Transcript
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Escola Politécnica
Programa de Engenharia Urbana
Disciplina: Drenagem Urbana Sustentável
Prof. Dr. Marcelo Gomes Miguez
Alunos: Carlos Lima Castro
Lydyanne Barbosa dos Santos
Micaele Dias da Silva
Monique Rodrigues Lopes
Sugestões de ações para o controle de inundações no Município de Nova
Friburgo – RJ
Resumo – O Município de Nova Friburgo no Estado do Rio de
Janeiro vem sistematicamente sofrendo inundações e
deslizamentos de encostas em épocas de eventos
pluviométricos extremos que estão ocorrendo cada vez mais
frequentes. As bacias hidrográficas do Município estão
muito degradadas e, simplesmente, não houve planificação
na expansão urbana, com a consequente ocupação de áreas
non edificandi, que pertencem aos naturais serviços
hídricos. As ações e sugestões apresentadas visam
possibilitar a mitigação dos efeitos das ações
antropogênicas nocivas e conviver com as inundações
naturais.
Palavras Chave: Inundações. Intervenções antropogênicas.
Bacias hidrográficas. Nova Friburgo.
Abstract - The municipality of Nova Friburgo in the State
of Rio de Janeiro has consistently suffering flooding and
landslides in times of extreme rainfall events that are
running each time with a recurrence time shorter.
Watersheds of the County are very degraded and there was
just planning on urban sprawl and the consequent
occupation of areas and non edificandi pertaining to
natural water services. Actions and suggestions are
presented so that we can minimize the harmful effects of
anthropogenic and natural living with floods minimized.
Keywords : Floods. Anthropogenic interventions.
Watersheds. Nova Friburgo.
1 Introdução
1.1 A importância do estado da bacia hidrográfica no diagnóstico de
problemas de inundação
Oliveira et alii (2013) exercita uma reflexão sobre a
necessidade de diagnosticar a saúde de uma bacia
hidrográfica, de um modo sistêmico, para entender o
problemas das inundações em seus componentes, corpos
hídricos, planícies, cidades, etc. :
O Brasil é um país tropical, historicamente caracterizado
pela riqueza da sua fauna, flora e recursos hídricos. O
regime de chuvas ao qual está submetido, na sua maior
parte, com elevadas precipitações, foi fator preponderante
para que desde o descobrimento, os recursos hídricos
fossem entendidos como inesgotáveis. Através dos séculos,
com o crescimento vertiginoso da população, o crescimento
incontrolável de cidades, o avanço das fronteiras
agrícolas, as crescentes necessidades de energia e a
transposição de águas para abastecimento humano,
introduziram-se profundas alterações na geomorfologia e
uso do solo das bacias hidrográficas. Essas mudanças
acarretaram à percepção de que o uso dos recursos hídricos
e dos limites para a sua utilização é conflituoso.
Entretanto, se o gerenciamento do uso dos recursos
hídricos e o equilíbrio entre a demanda e a oferta,
gradativamente, se torna um enorme desafio, principalmente
na região semiárida, outros grandes desafios se
apresentam, como a necessidade de corpos d'água
preservados que apresentem um bom estado ecológico, com a
recuperação do seu estado hidromorfológico, o controle das
enchentes nas áreas urbanas, o controle dos processos
erosivos anormais nas áreas de contribuição hídrica das
bacias hidrológicas e implantação efetiva de planos
municipais de saneamento.
Como a maior parte do nosso território é marcado por
intensas chuvas de verão, cada vez s mais recorrente as
grandes perdas econômicas, perda de vidas e a degradação
de áreas. As cidades modificam o ambiente natural de forma
drástica, alterando o ciclo natural, tornando as cheias
mais intensas e provocando a supressão de áreas naturais
de amortecimento das enchentes. O processo de modificações
das condições naturais provocado pelas atividades humanas,
como a impermeabilização crescente do solo urbano,
prejudicam as infiltrações e levam ao excesso de águas
superficiais, concentrando-as em menor tempo nas áreas
mais baixas e gerando crescentes dificuldades de
escoamento. Em muitas partes as atividades humanas
fomentaram a degradação ao modificarem o funcionamento dos
sistemas fluviais. Em alguns casos as modificações
executadas provocaram uma perda tão grande nas funções
naturais, que o restabelecimento de um ecossistema torna-
se quase uma utopia.
BRIERLEY&FRYIRS (2005), no estudo sobre rios
australianos, citam as alterações nas condições naturais
acarretando uma perda significativa da saúde dos rios,
definida como a capacidade de um rio e seu ecossistema
associado de realizar as suas funções naturais. A saúde de
um rio pode ser avaliada pelas condições de sua bacia
hidrográfica que fornece as indicações para a sua saúde
ambiental e social. A exploração não controlada da bacia
com uso agressivo do solo, a falta de proteção das faixas
marginais e a falta da demarcação das áreas de preservação
permanente são importantes fatores de degradação fluvial.
