricos no município de Camalaú os meses março a agosto apresentaram os maiores índices pluviométricos com 67% do total anual e os meses de setembro a fevereiros os meses de menores índices pluviométricos com 23% da precipitação anual. As contribuições locais, ZCI, a Oscilação de Maddem - Juliem atuaram com intensidade e provocaram em suas maiorias chuva acima da normalidade em algumas décadas, registrando-se desastres de moderada a intensa proporção. As variabilidades interbairros da distribuição das chuvas e as atividades locais em conjunto com os fatores meteorológicos atuantes contribuíram ou deixaram de contribuir para produtividade agropecuária, armazenamento e abastecimento humano, animal. Irregularidade entre Niño(a) atuantes em Pernambuco entre décadas e anos tem suas variações locais e regionais provocada com desastres ambientais, regionais e locais.
Palavras-chave: Clima, oscilações meteorológicas, ciclo hidrológico.
SUMMARY: The analysis of the precipitation of the period from 1967 to 2015 was carried out to contribute to the decisions of sectors such as the economy, agriculture, irrigation, energy production, water resources, agricultural and agronomic engineering, fire brigade, civil defense and decision makers Governmental organizations in case of external events of precipitation that may occur in the future. The local contributions, Intertropical Convergence Zone (ZCI), the Maddem - Juliem Oscillation acted with intensity and caused in their majorities rain above normal in isolated years. The means, standard deviation, coefficient of variance, maximum and absolute absolute values of the study area were calculated. In the climatic analysis of the pluviometric indices in the municipality of Camalaú, the months of March to August presented the highest pluviometric indexes with 67% of the annual total and the months of September to February with the lowest rainfall indexes with 23% of the annual rainfall. The local contributions, ZCI, the Maddem - Juliem Oscillation acted intensely and caused in their majorities rain above normal in a few decades, with disasters of moderate to intense proportions. The variability of rainfall distributions and local activities together with the meteorological factors that contributed contributed to or did not contribute to agricultural productivity, human and animal supply and storage. Irregularity between Niño (a) acting in Pernambuco between decades and years has its local and regional variations caused by environmental, regional and local disasters.
Keywords: Climate, weather fluctuations, hydrologic cycle.
INTRODUÇÃO
Conhecer o clima local para avaliação dos recursos hídricos é um fator determinante, pois vários elementos meteorológicos atuam na variação e disponibilidade hídrica. Não se pode afirmar se um clima está úmido ou seco conhecendo apenas os dados pluviométricos. É necessário saber se a precipitação é maior ou menor que a água necessária para a evaporação e transpiração. Assim, precipitação e evapotranspiração são fatores climáticos importantes. Sabe-se que a precipitação e evapotranspiração ocorrem muitas vezes devido a diferentes causas meteorológicas quer em quantidade ou em distribuição ao longo do ano.
Precipitação pluviométrica é toda água que caí da atmosfera na superfície terrestre no estado líquido ou solido (Silva et al., 2005). É um retorno da água que é evaporada da superfície terrestre, completando o ciclo hídrico. É variável meteorológica importante e complexa que apresenta grande variabilidade espacial e temporal na região tropical. Sua forma de medida é muito simples, mas também é uma das variáveis mais difíceis de ser observada, visto que apresenta erros sistemáticos de observação, de exposição e de localização dos instrumentos de acordo com os autores Molion e Bernardo (2002). Dentre os elementos do clima, a precipitação é o que mais influência na produtividade agrícola e agropecuária de acordo com Ortolani e Camargo (1987), especialmente nas regiões tropicais onde o regime de chuvas é caracterizado por eventos de curta duração e alta intensidade em conformidade com Santana et al. (2007).
Dos fenômenos meteorológicos de importância sócios econômicos para a agropecuária, represamento e abastecimento de água, geração de energia, a precipitação é sem dúvidas um dos mais importantes, uma vez que a abundância ou regime de chuvas muitas vezes limita a presença e o cultivo de determinadas espécies vegetais a áreas restritas e, além disso, grandes empresas e todas as pessoas de modo geral dependem da água para sobreviver.
A capacidade de antecipar como o clima irá mudar de um ano para o outro, possibilita melhor gerenciamento da agropecuária, recursos hídricos e atividade pesqueira, além da possibilidade de contribuição relevante nos campos dos transportes, abastecimento, represamento de água, turismo e lazer de acordo com Silva et al. (2008). É importante uma análise detalhada do comportamento histórico de dados meteorológicos, como a precipitação, para identificar algum comportamento padrão, que apresente periodicidade, e tendo como base essa avaliação poder fazer uma previsão para o comportamento futuro da variável analisada.
O objetivo deste estudo consiste em realizar a análise climatológica da precipitação do período de 1967 a 2015, visando contribuir nas decisões de setores como a economia, agropecuária, irrigação, produção de energia, recursos hídricos, engenharia agrícola e agronômica, corpo de bombeiro, defesa civil e tomadores de decisões governamentais em caso de eventos extemos de precipitações que possam vir a ocorrerem futuramente.
