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Trabalho De Conclusão De Curso Tga Aline P. Benetti

Trabalho de Conclusão de Curso Tecnologia em Gestão Ambiental

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Cataguases 2012 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MEIO URBANO: O CASO DO MUNICÍPIO DE CATAGUASES, MINAS GERAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em gestão Ambiental. Orientador: Prof.ª Cristina Célia Krawuski agradecimentos AO PROF. ........, MEU ORIENTADOR E AMIGO DE TODAS AS HORAS, QUE ACOMPANHOU... Ao Prof. ........ Á Profª... Aos professores que contribuíram Se temos de esperar,  que seja para colher a semente boa  que lançamos hoje no solo da vida.  Se for para semear,  então que seja para produzir  milhões de sorrisos,  de solidariedade e amizade. Cora Coralina BENETTI, Aline Pinto. Gestão de resíduos sólidos no meio urbano: o caso do município de Cataguases, Minas Gerais. 2012. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso Tecnologia em Gestão Ambiental – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Cataguases, 2012. RESUMO O PRESENTE TRABALHO SE JUSTIFICA PELA NECESSIDADE DE DAR ATENÇÃO AO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU). TEM COMO OBJETIVO IDENTIFICAR COMO ESTÁ SENDO REALIZADA A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE CATAGUASES, MINAS GERAIS, A FIM DE PROPOR MELHORIAS NO SISTEMA. O MUNICÍPIO ATUALMENTE DISPÕE SEUS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU) EM UM LIXÃO, E EM BREVE O FARÁ NO ATERRO SANITÁRIO. ISTO SIGNIFICA A ADEQUAÇÃO DO MUNICÍPIO EM RELAÇÃO ÀS QUESTÕES AMBIENTAIS RELATIVAS AO DESCARTE DOS RSU. ESTA PESQUISA FOI FEITA ATRAVÉS DE INFORMAÇÕES OBTIDAS NA PREFEITURA MUNICIPAL DE CATAGUASES, REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO E OBSERVAÇÕES EM CAMPO. DE ACORDO COM OS RESULTADOS DO TRABALHO, SE PODE CONSIDERAR COMO SATISFATÓRIO O SISTEMA DE COLETA DE RSU E A LIMPEZA PÚBLICA EM GERAL, EMBORA EXISTA A NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO DE ALGUNS ASPECTOS DA MESMA. PARA UM MELHOR GERENCIAMENTO DOS RSU É NECESSÁRIO QUE SEJA CRIADO UM PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PGIRS) PARA O MUNICÍPIO, QUE ENGLOBE TODOS OS ASPECTOS DA GESTÃO DE RESÍDUOS, QUE DE SUPORTE PARA A IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE COLETA SELETIVA. Palavras-chave: resíduos sólidos urbanos. Gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. Impactos ambientais. BENETTI, Aline Pinto. Solid waste management in urban areas: the case of the city of Cataguases, Minas Gerais. 2012. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso Tecnologia em Gestão Ambiental – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Cidade, Ano. The present work is justified by the need to pay attention to the management of Municipal Solid Waste (MSW). Aims to identify how it is being held on solid waste management in the city of Cataguases, Minas Gerais, to propose some improvements in the system. The municipality currently provides solid waste (MSW) in a dump, and soon will the landfill. This means the adequacy of the council in relation to environmental issues relating to the disposal of MSW. This research was performed using information obtained from the Town of Odessa, bibliographic references and field observations. According to the results of the work can be considered as satisfying the system of MSW collection and street cleaning in general, although there is the need to adapt some aspects of it. For better management of MSW is necessary that you create a Plan of Integrated Solid Waste (PGIRS) for the city, covering all aspects of waste management, that support for the implementation of selective waste collection programs. Key-words: municipal solid waste. Management and solid waste management. environmental Impacts. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Representação de um lixão 39 Figura 2 - Representação de um aterro controlado 40 Figura 3 – Representação de um aterro sanitário 42 Figura 4 – Impactos causados por lixão 46 Figura 5 – Mapa da disposição dos resíduos sólidos em Minas Gerais, 2011 49 Figura 6 – Disposição dos RSU em MG 50 Figura 7 - Tipo de disposição final/ Tratamneto dos resíduos sólidos no Estado de Minas Geraos, 2011 50 Figura 8 - Localização de Cataguases, Mg 60 Figura 9 - Classificação e Panorama da disposição de resíduos sólidos em Minas Gerais 2011, ressaltando o município de Cataguases 62 LISTA DE GRÁFICOS LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Responsabilidade pelo gerenciamento de cada tipo de resíduo 31 Tabela 2 - Código de cores dos resíduos sólidos recicláveis 35 Tabela 3 - Vantagens e desvantagens da incineração 38 Tabela 4 – Destino final dos resíduos sólidos, por unidade de destino 49 Tabela 5 - Composição gravimétrica dos RSU de Cataguases 63 LISTA DE fotografias Fotografia 1 – Caminhão compactador 67 Fotografia 2 – Caminhão compactador 67 Fotografia 3 – Resíduos domiciliares na calçada 68 Fotografia 4 – Lixeiras suspensas e fechadas 68 Fotografia 5 – Lixo pendurado no portão 68 Fotografia 6 – Contêiner aberto 69 Fotografia 7 – Latão suspenso 69 Fotografia 8- Lixeira vazada 69 Fotografia 9 – Latão convencional 70 Fotografia 10 – Aterro de RCC 72 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS "ABNT "Associação Brasileira de Normas Técnicas " "CONAMA "Conselho Nacional de Meio Ambiente " "CNEN "Comissão Nacional de Energia Nuclear " "FEAM "Fundação Estadual de Meio Ambiente " "NBR "Norma Brasileira " "RSU "Resíduos Sólidos Urbanos " "SNIS "Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento " sUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.............. 15 2 JUSTIFICATIVA........ 17 3 OBJETIVOS.......... 18 3.1 Objetivo geral 18 3.2 Objetivos específicos 18 4 DESENVOLVIMENTO 19 4.1 Referencial teórico 19 4.1.1 Meio ambiente 20 4.1.2 Recursos naturais 20 4.1.3 Poluição e degradação ambiental 22 4.1.4 Desenvolvimento sustentável 23 4.1.5 Resíduos sólidos: definição e classificação 24 4.1.5.1 Resíduos sólidos urbanos 26 4.1.5.2 Resíduos de serviços de saúde 27 4.1.5.3 Resíduos da construção civil 28 4.1.5.4 Resíduos industriais 29 4.1.5.5 Resíduos radioativos 29 4.1.5.6 Resíduos agrícolas 29 4.2 A gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos no meio urbano 30 4.2.1 Acondicionamento, coleta e transporte de resíduos sólidos 32 4.2.1.1 Acondicionamento dos resíduos 33 4.2.1.2 Coleta e transporte de resíduos sólidos 34 4.2.2 Reciclagem e coleta seletiva 35 4.2.2.1 Cooperativas de catadores 37 4.2.3 Compostagem 38 4.2.4 Incineração 38 4.2.5 Disposição final de resíduos sólidos 39 4.2.5.1 Lixão 40 4.2.5.2 Aterro controlado 41 4.2.5.3 Aterro sanitário 42 4.3 A problemática dos resíduos sólidos e lixões: meio AMBIENTE SAÚDE E SOCIEDADE 45 4.4 A relação entre resíduos sólidos e recursos hídricos 47 4.5 História da gestão dos resíduos sólidos no Brasil 48 4.6 O atual cenário dos Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil 48 4.7 Políticas públicas para resíduos sólidos em âmbito federal, estadual e municipal 53 4.7.1 A Constituição Federal de 1988 53 4.7.2 Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº. 12.305, de 10 de agosto de 2010 54 4.7.3 Política Estadual de Resíduos sólidos, Lei Estadual nº. 18.031, de 12 de janeiro de 2009 56 4.7.4 Plano Diretor Municipal de Cataguases 58 5 METODOLOGIAS DA PESQUISA 60 5.1 Caracterização da área de estudo 60 5.1.1 Legislações Municipais 64 6 DIAGNÓSTICO DA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO MUNICÍPIO DE CATAGUASES, MINAS GERAIS 65 6.1 Resíduos sólidos domiciliares 65 6.1.1 Coleta regular 66 6.1.2 Coleta seletiva 69 6.1.2.1 A Associação de Catadores de Recicláveis de Cataguases (ASCATG) 70 6.2 Resíduos Sólidos Industriais 70 6.3 Resíduos da Construção Civil e demolição 71 6.4 Resíduos do Serviço de Saúde 71 6.4.1 Acondicionamento dos resíduos 72 6.4.2 Coleta transporte interno de resíduos 73 6.4.3 Quantificação dos resíduos 73 6.4.4 Armazenamento externo dos resíduos (sala de resíduos) 73 6.4.5 Coleta e transporte externo os resíduos 74 6.5 Disposição final dos resíduos sólidos no Município de Cataguases 75 6.5.1 Aterro sanitário 76 6.5.2 Lixão 80 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO 82 7.1 A atual gestão de resíduos sólidos no município de Cataguases 82 7.2 A população e o descarte de resíduos sólidos 82 7.3 A gestão integrada de resíduos sólidos 82 8 CONCLUSÃO........ 84 9 REFERÊNCIAS.......... 85 10 APÊNDICES........ 90 10.1 APÊNDICE A – Instrumento de Pesquisa Utilizado na Coleta de Dados na Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente 90 11 Anexos....................... 102 11.1 Anexo 1 – Levantamento fotográfico da área do lixão e do aterro sanitário de cataguases 102 INTRODUÇÃO A questão ambiental é um reflexo do espaço produzido pelo ser humano ao longo de sua história, pautada nas relações que se estabelecem entre eles. (MÓL, 2007). A partir da Revolução Industrial, no séc. XVIII, o desenvolvimento econômico e o progresso cresceram em ritmo acelerado, junto com isso, a sociedade foi se tornando cada vez mais consumista, exigindo que mais recursos naturais fossem explorados e conseqüentemente mais resíduos fossem descartados no Meio Ambiente. Para Lima, (2009), a sociedade consome em demasia, e para tanto retira os recursos da natureza numa velocidade e escala bem maior do que sua capacidade de regeneração. Na outra ponta, a geração de resíduos aumentou de tal maneira que ultrapassa a capacidade da natureza absorvê- los. Atualmente um dos maiores problemas ambientais e urbanos são os resíduos sólidos, tendendo a ser cada vez mais agravado, uma vez que os padrões de consumo impostos pela sociedade capitalista estimulam as pessoas de uma forma geral, a acreditarem que quanto mais consumirem, melhor estarão colocados na escala social. Segundo LIMA, (2009), muitos problemas de saúde estão relacionados ao saneamento inadequado e, dentro deste, a geração, armazenamento, coleta, segregação, reciclagem e disposição inadequada dos resíduos sólidos. De acordo com BORGONOV & MARCELINO (2009), a necessidade de "solucionar" os problemas, mantendo a associação do consumo à qualidade de vida como característica fundamental da sociedade moderna, muitos modelos de processamento e deposição dos resíduos foram criadas e/ou alteradas ao longo da história. Tais modelos visaram mudar os hábitos dos cidadãos, configurando em novas posturas e atitudes pessoais, empresariais e institucionais, embasadas em posturas éticas e integradoras que tenham como resultado as suas manifestações de ações. Nas grandes cidades o problema dos resíduos sólidos é agravado devido ao grande número de habitantes nestes aglomerados e ao alto consumo de produtos industrializados que vêm acompanhados de embalagens, muitas vezes desnecessárias, como plástico, metal ou vidro. E também à falta de disponibilidade de espaços legalmente apropriados para a destinação dos resíduos. O presente trabalho tem como proposta principal abordar a situação dos resíduos sólidos urbanos (RSU) na cidade de Cataguases – MG, verificando os procedimentos da coleta, tratamento e o espaço destinado à disposição final. Também tem como pretensão identificar os impactos sócio- ambientais do atual lixão e dos benefícios gerados pela destinação de resíduos sólidos no aterro sanitário, cujo projeto já está em fase de licença de operação (LO), uma vez que para a realidade local este é a melhor maneira de dispor de forma legal e ambiental os resíduos sólidos produzidos pela população. JUSTIFICATIVA O presente trabalho se justifica pela sempre existente necessidade de dar atenção ao gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos, que é um dos pilares do saneamento básico, portanto, essencial para garantir a qualidade de vida da população. Cataguases, Minas Gerais, está em fase de desativação do lixão utilizado para disposição final dos RSS e implantação do aterro sanitário. Isto significa um passo para a regularização ambiental prevista na Deliberação Normativa COPAM nº. 119, de 27 de junho de 2008, que reitera a convocação aos municípios com população urbana acima de 30.000 habitantes, que não cumpriram os prazos estabelecidos na DN 105/2006, a formalizarem processo de licenciamento ambiental para sistema de tratamento e/ou disposição final de resíduos sólidos urbanos. Também define prazos para os municípios brasileiros se adequarem nas questões relativas ao saneamento básico, na qual se enquadra a correta destinação final dos resíduos sólidos urbanos. OBJETIVOS 1 Objetivo geral O objetivo geral deste trabalho foi apresentar um diagnóstico acerca da gestão dos resíduos sólidos no Município de Cataguases – MG, que identifique os aspectos referentes à mesma, objetivando identificar aspectos que proponham uma melhoria na qualidade da gestão municipal implantada atualmente, com base no referencial teórico apresentado. 2 Objetivos específicos Identificar como é realizada a gestão dos resíduos sólidos no município; Verificar se há alguma deficiência nesse processo; Apresentar medidas para a gestão dos resíduos sólidos no município de Cataguases. DESENVOLVIMENTO A importância da preservação dos recursos naturais passou a se tornar uma preocupação mundial, quando o homem sentiu-se ameaçado diante da possível extinção de todos os seres vivos do planeta. Essa necessidade de proteção do meio ambiente é antiga, mas nunca foi tratada de maneira tão acentuada como nos dias de hoje. A evolução do homem foi longa, contudo, o mesmo ainda não atingiu uma consciência integral e completa de necessidade de preservação do meio ambiente, não somente em razão das ameaças que nosso planeta vem sofrendo, mas também pela necessidade de se preservar os recursos naturais disponíveis para as futuras gerações. Muitos são os fatores que influenciam a quantidade e composição dos resíduos gerados por uma comunidade, podendo destacar-se pelo número de habitantes, pela área relativa de produção, variações sazonais, condições climáticas, pelos hábitos e costumes da população, nível educacional, poder aquisitivo, entre outros. Constantemente, os meios de comunicação expõem várias matérias sobre a contaminação do meio ambiente provocada pelos resíduos, através da disposição de lixos químicos, domésticos, industriais e hospitalares de forma inadequada, pelas queimadas, pelo desperdício dos recursos naturais não renováveis, pelo efeito estufa, pelo desmatamento indiscriminado, pela contaminação dos rios, pela degradação do solo através da mineração, pela utilização de agrotóxicos, pela má distribuição de renda, pela acelerada industrialização, pela crescente urbanização, pela caça e pesca predatória etc. 1 Referencial teórico Para melhor compreensão deste trabalho, serão apresentadas as seguintes definições. 1 Meio ambiente De acordo com a constituição federal de 1988, meio ambiente é o meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo. A lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a política Nacional de Meio Ambiente, em seu artigo 3º, item I, descreve meio ambiente como "o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas" (BRASIL, 1981). "Em um contexto geral, o ambiente consiste no conjunto das substâncias, circunstâncias ou condições em que existe determinado objeto ou em que ocorre determinada ação, e que pode ter significados especializados em diferentes contextos" (KRAWULSKI, 2009). De acordo com KRAWULSKI (2009), o meio ambiente pode ser classificado em abiótico e biótico de acordo com as condições e forças que cercam e influenciam os seres vivos. O meio ambiente abiótico considera fatores como clima, iluminação, a pressão, o teor de oxigênio, que se influenciam entre si e a comunidade de seres vivos que os cercam. O meio ambiente biótico considera o modo de vida e as condições de alimentação de plantas e animais e suas relações em comum e com meio físico. Podemos concluir que meio ambiente é o todo que nos cerca, desde o meio físico e o biológico e as relações de ambos, que geram: o natural, artificial, cultural, meio ambiente de trabalho e patrimônio genético. O natural diz respeito aos recursos naturais de forma geral, como ar, água, solo, atmosfera, a flora, a fauna, entre outros. O meio artificial considera o natural modificado pela ação humana, como as cidades. O meio cultural trata dos bens da natureza material e imaterial, os conjuntos urbanos, e os conjuntos urbanos de valor histórico, paisagístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. Por fim o meio ambiente de trabalho protege o homem em seu ambiente de trabalho, de acordo com os seus direitos. 