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Trabalho De Int. A Zootecnia - Bovinocultura De Leite - Parente

Revisão sobre Bovinocultura Leiteira

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS ARAGUAÍNA ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA BOVINOCULTURA DE LEITE ARAGUAÍNA-TO 2010 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS ARAGUAÍNA ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA BOVINOCULTURA DE LEITE CURSO: Zootecnia PERÍODO: 1º DISCIPLINA: Introdução à Zootecnia PROFESSOR: Glauco ALUNOS: Diego, Giulliane, Ranniere e Tharles. ARAGUAÍNA–TO 2010 2 ÍNDICE INTRODUÇÃO...............................................................................................................04 BOVINOCULTURA DE LEITE............................................................................05 1. INSTALAÇÕES BÁSICAS........................................................................................05 2. ALIMENTAÇÃO DAS VACAS LEITEIRAS...........................................................05 2.1 Manejo da alimentação..............................................................................................06 3. MANEJO REPRODUTIVO........................................................................................06 3.1 Sistemas de cobertura................................................................................................06 3.2 Sintomas de cio..........................................................................................................07 3.3 Avaliação reprodutiva do touro.................................................................................08 3.3.1 Condição corporal.........................................................................................................08 3.3.2 Fertilidade...................................................................................................................09 3.3.3 Defeitos nos órgãos genitais............................................................................................09 3.3.4 Sanidade......................................................................................................................10 3.4 Avaliando a Matriz....................................................................................................10 4. MANEJO NA ORDENHA..........................................................................................10 4.1 Tipos de ordenha.......................................................................................................11 4.2 Higiene.......................................................................................................................11 4.2.1 No curral e sala de ordenha.............................................................................................12 4.2.2 Com os utensílios..........................................................................................................12 4.2.3 Com os animais............................................................................................................12 5. PRINCÍPIOS BÁSICOS SOBRE MANEJO DE BEZERROS...................................13 5.1 Cuidados com a vaca no pré-parto............................................................................13 5.2 Alimentação do bezerro.............................................................................................13 5.3 Instalações.................................................................................................................14 6. MANEJO DE NOVILHAS.........................................................................................14 7. MANEJO SANITÁRIO..............................................................................................15 7.1 Vacas Gestantes.........................................................................................................15 7.2 Parto...........................................................................................................................16 7.3 Corte e Cura de Umbigo............................................................................................16 7.4 Diarréias.....................................................................................................................17 7.5 Micoses......................................................................................................................17 7.6 Tristeza parasitória....................................................................................................17 7.7 Verminose..................................................................................................................18 7.8 Vacinação..................................................................................................................18 7.9 Controle de Carrapatos..............................................................................................18 7.10 Controle de Mamite.................................................................................................20 7.11 Cascos......................................................................................................................21 CONCLUSÃO.................................................................................................................22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................23 3 INTRODUÇÃO A bovinocultura de leite é uma atividade zootécnica que apresenta tradição, por já ser praticada a bastante tempo em todo o mundo e também no Brasil. Época em que aqui no país o leite ainda era produzido de forma arcaica, sem nenhuma preocupação com a qualidade e sem um mercado organizado para promover a comercialização. Atualmente, a cadeia produtiva do leite apresenta grande importância econômica no cenário do agronegócio nacional. O leite apresenta características nutricionais que o tornam um alimento essencial e bastante consumido, tanto na forma in natura como na forma de subprodutos (queijo, iogurte, doces, etc.) advindos do seu processamento nos complexos agroindustriais. Esse trabalho apresenta, de forma sucinta, alguns fatores relacionados às instalações para bovinos de leite e algumas das tarefas desempenhadas na atividade leiteira. São atividades como o manejo da ordenha, manejo alimentar das vacas em lactação, cuidados com os bezerros recém-nascidos, criação de novilhas, manejo reprodutivo, bem como alguns cuidados sanitários com os animais no intuito de criá-los, mantê-los e fazê-los produzir. 4 BOVINOCULTURA DE LEITE A bovinocultura de leite é uma atividade muito interessante e lucrativa. Mas para que o produtor possa alcançar bons resultados e consequentemente obter sucesso com a atividade, é necessário obedecer rigorosamente aos critérios do manejo dos animais em todos os seus sentidos. 1. INSTALAÇÕES BÁSICAS Há necessidade de um estábulo adequado à ordenha manual ou mecânica, com piso impermeável, água corrente e cochos para fornecimento de ração. Deve existir um local para guarda dos bezerros, um cômodo para guarda de ração, um pequeno escritório, instalações, sanitários e local para instalação de desintegradora de forragem. A presença de um tronco para vacinações, exames de animais e inseminação artificial é também necessária. Deve-se construir um ou mais cochos no caminho que leva aos pastos das vacas, destinados ao fornecimento de volumosos, principalmente na seca. Se o produtor optar por silagem, os silos preferencialmente do tipo trincheira, deverão estar nas proximidades. 