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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E COMPUTAÇÃO
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
BRUNO OLIVEIRA
GUANAELI TAQUINI
GUSTAVO SALVALAIO
JAMILIANE RODRIGUES
KARINA PEDRINI
LÍVIA ALMEIDA
LUCIANO GUIMARÃES
PAULA ALMEIDA
RAFAEL CAMPOS
WALESKA BOTTACIN
DINÂMICA NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO: CHOQUE DE 1970
São Mateus
2010
BRUNO OLIVEIRA
GUANAELI TAQUINI
GUSTAVO SALVALAIO
JAMILIANE RODRIGUES
KARINA PEDRINI
LÍVIA ALMEIDA
LUCIANO GUIMARÃES
PAULA ALMEIDA
RAFAEL
WALESKA BOTTACIN
DINÂMICA NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO: CHOQUE DE 1970
Trabalho final da disciplina de Economia
da Engenharia 1 do curso de Engenharia de
Produção do Centro Universitário Norte do
Espírito Santo.
Professora: Marielce de Cássia Ribeiro
Tosta.
São Mateus
2010
Sumário
1 Introdução - Contextualização Histórica 4
2 Aspectos da Economia e seus impactos na década de 70 6
2.1 Oferta 6
2.2 Demanda 8
2.3 Elasticidade 8
2.4 Mercados 10
2.5 Emprego 13
2.6 Participação no PIB 15
2.7 Como políticas públicas afetam o setor 20
3 O Milagre Econômico 23
4 Conclusão 24
5 Referências 26
Introdução - Contextualização Histórica
O petróleo é uma das principais, senão a principal, fonte de energia do
mundo contemporâneo. É um recurso não renovável e muito influente no
mercado financeiro mundial, já que as maiores potências do mundo dependem
da energia dele retirado para movimentar os motores de suas indústrias.
Em 1960 os principais países exportadores de petróleo do mundo se reuniram
e fundaram a OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo) a fim de
evitar a concorrência entre eles, controlando o mercado de petróleo em
geral. Os países eram: Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait, Catar, Emirados
Árabes Unidos, Indonésia, Líbia, Argélia, Venezuela, Equador, Nigéria e
Gabão.
A OPEP é o maior exemplo de cartel existente e por controlar o mercado de
um produto tão importante ela exerce grande influência nas decisões
comerciais pelo mundo. Até a sua criação o mercado do petróleo era dominado
pelas chamadas "sete irmãs", que eram empresas multinacionais de exploração
e comercialização de petróleo que faziam um oligopólio impedindo que outras
empresas do ramo explorassem e comercializasse o petróleo do Oriente Médio.
Com a criação da OPEP o domínio das sete irmãs no mercado foi entrando em
decadência e algumas foram até nacionalizadas e atualmente são só quatro
empresas.
A OPEP mostrou toda sua força e poder de influência em 1973. Israel com
apoio bélico dos Estados Unidos passou a controlar Cisjordânia, Sinai e
Colinas de Golã depois de massacrar as forças armadas árabes num conflito
chamado de Guerra Dos Seis Dias. Em 1973 o Egito e a Síria organizaram um
ataque surpresa contra Israel para recuperar o território perdido na Guerra
anterior. Esse conflito ficou conhecido como Guerra do Yom Kipur. Novamente
os países árabes foram humilhados pelos judeus e os derrotou em apenas 20
dias de conflito armado.
A OPEP, que é formada em sua maioria por países árabes, numa medida
retaliativa principalmente contra os E.U.A. interrompeu o fornecimento do
produto para esse país, para o Japão e o continente europeu, o que
acarretou num aumento absurdo do preço do barril de petróleo de 3 para 12
dólares em 3 meses pela falta de oferta. O impacto dessa crise foi
avassalador em todo mundo inclusive no Brasil que importava 80% do seu
consumo fazendo que a dívida externa crescesse vertiginosamente. Nessa
época que começaram a se intensificar as pesquisas sobre bio- combustíveis
e no Brasil foi criado o programa Pró – álcool incentivando a fabricação de
veículos movidos a etanol e a comercialização dessa fonte de energia em
substituição à gasolina. Na Alemanha os carros foram proibidos de circular
na rua para se economizar gasolina. Os países ricos acataram a decisão por
receio de nacionalização das filiais das empresas de petróleo no Oriente
Médio e de ataques terroristas em sedes ao redor do mundo.
Esse fato gerou uma estagnação muito grande na economia mundial e
altíssimas taxas de inflação ao redor do globo. Só em 1975 a economia
mundial deu sinais de recuperação quando os governos dos países ricos
adotaram políticas expansionistas gerando crescimento monetário e
equilíbrio interno e externo com ajuda de empréstimos de grandes fundos,
financiados em parte pela OPEP.
A outra grande crise do petróleo ocorrida na década de 1970 foi a de 1979,
conhecida como 2º choque do petróleo. Até então o Irã, grande produtor de
petróleo estava sob o poder do ditador Xá Reza Pahlevi contra a vontade do
povo e de algumas ramificações políticas.O ditador foi deposto num golpe de
estado e o poder foi assumido pelos Xiitas sob a liderança do Aiatolá
Khomeini.Durante o período de transição a produção de petróleo no país
ficou descontrolada e as exportações foram paralisadas e por conta disso
houve uma escassez do produto no mercado e o seu preço atingiu um valor
inimaginável de 80 dólares.