2 Recursos naturais Recurso natural é qualquer insumo de que os organismos, as populações e os ecossistemas necessitam para sua manutenção. Portanto, recurso natural é algo útil. Existe um envolvimento entre recursos naturais e tecnologia, uma vez que há necessidade de existência de processos tecnológicos para utilização de um recurso. Exemplo típico é o magnésio, que até pouco tempo não era um recurso natural e passou a sê-lo quando se descobriu como utilizá-lo na confecção de ligas metálicas para aviações. Recursos naturais e economia interagem de modo bastante evidente, uma vez que algo é recurso na medida em que sua exploração é economicamente viável. Exemplo dessa situação é o álcool, que antes da crise do petróleo de 1973, apresentava custos de produção extremamente elevados antes os custos de exploração do petróleo. (Krawulski, 2009, pág.13). Também para ser considerado um recurso natural, o objeto de exploração, processamento e utilização não podem causar danos ao meio ambiente. De acordo com Krawulski (2009), a não preocupação constante com as questões ambientais nas últimas décadas, gerou um consumo descontrolado de elementos extremamente tóxicos utilizados como se fossem recursos naturais, como é o caso de agrotóxicos. Exemplos disso são o chumbo e o mercúrio, que de acordo com as concentrações podem causar até a morte dos seres humanos. As sociedades capitalistas, que buscam incessantemente o lucro, extraem cada vez mais elementos da natureza, denominados de recursos naturais. São considerados recursos naturais tudo aquilo que é necessário ao homem e que se encontra na natureza, dentre os quais podemos citar: o solo, a água, o oxigênio, energia oriunda do Sol, as florestas, os animais, dentre outros. Os recursos naturais podem ser classificados em dois grupos, que correspondem aos renováveis e aos não renováveis. Os renováveis são aqueles que, após serem utilizados, voltam a estar em disponibilidade. Os recursos com tais características são: florestas, água e solo. Caso haja o uso ponderado de tais recursos, certamente não se esgotarão. Já os não renováveis abrangem todos os elementos que são usados nas atividades antrópicas, e que não têm capacidade de renovação. Com esse aspecto temos: o alumínio, o ferro, o petróleo, o ouro, o estanho, o níquel e muitos outros. Isso quer dizer que quanto mais se extrai, mais as reservas diminuem, diante desse fato é importante adotar medidas de consumo comedido, poupando recursos para o futuro. 3 Poluição e degradação ambiental De acordo com a Resolução CONAMA 01/1986 e a Política Nacional de Meio Ambiente, Lei nº. 6.938, de 31 de julho de 1981, considera-se como poluição do Meio ambiente a degradação da qualidade ambiental provocada por atividades que direta ou indiretamente: a) Prejudicam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) Afetem desfavoravelmente a biota; d) Afetem condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. A poluição pode ser dividida em: Poluição atmosférica: quando o ar é poluído. Ex: emissões de gases tóxicos por veículos, chaminés de fábricas, entre outros. Poluição hídrica: quando um corpo de água, ou simplesmente a água é poluída. Ex: vazamento de produtos químicos de uma empresa, lançamento de esgoto sem tratamento, entre outros. Poluição do solo: quando o solo é poluído. Ex: disposição inadequada de resíduos e rejeitos sólidos, utilização não controlada de agrotóxicos, mineração, entre outros. Poluição sonora: quando som é emitido em níveis inadequados para a saúde. Ex: um congestionamento de automóveis, festas com sons muito altos, fábricas em funcionamento, entre outros. Poluição visual: quando o ambiente visual é poluído. Ex: um lixão, lixo espalhado pelas ruas e estradas, cartazes espalhados pelas cidades de forma desordenada, entre outros. É importante considerar que um determinado "problema", como um lixão, pode ocasionar todos os tipos de poluição mencionados acima. Segundo LIMA (2009), os tipos de poluição podem ser classificados de formas variadas, sendo a classificação em função do tipo de poluente mais comum. Poluição química: acontece quando há danos ao meio ambiente causado por emissões ou lançamentos de compostos ou elementos químicos em concentrações ou quantidades elevadas. Poluição física: causada pela presença, em um determinado ambiente, de agentes físicos que prejudiquem a qualidade dos ecossistemas ou a saúde dos seres vivos que neles vivam. Poluição biológica: ocorre pela introdução de espécies exóticas e/ou invasoras em um determinado ambiente, aos quais se adaptarem podem causar alterações danosas ao meio ambiente. O caso mais comum é a poluição biológica causada por microorganismos. Poluição radioativa: trata-se da poluição causada quando ocorre contato de material radioativo com o ambiente, podendo causar sérios danos aos seres vivos. 4 Desenvolvimento sustentável "Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro" (PNUD, 1997). Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. Tal medida deve ser adotada, incentivando assim o crescimento econômico, utilizando-se os recursos naturais de maneira racional para atingir a justiça social. Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Em muitos casos, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende. Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico. O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem. 5 Resíduos sólidos: definição e classificação A Política Nacional de Resíduos sólidos (PNRS), instituída pela Lei 12.305, de 02 de agosto de 2010, define em seu artigo 3º, XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;  De uma forma geral, resíduo sólido ou simplesmente "lixo" é todo material sólido ou semi-sólido indesejável e que necessita ser removido por ter sido considerado inútil por quem o descarta. Para LIMA (2009), resíduo sólido, ou mais popularmente conhecido como lixo, é toda sobra de atividades humanas, considerado descartável, inaproveitável ou indesejado por quem o produz. Embora essas sejam as definições mais populares e aceitas, são relativas. Os resíduos sólidos são para quem os produzem algo sem valor, descartável e indesejável. Porém, para outros os resíduos são matéria- prima, possuindo valor econômico, como para os catadores de recicláveis, os compradores que fazem o intercâmbio entre estes as empresas que fazem a reciclagem. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da Norma Brasileira Registrada 10.004 (1987), define resíduos sólidos como os "resíduos no estado sólido ou semissólido, que resultem de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição". Consideram-se também resíduos sólidos os lodos provenientes dos sistemas de tratamento de água, aqueles gerados nos equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornam inviável seu lançamento em rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. (ABNT, 1987). Os resíduos sólidos são classificados quanto à sua origem ou fonte ou grau de periculosidade em relação a determinados padrões de qualidade ambiental e de saúde pública. A classificação determina a disposição final e cada país adota sua classificação particular. No Brasil, a classificação dos resíduos sólidos segue os critérios da Agência de Proteção Ambiental Americana (USEPA), com algumas adaptações. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) apresenta uma relação de normas relacionadas aos resíduos sólidos: NBR 7.500: Símbolos de risco e manuseio para transporte e armazenagem de materiais - Simbologia; NBR 7.502: Transporte de cargas perigosas - classificação; NBR 8.478: Projetos de aterro de resíduos industriais perigosos: NBR 4.819: Projetos de aterros de resíduos sólidos urbanos; NBR 9.190: Sacos plásticos para acondicionamento de lixo - classificação; NBR 10.004: Resíduos sólidos – classificação; NBR 10.005: Lixiviação de resíduos; NBR 10.006: Solubilização de resíduos; NBR 10.007: Amostragem de resíduos – procedimento. De acordo com LIMA (2009), a norma brasileira NBR 10.004 (2004), distingui-se em duas classes, tendo como fatores classificatórios os aspectos práticos e de natureza técnica ligada principalmente às possibilidades de tratamento e disposição dos resíduos em condições satisfatórias, agrupando-os de acordo com as propriedades dos materiais. a) Resíduos classe I - perigosos; b) Resíduos classe II – Não perigosos; - Resíduos classe II A – Não Inertes; - Resíduos classe II B – Inertes. Os resíduos classe I, classificados como perigosos, apresentam característica de periculosidade que, em virtude de suas particularidades físicas, químicas ou infectocontagiosa, podem oferecer riscos ao meio ambiente e à saúde pública. São classificados segundo: corrosividade, inflamabilidade, toxicidade, reatividade e patogenicidade quando a amostra ou lixiviado, obtidos através de procedimentos descritos pelas normas NBR 10.005 (ABNT, 2004b) e NBR 10.007 (ABNT, 2004d) resultarem em propriedades equivalentes às informadas nas norma NBR 10.004 (ABNT, 2004a). Os resíduos classe II A se distinguem dos demais por não se enquadrarem nas definições dos resíduos classe I ou classe II B, de acordo com a NBR 10.004 (ABNT, 2004ª). Tem como características propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Já os resíduos classe II B são quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma representativa , de acordo coma norma NBR 10.007 (ABNT, 2004d), e postos em contato dinâmico com água destilada e desionizada, à temperatura ambiente conforme norma NBR 10.006 (ABNT, 2004c), não devem apresentar nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, exceto cor, turbidez, dureza e sabor. Segundo LIMA (2009), a responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos sólidos domiciliares, comercial (de acordo com a lei municipal vigente) e públicos é da prefeitura municipal e os demais resíduos (saúde, industriais, portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários, agrícolas e construção civil) são de responsabilidade dos geradores. 1 Resíduos sólidos urbanos Os resíduos domiciliares fazem parte desta categoria, isto é, os resíduos produzidos em residências, constituídos em geral pôr sobras de alimentos, embalagens, papéis, papelões, plásticos, vidros, trapos, entre outros. Os maiores problemas de limpeza de uma cidade estão relacionados com o lixo domiciliar. Este deve separar-se em: a) lixos molhados tais como restos de comida, cascas de frutas ou vegetais; b) lixos secos tais como papel, folhas secas e tudo o que se varre da casa. Os resíduos domiciliares podem ser considerados como perigosos, quando provenientes de produtos domésticos comuns, como produtos de limpeza (soda cáustica, ácido muriático, água sanitária), solventes, tintas, produtos de manutenção de jardins (praguicidas), venenos, inseticidas, medicamentos, sprays, entre outros. Também faz parte dos resíduos urbanos o lixo comercial, produzido em estabelecimentos comerciais como escritórios, lojas, hotéis, lanchonetes, restaurantes, açougues, escritórios, hotéis, bancos, etc. Os componentes mais comuns do lixo comercial são: papéis, papelões, plásticos, restos de alimentos, embalagens de madeira, resíduos de lavagens, sabões. Os resíduos provenientes de varrição e de serviços, como varrição, poda e capina, animais mortos, entre outros são considerados como de origem pública. 2 Resíduos de serviços de saúde São considerados resíduos do serviço de saúde os resíduos produzidos em qualquer tipo de estabelecimento que promova assistência médica e/ou sanitária, ou estabelecimentos congêneres, como farmácias, hospitais, clínicas médicas e veterinárias, pronto socorros, posto de saúde, laboratórios de análises clínicas e patológicas, instituições de ensino e pesquisa, entre outros. Os resíduos são classificados em cinco grupos, de acordo com a Resolução CONAMA nº 358/05 e a RDC ANVISA nº 306/04, sendo: Grupo A (Biológico): engloba os componentes com possível presença de agentes biológicos, que por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar riscos de infecção. Ex.: sangue, lâminas de laboratório, peças anatômicas, carcaças, agulhas e seringas, entre outros. Grupo B (Químico): possuem substâncias químicas que pode apresentar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo d suas características químicas. Ex.: medicamentos, reagentes, resíduos com metais pesados, entre outros. Grupo C (Radioativo): são considerados resíduos que contenham radionuclídios em quantidades superiores aos especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN. Ex.: serviços de medicina nuclear e radioterapia, entre outros. Grupo D (Semelhante aos domiciliares e recicláveis): não oferecem riscos químico, biológico ou radiológico à saúde pública ou ao meio ambiente. Ex: restos de alimentos, resíduos de material administrativo, entre outros. Grupo E (Perfurantes cortantes e abrasivos): são os materiais perfuro- cortantes ou escarificantes, como lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, bisturi, lancetas, espátulas e outros similares. Sua destinação é de competência do gerador, ou seja, se o estabelecimento é público, é obrigação da prefeitura, do estado ou União dar destinação adequada, ou se for o caso, sendo o mesmo privado, é dever do proprietário a destinação dos resíduos. 3 Resíduos da construção civil A Resolução CONAMA 307, que diz sobre a gestão dos resíduos da construção civil, define em seu artigo 2º, inciso I, que os resíduos da construção civil são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos, caliça ou metralha. A mesma resolução, em seu artigo 3º, classifica os resíduos da construção civil da seguinte forma: I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros; III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso; IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros. 4 Resíduos industriais Podem ser considerados tóxicos e perigosos dependendo de sua composição, são resíduos gerados por diversos tipos de indústrias de processamento. Segundo a Norma ABNT NBR 10 004 de 09/1987, os resíduos sólidos industriais são classificados nas seguintes classes: Resíduos de Classe I - Perigosos - Resíduos que, em função de suas propriedades físico-químicas e infecto-contagiosas, podem apresentar risco à saúde pública e ao meio ambiente. Devem apresentar ao menos uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Resíduos de Classe II - Não Inertes - Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I ou classe III. Apresentam propriedades tais como: combustibilidade, biodegrabilidade ou solubilidade em água. Resíduos de Classe III - Inertes - Quaisquer resíduos que submetidos a um contato estático ou dinâmico com água, não tenham nenhum de seus componentes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água definidos pelo Anexo H da Norma NBR 10.004. 5 Resíduos radioativos Considerado como lixo atômico, são resíduos provenientes da utilização de combustíveis nucleares. Seu gerenciamento é de competência exclusiva da CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear. 6 Resíduos agrícolas São os resíduos gerados pela utilização principalmente de agrotóxicos, defensivos e fertilizantes, como os vasilhames usados na aplicação e as embalagens dos agrotóxicos. A maior preocupação, no momento, está voltada para as embalagens de agroquímicos, pelo alto grau de toxicidade que apresentam, sendo alvo de legislação específica. 