2. ALIMENTAÇÃO DAS VACAS LEITEIRAS A alimentação das vacas leiteiras, na maioria dos casos, é feita principalmente através das pastagens, havendo também a suplementação das mesmas pelo fornecimento de volumosos e concentrados. A utilização de concentrados dependerá do potencial das pastagens e do potencial de produção das vacas, devendo ser assinalado que algumas pastagens, principalmente quando bem manejadas, podem fornecer nutrientes para a manutenção e para os primeiros 8 a 10 kg diários de leite. A partir daí deve-se lançar mão de suplementação para atingir maiores produtividades. No caso de pastagens de gramíneas de qualidade inferior ou de gramíneas nobres, porém mal manejadas, há necessidade de suplementação com volumosos e concentrados para se obter uma produção leiteira razoável. Durante a seca a suplementação com volumosos e concentrados é praticamente obrigatória, pois as pastagens contribuem com poucos nutrientes nessa época do ano. A não ser que sejam pastagens trabalhadas com alto grau de tecnificação, o qual emprega utilização de irrigação, adubações mais intensas, rotação, etc. Como volumosos principais podemos considerar a silagem de milho, de sorgo, as capineiras e a cana-de-açúcar. A melhor silagem é a de milho e se constitui no melhor volumoso para vacas leiteiras e, quando se espera produções diárias médias acima de 15 kg de leite por cabeça o uso da silagem de milho se torna praticamente obrigatório, na seca. As capineiras e a cana-de-açúcar são também meios valiosos que o criador dispões para oferecer volumosos ao gado. Para que as capineiras forneçam alimentos de boa qualidade na seca, é necessário que sejam muito bem manejadas. A cana-de-açúcar quando se corrige sua deficiência protéica através da correta adição de farelo de soja ou de algodão, torna-se um volumoso de boa qualidade. No que diz respeito aos concentrados, vamos nos referir principalmente à ração de produção ou seja, uma quantidade de concentrado que é fornecida 5 diariamente e destinada a completar a quantidade total de nutrientes necessários para propiciar uma determinada produção de leite. 2.1 Manejo da alimentação A ração concentrada destinada às vacas em lactação deve ser balanceada qualitativamente e quantitativamente, de acordo com a produção da vaca e fornecida no momento da ordenha, individualmente ou em cochos separados. Esta prática irá favorecer o controle quantitativo da ração e, se a mesma está compatível com a produção da vaca. Apesar de ser considerado errado, têm-se como prática usual entre os criadores e, até técnicos, o fornecimento de quantidades de 1 kg de ração concentrada para cada 3 kg de leite produzido. Para as vacas altas produtoras, a quantidade de 1 kg de ração concentrada para 2-3 kg de leite produzido, acima de 5 Kg. Esta prática poderá trazer prejuízos consideráveis à exploração leiteira, se a ração fornecida estiver aquém das necessidades de produção do rebanho considerado, sendo o inverso verdadeiro. Logo após a ordenha deve ser fornecido o volumoso. Na época da estação seca, onde os pastos já estão ruins, far-se-á um manejo alimentar intensivo, isto é, o volumoso disponível na fazenda, será fornecido no cocho. A base para seu fornecimento, em geral, será de 2,5-3,0% do peso vivo do animal, tomando como base a matéria seca. No período da estação chuvosa, se as pastagens estiverem em boas condições, as vacas terão acesso a elas, onde permanecerão até o horário da ordenha seguinte. A água está correlacionada positivamente com a produção de leite. A vaca toma de 4 a 6 litros de água por kg de matéria seca da ração, ou seja, de 40-60 litros de água. Esta quantidade é influenciada pela temperatura do ambiente, regime alimentar e produção das vacas. Experimentos demonstraram que vacas com acesso à água o dia todo, produzem de 4 a 5% de leite a mais do que aquelas com acesso somente duas vezes, e 6 a 11% do que aquelas com acesso à água uma só vez ao dia. Nos dias quentes as vacas de alta produção de leite, podem tomar 90 ou mais litros de água por dia. O seu fornecimento deve ser artificial, se as aguadas nas pastagens impuserem às vacas longas caminhadas, pois o dispêndio de energia em movimentação deve ser evitado em vacas leiteiras. 3. MANEJO REPRODUTIVO O manejo reprodutivo compreende todas as atividades relacionadas à reprodução dos animais tais como monitoramento de cios, cobertura, avaliação da fertilidade tanto das matrizes como do reprodutor, visando atingir os melhores índices de fertilidade possíveis. 3.1 Sistemas de Cobertura Existem dois sistemas de cobertura: o natural e o artificial. O sistema de cobertura natural apresenta duas modalidades: uma a campo e a outra controlada. 6 A cobertura natural a campo é a mais empírica que existe, pois o touro fica a vontade com as vacas, ocorrendo excessivas coberturas em uma mesma fêmea e muitas delas em momentos inadequados. Neste caso, a relação touro x vaca é de 1:25. A cobertura natural controlada é um sistema mais eficiente que o anterior, pois o touro fica num piquete separado das vacas e a fêmea no cio é levada ao reprodutor para a cobertura. O touro não executa grande número de coberturas em uma mesma fêmea, efetuando as coberturas em momento adequado, permitindo manter-se no sistema uma relação touro x vaca de 1:50. Neste sistema fica mais fácil controlar a fertilidade dos touros, além de se conhecer a paternidade da progênie. O sistema de cobertura artificial refere-se à inseminação artificial. Neste método, ocorre a interferência do homem na reprodução, não ocorrendo a cobertura, e sim a introdução do sêmen no aparelho reprodutor de fêmea, com a ajuda de instrumentos e técnicas adequadas, em condições de fecundá-la. A técnica utilizada em bovinos é a retro-cervical profunda. Faz-se a inseminação quando a vaca estiver no 1/3 final do cio. A idade zootécnica para a inseminação é de 16 meses, sobrepondo-se a idade o "score corporal", que é a condição corporal de peso vivo, deve ser ideal quando elas apresentam pesos mínimos de 300 Kg nas raças grandes e 250 Kg nas pequenas. Este parâmetro serve também para a cobertura natural controlada. Neste momento, aumenta a probabilidade de concepção. Por isso é fundamental que ocorra a detecção do cio. Os sintomas de cio são modificações psicossomáticas na vaca. 3.2 Sintomas de cio O cio ou estro é o período em que a vaca está apta a reproduzir-se. Existem algumas transformações no organismo, bem como mudanças no comportamento das vacas que permitem ao criador identificar a ocorrência de cio e até mesmo determinar o estágio do cio (inicial, médio ou final). Alguns dos “sintomas” do cio são: - a vaca vai apresentar monta e deixa-se montar pelas companheiras; - a vaca fica inquieta; - a vaca apresenta micção freqüente; - a vaca apresenta a vulva tumefeita e congestionada; - a vaca apresenta corrimento vaginal cristalino; quando este mesmo corrimento apresenta-se turvo ou purulento, pode caracterizar problemas de infecção, devendo intervir com tratamento adequado, prescrito por veterinário; - a vaca aceita espontaneamente o macho; Aproximadamente 50% das vacas apresentam um cio na parte da manhã. É necessário observar o cio pelo menos duas vezes ao dia. Nem sempre a fêmea apresenta o cio com todas as sintomatologias, as vezes ocorre o “cio silencioso”. Neste caso, a vaca apresenta corrimento que se adere à cauda. O ciclo estral dos bovinos é de 21 dias, tendo o cio duração de 14 a 18 horas. A ovulação ocorre 12 a 14 horas após o término do cio, ficando o momento adequado para a cobertura no 1/3 final do cio (12 horas). O espermatozóide tem capacidade fecundante de no máximo 24 horas. Ocorrendo o cio pela manhã, faz-se a cobertura na parte da tarde e vice-versa. O cio dos Taurinos é mais longo do que o cio dos Zebuínos, por isso, quando se faz cobertura natural controlada, coloca-se a fêmea zebu com o macho no período da manifestação do cio e reforça a cobertura no período posterior (se a vaca zebu manifesta o cio pela manhã, coloca com o macho pela manhã e novamente à tarde). 