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Uso Racional Da água

Uso Racional e Reuso da Água

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Escola Politécnica da USP PHD - 2548 Uso Racional e Reúso da Água NECESSIDADES E DESAFIOS Apresentação: José Carlos Mierzwa [email protected] http://www.usp.br/cirra [email protected] 1 Programa do Curso  1 - A necessidade de mudanças na estratégia de gerenciamento da água na Indústria: Escassez de água e os conflitos resultantes;  Legislação sobre recursos hídricos e controle da poluição;  Uso da água e desenvolvimento sustentável   2 – O uso da água nas indústrias  Principais usos da água na indústria;  Requisitos de quantidade e qualidade;  Técnicas de tratamento para obtenção de água para uso industrial. Programa do Curso  3 – Efluentes industriais  Geração de efluentes nos processos industriais;  Critérios para coleta e tratamento;  Principais técnicas de tratamento disponíveis;  Planejamento do sistema de tratamento com enfoque no reúso.  4 – Otimização do uso da água na industria Avaliação dos processos industriais;  Identificação das demandas de água por atividade;  Identificação de alternativas para a racionalização do uso.  2 Programa do Curso  5 – Reúso de água e efluentes  Alternativas disponíveis para reúso de água e efluentes tratados;  Avaliação do potencial de reúso em cascata;  Determinação do potencial de reúso de efluentes tratados;  Limitações associadas ã prática de reúso de efluentes tratados;  6 – Novas ferramentas para a otimização do uso da água na indústria  Análise de mínimo consumo de água e geração de efluentes (Water Pinch Analysis).  7 – Aproveitamento de água de chuva Informações Relevantes  Brasil:  Detém quase 13 % das reservas de água doce do Planeta;  População de aproximadamente 190,1 milhões de habitantes (IBGE de 2010);  36 Regiões Metropolitanas  Disponibilidade hídrica específica de 29.780 m3/ano.hab. (ANA, 2011)  País com abundância de recursos hídricos; 3 Qual o Problema Relacionado à Água  Distribuição não é uniforme em todas as regiões;  População concentrada em áreas urbanas;  A demanda excessiva de água supera a disponibilidade;  A poluição agrava o problema. Panorama Geral da Situação Real do País  82,4 % da população vive em áreas urbanas;  44 % da população está concentrada em 36 grandes Regiões Metropolitanas;  A disponibilidade hídrica nessas regiões é muito inferior à média brasileira; 4 Distribuição da população e disponibilidade hídrica por região (2010) Disponibilidade hídrica específica por região 5 Demanda de Água por Região para uso Urbano (2015) Região Norte Demanda de Água (m3/s) 45 População Demanda Urbana Específica (milhões) (m3/ano. /ano.hab hab)) 13,4 105,9 Nordeste 136 44,3 96,8 Sudeste 275 80,5 107,7 Sul 75 25,4 93,1 Centro-Oeste 39 13,7 89,8 570 176,9 101,6 Brasil Fonte: Atlas Brasil – Abastecimento urbano de água (ANA, 2010) Usos da Água ►A água é vital para os seres humanos e demais seres vivos e tem os seguintes usos:      Consumo humano, Irrigação e Aqüicultura; Uso industrial e geração de energia; Transporte; Preservação da fauna e flora e paisagismo; Transporte e assimilação de efluentes. 