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Trabalho De Conclusao De Curso - Bch-teo

Jônatas e Davi: uma história de lealdade

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ESCOLA BÍBLICA TEOL LÓGIC CA A D DISTÂN NCIA URSO AVAN NÇADO O EM TEOL T OGIA CU BAC CHARE EL EM M TEO OLOGIA A TRABAL LHO DE E CONC CLUSÃO O DE CU URSO EBTA AD Teoologia ao alca ance dee todoss os Menndes Edilsoon Carlo Março de 2013 TCC - Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola Bíblica Teológica a Distância (Ebtad), como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Teologia. ORIENTADOR: Profª. Miss. Mozarilma Maurício Barroso São Paulo - SP 2013 JÔNATAS E DAVI UMA HISTÓRIA DE LEALDADE São Paulo 2013 EDILSON CARLOS MENDES JÔNATAS E DAVI: UMA HISTÓRIA DE LEALDADE TCC - Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola Bíblica Teológica a Distância (Ebtad), como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Teologia. Orientador (a): Miss. Mozarilma Maurício Barroso São Paulo 2013 FOLHA DE APROVAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado e aprovado em 08/03/2014 pela comissão julgadora: Pr. Francisco G. Barroso Nome / Ebtad – Orientador e Presidente da Comissão Julgadora Pr. Ezedequias Torquato Neto Nome / Ebtad – Membro da Comissão Julgadora Pr. Eliel Sales Silva Nome / Ebtad – Membro da Comissão Julgadora Miss. Mozarilma M. Barroso Coord. Nac. de Ensino Ebtad DEDICATÓRIA Ao leal amigo, irmão, pastor, e um comigo, Alexandre Almeida Alves, inspirador desse tema. AGRADECIMENTOS Ao Senhor nosso Deus, pela sua infinita bondade e misericórdia permitiu que eu pudesse realizar mais essa etapa importante em minha vida; Aos orientadores, Sr. Pr. Francisco G de Souza Barroso e Sra. Miss. Mozarilma Maurício Barroso, Diretor e Coordenadora do curso, que desde o início têm me ajudado com seus esclarecimentos; À família e às ovelhas da nossa comunidade de Fé, Igreja Evangélica fazendo discípulos. RESUMO A lealdade se confunde com a fidelidade nas questões sentimentais, a história de Jônatas e Davi consiste em uma história de lealdade que será analisada nas páginas que se seguem. Para buscar compreensão das atitudes de Jônatas para com Davi, bem como junto ao seu pai Saul, se fará necessário investigar algumas das principais características comportamentais de Jônatas. A compreensão das motivações que levou Jônatas a escolher ser leal a Davi ao invés de ser leal ao seu pai trará a compreensão das relações interpessoais vividas pelas comunidades evangélicas no Brasil e no mundo atualmente, tomando também como exemplos as histórias de lealdade de Noemi e Rute, de Paulo e Barnabé. A lealdade é um comportamento que deve existir nos lares, nas relações interpessoais e nas igrejas, sendo, pois, em último o foco deste trabalho. Palavra-chave: Lealdade, Fidelidade, Jônatas, Davi, Relações Interpessoais. ABSTRACT Loyalty is intertwined with the sentimental loyalty issues, the story of Jonathan and David is in a story of loyalty which will be examined in the pages that follow. To seek understanding of the attitudes of Jonathan to David and to his father Saul, will be necessary to investigate some of the key behavioral characteristics of Jonathan. Understanding the motivations that led Jonathan to choose to be loyal to David instead of being loyal to her father will bring the understanding of interpersonal relationships experienced by evangelical communities in Brazil and in the world today, also taking as examples the stories of loyalty to Naomi and Ruth and Paul and Barnabas. Loyalty is a behavior that must exist in homes, interpersonal relationships and churches, the last one being the focus of this work. Keyword: Loyalty, Loyalty, Jonathan, David, Interpersonal Relations. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 1 LEALDADE 09 1.1 Significado da Palavra Lealdade 10 1.2 Diferenciação Entre Lealdade e Fidelidade 10 2 PERFÍS DE JÔNATAS E DAVI 14 2.1 Principais Características de Jônatas 16 2.1.1 Perfil de Jônatas no contexto familiar 16 2.1.2 Perfil de Jônatas no contexto emocional 17 2.1.3 Perfil de Jônatas no contexto ministerial 17 2.2 Principais Características de Davi 18 2.2.1 Perfil de Davi no contexto familiar 19 2.2.2 Perfil de Davi no contexto emocional 20 2.2.3 Perfil de Davi no contexto ministerial 20 3 ANALISE BÍBLICA – Teologia das Relações de Lealdade 21 3.1 1 Samuel 18:1-6 22 3.2 1 Samuel 19:1-11 26 3.3 1 Samuel 20 30 4 40 OUTROS EXEMPLOS DE LEALDADE NA BÍBLIA 4.1 Noemi e Rute 41 4.2 Paulo e Barnabé 43 CONCLUSÃO 45 BIBLIOGRAFIA 45 8 INTRODUÇÃO Tem-se por objetivo apresentar através deste trabalho de conclusão de curso a importância da lealdade no ministério pastoral nas questões entre líder e liderado, desmistificar a relação entre Jônatas e Davi, muitas vezes utilizada como escape na abordagem de assuntos para homossexualidade, e a compreensão da lealdade no âmbito familiar, a fim de aperfeiçoar as relações interpessoais. Com isso será realizado um trabalho dividindo-o em quatro partes: a primeira consistirá em uma breve analise do significado da palavra lealdade, na segunda será feita uma análise sucinta dos perfis de Jônatas e de Davi, à terceira caberá à análise bíblico-teológica dos textos 1 Samuel 18:1-6; 19:1-11; 20, e por fim apresentam-se outras principais histórias de lealdade registradas na Bíblia. O tema abordado é considerado como um dos assuntos mais polêmicos, já que teólogos procuram aplicá-los segundo suas convicções para diversas vertentes de pensamentos a respeito de relacionamento interpessoal e, até mesmo, emocional. Este trabalho pretende apresentar a relação entre Jônatas e Davi como uma relação saudável e que deve existir inicialmente no lar, partindo assim para todos os ambientes ao qual o individuo ira se relacionar, enfatizando o ambiente eclesiástico. Daí vem a problemática: Como Administramos nossas relações em casa e na igreja? O Intuito do trabalho é também o de defender a importância da lealdade dentro das igrejas, já que hoje vivemos uma realidade no ministério pastoral em que o líder não se sente muitas vezes amparado pelo seu rebanho. A tese central está em analisar o relacionamento entre Jônatas e Davi, assim como o seu relacionamento com Saul, buscando a compreensão dos valores que fizeram com que este fosse leal a Davi, mesmo sabendo que ele era um inimigo para Saul, seu pai. 9 1. LEALDADE Segundo Batista (2005) a lealdade é um tema que deve ser superado no âmbito de compreender as variáveis que influenciam o seu surgimento, “... diversos estudos passaram a incorporar às definições e mensurações de lealdade uma dimensão atitudinal, enfatizando o papel dos processos cognitivos e afetivos na geração de preferências”. Oliver (1999) Detalha a estruturação teórica da lealdade partindo da primeira fase que corresponde a “Lealdade Cognitiva” quando esta é marcada pelas influencias dos atributos recebidos por outrem; em seguida, surge a “Lealdade Afetiva” que corresponde ao comprometimento compilado na mente do indivíduo através do afeto; depois vem a “Lealdade Conativa” que surge após sucessivos episódios de afeto positivo a esse indivíduo; finalizando com a “Lealdade de Ação” cuja fase permite ao individuo sair do estágio de afeto e agir com prontidão para com o outro. A compreensão do que é ser desleal ensina ainda mais sobre a lealdade. Heward-Mills (2005) expõem a respeito de pessoas Desleais na Bíblia: “ Há uma proliferação de assistentes Absalões, Adonias, Aitoféis, Simeis, Joabes, Judas e Lucíferes na Igreja. Esses são os maiores rebeldes da Bíblia Qualquer ministro experiente já teve sua justa porção desses sujeitos. Eu sou contra essas pessoas e eu estou ensinando contra tais sujeitos. Decida nunca se tornar um rebelde.” (HEVARD-MILLS, 2005; p.124). Caracteriza-se uma pessoa desleal àquela que semeia contenda ódio e murmuração. Para Heward-Mills (2005) “esses sentimentos desleais são semelhantes à fumaça que enche toda a casa. A única maneira de se livrar da fumaça é se livrar do fogo”. Com isso cabe ao líder vigiar fora e dentro do ministério, observando ainda mais a sua membresia, conforme expõe o autor: “ Cedo em meu ministério percebi que o diabo é um especialista em destruir a igreja, trabalhando no lado de dentro dela. Se você for um bom ministro, chamado por Deus e que faz as coisas certas, o diabo terá muito pouca oportunidade de lutar contra você do lado de fora. Jesus Disse: ... porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim. João 14:30.” (HEWARD-MILLS, 2005, p.10). 10 Para Heward-Mills (2005) uma igreja de sucesso deve ter sempre a expectativa de que ouvirá no juízo final a expressão na bíblia que diz: “bem está, servo bom e fiel”, a lealdade no ministério é notada no indivíduo que fica ao lado do líder e permanece principalmente nos momentos difíceis, já que nesse período também podemos conhecer aqueles que são leais desleais. 1.1 O Significado da Palavra Lealdade. Segue o seu significado no Dicionário Brasileiro Globo: “LEALDADE, s. f. Qualidade de leal. LEAL, adj. 2 gên. Que não falta às promessas que fez; conforme com a lei; franco; sincero; honesto; fiel; s.m. antiga moeda portuguesa. (Do lat. Legale.)” (FERNANDES; LUFT; GUIMARÃES, 1996, p.377). Os Atributos mencionados no dicionário indicam a característica “fidelidade” como um sinônimo de lealdade, desta forma passa-se a analisar se há diferenciação entre estas palavras. 1.2 Diferenciação entre Lealdade e Fidelidade. É necessário também destacar o significado da palavra fidelidade no Dicionário Brasileiro Globo: “FIDELIDADE, s. f. Qualidade do que é Fiel; lealdade; probidade; firmeza; pontualidade; exatidão, conformidade: a fidelidade de uma tradução, de uma cópia. (Do lat. Fideliate.)” (FERNANDES; LUFT; GUIMARÃES, 1996, p.291). Para Heward-Mills (2005) é importante que se ensine sobre fidelidade e lealdade constantemente nas igrejas, “o ensino constante irá evitar que as pessoas se envolvam, sem saber, em atividades traiçoeiras”. 