Estes, por sua vez, refletem em inundações, espalhamento
de águas contaminadas, agravamento da situação de doenças
de veiculação hídrica, escassez de águas de abastecimento,
degradação dos ecossistemas associados, erosões e/ou
assoreamentos. A preocupação com a saúde ecológica dos
rios transcende a questão da fauna e flora ribeirinha,
afetando também os usos da água e a questão do equilíbrio
morfológico e de diminuição de riscos hidráulicos.
Insta ressaltar que o estado das bacias hidrográficas pode ser avaliado de
um modo quase imediato, por intermédio de indicadores de degradação tais
como: ocupação das calhas e das zonas de amortecimento dos corpos
hídricos, degradação da qualidade da água, perda acentuada de
biodiversidade, perda nas zonas urbanas principalmente, de vegetação
ripária, acelerado processo de ocupação das encostas com a consequente
perda de vegetação nativa e início de processos erosivos, ausência de
planificação para a expansão urbana, perda da permeabilidade do solo
conjugado com alta declividade do terreno, ausência de instrumentos no
Plano Diretor ou legislação urbana esparsa que permita conter a
impermeabilização do solo, incentivar a construção de reservatórios de
contenção e retenção públicos e particulares e a prática da engenharia
verde.
Não podemos olvidar que corpos hídricos são estruturas vivas, permeiam uma
sucessão de fatores que lhe informam como se comportar naquele momento. Um
corpo hídrico por mais que a percepção humana considere como desprezível,
informa aspectos hidrogeomorfológicos que nossa escala de tempo não pode
perceber. Existimos há somente 10.0000 anos no planeta. A Pangéia[1],
teoria provado por Wegener, a formação original dos continentes deu-se a
200.000.0000 de anos e até o momento acontecem acordos entre as placas
tectônicas. As altas altitudes (no caso do Brasil e de Nova Friburgo)
explicam os esmagamentos de placas e o surgimento de altas declividades.
São locais para não se ocuparem encostas e simplesmente observar e deixarem
livres as áreas de espraiamento de enchentes extraordinárias, coisas
naturais, do ciclo hidrogeomorfolólgco.
2. Características do Município de Nova Friburgo
A cidade de Nova Friburgo foi colonizada pela Suíça
em 1818. No ano de 1890, o município de Nova Friburgo era
constituído de um território composto por um núcleo urbano
situado nas proximidades do rio Bengala e por áreas rurais
que circundam esse território. O desenvolvimento de Nova
Friburgo foi determinado pela implantação de indústrias e
pela afluência de turistas atraídos pela beleza natural da
zona montanhosa e salubridade do clima privilegiado
(Lemgruber; Musumeci, 2009).
Inicialmente a ocupação dos terrenos da área urbana
de Nova Friburgo ocorreu em áreas menos íngremes das
planícies de inundação do rio Bengalas e de seus
formadores - rios Santo Antônio e Cônego. Os terrenos eram
grandes e as edificações ocupavam uma pequena porcentagem
do lote (Prefeitura Municipal de Nova Friburgo, 2007 apud
PUC Rio, 2012).
Em 1900, segundo censo, a população da cidade era de
16.117 habitantes; em 1940, de 39.210. Foi nas décadas de
1970 e 1980 que o número de residentes de Nova Friburgo
cresceu em altas taxas, superando a média do estado,
tabela 1. No entanto, nos anos 90 passou a crescer em um
ritmo lento, pois houve redução do crescimento vegetativo
e do fluxo migratório, em 2010, segundo o censo, a
população era de 182.016 habitantes (Lemgruber; Musumeci,
2009).
Figura 1 : Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1940 e 2000 e
Contagem Populacional 2007 apud Lemgruber; Musumeci, 2009.
2.1 Características Geológicas e Geomorfológicas de Nova Friburgo
A cidade de Nova Friburgo está localizada no centro-norte
do estado do Rio de Janeiro, na Mesorregião do Centro
Fluminense (como mostra a figura 1), a uma altitude média
de 985 metros, distando 126 km da capital fluminense. Sua
área é de 965,81 km² e compreende os distritos de
Riograndina, Campo do Coelho, Amparo, Lumiar, Conselheiro
Paulino, São Pedro da Serra e Mury.
Figura 2: Município de Nova Friburgo. Fonte: Prefeitura de
Nova Friburgo
Seu relevo é conhecido como Planaltos e Serras do
Atlântico Leste-Sudeste (Ross, 1995, p.58) e faz parte do
Domínio Morfoclimático dos "Mares de Morros" (Ab'Saber,
2003, p.27-28). Trata-se de uma área onde há o predomínio
de morros arredondados, esculpidos pelo clima tropical
úmido (figura 3).
