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1.1 Sustentabilidade Social
Esta dimensão social da estabilidade realça o papel dos indivíduos e
da sociedade, eestá intimamente ligada à noção de bem-estar. Os princípios
da sustentabilidade socialclarificam o papel dos indivíduos e a organização
da sociedade e, tendo por objetivo aestabilidade social beneficiam também
as gerações futuras. Estes são:
a garantia da auto-determinação e dos direitos humanos dos
cidadãos;
a garantia de segurança e justiça através de um sistema judicial
digno e independente;
a luta constante pela melhoria da qualidade de vida dos cidadãos,
que não deve ser reduzidaao bem-estar material;
a promoção da igualdade de oportunidades;
a inclusão dos cidadãos nos processos de decisão social, a promoção
da autonomia dasolidariedade e da capacidade de auto-ajuda dos cidadãos;
a garantia de meios de proteção social fundamentais para os
indivíduos mais necessitados.
1.2 Sustentabilidade Econômica
O conceito é redutor já que também os recursos econômicos têm de ser
preservados,assim como o espaço de manobra para as gerações futuras. Além
do mais, a sustentabilidadeecológica só pode ser alcançada por sociedades
que desenvolvam comportamentoseconomicamente sustentáveis. Os seus
princípios residem sobretudo:
na organização de estruturas econômicas de longo prazo que devem
responder às exigênciasde sistemas estáveis;
na preservação do capital real, como infraestruturas e edifícios;
na estabilização do valor monetário, prevenindo a inflação;
no fato dos custos dos benefícios e serviços deverem ser pagos pela
geração que delesbeneficia;
na restrição parcial ou total do endividamento, pois cada geração
deve pelo menos preservaro seu próprio capital real recebido da geração dos
seus pais e passá-lo à geração seguinte;
no uso eficaz dos recursos;
na garantia de todos os serviços econômicos deverem ser produzidos
de forma transparente etendo em conta todas as despesas;
no fato de os impostos pagos por cidadãos e empresas deverem ser
orientados para a suacapacidade de pagamento;
na negociação de pactos intergeracionais justos, que não coloquem
em desvantagem asgerações futuras.
1.3 Sustentabilidade Ecológica
Sendo o Ambiente fundamental para a vida é natural que estes aspectos
tenhamdominado a discussão inicial em volta da sustentabilidade. Até porque
é contemporânea dasprimeiras percepções de risco ambiental e ameaças à vida
no planeta. Os princípiosfundamentais associados à sustentabilidade
ambiental são:
a restrição ao uso de energias não renováveis (como o petróleo) que
só devem ser usadasmediante o compromisso de criação proporcional de fontes
de energia alternativas;
o uso cuidadoso das energias renováveis que nunca devem ser
consumidas de forma aexceder a sua capacidade de regeneração;
a limitação de descarga de substâncias no meio ambiente que não
deve ultrapassar acapacidade de assimilação do mesmo;
os riscos e o perigo para a vida humana provocados pelo Homem devem
ser evitados.
As questões ambientais estiveram sempre no cerne do conceito de
sustentabilidade etambém sempre que se verificavam perigos iminentes para a
sobrevivência da espéciehumana. Nos anos mais recentes, tem ganho cada vez
mais peso uma maior abrangência dadimensão ambiental, alargada a todas as
espécies, à preservação da biodiversidade e dosecossistemas.
1.4 Sustentabilidade Cultural
Os aspectos culturais e educativos desempenham um papel fundamental
para asustentabilidade, pois incorporam os princípios básicos da sociedade
e a sua forma de vida.