7 Em alguns casos faz-se o uso do “rufião” que é um touro vasectomizado, utilizado para marcar as vacas no cio, ele permanece junto com as vacas o tempo inteiro. O animal é provido de um "buçal marcador" que risca a anca das vacas montadas. Este sistema de detecção é mais fácil de trabalhar, mas ocorre a penetração na vaca, podendo ocorrer transmissão de doenças. No caso do animal de elite, o rufião é submetido a um desvio de pênis. 3.3 Avaliação Reprodutiva do Touro Na pecuária bovina, o macho é acasalado com um grande número de fêmeas. Por isto, o uso de touros de baixa fertilidade, inférteis ou de qualidade genética inferior, pode acarretar sérios prejuízos aos criadores, levando a um maior intervalo entre partos das vacas e ou produção de filhos de baixa qualidade. Se o reprodutor apresentar algum dos defeitos acima citados, é necessário que se faça sua substituição. A substituição de reprodutores, de um modo geral, tem por objetivo: - evitar consangüinidade; - melhorar a qualidade genética do rebanho; - melhorar a eficiência reprodutiva do rebanho; - fins comerciais (lucros). Antes da aquisição de um reprodutor deve-se definir a raça e o grau de sangue, em função da qualidade ou tendência racional do rebanho existente e da finalidade a que se propõe. É importante considerar, também, a região e condições de manejo da propriedade. Muitos criadores são ludibriados na compra de um reprodutor, ao confiar na afirmativa do vendedor de que se trata de um animal provado. A prova de um reprodutor se faz através do "teste de Progênie" (única forma de garantir a qualidade genética do reprodutor), porém, o Brasil é carente em provas de teste de progênie. Assim sendo, na impossibilidade deste resultado deve-se levar em consideração uma avaliação do reprodutor, com relação aos seguintes aspectos: - condição corporal; - fertilidade; - sanidade. 3.3.1 Condição corporal É o aspecto do reprodutor e é muito importante, principalmente se há necessidade de seu uso imediato, uma vez que o animal magro ou fraco pode apresentar uma baixa produção e ou qualidade dos espermatozóides. A compra de um reprodutor é quase sempre efetuada em função do tipo do animal (aspecto externo), sem nenhuma informação complementar capaz de auxiliar na sua avaliação. Este procedimento conduz a erros. Tem-se conhecimento de reprodutores usados com finalidade leiteira, de extrema beleza nas características externas (altura, peso e conformação), cujas filhas se caracterizam por baixa produção de leite e peso elevado (situação comum na aquisição de touros Gir para obtenção de mestiços leiteiros). É muito importante analisar também a coordenação motora do animal. A caminhada em piso de grama ou cimento permite observar se o animal apresenta defeitos de aprumo e incoordenação dos movimentos (andar cambaleando ou manqueira). Touros com problemas de casco, membros, articulações e ou coluna podem apresentar dificuldades para montar na fêmea. 8 3.3.2 Fertilidade Para ser um bom reprodutor o touro deve apresentar características reprodutivas adequadas, para que possa desempenhar com qualidade o seu papel dentro da propriedade. Alguns fatores a serem observados com relação a tais características são: - Comportamento sexual: O reprodutor colocado junto a uma fêmea em cio permite as seguintes observações: - Desejo sexual (libido): o desejo sexual é avaliado pelo tempo que o animal demora a se exercitar e saltar. O salto deve ser imediato ou em até 20 minutos. E importante saber que os machos da raça zebuína são por natureza mais vagarosos ou lentos. Cansaço ou esgotamento devido ao manejo incorreto pode acontecer. - Ereção e exposição do pênis: comprometida por aderência, processos inflamatórios dolorosos ou verrugas (papilomas) na glande ou corpo do pênis. - Introdução do pênis na vagina: em casos de fraturas, paralisia ou abscesso do pênis, os animais montam mas não conseguem introduzir o pênis na vagina da vaca. É interessante ressaltar que o comportamento sexual; deve ser observado a uma distância regular do animal, pois, se o observador estiver muito perto, a sua presença poderá inibir o touro. Por outro lado, se o observador estiver muito longe, pode-se comprometer a observação. Obs.: Capacidade coeundi: é a capacidade de efetuar montas sem problemas físicos 3.3.3 Defeitos nos órgãos genitais Em se tratando de fertilidade há alguns defeitos apresentados no aparelho reprodutor do touro que compromete a sua capacidade de fecundação, podendo até mesmo inutilizar o reprodutor, alguns deles são: - Prepúcio: Pus junto ao pênis de abertura pode indicar presença de infecção; crescimento anormal dos tecidos junto ao orifício de entrada chamado de acrobustite (umbigueira). Nesses casos não é indicada a compra, por necessitar de tratamento específico e longo tempo de recuperação. - Bolsa escrotal e testículos: Na bolsa escrotal estão localizados os testículos. Sua pele não deve apresentar ferimentos, queimaduras ou vermelhidão, que podem ser indicativos de inflamação ou abscesso. Os testículos são responsáveis pela produção de espermatozóides, sendo por isto, de fundamental importância no processo produtivo. Os dois testículos devem ter pouca ou nenhuma variação de tamanho. Um testículo pode estar localizado um pouquinho mais alto que o outro ou ligeiramente inclinado para trás. O animal deve demonstrar sinal de dor quando se aperta ligeiramente está região. Algumas anormalidades podem ocorrer com os testículos, sendo perfeitamente percebidas, e as mais importantes são a falta de um ou ambos testículos, na bolsa escrotal, contra indicação a aquisição do animal. - Mobilidade dos testículos: Os testículos são normalmente móveis dentro da bolsa escrotal, podendo-se através de pressão, fazer subir um de cada vez sem maiores dificuldades. Em caso de aderência ou inflamações, esta mobilidade deixa de existir ou diminui, afetando o mecanismo termorregulador dos testículos e, conseqüentemente, a produção e a qualidade dos espermatozóides. Com relação à consistência deve ser firme, ou seja, não são duros nem moles (duro = calcificado, atrofia, fibrosos; mole = degeneração testicular). O tamanho dos testículos é importante por estar relacionado com a concentração 9 e normalidade dos espermatozóides. A diminuição do peso e volume pode ocorrer em um ou ambos os testículos. Este detalhe tem grande importância em bovinos devido a sua possível origem genética, poderá ocorrer Hipoplasia Testicular; é quando sempre um testículo for menor que o outro (origem genética), e ou Atrofia Testicular, quando o testículo normal diminui de tamanho (adquirido). O importante é saber que em ambos os casos a compra é desaconselhável. Ainda em relação ao tamanho dos testículos, é bom saber que ambos os testículos podem ter o mesmo tamanho, embora menores que o tamanho normal. Em touros acima de 30 meses de idade a medida do diâmetro da bolsa escrotal não deve ser inferior a 30 cm. -Qualidade do sêmen (espermograma): Os testículos são muito mais sensíveis às alterações metabólicas (hormonais, bioquímicas, etc.) e do ambiente (frio, calor, etc.), que afetam bastante a produção e a qualidade dos espermatozóides. Desse modo, qualquer alteração no trato genital do touro, independente de sua origem, resulta em menor fertilidade ou mesmo esterilidade. A quantidade de sêmen (constatada pelo espermograma) constitui o fator mais importante e seguro para determinação da eficiência reprodutiva do touro. De um modo geral, a qualidade é baseada nos espermatozóides (presença, contaminação, relação vivos/mortos, tipos de patologia, etc.). Indiscutivelmente para verificar a fertilidade do touro, o método mais seguro é efetuar o espermograma, porém, no campo, devido à dificuldade deste procedimento (falta de laboratórios), todos os aspectos aqui mencionados devem ser considerados na tentativa de se evitar a aquisição de um animal inadequado para a função. 