Figura 3: Domínios Morfoclimáticos. Fonte: Ab'Saber, 2003
A área de estudo apresenta um relevo com poucas áreas
planas, predominando relevos bastante acidentados. Dessa
maneira, a região atingida pela catástrofe das chuvas
apresenta encostas muito íngremes, redes de drenagem
perenes e grandes escarpas decorrentes de falhas
geológicas. Portanto, devido a essas características do
relevo, Nova Friburgo, assim como a região serrana de uma
maneira geral, é constantemente afetada por movimentos de
massa nas encostas. Vale ressaltar que atrelado a essas
características geológicas e geomorfológicas estão as
condições da cobertura vegetal e o alto índice
pluviométrico durante o verão, contribuindo para uma maior
infiltração da água no solo e assim potencializando os
movimentos de massa.
A partir destas constatações, ficam evidentes as
dificuldades e os riscos referente à ocupação humana na
região, como é retratado por Ab'Saber (2003, p.17):
[...] O domínio dos "mares de morros" tem mostrado ser o
meio físico, ecológico e paisagístico mais complexo e
difícil do país em relação às ações antrópicas. [...]
Trata-se, ainda, da região sujeita aos mais fortes
processos de erosão e de movimentos coletivos de solos em
todo o território brasileiro (faixa Serra do Mar e bacia
do Paraíba do Sul). Cada subsetor geológico e topográfico
do domínio dos "mares de morro" tem seus próprios
problemas de comportamento perante as ações antrópicas,
nem sempre extrapoláveis para outros setores, ou mesmo
para áreas vizinhas ou até contíguas.
Portanto, é essencial levar em consideração a
dinâmica da geologia e geomorfologia da região para
soluções e intervenções que harmonizem a relação homem-
natureza, já que os maiores impactos da tragédia das
chuvas ocorreram em áreas de encostas ocupadas
irregularmente, contribuindo para os diversos
deslizamentos (figura 4).
Figura 4: Deslizamentos em áreas de encosta com ocupações
irregulares em Nova Friburgo
2.2 Características das bacias hidrográficas do Município de Nova Friburgo
Bacias: Rio Grande, Rio Bengalas, Ribeirões de São José e
Capitão e do Rio Macaé. Os principais rios que cortam o
centro da cidade são: Rio Santo Antônio, Rio Cônego e o
Rio Bengalas, que se forma após o encontro destes rios.
O Rio Cônego nasce da junção do Córrego Caledônia,
Córrego Bambuaçú e do Rio Cascatinha. Passa pelos bairros
da Cascatinha, Santo Antônio, Cônego, Olaria, Bela Vista e
centro. Rio Santo Antônio nasce no bairro do Debossan,
corta as localidades de Mury, Ponte da Saudade, Bairro Ypú
e centro, e juntamente com o Rio Cônego formam o Rio
Bengalas. Rio Bengalas, durante seu percurso entre o
centro da cidade e a cidade de Bom Jardim recebe as águas
dos pequenos córregos que vêm das partes altas da cidade,
principalmente dos bairros Braunes, Tingly e ainda as
águas do Córrego do Relóge ou relógio, do Córrego dos
Inhames e do Córrego D'Antas. Deságua no Rio Grande, no
distrito bomjardinense de Banquete. Rio Macaé nasce na
localidade de Verdun, distrito de Muri e segue rumo leste
do município, em direção a Lumiar. Em Lumiar, recebe as
águas de diversos rios, como o Rio Bonito e o Rio São
Pedro. Possui diversos trechos cheios de cachoeiras, o que
propicia a prática de esportes radicais, como o rafting,
bóiacross e a canoagem, que fazem de Lumiar um dos mais
importantes redutos de esportes radicais do estado,
acontecendo aqui competições como os Circuitos Estadual e
Nacional de Canoagem, muito concorridos. Os ribeirões de
São José e do Capitão nascem no Morro do Curuzu em
Varginha, cortando grande área rural da localidade e do
Distrito do Amparo. O Capitão desagua no São José, que por
sua vez deságua no Rio Grande, já na cidade de Bom Jardim.
Trata-se de rios poluídos, devido à grande
quantidade de agrotóxicos lançados in natura pelos
lavradores e pela falta de saneamento básico nas regiões,
onde o esgoto domiciliar é lançado sem qualquer tratamento
em suas águas. Mas isso está mudando, pois já foi
inaugurada a primeira estação de tratamento de esgoto,
localizada no bairro de Olaria, que processa trinta por
cento do esgoto do município.
O Rio Grande nasce na Serra do Morro Queimado, no
bairro de São Lourenço, situado no 3º distrito de Nova
Friburgo, Campo do Coelho, zona rural da cidade. Rio que
banha as áreas rurais da cidade cortando bairros como
Conquista, Campo do Coelho, Rio Grande de Cima, e o
distrito de Riograndina. O Grande é um dos mais
importantes afluentes do Paraíba do Sul, que nasce em São
Paulo e deságua em São João da Barra, no nordeste
fluminense, passando pelos estados de Minas Gerais e Rio
de Janeiro.