6 Distribuição Percentual do Consumo de Água no Brasil Categoria de Uso Brasil(1) São Paulo State(2) RMSP2) Urbano 26,0 30,9 82,0 Industrial 17,0 29,0 13,9 Irrigação 57,0 40,1 4,1 1 – Dados relativos à 2010 (ANA, 2011) 2 – Dados relativos à 2007 (DAEE, 2006) Necessidade de Água para as Atividades Humanas  Ser abundante, de forma a necessidades presentes e futuras; atender as  Estar disponível na vazão e pressão necessária para atender as demandas de pico; e  Apresentar qualidade adequada para os diversos usos. 7 Consumo da água para uso domésticos  Higiene pessoal;  Preparação de alimentos;  Higienização de roupas e utensílios;  Irrigação de jardins;  Lavagens em geral. Distribuição do Uso da Água em uma Residência Lava roupas 9% Tanque 6% Outros usos 3% Bacia sanitária 29% Lava louças 5% Pia de cozinha 17% Lavatório 6% Chuveiro 25% Fonte: http://www.deca.com.br 8 Consumo de Água para Uso Industrial  Na indústria a água pode ser utilizada como: • Matéria-prima  a mesma é incorporada ao produto final;  Indústria de alimentos, bebidas e farmacêutica; • Produto auxiliar  participa no processo de produção mas não é incorporada ao produto final;   Preparação de reagentes, operações de aquecimento e resfriamento, lavagem de peças e equipamentos e fluído de transporte. Os padrões de qualidade variam de acordo com a aplicação. Consumo de Água em Atividades Comerciais e Industriais Escritórios 30 a 50 L / pes.dia Restaurantes 20 a 30 L/refeição Hotéis 250 a 500 L/hosp.dia Hospitais 300 a 600 L/leito.dia Laticínios 15 a 20 L/Kg.prod Fábrica de Papel 400 a 600 L/Kg.papel Lavanderia 30 L/Kg.dia 9 Distribuição do Uso da Água na Indústria 4% 36% 60% Resfriamento Processos Sanitários e Outros Demanda de Água para Irrigação Cultura Arroz Banana Feijão Melão Milho Soja Tomate Trigo Demanda por Ciclo (m3/ha) 5.750 17.000 4.000 5.000 6.500 5.750 6.000 5.000 Fonte: FAO, 1986 10 Consumo de água para irrigação em 2001 Região Norte Área Irrigada (ha) Consumo de água (106 m3) % em relação à disponibilidade 91.035 879,2 Nordeste 693.672 11.363,0 4,87 Sudeste 909.639 9.806,3 3,04 1.196.800 13.712,0 3,78 258.071 2.049,3 0,18 3.149.217 37.809,8 0,65 Sul Centro-oeste Brasil 0,024 Assimilação e Transporte de Poluentes  É um dos usos menos nobres da água, porém é inevitável;  Principal aplicação refere-se aos processos de lavagem;  O requisito de qualidade varia de acordo as exigências do processo: • Na lavagem de equipamentos na indústria farmacêutica, alimentícia ou eletrônica é exigido um elevado grau de qualidade; • Na lavagem de peças e equipamentos mecânicos necessita o grau de qualidade é menor. 11 Considerações sobre os Requisitos de Qualidade da Água   O nível de qualidade para um determinado uso pode ser diferente do que foi no passado e do que será no futuro; Os fatores que influenciam para isto são: • Avanços tecnológicos; • Problemas de escassez de água; • Poluição dos mananciais.  O uso de água com qualidade inferior pode resultar em danos ao processo e equipamentos. Evolução dos Problemas sobre Qualidade da Água ► Por muito tempo a principal preocupação relacionada à qualidade da água para abastecimento foram os microrganismos patogênicos; ►A partir da 2ª Grande Guerra Mundial, outros problemas começaram a despertar preocupação. 12 Ocorrência do Problema e/ou Percepção o çã ple De de ig Ox 1950 io ên ão aç fiz tro u E 1960 s tai Me 1970 s do sa Pe a, gu , da eÁ ão tes idas d o a ç ã z a en ç âne se o e tic fic na es idi olu mi terr scas zaçã s Ac crop os, P E lini ore nta ub Co u a S a mi ânic S rupt inos Ág org Dis dócr En 1980 1990 2000 Evolução dos Problemas Relacionados à Contaminação da Água Impactos sobre a Indústria  Os avanços tecnológicos ocorridos obrigaram a indústria a buscar soluções alternativas para o abastecimento de água;  Processos sensíveis passaram a receber uma atenção especial;  Sistemas de tratamento mais sofisticados passaram a ser utilizados. 