2 A gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos no meio urbano SHALCH (2002, pág. 71) diz que o conceito de gestão de resíduos sólidos abrange atividades referentes à tomada de decisões estratégicas e à organização do setor para esse fim, envolvendo instituições, políticas, instrumentos e meios. Já o termo gerenciamento de resíduos sólidos refere-se aos aspectos tecnológicos e operacionais da questão, envolvendo fatores administrativos, gerenciais, econômicos, ambientais e de desempenho: produtividade e qualidade, por exemplo, e relaciona-se à prevenção redução, segregação, reutilização, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento, recuperação de energia e destinação final de resíduos sólidos (Modelo de gestão de resíduos sólidos para a ação governamental no Brasil: aspectos institucionais, legais e financeiros. Projeto BRA/92/017, 1996). Diante da problemática dos resíduos sólidos, existe a sempre necessidade de adoção de medidas para o controle dos resíduos sólidos, desde a sua geração até sua destinação final. Por "Gestão de resíduos sólidos" entende-se como sendo um conjunto de normas e leis relacionadas a estes. E o "gerenciamento dos resíduos sólidos" diz respeito operações que envolvem os resíduos, como coleta, transporte, tratamento, disposição final, entre outras. Para Schalch (2002) O manejo dos resíduos sólidos depende de vários fatores, dentre os quais devem ser ressaltados: a forma de geração, acondicionamento na fonte geradora, coleta, transporte, processamento, recuperação e disposição final. Portanto, deve-se criar um sistema dirigido pelos princípios de engenharia e técnicas de projetos, que possibilite a construção de dispositivos capazes de propiciar a segurança sanitária às comunidades, contra os efeitos adversos dos resíduos. Schalch et al. (2002) De acordo com LIMA (2009), o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos ainda é uma das questões sociais, ambientais e da saúde a serem solucionadas, ainda que, nos últimos anos, já forma dadas iniciativas em programas de desenvolvimento sustentável em alguns países da América Latina e Caribe. O gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos deve ser assentado sobre condições ambientais adequadas, considerando-se todos os setores e aspectos envolvidos, desde a fonte geradora até a disposição final segura depois de esgotadas todas as possibilidades de recuperação de resíduos, buscando-se inclusive, incorporar mudanças nos padrões não- sustentáveis de produção e consumo, mediante a educação ambiental para sensibilização, conscientização e participação da sociedade. (LIMA, 2009, pag. 4). São elementos indispensáveis na composição de um modelo de gestão: Reconhecimento dos diversos agentes sociais envolvidos identificando os papéis por eles desempenhados e promovendo a sua articulação; Consolidação da base legal necessária e dos mecanismos que viabilizem a implementação das leis; Mecanismos de financiamento para a auto-sustentabilidade das estruturas de gestão e do gerenciamento; Informação à sociedade, empreendida tanto pelo pode público quanto pelos setores produtivos envolvidos, para que haja um controle social; Sistema de planejamento integrado, orientando a implementação das políticas públicas para o setor. A Resolução CONAMA nº. 05 de 1993 prevê a implantação do Gerenciamento de resíduos sólidos, obrigatório nacionalmente, o qual mantém o conceito técnico ou definição técnica dos resíduos sólidos previstos na NBR 10.004 da ABNT (1987). A responsabilidade sobre o gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil pode variar, de acordo com a origem dos resíduos. Tabela 1 – Responsabilidade pelo gerenciamento de cada tipo de resíduo "TIPOS DE LIXO " "RESPONSÁVEL " "Domiciliar " "Prefeitura " "Comercial " "Prefeitura* " "De Serviços " "Prefeitura " "Industrial " "Gerador (indústrias) " "Serviço de saúde " "Gerador (hospitais etc.) " "Portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários Gerador " "(portos etc.) " "Agrícola " "Gerador (agricultor) " "Entulho " "Gerador* " "Radioativo " "CNEN " " " Obs.: (*) a Prefeitura é co-responsável por pequenas quantidades (geralmente menos que 50 kg/dia), e de acordo com a legislação municipal específica. Fonte: JARDIM (1995)apud Schalch (2002) Para se propor um modelo de Gerenciamento de resíduos sólidos exige-se o conhecimento de diversas opções de tratamento e disposição final adequadas para os resíduos. Segundo SCHALCH (2002), tratamento ou a "industrialização dos resíduos" envolve um conjunto de atividades e processos com o objetivo de promover a reciclagem de alguns de seus componentes, como plástico, o papelão, os metais e os vidros, além da transformação da matéria orgânica em composto, para ser utilizado como fertilizante e condicionador do solo, ou em polpa para a utilização como combustível. O tratamento nunca constitui um sistema de destinação final completo ou definitivo, pois sempre há um remanescente inaproveitável. Entretanto, as vantagens decorrentes dessas ações, tornam-se mais claras após o equacionamento dos sistemas de manejo e de destinação final dos resíduos. Segundo JARDIM (1995) apud SCHALCH (2002), as vantagens são de ordem ambiental e econômica. No caso dos benefícios econômicos, a redução de custos com a disposição final é a vantagem econômica que mais sobressai. Dentre os fatores que recomendam o tratamento dos resíduos pode-se citar: - a escassez de áreas para a destinação final dos resíduos; - a disputa pelo uso das áreas remanescentes com a população de menor renda; - a valorização dos componentes do lixo como forma de promover a conservação de recursos; - a economia de energia; - a diminuição da poluição das águas e do ar; - a inertização dos resíduos sépticos; - a geração de empregos, através da criação de indústrias recicladoras. 1 Acondicionamento, coleta e transporte de resíduos sólidos 1 Acondicionamento dos resíduos Acondicionar os resíduos sólidos domiciliares significa prepara-los para a coleta de forma sanitariamente adequada, como ainda compatível com o tipo e a quantidade de resíduos. A importância do acondicionamento adequado está em: evitar acidentes; evitar a proliferação de vetores; minimizar o impacto visual e olfativo; reduzir a heterogeneidade dos resíduos (no caso de haver coleta seletiva); facilitar a realização da etapa da coleta. Infelizmente, o que se verifica em muitas cidades é o surgimento espontâneo de pontos de acumulação de lixo domiciliar a céu aberto, expostos indevidamente ou espalhados nos logradouros, prejudicando o ambiente e arriscando a saúde pública. Segundo LIMA (2009), a primeira etapa para a coleta de resíduos sólidos é o acondicionamento dos mesmos. Para isso, faz-se necessário a utilização de recipientes adequados e compatíveis com a quantidade de resíduos, proporcionando um transporte sem derramamentos pelas vias públicas e ocasionalmente, menos transtornos à população. O acondicionamento pode variar de acordo com o tipo de transporte utilizado para os resíduos e pode variar de cidade para cidade. O primeiro acondicionamento acontece dentro das próprias residências, onde o morador separa e aguarda o momento da coleta. Existem vários tipos de recipientes ou acondicionadores para os resíduos, e o seu uso varia de acordo com o tipo de coleta que a Administração Municipal pratica. Alguns exemplos mais utilizados são os sacos plásticos, contêineres, coletores para coleta seletiva e caçambas. Os sacos plásticos geralmente são mais utilizados para acondicionar os resíduos gerados em casas, comércios, estabelecimentos de serviços de saúde. Os contêineres possuem tampas e rodas, são mais utilizados por serviços de limpeza pública de vias e por supermercados, restaurantes de serviços de tratamento de resíduos de saúde. As caçambas são empregadas principalmente por grandes geradores de resíduos domiciliares e por geradores de resíduos da construção civil. Os coletores porta a porta ou coletores para coleta seletivos, também conhecidos como Posto de Entrega Voluntária (PEV) são conhecidos por permitirem a separação dos resíduos por tipo, identificados pelas cores. 2 Coleta e transporte de resíduos sólidos De acordo com LIMA (2009), existem duas formas de se coletar resíduos, que englobam os contaminados (geralmente provenientes de serviços de saúde) e não contaminados, que correspondem aos resíduos domiciliares. A coleta de resíduos domiciliares e de pequenos geradores é realizada pela prefeitura municipal ou por serviços de terceiros contratados. Quando se trata de grandes quantidades de resíduos, a coleta é realizada por meio de contratos pelos próprios geradores. Tanto a regularidade quanto a frequência da coleta é essencial para se manter o nível de sucesso do serviço, uma vez que evita que os resíduos fiquem expostos por muito tempo à espera da coleta, evitando que sejam remexidos por animais. Vale lembrar que os resíduos podem propiciar a proliferação de vetores, mau cheiro, poluição visual, o que reforça a idéia de se manter uma frequência satisfatória de coleta de resíduos, principalmente em comunidades, bairros, favelas, onde o espaço para armazenagem é pequeno. Em cidades grandes, existem pontos determinados, onde os resíduos permanecem por mais tempo antes de serem transportados até o destino final. São escolhidos estrategicamente e permite uma descarga mais rápida de resíduos, o que implica mais rapidez na coleta de outros pontos mais afastados. De acordo com LIMA (2009), o dimensionamento e a programação dos serviços de coleta domiciliar atuam nas seguintes etapas: Estimativa do volume de lixo a ser coletado; Definição das frequências de coleta; Definição dos horários de coleta domiciliar; Dimensionamento da frota dos serviços e Definição dos itinerários. Com relação aos tipos de carrocerias utilizadas por caminhões coletores, os mais frequentes são as compactadoras e as não compactadoras. Ambos têm a pretensão de não permitir o vazamento de chorume ou resíduos nas vias, ter altura adequada para facilitar o trabalho dos garis e ter taxa de compactação que aperfeiçoe o serviço. Para os resíduos dos serviços de saúde, são utilizados veículos sem compactadores e que sejam herméticos. Para os resíduos da construção civil é comum a utilização de caçambas metálicas estacionárias, que são transportadas por caminhões poliguindastes até o local de disposição ou descarga. 2 Reciclagem e coleta seletiva A criação de políticas ambientais em países desenvolvidos despertou o interesse da população pela questão dos resíduos sólidos. O aumento da geração per capita de lixo, produto do modelo de alto consumo da sociedade capitalista, começou a preocupar os ambientalistas e a população, tanto pelo seu potencial poluidor, quanto pela necessidade permanente de identificação de novas áreas para aterro dos resíduos. Entre as alternativas para tratamento ou redução dos resíduos sólidos urbanos, a reciclagem é aquela que abre o maior interesse na população, por seu forte apelo ambiental e pela lucratividade, uma vez que existe economia ao se reciclar. Os principais benefícios ambientais da reciclagem dos materiais existentes no lixo (plásticos, papéis, papelão, metais e vidros) são: a economia de matérias-primas não-renováveis; a economia de energia nos processos produtivos; o aumento da vida útil dos aterros sanitários. Outro aspecto relevante que deve ser considerado é que a implantação de programas de reciclagem estimula o desenvolvimento de uma maior consciência ambiental e dos princípios de cidadania por parte da população. O grande desafio para implantação de programas de reciclagem é buscar um modelo que permita a sua auto-sustentabilidade econômica. Os modelos mais tradicionais, utilizados em países desenvolvidos, quase sempre são subsidiados pelo poder público e são de difícil aplicação em países em desenvolvimento. Embora a falta de recursos dificulte a implantação de programas de reciclagem, alguns municípios vêm adequando modelos alternativos ajustados às suas condições econômicas. Entre os processos que envolvem a reciclagem com segregação na fonte geradora, podem ser destacados: Coleta seletiva porta a porta: É o modelo mais utilizado nos programas de reciclagem e consiste na separação, pela população, dos materiais recicláveis existentes nos resíduos domiciliares para que posteriormente os mesmos sejam coletados por um veículo específico. Outro modelo utilizado, que tem maior destaque no cenário da coleta seletiva, é aquele em que a população separa os resíduos em apenas dois grupos: Materiais orgânicos (úmidos), compostos por restos de alimentos e materiais não recicláveis (lixo). Devem ser acondicionados em um único contêiner e coletados pelo sistema de coleta de lixo domiciliar regular. Materiais recicláveis (secos), compostos por papéis, metais, vidros e plásticos. Devem ser acondicionados em um único contêiner e coletados nos roteiros de coleta seletiva. Pontos de Entrega Voluntária (PEV): Consiste na instalação de contêineres ou recipientes em locais públicos para que a população, voluntariamente, possa fazer o descarte dos materiais separados em suas residências. A Resolução CONAMA nº. 275, de 25/4/2001 estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva, como indicado na Tabela 2: Tabela 2 - Código de cores dos resíduos sólidos recicláveis "Cor do contêiner "Material Reciclável " "Azul "Papéis/papelão " "Vermelho " " " "Plástico " "Verde "Vidros " "Amarelo "Metais " "Preto "Madeira " "Laranja " " " "Resíduos perigosos " "Branco "Resíduos ambulatoriais e " " "de serviços de " " "saúde " "Marrom " " " "Resíduos orgânicos " "Cinza "Resíduo geral " " "não-reciclável ou " " "misturado, ou contaminado," " "não passível de separação " 1 Cooperativas de catadores A grave crise social existente no país, que tem uma das piores distribuições de renda do mundo, tem levado um número cada vez maior de pessoas a buscar a sua sobrevivência através da catação de materiais recicláveis existentes nos resíduos domiciliares. Os catadores trabalham nas ruas, vazadouros e aterros de lixo. Alguns municípios têm procurado incentivar programas de reciclagem, formando cooperativas de catadores que atuam na separação de materiais recicláveis existentes no lixo. De acordo com o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (IBAM, 2001), as principais vantagens da utilização de cooperativas de catadores são: geração de emprego e renda; resgate da cidadania dos catadores, em sua maioria moradores de rua; redução das despesas com os programas de reciclagem; organização do trabalho dos catadores nas ruas evitando problemas na coleta de lixo e o armazenamento de materiais em logradouros públicos; redução de despesas com a coleta, transferência e disposição final dos resíduos separados pelos catadores que, portanto, não serão coletados, transportados e dispostos em aterro pelo sistema de limpeza urbana da cidade. Essa economia pode e deve ser revertida às cooperativas de catadores, não em recursos financeiros, mas em forma de investimentos em infra-estrutura (galpões de reciclagem, carrinhos padronizados, prensas, elevadores de fardos, uniformes), de modo a permitir a valorização dos produtos catados no mercado de recicláveis. Depois que for implantada a coleta seletiva, o poder público deve manter a população permanentemente mobilizada através de campanhas de sensibilização e de educação ambiental. A coleta seletiva, quando utiliza veículos da própria prefeitura, de uma maneira geral, não é econômica. Ideal seria que o poder público se reservasse a normalizar, regular e incentivar o processo, sem participar diretamente de sua operação. Deveria até mesmo investir em galpões e equipamentos, como prensas de enfardar, trituradores, lavadores etc., para agregar valor aos recicláveis. Vale lembrar que um sistema de recuperação de recicláveis sem interferência direta da prefeitura traz benefícios econômicos importantes para o serviço de limpeza urbana, pois os recicláveis previamente separados não terão que ser coletados, transferidos e dispostos no aterro, reduzindo, assim, o trabalho da prefeitura. 3 Compostagem KIEHL (1979) apud SHALCH (2002) define compostagem como: Um processo de transformação de resíduos orgânicos em adubo humificado. Dois estágios podem ser identificados nessa transformação: o primeiro é denominado digestão, e corresponde à fase inicial da fermentação, na qual o material alcança o estado de bioestabilização e a decomposição ainda não se completou. Porém, quando bem caracterizada, a digestão permite que se use o composto como adubo, sem o risco de causar danos às plantas. O segundo estágio, mais longo, é o da maturação, no qual a massa em fermentação atinge a humificação, estado em que o composto apresenta melhores condições como melhorador do solo e fertilizante. Como produto final da compostagem, é originado o composto, que é definido como sendo um adubo preparado com restos de animais e/ou vegetais. Esses resíduos, em estado natural, não têm nenhum valor agrícola; no entanto, após passarem pelo processo de compostagem, podem transformar- se em excelente adubo orgânico. 