Esse rio sofre com a erosão causada pelas enxurradas
e por causa das construções irregulares às suas margens. A
poluição também prejudica a saúde do rio, já que um dos
mais importantes mananciais de abastecimento de Nova
Friburgo e de quase toda região serrana norte depende
dele. Ao longo de seu curso até o Paraíba, recebe dejetos
industriais e residenciais de vários municípios, tais como
Bom Jardim, Cordeiro, Macuco, Trajano de Moraes e São
Sebastião do Alto. E recebe águas de vários rios
importantes como o Rio Negro, que nasce em Duas Barras e
forma, junto com o Grande, o Rio Dois Rios, na divisa
entre Itaocara e São Fidélis, norte do estado.
2.2.1 O Saneamento e as bacias
Na Bacia do Macaé, rede de esgoto é inexistente, ele é
despejado diretamente nos rios, em fossas sépticas ou
rudimentares. As localidades que apresentam maior
percentual de domicílios com fossa séptica são: Macaé de
Cima (89,1%), Galdinópolis (78,1%) e Boa Esperança
(73,7%). Nas localidades de Bocaina (74,4%) e Vargem Alta
(62,6%), a cobertura de fossas sépticas nos domicílios é
razoável, entretanto problemas relacionados ao despejo de
esgoto in natura nos rios não proporcionam a qualidade de
vida e boa interação com o meio ambiente.
Os pontos críticos se localizam em Rio Bonito de
Cima (85,7%), Rio Bonito de Baixo (74,5%) e Cascata e São
Romão (43,4%), além dos núcleos urbanos de Lumiar (75,4%)
e São Pedro da Serra (64,7%), que apresentam elevados
percentuais de fossas rudimentares, gerando contaminação
do solo e dos lençóis freáticos da região, podendo colocar
em risco grande parte da população, que faz uso de água de
poço. Em relação à poluição por esgoto in natura dos rios
as localidades de Bocaina (18,8%) e Vargem Alta (10,7%)
apresentam índices preocupantes. A situação em Cascata e
São Romão (8,8%) e Vargem Alta (15,9%), no que se refere
ao esgoto em valas, assim como o alto percentual de
domicílios sem banheiros em Rio Bonito de Cima (9,3%) e
Vargem Alta (7,4%) também podem ser considerados pontos
críticos.
Como o abastecimento de água é insuficiente, a
maioria a população tem o abastecimento através de poços e
nascentes, sendo a água contaminada, gera uma série de
doenças. Ao esgoto jogado nos rios, soma-se a coleta de
lixo que não atende toda a área urbanizada, nem possui uma
coleta seletiva para embalagens de agrotóxicos, para
agravas a contaminação das águas (Araújo e Lima, p. 38-40,
2006 apud Lemgruber; Musumeci, 2009).
Quanto a Bacia do Bengalas, o acesso à água não é
caracterizado uniformemente, pois existem localidades com
abastecimento considerado precário e aquelas com água
tratada e abastecimento considerado satisfatório. A rede
geral de águas atinge a maioria dos domicílios (86,5%),
sendo que são poucas as localidades que não têm acesso à
água encanada, mas há necessidade de construção de novos
reservatórios e manutenção dos que já existem, além do
correto tratamento da água que é fornecida para o uso da
população. Como não há coleta e tratamento do esgoto, em
alguns lugares este corre a céu aberto, muitas vezes
direto para os rios, causando sérios danos à comunidade.
Cascatinha (bairro Caledônia) apresenta a maior
cobertura de fossas sépticas na Bacia do Rio Bengalas
(75,6%). Os pontos mais críticos estão nas localidades da
Favela do Cordoeira, onde 24% dos domicílios não possuem
banheiro nem sanitário. No Debossan (71%) e na Nova Suíça
(52%) chama atenção a utilização em larga escala das
fossas rudimentares. Já em Duas Pedras (64,4%), no Rui
Sanglard (63,6%), no Cônego (58,9%) e São Jorge (51%) é
preocupante o elevado percentual de domicílios que
despejam o esgoto in natura diretamente nos rios.
A rede de águas pluviais pode ser considerada
insatisfatória e inadequada ao relevo em boa parte desta
região, onde não existe separação entre a rede de esgotos
e a rede de águas pluviais, gerando mau cheiro em muitos
bueiros da cidade. Em épocas de chuvas, devido à ausência
de uma drenagem adequada ao volume de água, em muitas
localidades ocorre o retorno de águas, além da quebra de
galerias e bueiros entupidos e abertos.
A coleta de lixo é considerada satisfatória, sendo
que a pouca quantidade de lixeiras em algumas localidades
pode ser considerada como carência. A falta de limpeza de
ruas e calçadas esburacadas no Centro da cidade evidencia
um problema que causa impacto negativo na imagem do
município tanto para os turistas quanto para os moradores
residentes. (Araújo e Lima, p. 50-52, 2006 apud Lemgruber;
Musumeci, 2009).
Já na Bacia do Grande, o acesso à água é considerado
bom, entretanto na localidade de Campo do Coelho, há
problemas relacionados à falta de água. Em geral, há
grande exploração das nascentes e poços artesianos.