Os impactos dessa segunda crise do petróleo foi sentido, novamente, em todo
mundo e só na segunda metade da década de 1980 o preço do barril de
petróleo veio a cair. As medidas dos países ricos para driblarem a crise
foram diferentes das tomadas na crise de 1973. Dessa vez as medidas foram
restritivas: aumentaram as taxas de juros para conter a enorme inflação
proveniente da subida de preços dos derivados de petróleo. O resultado
inicial foi o crescimento do desemprego que atingiu 10% na Inglaterra em
1982, mas também houve um controle inflacionário mundial.
Nos E.U.A a elevação das taxas de juros trouxe confiança do mercado e a
valorização novamente do dólar.O controle da inflação se deu pelo
desestímulo do consumo. As políticas para estimular a economia americana
com o presidente Reagan geraram um grande déficit e mais tarde em 1985,
novamente a desvalorização da moeda norte – americana.
Em função da crise da década de 1970 vários pontos da economia foram
afetados e serão mais bem detalhados abaixo.
Aspectos da Economia e seus impactos na década de 70
1 Oferta
Coelho (2007) relata que existem duas teorias importantíssimas ao se tratar
a microeconomia, a lei da oferta e da demanda. A lei da demanda é a teoria
dos consumidores, que busca entender o que os leva a consumir e quais os
fatores que estão relacionados a este consumo. Posteriormente tenta-se
compreender a teoria dos produtores, a lei da oferta, que vai analisar as
características da oferta, o que ela determina e ainda quais suas
proporções no mercado.
"Oferta é uma denominação genérica para indicar o que é disponibilizado no
mercado, independente de sua natureza." (COELHO, 2007)
Pode-se dizer que a oferta de um sistema determina a produção de um país,
ou o PIB. Quanto mais se produz, mais se oferta um bem ou serviço e mais
rica é uma economia.
Muitas mudanças exógenas na oferta e na demanda agregada, denominadas de
choques, podem alterar os custos de produção e afetar os preços que as
firmas cobram, tornando-se assim um choque de oferta ou um choque de preços
(MANKIW, 2008).
No decorrer da crise de 1970, pode-se observar que a oferta de petróleo foi
afetada. Segundo o que Mankiw (2008) descreveu em seu livro sobre
Macroeconomia, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)
coordenou durante a década de 70 uma redução na oferta desse fluido. Como
seqüência o preço dessa fonte de energia sofreu aumentos sucessivos e estes
na proporção de:
11% em 1973;
68% em 1974;
16% em 1975.
Por se tratar de um impacto significante nos custos de produção e nos
preços, este aumento incisivo culminou na deslocação da curva de oferta,
conforme mostra a Figura 1.
Figura 1: Choque na oferta de petróleo na crise da década de 70. Fonte:
Mankiw (2008)
Nesta Figura 1, as siglas em destaque são relativas a:
LRAS: Oferta agregada de longo prazo;
SRAS: Oferta Agregada de curto prazo;
AD: Demanda agregada;
P: Produto;
Y: nível de produto de pleno-emprego ou natural, o nível de produto ao
qual, os recursos da economia estão completamente empregados;
A: Equilíbrio inicial;
B: Novo equilíbrio de curto prazo após a política monetária aumentar.
Como o produto de pleno-emprego (desemprego igual a sua taxa natural) não
depende do nível de preços, então a curva de oferta agregada de longo prazo
(LRAS) é vertical. Na curva de oferta agregada de curto prazo as firmas
desejam vender tanto quanto, a este nível de preços, os consumidores
estejam dispostos a comprar.
Dessa forma, como os preços do petróleo na década de 70 aumentaram, a
oferta do petróleo a longo prazo passou de um nível SRAS1 para um nível
SRAS2 de acordo com a Figura 1, no entanto, a demanda agregada diminuiu
quase que na mesma proporção.
2 Demanda
Segundo Passos e Nogami (2009, p.641):
"Demanda é a quantidade total de uma mercadoria que os
consumidores estão dispostos e podem comprar, aos vários
preços alternativos, em determinado período de tempo,
quando tudo o mais que influencia a demanda permanece
constante (coeteris paribus)".
Para analisar a demanda por petróleo na década de 1970 devemos levar em
consideração os fatos que encadearam a crise. De início, houve a
desvalorização do dólar acompanhado de um aumento do preço do petróleo, que
conseqüentemente elevou os preços dos bens de consumo.
A partir desses acontecimentos surgiram outros fatos, como inflação, crise
das indústrias (siderurgia, metalurgia, têxteis e derivados desta) – com
diminuição de sua produção industrial –, aumento de desemprego e queda da
oferta de petróleo.
Assim, os países atingidos por essa crise petrolífera tiveram de diminuir o
consumo de energia o que fez diminuir a demanda.