13 Os Problemas da Atualidade  A demanda excessiva gera problemas de escassez de água;  Necessidade de buscar mananciais cada vez mais distantes;  Os recursos disponíveis são comprometidos pelo lançamento de esgotos domésticos e efluentes industriais;  Riscos potenciais à população em decorrência do uso de água de mananciais degradados. Poluição da Água ► Efluentes de origem doméstica:  Problemas relacionados à diminuição da concentração de oxigênio nos corpos d´água e substâncias nutrientes. ► Efluentes de origem industrial:  Problemas relacionados aos mais variados tipos de substâncias. ► Acidentes ambientais podem agravar o problema. 14 Novos Desafios Fonte: http://www.cas.org/cgi-bin/cas/regreport.pl, acessado em 08/03/2012. 15 Dados sobre o Geração de Esgotos RMSP  Perdas no sistema: • Físicas  15%; • Comerciais  18%  Geração de Esgotos: Geração de Esgoto  Pr odução de Água * (1  Perda ) * 0,8  Geração de esgotos  44,20 m3/s Sistema de Tratamento de Esgotos Projeto Tietê Capacidade de Projeto (m3/s) Vazão Atual (m3/s) ABC 3,0 1,9 Barueri 9,5 9,7 Parque Novo Mundo São Miguel 2,5 2,5 1.5 0,8 Suzano 1,5 0,8 18,0 15,7 Sistema Total Fonte: http://site.sabesp.com.br/site/interna/subHome.aspx?secaoId=29 16 Implicações para os Seres Humanos ► Os processos naturais não são capazes de atenuar os impactos resultantes da poluição; ► Os processos amplamente utilizados para o tratamento de água apresentam limitações para atender às novas exigências; ► Aumento dos riscos associados ao uso da água para fins potáveis e industriais. Conflitos pelo Uso da Água Disponibilidade Hídrica - + Sem Problemas Relacionados ao Uso da Água - Índice de Comprometimento dos Recursos Hídricos População Graves Problemas Relacionados ao Uso da Água (Estresse Ambiental e Geração de Conflitos) + 17 Potencial de Surgimento de Conflitos pelo Uso da Água em Função da Disponibilidade Problemas Associados ICRH DEA (m3/ano. /ano.hab hab) ) 1 ≥ 10.000 Sem problemas ou problemas limitados. 2 10.000 > DEA ≥ 2.000 Problemas gerais de gerenciamento. 3 2.000 > DEA ≥ 1.000 1.000 > DEA ≥ 500 4 DEA < 500 5 Grande pressão sobre os recursos hídricos. Escassez crônica da água. Além do limite de disponibilidade. Alto Tietê (RMSP) 6,41 Rios Piracicaba/Capivarí/Jundiaí 5 Turvo / Grande 4,72 Baixada Santista 5 Rio Mogi-Guaçu 4 Sapucaí Mirim Serra da Mantiqueira Rio Pardo 3,21 4 2,76 2,52 Tietê / Batalha Alto Paranapanema Média do Brasil** Ribeira de Iguape e Litoral Sul Rio Paraíba do Sul Litoral Norte Tietê / Jacaré 1,67 Pontal do Paranapanema Baixo Tietê Baixo Pardo / Grande 1,26 1,35 1,44 1,44 2 Médio Paranapanema Rio São José dos Dourados 1,85 1,91 1,95 1,94 1,96 3 2,12 2 2,19 ICRH 3 Rio do Peixe Média Estadual Rios Sorocaba e Médio Tietê Rio Aguapeí 0,93 1 1 0,61 0,63 0,64 0,75 0,75 1 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 3 * Valores Obtidos a partir da Vazão de Referência (Q ) ref e Estimativa da População para o ano 2010 ** Valor referente aos Dados do Banco Mundial DEA* (m /ano.habitante) Índice de Comprometimento dos Recursos Hídricos no Estado de São Paulo 18 Estratégias para Minimização de Conflitos ► Desenvolvimentos de políticas gerenciamento dos recursos hídricos: para o  Gestão participativa por meio dos Comitês de Bacias;  A água é um recurso natural dotado de valor econômico;  Introdução do conceito de usuário pagador. ► Racionalização do uso da água:  Desenvolver hábitos, projetos, produtos e processos que possibilitem otimizar o uso da água; ► Reúso da água Políticas de Gerenciamento dos Recursos Hídricos ► Política Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos:  Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997;  Adota o conceito de usuário pagador. ► Política Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos:  Lei nº 7.663, de 30 de dezembro de 1991;  Introduziu o conceito de usuário pagador como instrumento de gestão. 