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UNIVERSIDADE ANHANGUERA –
TECNOLOGIA EM GESTÃO HOSPITALAR
DESAFIO PROFISSIONAL: EPIDEMIOLOGIA
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
PROF° TUTOR A DISTÂNCIA
SANTO ANDRÉ/SP, 30 DE ABRIL DE 2015
INTRODUÇÃO
O trabalho também possibilita ao homem concretizar seus sonhos,
atingir suas metas e objetivos de vida, além de ser uma forma de
expressão. É o trabalho que faz com que o indivíduo demonstre ações,
iniciativas, desenvolva habilidades. É com o trabalho que ele também poderá
aperfeiçoá-las. O trabalho faz com que o homem aprenda a conviver com
outras pessoas, com as diferenças, a não ser egoísta e pensar na empresa,
não apenas em si.
Este trabalho foca a ação do Gestor Hospitalar dentro dos setores
específicos de uma instituição hospitalar. Irei abordar o setor específico
da Enfermagem, buscando visualizar as dificuldades no exercício da
profissão dentro do ambiente hospitalar.
A vulnerabilidade dos problemas de saúde enfrentados por trabalhadores
em enfermagem está vinculada ao manejo ineficiente da tecnologia
disponível. A epidemiologia assume aí papel destacado na avaliação da
eficiência e efetividade dos métodos e técnicas empregados. A efetividade é
especialmente importante por ser determinada pela realidade local,
subordinada aos contextos social, cultural e da política de cada
instituição.
Os estudos epidemiológicos sobre efetividade necessitam de sistemas de
informação, locais informatizados, com gerenciamento de complexidade
gradativa e hierarquizados de maior autonomia local. Uma estratégia mais
eficiente para não sobrecarregar técnicos e enfermeiros seria o
estabelecimento de padrões para informação epidemiológica em doenças
diferentes, a serem aplicados de modo seletivo, intermitente e/ou rotativo,
segundo as necessidades específicas de cada setor. A padronização de
rotinas assistenciais clínicas mínimas deveria ser estudada com critérios
epidemiológicos e difundida através dos sistemas de atenção à saúde,
indicando para cada nível assistencial quais as rotinas mais adequadas para
produzir o melhor efeito com os recursos disponíveis. A capacitação de
recursos humanos em saúde e a difusão de meios padronizados de registrar e
analisar a informação epidemiológica é apontada como uma das formas de
superar as dificuldades do exercício da enfermagem.
O objetivo principal é utilizar dados visando melhorar a qualidade de
vida, promover e proteger a saúde dos profissionais, com base na análise
dos dados sobre os que já contraíram problemas profissionais e no
conhecimento correto dos denominadores representando as populações sob-
risco. A administração da assistência de enfermagem tem como centro de sua
atenção o paciente/cliente/usuário, e orientada para a assistência que
envolve o planejamento, a direção, a supervisão e a avaliação das
atividades desenvolvidas pela equipe de enfermagem, visando o atendimento
das necessidades dessa clientela. A gestão para os profissionais em
enfermagem engloba o planejamento da assistência (sistematização da
assistência) e o planejamento das condições que viabilizem a implementação
deste assistir (plano de trabalho do enfermeiro – planejamento gerencial em
enfermagem).
Decidir significa necessariamente escolher entre uma ou mais
alternativas ou opções com vistas a alcançar um resultado desejado.
Portanto para o processo de tomada de decisão, o enfermeiro precisa de
ferramentas para planejar e decidir e o Gestor Hospitalar é parte
fundamental neste processo. É através do planejamento que se pode fazer a
análise das cadeias de causa e efeito que se desenvolvem no processo de
decisão. O planejamento envolve, então, raciocínio, reflexão e análise
sobre a maneira de realizar determinadas atividades e ações, bem com sua
abrangência.
FASES DO PLANEJAMENTO
Conhecimento do sistema, da realidade como um todo (diagnóstico):
relação constante do cliente e equipe com o ambiente interno e externo,
onde destacamos: recursos materiais e equipamentos, recursos humanos e
financeiros, produtos, recursos ambientais, normas, rotinas, valores,
filosofia a aspirações próprias do ambiente. Toda organização, inclusive as
de saúde são compostas por dois sistemas:
Técnico: recursos físicos, financeiros e materiais disponíveis para o
serviço de saúde, para aperfeiçoar-los frente às necessidades da comunidade
(responsável pela eficiência potencial da organização);
Social: necessidade de saúde, o perfil de morbimortalidade, os
hábitos, crenças e valores da comunidade em que o serviço está inserido;
recursos humanos necessários e disponíveis; compreender as dimensões
estrutural, particular e singular de cada serviço (transformando a
eficiência potencial em real).
Determinação de Objetivos; são os resultados finais que se pretendem
atingir em um determinado espaço de tempo. Podem ser classificados como:
gerais específicos e quanto ao tempo (curto médio e longo prazo).