3 Elasticidade
Na microeconomia, a elasticidade se divide em: elasticidade-preço e
elasticidade-renda. Sobre a elasticidade-preço, temos a elasticidade-
preço da demanda, que mede o quanto a quantidade demandada reage a uma
mudança de preço, e a elasticidade-preço da oferta, que mede o quanto a
quantidade ofertada reage a uma mudança do preço.
UM BEM É CONSIDERADO ELÁSTICO, SE A ELASTICIDADE-PREÇO FOR MAIOR QUE 1,
OU SEJA, A VARIAÇÃO DA QUANTIDADE DEMANDADA OU OFERTADA É MAIOR QUE A
VARIAÇÃO DO PREÇO.( AS QUANTIDADES DEMANDADA E OFERTADA RESPONDEM BEM A
MUDANÇA NO PREÇO. UM BEM É CONSIDERADO INELÁSTICO SE A ELASTICIDADE-
PREÇO FOR MENOR QUE 1, OU SEJA, A VARIAÇÃO DA QUANTIDADE DEMANDADA OU
OFERTADA É MENOR QUE A VARIAÇÃO DO PREÇO.( AS QUANTIDADES DEMANDADA E
OFERTADA RESPONDEM POUCO A MUDANÇA DO PREÇO).
NA PRIMEIRA CRISE, EM 1973, A OPEP DECIDIU ELEVAR OS PREÇOS MUNDIAIS DO
PRODUTO PARA AUMENTAR SUA RENDA. OS PAÍSES DA OPEP ATINGIRAM SEU
OBJETIVO REDUZINDO CONJUNTAMENTE A QUANTIDADE DE PETRÓLEO OFERTADA. DE
1973 A 1974, O PREÇO DO PETRÓLEO (DESCONTANDO A INFLAÇÃO DO PERÍODO)
SUBIU MAIS DE 50%. ENTÃO, POUCOS ANOS DEPOIS, EM 1979 , NA SEGUNDA
CRISE, A OPEP FEZ A MESMA COISA. O PREÇO SUBIU 14%. ATÉ 1981 A OPEP
CONSEGUIU AUMENTAR O PREÇO DO PETRÓLEO, MAS A PARTIR DE 1982, O PREÇO
CAIU A UMA TAXA CONSTANTE DE 10% AO ANO.
ESSE FATO MOSTRA COMO A OFERTA E DEMANDA PODEM SE COMPORTAR DE MANEIRAS
DIFERENTES NO CURTO E NO LONGO PRAZO. NO CURTO PRAZO, TANTO A OFERTA
COMO A DEMANDA DE PETRÓLEO SÃO RELATIVAMENTE INELÁSTICAS. A OFERTA É
INELÁSTICA PORQUE A QUANTIDADE DE RESERVAS CONHECIDAS E A CAPACIDADE DE
EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO NÃO PODEM MUDAR RAPIDAMENTE. A DEMANDA É
INELÁSTICA PORQUE OS HÁBITOS DE COMPRA NÃO RESPONDEM IMEDIATAMENTE A
MUDANÇAS NO PREÇO. MUITOS PROPRIETÁRIOS DE CARROS VELHOS E QUE CONSOMEM
BASTANTE GASOLINA, POR EXEMPLO, CONFORMAM-SE E PAGAM O PREÇO MAIS
ELEVADO.
NO LONGO PRAZO A SITUAÇÃO É DIFERENTE. NO DECORRER DOS PERÍODOS MAIS
LONGOS, OS PRODUTORES DE PETRÓLEO QUE NÃO SÃO MEMBROS DA OPEP,
RESPONDEM AOS ALTOS PREÇOS AUMENTANDO A EXPLORAÇÃO E CONSTRUINDO NOVA
CAPACIDADE DE EXTRAÇÃO. OS CONSUMIDORES RESPONDEM COM MAIOR ECONOMIA,
POR EXEMPLO, SUBSTITUINDO CARROS ANTIGOS E INEFICIENTES POR OUTROS MAIS
NOVOS E MAIS EFICIENTES, QUE CONSOMEM MENOS GASOLINA. COM ISSO, A
DEMANDA E OFERTA DO PETRÓLEO NO LONGO PRAZO SÃO MAIS ELÁSTICAS.
COM ISSO, VIMOS QUE NA DÉCADA DE 70 OS PREÇOS DO PETRÓLEO SUBIRAM
MUITO, COM A DIMINUIÇÃO DA OFERTA DE PETRÓLEO. ISSO FEZ COM QUE OS
PAÍSES QUE ADOTARAM ESSA TÁTICA LUCRASSEM BASTANTE NESSE PERÍODO. NO
CURTO PRAZO, DE 1973-1979, PODEMOS CONSIDERAR QUE A DEMANDA E OFERTA DE
PETRÓLEO SÃO RELATIVAMENTE INELÁSTICAS.
4 MERCADOS
O uso do petróleo como arma de guerra teve conseqüências dramáticas para a
economia dos países que dele dependiam. O aumento do preço unido à grande
dependência que tinha o mundo industrializado do petróleo da OPEP, provocou
um forte efeito inflacionista e uma redução da actividade económica dos
países afectados. Estes países responderam com uma série de medidas
permanentes para frear sua dependência exterior.