Existem pontos críticos em toda região no que se
refere à rede de águas pluviais, este fato relacionado à
falta de uma rede de esgotos torna o panorama da região
bastante grave numa perspectiva que considere a relação
com o meio ambiente. As fossas rudimentares são utilizadas
por 30,7% dos domicílios da região para escoamento do
esgoto, provocando poluição do solo e contaminação do
lençol freático, o que é preocupante tendo em vista que a
principal atividade econômica é a agricultura. Além disso,
17,5% dos domicílios escoam o esgoto diretamente nos rios,
denotando um quadro preocupante.
Das localidades que tem fossas sépticas na maior
parte dos domicílios destacam-se Salinas (64,3%),
Conquista (48,7%) e Parque Santa Tereza (47,3%). Porém,
esses percentuais são contrabalanceados, de forma
negativa, pelos altos percentuais apresentados por estas
localidades, onde se destacam: 33,2% do esgoto em
Conquista - e 16,8% em Salinas - é escoado através de
fossas rudimentares; enquanto 51,7% do esgoto no Parque
Maria Tereza é escoado através da rede de águas pluviais
que deságuam nos rios. Como pontos críticos e preocupantes
na utilização de fossas rudimentares pelos domicílios
apresentam-se as localidades de Santa Cruz e Centenário
(87,4%), São Lourenço (70,5%), Campo do Coelho (67,7%) e
Barracão dos Mendes (55,2%). Nas localidades de Janela das
Andorinhas (51,3%) e Riograndina (38,5%) é preocupante a
quantidade de domicílios que despeja o esgoto diretamente
nos rios, assim como a utilização de valas (Araújo e Lima,
pp. 60-62, 2006 apud Lemgruber; Musumeci, 2009).
3 Fatores climáticos e eventos severos
3.1 O desastre das chuvas e deslizamentos
No ano de 1938, antes mesmo da explosão demográfica da
cidade, ocorreu enchente em Nova Friburgo que alagou a
cidade, figura 5.
Figura 5: Foto da enchente na rua Francisco Miele - 02 de
janeiro de 1938.
Em 1940, outra cheia (figura 6), há registro de que
choveu ininterruptamente durante três meses consecutivos
nessa época. A extensa mata atlântica corrobora com a
retenção do grande nível pluvial.
Figura 6: Foto da enchente da Avenida Galdino do Vale, em
1940.
As enchentes do Rio Bengala eram uma constante na região
nos períodos de chuva – inundava casas, destruía pontes e
os precários caminhos da urbe (História e Memória de Nova
Friburgo). O crescimento acelerado em um curto período
acentuou essa característica, sendo as consequências das
cheias cada vez mais graves.
Esse processo de urbanização dificultou o planejamento de
uso e ocupação do solo e gerou ocupações desordenadas e
muitas irregulares. Pois para assentar essa população
houve desmatamento e ocupação das encostas que circundam a
cidade – o que ocasionou deslizamentos (figura 7). A
região, praticamente, em 50 anos triplicou a população num
espaço territorial definido pelas cadeias de montanhas e
rios. Aumento da população numa região que chove muito
devido à mata atlântica, a potencialidade de ocorrência de
desastre natural é elevado.
Figura 7: Foto de Nova Friburgo mostrando os pontos de deslizamentos
(amarelos) e o Rio Bengalas (ponto verde). Fonte: Google Earth, 2013.
Quanto à taxa de urbanização da população municipal, já
era muito alta em 1970 (quase 83%) e continuou crescendo
até 2000 (Lemgruber; Musumeci, 2009). Como pode ser
percebida na tabela 2.
Tabela 2 – População residente – Taxa de urbanização por distrito (%)
Fonte: Plano Diretor Participativo apud Lemgruber;
Musumeci, 2009.
As áreas urbanas, em 2000, representavam apenas
1,52% do território municipal, o que leva a esse índice de
urbanização ser alto, com uma enorme concentração (mais de
83%) dos habitantes em apenas dois distritos, ambos 100%
urbanizados: o distrito-sede e o de Conselheiro Paulino. A
maior parte da superfície do município era ocupada por
florestas, atividades agropecuárias e/ou de veraneio e
turismo. Nessas regiões a densidade era entorno de 3,5
habitantes por km², no entanto em áreas como Cordeira
(região centro do município), era de mais de 17 mil
habitantes por km² (Lemgruber; Musumeci, 2009).
Além do problema da alta concentração da população
em determinadas regiões, a cidade apresenta, ainda,
deficiências de infraestrutura, questão causada,
principalmente pelo crescimento desordenado de diversas
áreas, com loteamento e ocupações irregulares do solo,
seja para moradia ou para atividades econômicas. "Segundo
levantamento do PDP-NF, não só em zonas urbanas, como
também em zonas de proteção ambiental e em zonas rurais
sob jurisdição do INCRA, vem ocorrendo uma expansão
desenfreada, favorecida pela falta de controle e de
fiscalização por parte dos órgãos públicos. Multiplicação
de loteamentos clandestinos, tanto populares quanto de
classe média, degradação ambiental, desordem urbana,
aumento da ilegalidade, favelização, construção em áreas
de risco e queda da qualidade de vida são algumas das
consequências desse processo" (Lemgruber; Musumeci, 2009).