4 Incineração De acordo com SHALCH (2002), a incineração consiste na combustão de resíduos, aplicada principalmente a resíduos no estado sólido, semi-sólido e líquido. O equipamento que controla a combustão é chamado de incinerador. LIMA (2009) diz que a incineração pode ser utilizada para o tratamento de resíduos sólidos urbanos e para os resíduos de atividades industriais e estabelecimentos de saúde. A incineração consiste num processo de redução de peso e volume do lixo e os remanescentes da queima são geralmente constituídos de gases, como o anidrido carbônico (CO2), o anidrido sulfuroso (SO2), o nitrogênio (N2), o oxigênio (O2) proveniente do ar em excesso que não foi queimado completamente, água (H2O), cinzas e escórias constituídas de metais ferrosos e inertes, como vidro e pedras. Tabela 3 - Vantagens e desvantagens da incineração "Vantagens "Desvantagens " "Redução do volume "Custo elevado " "Redução do impacto ambiental"Mão-de-obra qualificada " "(comparado ao aterro " " "sanitário). " " "para resíduos perigosos) " " "Destoxificação "Problemas operacionais " "Recuperação de energia "Limites de emissões dos " " "componentes dioxinas e " " "furanos " Fonte: JARDIM (1995) apud LOPES (2003) A redução de massa e volume chega a 90% da massa original de resíduos, o que corresponde a uma vantagem da incineração. Outra vantagem é a recuperação de parte da energia contida nos resíduos, podendo ser recuperada através da geração de energia elétrica e/ou vapor d´água. Os resíduos provenientes da incineração ou escória, geralmente da ordem de 15 a 20% da massa original do lixo, deve ser encaminhada para um aterro sanitário, e a sucata de ferro pode ser reciclada. 5 Disposição final de resíduos sólidos De acordo com o "Caderno Técnico de Reabilitação de áreas degradadas por resíduos sólidos", da FEAM, com o crescimento das cidades, o desafio da limpeza urbana não consiste apenas em remover o lixo de logradouros e edificações, mas, principalmente, em dar um destino final adequado aos resíduos coletados. Essa questão é de extrema importância, pois ao realizar a coleta de lixo de forma ineficiente, a prefeitura é pressionada pela população para melhorar a qualidade do serviço, pois se trata de uma operação totalmente visível aos olhos da população. Contudo, ao se dar uma destinação final inadequada aos resíduos, poucas pessoas serão diretamente incomodadas, fato este que não gerará pressão por parte da população. Assim, ante a um orçamento restrito, como ocorre em grande número das municipalidades brasileiras, o sistema de limpeza urbana não hesitará em deixar a disposição final para o segundo plano, dando prioridade à coleta e à limpeza pública. Por essa razão, é comum observar nos municípios de menor porte, a presença de "lixões", ou seja, locais onde o lixo coletado é lançado diretamente sobre o solo sem qualquer controle e sem quaisquer cuidados ambientais. Poluindo tanto o solo, quanto o ar e as águas subterrâneas e superficiais das vizinhanças, gerando problemas ambientais e sociais. 1 Lixão É uma forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos, caracteriza pela simples descarga sobre o solo, sem critérios técnicos e medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. É o mesmo que descarga a "céu aberto", sendo considerada inadequada e ilegal, segundo a legislação brasileira. Não tem nenhum sistema de tratamento de efluentes líquidos - o chorume (líquido preto que escorre do lixo). Este penetra pela terra levando substancias contaminantes para o solo e para o lençol freático. Moscas, pássaros e ratos convivem com o lixo livremente no lixão a céu aberto, e pior ainda, crianças, adolescentes e adultos catam comida e materiais recicláveis para vender. No lixão o lixo fica exposto sem nenhum procedimento que evite as conseqüências ambientais e sociais negativas. Figura 1 – Representação de um lixão Fonte: Construindo o Sustentável, 2011 2 Aterro controlado É uma técnica utilizada para confinar os resíduos sólidos urbanos sem poluir o ambiente externo, geralmente sem a utilização de elementos de proteção ambiental. Com essa técnica de disposição produz-se, em geral, poluição localizada, sendo a massa de resíduos cobertas diariamente com material inerte, não havendo impermeabilização de base (comprometendo a qualidade do solo e das águas subterrâneas), nem sistema de tratamento de lixiviados (chorume mais água de infiltração) ou de extração e queima controlada dos gases gerados. Esse método é preferível ao lixão, mas apresenta qualidade bastante inferior ao aterro sanitário. Figura 2 – Representação de um aterro controlado Fonte: Construindo o Sustentável, 2011 4 Aterro sanitário Segundo a NBR 8419/1992 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, o aterro sanitário é uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, que não causa danos à saúde pública e ao meio ambiente, utilizando, para tanto, medidas de minimização dos impactos ambientais. Esse método utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos na menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada trabalho, ou intervalos menores, se necessário. O aterro sanitário deve contar com todos os sistemas de proteção ambiental: impermeabilização de base e laterais; recobrimento diário dos resíduos; cobertura final das plataformas de resíduos; coleta e drenagem de lixiviados; coleta e tratamentos dos gases; drenagem superficial; tratamento de lixiviados; monitoramento ambiental. Figura 3 – Representação de um aterro sanitário Fonte: Construindo os sustentável, 2011 De acordo com LIMA (2009), para a implantação de um aterro sanitário, o processo de licenciamento deve seguir as seguintes etapas: Pedido de licença prévia – LP; Acompanhamento da elaboração da instrução técnica – IT; Elaboração do EIA – RIMA; Acompanhamento da análise e aprovação do EIA; Audiência pública; Obtenção de licença Prévia – LP; Elaboração do projeto executivo; Entrada do pedido de licença de Instalação – LI; Acompanhamento da concessão da licença de instalação; Implantação do aterro sanitário; Pedido de licença de operação – LO. Embora consistindo em uma técnica simples, os aterros sanitários exigem cuidados especiais e procedimentos específicos. A avaliação do impacto ambiental local e sobre a área de influência nas fases de implantação, operação e monitoramento devem ser sempre considerados na elaboração dos estudos técnicos. De acordo com a NBR 13896/1997 da ABNT, recomenda-se a construção de aterros com vida útil mínima de 10 anos. O seu monitoramento deve prolongar-se, pelo menos, por mais 10 anos após o seu encerramento. Os aterros sanitários são classificados de acordo com a forma de execução, que varia conforme o conjunto de condições locais. VALENTE, (1980), apud SHALCH, (2002), propõe a seguinte ordem de classificação: Aterros de superfície - São executados em regiões aproximadamente planas ou em nível, nos quais podem ser aplicados os seguintes métodos de operação: - método da trincheira; - método da escavação progressiva ou da rampa; - método da área. Aterros em depressões - São aqueles executados em regiões de topografia acidentada, como grotas, fundo de vales, lagoas resultantes de escavações para extração de areia ou argila de olaria, pedreiras extintas etc. Os casos mais comuns são: - aterros em lagoas; - aterros em depressões e ondulações. Vantagens e desvantagens dos aterros sanitários Vantagens: Solicitam em sua execução e operação equipamentos normalmente utilizados em serviços de terraplanagem; Possibilitam a recuperação de áreas topograficamente inutilizadas; Controlam a proliferação de vetores, tais como ratos e artrópodes; Dispensam mão-de-obra especializada na operação; os custos normalmente são inferiores aos das usinas de compostagem e das instalações de incineração. Desvantagens: Poderá ser necessário o transporte de resíduos a longa distância; Desvalorização imobiliária das áreas destinadas ao aterro caso elas não necessitem de recuperação topográfica; Produção de águas residuárias; Possibilidade de poluição do lençol freático quando planejado ou operado de forma inadequada; Período longo para a estabilização do solo do aterro; Produção de ruídos e poeiras durante a fase de execução e operação. 3 A problemática dos resíduos sólidos e lixões: meio AMBIENTE SAÚDE E SOCIEDADE A produção de alimentos e bens manufaturados tende a aumentar de acordo com o crescimento populacional, diante disso, o descarte de resíduos tende a crescer também. De acordo com TOZATO e PIRES (2010), a problemática envolvendo os resíduos sólidos mal destinados e manuseados é o risco à saúde pública, uma vez que ele pode provocar ou acentuar a incidência de doenças e taxa de mortalidade. De acordo com os mesmos autores mencionados anteriormente, alguns componentes comuns dos resíduos domiciliares, como pesticidas, pilhas, baterias, embalagens de inseticidas, produtos de limpeza, solventes, óleos, tintas, lâmpadas, são considerados como agentes deletérios, ou seja, venenosos, contaminantes em relação à saúde, por apresentarem elementos como metais pesados, inseticidas e microorganismos patogênicos. São encontradas comumente nos resíduos sólidos bactérias como: Bactéria aeróbica; Escherichia coli; Coliformes; Streptococcus sp; Bactérias gram-negativas; Bactérias facultativas aeróbicas. Os resíduos descartados em lixões provocam problemas de saúde pública, como a proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos), geração de gases que causam odores desagradáveis e intensificação do efeito estufa e, principalmente, poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas pelo chorume – líquido de coloração escura, malcheiroso e de elevado potencial poluidor, produzido pela decomposição da matéria orgânica contida nos resíduos. Em termos ambientais, os lixões agravam a poluição do ar, do solo e das águas, além de provocar poluição visual. Nos casos de lançamento de resíduos em encostas, é possível ainda ocorrer a instabilidade dos taludes pela sobrecarga e absorção temporária da água da chuva, provocando deslizamentos. Em termos sociais, os lixões a céu aberto interferem na estrutura local, pois a área torna-se atraente para as populações de baixa renda do entorno, que buscam, na separação e comercialização de materiais recicláveis, uma alternativa de trabalho, apesar das condições insalubres e subumanas da atividade. Pode-se acrescentar ainda a este cenário, o total descontrole quanto aos tipos de resíduos recebidos nestes locais, verificando-se, até mesmo, a disposição de dejetos originados dos serviços de saúde, principalmente dos hospitais como também das indústrias. Comumente ainda se associam aos lixões fatos altamente indesejáveis, como a presença de animais, e problemas sociais e econômicos com a existência de catadores, os quais retiram do lixo o seu sustento e, muitas vezes, residem no próprio local. Segundo o Caderno Técnico de Reabilitação de áreas degradadas por Resíduos sólidos Urbanos (FEAM, 2010), embora o chorume e os gases sejam os maiores problemas causados pela decomposição do lixo, outros problemas associados com sua disposição podem ser assim compreendidos: Produção de fumaça e odores desagradáveis; Agressão estética à paisagem natural; Riscos de incêndio e intensificação do efeito estufa; Aparecimento de catadores precariamente organizados, inclusive crianças; Desvalorização imobiliária das vizinhanças. Figura 4 – Impactos causados por lixão Fonte: Caderno Técnico de Reabilitação de áreas degradadas por resíduos sólidos urbanos, Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM, 2010. 4 A relação entre resíduos sólidos e recursos hídricos Nos últimos anos a utilização da água em atividades industriais transformou os corpos d'água em verdadeiros esgotos a céu aberto, ameaçando a saúde pública e a qualidade da água. Esse fato pode ser considerado como uma falta de comprometimento dos órgãos públicos, que foram omissos diante dos problemas e também falta de consciência da sociedade. De acordo com LEITE (1997) apud, LOPES (2003), a administração dos recursos hídricos pode ser conjunta com a administração dos resíduos sólidos, levando em consideração que a implantação de um aterro sanitário deve considerar a Bacia Hidrográfica da região, a fim de evitar a contaminação das águas superficiais e subterrâneas. 5 História da gestão dos resíduos sólidos no Brasil De acordo com o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, (IBAM, 2001) No Brasil, o serviço sistemático de limpeza urbana foi iniciado oficialmente em 25 de novembro de 1880, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, então capital do Império. Nesse dia, o imperador D. Pedro II assinou o Decreto nº 3024, aprovando o contrato de "limpeza e irrigação" da cidade, que foi executado por Aleixo Gary e, mais tarde, por Luciano Francisco Gary, de cujo sobrenome origina-se a palavra gari, que hoje denomina-se os trabalhadores da limpeza urbana em muitas cidades brasileiras. (Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, IBAM, 2001, pág. 1). A gestão dos resíduos sólidos é considerada como um dos setores do saneamento básico e não tem merecido a atenção necessária por parte do poder público. Com isso, compromete-se cada vez mais a já afetada saúde da população, como se degradam os recursos naturais, o solo e os recursos hídricos. A interdependência dos conceitos de meio ambiente, saúde e saneamento são bastante evidente na atualidade, o que avigora a necessidade de integração das ações desses setores em prol da melhoria da qualidade de vida da população brasileira. Dos tempos imperiais aos dias atuais, os serviços de limpeza urbana vivenciaram momentos bons e ruins. Hoje, a situação da gestão dos resíduos sólidos se apresenta em cada cidade brasileira de forma diversa, prevalecendo, entretanto, uma situação nada alentadora. 6 O atual cenário dos Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil Recentemente o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e a Associação Brasileira de Empresas de limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) realizaram duas pesquisas sobre o cenário dos resíduos sólidos no Brasil, identificando como está sendo feita a gestão do lixo e apontando soluções para aprimorar as condições do setor. O Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, do SNIS, compreendeu todos os estados brasileiros e mais de 83,8 milhões de habitantes. Os resultados apontaram que 98,8% dos municípios pesquisados possuem serviço de coleta regular. A quantidade de lixo coletado diariamente gira em torno de 0,71kg por cada habitante nas cidades com até 30 mil habitantes e 1,17 kg nas cidades com mais de três milhões de moradores. O Distrito Federal é a região com a maior média per capta de resíduos coletados, com 1,96 kg/hab./dia, seguido pelo estado da Paraíba (com 1,56 kg/hab./dia) e por Alagoas (com 1,47 kg/hab./dia). O estado de São Paulo ficou abaixo da média nacional (de 0,97 kg/hab./dia.), com um índice de 0,90 kg/hab./dia. A coleta seletiva é praticada em 56,9% dos municípios pesquisados. No total, a triagem de materiais recicláveis recupera uma média de 3,1 kg/habitante urbano/ano, o que equivale aproximadamente a 50 milhões de toneladas/ano de resíduos domiciliares e públicos. A porcentagem dos materiais coletados de acordo com o tipo é: papel e papelão, 50,7%; plásticos, 26,4%; metais, 12,1%; vidros, 6,4%; outros 4,4%. Já o estudo feito pela Abrelpe indicou que 5,9% dos municípios brasileiros possuem o serviço de coleta seletiva. Entre as regiões do país, o Sudeste possui o maior índice de reciclagem, com 78,4% de reaproveitamento. Os estudos apontaram também a destinação inapropriada de resíduos como, por exemplo, em lixões, como um dos problemas atuais que acontece em muitos lugares. A contaminação do solo e dos lençóis freáticos, a emissão de gás metano na atmosfera e até o risco de acidentes aéreos causados por urubus, garças e gaivotas que sobrevoam lixões próximos a aeroportos, são alguns dos problemas que a destinação incorreta de resíduos pode gerar. O predomínio dessas formas de destinação final pode ser esclarecido por vários fatores, tais como: falta de capacitação técnico- administrativa, baixa dotação orçamentária, baixa conscientização da população quanto aos problemas ambientais ou mesmo falta de estrutura organizacional das instituições públicas envolvidas com a questão nos municípios, o que acaba refletindo na inexistência ou inadequação de planos de GIRSU. A quantidade de resíduo sólidos gerados no Brasil em 2011 totalizou 61,9 milhões de toneladas, 1,8% a mais do que no ano anterior, de acordo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2011, pela Associação Brasileira da Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), durante a 11ª Conferência de Produção Mais Limpa e Mudanças Climáticas da Cidade de São Paulo. Do total coletado, 42% do lixo acabam em local inadequado. Tabela 4 – Destino final dos resíduos sólidos, por unidade de destino "Ano "Destino final dos resíduos sólidos, por unidades de destino de" " "resíduos (%) " " "Vazadouro a céu aberto"Aterro Controlado "Aterro Sanitário " "1989 "88,2 9,6 " "2000 "1,1 " "2008 "72,3 22,3 " " "17,3 " " "50,8 22,5 " " "27,7 " Fonte: Pesquisa Nacional de Saneamento básico, IBGE, 2008 De acordo com a figura abaixo, podemos identificar como foi a destinação dos resíduos sólidos no Estado de Minas Gerais no ano de 2011. O que mais chama atenção é a ainda destinação incorreta dos RSU na grande maioria das cidades de Minas Gerais. Figura 5 – Mapa da disposição dos resíduos sólidos em Minas Gerais, 2011 Fonte: Minas Sem Lixões, FEAM, 2011 As Figuras 3 e 4 demonstram um contraste em relação à Figura 2: a maioria das cidades de Minas Gerais ainda dispõe os RSU em lixões ou locais inadequados, mas se comparado com a porção da população atendida pela coleta/tipo de disposição, o aterro sanitário é que está sendo mais empregado. Isto demonstra que a maioria das cidades que ainda dispõem seus resíduos em lixões são cidades que possuem população menor em relação à soma da população da minoria das cidades que utilizam o aterro sanitário. Figura 6 – Disposição dos RSU em MG Fonte: Minas sem Lixões, FEAM, 2011 Figura 7 – Tipo de disposição final/ Tratamento dos resíduos sólidos no Estado de Minas Gerais, 2011 Fonte: Minas sem Lixões, Feam, 2011 De acordo com a Figura 7, o número de municípios que ainda utilizam o lixão como forma de disposição final de resíduos sólidos é de 278, enquanto o número de municípios que utilizam o aterro sanitário Regularizado é de apenas 73, ou seja, o número de municípios que ainda usam o lixão é quase quatro vezes maior do que o número de municípios que utilizam o aterro sanitário. 