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Trabalho - Visita Rádio Guaíba

Trabalho de G2. Pedido pela professora Gabriela Almeida. Visitei, juntamente com minha colega Júlia Bueno a rádio Guaíba, descrevemos a rotina do local e entrevistamos o Jornalista Carlos Guimarães. Trabalho para a cadeira de Fundamentos do Jornalismo (Alguns artigos ficam melhor dispostos em PDF. Download disponível acima)

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL Curso: Comunicação Social – Jornalismo Disciplina: Fundamentos de Jornalismo Aluno: Alison Rodrigues Soares e Júlia Bueno Orientação: Gabriela Almeida Dia na redação da Rádio Guaíba No dia 23/04/2015 fomos à Rádio Guaíba e pudemos acompanhar um turno de trabalho no local. Chegamos por volta das 10h30 na rádio que se localiza no centro de Porto Alegre, na tradicional esquina entre a rua dos Andradas e Caldas Júnior. O prédio de arquitetura rústica recebe também a redação do jornal Correio do Povo. Ao exemplo do jornal, a rádio tem relevante tradição entre os gaúchos, tendo 58 anos de história completados um dia depois da nossa visita (24). A rádio é integrante do Grupo Record. Ao chegarmos à redação da rádio fomos recepcionados pelo jornalista Carlos Guimarães que prontamente nos apresentou os primeiros detalhes da dependência mostrando sua sala, a redação da rádio e o estúdio, onde se sucedia o programa Redação Guaíba 1° edição com a locutora/jornalista (que também é chefe de reportagem da rádio) Fernanda Bagatini. O programa citado trata-se, basicamente, de um programa de 'Hard News' e atualidades. Fomos apresentados também a outros colegas de Carlos Guimarães, como Cristiano Silva (Coordenador de Jornalismo esportivo), Nando Gross (Gerente geral da Rádio Guaíba e comentarista esportivo) e Orestes de Andrade (narrador esportivo). Carlos Guimarães não pôde nos dar toda a atenção nas primeiras horas por estar ocupado por diversas reuniões, decorrente de seu cargo de 'coordenação de jornalismo'. Porém, podemos conversar sobre diversas coisas com outros jornalistas, que explicaram toda a lógica de acompanhamento das concorrentes, sendo a Rádio Gaúcha escutada ao vivo pela redação, além de existirem TVs que estavam sintonizadas em canais como a Record News, ESPN Brasil e RBS TV. Depois dessas e outras conversas, a convite de Cristiano Silva, acompanhamos o programa Guaíba Esportes, que tinha sua apresentação e que contou com os repórteres Rafael Pfeiffer e João Vitor Ferreira, além dos comentários de Nando Gross. Informações são buscadas a todo momento durante o programa através das redes sociais e contatos diretos com fontes, além de contar com o plantão da redação. O estúdio estava sendo monitorado pelo programador Deivison Rosa, que não tem horário fixo por ser contratado como "folguista"; isso significa que ele cobre as folgas dos programadores "fixos", portanto, não tem horário definido. Pudemos perceber na prática como o rádio é movido pelo instantâneo e como esse meio é vinculado com o ouvinte, que ao tempo todo entra em contato com a redação falando desde descontentamentos sociais a serem investigados pelos repórteres, até mesmo palpites da rodada do final de semana do futebol. E isso é saudável e incentivado pelos profissionais da Guaíba. Na entrevista com Carlos Guimarães pudemos conversar sobre vários aspectos do mundo jornalístico. Pudemos conversar sobre os prazos e redações enxutas que assolam a profissão do jornalista, conteúdo publicado pelos profissionais da comunicação e até mesmo como as pessoas em geral veem o jornalismo. Formado em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Carlos Guimarães revelou que o seu sonho em se tornar jornalista começou na sétima série, quando a professora, ao corrigir sua redação, disse que com aquela visão do mundo, ele realmente possuía vocação para a profissão. "E depois disso, eu fiquei com aquilo na cabeça, sempre acompanhando as mídias. Sempre gostei de saber o que se passa com o mundo, e nunca pensei que eu pudesse ser outra coisa, a não ser jornalista", conta ele. "Sempre tive uma capacidade de liderança muito boa de gestão, de organização, e essa capacidade me fez trilhar um caminho um pouco diferente dos demais jornalistas. Eu nunca fui repórter. Comecei como produtor, depois passei a ser plantão, depois coordenador de jornadas da rádio Gaúcha. Na Bandeirantes fui coordenador de produção, posteriormente coordenador de esportes, voltei para a rádio Gaúcha como plantão, e lá, então, fui convidado a ser comentarista". Ao questionado sobre os principais erros dos jornalistas atuais, Guimarães afirma: "Para começar, eu não acho que os erros sejam dos jornalistas. Sim, eles possuem uma pequena parcela de culpa, porém, para mim, o principal problema hoje da profissão é que ela se está distanciando de sua função básica, que é informar. E por que isso acontece? Porque essa forma de descrição é mais desinteressante do que algo sensacionalista ou mais apelativo. O ser humano é curioso por natureza. E curioso pela vida alheia. A fofoca é algo estimulante, atraente. E o jornalismo se distancia do principal objetivo devido as metas comerciais que as empresas impõem, para que o faturamento aumente. As empresas visam ao lucro, e o jornalista não pode ter esse pensamento, ele precisa exercer a sua função". "Mais meta, mais anunciante. E a meta é alcançada por meios abomináveis, como manchetes chamativas para gerar "click", notícias absolutamente irrelevantes. E isso está fazendo com que percamos a nossa qualidade. Perde qualidade com o salário que é baixo. Perde qualidade com o acúmulo de funções, perde qualidade no momento que as empresas não estimulam a necessidade de um jornalismo mais próximo dos seus próprios princípios. Então eu acho que o jornalismo está passando por um momento muito ruim, pois estamos perdendo credibilidade, o foco, e estamos fazendo o que as empresas querem". E para solucionar o caso, ele se posiciona: "Eu acho que deveria existir uma conscientização da classe, que é muito desunida. Esse é o problema. A profissão envolve muito ego. Muitos até acham que o que nos movimenta é o ego, mas o que nos move é a nossa função de informar, que deveria ser desprovida de ego. Eu acho que a solução a curto prazo seria a gente se unir, em prol de transmitir jornalismo de qualidade. Só que, a questão é: Quem paga a gente, quer isso? As redações estão cada vez mais enxutas. Como entrar em um processo de matéria investigativa de denúncia, se não tem tempo de fazer no dia-a-dia? Temos metas altíssimas, pessoas que tentam se desdobrar para atingir essas metas, e o resultado disso é um jornalismo de pouca qualidade". Para finalizar, ele completa: "A informação hoje é tratada como uma "fábrica de salsicha", um produto. E informação não é produto, informação é essencial para sobrevivência, e estamos sendo descartados aos poucos por causa disso". ----------------------- Redação da Rádio Guaíba (Foto: Alison Rodrigues) Estúdio da Rádio Guaíba. Na foto Cristiano Silva – na ancoragem, João Vitor Ferreira e Nando Gross, respectivamente (Foto: Alison Rodrigues)