O parcelamento do solo em pequenos lotes que, para
serem aproveitados integralmente pelas construções, foram
submetidos a cortes e aterros, ampliou as fragilidades
naturais existentes nos terrenos. Há, ainda, as vias de
acesso às moradias que alteraram a drenagem natural das
regiões ocupadas, o que leva a concentração de grandes
fluxos de água em determinados pontos, e auxilia para a
ocorrência de tragédias como a de 2011 (Prefeitura
Municipal de Nova Friburgo, 2007 apud PUC Rio, 2012).
Soma-se a esse fator, a falta de esgotamento
sanitário adequado em partes desses assentamentos (será
comentado de forma mais detalhada a seguir), que contribui
para a ocorrência de deslizamentos nas encostas, em função
da saturação dos terrenos pela infiltração a partir das
fossas. Da mesma forma, o lixo muitas vezes lançado e
acumulado nas encostas, passa a ser um importante fator de
risco (Prefeitura Municipal de Nova Friburgo, 2007 apud
PUC Rio, 2012).
Agrava, ainda mais, a situação a maioria dos cursos
d`água ser canalizados e/ou retificados, com suas margens
próximas ocupadas por infraestrutura urbana e estradas,
pontes, calçadas e por edificações. A expansão urbana
gera, por sua vez, mais áreas impermeabilizadas, fato que,
em caso de chuvas torrenciais aumenta o volume de água e
acelera a sua chegada ao canal, fazendo-o transbordar, com
as consequências conhecidas (MMA, 2011 apud PUC Rio,
2012).
A combinação dessas intervenções urbanas,
falta de um planejamento adequado e os períodos de chuvas
com fortes enxurradas, acentua o escoamento e ocasiona,
muitas vezes, enchentes nas áreas de várzea das drenagens
principais. Os temporais alteram-se a períodos de chuvas
constantes, quando há forte infiltração das águas nas
encostas - suscetíveis a escorregamentos (Prefeitura de
Nova Friburgo, 2007).
Em janeiro de 2011, o Rio de Janeiro foi acometido
por chuvas intensas que causaram diversos desastres
ambientais. Foi um episódio que retratou a reação da
natureza diante das intervenções humanas desordenadas.
Nessa tragédia, mais de 900 pessoas morreram na
Região Serrana do Rio de Janeiro e em Nova Friburgo, o
município mais afetado, foram mais de 400 mortes e cerca
de 5 mil desabrigados por conta das enchentes e dos
diversos deslizamentos.
A conjugação de fatores como a geologia, a
hidrologia, a geomorfologia e o índice pluviométrico da
região contribuíram para a magnitude da catástrofe, já que
a região é naturalmente mais suscetível a movimentos de
massa devido à instabilidade das encostas, sendo agravado
pela ocupação irregular destas. Tal situação é
fundamentada pelo geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos[2]:
[...] os escorregamentos da Serra do Mar acontecem há 60
milhões de anos, e vão continuar acontecendo. Para o
geólogo, a alternativa mais viável e econômica é retirar
as famílias que vivem em áreas de risco. Pelo menos em
tese, até seria possível fazer grandes obras de contenção.
Mas por um preço astronômico e sem garantia de dar certo.
Em se tratando de Serra do Mar nem isso pode lhe assegurar
a segurança desejada para comportar a presença da
população. As vertentes e encostas são de alta inclinação
e já, em si, trazem uma instabilidade muito grande. Os
escorregamentos são parte integrante e natural da Serra do
Mar. A Serra do Mar não precisa do homem para ter
escorregamento. A ação do homem mexendo com essas áreas
tão instáveis – desmatando, cortando, fazendo aterros,
lixões, fossas de infiltração – potencializa toda essa
instabilidade e pela presença humana torna essa
instabilidade trágica, porque o escorregamento ou vários
escorregamentos têm, infelizmente, a propriedade de
soterrar pessoas.
Na tragédia de 2011, houve deslizamentos em áreas
urbanas e em áreas rurais, 8% das áreas que houve
deslizamento não tinham intervenção do homem. Nas zonas
rurais, as principais ações do homem que auxiliam para as
enchentes são as estradas e terraplanagens feitas em
encostas. Cortes realizados nas encostas para construção
de estradas e edificações, notadamente em áreas de solo
raso, onde apenas finas camadas de solo recobrem a rocha
de granito, agravam riscos e facilitam os deslizamentos em
caso de chuvas fortes (MMA, 2011). Dessa maneira, fica
evidente que a retirada da vegetação, a ocupação de
margens de rios e áreas de encostas foram fatores
essenciais para que ocorresse essa tragédia
socioambiental.
No dia 11 de janeiro, a cidade foi devastada pelas
cheias dos rios, deslizamentos das encostas, vítimas
fatais e pessoas desaparecidas em decorrência das
enchentes e deslizamentos. Na madrugada do dia seguinte,
um novo temporal causou inundações, deslizamentos de terra
e desabamentos de casas, matando mais pessoas.