Quando os árabes iniciaram o embargo do petróleo, reduzindo a produção até
o limite oficial de 15% com variações de um produtor para o outro, os
europeus foram obrigados a racionar combustível, impondo a proibição da
circulação de veículos em dias definidos da semana; os japoneses fizeram
reduções drásticas de consumo de energia, afetando a produtividade das suas
indústrias. Entretanto o Japão se encaixou especialmente bem à crise
energética em comparação com outros países desenvolvidos e importadores de
petróleo, pois os fabricantes de automóveis japoneses lideraram a
tecnologia no setor automobilístico e os grandes automóveis dos anos 50 e
60 substituíram-se por veículos bem mais compactos e eficientes do ponto de
vista energético. Mas, por outro lado, o Japão tinha cidades com uma
densidade populacional muito alta e, por tanto, um alto nível de trânsito
de passageiros.
Para o Brasil, acomodado aos baixos preços do petróleo no passado, a crise
foi devastadora. No período do Milagre Econômico – 1968/1973 – o PIB
brasileiro cresceu a médias anuais superiores a 10% e a bolsa despertava um
forte interesse nos investidores brasileiros, mas o Choque contribuiu para
que nossas bolsas (na época existiam 27 em todo o país) passassem por um
longo período de estagnação. "Ficou todo mundo assustado. Houve uma grande
fuga de capitais da bolsa e o mercado praticamente inexistiu até o
surgimento do Plano Real. Durante todo esse período, o crescimento foi
muito inferior do que poderia ter sido. Nosso grande problema foi que o
Governo reagiu devagar demais à crise. Como optou por uma manutenção da
estratégia de crescimento à custa do endividamento externo, acumulou uma
dívida muito alta que iria pesar muito nos anos 80. E ainda, não fez todos
os investimentos adequados pra enfrentar a situação".
Com a correção do preço, as despesas brasileiras com petróleo pularam de
850 milhões para 2,4 bilhões de dólares, em 1974. Isso causou uma evolução
catastrófica na dívida externa (que saltou de US$ 17,2 bilhões em 1974 para
US$ 43,5 bilhões em 1978) e provocou o processo de estouro da inflação que
perdurou até o 2º choque, em 1979.
O Brasil recorreu, então, ao racionamento de combustível, viu a mentira do
chamado "Milagre Econômico" esvair-se, entrando em um dos períodos mais
difíceis da sua economia. O efeito mais notável foi à desaceleração do
crescimento iniciado com o chamado 'milagre econômico': que chegou a 4,6%
em 1978. Como conseqüência da crise do petróleo, desenvolveu-se a
utilização do álcool como combustível.
Os Estados Unidos, objetivo principal da criação do embargo, tomaram
medidas de cautela relativas às reservas que possuíam e ao consumo. Em
alguns estados dos EUA, utilizaram-se cartazes e bandeiras de três cores
diferentes para indicar a disponibilidade de gasolina nas estações de
serviço. De acordo com a Figura 2, uma bandeira verde indicava venda
ilimitada de gasolina. Uma bandeira amarela denotava restrições e
racionamento. Uma bandeira vermelha indicava que não se dispunha de
gasolina.
Figura 2: Bandeiras
O embargo aos norte-americanos foi suspenso em março de 1974, mas os
efeitos da crise energética repercurtiram durante toda a década de 70. O
preço da energia continuou aumentando nos anos seguintes. Entretanto, as
companhias petrolíferas, conhecidas por "Sete Irmãs", tiveram grandes
lucros com a crise, pois eram as únicas com condições de fazer os maiores
lances no mercado negro do petróleo, dominando a produção e o transporte do
produto árabe, vendendo-o por preços exorbitantes aos consumidores.
A alta explosiva nos preços do petróleo enriqueceu muitos países árabes,
que viram a renda per capita subir para os 5 mil dólares anuais. Qatar,
Kuwait, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Líbia, formaram o conjunto
de países novos ricos do Oriente Médio.
Em curto prazo os governos desses países se defrontaram na sua maioria com
o problema de financiar os inesperados e vultosos déficits que acometeram
então suas Balanças de Transações Correntes, e com a necessidade de diluir
os custos da crise por todos os setores da sociedade, evitando assim que o
peso do seu impacto fosse concentrado nos grupos diretamente ligados ao
petróleo. Os problemas de médio prazo consistiam e como ainda em grande
parte consistem, em escolher o "mix" de políticas fiscais e monetárias que
promovessem um processo adequado de transição da economia para o novo
equilíbrio de longo prazo, que é dominado pela necessidade de ajustar a
economia a três conseqüências fundamentais de elevação do preço do
petróleo. A primeira e mais contundente se refere à queda da trajetória de
crescimento da Renda desses países e conseqüentemente das suas trajetórias
de consumo. A segunda se refere à queda da produtividade marginal dos
capitais investidos internamente com relação à taxa de juros internacional.
Finalmente, a terceira diz respeito ao aumento do custo relativo de
produção dos bens e serviços que utilizam petróleo intensamente. A
adaptação da economia às duas últimas conseqüências mencionadas constitui
basicamente um problema de eficiência econômica.
