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Trabalho De Erosão

trabalho sobre aplicação da USLE

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA. CAMPUS MARACANAÚ EIXO TECNOLÓGICO EM MEIO AMBIENTE CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA ALINE MARIA BALDEZ CUSTÓDIO MARIA JOSE GONÇALVES DE OLIVEIRA CONRADO EROSÃO E TRANSPORTE DE SEDIMENTOS (Atividade I) Maracanaú ABRIL – 2013 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................02 2. CÁLCULO DO FATOR DE EROSIVIDADE....................................................02 3. CÁLCULO DO FATOR DE ERODIBILIDADE DA BACIA................................06 4. CÁLCULO DO FATOR TOPOGRÁFICO........................................................08 5. COBERTURA VEGETAL E PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS....................11 6. CÁLCULO DA USLE....................................................................................13 REFERÊNCIAS.....................................................................................................14 1 1- INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo aplicar a Equação Universal da Perda de Solo – USLE para calcular a taxa de erosão média anual de uma determinada bacia empregando o método das quadriculas. Para isso, foi escolhido o posto pluviométrico situado na cidade de RussasCe, tendo como responsável e operadora a FUNCEME e foram coletados dados pluviométricos diário de 20 anos que compreende o intervalo de 1993 a 2012. Algumas características da bacia como características dos solos, característica topográfica e vegetação foram pré estabelecidas. As estimativas das perdas de solo foram realizadas com base no modelo USLE (Universal Soil Loss Equation) descrito pela Equação: E = R.K.L.S.C.P Em que, E = perda de solo média anual, t ha-1 ano-1; R = fator de erosividade da chuva, MJ mm ha-1 h-1ano-1; K = fator de erodibilidade do solo, t ha h MJ-1 mm-1; L = fator de comprimento de rampa, adimensional; S = fator de declividade de rampa, adimensional C = fator de uso e manejo do solo, adimensional; e P = fator de práticas conservacionistas, adimensional. 2 CÁLCULO DO FATOR DE EROSIVIDADE DA CHUVA (R) O cálculo do fator de erosividade ocorreu a partir do método baseado no coeficiente de chuva. Para encontrar o valor de R foram realizadas as seguintes etapas: 1. Identificação da localização do posto pluviométrico no zoneamento do Brasil (figura 1). 2 Figura 1 - Zoneamento do Brasil para cálculo da erosividade. 2. O posto está inserido na zona 4, logo a fórmula para encontrar a erosividade mensal (Rx) foi a indicada para essa zona como podemos observar na tabela 1. Tabela 1 – Equações para o Cálculo de erosividade provocada pela chuva. 3 3. Foi calculada a erosividade mensal (Rx) para cada mês dos 20 anos considerados (tabela 2), a partir da precipitação mensal (Mx) que é a soma das precipitações ocorridas ao longo de um mês (tabela 3) e da precipitação média anual (P) que é dada pela média aritimética do total de precipitações de cada ano (tabela 4). 