Situado entre dois morros e às margens do curso
d'água que dá nome à comunidade Córrego Dantas foi o
bairro mais afetado pelos deslizamentos de terra e pelas
fortes chuvas. Dezenas de casas tiveram as paredes
totalmente arrancadas. Várias delas estão sendo demolidas.
Durante a enchente, o rio que corta o bairro ampliou
sua largura de 4 para 100m, o que provocou o desabamento
de pelo menos 150 imóveis. O rio Bengalas, que corta o
bairro de Córrego de Dantas estava em obras de
desassoreamento. Mas sem a proteção das encostas
fragilizadas todo barro dos morros desceu e assoreou o
rio, o que provocou o transbordamento novamente.
Fig. 8 – Morro antes do slide.
Fig.9 – Morro após o slide.
Fig. 10 Leito do Rio Bengalas.
4 Medidas Mitigadoras e de Controle
Soluções e indicações que podem ser implantadas para o
controle de inundações na área foco:
Baseado nos levantamentos estudados e apresentados neste
estudo pode-se relacionar algumas medidas a serem adotadas
a longo e a curto prazo.
Medidas emergenciais e que já vem sendo adotadas
nesta região são instalações de sistemas meteorológicos e
de alarme em caso de chuvas fortes nas áreas de risco, com
acompanhamento de coesão de solo nas áreas identificadas
como de risco geológico. As dragagens de corpos hídricos,
apesar de serem classificadas como medidas emergenciais,
não são, pois demandariam estudos aprofundados de
hidrologia, que não foram realizados e a
hidrogeomorfologia dos rios indica grande formação
granítica em seu leito.
Medidas a curto prazo que vem sendo adotadas, porém,
de forma ainda lenta para a necessidade de recuperação da
região são remanejamento da pessoas para áreas
consideradas seguras, interdição de áreas indicadas como
de risco e demolição de estruturas destruídas ou com
apresentação de risco em decorrência das enchentes.
Ações estruturais, ou seja, quando a paisagem é
modificada por ações do homem, também deverão ser adotadas
como medidas a longo prazo, que são:
- Remoção de elementos de risco;
- Remoção e realocação da população que se encontra em
áreas de riscos, principalmente nas planícies de
inundação;
- Restauração da vegetação, com reflorestamento das
encostas, para que a massa verde execute a retenção de
umidade e o solo não sofra o efeito "splash" direto e
absorva a água das chuvas;
- Implementar, efetivamente, os Planos de Saneamento na
Bacia Hidrográfica permitindo a melhora da qualidade da
água;
- Diagnosticar de modo conclusivo as características
físicas do local (geologia, geomorfologia, pedologia, uso
do solo);
- Capacitação da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros,
através de aparelhamento e treinamento de prevenção e
combate em casos de desastres ambientais;
- Ampliação da rede de coleta de esgoto. Se possível
alterar a legislação do Rio de Janeiro, para permitir o
sistema unitário, em que nos períodos de chuvas intensas,
o tratamento dos resíduos seria reduzido pela diluição das
águas das chuvas – inspirados nas galerias únicas da
Europa.
- Realização de projetos que ampliem o tempo de retorno
das micro e macrodrenagem;
- Preservação da contaminação dos lençóis freáticos;
-Realização de projetos de revitalização dos rios e de
valorização da percepção e identidade da população para a
beleza natural. De forma a preservá-los com seus cursos
naturais e limpos;
-Incrementar gabaritos ocupacionais com terrenos com
dimensões maiores e com menores taxas de ocupação;
- Ampliar a permeabilidade do solo, com a redução do uso
do asfalto na cidade, e adotar práticas de pavimentações
permeáveis;
- Realização de projetos paisagísticos na cidade, com
praças que sirvam como reservatórios e plantação de
árvores, reduzindo a velocidade que a água chega ao solo
para que diminua a erosão;
- Instalação de bueiros inteligentes, que permitem a
captação de sedimentos, principalmente resíduos sólidos
municipais;
Figura 11: Bueiro inteligente. Fonte: Ecco.
- Impedir construções de edificações em terrenos acima de
45° de inclinação, para tanto delimitando cinturões non
edificandi;
- Revisar os loteamentos já aprovados fora da legislação
federal.
Além destas medidas, podem-se citar algumas ações
não estruturais, ou seja, quando não há alteração da
paisagem com intervenções do homem, que também podem ser
adotadas:
- Incentivar e promover a cultura, o conhecimento e a
consciência, incluindo a educação ambiental nas escolas;
- criar programas de habitação;
- Planejamento e processos decisionais para o
desenvolvimento/ reordenamento urbano;
- Normas e Regulamentações;
-Incentivos e Desincentivos, criando, por exemplo,
concursos de ideias criativas para a preservação dos rios
e redução das consequências das enchentes. De forma que a
população reflita e participe das mudanças na cidade;
- Informação e Monitoramento, com fiscalização nas Áreas
de Preservação Permanente, zoneamento da área para evitar
ocupações irregulares, mapeamento das áreas de risco e
efetivo diagnóstico com acompanhamento das bacias
hidrográficas pelos respectivos Comitês;
- Devolver espaços aos rios, desocupando sua calha maior,
e com referencia as tragédias ocorridas, prever uma área
de risco com recorrência de eventos de 100 anos.