Os países desenvolvidos optaram por uma estratégia de adaptação rápida, que
consistiu basicamente (a) de um profundo corte nos gastos do setor público,
(b) da adoção de um conjunto de medidas destinadas a reduzir drasticamente
e a curto prazo o consumo de petróleo e (c) da liberação das taxas de
câmbio, com o intuito de reduzir os déficits de suas balanças comerciais.
Além disso, iniciaram vultosos projetos destinados a promover a
substituição do petróleo por outras formas de energia. Conforme se sabe
esta estratégia provocou grande aumento da taxa de desemprego da mão de
obra, cujo custo social foi em grande parte atenuado pelos sistemas de
salário-desemprego existentes nestes países.
O Governo Brasileiro, ao contrário, optou por uma estratégia denominada
desaceleração progressiva sob as alegações de que uma política de
tratamento de choque geraria desemprego em massa e poderia provocar grande
desorganização do setor produtivo, de conseqüências imprevisíveis, e de que
a crise havia aberto importantes oportunidades para substituir importações
as quais deveriam ser imediatamente aproveitadas. Assim adotou-se uma
estratégia que se caracterizou (a) pela manutenção das taxas relativamente
elevadas, ainda que declinantes, dos investimentos públicos globais, (b)
pela manutenção de elevado ritmo de importações de petróleo, (c) pela
intensificação do processo de substituição de importações na área de
insumos básicos e bens de capital, via importação de equipamento e "know-
how" estrangeiros, e (d) pelo estímulo às exportações de produtos
manufaturados. Além disso, o governo iniciou também vultosos projetos para
a produção de álcool destinado a substituir gasolina automotiva. Conforme
se sabe esta estratégia sucedeu em manter um elevado nível interno da
atividade econômica e do emprego mesmo durante os períodos no decorrer dos
quais os países desenvolvidos se defrontaram com uma profunda recessão. Em
contrapartida acarretou substancial aumento da nossa Dívida Externa.
5 Emprego
A falta de oportunidades de emprego e/ou de emprego de boa qualidade está
diretamente associada à crescente exclusão social e à elevação dos níveis
de pobreza, uma característica que, em graus diversos, vem se manifestando
tanto nas sociedades centrais quanto nas periféricas a partir da segunda
metade dos anos 70.
No início dos anos 70 a economia mundial foi revertida e uma crise de
grandes proporções teve início. A partir daí as taxas de acumulação de
capital, bem como a massa de lucros foram abruptamente reduzidas, o que
resultou na estagnação do crescimento econômico de diversos países.
A partir da crise dos anos 70, os governos de todos os países centrais
(independentemente de seu discurso ideológico) utilizaram toda ou parte
dessa parafernália de medidas (e outras não mencionadas, como o subsídio ao
emprego de jovens e desempregados de longa duração, a flexibilização da
legislação para possibilitar os contratos de tempo parcial e temporários,
etc.) para combater o desemprego crescente. Os sistemas públicos de
emprego, que floresceram em quase todos os países nesse período, combinaram
certas medidas de política tipicamente passivas (assistência financeira ao
desempregado) com instrumentos ativos (formação e reciclagem profissional e
intermediação).
Quando eclodiu a primeira elevação nos preços do petróleo (1973), a
conseguinte crise foi imaginada como um fenômeno passageiro a ser
enfrentada pelas então tradicionais ferramentas keynesianas. Observou-se
uma tendência geral a ampliar os benefícios do seguro-desemprego para
proteger a crescente população desempregada. Porém, a persistência do
desemprego e a sua extensão tornaram extremamente frágil o equilíbrio
financeiro dos sistemas de ajuda ao desempregado.
O Sistema Nacional de Emprego (SINE) foi criado por um decreto, em outubro
de 1975, tendo como funções: a intermediação de mão-de-obra; a
implementação de um seguro-desemprego; a reciclagem e formação
profissional; a geração e análise de informações sobre o mercado de
trabalho e a promoção de projetos de emprego e renda.
Este sistema, sob a coordenação do Ministério do Trabalho, deveria abranger
os serviços e agências públicas de emprego, federais e regionais, bem como
os serviços privados de emprego.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) foi criado em 1976. Nos
mesmos pressupostos desenvolvimentistas, também em 1976, foi criado o
Sistema Nacional de Formação de Mão-de-obra (SNFMO), que pretendia agrupar
e coordenar todos os órgãos de formação profissional.
Todo esse sistema, que pretendia formar os recursos humanos necessários à
"modernização" da sociedade, entra em crise com o próprio modelo
desenvolvimentista. O SINE perde suas referências e entra em processo de
desagregação. Hoje, o SINE existe de fato só em alguns estados e, mesmo
assim, de forma muito precária. O PIPMO foi extinto em 1982. O SENAI, o
SENAC e o SENAR, financiados com recursos parafiscais, não possuem uma
política global que atenda ao conjunto dos trabalhadores (especialmente aos
desempregados), restringindo suas atividades às demandas das firmas do
setor moderno da economia.