3.3.4 Sanidade Os testes para brucelose campilobacteriose, bem como a identificação de trichomonas, devem ser realizados com a finalidade de se evitar a introdução destas doenças no rebanho. Além das doenças de reprodução, outras devem ser observadas: tuberculose, papilomatose (verrugas), aftosa, etc. 3.4 Avaliando a Matriz Na escolha de matrizes, deve-se observar o potencial genético através da produção de leite, a fertilidade através do I.E.P. (intervalos entre partos), período de serviço (período que vai do parto até a concepção) e idade do primeiro parto, e a sanidade através de todos os testes negativos, além da verificação da presença de mastite (inflamação da glândula mamária). Devem-se considerar também os aspectos externos anteriormente citados. 4. MANEJO NA ORDENHA A primeira decisão a ser tomada quanto à ordenha é a escolha do tipo de ordem há. Para realização do tipo de sistema a ser utilizado são levados em consideração alguns critérios tais como: -número de animais a serem ordenhados -nível de produção dos animais -tipo de leite a ser produzido -qualidade da mão de obra 10 - investimentos totais a serem realizados - custos operacionais a serem realizados 4.1 Tipos de ordenha Basicamente existem dois tipos de ordenha que podem ser utilizados, são eles: manual, que é quando o leite é tirado por tração com as mãos. Esse tipo de ordenha é largamente empregado no Brasil e é caracterizado por sua baixa eficiência e pela produção de um leite com alto grau de contaminação. mecanizada, que é mais sofisticada realizada através de um motor de sucção em instalações devidamente apropriadas. São exemplos de sistemas de ordenha mecanizada: balde ao pé, RST circuito fechado, Tandem, espinha de peixe, poligonal, paralela ou rotatória. Abaixo seguem os tipos de ordenhas mecanizadas e suas respectivas características: -Balde ao pé: sistema mais barato que se conhece. Possui eficiência de 15 vacas/homem/ hora com 2 baldes. No Brasil, devido à mão-de-obra ainda ser relativamente barata, é o sistema mais indicado para propriedades, com até 50 animais. Existem 3 tipos de Balde de Pé: no estábulo, na Sala de Ordenha e portátil; -Circuito fechado: também indicado para rebanhos menores. Neste sistema, o leite no momento da ordenha é transportado por tubo de PVC. A velocidade é de 8 vacas/hora/unidade; -Sistema de tandem: esse sistema foi desenvolvido para os rebanhos maiores, de até 80 animais. O sistema mais comum é o "4x4", apresenta um rendimento de 22 a 32 vacas/homem/hora. O manejo neste sistema é individual e a entrada e saída das vacas são controladas por meio de fotocélulas. Com o tandem um único profissional pode cuidar de 6 a 8 animais; -Espinha de peixe: é o sistema mais utilizado entre os criadores; apresenta um rendimento de 37 a 42 vacas/homem/hora no tipo "4x4". Os animais ficam posicionados em 45° em relação ao fosso, posição que facilita a visualização dos úberes e tetos; as vacas entram e saem em lote, sendo a maior desvantagem do sistema, pois as vacas devem ser manejadas em lotes de produção semelhante. Este sistema de ordenha é indicado para criatórios com até 300 animais; -Poligonal: considerada uma variação do sistema espinha de peixe, os animais ficam na mesma posição. Com capacidade para 4 lotes, este sistema é mais indicado para os criadores que desejam instalar máquinas maiores e desenvolver um trabalho mais racional dentro do fosso; -Paralela: é indicada para propriedades que contenham de 300 a 1.000 animais, em que cada operador cuida sozinho de 12 a 30 unidades. Neste sistema as vacas ficam umas ao lado das outras e de costas para o fosso; -Rotatória: é o mais moderno de todos os sistemas de ordenha. Desenvolvido para atuar em fazendas com mais de 500 vacas, sua extensão máxima atendem até 60 unidades. Nesse sistema, o ordenhador cuida de 30 vacas e são ordenhados 120 animais/hora; 4.2 Higiene Práticas higiênicas inadequadas prejudicam a qualidade do leite, predispõem a ocorrências de mastite, que ocorre, na maioria das vezes, por penetração de microorganismos através do canal da teta. As medidas higiênicas visam evitar esse acesso. A higiene, portanto, é a palavra chave no controle da mastite. 11 Para obtenção de leite de melhor qualidade e para prevenir e/ou reduzir a níveis toleráveis às infecções da glândula mamária do rebanho, uma vigilância constante deve ser dirigida ao manejo e ordenhadores. 4.2.1 No curral e sala de ordenha As instalações como sala de ordenha e curral de espera, por onde circulam os animais antes, durante e após a ordenha, devem ser mantidas limpas e secas, para evitar a multiplicação de microorganismos. Na limpeza diária, recomenda-se remover as fezes para evitar a proliferação de moscas e lavar em seguida com água corrente de boa qualidade. Mensalmente deve-se fazer, após a limpeza do local, a desinfecção com cal virgem ou soluções à base de cresóis na concentração de 1%. 4.2.2 Com os utensílios Os utensílios de ordenha, tais como baldes e latões devem ser limpos e desinfetados. A limpeza é feita nos intervalos da ordenha, de preferência com água quente ou morna, utilizando detergente biodegradável e desinfetante apropriado. Uma solução de 5 a 10 ppm de cloro ativo (1ml de solução de hipoclorito de sódio, contendo 10% de cloro ativo de água), é eficaz após 5 a 10 minutos de contato. Após serem lavados e enxaguados, os utensílios devem ser mantidos destampados e de boca para baixo até secarem por completo. Onde se usa ordenha mecânica, a limpeza adequada e a manutenção, de acordo com as recomendações do fabricante, são essenciais para prolongar a vida útil do equipamento e ajudar na prevenção de mastite. A limpeza da ordenhadeira com substâncias apropriadas e na concentração indicada pelo fabricante compreende três fases: Pré-lavagem: deve ser feita com água fria, e tem como finalidade remover os resíduos de leite que se aderem ao equipamento; Lavagem principal: utiliza-se uma solução de limpeza apropriada a equipamentos de ordenha (detergente alcalino) em água aquecida a 50-60ºC deixando o conjunto funcionar por 15 minutos para remover todo o resíduo. Enxágue final: é realizado com água fria em abundância, para remoção completa da solução de limpeza, mantendo-se o conjunto funcionando por 5 minutos. Uma vez por semana ou a cada 15 dias, inclui-se antes da lavagem principal um detergente ácido, específico para ordenhadeiras mecânicas, além do detergente alcalino e em seguida, enxagua-se com água. 4.2.3 Com os animais Antes da ordenha as tetas devem ser lavadas com água potável corrente, removendo-se a sujeira e enxugando-as com toalha de papel descartável. Deve se também realizar o teste da caneca de fundo preto, pois além de permitir a identificação dos casos de mastite clínica em sua fase inicial, evita a contaminação do ambiente com os primeiros jatos de leite. Após a ordenha as tetas devem ser imersas em solução à base de iodofor ou de iodo glicerinado. Estabelecer linha de ordenha quando for detectado algum animal com mastite, sendo que estas deverão ser ordenhadas por último, desinfetar o canal da teta em solução de iodo glicerinado, antes de aplicar o medicamento e massagear o quarto teto medicado para dispersar o remédio. Os remédios deverão ser baseados em exames de antibiogramas. 