7 Políticas públicas para resíduos sólidos em âmbito federal, estadual e municipal Os responsáveis pelos resíduos sólidos municipais e perigosos, no âmbito nacional, estadual e municipal, são determinados através dos seguintes artigos da Constituição Federal: Incisos VI e IX do art. 23, que estabelecem ser competência comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer das suas formas, bem como promover programas de construção de moradias e a melhoria do saneamento básico; Já os incisos I e V do art. 30 estabelecem como atribuição municipal legislar sobre assuntos de interesse local, especialmente quanto à organização dos seus serviços públicos, como é o caso da limpeza urbana. O princípio do "poluidor pagador" encontra-se estabelecido na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº. 6.938, de 31/8/1981). Isso significa dizer que cada gerador é responsável pela manipulação e destino final de seu resíduo. O que ocorre no Brasil é a competência do Município sobre a gestão dos resíduos sólidos produzidos em seu território, em exceção os de natureza industrial e os de proveniência de serviços de saúde particulares. 1 A Constituição Federal de 1988 De acordo com LIMA (2008, pág. 26), as constituições que antecederam a de 1988 não se preocuparam com a devida relevância em relação à proteção ambiental. O tema meio ambiente foi tratado de maneira especial na Constituição Federal de 1988, sendo que alguns doutrinadores até denominam a mesma como "verde". O art. 225 da Constituição Federal de 19988 estabelece que: "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo ao Poder Público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações". Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público (CF/88, art. 225, §1º): I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; IV - exigir, na forma da lei, para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. Verificando este artigo constitucional identificamos vários problemas quanto aos R.S.U. Sua produção e descarte na maneira como ocorrem na maioria dos municípios brasileiros, vêm infringindo o art. 225 da Constituição Federal de 88 a pelo menos 13 anos. 2 Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº. 12.305, de 10 de agosto de 2010 TÍTULO II DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 4o A Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotados pelo Governo Federal, isoladamente ou em regime de cooperação com Estados, Distrito Federal, Municípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos.  De acordo com KAPAZ (2002b) apud ANTUNES (2003, pág. 17), os principais objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos são: Reduzir a quantidade e a nocividade dos resíduos; Fomentar o desenvolvimento, a utilização e a produção de bens e serviços com menor potencial de geração de resíduos em todo ciclo de vida; Estimular a reutilização de produtos e ampliação de mercados para produtos reciclados, direto ou indiretamente; Criar condições para o desenvolvimento de tecnologias eu favoreçam o gerenciamento adequado de resíduos; Implementar programas de educação ambiental; Incentivar a criação de cooperativas de trabalhadores autônomos que poderão se organizar para coletar, separar e reciclar resíduos; Promover a capacitação de recursos humanos envolvidos em atividades relacionadas ao gerenciamento de resíduos. Alguns trechos da Política Nacional de Resíduos Sólidos valem ser destacados: CAPÍTULO II DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS Art. 6o São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:  I - a prevenção e a precaução;  II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;  III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;  IV - o desenvolvimento sustentável;  V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta;  VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade;  VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;  VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;  IX - o respeito às diversidades locais e regionais;  X - o direito da sociedade à informação e ao controle social;  XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.  TÍTULO III DAS DIRETRIZES APLICÁVEIS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 9o Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.  3 Política Estadual de Resíduos sólidos, Lei Estadual nº. 18.031, de 12 de janeiro de 2009 Alguns trechos da Política Estadual valem ser destacados: CAPÍTULO III DA POLÍTICA ESTADUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS Seção I Dos Princípios e Diretrizes Art. 6º - São princípios que orientam a Política Estadual de Resíduos Sólidos: I - a não-geração; II - a prevenção da geração; III - a redução da geração; IV - a reutilização e o reaproveitamento; V - a reciclagem; VI - o tratamento; VII - a destinação final ambientalmente adequada; VIII - a valorização dos resíduos sólidos; Seção II Dos Objetivos Art. 8º - A Política Estadual de Resíduos Sólidos tem por objetivos: I - estimular a gestão de resíduos sólidos no território do Estado, de forma a incentiva-, fomentar e valorizar a não-geração, a redução, a reutilização, o reaproveitamento, a reciclagem, a geração de energia, o tratamento e a disposição final adequada dos resíduos sólidos; II - proteger e melhorar a qualidade do meio ambiente e preservar a saúde pública; III - sensibilizar e conscientizar a população sobre a importância de sua participação na gestão de resíduos sólidos; IV - gerar benefícios sociais, econômicos e ambientais;  V - estimular soluções intermunicipais e regionais para a gestão integrada dos resíduos sólidos;  VI - estimular a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias e processos ambientalmente adequados para a gestão dos resíduos sólidos.   CAPÍTULO IV DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Seção I Disposições Preliminares Art. 11 - São serviços públicos de caráter essencial, de responsabilidade do poder público municipal, a organização e o gerenciamento dos sistemas de segregação, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos domiciliares. Parágrafo único - A coleta, o acondicionamento, o armazenamento, o transporte, o tratamento e a destinação final de resíduos sólidos domiciliares serão executados em condições que garantam a proteção à saúde pública, a preservação ambiental e a segurança do trabalhador. Art. 12 - Os usuários dos sistemas de limpeza urbana ficam obrigados a acondicionar os resíduos para coleta de forma adequada e em local acessível ao sistema público de coleta regular, cabendo-lhes observar as normas municipais que estabeleçam a seleção dos resíduos no local de origem e indiquem as formas de acondicionamento para coleta. Art. 13 - A coleta dos resíduos sólidos urbanos se dará de forma preferencialmente seletiva. O capítulo IV, seção I, vem trazer a responsabilidade do gerenciamento de resíduos sólidos domiciliares ao poder público, cabendo ao mesmo garantir a saúde, preservação ambiental e segurança do trabalhador. Também responsabiliza os usuários da limpeza pública pelo acondicionamento dos resíduos até o momento em que o sistema público vá coletá-lo. A Lei ainda diz que a coleta dos resíduos é preferencialmente de forma seletiva, ou seja, induz a coleta seletiva. 4 Plano Diretor Municipal de Cataguases O município de Cataguases ainda não possui Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos, sendo a questão política ambiental do município tratada no Plano Diretor Participativo de Cataguases, Lei nº 3.546, de 10 de outubro de 2006. Capítulo I Do Meio Ambiente, Saneamento e Gestão de Riscos Ecológicos Seção II Do Saneamento Art. 11. São diretrizes para a política de limpeza urbana: I. Promover a elaboração e implantação do Plano de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos (PGRS) do município, englobando também as comunidades rurais; II. Garantir que a implantação de medidas de gerenciamento de resíduos sólidos esteja sempre dentro dos parâmetros técnicos ideais; III. Viabilizar a implementação de programas de coleta seletiva de materiais recicláveis na área urbana de Cataguases, vinculados a mercados consumidores existentes na região; IV. Promover o tratamento e o reaproveitamento dos resíduos sólidos orgânicos, incentivando a sua segregação na fonte, implantando o processo de compostagem e gerando mercado consumidor, caso existente; V. promover o treinamento de catadores para coleta de materiais recicláveis, bem como incentivar e apoiar a constituição de cooperativas de catadores; VI. Manter os registros sobre as características sobre o sistema de coleta, transporte e destinação dos resíduos sólidos da cidade de Cataguases sempre atualizados; VII. Instalar coletores de lixo na área urbana da cidade; VIII. Promover a renovação da frota e ampliação do quadro de funcionários sempre que possível e necessário; IX. Promover o reaproveitamento dos resíduos da construção civil, garantindo a implantação de soluções que adotem a combinação entre reciclar, reduzir e reaproveitar; X. incentivar e viabilizar parcerias entre particulares e comerciantes a fim de que os inúmeros lotes vagos, praças e canteiros da cidade sejam conservados, por meio da implantação de projetos, tais como "Adote esta área", evitando desta forma que o local seja degradado ou utilizado como depósito de lixo; XI. Reforçar a fiscalização do acondicionamento e depósito de entulhos em caçambas nos logradouros públicos e em lotes vagos, estabelecendo multas para as disposições irregulares; XII. Promover programas educativos, a fim de evitar o acúmulo de lixo nas ruas, lotes vagos e margens dos cursos d'água; XIII. Sustentar mecanismos para recebimento de queixas e denúncias referentes aos serviços de gerenciamento dos resíduos sólidos, bem como viabilizar a adoção de providências pertinentes; XIV. Estabelecer parcerias com instituições científicas e/ou iniciativas privadas a fim de desenvolver tecnologias voltadas á redução dos resíduos urbanos, agrícolas e industriais, bem como viabilizar a implementação dos projetos elaborados. METODOLOGIA DA PESQUISA O levantamento de dados sobre a história, economia e demografia, clima e serviços do município foi feito através de consultas no site do IBGE (seção de cidades) e no site da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais (2006). Os dados referentes à coleta de lixo em Cataguases foram conseguidos através de questionário respondido pelo Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, que se encontra em anexo. Para identificar mais detalhes sobre os resíduos sólidos do município, foi realizado um levantamento de campo, através de uma entrevista com um morador de bairros distintos, de observações em campo e de acervo fotográfico das formas mais utilizadas de acondicionamento de resíduos, dos caminhões que fazem a coleta, do atual depósito de resíduos do município e do aterro sanitário. As entrevistas foram feitas de maneira informal como uma conversa, para não inibir as pessoas entrevistadas. Porém foi utilizado um questionário aberto e semi-estruturado para nortear o rumo das conversas, o qual se encontra em anexo. 5.1 Caracterização da área de estudo O município de Cataguases está situado na macrorregião da Zona da Mata no Estado de Minas Gerais. O município possui uma área territorial 491.36 km2 e uma população de 69.757 habitantes, segundo dados do Censo IBGE (2010). "Consta que em 1809 ou 1810 vários padres, atraídos pelas notícias da existência de diamantes no local, aportaram no Rio Pomba, em um ponto que passou então a ser chamado de 'Porto dos Diamantes". Em conseqüência, ali se formou um pequeno núcleo populacional, constituído por alguns brancos e várias aldeias de índios coroados, carapós e puris. Outra versão, divulgada por Moreira Pinto, em seu "Dicionário Geográfico do Brasil", diz que aventureiros exploradores da região sudoeste de Minas Gerais teriam acampado no mesmo local e colhido o peso de meia pataca de ouro em uma só bateada nas areias de um ribeirão próximo, afluente do rio Pomba, passando o ribeirão, a ser conhecido pelo nome de "Meia Pataca". O fato é que, inspecionando os trabalhos da estrada que deveria ligar Minas Gerais aos campos de Goitacases, a cargo da Terceira Divisão Militar do Rio Doce, sob seu comando, o Coronel Guido Tomaz Marlière, francês de nascimento e Diretor-Geral dos Índios, chegou ao Porto dos Diamantes e, em nome do Governador da Província, recebeu do Sargento Henrique José de Azevedo, ali residente, terrenos destinados a construção de uma igreja consagrada a Santa Rita de Cássia e fundação de um povoado. Assim surgiu no local referido um arraial denominado Santa Rita de Meia Pataca ou, simplesmente, Meia Pataca. Desenvolveu-se o arraial na base de cuidadoso plano urbanístico, elaborado pelo Coronel Marlière, sendo elevado à categoria de curato pela Lei provincial n° 209, de 7 de abril de 1841. Por essa época foi fundada nas proximidades a Fazenda da Glória, numa área de 3 alqueires de terra e cujo proprietário, Major Joaquim Vieira da Silva Pinto, muito veio a contribuir para o desenvolvimento do arraial, de tal forma que em 10 de outubro de 1851, pela Lei provincial n° 534, foi o curato elevado ao nível de freguesia, fazendo parte do Município de São José do Presídio, hoje Visconde do Rio Branco, com sede em Meia Pataca e dois outros curatos sob sua jurisdição: São Francisco de Assis de capivara e Nossa Senhora da Conceição do Laranjal. Consta que o topônimo Cataguases foi adotado por sugestão do Coronel José Vieira, filho do Major Joaquim Vieira e nascido numa fazenda banhada por um pequeno rio com aquele nome, situado no atual Município de Prado. Seu significado é segundo uns, "gente boa", segundo outros, "terra das lagoas tortas", ou, ainda, "povo que mora no país das matas". Formação Administrativa Distrito foi criado, com a denominação de Santa Rita de Meia Pataca, pela Lei nº. 34, de 10 de outubro de 1851, da Assembléia Provincial mineira. Em 25 de novembro de 1875, a Lei nº. 2 180, da mesma Assembléia, criou o Município de Cataguases, com território desmembrado dos de Leopoldina, Muriaé (ex-São Paulo do Muriaé) e Ubá, e o fez termo judiciário da comarca deste último nome. A instalação do Município verificou-se a 7 de setembro de 1877. Por efeito da Lei provincial nº. 2 766. de 13 de setembro de 1881, a vila de Cataguases foi elevada à categoria de cidade e o Município passou a termo judiciário da comarca de Leopoldina. Em 14 de setembro de 1891, a Lei estadual nº. 2 confirmou a criação do distrito-sede de Cataguases. Segundo a divisão administrativa do Brasil referente ao ano de 1911, o município compõe-se de 9 distritos: Cataguases, Vista Alegre, Laranjal, Cataguarino, Itamarati, Porto de Santo Antônio, Mirai, Sereno e Santana do Cataguases. Esta composição aparece também na apuração do Recenseamento de 1920. A Lei estadual nº. 843, de 7 de setembro de 1923, cria o distrito de Astolfo Dutra e desmembra o de Miraí, continuando Cataguases com 9 distritos. O Decreto-lei estadual nº. 88, de 30 de março de 1938, manteve a mesma divisão administrativa, quanto a judiciária, estabelece que o Município de Cataguases compreenda o termo judiciário único da comarca desse nome. O Decreto-lei nº. 148, de 17 de dezembro de 1938, desmembra diversos distritos pare formarem novos Municípios e estende o âmbito do termo e comarca de Cataguases a mais dois Municípios: Astolfo Dutra e Laranjal. Segundo a divisão administrativa vigente a 1.