Dentro do arcabouço institucional do período desenvolvimentista, foram
instituídos, no início da década de 70, o Programa de Integração Social
(PIS) e o Programa de Formação de Patrimônio do Servidor Público (PASEP).
Seus objetivos eram formar um patrimônio individual do trabalhador,
estimular a poupança e corrigir distorções na distribuição de renda. A
principal justificativa utilizada para a instituição destes programas
sustentava-se na necessidade de assegurar o cumprimento do dispositivo da
Constituição, vigente à época, que tratava da integração do trabalhador na
vida e no desenvolvimento da empresa, incluindo a sua participação nos
lucros e, excepcionalmente, na gestão das empresas.
Os objetivos do PIS-PASEP, no que diz respeito ao trabalhador, não chegaram
a ser cumpridos.
E foi também a partir da década de 70 que as mulheres foram conquistando um
espaço maior no mercado de trabalho. E, essa inserção das mulheres vem
sendo acompanhada, ao longo desses anos, por elevado grau de discriminação,
não só no que tange à qualidade das ocupações que têm sido criadas tanto no
setor formal como no informal do mercado de trabalho, mas principalmente no
que se refere à desigualdade salarial entre homens e mulheres.
6 Participação no PIB
Alguns estudos estimam que cada aumento do preço do petróleo em $10/barril
é associado com uma descida do PIB mundial em cerca de 0.5% ao ano.
Antes do primeiro choque do petróleo, em 1973, o Brasil vinha do período
conhecido como "milagre econômico", de 1968 a 1973, chegando a ter uma
variação de PIB de 13,97% em 1973. Após o choque, o crescimento da economia
brasileira caiu para 8,15% em 1974 chegando a apenas 4,97% em 1978, como
mostra a tabela 1.
Tabela 1 - PIB brasileiro na Década de 70
"' "População "PIB "PIB per capita "Deflator "
" " " " "Implícito do PIB"
" "Residentes "
" " "
" "Extração "Importação "Exportação "Consumo aparente "
"1970 "9 534 "18 220 "79 "27 675 "
"1971 "9 896 "21 604 "1 000 "30 500 "
"1972 "9 724 "26 460 "1 198 "34 986 "
"1973 "9 876 "37 037 "1 108 "45 804 "
"1974 "10 295 "37 752 "714 "47 333 "
"1975 "9 979 "39 916 "792 "49 103 "
"1976 "9 702 "46 246 "506 "55 442 "
"1977 "9 331 "46 239 "88 "55 482 "
"1978 "9 305 "51 614 "— "60 919 "
"1979 "9 661 "57 853 "— "67 514 "
Observe a distribuição do PIB brasileiro em cada ramo de atividade da
década de 70 na Tabela 3 e Figuras 3, 4, 5 e 6. Os valores são correntes:
Tabela 3 - PIB
"Produto Interno Bruto a custo de fatores, segundo as classes e ramos de"
"atividade econômica e "
"Produto Interno Bruto a preços de mercado - 1947-1989 (em R$) "
Classes e Ramos de Atividade Econômica "1970 "1971 "1972 "1973 "1974 "1975
"1976 "1977 "1978 "1979 " "Agropecuária "7,33E-03 "1,04E-02 "1,40E-02
"2,03E-02 "2,89E-02 "3,90E-02 "6,13E-02 "1,09E-01 "1,30E-01 "2,10E-01 "
"Indústria "2,27E-02 "3,11E-02 "4,24E-02 "6,74E-02 "1,02E-01 "1,47E-01
"2,25E-01 "3,34E-01 "5,01E-01 "8,47E-01 " " Extrativa mineral "4,94E-04
"6,24E-04 "7,96E-04 "1,26E-03 "2,09E-03 "2,99E-03 "5,01E-03 "8,15E-03
"1,29E-02 "2,39E-02 " " Transformação "1,74E-02 "2,37E-02 "3,26E-02
"5,31E-02 "8,01E-02 "1,14E-01 "1,75E-01 "2,56E-01 "3,85E-01 "6,45E-01 " "
Construção "3,42E-03 "4,69E-03 "6,62E-03 "9,97E-03 "1,54E-02 "2,26E-02
"3,51E-02 "5,36E-02 "8,04E-02 "1,47E-01 " " Serviços industriais de
utilidade pública "1,42E-03 "2,02E-03 "2,38E-03 "3,07E-03 "4,73E-03 "7,23E-
03 "1,01E-02 "1,57E-02 "2,26E-02 "3,21E-02 " "Serviços "3,34E-02 "4,43E-02
"5,82E-02 "8,26E-02 "1,21E-01 "1,78E-01 "2,78E-01 "4,21E-01 "6,38E-01
"1,06E+00 " " Comércio "1,04E-02 "1,34E-02 "1,74E-02 "2,64E-02 "3,85E-02
"5,29E-02 "7,56E-02 "1,10E-01 "1,53E-01 "2,38E-01 " " Transportes (1)