12 5. PRINCÍPIOS BÁSICOS SOBRE MANEJO DE BEZERROS Um manejo cuidadoso com as matrizes, alimentação adequada e boas instalações e higiene são pontos básicos que asseguram a saúde dos bezerros. 5.1 Cuidados com a vaca no pré-parto Para vaca seca, uma ração apropriada é essencial para manter a vaca saudável e diminuir a incidência das doenças do período pós-parto. Fêmeas magras têm crias com baixo "peso ao nascer" e por outro lado as excessivamente gordas poderão ter partos distócicos. Com um mínimo de uma semana de antecedência da data de parição prevista, remova a vaca para uma área já reservada para tal. Escolha uma baia bem ventilada ou um piquete maternidade limpo e seco. Evite usar serragem como cama pois esta pode obstruir a boca e as narinas do recém-nascido. Ao nascer deve-se limpar a boca e as narinas do bezerro. A água fria estimula os reflexos de visão e esfregá-lo com um pano seco e limpo estimula a respiração. Após secar o recém-nascido mergulhe seu umbigo por completo no iodo para prevenir infecções. 5.2 Alimentação do bezerro Ao nascer o bezerro não possui imunidade a doenças. Este é o motivo pelo qual ele precisa tanto do colostro, que contem proteínas denominadas imunoglobulinas (anticorpos), absorvidas diretamente através do intestino. Os anticorpos absorvidos darão proteção ao recém-nascido contra infecções. A qualidade de colostro varia de uma fêmea para outra. Vacas com vacinação completa e vacas adultas, em geral, produzem colostro de melhor qualidade do que as novilhas, devido ao maior período de exposição a diversos agentes patogênicos de organismos causadores de doenças. O ideal é que 2 litros de colostro, seja fornecido nos primeiros quinze minutos pós-parto, ou no máximo uma a duas horas após o nascimento. A qualidade do colostro diminui acentuadamente após a primeira ordenha. É ideal que o recém-nascido seja alimentado utilizando uma mamadeira limpa para induzir a sucção e o fechamento da "goteira esofagiana" fazendo assim com que o leite vá direto para o abomaso ao invés do rúmen. Caso o bezerro não sugue, pode-se utilizar um aumentador esofagiano para forçar a ingestão do colostro. Oito a doze horas mais tarde, devem ser fornecidos mais 2 litros do colostro, o segundo fornecimento auxiliará a empurrar a primeira mamada do colostro do estômago para o intestino delgado, permitindo dessa maneira além de um aumento na absorção de anticorpos a lavagem do intestino evitando a aderência da bactéria Escherichia coli. Nas primeiras 20 horas de vida do bezerro ele deve receber de 12 a 15% do seu peso vivo em colostro. Animais recém-nascidos devem receber 2 litros de colostro 2 vezes ao dia,durante três dias, e leite durante a primeira semana de vida. Após ter recebido colostro adota-se o fornecimento de um dos seguintes alimentos líquidos: leite por completo ou substitutivos do leite. A maioria das recomendações é de 8% do peso corporal do bezerro/dia, fornecido parceladamente. O que irá apenas manter o bezerro, 10 - 12% é o suficiente para manutenção e crescimento. Os substitutos do leite também estão sendo utilizados 13 em larga escala. Devem ser constituídos a base de leite ou de subprodutos do leite, conter 22% de proteína, 10-12% de gordura e menos de 0,25% de proteína crua. A recomendação técnica canadense é de 0,25 kg de substitutivo do leite para 1 kg de água, fornecida 2 vezes ao dia até o desmame. A ração inicial de bezerros deve conter 18 a 20% de PB e 70 a 71% NDT, um agente anticoácido, ser palatável e livre de impurezas. Essa ração deve ser oferecida ao bezerro entre 4 e 6 dias de idade iniciando em pequenas quantidades, retirando sempre as sobras ao fazer a reposição para que a ração não estrague. O bezerro poderá ser desmamado quando estiver ingerindo de 500 a 700g de ração por dia, regularmente por uma semana. Água limpa e fresca deve estar à disposição. Uma vez que o feno, quando servido, é digerido no rúmen, este precisa estar funcionando antes de fornecer a forragem efetivamente. Inicie com feno quando o bezerro estiver com pelo menos três semanas de idade e ingerindo algum tipo de grão. Deve-se estimular o consumo para acelerar o desenvolvimento do rúmen. Os utensílios devem ser lavados e desinfetados para impedir proliferação de germes. 5.3 Instalações Basicamente deve ser limpa, seca e bem arejada, mas sem correnteza. Os bezerros devem ser alojados em abrigos individuais, separados das vacas, pois os animais adultos são fontes de vários agentes infecciosos. As baias devem ser limpas, desinfetadas e forradas com uma cama de palhada. Recomenda-se que permaneça vazia por uma semana entre um bezerro e outro. As gaiolas individuais são estruturas únicas, de plástico ou madeira, abertas na frente. Assim como qualquer outra instalação deve ter boa drenagem, uma cama seca e face voltada para o sul. No período entre um bezerro e o próximo a ocupar a mesma gaiola, estas devem ser limpas, desinfetadas e removidas para outro espaço. A cada 6 meses todas a gaiolas devem ser removidas para uma área completamente nova, e o espaço que estava sendo ocupado pelas mesmas deve ser limpo (carpido) de modo que o solo fique exposto ao poder desinfetante do sol. 6. MANEJO DE NOVILHAS O sistema de criação de bezerras deve ter como objetivo colocar a novilha no ponto de reprodução o que deve acontecer quando elas apresentam pesos mínimos de 300 kg nas raças grandes e 250 kg nas pequenas. Essa proposição é feita porque se admite que os animais deverão apresentar por ocasião do parto, pesos superiores a 500 kg nas raças de maior porte, e 400 kg nas consideradas pequenas. Com isso, as novilhas de primeira cria mostrarão menos propensão a partos distócicos e terão condições de enfrentar a lactação sem desgaste físico acentuado, características dos animais que apresentam crescimento reduzido. Sob o ponto de vista técnico, o peso, e não a idade, deve ser o fator a ser observado na reprodução de novilhas leiteiras. Quando se analisam sistemas de criação de bezerras deve atentar para o fato de que, na época da puberdade, quando ocorre o primeiro cio (200 a 240 kg nas raças grandes e 150 a 200 kg nas pequenas) o ganho de peso não deve ultrapassar 750 g/dia, pois trabalhos têm demonstrado que ganhos mais acelerados nessa fase são capazes de prejudicar o desempenho futuro das novilhas. Essas pesquisas têm revelado redução na produção de leite de cerca de 20%, sendo o efeito permanente. Assim sendo é 14 aconselhável a programação de ganho de peso mensal máximo, como garantia na fase anterior à entrada na reprodução. As vantagens do crescimento acelerado de novilhas podem ser facilmente demonstradas quando a produção na primeira lactação for suficientemente elevada para pagar qualquer investimento adicional a ser feito com alimentação. Quando existe utilização de touros provados, pode-se esperar cerca que 2/3 das novilhas produzidas serão de