º de janeiro de 1961, o Município e constituído de 6 distritos: Cataguases, Cataguarino, Itamarati, Santana do Cataguases, Sereno e Vista Alegre. (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, IBGE). Segundo dados da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (2006), o relevo do município compõe-se de 30% de superfícies planas, 50% onduladas e 20% montanhosas. Possui altitude máxima de 1.119 m (Serra de santa Bárbara) e a mínima de 221m (Foz Córrego São Joaquim). O ponto central da cidade está a 648,57 m. Clima: Tropical quente e úmido. A temperatura média anual é de 23,5°C; sendo que a máxima anual é de 31°C e a mínima anual de 18.2°C. O índice médiopluviométrico anual é de 1564.0. Figura 8 - Localização de Cataguases, Mg Fonte: Google Maps, 2012 O município de Cataguases faz parte da Bacia do Rio Paraíba do Sul. O índice médio pluviométrico anual é de 1.221,4 mm. Seus principais rios são o Rio Pomba e o Ribeirão Meia Pataca. Principais atividades econômicas: - Confecção de artigos de vestuário; - fabricação de móveis e indústrias diversas; - produtos alimentícios e bebidas; - celulose, papel e produtos de papel. Sistema de abastecimento de água: - Órgão responsável: Copasa - População atendida (%): 93,7 - Tipo de captação / localização: Manancial; Rio Pomba. Ponto de Captação no Bairro Ana Carrara. Sistema de esgotamento sanitário: - Órgão responsável: Copasa - População atendida (%): 97 - Tipo de tratamento / localização: Não existe tratamento, apenas coleta. Sistema de limpeza urbana: - Órgão responsável: Prefeitura Municipal de Cataguases - População atendida (%): 97 1 Legislações Municipais relativas às questões ambientais Lei nº. 3.409/2005: Regulamenta o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – CONDEMA e dá outras providências; Lei nº. 3.916, de 06 de maio de 2011: Disciplina o corte, a poda e o replantio de vegetação de porte arbóreo no Município e dá outras providências; Lei nº. 3.889, de 24 d dezembro de 2010: Institui o Plano Municipal de Saneamento Básico na sede do município; Lei nº. 3.033/2011: Dispõe sobre a disposição final de lâmpadas fluorescentes, vapor de mercúrio e sódio usados no município de Cataguases e dá outras providências; Lei nº. 3.475/2006: Institui no âmbito do Município de Cataguases, o "dia da reciclagem do lixo", dia 28 de março; Lei nº. 3.513/2006: Proíbe a estocagem de pneus a céu aberto; Lei nº. 3.516/2006: Dispõe sobre a inclusão do "Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia" no calendário oficial das comemorações do Município; Lei nº. 3.817/2003: Dispõe sobre a criação da disciplina Educação Patrimonial e Ambiental nas Escolas Municipais; Lei nº. 2.812/98: Institui o Código Ambiental Municipal de Cataguases e dá outras providências; Lei nº 3.905/2011: Institui no âmbito do Município de Cataguases o Programa de Coleta Seletiva dos Resíduos Sólidos Urbanos e dá outras providências. Lei nº. 3.842/2010: Declara como de Utilidade Pública a Associação de Catadores de Recicláveis de Cataguases e dá outras providências. É importante dizer que não são todas as leis acima mencionadas que estão sendo executadas pelo poder público municipal. DIAGNÓSTICO DA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO MUNICÍPIO DE CATAGUASES, MINAS GERAIS A Constituição Federal, em seu art. 30, inciso V, dispõe sobre a competência dos municípios em "organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos". O que define e caracteriza o "interesse local" é a predominância do interesse do Município sobre os interesses do Estado ou da União. No que tange aos municípios, portanto, encontram-se sob a competência dos mesmos os serviços públicos essenciais, de interesse predominantemente local e, entre esses, os serviços de limpeza urbana (MGIRS, IBAM, 2001). Ressalta-se que no município de Cataguases não existem dados consistentes a respeito da geração dos resíduos sólidos urbanos, sejam domiciliares, comerciais, ou dos serviços de limpeza pública. É importante dizer que ainda não foi criado o Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos no município, explicação para a falta de informações. Os dados relativos à geração desses resíduos foram baseados em informações obtidas na Prefeitura Municipal de Cataguases e nas Secretarias municipais responsáveis pelo gerenciamento dos resíduos sólidos. Existem muitos lotes (públicos e privados) abandonados na malha urbana servindo como depósito de resíduos, principalmente os provenientes da construção civil e de podas e capinas, servindo como foco de prováveis vetores. Falta também regulamentação municipal quanto à destinação dos restos de Açougues e animais mortos. O município de Cataguases presta serviços regulares de coleta de lixo e varrição das vias públicas, sendo que o Departamento de Limpeza Pública Urbano vinculado a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, é o responsável pela execução dessas atividades. 1 Resíduos sólidos domiciliares De acordo com informações obtidas na Prefeitura Municipal, a cidade de Cataguases recolhe aproximadamente 47 toneladas de resíduos por dia. Ainda segundo a mesma fonte, a coleta atinge a grande parte da população urbana e muito pouco da população rural. Como a população atual é de aproximadamente 69.757 habitantes, (segundo o Censo IBGE 2010) a geração per capita é igual a: Gpp = 47000/69.757 = 0,673 kg/habitante/dia De acordo com a tabela abaixo, que representa a composição gravimétrica dos RSU de Cataguases, o principal componente é a matéria orgânica, representando mais da metade da porcentagem. Tabela 5 - Composição gravimétrica dos RSU de Cataguases "Material "(%) " "Matéria Orgânica* "65,02 " "Papel e Papelão "14,19 " "Plásticos "8,49 " "Vidros "1,04 " "Alumínio "0,36 " "Metais Ferrosos "0,86 " "Borracha e Couro "0,45 " "Madeiras "2,17 " "Trapos "6,20 " "Total "100 " * Restos de comida, frutas, verduras, aparos de poda, folhas etc. ** Materiais de difícil classificação. Fonte: Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Cataguases (2012) Em relação aos serviços de varrição Pública, a Prefeitura Municipal contratou uma empresa terceirizada, a Brascon Serviços. O serviço de varrição pública contempla apenas o centro do município e alguns bairros adjuntos. Para os serviços de poda, a prefeitura o faz somente em alguns meses do ano, como maio e junho, época do inverno. A população mesmo pode fazer a poda de árvores, desde que faça o requerimento na prefeitura e, o responsável pelo setor autorize. Os serviços de capina no município são realizados de acordo com necessidade das áreas e, geralmente são realizados por detentos em regime de albergue, um projeto de ressocialização entre a prefeitura e o Sistema Prisional de Cataguases. 1 Coleta regular A coleta regular é realizada de segunda a sábado no município, sendo que nos bairros ela pode variar de acordo com a necessidade individual de um e no centro é diária e noturna. O Serviço de limpeza pública recolhe os resíduos domiciliares, os comerciais e públicos (serviços de poda, capina e entulhos (pequena quantidade) e os resíduos de saúde não contaminantes). O serviço de coleta dos resíduos sólidos foi terceirizado pela Prefeitura, sendo os mesmos realizados pela empresa Transportadora Luel (de Cataguases). São utilizados 08 veículos (07 compactadores e 01 basculante (para serviço de poda e capina)). São realizadas 14 viagens nas segundas feiras e 08 nos demais dias. Fotografia 1 – Caminhão compactador Fotografia 2 – Caminhão compactador A necessidade se difere entre os bairros devido à forma de acondicionamento dos resíduos que população adotou. Por exemplo, alguns bairros adotaram tambores de lixo, outros acondicionam os resíduos em sacos de plástico e deixam nas calçadas, nos portões ou em árvores (o que de acordo com legislação municipal é crime) e no centro são mais utilizados: contêineres, lixeiras suspensas e vazadas, latões, lixeiras suspensa e fechadas e sacos plásticos no chão. O tipo de acondicionamento dos resíduos interfere na coleta dos mesmos, por exemplo, uma lixeira vazada nem sempre acondiciona os resíduos em seu interior, pois os mesmos caem. Latões de lixo podem ser derrubados por animais e espalhando os resíduos, o que dificulta o trabalho de coleta. Fotografia 3 – Resíduos domiciliares na calçada Fotografia 4 – Lixeiras suspensas e fechadas Fotografia 5 – Lixo pendurado no portão Fotografia 6 – Contêiner aberto Fotografia 7 – Latão suspenso Fotografia 8 – Lixeira Vazada Fotografia 9 – Latão convencional A coleta contempla 97% da população urbana residente nos 42 bairros de Cataguases. Os 03% restantes da população moram em locais de difícil acesso, geralmente em locais irregulares, afastados dos bairros e quase sempre sem conhecimento da Prefeitura. Por conta disso, os resíduos provenientes destas casas sempre são queimados a céu aberto, descartados no chão ou mesmo nos corpos de água vizinhos. 2 Coleta seletiva A coleta seletiva em Cataguases é ainda recente, sendo contemplado apenas 01 bairro, o Bandeirantes, e muitos pontos no centro de Cataguases. No bairro, é um projeto piloto, parceria entre a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, a ONG Minas Vida e a Associação de Catadores de Recicláveis de Cataguases (ASCATAG). A coleta seletiva no bairro acontece nas segundas feiras, após as 13 horas. A forma de separação dos resíduos pela população é a que separa os secos dos molhados. São coletados os resíduos de cerca de 500 residências no Bandeirantes, aproximadamente 400 Kg de resíduos por semana. No centro, a coleta também acontece nas segundas feiras e quando a associação for solicitada para a mesma. É difícil deduzir a quantidade de resíduos que a associação coleta, pois a mesma não possui balança. A coleta é realizada através do sistema porta a porta e por pontos de entrega voluntária, os PEVs. O transporte dos resíduos coletados até a associação é realizado por um caminhão de carroceria aberta, contratado pelos próprios associados. Além dos resíduos como, plásticos, papéis e metais, a associação também coleta óleo de cozinha. O projeto começou com a Polícia Especial de Meio Ambiente de Cataguases, denominando-se "Água pura, sem fritura". Agora está sendo executado pela ASCATG, com auxílio da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente. Participam do projeto os comerciantes de Cataguases, como postos de combustíveis (que armazenam), restaurantes, lanchonetes, padarias e bares. Os resíduos coletados são triados, acondicionados e vendidos para empresas recicladoras da região, como é o caso da Equiplastic, de Cataguases. O óleo de cozinha é coletado, armazenado e vendido para a reciclagem, que produz biodiesel. O dinheiro proveniente da venda dos recicláveis é revertido para os próprios catadores, e atualmente gera cerca de um salário mínimo para cada associado. 1 A Associação de Catadores de Recicláveis de Cataguases (ASCATG) A ASCATAG existe desde 2007. Encontra-se no bairro Primavera e possui atualmente 09 associados. Possui regimento interno. A Lei nº. 3.842/2010 declara como de Utilidade Pública a Associação de Catadores de Recicláveis de Cataguases e dá outras providências. A coleta seletiva no município foi reconhecida pela Lei nº. 3905, de 2011. A mesma lei ainda reconhece a ASACAT como associação de Catadores no município. A ASACATG recebe apoio técnico da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente e da Prefeitura de Cataguases, que repassa R$2.144,00 por mês para o custeio de aluguel do galpão, água e luz. 2 Resíduos Sólidos Industriais De acordo com a Resolução CONAMA, de 5 de agosto de 1993, em seu artigo 4º, é de responsabilidade do gerador, o gerenciamento de seus resíduos sólidos, desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública. Diante disso, a destinação dos resíduos industriais de Cataguases é de responsabilidade dos geradores, geralmente através de empresas terceirizadas, especializadas em resíduos perigosos. Os resíduos considerados como perigosos devem ser manuseados, acondicionados, coletados e dispostos de forma a não causar impactos e problemas ambientais. Como as indústrias também descartam resíduos considerados como domiciliares (papéis, embalagens alimentícias, entre outros), os mesmo podem ser dispostos no mesmo local que os resíduos sólidos urbanos de Cataguases, por meio de transporte próprio. 3 Resíduos da Construção Civil e demolição Os resíduos da construção civil de Cataguases são depositados no aterro municipal de Resíduos da construção Civil, localizado no bairro Justino, estrada de saída para o distrito de Aracati. O aterro possui Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF), com certificado de nº. 00788/2011, com validade de 04 anos. A área do aterro fica aberta de segunda a sábado para que a população descarte este tipo de resíduo em apenas um local. Existe controle de entrada de resíduos, sendo exclusivo para RCC. A entrada de caminhões também é controlada, contando com 01 vigia no aterro. Não existem dados sobre a quantidade de resíduos que são dispostos no aterro, pois é de livre acesso para os caminhões (privados) que a população ou as construtoras contratam para fazerem o transporte. A prefeitura também recolhe os RCC, desde que poucas quantidades. Fotografia 10 – Aterro de RCC 4 Resíduos do Serviço de Saúde As informações sobre o gerenciamento dos resíduos de saúde no município de Cataguases foram obtidas através da Secretaria Municipal de Saúde. A Secretaria de saúde possui Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos de Saúde, razão pelo qual se pôde obter informações mais detalhadas. É importante dizer que as informações obtidas são apenas do Pronto Socorro Municipal. Em relação aos postos de saúde familiar (PSF) não foi possível obter informações detalhadas, embora as mais simples são mesmas do Pronto Socorro Municipal, como a disposição final dos materiais contaminantes. A disposição final de resíduos contaminantes é feita através de uma empresa terceirizada, a Santa Maria. Os resíduos considerados não contaminantes são coletados pela Transportadora Luel e depositados em um tipo de vala, no lixão do município. São coletados cerca de 239 Kg/dia pela prefeitura. 1 Acondicionamento dos resíduos Para os resíduos do Grupo A são utilizados contendores (bombonas) em todas as salas onde são gerados, fornecidas pela empresa que realiza a coleta dos resíduos para tratamento, coletadas uma vez por semana. Para os resíduos do Grupo B (Lâmpadas, Amálgama, Mercúrio, Fixadores e Reveladores). Os fixadores e reveladores são armazenados em galões de 20 litros que ficam armazenados na Sala da Câmara Escuro da Radiologia onde é coletada pela empresa Argen do Brasil LTDA responsável pela coleta, transporte, tratamento e destinação final. O Amálgama é desprezado em recipiente de vidro ou plástico na própria sala de Odontologia e coletada por uma empresa que faz o tratamento e destinação final. Obs.: Não se pode identificar a empresa que faz a coleta do Amálgama, pois não tem contrato firmado com a Prefeitura e não apresenta regularidade nas coletas. O mercúrio é desprezado junto com os resíduos do grupo A e não existe nenhum procedimento seguro para coleta e armazenamento. As Lâmpadas são desprezadas juntamente com os resíduos do Grupo D. Para os resíduos do Grupo D são utilizados como contendores, recipientes de plástico sem tampa, sem padronização de cor, com saco preto revestindo o recipiente. Para os resíduos do Grupo E (perfuro cortantes), no setor usavam-se caixas de papelão para acondicionar os perfuro cortantes, depois passou a ser desprezado em bombonas fornecidas pela empresa que faz a coleta externa para tratamento térmico dos resíduos. Atualmente há no estabelecimento baldes com capacidade de 20L, com tampa (na tampa tem um orifício para desconectar agulhas e um orifício para desprezar scalp e outros perfuros maiores) os baldes são revestidos com saco plástico na cor branca e simbologia parra material infectante. 