"2,35E-03 "3,11E-03 "4,09E-03 "5,30E-03 "8,34E-03 "1,18E-02 "2,09E-02
"3,16E-02 "4,89E-02 "8,46E-02 " " Aéreo "1,55E-04 "2,23E-04 "3,25E-04
"4,84E-04 "6,31E-04 "9,77E-04 "1,37E-03 "1,93E-03 "3,17E-03 "5,27E-03 " "
Ferroviário "3,87E-04 "4,79E-04 "6,23E-04 "6,85E-04 "1,04E-03 "1,59E-03
"2,79E-03 "5,03E-03 "6,51E-03 "8,79E-03 " " Hidroviário "2,17E-04
"2,90E-04 "3,56E-04 "3,91E-04 "8,44E-04 "9,00E-04 "1,06E-03 "1,15E-03
"1,77E-03 "3,18E-03 " " Rodoviário "1,59E-03 "2,12E-03 "2,78E-03
"3,74E-03 "5,82E-03 "8,32E-03 "1,57E-02 "2,35E-02 "3,75E-02 "6,68E-02 " "
Comunicações "3,88E-04 "4,84E-04 "7,84E-04 "1,36E-03 "1,71E-03 "2,87E-03
"4,63E-03 "7,96E-03 "1,26E-02 "2,19E-02 " " Instituições financeiras
"3,82E-03 "5,22E-03 "6,82E-03 "9,21E-03 "1,47E-02 "2,38E-02 "4,12E-02
"6,49E-02 "1,09E-01 "1,78E-01 " " Administrações públicas "5,86E-03
"7,79E-03 "1,00E-02 "1,30E-02 "1,76E-02 "2,72E-02 "4,25E-02 "5,95E-02
"9,10E-02 "1,51E-01 " " Aluguéis "5,89E-03 "7,62E-03 "9,60E-03 "1,23E-02
"1,73E-02 "2,43E-02 "3,65E-02 "5,61E-02 "8,39E-02 "1,39E-01 " " Outros
serviços "4,66E-03 "6,62E-03 "9,41E-03 "1,50E-02 "2,33E-02 "3,47E-02 "5,64E-
02 "9,12E-02 "1,39E-01 "2,45E-01 " "Subtotal "6,35E-02 "8,58E-02 "1,15E-01
"1,70E-01 "2,53E-01 "3,63E-01 "5,64E-01 "8,64E-01 "1,27E+00 "2,12E+00 " "
" " " " " " " " " " " "Menos:imputação dos serviços de interm.
financeira "4,08E-03 "5,76E-03 "7,29E-03 "9,49E-03 "1,56E-02 "2,44E-02
"4,09E-02 "6,50E-02 "1,06E-01 "1,71E-01 " " " " " " " " " " " " "
"Produto Interno Bruto a Custo de Fatores "5,94E-02 "8,00E-02 "1,07E-01
"1,61E-01 "2,37E-01 "3,39E-01 "5,23E-01 "7,99E-01 "1,16E+00 "1,94E+00 " "
" " " " " " " " " " " "Tributos indiretos "1,18E-02 "1,47E-02
"1,96E-02 "2,74E-02 "3,98E-02 "5,30E-02 "8,02E-02 "1,21E-01 "1,76E-01
"2,65E-01 " "Menos: subsídios "5,44E-04 "7,57E-04 "8,71E-04 "2,17E-03
"5,86E-03 "1,03E-02 "9,22E-03 "1,36E-02 "2,46E-02 "4,16E-02 " " " " " "
" " " " " " " "Produto Interno Bruto a Preços de Mercado "7,07E-02
"9,39E-02 "1,26E-01 "1,86E-01 "2,71E-01 "3,82E-01 "5,94E-01 "9,07E-01
"1,32E+00 "2,17E+00 " "
Figura 3 - Produto Interno Bruto (PIB) - valores correntes (1000 CZ$)
Figura 4 - Produto Interno Bruto (PIB) - variação em volume (%)
Figura 5 - Produto Interno Bruto (PIB) per capita (%)
Figura 6 - Produto Interno Bruto (PIB) – deflator (%)
7 Como políticas públicas afetam o setor
Política pública é um conjunto de estratégias que auxiliem na tomada de
decisão em assuntos de ordem pública, política e coletiva.
SOUZA (2006) diz que as políticas públicas na sua essência estão ligadas
fortemente ao Estado, este que determina como os recursos são usados para o
beneficio de seus cidadãos.
Apesar de não haver uma definição única na literatura, entende-se por
políticas públicas um grupo de decisões inter-relacionadas tomadas por um
determinado político, com o objetivo de garantir direitos sociais, criando
um compromisso público que visa atingir uma determinada demanda.
As políticas públicas são afetadas por choques, mudanças internas entre
outros fatores que influenciem na economia, bem estar social de um
determinado país.
Pode ser considerado como choque qualquer mudança exógena, tais choques
podem ser de demanda ou de oferta. No caso específico do choque dos anos
70, ele se caracterizou por se de oferta o que provocou alterações nos
custos de produção, afetando preços, taxa de desemprego, inflação e
consequentemente o PIB.
O cenário que se formou na década de 70 era de instabilidade por parte dos
OPEP, visto que os países que o formam, com exceção da Venezuela, passavam
por período de tensões políticas. As conseqüências desse momento
conflitante foram redução na oferta de petróleo, preço do petróleo
aumentado severamente.