boa qualidade, e assim, os sistemas mais intensificados podem ser adotados. O crescimento das bezerras depende basicamente da nutrição e deve-se considerar que nas raças leiteiras os animais são precoces, ou seja, amadurecem sexualmente cedo, e são capazes de apresentar crescimento rápido em curto período de tempo. Quando tem que responder por uma parcela considerável das exigências diárias das novilhas, o volumoso pode se tornar um fator limitante ao processo de crescimento se sua composição não for favorável. Não se obtém crescimento rápido das novilhas através do uso de forragens de alta qualidade. O volumoso deve apresentar de 60-75% de NDT, 10-13% de Pb, de 0,3-0,65% Ca e de 0,22-0,32% P para ser utilizado sozinho na criação de bezerras. Quando se faz a introdução de concentrados, torna-se fácil atender as exigências dos animais porque a composição teórica do volumoso passa a ser mais fácil de ser atendida na prática deve-se dar ênfase ao fato de que volumosos de qualidade muito baixa são consumidos em quantidades reduzidas e que é de grande importância garantir o consumo de matéria seca especificado. O fornecimento de concentrado deve ser encarado como importante sob o ponto de vista de fornecimento de energia e proteína e, sobretudo de minerais. Sabe-se que os bovinos não sabem como, quando ou porque devem consumir misturas minerais, pois, trabalhos de pesquisas têm demonstrado que a ingestão no cocho não segue um padrão regular. Assim sendo, não se pode depender desse tipo de fornecimento para o atendimento de exigências mais elevadas principalmente quando mantidas em pastagens estabelecidas em terrenos de baixa fertilidade. A utilização de forragens cultivadas em terrenos de alta fertilidade pode contribuir decisivamente para a obtenção de ritmos de crescimento mais acelerado. Trabalhos de pesquisas em nosso meio têm mostrado a possibilidade de se obter com forragens tropicais teores na matéria seca de 0,25-0,40% de P e de 0,30 a 0,60% Ca. Por outro lado, havendo controle do crescimento das plantas bem adubadas é viável a obtenção do volumoso contendo de 10 - 13% Pb e de 58-65% NDT na matéria seca. O uso de fertilizantes e a adoção de manejo adequado podem contribuir para promover uma redução considerável no uso de alimentos concentrados. 7. MANEJO SANITÁRIO O manejo sanitário correto deve iniciar com atenção para as anotações das ocorrências dentro do rebanho. Somente com os dados passados é que se pode analisar e tomar iniciativas para suprimir ou implementar medidas que possam auxiliar o manejo sanitário do rebanho. Sem estas informações, não se pode melhorar os índices zootécnicos dos animais. Para melhor visualizar o texto, o mesmo será subdividido nos seguintes itens: 15 7.1 Vacas Gestantes Como ponto de partida, uma vaca gestante nos dois últimos meses de gestação, deve encerrar a lactação, isto é, deve-se fazer com que ela interrompa a produção de leite para que a glândula mamária possa descansar, se preparar para próxima lactação e produzir um colostro de boa qualidade. Se for uma novilha esta preparação vem naturalmente já que ela nunca pariu. Em torno de vinte a trinta dias antes do parto este animal deve ser levado para a maternidade, a qual que deve ser de preferência, um pasto próximo ao curral, facilitando a observação diária, No caso de confinamento total, deverão ir para uma baia maternidade. O fato de ter uma maternidade vai facilitar alguma interferência que for necessária no decorrer do parto. Por observação na maternidade conclui-se que, em rebanhos nos quais se faz a observação no parto, os problemas são resolvidos de forma mais rápida e com maior sucesso e menor índice de natimortos. Neste período a fêmea deve receber a mesma dieta que irá receber após o parto com restrição do sal mineral. É muito importante que neste período isto ocorra pois, permite que os microorganismos do rúmen se adaptem a dieta que vai ser ingerida durante a lactação. É bom lembrar que neste período final de gestação o animal sofre as maiores transformações. Geralmente ficam mais pesados, o que dificulta a locomoção e reduz a capacidade de competição, exigindo portanto, maiores cuidados. 7.2 Parto No parto o animal perde em média 80 kg de peso entre o feto, líquidos fetais e as membranas que envolvem o próprio feto. Isto acarreta uma mudança muito brusca que ocorre em poucas horas levando a um certo desconforto para o animal. É um momento de muito estress e quando podem aparecer inúmeros problemas para os quais deve-se ficar atento. Deve-se interferir ao mínimo no parto. Os partos problemáticos, isto é, aqueles chamados distócicos, ocorrem com pouca freqüência e neste caso a interferência deve ser de maneira a causar o mínimo de danos, tanto à vaca quanto ao bezerro. Uma ajuda leve para evitar complicações não fará mal algum para ambos, porém, em casos que se apresentam de forma mais grave devem ser acompanhados por um Médico Veterinário ou sob sua supervisão. É comum neste período que as pessoas envolvidas muitas vezes não tem treinamento adequado, intervêm de forma inadequada e acabam causando mais problemas e quando o Veterinário é chamado a chance de resolver o problema diminui drasticamente. Esta decisão de chamar o Veterinário deve ser tomada o quanto antes. 7.3 Corte e Cura de Umbigo A cura de umbigo deve ser feita com um desinfetante e um desidratante. Uma solução que tem sido usada com sucesso é álcool iodado que pode ter uma variação de seis a 10%. O curativo deve ser feito todos os dias por três a quatro dias. Se correr tudo bem o coto umbilical cairá por volta do nono dia. 16 7.4 Diarréias Uma doença comum que acomete os bezerros é a diarréia. O animal com diarréia se caracteriza por apresentar fezes líquidas que pode ter as mais variadas aparências, desde amarela viva passando por esverdeada, preta e vermelha, até mesmo com sangue vivo. Não se pode dar um diagnóstico seguro do causador da diarréia, pela cor das fezes, mas podemos chegar a alguns componentes destas fezes e daí conduzir o tratamento com melhor eficiência. Mas o grande problema desta enfermidade é levar o animal a desidratação que normalmente é a causa principal da morte. O animal que apresenta a doença fica triste, não se alimenta de forma adequada, muitas vezes apresenta respiração acelerada e vai aos poucos apresentando sinais de desidratação, como pele seca, olhos fundos entre outras, e por fim as extremidades apresentam baixa temperatura e logo a seguir a morte. Neste caso, quando forem observados os primeiros sinais de desidratação, devese socorrer o mais rápido possível, dando mais líquidos para este animal. Pode-se lançar mão da hidratação oral em primeira mão. Podem surgir casos de diarréia de causa nutricional, quando os animais não estão habituados com certo tipo de alimentação, por exemplo, nova ração que pode estar contaminada por fungos ou outros microorganismos. Nos casos mais graves, a presença de um Veterinário é uma necessidade. 7.5 Micoses Outra enfermidade comum é o aparecimento de micoses. Existe um tipo de micose denominado “tinha”, que causa lesões de placas arredondadas que aparecem comumente na região da cabeça e pescoço. São placas de tamanho variado, de um modo geral de forma arredondada, muito comum em criatório coletivo. Normalmente não causa maiores danos e pode ser tratado com certa facilidade. A utilização de tintura de iodo tem efeito satisfatório desde que aplicada todos os dias, até o desaparecimento das lesões. Esta enfermidade é mais comum em ambientes de grande concentração de animais. Em bezerreiros coletivos, onde os bezerros permanecem muito tempo juntos, o aparecimento de tinha é comum. 