Num mundo onde cada vez mais culturas se cruzam e aproximam, muitas
vezes através deprocessos dolorosos, é fundamental encarar o desafio da
diversidade cultural como forma deenriquecimento coletivo, salvaguardando
especificidades culturais ao mesmo tempo que seconstroem sentidos de
pertença maiores e mais abrangentes com que os indivíduos sepossam
identificar. Os princípios que regem a sustentabilidade cultural e
educativa são acriação de condições para o desenvolvimento da personalidade
de adolescentes e jovensatravés de:
a garantia de condições mínimas como estruturas apropriadas,
condições de bem-estar,solidariedade, justiça e liberdade;
a transmissão de valores fundamentais e do sentido de
responsabilidade e ordem social;
a atenção dada pela sociedade à complexidade dos sistemas e à
dinâmica de mudançascriando competências para enfrentar os seus riscos e
desafios;
o facultar a educação com objetivos profissionais e investir no
desenvolvimento de umsistema de educação sólido entre gerações.
1.5 Sustentabilidade Espacial
A sustentabilidade espacial refere-se ao tratamento equilibrado da
ocupação rural eurbana, equilíbrio de migrações, desconcentração das
metrópoles, adoção de práticas agrícolasmais inteligentes e não agressivas
à saúde e ao ambiente, manejo sustentado das florestas eindustrialização
descentralizada; assim como de uma melhor distribuição territorial
dasatividades econômicas e assentamentos humanos.
1.6 Sustentabilidades Política e Administrativa
No caso do Brasil, a evolução da democracia representativa para
sistemasdescentralizados e participativos, construção de espaços públicos
comunitários, maiorautonomia dos governos locais e descentralização da
gestão de recursos;
O objetivo geral é melhorar ou reestruturar o processo de tomadas de
decisões, de modo aintegrar plenamente a esse processo a consideração de
medida maior de participação do público. Reconhecendo que os países irão
determinar suas próprias prioridades, em conformidade com suas situações,
necessidades, planos, políticas e programas nacionais preponderantes.
Outros objetivos:
realizar um exame nacional das políticas, estratégias e planos
econômicos, setoriais eambientais, para efetivar uma integração gradual
entre as questões de meio ambiente edesenvolvimento;
fortalecer as estruturas institucionais para permitir uma
integração plena entre as questõesrelativas a meio ambiente e
desenvolvimento, em todos os níveis do processo de tomada dedecisões;
criar ou melhorar mecanismos que facilitem a participação, em todos
os níveis do processode tomada de decisões, dos indivíduos, grupos e
organizações interessadas;
estabelecer procedimentos determinados internamente para a
integração das questõesrelativas a meio ambiente e desenvolvimento no
processo de tomada de decisões.
1.7 Sustentabilidade Ambiental
Entende-se a capacidade de uma dada população de ocupar uma
determinada área eexplorar seus recursos naturais sem ameaçar, ao longo do
tempo, a integridade ecológica domeio ambiente. Salientando a necessidade
de sustentabilidade ecológica de longo prazo, destaca-se que os sistemas de
produção devem:
reduzir o uso de energia e recursos e regular a entrada total de
energia de modo que arelação entre saídas e entradas seja alta;
reduzir as perdas de nutrientes detendo a lixiviação, o
escorrimento e a erosão, e melhorandoa reciclagem de nutrientes com o uso
de leguminosas, adubação orgânica e compostos, eoutros mecanismos
eficientes de reciclagem;
incentivar a produção local de cultivos adaptados ao meio natural e
socioeconômico;
sustentar um excedente líquido desejável, preservando os recursos
naturais, isto é,minimizando a degradação do solo;
reduzir custos e aumentar a eficiência e a viabilidade econômica
das pequenas e médiasunidades de produção agrícola.
2. Abordagem Sócio-Ambiental
A deterioração do meio ambiente vem instigando reflexões da
sociedade, ONGs,organizações privadas e do poder público para à busca de
soluções ecológicas globalizadas,uma vez que se percebe com facilidade, os
problemas de efeitos ambientais como poluição,aquecimento global,
lançamento de resíduos tóxicos, lixo industrial, emissões atmosféricasentre
outros que estão expostos nos relatórios de ONGs e organizações
internacionais, como aUNIDO (2005) e o Worldwatch Institute (2001) e que
"combinados" aumentam a exclusãosocial.