Diante dessas características se formou nos mercados afetados uma alta da
inflação, baixa de produtos e aumento na taxa de desemprego. A curva para
tal momento é apresentada abaixo:
Figura 7 - Situação dos Mercados durante choque dos anos 70
Dentre as funções do governo, têm-se a função estabilizadora, esta tem como
objetivo o uso da política econômica visando a um alto nível de emprego, a
estabilidade de preços, e a obtenção de uma taxa apropriada de crescimento
econômico (GIAMBIAGI, 2001).
Dessa forma, no intuito de suavizar tais flutuações com objetivo de reduzir
a inflação e a taxa de desemprego, paralelamente aumentando a oferta de
produtos, foi necessária a adoção de uma política estabilizadora, a qual se
procura diminuir a taxa inflacionária ao mesmo tempo em que também reduzia
a taxa de desemprego e ainda ofertando mais petróleo para consumo.
Assim, a economia passou a se comportar de forma representada nos gráficos
abaixo:
Figura 8 - Gráfico Situação pós Política Pública 1
Esse gráfico mostra que um choque adverso faz com que à economia passe do
ponto A para o ponto B.
Figura 9 - Gráfico Situação pós Política Pública 2
Já esse gráfico mostra que a curva BC acomodou o choque, aumentando a
demanda. Então o produto será sempre maior, mantendo a oferta grande,
enquanto o nível de produto se mantém a pleno emprego.
Essas atitudes fizeram com que a economia diminui-se as flutuações e se
recupera-se ao longo do tempo.
O Milagre Econômico
O Milagre Econômico, período entre 1968 a 1973, foi marcado por um
crescimento acelerado da economia, devido à disponibilidade externa de
capital e a determinação dos governos militares de fazer do Brasil uma
"potência emergente".
Esses motivos viabilizaram investimentos em infra-estrutura (rodovias,
ferrovias, telecomunicações, portos, usinas hidrelétricas, usinas
nucleares), nas indústrias de base (mineração e siderurgia), de
transformação (papel, cimento, alumínio, produtos químicos, fertilizantes),
equipamentos (geradores, sistema de telefonia, máquinas, motores,
turbinas), bens duráveis (veículos e eletrodomésticos) e na agroindústria
de alimentos (grãos, carnes, laticínios).
Durante essa fase, enquanto inúmeros países passavam por recessão, o Brasil
apresentava valores crescentes do PIB e decrescentes de inflação, como
ilustra a Tabela 4 e Figura 10.
Tabela 4: Indicadores macroeconômicos – 1968 - 1973.
Figura 10: Indicadores macroeconômicos – 1968 - 1973.
Nesse período ocorreram várias explosões, como a explosão das classes
médias, a explosão demográfica, a explosão urbana e a explosão do consumo e
do crédito. Esses fatos têm relação com o aumento da produção industrial e
agrícola, como também do comércio, dos transportes, das trocas de todos os
tipos, das obras públicas, da administração e da necessidade de informação.
Além disso, há uma expansão e diversificação do emprego.
A classe média é a grande beneficiária do crescimento econômico, do modelo
político e dos projetos urbanísticos adotados, enquanto os brasileiros mais
pobres apenas foram incompletamente atendidos nos últimos anos do regime
autoritário.
Conclusão
Concluí-se ao analisar a crise da década de 1970 é que a economia dos
países ricos está intimamente ligada ao petróleo. Como esse é um recurso
não renovável as potências tentam explorar fontes alternativas de energia.
Mas ainda é difícil imaginar a economia mundial não dependendo mais desse
recurso, o que se sabe é que seriam necessárias mudanças profundas no
cenário econômico mundial para se adaptar a essa nova realidade.
Referências
COELHO, Daniel Simões. O que é oferta?. Disponível em:
. Acesso em: 16
jun. 2010
GIAMBIAGI, F. e ALÉM, A. Finanças Públicas: Teoria e Prática no Brasil. 2ª
ed., Rio de Janeiro. Editora Campus/Elsevier, 2001.
GOMES, Victor. Introdução as flutuações econômicas. Disponível em:
. Acesso em:
15 de Junho de 2010.
MANKIW, N.G. Macroeconomia. 6. Ed. Rio de Janeiro: S.A, 2008.
Passos, Carlos Roberto Martins; Nogami, Otto. Princípios de Economia. 5 ed.
rev. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
SOUZA, Celina. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. IN
Sociologias nº 16. Junho/dezembro 2006, p. 20-45.
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SBPC/LABJOR. Petróleo: O primeiro choque. Disponível em:
. Acesso em 16
de Junho de 2010.
FOLHA ONLINE. O Primeiro Choque do Petróleo em 1973. Disponível em:
.
Acesso em 16 de Junho de 2010.
BRASIL EM DESENVOLVIMENTO. Crise energética e trajetórias de
desenvolvimento tecnológico. Disponível em:
. Acesso em 18 de Junho de 2010.
Elasticidade e a sua aplicação. Disponível em:
. Acesso em 18 de Junho de 2010.
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