7.6 Tristeza parasitória A tristeza é transmitida pelos carrapatos e insetos hematófagos como moscas e pernilongos. A tristeza parasitária é causada por dois agentes parasitários: o Anaplasma e a Babesia. A anaplasmose é causada pelo Anaplasma marginale e a babesiose é causada pela babesia sp. A babesia é transmitida pelos carrapatos e a anaplasma pelos insetos hematófagos. Ambas são doenças que causam anemia grave podendo com frequência levar os animais a morte. No campo é muito difícil diagnosticar estas doenças separadamente com certeza absoluta. O tratamento para a tristeza parasitária deve ser realizado assim que os primeiros sintomas forem observados. Existe no mercado vários tipos de medicamentos que são utilizados para o tratamento desta doença. Esta deve ser uma recomendação do Veterinário assistente na propriedade. Quanto mais precoce o tratamento, melhor a recuperação. 17 7.7 Verminose A partir dos três meses de idade, pode-se estar atento às verminoses, as quais acometem os bovinos jovens. Bovinos com idade até dois anos são muito sensíveis às verminoses e por isto devem receber atenção especial nesta fase, que é de grande desenvolvimento. Como as larvas de vermes estão disseminadas nas pastagens, os animais sob pastejo normal estão continuamente se infectando. Para que esta convivência esteja sob controle, deve-se combater os vermes de forma estratégica. Sabendo que estas larvas de vermes estão espalhadas na pastagens deve-se agir da forma que apresente maiores vantagens. De um modo geral no Brasil na época de temperatura fria que coincide com a seca as pastagens estão em seu pior momento com o capim sem desenvolvimento de porte baixo e as larvas não tem como sobreviver de forma normal, então a maior população de vermes está dentro dos animais. Assim sendo esta é a melhor época para se combater estes vermes. Se os animais forem vermifugados no início, meio e fim da época seca, estará sendo feito um excelente controle destes parasitas, de forma econômica e eficiente. O uso de vermífugos com poder residual maior, como as ivermectinas, pode facilitar este controle estratégico exigindo apenas duas vermifugações sendo uma no início e a outra fim de seca. Outra forma de se vermifugar esta categoria, é a partir de três meses de idade vermifugar todos os animais mensalmente até a idade de um ano. Esta estratégia tem bom retorno financeiro. 7.8 Vacinação Basicamente temos dentro de um programa sanitário algumas vacinas de uso obrigatório. A vacinação contra a brucelose é obrigatória somente para as fêmeas na idade entre três e oito meses de idade. Não se pode vacinar estas fêmeas a partir desta idade pois a titulação do exame pode ser positivo para o resto da vida e este animal é considerado positivo e o destino certamente é o abate. Outra vacina obrigatória é a da aftosa que deve ser aplicada de acordo com a região do país, como indicado pelos órgãos de defesa sanitária do estado. A vacinação contra o carbúnculo sintomático deve ser realizada em todos os animais acima de três meses de idade sendo repetida de seis em seis meses até aos dois anos de idade. É nesta idade que os animais estão mais sujeitos a desenvolver esta enfermidade. Como característica, é uma doença que afeta os animais com melhores escores corporais. Outra vacinação importante é a contra a raiva que deve ser aplicada anualmente, principalmente em regiões de surto quando grande parte do rebanho pode ser afetada pela doença. Existe no mercado um número grande de vacinas contra várias doenças como leptospirose, Rinotraqueite infecciosa dos bovinos - IBR, diarréia bovina a vírus BVD, mamite, campilobacteriose, colibacilose e outras tantas que devem ser indicadas para cada caso e pelo veterinário responsável pelo rebanho. Cada caso vai exigir uma conduta específica de acordo com a recomendação do veterinário. 7.9 Controle de Carrapatos Outro constante problema sanitário que ocorre nos rebanhos de bovinos leiteiros é a infestação por carrapatos. É um parasita que causa enormes prejuízos e grande desconforto para os animais prejudicando o seu desenvolvimento e produção. Os carrapatos além dos problemas que normalmente causam também transmitem doenças 18 que afetam de forma drástica o animal. Estas doenças são a babesiose e a anaplasmose que fazem parte do complexo “tristeza parasitária”. É comum em propriedades descontroladas em que os animais estão tão infestados que começam a emagrecer, não tem o rendimento esperado, chegam ao extremo de morrer. Uma proposta de controle é o estratégico que consiste em banhar os animais de forma a não deixar o desenvolvimento de teleóginas por um período de 120 dias. No sudeste este controle deve ser realizado na época de maior calor que coincide com a época das chuvas quando aumenta também a umidade relativa. A partir de dezembro, começa um pico de crescimento do carrapato que deve ser combatido por banho carrapaticida. Estes banhos devem ser realizados a cada 21 dias, com um total de cinco a seis banhos. Este combate deve cobrir um período de 120 dias sem que haja desenvolvimento de teleóginas. Este banho pode ser dado por aspersão ou pour on. Se o carrapaticida utilizado tiver maior tempo residual, estes banhos podem ser mais espaçados com intervalos de 35 dias. O importante é combater os carrapatos de maneira que não permita o desenvolvimento de teleóginas. As formas de dar banho pode variar com o produto. De um modo geral o banho por aspersão requer em torno de quatro a cinco litros de solução por animal adulto. O animal tem que ser molhado totalmente desde a cauda até a ponta do focinho. Um dos grandes problemas que encontramos nos banhos carrapaticidas é que nas partes baixas e nas reentrâncias da pele muitas vezes não ficam bem molhados e os carrapatos que ali estiverem não sofrerão os efeitos do veneno. Estes carrapatos vão se desenvolver e contaminarão as pastagens prejudicando de forma drástica o controle destes parasitas. Ao dar o banho no rebanho, deve-se atingir todo o contingente no menor espaço de tempo. Por exemplo, não é recomendado que se banhe os animais solteiros numa semana e os de leite na semana seguinte. Além de se tornar um controle muito trabalhoso em quem foi banhado pode um destes animais trocar de lote e ser o contaminador daquele pasto. O ideal é que se banhe todo o rebanho no máximo em três dias. Um agravante do combate aos carrapatos é que na época em que se tem a maior precipitação pluviométrica, os animais tomam banho carrapaticida e às vezes, logo após são atingidos por uma chuva, dependendo do produto utilizado, este é lavado e perde o efeito. Neste caso o controle é interrompido e não se alcança os resultados esperados. Este é um dos grandes causadores de insucesso do combate estratégico dos carrapatos. Há uma variação enorme da quantidade gasta pelos proprietários para banhar seus rebanhos. Esta quantidade varia de meio litro até oito litros por animal. Como se há de convir, com meio litro de calda não é possível banhar todo um animal adulto. Por outro lado, ao utilizar oito litros para banhar um animal está se desperdiçando o produto. Um dos grandes problemas que é encontrado nas propriedades é a forma de se dar banho. Quando se faz uso de aspersores, os costais são os vilões da história. Com uma capacidade para 20 litros de calda, que seriam suficientes para banhar entre quatro e cinco animais, tem sido