Como medidas a serem adotadas em longo prazo, deve-
se englobar também a recuperação dos rios através de
requalificação amplamente discutida com os elementos da
sociedade.
A Agenda 21 COMPERJ realizou um diagnóstico com o
intuito de mitigar as problemáticas geradas pelo processo
de urbanização, onde o grupo propõe as seguintes políticas
públicas, a serem desenvolvidas em conjunto com a
sociedade, para mitigar os efeitos das cheias em Nova
Friburgo. Para que tais medidas ocorram é necessário que
haja um comprometimento do poder público na gestão do
território a fim de assegurar condições de moradia que não
comprometam a segurança da população, principalmente em
eventos de chuvas de grande magnitude. Outra constatação
foi referente à especulação imobiliária nas zonas rurais,
onde a fiscalização e as consequências da infração da lei
devem ser mais rígidas.
Conclusão:
Todos os indicadores levam a conclusão que as bacias
hidrográficas estão seriamente impactadas e colapsadas, há
ocupação das calhas e das zonas de amortecimento dos
corpos hídricos, degradação da qualidade da água, perda
acentuada de biodiversidade, perda nas zonas urbanas
principalmente, de vegetação ripária, acelerado processo
de ocupação das encostas com a consequente perda de
vegetação nativa e início de processos erosivos, ausência
de planificação para a expansão urbana, perda da
permeabilidade do solo conjugado com alta declividade do
terreno, é uma tragédia anunciada e cada vez mais com data
marcada para ocorrer.
A população ainda sofre com falta de moradias, vidas
devastadas pela tristeza com perdas de famílias, moradias,
histórias,... As áreas atingidas ainda demonstram o último
desastre ocorrido em janeiro de 2011: moradias
interditadas, entulhos, ruas/ vias e pontes destruídas e a
sociedade desolada. Para reverter este quadro são
necessárias medidas mais eficazes, onde a Prefeitura,
junto com órgãos responsáveis e a sociedade tenham a
conscientização da importância de cada um, contribuindo e
fiscalizando as ações que devem ser tomadas para
reurbanização e desenvolvimento da urbanização de áreas
próximas não afetadas.
Com o propósito de obter resultados mais eficientes e
atender a necessidade da população local, deve-se exigir
uma visão sistêmica das da bacia e de seus elementos que
existem na região, com um estudo aprofundado da
hidrogeomorfologia. Deve-se ainda integrar o funcionamento
da drenagem com todos os itens que são englobados na área
de estudo interagindo com a paisagem urbana e a busca de
soluções de requalificação e reconhecimento das tendências
futuras. Medidas estruturais e não estruturais a longo e
curto prazo também deverão ser adotadas, buscando soluções
cada vez mais sustentáveis e tratando o problema de forma
mais abrangente.
Referências Bibliográficas
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SEGURANÇA PÚBLICA EM NOVA FRIBURGO. Candido Mendes, Rio de
Janeiro, 2009. Disponível em:
http://www.ucamcesec.com.br/wordpress/wp-
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Ministério do Meio Ambiente (MMA). Agenda 21 COMPERJ. 2011. Disponível em
Acesso em: 15 de maio de 2013.
________________ Relatório de Inspeção: Área atingida pela tragédia das
chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro. Disponível em
http://www.mma.gov.br/estruturas/182/_arquivos/relatoriotragediarj_182.pdf
Alvaro Rodrigues dos Santos
OLIVEIRA, Ricardo N. Castro et alli. COMITÊ DA BACIA DO RIO MACAÉ -
DESAFIOS PARA UMA GESTÃO PARTICIPATIVA DA SOCIEDADE LOCAL, artigo a ser
apresentado no XX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, ABRH, Bento
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PUC RIO.Infraestrutura verde aplicada ao planejamento da ocupação urbana em
Nova Friburgo-RJ. 2012. Disponível em: Acesso em: 15 de maio
de 2013.
ROSS, Jurandyr L. S. Os fundamentos da geografia da natureza. In: ROSS,J.
L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: EdUSP, 1995.
-----------------------
[1] Significado de Pangéia: Pangéia é o nome dado à um supercontinente que,
segun-
do a teoria da ¨ deriva continental¨, existiu até 200 milhões
de anos atrás. Seu nome origina-se do fato de que todos
os continentes estarem juntos ( pan) , formando um único
bloco de terra ( gea). Fonte:
http://www.dicionarioinformal.com.br/significado/pang%C3%A9ia/4717/, acesso
em 19/05/2013, às 13:55 h.
[2]Disponível em
:http://www.mma.gov.br/estruturas/182/_arquivos/relatoriotragediarj_182.pdf,
acesso em 19.05.2013. ás 14;00 h.