No ambiente empresarial além de pressões por responsabilidade sócio-
ambiental, têm-se a necessidade de otimização dos recursos para manter-se
no mercado. Faz-se necessário aadoção de atitudes alinhadas a conceitos
empresariais que visem solucionar estas questões. Na empresa, a
responsabilidade de desenvolver e coordenar ações de preservação,
reutilização, reciclagem e reabilitação de áreas degradadas configura-se
como habilidades necessárias aos engenheiros de produção. Nessas
circunstâncias, a administração estratégica define os planos de atuação,
cabendo a esse profissional relacionar as estratégias organizacionais à
capacidadedos meios de fabricação, ou seja, produzir com qualidade,
confiabilidade, rapidez, flexibilidade e baixo custo adotando melhorias
para competir com os concorrentes.
A Responsabilidade Social, no seu sentido amplo, aborda questões
relativas aos deveres de cada indivíduo e organização com o bem-estar da
sociedade, enfatizando que todosdevem preocupar-se em assumir seus atos. No
sentido mais restrito podem ser direcionadas especificamente às
organizações, que é adaptada às capacidades e limitações das empresas.
Neste caso, geralmente, a Responsabilidade Social passa a ser discutida
como uma Estratégia Organizacional que se utiliza principalmente de
orientações e ferramentas externas como normalizações para conduzir o
processo. Isto decorre das necessidades de atender as pressões sociais que
exigem das empresas, um processo produtivo que gere menos impactos sociais
eambientais. Por isso, é bastante usual o termo Responsabilidade Sócio-
Ambiental (RSA) enfatizando que pretende atender estas duas exigências.
Esta realidade ultrapassa as fronteiras dos países formando um movimento
global em busca de alternativas para as problemáticas da relação entre
processo produtivo e minimização dos impactos.
Os problemas surgem das demandas do mercado global que exigem
produtos compadrão de qualidade, tecnologias limpas e ecologicamente
corretas, e levam o meio empresarial a tomar medidas no sentido de colocar
em prática um Desenvolvimento Industrial Sustentado. Com isso, as empresas
vêm se adequando às exigências da preservação pela utilização das técnicas
que utilizam racionalmente os recursos, além de atender às expectativas
ecológicas dos consumidores e clientes.
Esta não é uma preocupação recente, uma vez que diante dos danos
causados ao ambiente e das disparidades sociais encontradas em diversos
territórios do planeta, lideranças mundiais e nacionais, empresariais e não
governamentais perceberam que era preciso desenvolver ações que visassem o
equilíbrio das necessidades ambientais, sociais, humanas eeconômicas. Neste
contexto, esta preocupação surgiu com a criação da Liga das Nações(1920),
quando alguns países se reuniram objetivando a promoção da cooperação, da
paz e da Segurança Internacional, sendo este o primeiro passo para se
pensar globalmente.
A RSA como Estratégia Organizacional visa às questões sociais e
ambientais, tendo como preocupações, os impactos resultantes das operações
organizacionais. Isto ultrapassafronteiras nacionais atingindo o mercado
global que sofre pressões em torno da conservação ambiental. Neste contexto
é crescente o número de organizações que procuram conformidadese
normalizações da RSA reconhecidas em escala global, sob pena de perderem
competitividade.
Deste modo, as empresas devem analisar os investimentos em
responsabilidadeambiental de acordo com a sua capacidade de aumentar as
receitas ou reduzir os riscos. Assim, as empresas devem criar uma visão de
uma economia global sustentável, desenvolvendo estratégias integradas com o
meio ambiente e o sistema produtivo das organizações.
Assim, cada vez mais, cresce o nível de preocupação das autoridades
públicas e daspróprias organizações com Responsabilidade Sócio-Ambiental.