Objetivos em longo prazo: são aqueles cujo período de tempo para o seu
alcance esta acima de cinco anos, são em geral os alvos finais,
possibilitando uma compreensão clara dos impactos das decisões atuais em
como uma maior consciência das mudanças, possibilitando e contribuindo para
a estruturação e organização de esforços para o seu alcance;
Objetivos em médio prazo: necessitam de um período de tempo para o seu
alcance em torno de um a cinco anos, podendo ser alcançados no exercício de
uma administração, apresentando como vantagem em relação ao objetivo de
longo prazo, as recompensas de uma ação de efeitos mais imediatos;
Objetivos em curto prazo: dizem respeito a alvos estabelecidos para
serem conseguidos em até um ano, podem contribuir para que os objetivos de
médio e longo prazo sejam alcançados.
Estabelecimento de prioridades: a partir da determinação dos
objetivos, estabelece as prioridades para alcançar o proposto. Nesta etapa
do planejamento, aplica-se diretamente a racionalidade, escolhendo os meios
para alcançar os fins.
Seleção de Recursos a serem Utilizados: levantamento de todos os
recursos que irão subsidiar as estratégias possíveis para a implementação
do planejamento.
Estabelecimento do Plano Operacional: conforme o grau de abrangência
deverá ser escolhido o tipo de planejamento a ser aplicado, sendo o
estratégico sempre o mais amplo, seguido do tático e operacional.
Desenvolvimento: envolve ação, coordenação e a necessária determinação
do tempo e espaço. As questões "o que, por que, quem. Como e quando" são
traduzidos e colocados em ação. A coordenação é essencial para definir as
responsabilidades de todas as partes envolvidas visando o alcance dos
objetivos.
Aperfeiçoamento: inclui a avaliação durante todo o desenvolvimento do
trabalho e replanejamento das ações desenvolvidas, devendo ser contínuo e
permanente, do início ao final do processo, paralelamente a cada uma das
fases/passos, permitindo diagnosticar e implementar outras ações
auxiliares.
DESENVOLVIMENTO
Com isso foi realizado um levantamento no setor hospitalar de
enfermagem, analisando o estresse, que faz parte da vida de todo ser
humano, em diferentes situações. As constantes mudanças da vida moderna
exigem do indivíduo uma adaptação física, mental e social. Analisando as
situações estressoras as quais a enfermagem está exposta avaliando a
gravidade do estresse, classificando as situações como não estresse e
estresse; e classificar as situações de acordo com a intensidade do
estresse com o dia-a-dia do trabalho de enfermagem.
Na enfermagem o estresse excessivo é prejudicial à saúde, levando às
diversas patologias, podendo levar à morte. O estresse pode afetar tanto o
sistema imunológico como o nervoso e o endócrino, causando assim uma
diversidade de sintomas. Os sintomas são classificados em físicos (tremor,
sudorese, fadiga, taquicardia, hipertensão arterial, dispneia, dispepsia,
ranger os dentes, entre outros) e psicológicos (insônia, dificuldade de
concentração, ansiedade, lapsos de memória, apatia, impaciência,
desmotivação, desinteresse e aumento do consumo de tabaco e álcool),
podendo levar a uma queda na produtividade no trabalho. Com esses sintomas
os funcionários passam cada dia mais a entregar atestados e
consequentemente o afastamento da organização gerando assim má qualidade no
serviço e a empresa precisa se organizar no sentido de fazer campanhas de
prevenção aos colaboradores.
Algumas situações como baixa remuneração, a falta de estabilidade no
emprego entre enfermeiros e à submissão entre enfermeiros e técnicos causam
o máximo de estresse, além da sobrecarga no trabalho, função exercida,
autocontrole diante do sofrimento alheio, fatores institucionais e
burocracia foram geradoras estresse.
Os enfermeiros que possuem mais de uma atividade laboral apresentaram
um número maior de sinais e sintomas relacionados ao estresse do que os que
possuem apenas um vínculo empregatício. Entres estes sintomas, destacam-se
dores de cabeça, irritabilidade, impaciência, ansiedade e fadiga, inferindo
relação com estresse. A dupla jornada de trabalho vivenciada por grande
parte destes profissionais reduz o tempo que deveria ser dispensado ao
lazer e ao auto cuidado, reforçando o cansaço e gerando o estresse. Sabemos
que dentro de um hospital, as pressões vividas pelos profissionais da saúde
no seu dia a dia são intensas, acarretando com isso, sérios problemas de
ordem comportamental, onde a organização deve buscar proposta que
viabilizem a diminuição do estresse, enfrentada por esses profissionais que
nela atuam. Sendo a área da enfermagem sempre a mais afetada, por lidar
diretamente com as situações mais diversas dentro de uma instituição
hospitalar. Nossos estudos comprovam que o burnout está diretamente ligado
à atividade profissional.