11 Terra Nova (2013) amplia os conceitos de Fidelidade e Lealdade, quando a fidelidade passou a ser o termo mais usado desde os primórdios “para subsistência tribal e alianças entre grupos heterogêneos na cultura, costumes, língua e até mesmo religiosos”. O termo Fidelidade é sempre empregado para qualquer uma das áreas de relacionamentos do indivíduo: “Social, político, econômico, conjugal, institucional e religioso”. Já a Lealdade é colocada à prova quando existe uma relação de fidelidade, para Terra Nova (2013) a “lealdade é a bandeira da seriedade hasteada quando todos esperam uma atitude de desprezo”. Consiste na perseverança por um sonho, ou uma visão, mesmo quando estes pareçam distantes de acontecer, caracteriza-se também pela defesa de outrem nos relacionamentos e nas alianças. Lealdade e fidelidade são correlatas, porém, intensifica-se na lealdade. Ainda sobre a importância de ensinar, Heward-Mills explana: “Qualquer um que deseja edificar uma grande igreja deve constantemente ensinar sobre fidelidade e lealdade. Ninguém nasce com fidelidade e lealdade estampadas por todo o lado. Todo ministro terá a sua quota de tentações para se tornar desleal. Seus líderes desenvolverão uma cultura de lealdade à medida que você constantemente ensina sobre ela.” (HEWARD-MILLS, 2005, p.55). Na questão ministerial é importante salientar que o líder deve instruir aos seus liderados sobre a importância da lealdade, que ela, primeiramente, deve ser total e irrestrita para com a mais alta autoridade da igreja que é Jesus Cristo, Heward-Mills (2005) utiliza o versículo 1 Coríntios 11:1 alertando sobre um ensinamento deixado por Paulo aos coríntios, que aquele povo deveria segui-lo somente quando ele estivesse seguindo a Cristo. Quando você se dispõe a seguir uma visão, caminhar numa aliança, num propósito com alguém você está fazendo uma escolha, e esta escolha lhe custará algumas perdas, Heward-Mills (2005) lembra que quando Moisés se tornou adulto teve de escolher entre seguir a Deus ou ao faraó, e ao escolher Deus, Moisés perdeu tudo o que tinha do faraó, “sua lealdade lhe custou sua cidadania, seu passaporte e seu status de realeza”. Continua: “Tudo tem um preço. Educação tem um preço. Até a sua salvação tem um preço. A bíblia diz que nós somos comprados por um preço. A lealdade também tem um preço. Ser leal a alguém significa que você não pode ser leal a todos. A lealdade ira lhe custar relacionamentos e amizades. Minha lealdade a Cristo significa que eu não posso manter 12 algumas das minhas antigas amizades.” (HEWARD-MILLS, 2005, p.71). Partindo do princípio de que nos tornamos leais a partir das analises que fazemos da pessoa a qual vamos nos comprometer lealmente, segue uma observação de que ela sempre será testada, seja por quem você se tornou leal, ou por alguém que não gosta dessa sua relação de lealdade ou até mesmo por você, por isso, Heward-Mills (2005) ensina que em todo o tempo o indivíduo confrontado deve fazer uma analise de si mesmo, de quem tentou persuadi-lo e da pessoa com quem este indivíduo tem uma relação de lealdade. Terra Nova (2013) Completa: “A Lealdade é tão estabelecida na verdade, que mesmo que uma visitação estranha queira plantar uma semente estranha na nossa mente, a Lealdade será capaz de vencer todos os pensamentos contrários a uma aliança de Honra. Onde há Lealdade, a crise é inexistente. Um relacionamento sem Lealdade vive em crise e experimenta desconfiança em todas as atitudes.” (TERRA NOVA, 17 Mar. 2013). O pastor ou o líder de uma comunidade religiosa deve avaliar se seus assistentes estão desenvolvendo as principais características de lealdade seguindo as seguintes observações: • Ele não reflete suas próprias ideias e visões; • Obedece a instruções; • Apoia e segue genuinamente o pastor. (HEWARD-MILLS, 2005). A lealdade também faz com que o indivíduo persista no sonho, na visão, na aliança, até que ela dê fruto, a lealdade é a chave para a realização. Conforme explana Terra Nova (2013): “A Lealdade é um princípio tão vivo, que mesmo que queiramos morrer no destino da Fidelidade, a Lealdade nos ressuscita. Lealdade é uma chamada de princípio tão nobre, que os que experimentam dessa verdade nunca serão visitados pela crise!” (TERRA NOVA, 17 Mar. 2013). 13 Depois de uma analise sucinta sobre lealdade e a correlação entre esta e a fidelidade partimos para a análise bíblica de lealdade caracterizada nos personagens da história, Jônatas e Davi. 14 2. PERFÍS DE JÔNATAS E DAVI Este capítulo propõe apresentar algumas das características de lealdade nas personalidades de Jônatas e Davi. Para isso, será necessário compreender o contexto histórico de Israel no período de vivência de ambos. VILLAC; SCARDELAI (2007, p.47) explicam que no ano 1.000 a. C ocorreu, definitivamente, a transição do sistema tribal onde cada tribo vivia de forma autônoma, “baseada na solidariedade mútua e em uma sociedade igualitária”, sendo livre de qualquer domínio político, para o sistema monárquico. Mas, essa transição já era esperada, conforme explanam os autores: “ Como estas (tribos) eram autônomas, cada uma se desenvolveu com intensidade diferente de acordo com suas possibilidades. Sucedeu que as tribos que receberam territórios mais férteis se enriqueceram mais e se tornaram mais fortes. O desenvolvimento de técnicas agrícolas, como o uso do boi para puxar o arado, o revestimento de cisternas com argamassa, para irrigação do solo, a introdução de caravanas de camelos para o transporte no deserto, favoreceram uma produção maior de alimentos e a possibilidade de sua comercialização. As tribos mais próximas das rotas comerciais, como as de Judá e de Efraim, foram beneficiadas com isso”. (VILLAC; SCARDELAI, 2007, p.47). Com o passar dos anos, os conflitos foram se intensificando na mesma medida em que as diferenças foram se acentuando entre as tribos Israelitas, tornando-a uma sociedade ainda mais desigual. VILLAC; SCARDELAI (2007) ressaltam também que o único momento em que havia a unidade de Israel se dava quando seus juízes convocavam todos os homens para a guerra, sendo que, no término de todas as batalhas essa união se dissipava, voltando tudo como era antes. Além dos fatores internos, existia uma constante ameaça de povos externos, neste período, predominantemente, os Israelitas sofriam com constantes ataques dos filisteus que desejavam conquistar as terras Israelitas, principalmente, pelo fato de que os filisteus viam a rota comercial neste território como um atrativo para sua exploração e enriquecimento. (VILLAC; SCARDELAI, 2007). 15 VILLAC; SCARDELAI (2007) descrevem algumas das principais características dos filisteus: “ Os filisteus não eram um povo muito numeroso, mas formavam uma aristocracia militar, que tinha guerreiros muito treinados e fortes. Eram inimigos que ameaçavam não alguma parte de Israel, mas todo o povo e todo o território das tribos. Seus soldados tinham superioridade em relação a Israel, devido a sua disciplina e às suas armas mais possantes. Eles detinham o domínio da tecnologia do ferro, que negavam a Israel (1 Sm 13, 19), que nisso dependia inteiramente deles, e usavam também carros de combate”. (VILLAC; SCARDELAI, 2007, p.50). Jônatas foi filho de Saul, o primeiro rei proclamado pelo povo de Israel, e isto ocorreu depois que o seu exército venceu mais uma guerra, mas, apesar de os filisteus terem sido o inimigo numero 1 deste território, não foram eles que fizeram parte dessa reforma, e sim, os moabitas. (VILLAC; SCARDELAI, 2007). VILLAC; SCARDELAI (2007) contam que existiram três relatos d proclamação de Saul ao trono de Israel: O primeiro ocorreu devido à disposição e solidariedade deste ao defender o seu povo e reunir forças para a batalha, inclusive forças financeiras angariadas dos homens mais abastados entre eles, a fim de investirem em armas para a guerra. O segundo relato, também descrito em 1 Sm 9 conta que ao procurar uma de suas jumentas, Saul encontra-se com Samuel, cujo mesmo havia recebido do Senhor uma ordenança para consagrá-lo chefe de Israel, chefe não é o mesmo que rei, ele seria apenas incumbido de assuntos estratégicos militares. Sobre o terceiro e ultimo relato, considerado o mais provável, segue comentário doa autores: “O outro relato é de 1 Sm 10,17-27 e nele Saul é escolhido por sorteio. No relato anterior, Saul é ungido rei secretamente e neste ele é sorteado e depois apresentado publicamente como o escolhido por Deus, em uma assembleia das tribos de Israel. [...]. Destes três relatos, o terceiro da Bíblia (1 Sm 11,1-15) parece o mais provável, porque atribui a passagem para a monarquia às causas internas e externas anteriormente relacionadas”. (VILLAC; SCARDELAI, 2007, p.54). Saul sofria com um mau espírito permitido por Deus, que o atormentava repentinamente causando acessos de raiva e loucura, cuja forma de acalmá-lo seria que Davi tocasse sua harpa para ele, nesse contexto entram os protagonistas da história cujos perfis serão analisados nas próximas linhas. (VILLAC, SCARDELAI, 2007). 16 2.1 Principais Características de Jônatas. ANDRADE (2013, p.83) esclarece que o nome “Saul significa Desejado” e “Jônatas significa Dado por Deus”. Jônatas era um nobre, mas não apenas por ser um príncipe, o filho do rei, mas, pelas suas atitudes e seu caráter que eram muito nobres. A seguir, os autores dispõem sobre algumas das principais características deste homem de Deus. 2.1.1 Perfil de Jônatas no contexto familiar. Partindo para este cotexto, percebe-se um filho que não tinha uma relação profunda e amorosa com Saul, devido ao rei, em momento em que se via possuído pelo mau espírito, tentar mata-lo, assim como tentava fazer com Davi. Para DOUTORESDEALMAS (2013), provavelmente, Jônatas não via nada em seu pai que lhe causasse admiração. Ele também não desejou ser rei, pois, possivelmente, Saul não lhe passava nenhuma motivação. HEWRAD-MILLS (1998) aponta o que talvez seja o primeiro motivo que o colocou contra seu próprio pai: “Ele percebeu que seu pai estava errado em princípio. Ele também percebeu que seu pai estava tentando matar um jovem homem inocente. Então, ele decidiu ajudar Davi, embora fosse emocionalmente difícil. Embora suas ações fossem voltadas contra a própria família, essa era a coisa certa e ser feita”. (HEWRD-MILLS, 1998, p.70). 