Este fenômeno não é restrito apenas aos Países Desenvolvidos, mas também
pode ser observado em diversos Países emDesenvolvimento. No Brasil, a
década de 1990 foi caracterizada por grandes mudanças,estratégicas
empresariais visando atender a Economia Global em que o país se inseria.
Foiquando o comportamento sócio-ambiental passou a representar um fator "de
competitividade,em que as empresas socialmente ativas promoveram sua imagem
junto aos seusconsumidores, melhoram o relacionamento com as comunidades
vizinhas e percebem ganhos de produtividade de seus trabalhadores"
(PELIANO, 2001, p. 33[1]). Em vista disso, a busca por internacionalizar as
operações está resultando em uma maior pressão das organizações em adotar
padrões sociais e ambientais para suas operações.
Ressalta-se a importância de alianças entre organizações de setores
diferentes, com oobjetivo de incorporar o elemento social e ambiental na
estratégia corporativa. Destaca-se também duas características importantes
que diferenciam as alianças sociais e ambientais dasalianças estratégicas
tradicionais. Primeiro, essas alianças envolvem pelo menos um parceirosem
fins lucrativos. Segundo, aliado ao objetivo econômico tradicional, as
alianças sociais eambientais incluem objetivos não-econômicos, ou seja,
voltados para a melhoria do bem-estar social.
No contexto atual, grande parte das empresas está descobrindo que as
percepções dosconsumidores quanto à responsabilidade sócio-ambiental, ou
sua falta, afetam as vendas.Percebe-se então que se deve ressaltar a
importância de uma estratégia que esteja voltada paraa questão sócio-
ambiental, onde as organizações possam obter uma parcela significativa
demercado, atendendo consumidores.
De forma crescente, a gestão de Responsabilidade Social e Ambiental
foi uma estratégia acertada para as empresas que buscavam competitividade,
de maneira que isto setornou um diferencial no planejamento estratégico que
visa atender com qualidade os clientes, fornecedores, colaboradores e a
sociedade em geral, na qual a empresa está inserida.
Sob o aspecto da responsabilidade corporativa, Barbieri (2004)[2]
ressalva que o modelo de gestão ambiental visa contribuir para"[...] gerar
renda e riqueza, que são os objetivosbásicos das empresas, minimizar seus
impactos ambientais adversos, maximizar os benefíciose tornar a sociedade
mais justa",apoiando-se nos critérios de "eficiência econômica,equidade
social e respeito ao meio ambiente".
Segundo a Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade apud
Tachizawa, as organizações devem passar pelos seguintes estágios para atuar
com responsabilidade social.
Estágio 1: a organização não assume responsabilidades perante a
sociedade e não toma açõesem relação ao exercício da cidadania. Não há
promoção do comportamento ético.
Estágio 2: a organização reconhece os impactos causados pelos seus
produtos, processos einstalações, apresentado algumas ações isoladas no
sentido de minimizá-los. Eventualmente, busca promover o comportamento
ético.
Estágio 3: a organização está iniciando a sistematização de um
processo de avaliação dos impactos de seus produtos, processos e
instalações e exerce alguma liderança em questões de interesse da
comunidade. Existe envolvimento das pessoas em esforços de
desenvolvimentosocial.
Estágio 4: o processo de avaliação dos impactos dos produtos,
processos e instalações está emfase de sistematização. A organização exerce
liderança em questões de interesse dacomunidade de diversas formas. O
envolvimento das pessoas em esforços de desenvolvimento social é freqüente.
A organização promove o comportamento ético.
Estágio 5: o processo de avaliação dos impactos dos produtos,
processos e instalações estásistematizado, buscando antecipar as questões
públicas. A organização lidera questões deinteresse da comunidade e do
setor. O estímulo à participação das pessoas em esforços de desenvolvimento
social é sistemático. Existem formas implementadas de avaliação e melhoria
da atuação do mais avançado e inclui as normas ISO 9000, da qualidade, e a
14000, para o meio ambiente.