2 Coleta transporte interno de resíduos A coleta interna é feita pelas funcionárias do setor de higiene e limpeza do plantão. Para a coleta não é usado carro (por não ter carro de coleta), o uso de EPIs não é observado (primeiro por não ter os EPIs adequados corretamente e também não há orientações para o uso). São utilizadas luvas de procedimento na coleta (incorreto), a bota só é utilizada por alguns funcionários na hora de lavar o piso, não há uso de avental, óculos, máscara, uniforme e nem luvas de borracha. Os sacos são retirados do recipiente, colocados no chão, amarrados dando-se nó e amontoados em um canto até término da coleta nas salas (são carregados na mão), depois são levados até a sala de resíduos e são dispostos no chão. Não há horário pré-definido para a coleta, não há recipientes corretos para coleta e nem para armazenamento na sala resíduo. Não há separação correta dos resíduos do grupo A e Grupo D, muitas vezes são misturados e acabam sendo desprezados como resíduos do Grupo D. Ocorrem com freqüência a presença de material perfuro cortante sendo encontrado nos recipientes destinados para coleta de resíduos do Grupo D, o que acaba causando acidentes com as funcionárias da higiene e limpeza. 3 Quantificação dos resíduos Para o Grupo A e Grupo E são coletados quatro bombonas com capacidade de 200L/semana. (os resíduos são misturados na hora de se desprezar ou quando da disposição na sala de resíduos). Para o Grupo D são coletados em média 8 sacos de resíduos com capacidade de 100L no Turno do dia e 5 no turno da noite, totalizando 13 sacos por dia. Para o Grupo B são coletados em média 250L/trimestre. 4 Armazenamento externo dos resíduos (sala de resíduos) Foi observado que não existem recipientes adequados para disposição dos resíduos do Grupo D, sendo disposto no chão. Os resíduos do Grupo B são armazenados no setor de radiologia na Câmara Escura onde é gerado (Fixador e Revelador). Não existe identificação nos locais para armazenamento (tanto externo quanto internamente). Os recipientes utilizados para armazenamento dos resíduos do Grupo A e E não comportam a quantidade total, pois algumas caixas de coleta acabam sendo dispostas no chão ou por cima da tampa das bombonas. A área da sala de resíduos não está adequada conforme RDC 306 da ANVISA, não tem área para higienização dos recipientes, os recipientes são lavados no corredor entre o Pronto Atendimento. A Sala de Resíduos e a água utilizada na lavagem da sala de resíduos e dos recipientes nelas contidos é desprezada na rede de coleta de esgoto urbano e deságua no Rio Pomba. Não existe separação entre os recipientes, pois só existem recipientes para os resíduos do Grupo A e E que são dispostos juntos. Resíduos do Grupo B como mercúrio é desprezado no recipiente para resíduo do Grupo A e E. A sala de resíduo tem portão, mas fica aberta todo tempo, acarretando com freqüência a entrada de animais e insetos causando vários transtornos para funcionários do setor e da coleta externa. Em resumo a Sala de Resíduo não está adequada, não possui recipientes adequados e precisa de reformas para adequação às normas como: grade e tela para a área de ventilação, tela para o portão de entrada, identificação para os locais onde serão dispostos os recipientes para armazenamento dos resíduos, aquisição de uma nova pia e tampar o ralo, nivelar o piso para o correto escoamento da água durante lavação. 5 Coleta e transporte externo os resíduos A coleta dos Resíduos do Grupo D é feita pela Empresa Luel Transportes que faz a coleta dos resíduos sólidos urbanos do Município, a coleta é feita através de carro basculante com compactador, é desprezado no lixão do município. A coleta dos Resíduos do Grupo A e E é feita pela Empresa Reciclagem Santa Maria localizada em Ubá/MG, é feita com carro de coleta com basculante conforme as normas da RDC 358 do CONAMA, os resíduos são encaminhados para tratamento térmico e após para disposição final em aterro Sanitário na cidade de Belo Horizonte/MG. Os Resíduos do Grupo B, líquidos e filmes de RX, são coletados pela empresa ARGEN do BRASIL LTDA de Belo Horizonte/MG a coleta é feita em carro tipo furgão onde são dispostos os galões de forma segura e também as caixas com filmes de RX desprezados, tanto os filmes quanto os líquidos são encaminhados para tratamento através de recuperação da prata. Os resíduos que não serão recuperados são desprezados de forma segura pela empresa responsável. 5 Disposição final dos resíduos sólidos no Município de Cataguases De acordo com a figura 9, que expõe a classificação dos municípios de Minas Gerais no ano de 2011, em relação à disposição final dos resíduos sólidos, a cidade de Cataguases ainda dispõe seus resíduos em um lixão. Figura 9 - Classificação e Panorama da disposição de resíduos sólidos em Minas Gerais 2011, ressaltando o município de Cataguases Fonte: Minas sem Lixões, FEAM, 2011 Conforme informações obtidas na Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, já foi solicitada a Licença de Operação do Aterro Sanitário de Cataguases, cujas obras de instalação (primeira plataforma) já estão prontas, aguardando a obtenção da Licença para receber os RSU de Cataguases. O número da LI do aterro sanitário é LI nº 0152 ZM, de 26 de maio de 2008, com validade de 04 anos. Com o início do funcionamento do aterro sanitário também começará o trabalho de reabilitação da área onde se encontra o atual lixão. Tanto o funcionamento do aterro sanitário quanto a reabilitação do lixão serão executados por uma empresa terceirizada, a Fontes Construções, contratada pela prefeitura municipal exclusivamente para tais serviços. 1 Aterro sanitário A área do aterro sanitário situa-se em local denominado Sítio Sobradinho, apresenta 34 hectares e é de propriedade da Prefeitura. Dista cerca de 10,5 km do centro urbano, com acesso feito pela rodovia MG 447 e o restante – aproximadamente 1,5 km – por estrada sem pavimentação. Coordenadas geográficas de localização do empreendimento: Latitude: 21°20'27,56"s e Longitude: 42°39'3,3w. Para o dimensionamento do aterro sanitário foi estimada uma produção de diária de 50 toneladas e vida útil de 15 anos, conforme estudos realizados em 2004, quando a população era de 66.578 habitantes, quando se deu início no processo de Licença Prévia. Agora em 2012, com população de 69. 757 habitantes e com produção diária de 47 toneladas a vida útil do aterro será menor. Conforme informações obtidas na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o aterro sanitário foi projetado utilizando-se a técnica de rampa, onde o lixo será disposto em 10 plataformas com altura máxima de 5 metros cada uma. Essas plataformas serão superpostas, com taludes de inclinação 1:3 (V:H), interceptadas por bermas de 3 m de largura e inclinadas em direção ao pé do talude, onde serão instaladas canaletas de drenagem meia-cana. Além do sistema de impermeabilização da camada de base e de cobertura final, o aterro está composto por sistemas de drenagem pluvial; drenagem e tratamento dos líquidos percolados; drenagem do biogás; além dos elementos de infra estrutura e apoio aos funcionários. Com o intuito de avaliar o processo implantado, a Prefeitura propôs a implementação de um plano de monitoramento que consiste em inspeções, medições e ensaios de laboratório a serem realizados na fase de operação do aterro. Fotografia 8 – Aterro sanitário 2 Lixão A disposição dos RSU de Cataguases está sendo feita em um lixão desde 1995, ou seja, há 17 anos, em área contígua à do aterro sanitário. Em atendimento à Deliberação Normativa nº. 52/2001 do COPAM, o município implementou algumas medidas de minimização dos impactos sanitários e ambientais na referida área, tais como, o isolamento com cerca, a delimitação da área de disposição do lixo, a cobertura dos resíduos e a permanência de um trator de esteira em tempo integral que executa as operações da compactação e aterramento dos resíduos. Entretanto, até alguns meses atrás, havia a presença permanente de catadores na área de depósito de lixo, cuja retirada dos mesmos foi difícil. A pós a retirada, foram atendidos pela Assistência Social de Cataguases. Ressalta-se que conforme o inciso V do artigo 2º da DN 52/2001 alterada pela DN 67/2003, é proibida a permanência de pessoas no local para fins de catação de materiais recicláveis, devendo o Município criar alternativas técnica, sanitária e ambientalmente adequadas para a realização das atividades de triagem de recicláveis, de forma a propiciar a manutenção da renda para as pessoas que sobrevivem dessa atividade, prioritamente, pela implantação de programa de coleta seletiva em parceria com os catadores. Tabela 6 – Análise dos impactos na área atual de disposição de RSU "Dados observados no local "Operacionalidade"Impactos negativos " " " "possíveis " " "Existênc"Conceit"Solo "Água"Ar"Vegetação " " "ia "o " " " " " Cercamento da área "SIM "3 "X " " "x " "Descarga de resíduos de serviço de saúde "SIM " "X "X " "X " "Descarga de resíduos industriais "SIM " "X "X "X "x " "Drenagem de chorume "NÃO " "x "x " " " "Drenagem pluvial "NÃO " "X "X " "X " "Impermeabilização de base "NÃO " "X "X " " " "Lixo descoberto "NÃO " "X "X "X "X " "Ocorrência de erosão nas proximidades "NÃO " "X "X " "X " "Portaria/guarita "SIM " " " " " " "Presença de animais domésticos "SIM " "X "X " " " "Presença de catadores "NÃO " "X "X "X "X " "Presença de moscas "SIM " " " " " " "Presença de nascentes nas proximidades "SIM " " " " " " "Presença de urubu "SIM " " " " " " "Recobrimento de lixo "SIM " " " " " " "Sistemas de drenagem de gases "NÃO " " " " " " "Sistema de tratamento de chorume "NÃO " " " " " " "Legenda dos conceitos: 0 – Operacionalidade inexistente 1 – Operacionalidade deficiente 2 – Operacionalidade quase satisfeita 3 – Operacionalidade satisfatória RESULTADOS E DISCUSSÃO 1 A atual gestão de resíduos sólidos no município de Cataguases A atual gestão de resíduos sólidos 2 A população e o descarte de resíduos sólidos 3 A gestão integrada de resíduos sólidos O Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos pressupõe o envolvimento de diversos órgãos públicos e da sociedade civil com o objetivo de realizar a limpeza dos logradouros, a coleta, o tratamento e a disposição final do lixo, melhorando a qualidade de vida de toda a população. Para isso, leva em consideração características como as fontes de produção, volume e os tipos dos resíduos. Sendo então possível encontrar o tratamento e a disposição final adequados (Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, IBAM, 2001). A partir da realidade observada no município, é possível propor uma discussão sobre a possibilidade e necessidade de expansão de projetos de coleta seletiva, triagem dos resíduos sólidos e de educação ambiental, estimulando o desenvolvimento de uma consciência ambiental em todos os níveis da população. A implantação de uma usina de triagem seria uma boa opção para que os resíduos fossem separados e posteriormente vendidos, retornando o dinheiro das vendas em prol da Associação de Catadores de Recicláveis de Cataguases (ASCATAG). Uma usina de compostagem seria ideal para o lixo orgânico e os resíduos provenientes da poda e capina. O composto produzido poderia ser revendido, ou mesmo doado, para as hortas escolares municipais e para a própria população. Para a coleta desses materiais, pode-se desenvolver o modelo de coleta seletiva porta a porta, no qual a própria população separa seus resíduos, dividindo-os em materiais orgânicos (úmidos) e materiais recicláveis (secos). Estes matérias seriam posteriormente coletados por um veículo específico e levados até a usina de triagem e compostagem. Outro método que também pode ser utilizado é o dos pontos de entrega voluntária (PEV). Esse método consiste na instalação de recipientes/contêineres para que a população, voluntariamente, possa fazer o descarte dos materiais separados em suas residências. Para isso, o método que poderia ser utilizado na separação é o que separa apenas em secos e molhados, onde secos são os papéis, plásticos, metais, embalagens longa vida, entre outros, e os molhados são os restos orgânicos, resíduos de banheiro, papéis engordurados, entre outros. Este método separa o que é reciclável do que não é reciclável, o que torna a separação mais prática nas residências e, portanto, de mais fácil adaptação para a população. Além disso, a instalação de PEV pode ser feita através de parcerias com empresas privadas que podem, por exemplo, financiar a instalação dos contêineres e explorar o espaço publicitário no local. Contudo, para que esses projetos sejam colocados em prática, é necessário um trabalho constante de educação ambiental nas escolas, nas associações, em empresas (como as fábricas, onde a população passa o dia trabalhando) e com todo o resto da comunidade. Deve-se trabalhar a percepção da população em relação ao lixo e como ele influencia em suas vidas e no ambiente que os cerca. Um trabalho como esse tem como objetivo sensibilizar e conscientizar as pessoas em relação à geração do lixo, incentivando a redução do consumo, a reutilização, a reciclagem e principalmente o descarte adequado. Por intermédio da implantação desses processos, pode-se gerar emprego, renda, reduzir os custos da limpeza e da coleta do distrito, reduzir os impactos ambientais, e conseqüentemente, melhorar a qualidade de vida da população. CONCLUSÃO Os resultados deste trabalho permitiram traçar um pré- diagnóstico da situação atual no que se refere à geração e ao destino final de resíduos sólidos na área estudada. As ações propostas são sugestões para o gerenciamento dos resíduos no município. Porém, não são suficientes para propor o gerenciamento integrado destes resíduos de forma realmente eficaz, em função da amostra pesquisada e das poucas informações. Para isso, é necessária uma ampliação dessa pesquisa para conhecer efetivamente o volume de resíduos gerados, os pontos de concentração, levantamento de dados mais específicos junto à prefeitura para identificar os pontos exatos de coleta e o roteiro, custos, extensão dos danos ambientais, dados sociais e a percepção da população sobre o lixo. Para que um trabalho como este seja colocado em prática, é necessário um comprometimento da comunidade, do poder público (prefeitura, órgãos ambientais e fiscalizadores, e diversas entidades) e do setor privado, incentivando e financiando a melhoria da qualidade de vida da população e a diminuição dos custos econômicos e ambientais gerados pelo lixo. REFERÊNCIAS BORGONOV, Anaide Leandro. MARCELINO, Diego pena. Encerramento e recuperação ambiental em áreas de disposição final de resíduos sólidos no estado de São Paulo. Trabalho de conclusão de curso ( Engenharia civil). Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos, 2009. Disponível em: < http://www.feb.br/cursos_engcivsc/ANAIDEPena.pdf >. Acesso em : 11 nov 2011. BRASIL. Constituição da república federativa do Brasil de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm> . Acesso em: 07 mar 2012. BRASIl. Lei federal nº. 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 1981. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm >. Acesso em: 07 mar 2012. BRASIL. Lei federal nº. 6.938, de 31 de agosto de1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências . Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 1981. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm >. Acesso em: 03 nov 2011. BRASIL. Lei federal 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 1981. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11445.htm >. Acesso em: 13 nov 2011. BRASIL. Deliberação Normativa COPAM nº 119, de 27 de junho de 2008. Reitera a convocação aos municípios com população urbana acima de 30.000 habitantes, que não cumpriram os prazos estabelecidos na DN 105/2006, a formalizarem processo de licenciamento ambiental para sistema de tratamento e/ou disposição final de resíduos sólidos urbanos e dá outras providências. Diário Executivo de Minas Gerais, Minas Gerais, 2008. Disponível em:< http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=7977 >. Acesso em: 13 nov 2011. BRASIL. Lei Estadual nº 18.031, de 12 de janeiro de 2009. Dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos. Diário Executivo de Minas Gerais, Minas Gerais, 2009. Disponível em: < http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=9272 >. Acesso em: 12 nov 2011. BRASIL. Resolução CONAMA 01/1986. Define critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html> . Acesso em: 07 mar 2012. BRASIL. Resolução CONAMA 307, de 05 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30702.html >. Acesso em 14 mar 2012. CONSTRUÍNDO O SUSTENTÁVEL. Representação de um lixão; representação de um aterro controlado; representação de um aterro sanitário. Disponível em: . Acesso em 14 mar 2012. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – FEAM. 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Existe um Plano Diretor Regional de Resíduos Sólidos que abranja seu Município? Sim ( ) Não (X). Em caso afirmativo, como as soluções definidas parar seu município estão sendo cumpridas? 