2.1.2 Perfil de Jônatas no contexto emocional. Jônatas amou a Davi com toda a força de sua alma, DOUTORESDEALMAS (2013) salienta que Jônatas teria todos os motivos para odiar Davi, já que este viria para tomar o trono que seria seu, depois da morte de Saul, seu pai. Jônatas poderia ter olhado para Davi com o mesmo olhar de ódio e inveja que eram os sentimentos de Saul. Jônatas apresentava uma característica de desprendimento de coisas materiais para abençoar o seu amado amigo, vemos o exemplo na bíblia, em que este se despiu de suas 17 vestes nobres e ofereceu-as a Davi. Porem, o maior desprendimento era sentimental, já que, em todas as vezes que ele se desprendia de algo ou alguém, seria para mostrar a Davi o seu cuidado e amor. Jônatas entendia que a felicidade consiste em amar antes de ser amado, viveu renunciando a si mesmo por este amigo, renunciou a família, o status, as regalias, para apoiar Davi em sua nova empreitada. Surge então o Jônatas confortador, salvador, amigo e irmão. 2.1.3 Perfil de Jônatas no contexto ministerial. ANDRADE (2013, p.84) compreende que Jônatas teve uma característica de liderança sobre Davi, “a questão é que Davi não sabia ser rei, nem sabia se comportar no palácio”. Jônatas, por ser de família nobre, poderia lhe ensinar a se tornar um líder exitoso. Quando Jônatas ofereceu seus trajes monárquicos a Davi, estava a oferecendo também a sua aceitação e submissão sob aquele a quem Deus havia escolhido para reinar sobre Israel. DOUTORESDEALMAS (2013) explana que Jônatas foi um apoiador e protetor de alguém muitíssimo conhecido e provado. ANDRADE (2013) expõe algumas das posturas de liderança, considerando o perfil de Jônatas: “Jônatas é aquele que vai nos ensinar a ter um reinado exitoso. [...]. Jônatas é aquele que nos dilata, que nos enxerga. É aquele que nos aponta o pecado, aquele que nos diz: você não é qualquer um. É aquele que nos faz subir os degraus, nos faz viver a vontade de Deus. [...]. Jônatas é quem te vira do avesso para ser como um rei e reinar. [...]. Ele é o enviado por Deus para ser o seu fiel companheiro de jugo”. (ANDRADE, 2013, p.85-86). DOUTORESDEALMAS (2013) ressalta que Jônatas tinha intimidade com Deus, por isso, entendeu a sua vontade. Quando houve o encontro com Davi, ele já sabia que estava de frente com aquele que seria o rei de Israel e escolhido por Deus, portanto, Jônatas já sabia qual era a vontade de Deus. O índice de temas da Bíblia de Referência Thompsom, ALMEIDA (2002, p.1260) descreve as características de Jônatas em três frases: “fé heroica, (1Sm 14:06); valor intrépido, (1Sm 14-7-13) e amizade abnegada, (1Sm 18:04; 19:2)”. 18 Para finalizar, DOUTORESDEALMAS (2013) resume as principais características de Jônatas: “Jônatas é um dos mais nobres tipos humanos apresentados na biografia da Escritura. Tanto na sua vida particular quanto na pública, ele brilhou como uma estrela num céu escuro. Davi disse que ele era o ‘querido e amável’, Jônatas tinha uma clara previsão da futura grandeza de Davi, mas nunca deixou entrever qualquer sentimento de rivalidade. Ele amava seu amigo mais do que a si próprio, tanto que, na verdade, para Jônatas, era melhor ver Davi coroado e exaltado do que ele próprio ascender ao trono. O amor expulsa o ciúme. Essa amizade era ideal, e só nos cabe pedir que possamos perceber alguma coisa da sua beleza e conhecer o amor de Cristo assim dessa maneira (1Sm 20:1-16)”. (DOUTORESDEALMAS, Lição 4, 27/10/2013). 2.2 Principais Características de Davi. A partir do capitulo 16 de 1 Samuel e o livro 2 Samuel relatam a vida de Davi, mencionando as conquistas, as falhas, o arrependimento e restauração completa. Sua vida divide-se em duas etapas: o período de uma vida atribulada e outro período de paz. Devido a sua biografia ser muito extensa, atenta-se apenas o período antes e na aliança feita com Jônatas diante de Deus. (ALBUQUERQUE, 2010). VILLAC; SCARDELAI (2007) apresentam, segundo eles, alguns dos principais atributos de Davi: “Davi é apresentado como alguém forte, belo, sábio, que fala bem e é músico (1Sm 16:16-18) dedicado ao culto e ao louvor de Deus. Todas essas qualidades apontam o esforço em criar um modelo de chefe e líder baseado em comportamento e atitudes exemplares. Mostra, também, que sua capacidade de perdoar era sem limites”. (VILLAC; SCARDELAI, 2007, p.69). 19 2.2.1 Perfil de Davi no contexto familiar. No que diz respeito ao contexto familiar, DOUTORESDEALMAS (2013) indica raros momentos em que é possível ouvir falar sobre a família de Davi, tais como quando Davi é ungido rei, quando é ignorado por Eliabe antes do confronto com Golias e quando estava na caverna de Adulão. Com isso, o autor explana que Davi tinha apenas Deus e Jônatas para conversar. Davi parecia ser um homem de poucos amigos, não por sua temperança, mas por ter encontrado em Jônatas, possivelmente, tudo o que precisava. DOUTORESDEALMAS (2013) busca respaldar-se nestas afirmações devido aos seguintes fatores observados no âmbito familiar de Davi: “Entendemos que era uma enorme alegria para Davi ficar com as ovelhas de seu pai, pois, assim, ele demonstrava serviço e obediência. Não entendemos ser sua maior alegria para se achar importante, pois ele sempre demonstrou saber da grandeza de Deus e de nossa insignificância. De fato não há relatos de comemorações nem com seus irmãos nem com seu pai e nem com ninguém. As pessoas (familiares-empregadores) apreciavam muito o que e como ele fazia, sua pessoa era esquecida, não queriam saber a pessoa que era”. (DOUTORESDEALMAS, 2013, lição 4). ANDRADE (2013, p.66) afirma este comentário lembrando que quando Samuel chegou à casa de Jessé, seu pai, “este passou só os irmãos, galãs, diante do profeta”. Seu pai não via absolutamente nada que pudesse chamar a atenção em Davi. 2.2.2 Perfil de Davi no contexto emocional. Davi tinha com Jônatas, um intimo relacionamento de amizade, aprovado por Deus. Alguns teólogos usam essa história a fim de buscar muletas para a questão homoafetiva. Segundo DOUTORESDEALMAS (2013, lição 4) “o versículo normalmente citado para justificar o homossexualismo é aquele em que Davi chora a morte de Jônatas, dizendo ‘teu amor me era mais precioso do que o amor das mulheres’ (1Sm 1:26)”. Porem, a palavra hebraica “ahavá” tem diversos significados além do amor conjugal ou sexual, tem sentido paternal (Gn 25:28); sentido de amizade (1Sm 16:21); amor a Deus (Dt 6:5) e amor ao próximo (Lv 19:18). “em todos esses exemplos, o verbo usado na torá (a bíblia hebraica) é ahavá”. 20 Davi era carismático, conquistava as pessoas naturalmente, por onde passava fazia amigos. Ele fez amigos na caverna, quando fugia de Saul, no território filisteu, quando fugia de Absalão e esses amigos o seguiam. Mas nenhum pôde se comparar a Jônatas. (DOUTORESDEALMAS, 2013, Lição 4). Em todos os momentos de angustia Davi se sentia amparado e protegido pelo amigo Jônatas, este era incomparável conforme explana o autor: “Como é bom ter um amigo como Jônatas. Um amigo e confidente que o protege, que não procura nada senão o seu bem, que não quer nada senão a sua felicidade. Um aliado que o permite ser quem você é. Deus deu a Davi esse amigo”. (DOUTORESDEALMAS, 2013, lição 4). 2.2.3 Perfil de Davi no contexto ministerial. ANDRADE (2013) avalia a postura de Davi, comparando-a as questões ministeriais, utilizando-se do primeiro fato que o aproximou de Saul. Este rei teria de derrotar o gigante Golias e esperava que alguém do seu povo se prontificasse a fazê-lo. Neste cenário surge Davi. Davi não tinha medo de enfrentar os inimigos porque cria no poder de Deus que estava acima dele. O garoto relatou ao rei das vezes em que enfrentou o urso e o leão para proteger o rebanho de seu pai. Neste relato ele demonstra ousadia e submissão, pois queria que Saul soubesse de sua capacidade, e mais, que esta capacidade vinha de Deus. Davi não iria enfrentar o gigante sem a autorização de seu líder. (ANDRADE, 2013). Este acontecimento aproximou Saul de Davi, e este passou a frequentar o palácio e a casa de Saul, como aprendiz, observava os ensinamentos de Jônatas e as atitudes de Saul. Segundo ANDRADE (2013) um líder deve ser humilde para aprender tudo de quem é liderado. Para finalizar. DOUTORESDEALMAS (2013) resume as principais características de Davi: “Davi resolvia problemas para Saul, ele não os trouxe. O rei revelou transtornos profundos prévios. O jovem pastor era um jovem (17-18 anos) honesto e vivia pela fé; Saul. Um homem dissimulado, orgulhoso, intolerante, impaciente e mundano. Em sua nomeação real, Davi teve enorme humildade; Saul entrou em delírios querendo 21 proteger seu posto. Deus abandonou Saul, mas havia de seu Espírito em Davi, que liderou tropas brilhantemente para a nação. Tão submisso quanto valente e corajoso, havia ele provado ser um filho submisso a Jessé, seu pai, e agora um servo obediente a Saul, seu senhor e rei". (DOUTORESDEALMAS, 2013, lição 4). 3. ANALISE BÍBLICO-TEOLÓGICA DAS RELAÇÕES DE LEALDADE. Em seguida faz-se uma analise dos seguintes textos: 1 Samuel 18:1-6; 1 Samuel 19:1-11 e 1 Samuel 20. Através destes textos busca-se compreensão das relações interpessoais com base teológica. DOUTORESDEALMAS, (2013, lição 4) afirma que essas passagens bíblicas apresentam “pelo menos três grandes coisas”: uma das mais sugestivas lições de amor para os nossos dias; que o ser humano precisa buscar as características de Jônatas e procurar encontrar pessoas com as mesmas, considerando que Jônatas representa o amigo exemplar; “e no sentido espiritual, Jônatas aparece como uma figura tipológica do próprio Jesus Cristo (Amigo) por suas ações, cuidados e renúncias”. BAXTER (1982, p.1) disserta que o texto de 1 João 3:16 apresenta uma “afirmação correlata” a respeito dos relacionamentos horizontais. Neste versículo João afirma que cada indivíduo deve ser leal a outrem da mesma forma como Jesus provou sua lealdade para com a humanidade. Outro aspecto analisado corresponde a ensinamentos de liderança, as relações líder-liderado, considerando esta relação interpessoal como um modelo de respeito, submissão, planejamento e parceria. (DOUTORESDEALMAS, 2013, lição 4). A relação de lealdade deve ser recíproca. Na história de Davi e Jônatas observa-se que ambos demonstraram lealdade. BAXTER (1982) comenta o texto de 2 Sm. 1:24-27, quando Davi lamenta a morte de Jônatas e externa o seu sentimento de profundo amor. Logo mais, nos textos 2 Sm. 7:1; 9:1-6, Davi cumpre a palavra da aliança ao descobrir que um filho de Jônatas era vivo e necessitava de ajuda, Davi prova lealdade para com Jônatas adotando Mefibozete. 