Com relação a ampliação de fronteiras organizacionais, salienta-se
que elas ocorrem em função das questões ambientais e sociais, das parcerias
e alianças estratégicas entreorganizações, por último das tecnologias de
informação. Envolvendo os stakeholders num novo estilo de administração com
mudanças apreciadas na abordagem sistêmica de negócios, aponta-se a Gestão
Ecológica como sendo capaz de permitir o exame e a revisão das operações de
uma empresa na perspectiva ecológica.
3. Energia Renovável
Desde o início do século XX, o mundo tem sofrido com a exploração de
seus recursos naturais, com a poluição da atmosfera e com a degradação do
solo. O petróleo, por exemplo, considerado uma fonte tradicional de
energia, foi tão continuamente extraído que seus poços já começam a se
esgotar, pouco menos de 100 anos após o início de sua utilização efetiva. O
carvão, um recurso ainda mais antigo, também é considerado esgotável. A
energia nuclear, da mesma forma, nos alerta para o perigo dos resíduos
radioativos. O uso das fontes tradicionais traça sua trajetória ao
declínio, não só pela sua característica efêmera, mas por que é umaameaça
ao meio ambiente. Na esteira da questão ecológica, as chamadas "fontes
alternativasde energia" ganham um espaço cada vez maior.
É natural que nos preocupemos com um futuro seguro no tocante à
energia, pois ela proporciona "serviços essenciais" à vida humana - calor
para aquecimento, para cozinhar e para atividades manufatureiras, ou força
para o transporte e para o trabalho mecânico. Em muitos países, desperdiça-
se grande quantidade de energia primária devido ao planejamentoou ao
funcionamento ineficientes do equipamento usado para converter a energia
nos serviços necessários, embora felizmente já se tenha mais consciência da
necessidade de conservar aenergia e usá-la com eficiência.
Sem dúvida, não há desenvolvimento sem energia, o desenvolvimento
futuro depende de que se disponha dela por muito tempo, em quantidades cada
vez maiores e de fontes seguras, confiáveis e adequadas ao meio ambiente.
Por isso, só há desenvolvimento sustentável com energia vinda de novas
fontes renováveis. A demanda por energia é, hoje em dia, indiscutível, mas
é preciso encontrar maneiras de suprir a essa demanda e, ao mesmo tempo,
integrar-se à comunidade internacional no debate sobre como lidar com o
efeito estufa. Boa parte das emissões de gás carbônico vem da produção de
energia através das termoelétricas, movidas a combustíveis fósseis. O
próprio Protocolo de Kyoto sobre Mudanças Climáticas aponta para o
incentivo a energias renováveis como uma tendência internacional, que
deverá marcar as próximas décadas.
Toda fonte de energia tem seus custos, benefícios e riscos
econômicos, sanitários eambientais - fatores que interagem ativamente com
outras prioridades governamentais e globais. É preciso fazer opções, mas
sabendo que a escolha de uma estratégia energética determinará
inevitavelmente a escolha de uma estratégia ambiental.
A opção pelas fontes renováveis já é viável econômica e tecnicamente.
Os processos eequipamentos contam com um elevado grau de qualidade e
confiabilidade, e a implementaçãoé rápida e fácil.
O Brasil desenvolveu tecnologia própria para o uso de álcool como
combustível. A possibilidade de uso de biomassa está aberta para a geração
de uma enorme quantidade deenergia com menor impacto ambiental. Isso ainda
poderia ser aprofundado através da queima de bagaço de cana para gerar
eletricidade. Existe um potencial significativo a ser desenvolvido na área
solar de baterias fotovoltaicas para suprir a necessidade da população que
ainda não tem acesso à eletricidade. A energia eólica, pouco usada no
Brasil, também oferece uma opção saudável; existem várias experiências no
mundo que devem ser vistas como modelos para implementação no Brasil. Há
ainda a opção das pequenas hidroelétricas,que podem produzir energia
elétrica de maneira descentralizada e com pequeno impacto ambiental.