visto que nas propriedades que com esta mesma quantidade de calda o funcionário banha até 40 animais. Conclui-se que este banho foi mal dado. Este problema vem da bomba que é pesada, o trabalho realizado pelo operador é pesado e por este motivo, os primeiros animais tem banhos melhores, nos outros vem o cansaço e o operador então não consegue trabalhar adequadamente fugindo do objetivo. É muito comum neste casos as pessoas reclamarem do produto e muita vezes há troca do produto sem que se preocupe com o princípio ativo que pode com freqüência ser o mesmo que o anterior. Às vezes, no segundo banho com o mesmo produto o operador consegue um melhor sucesso, dando a falsa impressão de que isso foi fruto da 19 troca do produto comercial. Outro erro cometido com frequência é a troca constante de base medicamentosa sem critério. Isto ocorre sempre que não se tem sucesso com os tratamentos então, troca-se por outra base, mas o problema continua sendo o banho mal realizado. Todos estes cuidados devem ser observados na hora de planejar o controle estratégico. Qualquer erro em qualquer fase, pode comprometer seriamente o sucesso. 7.10 Controle de Mamite A mamite é a inflamação da glândula mamária. É causada pelos mais diversos agentes. Os agentes mais comuns causadores de mamites são as bactérias dos gêneros estreptococos e estafilococos. Outros agentes de importância causadores de mamites são os coliformes. É preciso trabalhar preventivamente no controle de mamite pois é uma doença que está sempre para surgir repentinamente. Esta é uma doença de manejo. Para se fazer uma prevenção adequada, é preciso considerar todo o manejo da propriedade. Quando os índices desta doença se elevam, significa que uma ou mais ações dentro do manejo estão sendo executada de forma inadequada. Vale ressaltar que as mamites ambientais são esporádicas e podem acometer qualquer um dos animais em lactação. Dentro deste manejo da propriedade deve-se levar em consideração todo o processo realizado diariamente dentro da propriedade, desde quando os animais estão no pasto, vem para a ordenha e voltam para o pasto. Não importando a forma de ordenha seja ela mecânica ou manual deve ser observado a condução de todo o processo pois é um dos grandes causadores de mamite quando a própria ordenha não é bem conduzida. No processo com ordenha mecânica, os equipamentos devem ser conduzidos como recomendado pelos fabricantes. As trocas de peças e borrachas, têm que ser executadas dentro do que for recomendado pois assim como o nível de vácuo, tem que estar conforme o recomendado pois tanto o excesso como a falta deste vácuo são grandes fatores predisponentes para o aparecimento de mamite. Existem vários testes que podem auxiliar no diagnóstico da mamite. O “CMT” (California Mastitis Test) é um teste que pode ser realizado no campo, muito prático porém deve ser executado por profissional treinado. A contagem de células somáticas “CCS” é outro exame que é usado para o diagnóstico da mamite, este é feito em laboratório. Estes dois meios de diagnóstico, são utilizados para diagnosticar a mamite sub-clínica. Esta mamite ocorre com certa freqüência nos rebanhos. É a mamite que não podemos enxergar a olho nu, porem ela é a precursora da mamite clínica. A mamite clínica é aquela que se pode ver a olho nu. Outro teste que pode ser auxiliar no diagnóstico da mamite é a cultura . Toma-se uma porção do leite afetado e faz-se uma cultura em laboratório. Este exame é utilizado para identificar o causador da mamite. O teste prático mais eficiente é o teste da caneca telada ou de fundo escuro. Este é o teste que se deve fazer a cada ordenha. Ele detecta a mamite clínica nos primeiros jatos de leite. Quando a mamite clínica aparece, há um depósito de leucócitos (células de defesa) no canal da teta e estes leucócitos formam grumos que são visualizados logo nos primeiros jatos de leite. Estes primeiros jatos devem ser depositados na caneca de fundo escuro ou telada onde os grumos serão visualizados com mais facilidade. Devido ao contraste do fundo da caneca com os próprios grumos estes ficam mais aparente. Neste caso estamos frente à mamite clínica. Nos casos de mamite clínica, a vaca deve ser retirada do recinto e ser ordenhada mais tarde após as outras sadias. Dependendo da gravidade da mamite o animal deve ser 20 ordenhado fora do local de ordenha para não contaminar o ambiente. Se a mamite for crônica o animal deve ser descartado. No caso de controle adequado da mamite, pode-se utilizar a linha de ordenha onde primeiramente são ordenhadas as vacas sadias, depois as que já tiveram mamite e foram curadas e no final aquelas que estão com mamite e em tratamento. O tratamento das vacas com mamite varia de acordo com o caso apresentado. De um modo geral, os tratamentos devem ser precedidos de ordenhas sucessivas em torno de quatro no período do dia e se for o caso de necessidade de medicamento, tratar somente após a ultima ordenha do dia. As vacas secas devem ser tratadas com medicamentos próprios para esta fase. Existem no mercado vários medicamentos para tratamento preventivo de vacas neste período de descanso. É bom lembrar que estes medicamentos nunca devem ser utilizados para tratar mamites comuns, pois eles são próprios para a prevenção da mamite. 7.11 Cascos Uma das grandes preocupações em todos os criatórios de bovinos são os cascos. A importância dos cascos na locomoção do animal é vital. Se qualquer problema venha a acontecer com os cascos, comprometerá de forma drástica a produção. São muitas as causas que prejudicam os cascos. Dentre as várias que podemos citar temos como muito importante a alimentação e o desgaste que ocorre principalmente em animais confinados. Em animais não confinados, quando chega a estação chuvosa época em que o barro é abundante, há um amolecimento dos cascos que favorece o desgaste dos cascos. Estes fatores somados levam ao aparecimento de vários problemas que afetam diretamente os animais. Animais que tem os cascos comprometidos, podem apresentar inúmeros problemas, mas um dos que mais chama a atenção é a reprodução. Os animais afetados não só tem perda de peso como não demonstram cios nos períodos adequados e esta perda afeta diretamente o intervalo entre partos, além do que é comum a perda total do animal. 21 CONCLUSÃO A bovinocultura de leite sem dúvida nenhuma é uma atividade com uma grande importância econômica. No entanto, devido ao grande número de tarefas que precisam ser realizadas para se efetuar um correto manejo, a atividade pode se tornar um tanto quanto complexa. O Brasil apresenta alta produção de leite, mas a sua produtividade é baixa quando comparada a de outros países. Diante disso é importante desenvolver estudos relacionados a essa área de produção, bem como colocá-los em prática no campo com a finalidade de melhorá-la. Portanto, a realização de um trabalho como esse é uma importante contribuição para nossa formação acadêmica. Através dele podemos obter conhecimentos relacionados à área podendo futuramente contribuir para a melhoria dessa atividade. 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NEIVA, Ana Cláudia Gomes Rodrigues; NEIVA, José Neuman Miranda. Do campus para o campo: tecnologias para produção de leite. 1. ed. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora Ltda., 2006. Equipe de Bovinocultura de Leite/FZEA-USP. Manejo de bovinos leiteiros. Acesso em: 01/03/2010. BARBOSA, Pedro Franklin. et. al. Produção de Leite no Sudeste do Brasil. . Acesso em: 02/03/2010. 23