22 CARMO (2012) conclui: “A história de Jônatas e Davi tem muito a nos ensinar. Mesmo vivendo momentos difíceis, eles souberam como cultivar uma boa amizade. Amizade esta que pôde abençoar até mesmo as gerações futuras. Eles são o modelo do que Deus quer realizar na vida de seus servos. Como irmãos em Cristo, precisamos demonstrar amor uns pelos outros. Precisamos cultivar uma amizade que glorifique a Deus. Uma igreja amiga, é uma igreja que cresce proclamando o amor de Deus”. (CARMO, 19 Jun. 2012). 3.1 - 1 Samuel 18:1-6. Segue o texto em português e hebraico respectivamente: “18 Acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas ligou-se com a de Davi, e Jônatas o amou como a sua própria alma. 2 Saul naquele dia o tomou, e não lhe permitiu que tornasse para a casa de seu pai. 3 E Jônatas e Davi fizeram aliança, porque Jônatas o amava como à sua própria alma. 4 Jônatas tirou a capa que vestia, e a deu a Davi, como também a sua armadura, e até mesmo a sua espada, o seu arco e o seu cinto. 5 Aonde quer que Saul o enviava, Davi saia e se conduzia com prudência, e Saul o pôs sobre a gente de guerra. Ele era benquisto de todo o povo, e até dos próprios servos de Saul. 6 Quando os soldados retornavam para casa, depois de Davi ter ferido o filisteu, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando alegremente, com tambores, e com instrumentos de música”. (ALMEIDA, 2002, p.264). ‫ ויהונתן אהב‬,‫ את נשמתו של יהונתן לסרוג עם דוד‬,‫ סיום דוד מדבר אל שאול‬18 .‫אותו כנפשו‬ .‫ ולא נתן לו לחזור לבית אביו‬,‫ שאול לקח אותו באותו יום‬2 .‫ כי הוא אהב אותו כנפשו‬,‫ ואז יהונתן ודוד עשו ברית‬3 ‫ ואפילו את‬,‫ עם השריון שלו‬,‫ ונתנה אותו לדוד‬,‫ יונתן פשטה את החלוק שלבש‬4 .‫ קשתו וחגורתו‬,‫חרבו‬ ,‫ בכל מקום ששאול שלח אותו‬5 ‫ הוא היה אהוד‬.‫ ושאול שנקבע לו על אנשי המלחמה‬:‫חצאית דוד והתנהג עצמו בתבונה‬ .‫ ואפילו של עצמם משרתיו של שאול‬,‫מאוד על כל האנשים‬ ‫ נשים מכל הערים‬,‫ אחרי שהדוד של ההרג הפלשתי‬,‫ כאשר החיילים חזרו הביתה‬6 23 ‫ ועם מכשירים של‬,‫ בתופים‬,‫ שירה וריקודים‬,‫ישראל ויצאו לקראת שאול המלך‬ ‫מוסיקה‬ (WHITAKER,2013) DEFFINBAUGH (2008) descreve que este texto pode representar um dia glorioso para Davi, ele teria sido convidado a ficar com Saul no palácio depois de ter derrotado Golias. Para Israel isso seria motivo de festa, pois estaria acabando um período de assolação, já que, até aquele momento, ninguém teria conseguido derrotá-lo, e com esta feita, os filisteus teriam sido amedrontados e passaram a temer os israelitas. Enquanto Davi conversa com Saul, surge Jônatas. BAXTER (1982) salienta que “quando Davi e Jônatas se encontraram pela primeira vez, eles viviam num contexto de aliança”. Ambos conheciam as ações de fidelidade de Deus para com o seu povo, eles entendiam que deveriam ser leais a esse Deus, assim como Ele demonstrou lealdade para com Abraão, Moisés, Jacó e todo o povo hebreu. DEFFINBAUGH (2008) deduz o sentimento de Jônatas no encontro com Davi: “A conversa de Davi com Saul define a questão para Jônatas (18:1). Sem dúvida, ele fica impressionado com a vitória de Davi sobre Golias, mas, o que mais o impressiona, parece ser as palavras de Davi ao seu pai. Será a fé de Davi em Deus? Será o fato de ele ter cuidado em dar glória a Deus? Será seu espírito humilde e reverente? Será seu cuidado pelo povo de Israel? Não é dito exatamente o que tanto impressiona Jônatas nesta conversa, mas fica claro, que daí em diante estes dois homens passam a ser como irmãos”. (DEFFINBAUGH, 24 Jun. 2008). O versículo 1 relata o amor de Jônatas por Davi como o amor à sua própria alma. Este é o amor determinado por Jesus em Mateus 22:39, em que todo o ser deve amar ao outro como a si mesmo, ou seja, a realidade vivenciada pelos protagonistas da história. (CARMO, 2012). BAXTER (1982) diz ser impossível que um indivíduo consiga viver um relacionamento intenso de lealdade com muitos outros seres humanos, isso implica principalmente na comunidade em que se compartilha a mesma fé. O ser humano deve escolher dentre todos os amigos de convívio àquele pelo qual empenhará todas as relações de comprometimento em lealdade, conforme explana o autor: 24 “Quero repetir: não posso estabelecer uma aliança com todo mundo! E a bíblia diz que a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi. O novo testamento diz que somos vinculados uns aos outros (Cl. 2:19). Portanto eu preciso ser ligado e vinculado a alguém. Não posso ser ligado a todo mundo. A quem você está ligado? Porque eu sei precisamente a quem estou vinculado no corpo”. (BAXTER, 1982, p.3). O versículo 2 apresenta um Saul determinado a que Davi permanecesse com ele. Saul via em Davi um servo bom e fiel, que ainda o ajudaria muito. (DEFFINBAUGH, 2008). O verso 3 relata que ambos fizeram uma aliança. Para CARMO (2012) todo cristão deve estar comprometido com o outro num relacionamento de lealdade. Davi e Jônatas combinaram que seriam um até o fim de suas vidas, expandindo esta aliança para suas famílias no decorrer dos tempos. Não basta dizer que ama se nos momentos de dificuldades não se faz nada por outrem. Um relacionamento pautado na lealdade não pode ser egoísta, o compromisso do cristão para com o outro deve ser integral e real. Tais relatos bíblicos podem causar traduções e ou deduções pervertidas, conforme explana o autor: “Somente uma geração má e perversa poderia encontrar nas palavras de nosso texto ocasião para dizer que o relacionamento entre Davi e Jônatas é pervertido. Davi e Jônatas são almas gêmeas. Jônatas ama Davi como a si mesmo. Esta não é a maneira como todo crente deveria se sentir com relação a seus irmãos? Neste dia, Jônatas e Davi fazem uma aliança. Apesar de não serem fornecidos os detalhes, não é difícil inferir quais sejam. De sua parte, Jônatas parece reconhecer que Davi é aquele que Deus escolheu para ser o próximo rei de Israel. Jônatas fica mais do que feliz em abrir mão da esperança do trono de seu pai em consideração ao escolhido de Deus – Davi”. (DEFFINBAUGH, 24 Jun. 2008). Baseado no verso 4 DEFFINBAUGH (2008) remete a outros textos bíblicos cujo ato de doar as vestes a alguém significou a transferência de autoridade: As vestes de Arão foram passadas para Eleazar, seu filho (Nm. 20:22-28); Elias colocou sua capa sobre Eliseu (1Re. 19:19-21). Jônatas demonstra disposição em abrir mão do trono que seria seu por direito, para servir Davi, o escolhido de Deus. 25 CARMO (2012) caracteriza este ato como o de amor ágape, doar-se em todas as coisas sem pedir nada em troca, um amor sem segundas intenções, sem interesses. Este é o mesmo amor de Jesus que nos amou de uma forma incondicional, sem que o homem oferecesse nada por Ele. A lealdade baseia-se nesse tipo de amor, pois, a partir do momento em que se escolhe alguém para se aliançar, deixa-se de lado o querer pessoal para proporcionar o bem estar do outro. Já no verso 5 veem-se as atitudes de Saul para com Davi, contrários ao coração de Jônatas, conforme explica o autor: “Na melhor das hipóteses, Saul está empolgado por causa daquilo que Davi pode fazer por ele. Como sempre, Saul está ansioso para acrescentar homens militarmente habilidosos às suas tropas. Assim, ele promove Davi a funcionário de tempo integral. Até onde vai o registro bíblico, nada é feito com relação às recompensas que Saul ofereceu ao homem que acabasse com Golias.” (DEFFINBAUGH, 24 Jun. 2008). Segundo BAXTER (1982), Davi era o tipo de pessoa a quem Saul queria para executar os seus planos, pois, lhe era conveniente e lhe parecia ser muito útil. Todo ser humano deve atentar a esses tipos de alianças, já que nem sempre haverá um comprometimento de ambas as partes, a lealdade não será plenamente compartilhada, e esta aliança poderá ser cômoda para uma das partes. A partir do verso 6 é possível observar o estopim para que Saul começasse a invejar e desejar o mal para Davi, mudando o rumo da história: “A primeira pergunta que devemos fazer é Será verdade? Saul mata apenas milhares, enquanto Davi mata dez milhares? Embora, provavelmente, haja alguma licença poética envolvida, sou propenso a achar que, em essência, os versos sejam verdadeiros. [...]. A vitória de Davi (a vitória que Israel obteve porque Davi derrotou Golias) parece mais decisiva. Parece que qualquer coisa que Saul faça ou tenha feito, Davi faz melhor”. (BEFFINBAUCH, 24 Jun. 2008). 26 3.2 – 1 Samuel 19:1-11. Em meio a tribulações, Davi consegue sair de todas as tentativas de assassinato pelo rei Saul. Jonatas prova sua lealdade, conforme se vê no texto a seguir, nas versões em português e hebraico respectivamente: “19 Falou Saul a Jônatas, seu filho, e a todos os seus servos para que matassem a Davi. Porém Jônatas, filho de Saul, estava muito afeiçoado a Davi, 2 e anunciou a Davi: Saul, meu pai procura matar-te. Portanto, guarda-te pela manhã, fica num lugar oculto e esconde-te. 3 Eu sairei e estarei ao lado de meu pai no campo em que estiveres. Falarei de ti a meu pai, e verei o que houver, e o anunciarei a ti. 4 Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e lhe disse: Não peque o rei contra te, e os seus feitos para contigo têm sido muito bons. 5 Ele expôs a sua vida quando feriu os filisteus, e o Senhor fez um grande livramento a todo o Israel. Tu mesmo o viste, e te alegraste. Por que, pois pecarias contra o sangue inocente, matando sem causa a Davi? 6 Saul deu ouvidos a voz de Jônatas, e jurou: Tão certo como vive o Senhor, ele não morrerá. 7 Jônatas chamou a Davi, contou-lhe todas as palavras. Levou-o a Saul, e Davi o assistia como antes. 