Muitos ainda vêem a geração de energia por fontes renováveis como uma
iniciativa isolada, incapaz de atender à grande demanda de um país
continental. A utilização de energias alternativas não pressupõe o abandono
imediato dos recursos tradicionais, mas sua capacidade não deve ser
subestimada.
3.1 As vantagens da energia renovável
As novas fontes renováveis de energia - como biomassa, pequenas
hidroelétricas, eólica e energia solar, incluindo a fotovoltaica - oferecem
inúmeras vantagens:
-Aumentam a diversidade da oferta de energia;
-Asseguram a sustentabilidade da geração de energia a longo prazo;
-Reduzem as emissões atmosféricas de poluentes;
-Criam novas oportunidades de empregos nas regiões rurais, oferecendo
oportunidades parafabricação local de tecnologia de energia;
-Fortalecem a garantia de fornecimento porque, diferentemente do
setor dependente de combustíveis fósseis, não requerem importação.
Além de solucionar grandes problemas ambientais, como o efeito
estufa, as novas renováveis ajudam a combater a pobreza. As fontes
renováveis de energia:
- Podem aumentar o acesso à água potável proveniente de poços. Água
limpa e alimentação cozida reduzem a fome (95% dos alimentos precisam ser
cozidos antes de serem ingeridos);
- Reduzem o tempo que mulheres e crianças gastam nas atividades
básicas de sobrevivência (buscando toras, coletando água, cozinhando).
Energia em casa facilita o acesso à educação,aumenta a segurança e permite
o uso de mídia e comunicação na escola;
- Diminuem o desmatamento.
3.2 As Principais Fontes Renováveis de Energia
A opção pelas fontes renováveis já é viável econômica e tecnicamente.
Os processos eequipamentos contam com um elevado grau de qualidade e
confiabilidade, e a implementaçãoé rápida e fácil. A EMBRAPA (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária), no entanto, recomenda uma análise
detalhada das características da região antes da instalação de quaisquer
equipamentos. Um exame prévio ajuda na decisão correta sobre a fonte
apropriada,otimizando os recursos e obtendo um melhor aproveitamento do
potencial de energia.
Energia Solar – Pode-se usá-la para a produção de eletricidade
através de painéis solares e células fotovoltaicas. No Brasil, a quantidade
de sol abundante durante quase todo o ano estimula o uso deste recurso.
Energia Eólica - Gerada pelo vento, é utilizada há anos sob a forma
de moinhos de vento, pode ser canalizada pelas modernas turbinas eólicas ou
pelo tradicional cata-vento. Os especialistas explicam que no Brasil há
ventos favoráveis para a ampliação dos instrumentoseólicos.
Energia Hídrica - Utiliza a força cinética das águas de um rio e a
converte em energia elétrica, com a rotação de uma turbina hidráulica.
À exceção das grandes indústrias hidrelétricas, que atendem ao vasto
mercado, há também a aplicação da energia hídrica no campo através de
pequenas centrais hidrelétricas (PCHI), baseadas em rios de pequeno porte.
A região Centro-sul do país é especialmente propícia ao uso desse tipo de
recurso.
Biomassa - Há três classes de biomassa: a biomassa sólida, líquida e
gasosa.
A biomassa sólida tem como fonte os produtos e resíduos da
agricultura (incluindo substâncias vegetais e animais), os resíduos das
florestas e a fração biodegradável dos resíduos industriais e urbanos.
A biomassa líquida existe em uma série de biocombustíveis líquidos
com potencial de utilização, todos com origem nas chamadas "culturas
energéticas". São exemplos o biodiesel, obtido a partir de óleos; o etanol,
produzido com a fermentação de hidratos de carbono (açúcar, amido,
celulose); e o metanol, gerado pela síntese do gás natural.