4. O cálculo das erosividades anuais foi dado pela soma das erosividades ocorridas ao longo dos doze meses de cada ano, como pode ser vistos na tabela 5. Por fim, o fator de erosividade (R) foi obtido pelo somatório das erosividades ocorridas nos 20 anos, chegando a um valor de 548752,1 MJ.mm/ha¹hr¹. A tabela a seguir contém os dados de erosividade de cada mês do ano de 1993 a 2012. JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL 1993 86504,66 69,763 244435 50718,01 888,82 69,763 1994 414,10 1.601,83 71,58 1.039,90 7441,3 35 104,19 1995 194,05 1.064,42 6.547,38 2.791,74 1.368,41 3.805,49 2.234,34 120,03 1.617,18 236,40 985,85 87,45 1.995,62 896,39 3.133,48 5.948,01 409,57 212,10 764,36 2.286,98 90,89 128,69 1.181,81 1.168,80 1996 1997 1997 398,84 74,60 975,52 1999 446,59 724,99 1.323,00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 303,9 89,56 1.494,68 649,68 8.408,05 69,76 69,76 106,52 358,47 69,76 69,76 2.936,47 156,98 1.603,74 5.345,71 359,30 1.199,82 802,23 2.941,71 285,66 2.270,89 1.448,91 1.632,60 70,07 191,34 860,24 2.303,12 3.262,00 982,89 1.999,91 1.389,64 2.725,81 102,77 2.200,35 91,79 1.295,45 561,47 2.470,20 398,84 4.210,40 160,67 838,40 263,96 397,07 8.274,63 80,49 489,51 557,14 634,47 1.929,67 210,94 83,94 1.611,41 386,54 861,62 194,05 69,76 69,76 158,82 108,93 69,76 120,03 86,63 74,18 137,65 102,49 754,09 518,02 140,90 674,67 105,06 70,82 85,06 70,00 69,76 69,76 69,76 69,76 170,24 69,76 70,00 69,76 69,76 69,76 69,76 69,76 69,76 69,76 69,76 524,26 179,26 69,76 69,76 69,76 69,76 69,76 69,76 70,63 69,76 69,76 73,21 80,02 69,76 69,76 69,76 168,29 438,09 1.350,84 115,29 135,64 1.247,99 70,30 402,40 69,76 69,763 69,76 72,21 69,76 69,763 69,76 265,32 5.243,22 69,763 69,76 249,26 69,76 DEZ 69,763 69,76 72,29 NOV 69,763 69,76 75,86 9.652,37 OUT 69,76 412,28 256,54 SET 69,91 1.803,26 1.067,51 AGO 69,76 98,69 69,76 70,53 69,76 69,76 69,76 69,76 112,06 69,76 75,74 69,76 72,53 71,14 491,51 81,14 69,76 71,50 71,38 69,76 69,76 75,15 69,76 69,76 69,76 69,76 69,76 69,76 69,76 97,13 69,76 69,76 69,76 69,76 204,62 75,15 70,59 69,76 69,76 69,76 98,17 99,75 71,14 69,76 216,81 69,76 69,76 69,76 69,76 69,76 69,76 192,68 996,92 157,44 69,76 69,76 69,76 69,76 69,76 69,76 Tabela 2: Erosividade mensal (Rx) 4 As precipitações de cada dia foram somadas chegando aos resultados mensais contidos na tabela abaixo: JAN 1993 45,2 FEV 0 MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 76 34,6 4,4 0 13,2 0 0 0 0 0 1994 75,9 79,4 160,1 129,6 127,4 115,1 24 0 0 0 0 41 1995 45,6 104,7 129 329,2 213,4 45,6 38,6 0 0 0 0 0 1996 74,2 147,4 250 190,3 48,6 0 25,6 2 0 0 0 26,6 1997 9 29 160,9 53,5 83,8 0 0 0 0 0 0 10 1997 123,1 52,8 123,8 45,1 57 16,8 24,3 0 0 0 0 6,8 1999 144,8 17,2 179,5 115 74,2 8,6 4,2 0 0 3,8 4,8 84 2000 133 117,6 226,4 313,6 75,4 33,7 16 87,2 42,8 0 0 13,8 2001 18,2 48,8 107,8 192,6 18,8 23,4 2 0 0 0 5,4 2002 154,4 31,4 136,4 135,6 188,8 107 1,6 0 0 0 0 2003 98,5 160,2 219,2 193,3 19,2 86,6 0 0 0 7,6 0 9,5 2004 373,5 297,1 60,1 90,3 74 34,5 13,1 0 0 0 0 0 2005 0 69,6 143,2 100,6 6,5 0 0 0 0 0 2006 0 137,5 151,9 231,1 170,3 75,7 10,1 22 3,6 0 0 2007 24,8 110,7 161,7 123,6 54,8 57,2 6,4 0 0 0 0 2008 69,5 97,2 370,5 39 129,2 2009 0 90,7 2010 0 176,4 13,4 15,4 146,4 27,6 2011 219 113,4 200,4 160,6 140,4 2012 38,2 210,8 23,5 72,8 0 191,9 179,7 263,2 148,6 400,4 5,2 0 21,4 47,5 55,9 40,6 9,5 4 0 0 0 294,2 78,5 21,8 49,6 0 0 33,2 22,4 0 0 41,4 113,7 3 74,6 4,8 0 38,3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Tabela 3: Precipitação mensal (Mx). 