8 Tornou a haver guerra, e Davi saiu e pelejou contra os filisteus. Levou-os a uma derrota tão grande que eles fugiram diante dele. 9 Porém o espírito maligno da parte do Senhor tornou sobre Saul, estando ele assentado em sua casa, e tendo na mão a sua lança. Enquanto Davi tocava o seu instrumento de música, 10 Saul procurou encravá-lo na parede, mas Davi desviou de diante de Saul, que fincou a lança na parede. Então Davi fugiu, e escapou naquela mesma noite. 11 Saul mandou mensageiros à casa de Davi, para que o vigiassem, e o matassem pela manhã. Porem Mical, mulher de Davi, o avisou, dizendo: Se não salvares a tua vida esta noite, amanhã te matarão”. (ALMEIDA, 2002, p.265). , ‫ בנו של שאול‬, ‫ אבל יונתן‬.‫ וכל עבדיו להרוג את דוד‬, ‫ ושאול וידברוליהונתן בן‬19 " ‫שימח הרבהבדוד‬ ‫ אז תשמור על עצמך‬. ‫ האבא שלי מבקש השאול להרוג אותך‬, ‫ ואמר‬, ‫ ואמרו דוד‬2 . ‫בבוקר הואמקום סודיולהסתיר את עצמך‬ , ‫ אני אדבר עם האבא שלי שלך‬.‫ אני אצא ועמדתי ליד אבי בתחום שבו אתה נמצא‬3 .‫ואודיע לך‬,‫ותראה את מה שיש‬ 27 ‫ושלה עשתה בשבילך‬,‫ לאחטא המלך נגדך‬:‫ יונתן דיברה גם דודלשאול אביוואמרה לו‬4 . ‫היה טוב מאוד‬ ‫ויהוה מחושלישועה גדולה לכל‬, ‫ הוא נחשף בחייו כשהוא יך את פלשתי‬5 ‫ כדי להרוג‬, ‫ אם לחטוא נגד דם חפים מפשע‬,‫ מדוע‬. ‫ושמחה‬, ‫ אתה ראה את זה‬.‫ישראל‬ ? ‫דוד ללא סיבה‬ ‫ הוא לא‬, ‫ כפי שבוודאי כאשר דבר יהוה גר‬: ‫ונשבע‬, ‫ שאול שמע אלקולו של יונתן‬6 . ‫אמות‬ .‫ודוד צפה בעבר‬, ‫ הוביל אותו אל שאול‬.‫ יונתן הנקראת דודוסיפרה לו את כל המילים‬7 ‫ הוביל אותםלתבוסה כל כך גדולה‬. ‫ודוד יצא ונלחם בפלשתים‬: ‫ הייתה מלחמה שוב‬8 .‫שהם ברחו לפניו‬ ‫ ויש להם חניתו‬,‫ בשעה שישב בביתו‬, ‫ אבלהרוח הרעה מאת ה ' באה על שאול‬9 ,‫ בעוד דוד שיחק מכשיר המוזיקה שלו‬.‫בידו‬ ‫ויך‬, ‫ אבל דוד הסיט את מבטולפחדו של שאול‬, ‫ שאול ביקש להכות אותו על הקיר‬10 .‫ אז דוד ברח ונמלט באותו הלילה‬. ‫את הכידון אל תוך הקיר‬ ‫ולהרוג אותו בבוקר‬, ‫ כדי לראות אותו‬,‫ ישלח מלאכים אל ביתו של דוד‬Saul11 ‫למחר‬,‫ אם אתה לא תציל את נפשךללילה‬, ‫ ואמר‬, ‫ אשתו של דוד אמרה לו‬, ‫ מיכל‬. " . ‫ועשית להיות הרוג‬ (WHITAKER, 2013). A partir do versículo 1, fica possível constatar um rei paranoico. Saul está determinado a assassinar aquele que lhe era mais leal. Seu desequilíbrio foi tamanho que o rei passa a se aliar aos povos totalmente desleais e deseja matar o servo Davi e os também leais Jônatas e Aimeleque. Nesse momento Saul deixa de esconder o seu ciúme, seu ódio e sua animosidade por Davi (DEFFINBAUGH, 2008). BAXTER (1982) descreve a sua visão a partir desse versículo: “Desta forma, vejo em 1 Samuel 19:1 o seguinte: - E falou Saul a Jônatas, seu filho, e a todos os seus servos para que matassem a Davi. Porém Jônatas, filho de Saul, estava mui afeiçoado a Davi -. Outra tradução em inglês diz: - Jônatas se deleitava grandemente em Davi -. O relacionamento deles era gostoso! Eles tinham prazer em estar juntos. A finalidade de uma aliança que liga duas ou mais pessoas diante de Deus não é apenas produzir lealdade, integridade, veracidade e a capacidade de enfrentar juntos os períodos de provação e perseguição, mas é também para trazer a realização completa de cada vida, de forma que tenhamos prazer e alegria uns com os outros!”. (BAXTER, 1982, p.6). DEFFINBAUGH (2008) ressalta que neste trecho bíblico encontram-se três libertações de Deus para com Davi diante de Saul. Entre os versículos 1 e 7 Jônatas intervém em defesa de Davi, cujo argumento convence o pai a não fazê-lo. Nos versos 9 a 10, numa tentativa de Saul em acertar Davi com a lança, Deus da o livramento e, em seguida, no verso 28 11, Mical, sua esposa consegue proporcionar a fuga de Davi pela Janela ao saber que seu pai vinha à sua procura. Davi experimenta uma relação de lealdade com Jônatas. Diante das adversidades ele percebe que não está só, ao lado dele caminha um amigo fiel e disposto a dar a sua vida por ele. Gn. 2:18 diz que “não é bom que o homem esteja só”. O que seria de Davi sem Jônatas neste momento crucial? (BAXTER, 1982). DEFFINBAUGH (2008) expõe a atitude leal de Jônatas nos versos 2 e 3: “Primeiro Jônatas previne Davi sobre as ordens de seu pai. ele insiste para Davi ficar alerta e se esconder até que ele fale com seu pai. Estranhamente, ele diz a Davi que irá se encontrar com seu pai exatamente no mesmo lugar onde Davi deve se esconder (versos 2 e 3). Será que isso é para que Davi observe a coisa toda? Será que Jônatas quer garantir a Davi que nada acontecerá pelas suas costas? Além disso, ele promete informar Davi sobre o resultado da discussão”. (DEFFINBAUGH, 24 Jun. 2008). Chega o momento em que Jônatas se encontra com Saul, ele era submisso ao seu pai, dessa forma pode-se compreender que o filho respeitou o pai, entendeu que precisava agir da forma mais sábia e usar as palavras mais acertadas a fim de fazer com que Saul voltasse atrás na sua decisão. (DEFFINBAUGH, 2008). DEFFINBAUGH (2008) comenta que a forma como Jônatas lida com Saul nos versos 4 e 5 servem como um modelo de amizade, pois, ele demonstra em todo o tempo, amor, cuidado e proteção a Davi, sem desrespeitar o pai e rei. Um exemplo de lealdade, já que enfrentar o pai e ao mesmo tempo o rei, confrontando-o não seria uma tarefa fácil. Sabedoria foi essencial nessa conversa, usou as palavras certas demonstrando, ao mesmo tempo respeito e submissão, isso foi o que tocou o coração de Saul. Este foi um momento em que a aliança foi provada. BAXTER (1982) explana a respeito da importância da provação para o crescimento do ser humano: “Veremos agora como a aliança é provada. A fim de que isto aconteça, não é preciso profetizar: - Assim diz o Senhor -. É simplesmente o caminho natural das coisas. A vida é planejada de tal maneira que o único crescimento e desenvolvimento possível surge de situações onde somos diretamente confrontados por tensões e obstáculos deliberadamente plantados no nosso caminho. Se não houver dificuldades e provações, ou se fugirmos delas, não haverá crescimento. Haverá estagnação”. (BAXTER, 1982, p.7). 29 Os versos 6 e 7 mostram que Saul é persuadido pelos argumentos de Jônatas. Apesar de não ter sido uma promessa duradoura, Saul volta atrás na sua decisão, admite a sua culpa e confessa a inocência de Davi, aparentemente volta tudo como era antes. Jônatas traz Davi até o seu pai e tudo volta ao normal (DEFFINBAUGH, 2008). Nos versos 8 a 10 é notável o ciúme e indignação de Saul ao ver que Davi retornaria de mais uma guerra vitorioso e aclamado, até mesmo pelo exército, pois, ele era mais bem sucedido que os demais. As reações de Saul diante destes fatos são descritas pelo autor: “A estreita relação entre o ciúme de Saul e a possessão de – espírito maligno da parte do Senhor – no verso 9 é digna de nota. Sabemos que este – espírito maligno da parte do Senhor – se apossa de Saul com a saída do espírito Santo (16:14-15). Também sabemos que esse espírito não possuía Saul da mesma forma todas as vezes. Anteriormente, quando o espírito vinha sobre ele, Davi era convocado para tocar sua harpa e o espírito se afastava (16:23). Embora saibamos que a harpa tocada por Davi fazia o espírito deixar Saul, não é dita a razão pela qual o espírito se apossava dele. O ciúme e a fúria de Saul poderiam ser a causa da possessão do espírito, talvez até mais do que uma consequência. Quando Saul estivesse – cheio – de ciúmes ou de fúria, o espírito viria sobre ele naquele momento, quando estava mais vulnerável. Quando perdemos o autocontrole, seja pela raiva, por ambição, pelas drogas ou por imoralidade sexual (para dar alguns exemplos), nos expomos às influencias satânicas ou demoníacas. Creio eu seja por isto que Saul é possuído pelo espírito maligno quando reage incontrolavelmente ao sucesso de Davi na guerra. (DEFFINBAUGH, 24 Jun. 2008). No verso 11, Mical demonstra lealdade ao seu marido, ajudando-o a fugir da presença de Saul, seu pai. BAXTER (1982) destaca que essas características de lealdade têm ficado cada vez mais escassas. Mical poderia ter ficado ao lado de seu pai em troca de alguma vantagem, mas preferiu estar ao lado daquele a quem recebeu uma aliança matrimonial. 30 3.3 – 1 Samuel 20. Segue o texto bíblico: 20 Então fugiu Davi de Naiote, em Ramá, veio a Jônatas e perguntou: Que fiz eu? Qual é o meu crime? Qual é o meu pecado diante de teu pai, que procura tirar-me a vida? 2 Ele lhe respondeu: Tal não aconteça, não serás morto! Meu pai não faz coisa nenhuma, nem grande, nem pequena, sem primeiro me dizer. Por que meu pai me ocultaria isso? Não é verdade. 3 Mas Davi respondeu, com juramentos: Teu pai sabe muito bem que achei graça aos teus olhos, e disse a si mesmo: Não saiba isso Jônatas, para que não se magoe. Mas, na verdade, tão certo como vive o Senhor, e tão certo como vive a tua alma, há apenas um passo entre mim e a morte. 4 Disse Jônatas a Davi: O que desejares, eu te farei. 5 Disse Davi a Jônatas: Olha, amanhã é a lua nova, em que costumo assentar-me com o rei para comer; porém deixa-me ir, e esconderme-ei no campo até a tarde do terceiro dia. 6 Se teu pai notar a minha ausência, dirás: Davi me pediu muito que o deixasse ir correndo a Belém, sua cidade, porque se faz lá o sacrifício anual para toda a família. 7 Se disser: Está bem: então teu servo tem paz. Mas se muito se indignar, sabe que ele já está decidido a praticar o mal. 8 Usa de misericórdia para com o teu servo, porque lhe fizeste entrar contigo em aliança do Senhor. Se há culpa em mim, mata-me tu mesmo. Por que me levarias a teu pai? 9 Disse Jônatas: Longe de ti tal coisa! Se de alguma maneira eu soubesse que já este mal, já estava determinado por meu pai, para que viesse sobre ti, não to descobriria eu? 10 Perguntou Davi: Quem me fará saber isso, se por acaso teu pai te responder asperamente? 11 Disse Jônatas: Vêm, e saiamos ao campo. E saíram ambos ao campo. 12 Então, disse Jônatas a Davi: O Senhor Deus de Israel seja testemunha. Sondando eu a meu pai amanhã a estas horas, ou depois de amanhã, se houver coisa favorável a Davi, não enviarei a ti e não to farei saber? 