2. O município tem um Plano Diretor? Sim ( X ) Não (). Em caso afirmativo, como os resíduos sólidos estão contemplados neste plano? Os resíduos são contemplados de forma genérica e abordados no artigo 11º através de diretrizes para a política de limpeza urbana. 3. O município tem um Plano Diretor Municipal de Resíduos Sólidos? Sim ( ) Não( X). Em caso afirmativo, ele contempla os resíduos sólidos gerados em propriedades rurais? Sim () Não (). Ele está sendo cumprido? Caso não esteja sendo cumprido, por quê?______________________________________________. Especifique número da lei municipal e data de promulgação. LEGISLAÇÃO/DISPOSIÇÃO/PROCESSAMENTO 1. O município já sofreu alguma sanção, por parte do Poder Público Estadual, sobre sua disposição de resíduos sólidos? Em caso afirmativo, quais as medidas tomadas? R: Sim. Já sofreu autuação da FEAM (Fundação Estadual de Meio Ambiente). O município vem se adequando à legislação ambiental e recentemente reverteu o valor de uma multa na construção da primeira plataforma do Aterro Sanitário Municipal, sendo este, devidamente licenciado. LEGISLAÇÃO/ÁGUA 1. A disposição final dos resíduos sólidos em seu município está poluindo diretamente os recursos hídricos da região/bacia hidrográfica (rios, lagos, poços, nascentes e água subterrânea)? Sim (X) Não ( ). Em caso afirmativo, como? R: No depósito de Lixo Municipal existem três nascentes, uma não foi e não será afetada pela disposição dos resíduos, uma será canalizada para minimizar os impactos e uma terceira foi soterrada pela massa de lixo. Também não existe captação de chorume gerando, portanto, um alto índice de poluição hídrica. 2. Existe uma Política Estadual de Recursos Hídricos em seu Estado? Sim (x) Não ( ). Em caso afirmativo, seu Estado já foi dividido em UGRHIs- Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos? Em que Bacia Hidrográfica seu município se localiza? R: Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul. 3. Já existem Comitês de Bacias formados em seu Estado? Sim (x) Não ( ) . Em caso afirmativo, seu município já está representado em seu respectivo comitê? Sim ( X ) Não ( ). R:Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos Rios Pomba e Muriaé – COMPÉ SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E/OU COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS 1. Quais os tipos de resíduos sólidos produzidos no município? Domiciliar (X) público (X) comercial (X) serviços de saúde (X) agrosilvopastoril (X) industrial (X) portos ( ) aeroportos ( ) terminais rodoviários (X) entulho (X) eletrônicos (X) outros ( X). 2. O município tem alguma estimativa de geração de resíduos sólidos urbanos? Sim (x) Não ( ). Em caso afirmativo, qual a quantidade gerada por dia? R: 47 toneladas/dia 3. Quais os tipos de resíduos sólidos que a prefeitura ou empresa contratada por ela coleta? R: A prefeitura terceirizou o serviço de coleta de resíduos sólidos, a qual empresa coleta todo tipo de resíduo que estiver pronto para ser recolhido, com exceção dos resíduos dos serviços de saúde considerados contaminantes, que são recolhidos por uma empresa especializada em incineração. 4. O município cobra pelos serviços de limpeza urbana e/ou coleta de lixo? Sim (x) Não ( ). Em caso positivo, qual é a forma de cobrança? Taxa específica ( ) Tarifa por serviços especiais ( ) Taxa junto com o IPTU (x), outra ( ). 5. Qual a frequência de coleta? (diária, 3 vezes por semana, 2 vezes por semana, etc.? R: Diária, exceto aos domingos. Centro da cidade (x), Bairros ( ). OBS: os bairros são atendidos pela coleta de acordo com a necessidade de cada um. 6. Quanto a prefeitura gasta com os serviços de coleta e transporte do resíduo domiciliar? R: R$ 7. Qual o porcentual de domicílios do seu município tem o resíduo domiciliar coletado? R: 90%. COLETA, VARRIÇÃO E CAPINA. 1. Existe varrição das vias públicas? Com que frequência? Qual o número de pessoas envolvidas no serviço? R: sim. Diária. 2. Existe capina das vais públicas? Com que frequência? R: sim. Diária. Tipo: todas (manual mecânica/ química). Qual o número de pessoas envolvidas neste serviço? R: 3. Existe limpeza de bueiros? R: sim, é realizada por uma empresa privada. Com que frequência? R: De acordo com a necessidade. Qual é o número de pessoas envolvidas neste serviço? R: 4. Existe limpeza de praias? Com que frequência? Qual é o número de pessoas envolvidas neste serviço? R: não. O município não se encontra em zona litorânea. 5. Existe algum outro tipo de serviço de limpeza? Qual? Especificar frequência, número de pessoas envolvidas. R: não. DESTINO E QUANTIDADE DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E URBANO COLETADO 1. Onde se dá a disposição final do resíduo sólido urbano? (use o mapa do município para localizar esta área). R: o depósito de lixo, classificado como lixão, se encontra no Sítio Sobradinho, estrada Cataguases – Mirai, MG - 447, de propriedade da prefeitura de Cataguases. 2. Qual a distância da disposição final até o centro da cidade? R: Cerca se 7,5 Km. 3. Como é feito o controle da quantidade de resíduo sólido destinado? Pesado em balança ( ) Outro? ( ) Qual? ( ) Não é feito (X). 4. Assinale abaixo onde é feita a destinação? Vazadouro a céu aberto (x ) Obs: Os resíduos sólidos são destinados a um lixão, onde é feita a cobertura diária com terra, embora não possa ser considerado como aterro controlado devido a exigências técnicas. Vazadouro em áreas alagadas ( ) Aterro controlado ( ) Estação de compostagem ( ) Estação de triagem para compostagem ( ) Incineração (x) Obs: Para resíduos hospitalares considerados contaminados. Outro ( ) Especificar 5. Quem é (são) o(s) proprietário da(s) área(s) utilizada para a disposição final dos resíduos? Prefeitura (x) Entidade prestadora do serviço ( ) particular ( ) outro ( ) 6. Onde fica(m) os local(is) de disposição fina dos resíduos sólidos? Dentro do perímetro urbano: próximo a residências ( ) próximo a áreas de proteção ambiental ( ) outras áreas ( ). Fora do perímetro urbano: próximo a residências ( ) próximo a áreas com atividades agrícola e pecuária (x) Próximo a áreas de proteção ambiental ( ) outras áreas ( ). 7. Quanto a prefeitura gasta com serviços de disposição final dos resíduos sólidos (excluindo os serviços de limpeza urbana e/ou coleta e transporte)? R RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 1. Qual a quantidade coletada? R: a prefeitura não possui dados sobre quantidade, uma vez que o local de disposição de resíduos de construção civil é de livre acesso para os que precisarem dispor dos resíduos. 2. Desde total, quanto é coletado pela coletada pela Prefeitura? Quanto é coletado por empresas privadas? R: A Prefeitura de Cataguases não possui dados sobre a quantidade coletada. 3. Qual o destino do entulho? Mesmo local usado pela prefeitura para o resíduo domiciliar ( ) Estação de reciclagem Bota-fora ( ) Outro ( X) Obs.: O destino dado ao entulho é o mesmo destinado aos resíduos da construção civil, um depósito legalizado da prefeitura, na saída de Cataguases para seu distrito Aracati. 4. Existe fiscalização por parte da prefeitura sobre o entulho coletado por Empresas Privadas? Sim ( ) Não (x) 5. Existe solução para os pequenos geradores? Sim (x ) Não ( ). Em caso afirmativo especificar a solução. R: O entulho gerado pela população pode ser encaminhado para o depósito de resíduos da construção civil. COLETA E DESTINO FINAL DO LIXO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE 1. A Prefeitura coleta esse tipo de resíduo? Sim (x) Não ( ). Obs.: A prefeitura coleta os resíduos considerados como não contaminantes. O restante, considerado como contaminante, é coletado por uma empresa especializada em incineração, a Santa Maria, de Ubá, MG. 2. Em caso positivo, em que tipo de veículo? Em veículo destinado a coletar exclusivamente resíduos das unidades de saúde e hospitalares ( ) Em veículo destinado a coletar o resíduo comum (x ) Outro ( ) Qual? Caminhão prensa. 3. Como é feito o tratamento dos resíduos de saúde? Incinerador (x) Queima a céu aberto ( ) Microondas ( ) Forno ( ) Autoclave ( ) Outra ( ) Qual? R: Empresa particular especializada em Resíduos de saúde, . 4. Como é feita a destinação desse tipo de resíduo? Para o mesmo local dos demais tipos de resíduos sólidos urbanos? Vazadouro/lixão ( ) Aterro ( ) Ou para aterro de resíduos especiais: próprio ( ) terceiros (x) Outra destinação ( ). INFORMAÇÕES SOBRE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS 1. A prefeitura tem conhecimento sobre a presença de catadores na(s) unidade(s) de disposição final dos resíduos sólidos? Sim (x) Total de catadores_____ : até 14 anos___ maior de 14 anos___ Não ( ) . OBS: Para a concessão da Licença de Operação do aterro sanitário do município, uma das condicionantes foi a retirada dos catadores da área do lixão, prestando apoio social, para que os mesmos fossem incluídos em outras atividades. 2. Existe algum trabalho social desenvolvido com os catadores? Não (x) Sim ( ). Qual? Cadastro em unidades de destino final e encaminhamento aos postos de trabalho? Encaminhamento a programas de coleta seletiva em postos de trabalho e renda? 3. Os catadores são ligados a cooperativas ou associações? Sim ( ) Não (x). R: Os catadores que separavam os resíduos no lixão trabalhavam por conta própria. 4. Existem residências sobre o lixão? Sim ( ) Não (x). 5. Qual o número estimado de pessoas que residem sobre os lixões? Até 14 anos____ Maior de !4 anos____ Total ____. COLETA SELETIVA NO MUNICÍPIO 1. Existe coleta seletiva no município? Sim (x) Não ( ). R: A coleta seletiva no município de Cataguases abrange apenas 01 bairro e pontos do centro, sendo projeto piloto da Associação de Catadores de Recicláveis de Cataguases, a Ascatag, em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente. 2. Existe projeto para implantação de coleta seletiva? Em planejamento ( ) Suspenso ( ) Não existe projeto ( ). R: A coleta seletiva atualmente abrange apenas um bairro, mas a intenção é expandir a coleta. 3. De quem é a iniciativa do projeto e/ou implantação da coleta seletiva? Prefeitura (x ) ONG (x) Associação (bairros, condomínios, etc) ( ) Iniciativa Privada ( x). R: Uma parceria entre a ONG Minas Vida, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e os próprios catadores que já faziam a coleta em pontos isolados. 4. Se for a prefeitura, quantas pessoas do setor público trabalham neste serviço? R: 3. 5. Qual a modalidade de coleta seletiva? Porta a porta (x ) pontos de entrega voluntária (x ) com catadores (x). 6. Número estimado de residências atendidas pela coleta seletiva. R: Aproximadamente 500 residências. 7. Quantidade estimada de material reciclado coletado ________ton/dia ou ______m3/dia. 8. Quantidade de veículos utilizados para coleta seletiva 01 tipo de veículo (baú, carroceria, etc,...) carroceria. Inserir foto. 9. Quais os materiais recuperados na coleta seletiva? Papel (x ) Plásticos ( x) Vidros ( ) metais (não-ferrosos) (X) outros ( x). OBS: óleo de cozinha. 10. Qual é a área de abrangência da coleta seletiva? Todo o município, inclusive em meio rural ( ) Todo o município excluído o meio rural ( ) Em alguns bairros selecionados ( ) Somente o centro da cidade ( ). R: 01 bairro e pontos no centro. 11. Quem participa da coleta seletiva? Residências (x ) empresas (x ) escolas (x ) condomínios (x ) igreja (x ) projeto-piloto (X ) outros ( ). 12. A coleta seletiva está tendo continuidade? Sim (x) não ( ). 13. Qual o motivo da interrupção da coleta seletiva? Falta de campanha de conscientização ( ) falta de local adequado ( ) outro motivo ( ) especificar _________. 14. O que é feito com o material proveniente da coleta seletiva? Comercialização ( x) doação ( ) permuta ( ) outro ( ). 15. Como são aplicados os recursos provenientes da coleta seletiva? Manutenção da coleta seletiva ( ) atividades sócio-culturais ( ) atividades assistenciais ( ) atividades de produção ( ) outras aplicações ( ) não há aplicação específica. R: Os recursos são aplicados em forma de remuneração dos associados e manutenção da sede da associação, como água, luz e aluguel. 16. Os catadores são remunerados? Sim (x) não ( ) . Em caso afirmativo, como? Por tonelada___ Valor mensal? R: De acordo com a quantidade de resíduos coletados, separados e comercializados durante o mês. 17. Qual é o principal receptor final da coleta seletiva? Comerciantes de materiais reciclados ( ) entidades beneficentes ( ) industrias recicladoras (x) depósitos/aparistas ( ) outros ( ) Quem ? Tetra Park. 18. Houve campanha de esclarecimento/conscientização na coleta seletiva? Sim (x) Não ( ). 19. Qual a participação da população na coleta seletiva? Boa (x) Regular ( ) Com resistência ( X). OBS: alguns pontos de coleta contam com a população que já participa da mesma a mais tempo, enquanto no bairro projeto piloto a coleta começou a alguns meses, ainda com resistência da população. 20.Existe participação de catadores na coleta seletiva? Em cooperativas/associações (x) isolados ( X) não existe participação ( ). 21. Qual o custo para a prefeitura da coleta seletiva_____/mês? (procure identificar custo com pessoal/equipamento/operação e ,manutenção). 22. A prefeitura sabe quanto do resíduo coletado seletivamente (em quilos ou toneladas por dia ou mês) deixa de ir para o local de disposição final (lixão ou aterro)? ___________. OBS: exatamente, não. 23. As embalagens vazias de agrotóxicos são coletadas seletivamente? Sim (x) Não ( ). R: Sim, os pontos comerciais que revendem agrotóxicos são obrigados por lei a receberem as embalagens vazias para devido destino. PREVENDO A SITUAÇÃO FUTURA DO MUNICÍPIO 1. Quais as principais metas do município para daqui a 5, 10, 15, 20 anos com relação a: 1.1 Coleta e transporte dos resíduos sólidos urbanos? R: Melhoria na coleta e transporte. 1.2 Coleta seletiva? R: Ampliação 1.3 Tratamento dos resíduos sólidos? R: utilização do aterro sanitário. 1.4 Disposição final? R: Existe um projeto para o aterro sanitário de Cataguases, cujo processo de licenciamento já está em fase de Licença de Operação. O local onde o resíduo sólido é destinado hoje terá espaço suficiente para receber o resíduo no futuro? Sim ( ) Não (x ) . Em caso afirmativo, por quanto tempo? 3.4 Qual a situação do município em relação a: Novos locais para a disposição final dos resíduos sólidos? R: O Aterro sanitário, que já possui camada de impermeabilização, dreno de chorume, poço de decantação e tratamento de chorume. Recuperação de áreas contaminadas por lixões? R: Sim, quando o aterro sanitário começar a ser utilizado, o lixão, atual local de disposição final passará por um processo de recuperação. Programas de educação e conscientização ambiental? R: Ações regionais (programas com municípios vizinhos/participação em consórcios intermunicipais. APÊNDICE B - Questionário utilizado para nortear as entrevistas 1. O que faz com o lixo produzido em casa? Coloca o lixo nos latões da prefeitura? Se não, por quê? 2. Qual tipo de lixo/resíduo é produzido na residência 3. Que destino dá a cada um deles: - orgânico (restos de comida, cascas frutas, fezes de animais); - vidro; - plástico; - papel; - latas/metal. Obs.: Reutiliza algum desses resíduos? 4. Já teve algum problema por causa do lixo? Animais sufocados, moscas, ratos, gambás... 5. O que acha da limpeza das ruas? Já notou a presença de lixo? Se sente incomodado? 6. De onde vem e para onde vai a água utilizada na casa? 7. Já relacionou algum problema de saúde com a água? 8. Se houvesse um projeto de coleta do lixo, no qual metal, plástico e papel fossem vendidos e o dinheiro fosse revertido para uma associação de catadores, estaria disposto a participar e separar o próprio lixo? 9. Paga algum tipo de imposto para a prefeitura, no qual se inclui taxa de limpeza pública, como o IPTU? Anexos 1 Anexo 1 – Levantamento fotográfico da área do lixão e do aterro sanitário de cataguases ----------------------- Sistema de Ensino Presencial Conectado TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL ALINE PINTO BENETTI GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MEIO URBANO: O CASO DO MUNICÍPIO DE CATAGUASES, MINAS GERAIS Cataguases 2012 Aline pinto benetti GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MEIO URBANO: O CASO DO MUNICÍPIO DE CATAGUASES, MINAS GERAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Ambiental. Orientador: Prof.ª Cristina Célia Krawuski Cataguases 2012 Londrina, _____de ___________de 20___. Dedico este trabalho a Deus, que ilumina meus passos sempre, à minha família, aos amigos e a todos aqueles que me ajudaram na conclusão do mesmo.