5 Somando-se as precipitações mensais de cada ano, chegamos as precipitações anuais (mm): 1993 173,4 2003 794,1 1994 752,5 2004 942,6 1995 906,1 2005 775 1996 764,7 2006 823,6 1997 346,2 2007 586,7 1997 449,7 2008 815,4 1999 636,1 2009 1263,5 2000 1059,5 2010 589,9 2001 422,2 2011 954,5 2002 755,2 2012 345,3 Tabela 4: Precipitação anuais. O total de erosão ocorrido em cada ano foi dado a partir da tabela 2, com a soma do total erodido em cada mês dos 20 anos considerados: 1993 390476,2 2003 8535,48 1994 4989,1 2004 15563,35 1995 2005 9301,56 1996 12024,26 8588,07 2006 9586,52 1997 2865,71 2007 4594,7 1997 3196,34 2008 11275,61 1999 5582,96 2009 19878,71 2000 2010 5194,51 2001 11838,23 3968,53 2011 2002 7347,13 2012 10015,02 3930,18 Tabela 5: Erosividades anuais 3 CÁLCULO DO FATOR DE ERODIBILIDADE DA BACIA O fator de erodibilidade do solo é a intensidade de erosão por unidade de índice de erosão da chuva e é dada pela seguinte fórmula: 6 K – fator de erodibilidade do solo (t.hr.MJ-1.mm-1) MO – Percentual de matéria orgânica S1 – índice de estrutura P1 – índice de permeabilidade AF – percentual de areia fina (0,05 – 0,1 mm) Sil – percentual de silte (0,002 – 0,05 mm) Arg – percentual de argila (< 0,002 mm) M representa o parâmetro que representa a textura do solo. Considerando os seguintes dados da bacia: AF(%) SILTE (%) ARGILA (%) MO(%) S1 P1 SOLO1 25,2 20,3 13,5 0,82 2 2 SOLO2 14 21,4 29,8 0,48 4 1 SOLO 3 17,9 22,4 22,2 0,49 4 1 (%) SOLO 1 SOLO 2 SOLO 3 A1 81 16 3 A2 74 19 7 B1 99 1 0 B2 54 45 1 Chegamos aos valores de M e K para os três tipos de solo considerados: SOLO SOLO2 K M 0,035485 3935,75 0,025632 2485,08 SOLO 3 0,032782 SOLO1 3135,34 Após encontrar o valor K para cada tipo de solo, calcula-se o fator de erodibilidade para cada uma das quatro quadrículas. Esse valor é encontrado pela seguinte fórmula: %solo1*k1+%solo2*k2+%solo3*k3. Desta forma obtemos os seguintes resultados: 7 KA1= KA2= KB1= KB2= 0,033827 0,033424 0,035386 0,031024 4. CÁLCULO DO FATOR TOPOGRÁFICO O Fator Topográfico é considerado o fator mais difícil de saber manipulado, pois ele é intrínseco à bacia. Está relacionado ao comprimento de rampa e à declividade da bacia e, portanto, são as condições naturais presentes na própria bacia. O fator topográfico é composto dos seguintes fatores: L – fator de comprimento de rampa S – fator de declividade L.S – produto > fator topográfico Existe uma relação entre a forma da bacia e a tendência de erosão, de acordo com a energia acumulada durante o escoamento. As figuras abaixo mostram a relação entre a forma do relevo e a erosão. a) Côncavo b) Convexo Análise da forma do relevo (declividade) e capacidade de erosão Energia Tendência aos processos erosivos a) Côncavo – a medida que escoa, vai perdendo energia, pois vai diminuindo a declividade. Como consequência, menor a erosão. 8 b) Convexo – a medida que escoa, vai ganhando energia, pois aumenta a declividade. Como consequência, maior a erosão. Fator topográfico combinado (LS) – cálculo concentrado Uma maneira de calcular o fator topográfico é considerar suas variáveis de forma combinada, ou seja, o efeito da topografia estimado por um fator único (LS), conforme equação proposta por Bertoni e Lombardi Neto (1985): LS  0,00984  Lr 0,63  D1,18 Onde: Lr – comprimento de rampa médio (m) D – grau de declive (%) Para o cálculo de Lr e D, adota-se as seguintes equações: Lr  A 4  Ldren  D  Cmax  Cmin  A1 2 100 Onde: A – área de drenagem (m²) SLdren – soma dos comprimentos dos cursos d’água (m) Cmax – cota máxima da área de drenagem (m) Cmin – cota mínima da área de drenagem (m) O presente trabalho considerou as seguintes informações para o cálculo do fator topográfico: 9 Mapa topográfico da bacia hidrográfica Memorial de Cálculo do Fator Topográfico 1) Cálculo do Lr para cada bacia: Bacia Area da bacia (Km²) Area da bacia (m²) Comprimento do rio (km) Comprimento do rio (m) Lr (m) A1 10,3 10.300.000 6,9 6.900 373,1884 A2 4 4.000.000 8,7 8.700 114,9425 B1 7,5 7.500.000 3,5 3.500 535,7143 B2 9,3 9.300.000 5,6 5.600 415,1786 10 2) Cálculo do D para cada bacia: Bacia A1 A2 B1 B2 Cota máxima 760 660 720 680 Cota mínima Área da bacia em (m²) 620 10.300.000 600 4.000.000 640 7.500.000 600 9.300.000 D (%) 4,362 3 2,921 2,623 3) Cálculo do LS para cada bacia: Bacia A1 A2 B1 B2 Lr^0,65 46,96273 21,84301 59,40276 50,33299 D^1,18 LS 5,686658 2,62788 3,655974 0,785798 3,542909 2,070912 3,120623 1,545571 5. CÁLCULO DO FATOR DE VEGETAÇÃO E USO DO SOLO Efeito da vegetação sobre os processos erosivos Vegetação como importante elemento natural de proteção do solo contra erosão hídrica sob três perspectivas: – Acima do solo:  Atenuação da energia cinética das gotas de chuva pela vegetação, promovendo uma redução na erosividade – Na superfície do solo  Atenuação da energia cinética das gotas de chuva pela serrapilheira, promovendo uma redução na erosividade;  Redução da tensão de cisalhamento do escoamento sobre o solo, devido a redução da velocidade promovida pela serrapilheira – Abaixo da superfície  Redução da lâmina de escoamento superficial como resultado da melhoria das condições de infiltração provocada pela vegetação (macroporosidade , teor de matéria orgânica...) Observações 11  Capacidade de transporte: é a capacidade do fluido em transportar sedimentos. Energia Capacidade de transporte  Influência antrópica:o fator de vegetação é aquele que mais pode ser modificado pelo homem. Exemplos: urbanização, exploração agrícola, mineração, pecuária, movimentos de massa, etc. A faixa de variação do fator C (fator da vegetação) Quanto mais próximo, mais vegetação. 0 1 Quanto mais próximo, mais desmatado. Em casos excepcionais, pode-se ter C> 1: compactação do solo pela pecuária. A fórmula de cálculo do fator C se dá de acordo com a seguinte equação: n Cn = ∑ (%/100*C) i=1 O presente trabalho considerou as seguintes informações para o cálculo do fator C: Valores para o fator cobertura vegetal: Vegetação 1 - agropecuária: C = 0,5 Vegetação 2 - degradada: C = 0,1 Vegetação 3 - preservada: C = 0,02 12 Memorial de Cálculo do Fator Vegetação 1. Cálculo do fator C para cada bacia Vegetação 1 (%) Bacia A1 A2 B1 B2 0 36 28 61 C (vegatação 1) Vegetação 2 (%) 29 48 39 27 C (vegatação 2) 0,5 Vegetação 3 (%) 71 16 33 12 C (bacia) 0,0432 0,2312 0,1856 0,3344 C (vegatação 3) 0,1 0,02 2. Práticas conservacionistas – fator P Para o presente trabalho, não são adotadas práticas conservacionistas na bacia hidrográfica. 6. CÁLCULO DA USLE Após o cálculo de cada variável da Equação Universal da Perda de Solos (USLE), pode-se calcular a erosão em cada bacia, de acordo com a fórmula abaixo: E=R.K.L.S.C.P Esse cálculo foi feito para cada uma das quatro bacias (A1,A2,A3,A4). A tabela a seguir mostra os resultados da erosão por bacia: Bacia A1 A2 B1 B2 Rx 548752,1 548752,1 548752,1 548752,1 K LS 0,033827 2,62788 0,033424 0,785798 0,035386 2,070912 0,031024 1,545571 C 0,0432 0,2312 0,1856 0,3344 P 1 1 1 1 E 2107,33 3332,174 7463,652 8798,897 De acordo com a tabela, podemos perceber a seguinte ordem decrescente de perda de solos (erosão) nas bacias estudadas: B2> B1> A2> A1 13 REFERÊNCIAS ANA – Hidroweb Sistemas de Informações Hidrológicas. Disponível em: . acesso em 12 abril 2013. Notas de aula do Prof. Pedro Medeiros - IFCE 14