13 O Senhor faça assim a Jônatas, e outro tanto, se, querendo meu pai fazer-te mal, eu não te fizer saber, e não te deixar partir, para ires em paz. O Senhor seja contigo, assim como foi com meu pai. 14 Se eu então ainda viver, não usarás de bondade do Senhor, para que não morra? 31 15Nem tampouco cortarás da minha casa a tua bondade; nem ainda, quando o Senhor desarraigar da terra a todos os inimigos de Davi. 16 Assim fez Jônatas aliança com a casa de Davi, dizendo: O Senhor se vingue dos inimigos de Davi. 17 e Jônatas fez Davi jurar de novo, porque o amava com todo o amor da sua alma. 18 Então disse Jônatas a Davi: Amanhã é a lua nova. Notar-se-á a tua ausência, porque o teu lugar estará vazio. 19 ao terceiro dia descerás apressadamente, e iras àquele lugar onde te escondeste no dia do negócio, e ficarás junto à pedra de Ezel. 20 Eu atirarei três flechas para aquele lado, como se atirasse ao alvo. 21 Então mandarei um moço, dizendo: Anda, busca as flechas. Se eu disser ao moço: Olha que as flechas estão para cá de ti: apanha-as, e então vêm, tão certo como vive o Senhor, há paz para ti, não há nada que temer. 22 Porém se eu disser ao moço: Olha que as flechas estão para lá de ti; vai-te embora, porque o Senhor te manda ir. 23 Quanto ao negócio de que eu e tu falamos – lembra-te de que o Senhor é testemunha entre mim e ti para sempre. 24 Assim escondeu-se Davi ao campo, e chegando a lua nova, assentou-se o rei para comer pão. 25 Assentando-se o rei, como de costume, no seu assento junto a parede, Jônatas assentou-se defronte dele, e Abner assentou-se ao lado de Saul, mas o lugar de Davi ficou vazio. 26 naquele dia Saul não disse nada, pois dizia consigo: aconteceu-lhe alguma coisa pela qual não está limpo; certamente não está limpo. 27 Mas no dia seguinte, o segundo da lua nova, o lugar de Davi estava vazio de novo. Então disse Saul a Jônatas, seu filho: Por que o filho de Jessé não veio comer nem ontem nem hoje? 28 Respondeu Jônatas: Davi pediu-me encarecidamente que o deixasse ir a Belém, 29 Dizendo: Peço-te que me deixes ir, porque a nossa família tem um sacrifício na cidade, e meu irmão ordenou que eu fosse. Se achei graça aos teus olhos, peço-te que deixes eu ir, para ver a meus irmãos. Por isso não veio à mesa do rei. 30 Então se acendeu a ira de Saul contra Jônatas e disse-lhe: Filho da perversa e rebelde! Não sei eu que elegeste o filho de Jessé para vergonha tua e para vergonha da tua mãe? 31 Enquanto o filho de Jessé viver sobre a terra nem tu estarás seguro, nem o teu reino. Pelo que manda buscá-lo agora, e traze-mo, pois é digno de morte. 32 Respondeu Jônatas a Saul, seu pai: Por que há de morrer? Que fez ele? 32 33 Mas Saul atirou-lhe com a lança, para o ferir. Assim, entendeu Jônatas que seu pai já tinha decidido matar a Davi. 34 Pelo que Jônatas, todo encolerizado, levantou-se da mesa; no segundo dia da lua nova não comeu, porque se magoava por causa de Davi, pois seu pai o tinha ultrajado. 35 Na manhã seguinte Jônatas saiu ao campo, no tempo ajustado com Davi, levando consigo um rapaz. 36 Então disse ao seu rapaz: Corre a buscar as flechas que eu atirar. Correu o rapaz, e Jônatas atirou uma flecha, que fez passar além dele. 37 Chegando o rapaz ao lugar da flecha que Jônatas havia atirado, gritou Jônatas atrás dele: não está a flecha mais para lá de ti? 38 Tornou Jônatas a gritar ao rapaz: apressa-te, não demores. O rapaz de Jônatas apanhou as flechas e as trouxe a seu senhor. 39 O rapaz não entendeu coisa alguma; só Jônatas e Davi sabiam deste negócio. 40 Então Jônatas deu as suas armas ao rapaz, e disse-lhe: Anda, levaas à cidade 41 Indo-se o rapaz, levantou-se Davi do lado do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três vezes. Então beijaram-se um ao outro, e choraram juntos, mas Davi chorou muito mais. 42 Disse Jônatas a Davi: Vai-te em paz, pois juramos amizade um com o outro no nome do Senhor, dizendo: O Senhor seja testemunha entre mim e ti, e entre a minha descendência e a tua descendência perpetuamente. 43 Então Davi se foi, e Jônatas voltou para a cidade. (ALMEIDA, 2002, p.266-267). Este é considerado o capítulo mais triste da história de Davi, Jônatas e Saul. Momento decisivo nos relacionamentos entre eles, uma separação dolorida. Porém, algumas lições importantes para o povo cristão. BAXTER (1982) explica que o relacionamento de Davi e Jônatas era plenamente ligado a Deus, neste capítulo é possível perceber quando Jônatas o coloca como testemunha entre ele e Davi. Para DEFFINBAUGH (2008) o verso 1 relata que Davi havia fugido devido ser o lugar onde se encontrava Samuel, Saul não poderia fazer nada diante dele. Mas, quando Davi foge para o palácio de Saul, significa que ele estava fugindo para Jônatas, ou seja, a pessoa que lhe traria uma segurança. Jônatas demonstra ingenuidade ao acreditar que Saul contaria a ele sobre seus intentos, Davi o faz perceber a seriedade do caso, apesar de Jônatas ainda não se convencer de 33 tamanha crueldade da parte de seu pai, passa a entender que Davi precisa de ajuda, compreensão, apoio e disposição, quando, no verso 4, ele transmite novamente uma promessa de lealdade ao seu amado. (DEFFINBAUGH, 2008). Jônatas põe em prática o que representa uma aliança, conforme explana o autor: “Isto é uma aliança! Jônatas estava falando numa situação onde, como filho do rei, era o herdeiro do trono. Ele era uma celebridade na nação. Davi estava se apagando. Logo seria exilado. No entanto. Jônatas entendia o significado de uma aliança. Ele sabia que quando você – corta – uma aliança com alguém e derrama o sangue dos animais sacrificiais, está dizendo: - Eu comprometo a minha vida com você até a morte! – E posso garantir que nestes dias precisamos de compromisso desta natureza”. (BAXTER, 1982, p.7). BAXTER (1982) explica que o termo “cortar aliança” representava fazer uma aliança, já que ao concretizar essa relação de lealdade, as pessoas envolvidas na aliança sacrificavam um animal, “cortava-o” e comiam a carne juntos. Nos versos 5 a 9, Davi propõe um plano. O jantar de lua nova representa uma confraternização familiar. Saul esperava que Davi se encontrasse com ele na ceia, pois Davi fazia parte da família real. Este seria um momento propício para que Jônatas testasse as intenções de Saul para com ele, bastava que Jônatas desse uma desculpa a seu pai sobre a ausência de Davi na ceia para perceber sua reação. (DEFFINBAUGH, 2008). BAXTER (1982) salienta que Jônatas precisou se equilibrar entre a posição de filho submisso, herdeiro do trono de interesse do rei, e reconhecer e aceitar que o rei ungido era o seu amigo, qualquer deslize faria com que Saul percebesse as intenções de Jônatas. BAXTER (1982) ainda ressalva a importância de se manter leal durante os períodos difíceis: “Agora é hora de pôr os pés no chão, é hora do arrocho, onde os nossos compromissos de aliança serão testados e desafiados. Estaremos dispostos a manter firmes os nossos relacionamentos e compromissos, mesmo quando os perigos e desafios nos confrontarem cara a cara? É muito bom manter uma aliança no meio da tranquilidade, quando tudo é fácil. Mas quando seu irmão está enfrentando um problema, quando está em dificuldade, você permanece firme ao seu lado”. (BAXTER, 1982, p.7-8). 34 O verso 10 relata um questionamento que pode expressar medo, para Davi, o plano combinado colocaria em risco a vida daquele que significava segurança. Jônatas não crê que seu pai lhe intentaria algum mal e da a sua palavra de que fará Davi saber o desejo de Saul com relação a este. (DEFFINBAUGH, 2008). Mas a preocupação de Davi por Jônatas demonstra um relacionamento com integridade e lealdade de ambos os lados. Já estava no coração de Davi que Saul pretendia matá-lo, conforme destaca BAXTER (1982). “Davi tinha certeza que Saul queria matá-lo. Jônatas não acreditava que era verdade. E Jônatas, querendo proteger Davi do seu pai, disselhe: - Vem e saiamos ao campo. E saíram. E disse Jônatas a Davi: O Senhor Deus de Israel, seja testemunha – (note outra vez a participação de Deus nesta aliança)”. (BAXTER, 1982, p.8). Então Jônatas chama Davi para uma conversa no campo e entre os versos 11 e 13 é possível observar que a intenção de Jônatas era de acalmar Davi, o levando para um lugar onde somente os dois estivessem, para que ninguém ouvisse a conversa, outro fato é que ele coloca o Senhor como testemunha entre os dois e deu a sua palavra de que estaria ao lado de Davi em todo o tempo. (DEFFINBAUGH, 2008). Para BAXTER (1982) os versículos 14 a 17 representam um momento em que ambos prepararam para fortalecer a aliança. Jônatas faz um pedido a Davi, caso consiga livrar Davi das mãos de Saul, que este o proteja quando for rei. Jônatas sabia que o fim dele seria a morte, caso Saul perdesse o direito ao trono, já que a tradição daquela época era o extermínio de toda a genealogia do rei derrotado. A aliança, então, é ampliada para os herdeiros de ambos: “Jônatas tinha os seus sonhos. Ele sabia que seu pai havia de cair. Sabia que Davi seria rei. E esperava estar ao seu lado, governando Israel. Este era o seu sonho. E se ele morresse, protegendo o seu irmão de aliança? Ele queria neste caso uma promessa do seu irmão de aliança que se algo lhe acontecesse, Davi cuidaria da sua família, e da mesma forma ele estava disposto a cuidar da família de Davi, se este viesse a falecer”. (BAXTER, 1982, p.9). Segundo DEFFINBAUGH (2008) percebe-se nos versos 18 a 23 que ocorreu uma mudança sutil no relacionamento entre eles. Jônatas, desta vez, é quem assume o controle 35 da situação, é quem dá as coordenadas. Quem agirá é Jônatas, Davi apenas se esconderá e esperará o resultado do teste proposto por Jônatas. Chega a hora de colocar o plano em ação, descrito nos versos 24 a 31, na primeira tentativa Saul percebe a falta de Davi, mas não questiona. Curioso era a forma como Saul se sentava à mesa, de costas para a parede, esta posição era estratégica para que não fosse pego pelas costas. No segundo dia Saul pergunta a Jônatas sobre a ausência de Davi, Jônatas responde o que exatamente determinara dizer quando planejava no campo com Davi. (DEFFINBAUGH, 2008). DEFFINBAUGH (2008) descreve a reação de Saul após ouvir as palavras de Jônatas: “Mas com certeza, é um problema para Saul! Ele fica furioso, e sua fúria se concentra em Jônatas. É tudo culpa de Jônatas, Saul concluiu. Ele chama seu próprio filho dos nomes mais ofensivos. Todas as acusações de Saul são, em essência, verdadeiras e baseadas na aliança que Jônatas e Davi fizeram. Jônatas é o primogênito de Saul, o herdeiro do trono. Jônatas está jogando tudo isto fora por prometer amor e lealdade a Davi. Se Davi viver, o trono será seu e não de Jônatas, por isso, Saul ordena que Jônatas traga Davi para que seja morto”. (DEFFINBAUGH, 24 jun. 2008). Segundo BAXTER (1982, p.10) é possível notar que Saul tenta persuadir a Jônatas tentando separá-lo de Davi, de uma forma sutil ele tenta avisar seu filho que se Davi permanecer vivo o seu trono está em risco. Mas Jônatas não se via mais como parte de Saul, e sim de Davi, porque ambos tinham um relacionamento comparado, sem hesitação, a um casamento. “Pois o seu amor ultrapassava o amor de mulheres!” Nos versos 32 a 34 vê-se um Saul perverso. Ele tenta matar seu próprio filho. Jônatas, finalmente se dá conta de que Davi sempre esteve certo com relação às intenções de Saul. Saul verdadeiramente estava disposto a matar Davi e qualquer outra pessoa que tentasse Pará-lo. (DEFFINBAUGH, 2008). DEFFINBAUGH (2008) interpreta o relato disposto nos versículos 35 a 40: “Agora é hora de Jônatas realizar seu plano. Ele precisa dizer a Davi que ele estava certo, que Saul realmente pretende matá-lo. Como combinado, Jônatas vai ao campo onde sabe que Davi está escondido e observando. Ele manda seu jovem servo ir pegar suas flechas. Ele ativa a primeira flecha além de onde está diante dele. Davi agora sabe. Saul está tentando matá-lo. Ele precisa escapar tão rápido 36 quanto possível. Quando o jovem traz a flecha de volta, Jônatas o manda retornar à cidade”. (DEFFINBAUGH, 24 Jun. 2008). Neste momento Jônatas esperava que Davi fugisse e que não mais se encontrassem, mas Davi saiu de seu esconderijo ao encontro de seu amado para uma despedida emocionante. BAXTER (1982) afirma que a expressão de choro e carinho entre ambos implicam na emoção da aliança. As emoções devem ser externadas quando estamos ao lado de alguém a quem cultivamos essa relação de lealdade. É preciso saber que é bom chorar junto, assim como toda e qualquer expressão sentimental, conforme disserta o autor: “Através de toda a bíblia encontro horas em que se devia gritar, horas em que se devia chorar, horas em que se devia rir. Todas as emoções humanas são válidas em Deus! Deus não quis que suprimíssemos nossas emoções – elas têm a sua manifestação legítima -. E que hora mais própria para isso, não é claro que quando choramos com um irmão de aliança que está atravessando uma hora de crise, e comprometemos nossos corações um ao outro?” (BAXTER, 1982, p.11). Ambos sabem que as coisas não são mais as mesmas, que a partir daquele momento, talvez não se encontrariam mais, ou talvez se encontrariam raramente, se escondidos e por pouco tempo. Mas neste momento, Jônatas reafirma seu compromisso para com Davi em manter a aliança. Davi segue em fuga, Jônatas volta para a cidade. Há uma separação física, mas não, no coração. (DEFFINBAUGH, 2008). BAXTER (1982) ainda apresenta outro trecho dessa história que comprova a permanência e fortalecimento da aliança. Em 1 Samuel 23:14-18 vê um novo encontro entre Jônatas e Davi quando Davi estava refugiado no deserto de Zife. Este encontro foi essencial para aumentar a fé de Davi. O propósito de Jônatas permanecer no palácio seria estratégico, pois, no palácio ele teria todas as informações pertinentes para o fortalecimento de Davi no propósito do Senhor (BAXTER, 1982). Logo mais, em 2 Samuel 9:6-7 Davi prova lealdade para com Jônatas adotando o seu filho Mefibozete conforme se destacou anteriormente. CARMO (2012) resume o relato da história de Davi e Jônatas da seguinte forma: ‫‪37‬‬ ‫‪“Os verdadeiros servos de Deus são verdadeiros amigos. Esses vivem‬‬ ‫‪de forma a agradar a Deus, amando com a alma, com o coração, um‬‬ ‫‪amor que gera compromisso e de forma altruísta. Esse, sem dúvida, é‬‬ ‫‪o desejo de Deus para com a sua igreja.” (CARMO, 19 Jun. 2012).‬‬ ‫‪Segue o trecho bíblico analisado, em Hebraico:‬‬ ‫‪ 20‬אז דוד נמלטמ‪Naioth‬ברמה‪,‬והגיע ליונה ואמר‪ ,‬מה עשה ? מה הפשע שלי ? במה “‬ ‫חטא לפני אביך ‪ ,‬שהוא מבקש החיים שלי ?‬ ‫‪ 2‬הוא השיב ‪ :‬זה לא קורה ‪ ,‬אתה לא יהיה מת ! האבא שלי לא עושה כלום או גדול או‬ ‫קטן מבלי לחשוף אותו אליי ‪ .‬מדוע האבא שלי להסתיר אותי ? לא נכון‪.‬‬ ‫‪ 3‬ונאמר דוד ‪ ,‬עם השבועה ‪ :‬האבא שלך יודע היטב שמצאתי חן בעיניך ‪,‬ואמר לעצמו‬ ‫‪ ,‬ולא יונתן מכירה את זה‪ ,‬שמא הוא התאבל ‪ .‬אבל למעשה‪ ,‬ממש כמו ה ' חי‪,‬ובטוח‬ ‫כמו נפשך חייה‪ ,‬קיימים ‪ ,‬אבלצעד ביני ובין המוות‪.‬‬ ‫‪4‬ויונתן אמרולדוד ‪ :‬מה אתה רוצה‪ ,‬אני אעשה לך ‪.‬‬ ‫‪ 5‬ויאמר דוד אל יהונתן‪ ,‬הננילמחר הואהירח החדש‪ ,‬אשר בדרך כלל להסתפקעם‬ ‫המלךבבשר ‪ :‬אבל תן לי ללכת ולהסתיר את עצמיבשדה עדערבו של היום השלישי‪.‬‬ ‫‪ 6‬אם אביך בכלל מתגעגע אליי ‪ ,‬ואחר כך אומרים‪ ,‬דוד סיפר לי שהוא עלול לרוץ‬ ‫לבית לחם עירו ‪ :‬בשביל זה הוא הקורבן השנתי יש לכל המשפחה ‪.‬‬ ‫‪ 7‬אם אתה אומר ‪ ,‬זה טוב ‪ :‬עבדך‪ ,‬יש שלום‪ .‬אבל להיות מאוד זועמים ‪ ,‬יודע שהוא‬ ‫כבר החליט לעשות רע ‪.‬‬ ‫‪ 8‬שימושים של רחמיםלעבדך ‪ ,‬כי הוא לא ייכנסלברית עמך ה '‪ .‬אם יש אשמה עליי ‪,‬‬ ‫תהרוג אותי בעצמך‪ .‬למה שתיקח אותי לאביך ?‬ ‫‪9‬וג'ונתן אמרו‪ ,‬חלילה לך! אם איכשהו אני כבר ידעתי שהרוע הזה כבר נקבע על ידי‬ ‫האבא שלי שאבוא על עמך‪ ,‬לא לי לגלות ?‬ ‫‪ 10‬ויאמר דוד ‪ ,‬למי תהיה לי לדעת ‪ ,‬אם אביך יענה לך פחות או יותר ?‬ ‫‪ 11‬יונתן אמר ‪ :‬בואו‪ ,‬תן לנו לצאת לשדה‪ .‬ושניהם עזבו את השדה ‪.‬‬ ‫יהוה האלוהי ישראל ‪ ,‬להיות עדים ‪ 12 :‬אז יונתן אמר לדוד‪ .‬חיטוטילאבא שלי בזמן‬ ‫הזה מחר ‪ ,‬או מחרתיים ‪ ,‬אם יהיה טובלדוד‪ ,‬לא ישלח אליך ולא לעשות ידוע ?‬ ‫‪13‬יהוה לעשות זאתליונתן ‪ ,‬ועוד גם ‪ ,‬אם זה בבקשה האבא שלי לעשות לך רע‪ ,‬אז‬ ‫אני לא מכיר אותך‪,‬ולא להרפות‪ ,‬ללכתבשלום‪ .‬ה ' יהיה איתך ‪ ,‬כפי שהיה אבי‪.‬‬ ‫‪ 14‬אם אז אני עדיין חי‪ ,‬יש ללבוש את הטוב של ה ' ‪ ,‬פן ימות ?‬ ‫‪ Nem15‬לא מנותק מטובךאת הבית שלי ‪ ,‬וגם לא בכל זאת‪ ,‬כאשר ה ' מנותק‬ ‫מהאדמה את כל אויביו של דוד ‪.‬‬ ‫‪ 16‬אז יונתן כרתה ברית עםבית דוד ‪ ,‬ואמר ‪ ,‬ה ' יהיה לנקום את אויביו של דוד ‪.‬‬ ‫‪17‬ויונתן נגרמו דוד להישבע שוב‪ ,‬בגלל שהוא אהב אותו עם כל האהבה של הנשמה‬ ‫שלך ‪.‬‬ ‫‪ 18‬ויונתן אמרלדוד‪ ,‬כדי מחר הואהירח החדש‪ .‬היעדרך יהיה לציין ‪ ,‬כי המושב שלך‬ ‫יהיה ריק‪.‬‬ ‫‪ 19‬היום השלישי למטה במהירות‪ ,‬וכעסלמקום שבו אתה עשית את המעשה להסתיר‬ ‫את עצמךכשאת העסק‪,‬ולהיות על ידיאבן האצ"ל ‪.‬‬ ‫‪ 20‬אני יורה שלושה חיצים לצד ‪ ,‬כאילו יריתי לעבריעד‪.‬‬ ‫‪ 21‬אני אשלחבחור ‪ ,‬ואמר ‪ ,‬לך ‪ ,‬למצוא את החצים‪ .‬אם אני אומרלעלם ‪ ,‬הנההחיצים‬ ‫נמצאים בצד הזה שלך‪ :‬לאסוף אותם ‪ ,‬ואז לבוא ‪ ,‬ממש כמואלוהים חי‪ ,‬יש שלום לך‪,‬‬ ‫אין שום דבר לפחד‪.‬‬ ‫‪ 22‬אבל אם אני אומר ליהבחור ‪ ,‬הנההחיצים הם מעבר לך ‪ ,‬ללכת משם‪ ,‬כי ה ' אומר‬ ‫לך ללכת‪.‬‬ ‫‪38‬‬ ‫‪23‬הטענה שאתה ואני דיברנו עסקי ‪ -‬תזכור כי ה 'היא עד ביני ובינך לנצח‪.‬‬ ‫‪ 24‬אז דוד הסתתרבשדה‪,‬ולהגיע לירח חדש ‪ ,‬המלך ישב לאכול לחם‪.‬‬ ‫‪ 25‬בהסתמכוהמלך ‪ ,‬כהרגלו ‪ ,‬בכיסאו לאורך הקיר‪ ,‬ג'ונתן התיישב מולו ‪,‬ואבנר ישב‬ ‫ליד שאול ‪ ,‬אבל את מקומו של דוד היה ריק‪.‬‬ ‫‪ 26‬יוםששאול אמר שום דבר ‪ ,‬כי הוא אמר לעצמו ‪ ,‬משהו קרה לו ‪ ,‬הוא לא נקי‪,‬‬ ‫בוודאי שהוא לא נקי‪.‬‬ ‫‪ 27‬אבל למחרת ‪ ,‬הירח החדש השני ‪ ,‬מקומו של דוד היה ריק שוב‪ .‬ויאמר שאול אל‬ ‫יהונתן בן ‪ :‬מדועבנו של ג'סי בא לא לאכול או אתמול או היום?‬ ‫‪ 28‬ויונתן ענתה ‪ :‬דוד שאל אותי ברצינות לתת לו ללכת לבית לחם‬ ‫‪ 29‬אומרים ‪ ,‬אני מתפלל אליך ‪ ,‬תן לי ללכת ‪ ,‬כי המשפחה שלנו ישלהקריב‬ ‫בעיר‪,‬והאח שלי הורה לי ‪.‬אם מצאתי חןבעיניך ‪ ,‬אני מתפלל אליך ‪ ,‬תן לי לבוא לראות‬ ‫את האחים שלי‪ .‬לכן הוא יבוא לא אל שולחנותיו של המלך‪.‬‬ ‫‪ 30‬אז כעס הוצת כנגד יהונתן ושאול אמר לו‪ ,‬בנו שלהאישה המרדנית הסוטה אני לא‬ ‫יודע כי היען אשר בחרבנו של ג'סילבושה שלךואת הבושה של האמא שלך ?‬ ‫ביום ‪ 31‬בזמןשבנו של ג'סי ‪ liveth‬על האדמה לא אעשה שתוקם‪ ,‬ולא מלכותך ‪ .‬למה‬ ‫עכשיו לשלוח ולהביא אותו ‪ ,‬ולהביא אותו אליי ‪ ,‬שהוא ראוי למוות‪.‬‬ ‫‪32‬ויונתן ענתה שאול אביו ‪ :‬למה צריך למות ? מה הוא עשה ?‬ ‫‪ 33‬אבל שאול השליך את החנית איתו‪ ,‬לפגוע בו‪ .‬אז ג'ונתן ידע שאביו כבר החליט‬ ‫להרוג את דוד‪.‬‬ ‫‪ 34‬אז חרון יונתן ‪ ,‬קם מהשולחן‪ ,‬ביום השני של הירח החדש לא לאכול ‪ ,‬כי הוא‬ ‫מתאבל על דוד‪ ,‬משום שאביו עשה לו בושה‪.‬‬ ‫‪ 35‬בבוקר יונתן יצאה לשדה ‪ ,‬קבעה את הזמן עם דוד‪ ,‬לוקחת אתילד‪.‬‬ ‫‪ 36‬אז הוא אמר לובחור ‪ ,‬הפעלה‪ ,‬לגלות עכשיוהחציםשאני יורה ‪ .‬הנער רץ ‪ ,‬ויהונתן‬ ‫ירה חץ ‪,‬שמעבר לו ‪.‬‬ ‫‪ 37‬קבלתהילד למקום שלהחץשיהונתן ירה ‪ ,‬יונתן צעקה אחריו ‪ :‬לא על החץ מעבר?‬ ‫זה יש ‪ 38‬ג'ונתן בכה אחריהבחור ‪ ,‬הפוך חיפזון ‪ ,‬להישאר לא‪ .‬הילד ג'ונתן אסף את‬ ‫החצים והגיע לאדונו‪.‬‬ ‫‪39‬הילד לא הבין כלום ‪ :‬רק יהונתן ודוד ידע את העניין‪.‬‬ ‫‪40‬ויונתן נתנו נשקוהבחור שלו‪ ,‬ויאמרו לו ‪ ,‬לך ‪ ,‬לשאת אותם אל העיר‬ ‫‪ 41‬הולך את הילד ‪ ,‬יקם דודבדרום‪,‬ונפל על פניו ‪,‬וישתחה שלוש פעמים‪ .‬ואז הם‬ ‫התנשקוובכו ביחד‪ ,‬אבל דוד בכה יותר ‪.‬‬ ‫‪ 42‬אז יונתן אמרלדוד‪ ,‬לך לשלום ‪ ,‬כי אנחנו נשבענו ידידות אחד עם השניבשם ה ' ‪,‬‬ ‫ואמרו ‪,‬יהוה יהיה שמע ביניובינך ‪,‬ובין הזרע שליוזרעך עד העולם‪.‬‬ ‫‪ 43‬אז דוד עזב ‪,‬ויונתן נכנסה לעיר‪ ) .‬אלמיידה ‪. ( 267- 266.p 2002 ,‬‬ ‫‪(WHITAKER, 2014).