Caso não sejam implementadas estratégias de enfrentamento do estresse
nas unidades componentes do sistema de saúde do nosso Estado, a população
em geral será prejudicada, pois haverá queda na produtividade e no
desempenho desses trabalhadores.
Para que esta categoria profissional não desenvolva o estresse
ocupacional é preciso que sejam implementadas estratégias de enfrentamento,
que são os mecanismos de coping, tanto de ordem individual como práticas de
relaxamento, exercícios físicos regulares, dietas equilibradas, lazer,
atividades em grupo, quanto organizacional, promoção de ambientes
relaxantes, interações interpessoais saudáveis, condições de trabalho
adequadas, dentre outros.
É imprescindível que o profissional esteja mais atento à sua própria
saúde. Como eles são responsáveis pela saúde e, muitas vezes, pela vida ou
morte de um paciente acata uma atitude de desvalorização com a própria
saúde. É urgente que se possibilite ao profissional, maneiras que favoreçam
essa conscientização para que ele próprio possa se perceber "doente" ou
"sadio" no que se refere ao stress ocupacional.
Com estas estratégias, o organismo será capaz de enfrentar as pressões
cotidianas sem desenvolver estresse ocupacional. Sendo assim, na pesquisa
bibliográfica feita para este estudo, percebemos que são muitos os
enfermeiros que desenvolvem o estresse ocupacional e m como são escassas as
pesquisas relacionadas a esta temática, recomendamos continuação dos
estudos com esta abordagem.
A Enfermagem é uma profissão árdua e para vivência – lá é necessária
uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, que em diversos
momentos durante a graduação e posteriormente durante o efetivo exercício
da profissão haverá questionamentos, cabe a uma gestão eficiente algumas
medidas que propiciem condições de trabalho atrativas e gratificantes aos
enfermeiros; assegurando assim uma utilização apropriada dos profissionais
de enfermagem; Reconhecendo a real necessidade do contínuo aperfeiçoamento
para o desenvolvimento da carreira e estabelecer um programa de
aconselhamento psicológico, tendo em vista o desenvolvimento pessoal,
interpessoal e de carreira desses profissionais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estresse foi apontado durante o estudo como sendo a doença
ocupacional em maior evidência entre os profissionais da enfermagem,
ressaltando que, por meio das condições de trabalho, jornadas excessivas,
além da constante tensão que o setor apresenta, vários enfermeiros se
encontram em condições reduzidas de capacidades de desenvolvimento de suas
atribuições. É fato que, para a prática de atendimento satisfatória, os
enfermeiros necessitam ter melhores condições de trabalho, o que requer uma
atenção especial por parte dos gestores para que os mesmos possam
compreender as necessidades e buscar ações que enfatizam a transformação
dos fatores que ocasionam o surgimento do estresse nos profissionais da
saúde. Outro fator demonstrado por meio do estudo realizado é a necessidade
de percepção da condição humana do profissional, todo indivíduo possui suas
limitações, sua condição de prática de atividades que não os levem ao
desgaste de suas forças. Porém, o que se percebe, é o fato de que, em se
tratando dos profissionais de enfermagem, os trabalhadores ultrapassam os
seus limites, o que vem resultar no surgimento dos fatores que promovem o
estresse, e, que apresenta como consequência o afastamento dos
profissionais de seus postos de trabalho. Além disso, faz-se relevante
destacar que, os fatores ocasionados pelo estresse, identificam o quanto os
profissionais se demonstram desgastados em suas atividades, o que leva à
reflexão da necessidade de rever as condições de trabalho, visando o bem
estar do profissional, bem como dos próprios pacientes, no que tange a
melhoria do atendimento oferecido. Como foi apresentados, os fatores que
são responsáveis pelo estresse, bem como a influência do estresse nas
atividades desenvolvidas pela equipe de enfermagem no setor de emergência,
propicia a compreensão de que, ações necessitam ser efetivadas como forma
de propiciar a adequação das atividades, aos níveis de resistência dos
profissionais. Para tanto, sugere-se que, haja a contratação de novos
profissionais da saúde, para que se aumente o número de equipes destinado
ao atendimento no setor de emergência, para que dessa maneira, possa se
evitar o excesso de atividades existentes na atualidade, e possibilitar aos
pacientes, um atendimento de qualidade e capaz de realmente, satisfazer as
suas necessidades. Considerou-se, portanto, que o estresse na equipe de
enfermagem que atua no setor de emergência, configura-se como um fator que
remete a preocupação em relação às condições de trabalho e ao atendimento
realizado, evidenciando que, todos os profissionais são seres humanos que
apresentam limitações, e como tais, necessitam ter condições dignas de
desenvolvimento de suas atividades, vislumbrando o cumprimento de sua
missão, a qual se estabelece em promover a saúde e o bem estar de todos os
pacientes que dependem de seus conhecimentos e práticas para continuarem a
sua vivência.
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