19 Racionalização do Uso da Água ► Está entre os princípios básicos do desenvolvimento sustentável; ► Requer a mudança de hábitos e costumes; ► Pode ser aplicada a qualquer atividade humana; Ferramentas Disponíveis  Nas residências e estabelecimentos comerciais:  Programas de conscientização;  Minimização de  Utilização de desperdícios; dispositivos mais eficientes. 20 Ferramentas Disponíveis  Desenvolvimento de programas para redução de perdas;  Análise do Ciclo de Vida;  Mudança nos procedimentos operacionais ou modo de produção;  Considerar os sistemas de tratamento de águas e efluentes como parte integrante do processo produtivo. Racionalização do Uso da Água na Indústria ► Exige uma avaliação mais completa dos processos produtivos; ► Deve haver uma integração entre o processo principal e os auxiliares; ► Pode requerer a mudança de procedimentos operacionais; ► Implica na busca de novas tecnologias e métodos produtivos. 21 Avaliação dos Processos ► Levantamento da demanda de água e geração de efluentes; ► Identificação das áreas críticas com relação ao consumo de água e geração de efluentes; ► Estudo de alternativas para a otimização do uso da água. Determinação do Ponto de Mínimo Consumo de Água  Método desenvolvido para determinar a mínima demanda de água;  Considera-se que a principal função da água é remover os contaminantes do processo;  Requer uma avaliação detalhada de todo o processo produtivo;  Deve ser avaliado após a otimização do uso da água. 22 Conceito Utilizado para a Determinação do Ponto de Mínimo Consumo Corrente com Alta Concentração do Contaminante Transferência de Massa Δmi Cw,e Cw,s Corrente com Baixa Concentração do Contaminantes Reúso da Água ►É uma alternativa para redução dos problemas associados à escassez de água; ► Muitas aplicações toleram o uso de água com menor grau de qualidade; ► Uso de efluentes tratados e águas servidas para fins não potáveis; ► É uma opção que deve ser avaliada criteriosamente. 23 Esgotos Domésticos Aqüicultura Efluentes Industriais Usos Urbanos Recreação Não Potável Potáv el Natação Esqui Aquático, Canoagem, etc. Dessendentação de Aninais Agricultura Industrial Processos Recarga de Aqüíferos Usos Diversos Pesca Pomares e Vinhas Forrageiras e fibras Culturas Industriais Culturas Ingeridas Cruas Formas Potenciais para o Reúso de Água Reúso na Indústria ► Reúso em cascata:  Utilizar o efluente de um processo diretamente em outro; ► Reúso de Efluentes Tratados:  Reúso direto;  Aplicação de técnicas complementares de tratamento. ► Os estudo de otimização do uso devem preceder os de reúso. 24 Condições para o Reúso ► As características do efluente disponível devem ser compatíveis com os requisitos de qualidade exigidos; ► Deve-se considerar a elevação da concentração de contaminantes durante o reúso; ► Depende da elaboração de um balanço hídrico na indústria. Aproveitamento de água de chuva  É uma alternativa ao abastecimento de água;  Pode ser implantada em atividades urbanas e industriais;  Questões relevantes referem-se:     Estrutura para captação; Potencial de aproveitamento; Necessidade de tratamento; Fonte complementar.  Existência de norma técnica para regulamentar a prática. 25 Conclusões A escassez de água, na atualidade, é o principal problema;  Alternativas para a otimização do uso e do reúso da água conduzem ao aumento da concentração dos contaminantes;  A aplicação da prática de reúso deve ser devidamente planejada;  O sucesso de qualquer programa que vise a racionalização do uso e reúso está vinculado ao conhecimento sobre as limitações. 26