‬‬ 39 4. OUTROS EXEMPLOS DE LEALDADE NA BÍBLIA. “Não defraudando; antes, mostrando toda a boa lealdade, para que, em tudo, sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso salvador. Tito 2:10” (ALMEIDA, 2002, p. 1087). Segundo SANTOS (2011) existem inúmeros exemplos de pessoas leais na bíblia, mas também existem histórias de pessoas desleais, pessoas que tentam defraudar outras, como o exemplo de Miriã, que se virou contra Moisés e inflamou o coração de Arão, que também teve a mesma postura. (Nm 12:1-2). Existem 4 causas comuns, características da deslealdade no ministério: 1) Perda da direção de Deus; 2) Razão financeira; 3) Uma personalidade instável; 4) Mau caráter. (SANTOS, 2011). Toda relação de lealdade só é possível num relacionamento de amizade. SOUZA (2010) dispõe alguns outros exemplos bíblicos de amizade verdadeira: “Gn 14:14-16 – Abraão e Ló; 1 Sm 15:35 – Samuel e Saul; 1 Sm 22:23 – Davi e Abiatar; 2 Sm 10:2 – Davi e Naás; 1 Reis 5:1 – Davi e Hirão; 2 Sm 15:32-37; 16; 17:1-22 – Davi e Husão; 2 Sm 15:19-21 – Davi e Itai; Dn 2:49 – Daniel, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; Lc 10:38-42; Jo 11:1-46 – Maria, Marta, Lázaro e Jesus; Mt 27:55-61; 28:1-8; Lc 24:10; Jo 20:11-18 – Maria, José de Arimatéia e Jesus. At 1:1 – Lucas e Teófilo”. (SOUZA, 18 Dez. 2010). VIEIRA (2013) apresenta José como um homem leal às autoridades que Deus levantou sobre a sua vida: seu pai Jacó, Potifar, sua família. Quando já havia passado o sofrimento, José foi quem sustentou com lealdade a todos os que se levantaram contra ele. HENNECKE (2014) cita um trecho bíblico que destaca outro personagem leal: 40 “Tiago frisou bem este fato quando perguntou: - infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus – (Tiago 4:4). O mesmo livro fala de um homem de grande fé que rejeitou os caminhos errados de outros homens e mostrou sua lealdade ao Senhor. O resultado desta escolha de Abraão? – foi chamado amigo de Deus – (Tiago 2:23). Devemos escolher bons amigos que nos ajudarão especialmente em termos espirituais”. (HENNECKE, 17 Fev. 2014). SANTOS (2011) ressalta aquele que é o maior exemplo de lealdade, Jesus. Muitos atentam para os seus feitos, suas parábolas, seus ensinamentos aos discípulos, mas, poucos se apercebem do quão leal Jesus foi para com Deus. Em João 5:18 observa-se que Jesus reconheceu publicamente a Deus, no versículo 30 ele faz a vontade do pai e não a dele. Jesus não deixou se exaltar (Jo 5:44), não deixou se influenciar (Mt 4:4), Ele foi leal à visão (Mt 16:22-23). (SANTOS, 2011). A partir deste ponto, analisam-se as histórias de Rute e Noemi, de Paulo e Barnabé. 4.1 Noemi e Rute VILLAC; SCARDELLAI (2007, p.204) definem que o livro de Rute foi escrito “no pós-exílio para contestar a linha conservadora de Esdras, mas a obra mesma se diz escrita no tempo dos juízes”. O objetivo do livro é mostrar a história de Noemi e Rute, Sogra e Nora, acima do parentesco, amigas leais, que juntas, propõem a renovação das leis da nação. Rute saiu de uma situação de maldição para uma de benção, ele era moabita e casou-se com o filho de Noemi, cuja família era de Belém. Os moabitas eram considerados povo maldito, mas a escolha de Rute a tiraria dessa situação. (Andrade, 2001). Quando o marido e os filhos de Noemi faleceram, órfã e Rute ficaram em uma situação complicada, Noemi voltaria para sua terra natal e não era de sua vontade levar as noras consigo, pois não lhe parecia coisa boa. (VILLAC; SCARDELLAI, 2007). PACHECO (2014) destaca que em meio à perda Rute se mostra uma pessoa leal: 41 “Aquele era um momento difícil na vida de Noemi. Era fácil ser amiga de Noemi quando ela tinha filhos para dar como esposa e esses filhos representavam sustento e segurança para Rute e Órfã. Agora Noemi não tem nada para oferecer, não tem marido, nem filhos, nem casa, nem segurança alguma que pudesse oferecer a Rute. A dramaticidade do momento está revelada na expressão – novamente choraram em voz alta -. Mas, a amizade não se deixa vencer pelas circunstancias difíceis, pelo contrário, é nessa hora em que ela revela o seu valor na aproximação e no apoio”. (PACHECO, 17 Fev. 2014). Rute deixa de lado o seu povo, seu costume, sua crença e decide se aliançar a Noemi, não pelo que ela tinha, mas pelo que ela representava para sua vida. Talvez o testemunho de Noemi para com seu marido, sua família, teria servido de espelho para Rute. Por isso, no capítulo 1, versículo 16 de seu livro, ela externa o seu sentimento, confessando que a partir daquele momento, esta faria parte do seu povo, estaria junto sempre e que professaria a mesma fé, seguindo o mesmo Deus. (VILLAC, SCARDELAI, 2007). Para PACHECO (2014) a amizade de Rute para com Noemi não apresentava interesse, sua história ensina que a amizade não vale pelo que se tem, o contrário da atualidade, onde cada um busca o seu próprio interesse e procuram pessoas que possam satisfazer suas necessidades. ANDRADE (2001) dispõe sobre as consequências da escolha de Rute: “Sabe por que Rute sai da maldição e entra na benção? Porque foi obstinada em caminhar com sua sogra, que era uma mulher que estava caminhando sob lealdade – uma lealdade ao Senhor, o Deus de Israel. [...]. E qual a consequência de sair da mediocridade e seguir a Deus? Rute se casou com Boaz, que era parente próximo de Noemi. E sabe o que fez com que ele se casasse com Rute? A lealdade que ela tinha para com a sua sogra.” (ANDRADE 2001, p.102-103). A verdadeira amizade vence as dificuldades, as circunstâncias, as diferenças, o verdadeiro amigo compartilha as alegrias, as lagrimas, os fracassos, as vitórias, extingue todo sentimento de inveja. (PACHECO, 2014). 42 4.2 Paulo e Barnabé O exemplo de Barnabé e Paulo nos remetem aos relacionamentos ministeriais. MENDONÇA (2013) descreve que ambos trabalhavam juntos pelo ministério de Jesus, porém, também passaram por conflitos, que logo, fortaleceria a amizade deles. Barnabé era levita, primo de João Marcos, natural de Chipre e provavelmente vivia entre os helenistas em Jerusalém. Paulo, antes Saulo, era de Tarso, cidadão romano de nascença, fariseu, discípulo de Gamaliel, tinha uma irmã que morava em Jerusalém. CARNIATO (2010) relata que barnabé não conviveu com Jesus, mas foi um dos que receberam o título de apóstolo. Ele foi muito importante na vida de Paulo, pois, Deus o colocou lado a lado com este para que fosse bem aceito pela comunidade de Jerusalém. Segundo CARNIATO (15 Nov. 2010) “Barnabé ficou ao lado do amigo, dando apoio e, de certo modo, correndo o risco de ser um fiador de Paulo diante dos apóstolos”. No ministério, precisamos encontrar alguém que seja como Barnabé, leal ao líder, alguém que apoie, que honre o ministério daquele a quem decidiu formar uma aliança. Mas num determinado momento o irmão de Barnabé, decide abandoná-los, numa de suas viagens missionárias (At 15:38). Nesse momento Paulo e Barnabé passam por uma crise, conforme explana o autor: “Esse deserção fez com que Paulo, por algum tempo, julgasse Marcos desfavoravelmente e até mesmo severamente. Por outro lado, Barnabé se inclinava a desculpá-lo devido a sua inexperiência. Estava ansioso para que Marcos não abandonasse o ministério, pois nele via qualidades que o habilitariam para ser um obreiro de Cristo”. (White, 1984, p.170). O apostolo que pregava a graça, precisava ter graça para com Marcos, o apostolo que pregava o perdão, precisava perdoar. Nos textos de Colossenses 4:10-11 e Timóteo 4:11 percebe-se que Paulo já fez as pazes com João Marcos. A bíblia não descreve como foi a reconciliação, mas é provável que Barnabé tenha sido essencial, orientando Paulo, para que este buscasse a reconciliação. (MENDONÇA, 2013). É possível que no ministério atual, o líder possa falhar, mas, cabe ao liderado, aquele que é leal e demonstra cuidado pelo amigo e líder, auxiliá-lo a voltar para o foco das coisas, afinal “Barnabé Sabia da sinceridade de Saulo, de sua Busca constante pela santidade e do desejo de agradar a Deus por meio da lei”. (CARNIATO, 15 Nov. 2010). 43 CONCLUSÃO Observamos através deste trabalho a importância em se ensinar os princípios de lealdade, esclarecendo as peculiaridades entre ela e a fidelidade. A lealdade é um processo que se conquista a partir das sensações cognitivas vividas pelo indivíduo, a fim de alcançar essa intimidade para com o outro. Vemos através da história bíblica diversas demonstrações de lealdade e deslealdade, nos seus ambitos familiar, emocional e ministerial. Nestas relações pudemos compreender a intensidade desse sentimento e das atitudes que demonstraram lealdade. Devemos atentar para as pessoas, conhecê-las e prová-las antes de firmarmos uma aliança de lealdade. A bíblia dá exemplo de pessoas que foram desleais, e essas características podem ser observadas na nossa sociedade. Jônatas e Davi expressam essa relação de lealdade, em todos os sentidos, pois, vemos a lealdade na figura de Jonatas para com seu pai, nas questões familiares, de Davi e Jônatas nas relações emocionais e vemos, nas questões ministeriais, um Davi submisso a Saul, obediente a Jônatas, buscando aprender com ambos, como liderar. A bíblia nos exorta a buscarmos alguém a quem possamos compartilhar nossa vida, essa pessoa a quem buscamos deve estar no mesmo patamar que você, assim, este reconhecerá a sua necessidade e poderá auxiliar. Assim como dispõe Eclesiastes 4:9-12, precisamos encontrar aquele ser humano que pagará o preço com você, vai se alegrar na sua alegria, chorar a sua dor e andar lado a lado. Ainda que tenhamos compromisso de lealdade com alguém, é provável que exista conflitos, como aconteceu na história de Davi e Jônatas, Rute e Noemi, Paulo e Barnabé. Mas os conflitos servem para fortalecer a lealdade. Se no meio da crise desaparecer a integridade e a lealdade, o resultado será a desintegração dessa relação. A recompensa que se tira de uma relação de lealdade é o prazer em estar junto, e a força para vencer as batalhas da vida, o cordão de três dobras não se rompe facilmente. O cristão deve buscar esse amor ágape, que é o amor capaz de dar a sua vida a favor de outro. “É verdade que alguns morrem, mas alguns de nós vivem porque alguns de nós morrem”. (BAXTER, 1982, p.12). 44 Usemos estes exemplos citados neste trabalho como espelhos para as nossas relações, restaurando a lealdade, a integridade, a coragem. Mas examinemos os nossos relacionamentos para descobrirmos se são dignos desse empenho e comprometimento. Minha oração é para que hoje e nos dias vindouros, quando aumentar ainda mais a deslealdade e a traição, possamos encontrar pessoas como Davi e Jônatas, para que tenhamos relações familiares, emocionais e ministeriais, integrais, fortalecidas no amor ensinado por Jesus. 45 BIBLIOGRAFIA “FIDELIDADE E LEALDADE, BASES SAUDÁVEIS DA HONRA”; por Terra nova, R. 17 mar. 2013, Manaus, AM. Disponível em: http://www.mir12.com.br/br/2013/estudos/12/198-fidelidade-e-lealdade-bases-saudaveis-dahonra (Acessado em 08/12/2013). ALBUQUERQUE, Roberto. 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