MATERIAL e MÉTODOS
Paudalho localiza-se na mesorregião Mata e na Microrregião Mata Setentrional do Estado de Pernambuco, limitando-se a norte com Tracunhaém, a sul com São Lourenço Mata, Chã Alegria, Glória de Goitá e Camaragibe, a leste com Paulista e Abreu e Lima, e a oeste com Lagoa de Itaenga e Carpina. A área municipal ocupa 269,2 km2 e representa 0,27% do Estado de Pernambuco. A sede do município localiza-se: latitude de 07°53'S e longitude de 35°10'W com altitude média de 69 metros.
A ZCIT é o principal sistema meteorológico provocador de chuvas. Devido à irregularidade espaça temporal de sua ocorrência, é difícil prever quando a ZCIT estará sobre o município de Paudalho, e, mesmo, sua ocorrência de ano para ano é sujeita à grande variabilidade em conformidade com Pernambuco (2006). As formações dos sistemas de Vórtices Ciclônes de Altos Níveis (VCAS) quando de suas formações nos meses de fevereiro a abril e com suas bordas sobre o NEB em especial acima do estado do Pernambuco aumenta a cobertura de nuvem e provocam chuvas de alta intensidade e curto intervalo de tempo, causando prejuízo às comunidades como alagamento, enchentes, inundações e ao setor socioeconômico e agropecuário.
Os dados pluviométricos foram adquiridos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE, 1990) e da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) compreendendo ao período de 1967 a 2015. Calcularam-se as médias, desvio padrão, coeficiente de variância, máximo e mínimos valores absolutos da área de estudo. Utilizou-se de planilha eletrônica para a elaboração gráfica e a análise. De acordo com a classificação de Köppen o clima é do tipo Clima tropical com estação seca (AS). Segundo a classificação climática de Thornthwaite o clima é do tipo seco subúmido (C1s).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na figura 1 tem-se o demonstrativo da distribuição mensal da precipitação e seus percentuais no município de Paudalho – PE. Observa-se que a variabilidade da precipitação histórica na área de estudo para os meses chuvosos entre março e agosto representa 67% da precipitação anual. Os meses de junho e julho representam 17% e 6% toda precipitação anual; e os meses menos chuvosos oscilam entre: setembro a fevereiro o qual apresenta 23% da precipitação anual. O período chuvoso de (outubro a março) representa 97% da precipitação anual, os meses de menores contribuições são outubro e novembro com 2% do total anual.
Figura 1. Distribuição mensal da precipitação e seus percentuais no município de Paudalho- PE.
A Figura 2 demostra a distribuição mensal da precipitação histórica e seus valores máximos e mínimos absolutos registrados no período de 1967 a 2015 no município de Paudalho – PE. As precipitações mínimas absolutas fluem próximo de zero nos meses de agosto a outubro. A curva de precipitação máxima absoluta se destaca os anos de 2010 e 2011 nos meses de maio e junho com valores máximos absolutos de 574 mm no mês de maio, 443,7 mm no mês de junho e 394,8 mm no mês de julho.
Figura 2. Distribuição mensal da precipitação histórica e seus valores máximos e mínimos absolutos registrados no período de 1967 a 2015 no município de Paudalho – PE
Na figura 3 observa-se a variabilidade anual da precipitação e sua respectiva média histórica para área estudada. Os anos de 1986 e 1988 têm a maior e a menor incidência de precipitação anual respectivamente. Durante os 49 anos de precipitação observadas ocorreram 9 anos com precipitação próximo a normal. 18 anos abaixo da normal e 22 anos com precipitações acima da normal histórica.
Figura 3. Distribuição anual da precipitação e sua média histórica do período de 1967 a 2015 no município de Paudalho - PE
CONCLUSÕES
Na análise climatológica dos índices pluviométricos no município em estudo os meses março a agosto apresentaram os maiores índices pluviométricos com 67% do total anual e os meses de setembro a fevereiros os meses de menores índices pluviométricos com 23% da precipitação anual.
As contribuições locais, Zona de Convergência Intertropical, a Oscilação de Maddem - Juliem atuaram com intensidade e provocaram em suas maiorias chuva acima da normalidade em algumas décadas, registrando-se desastres de moderada a intensa proporção.
As variabilidades interbairros da distribuição das chuvas e as atividades locais em conjunto com os fatores meteorológicos atuantes contribuíram ou deixaram de contribuir para produtividade agropecuária, armazenamento e abastecimento humano, animal.
Irregularidade entre Niño (a) atuantes no mundo e no Estado do Pernambuco entre décadas e anos tem suas variações locais e regionais provocada com desastres ambientais, regionais e locais tais como seca prolongadas, chuvas extremas em curto intervalos de tempo causando alagamento, inundações de ruas, bairros, transtorno no transito, enchentes, desmoronamento de encosta, assoreamento de riachos, córregos, rios, lagos e lagoas estouro e secamento de barragens de médio a grande porte, afetando os lençóis de água dos lagos e lagoas, perdas e excesso de cultivos, alterando o conforto térmico humano e animal, causando transtorno nos agronegócio, agropecuária, pastagem e na arborização urbana e rural, redução ou seca total dos riachos, rios, córregos, lagoas e lagos e a falta de água e sua escasseies para sobrevivência humano e agricultura.
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XX Congresso Brasileiro de Agrometeorologia
V Simpósio de Mudanças Climáticas e Desertificação do Semiárido Brasileiro
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14 a 18 de agosto de 2017
"A Agrometeorologia na Solução de Problemas Multiescala"