Já a biomassa gasosa é encontrada nos efluentes agropecuários
provenientes da agroindústria e do meio urbano. É achada também nos aterros
de RSU (resíduos sólidosurbanos). Estes resíduos são resultado da
degradação biológica anaeróbia da matéria orgânica,e são constituídos por
uma mistura de metano e gás carbônico. Esses materiais são submetidos à
combustão para a geração de energia
Outras Fontes Alternativas - Há outras fontes renováveis de energia
que, no Brasil, ainda carecem de investimento e pesquisa. O hidrogênio, por
exemplo, é abundante na natureza, e pode ser usado para produzir
eletricidade através de pilhas de combustível. A energia geotérmica também
é uma opção, assim como a força dos oceanos (traduzida em energia das
marés, energia associada ao diferencial térmico, correntes marítimas e
energia das ondas).
3.3 Revolução Energética
A iminência das mudanças climáticas exige nada menos que uma
Revolução Energética, que pode ser alcançada pela adesão a cinco princípios
fundamentais:
1 - implantar sistemas de energia limpa, soluções renováveis e
descentralizadas
2 - respeitar os limites naturais
3- eliminar gradualmente energias sujas e não sustentáveis
4- promover equidade e justiça
5- desvincular crescimento econômico do uso de combustíveis fósseis
Sistemas descentralizados de energia, nos quais energia ou calor são
produzidos próximos ao destino final de uso, evitam o atual desperdício de
energia durante a conversão e distribuição. A descentralização é essencial
para empreender a Revolução Energética, bemcomo para garantir o
fornecimento de energia para os dois bilhões de pessoas no mundo todoque
hoje vivem sem acesso à energia elétrica.
Conclusão
Com a conscientização da sociedade da necessidade de preservação do
meio ambiente e decorrente legislação que assegurasse isso, as empresas
precisaram adaptar-se a essa novarealidade. Para tanto é necessário
investimento em modificações de processos de produção.
As mudanças nas atividades produtivas não podem ser feitas de forma
arbitrária, apagar a luz durante o dia não é sinônimo de sustentabilidade,
é preciso intenso estudo sobre os impactos gerados durante esses processos.
A partir desse conhecimento, pode-se definir os métodos a serem utilizados
para tornar a produção eficiente do ponto de vista ambiental. Algumas
medidas a serem adotadas são a especialização da mão-de-obra, redução de
resíduos, uso controlado da energia, utilização de matérias-primas menos
tóxicas.
Uma maneira que muitas empresas utilizam é adequar-se ao
International Organizationfor Stardadization (ISO). A ISO 14001 normatiza
os requisitos para trabalhar a partir de um Sistema de Gestão Ambiental,
que foi desenvolvida para que as empresas possam controlar seus impactos
ambientais visando lucro, objetivo inicial de grande parte das
organizações.
Nesse processo de otimização da produção há também estudos e
investimentos cada vez maiores na produção de energia, pois esta é
indispensável a qualquer setor e era produzida a partir de meios
prejudiciais ao meio ambiente. Como exemplo disso temos a Foundation
Capital, uma empresa de capital para empreendimentos, investiu na EnerNOC,
cujos produtos controlam os gastos de energia para que haja maior eficácia
na sua distribuição, e consequente diminuição do desperdício e dos custos.
É indiscutível que a abordagem sócio-ambiental surgiu como uma
estratégia utilizada por empresas que temiam perder competitividade. De uma
forma geral, concluí-se que as empresas adaptaram-se, ou vem se adaptando
bem a essa realidade. Essa nova abordagem tem gerado às empresas melhor uso
dos recursos disponíveis, produtos com padrões de qualidade, seguidos de
melhor qualidade no atendimento aos clientes, fornecedores e colaboradores.
Por isso, pode-se inferir que, a sustentabilidade tornou-se um fator de
sobrevivência para as empresas.
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