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TOXICOCINÉTICA DE
ANIMAIS PEÇONHENTOS • Cobras • Aranhas • EsCORPIÕES • ABELHAS
Trabalho de Toxicologia Escola Superior da Amazônia Curso de Biomedicina
EQUIPE Jaqueline Barros Josielem Mendes Luciana Leite Simone Ribeiro Tatiana Barros
MANUAL DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS - FUNASA
OFIDISMO INTRODUÇÃO
Os acidentes ofídicos têm importância médica em virtude de sua grande frequência e gravidade.
A padronização atualizada de condutas de diagnóstico e tratamento dos acidentados é imprescindível, pois as equipes de saúde, não recebem informações desta natureza durante os cursos de graduação ou no decorrer da atividade profissional.
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OFIDISMO EPIDEMIOLOGIA
Foram notificados à FUNASA, no período de janeiro de 1990 a dezembro de 1993, 81.611 acidentes, o que representa uma média de 20.000 casos/ano para o país.
A maioria das notificações procedeu das regiões Sudeste e Sul, as mais populosas do país e que contam com melhor organização de serviços de saúde e sistema de informação.
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OFIDISMO SERPENTES DE IMPORTÂNCIA MÉDICA
No Brasil, a fauna ofídica de interesse médico está representada pelos gêneros: Bothrops
(incluindo Bothriopsis e Porthidium)
Crotalus Lachesis Micrurus e
por alguns da Família Colubridae
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OFIDISMO - BOTHROPS DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Família Viperidae
Gênero Bothrops
Compreende cerca de 30 espécies;
Fig: Bothrops atrox Fonte: www.sesa.pr.gov.br
São conhecidas popularmente por: jararaca;
Habitam principalmente zonas rurais e periferias de grandes cidades;
Têm hábitos predominantemente noturnos ou crepusculares;
MANUAL DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS - FUNASA Espécie encontrada na região norte: Bothrops atrox.
OFIDISMO - BOTHROPS ACIDENTE BROTÓPICO
AÇÃO DO VENENO: Ação
Proteolítica
Decorrem da atividade de proteases, hialuronidases e fosfolipases, da liberação de mediadores da resposta inflamatória, da ação das hemorraginas sobre o endotélio vascular e da ação pró-coagulante do veneno.
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OFIDISMO - BOTHROPS AÇÃO DO VENENO
Ação coagulante Ativa, de modo isolado ou simultâneo, o fator X e a protrombina. Possui também ação semelhante à trombina, convertendo o fibrinogênio em fibrina. Essas ações produzem distúrbios da coagulação.
Ação hemorrágica Decorrentes da ação das hemorraginas que provocam lesões na membrana basal dos capilares, associadas à plaquetopenia e alterações da coagulação.
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OFIDISMO - BOTHROPS QUADRO CLÍNICO
Manifestações locais Dor
e Edema; Esquisomoses e sangramentos; Infarto ganglionar e bolhas;
Manifestações sistêmicas Hemorragias:
gengivorragias,
Fig: Acidente brotrópico Fonte: ltc.nutes.ufrj.br
epistaxes,
hematêmese
e
hematúria; Hipotermia, hipotensão, sudorese e náuseas MANUAL DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS - FUNASA
OFIDISMO - BOTHROPS EXAMES COMPLEMENTARES
Tempo de Coagulação (TC);
Hemograma: leucocitose e plaquetopenia variável;
Exame sumário de urina: proteinúria, hemafúria e leucocitúria;
Métodos de imunodiagnóstico: antígenos do veneno botrópico.
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OFIDISMO - CROTALUS DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Família Viperidae
Gênero Crotalus
Fig: Crotalus durissus Fonte: : www.herpetofauna.com.br
Agrupa várias subespécies, pertencentes à espécie Crotalus durissus;
Popularmente conhecidas como: cascavel;
Encontradas em campos abertos, áreas secas, arenosas e pedregosas;
Na região norte encontramos a espécie Crotalus durissus.
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OFIDISMO - CROTALUS ACIDENTE CROTÁLICO
AÇÃO DO VENENO Ação
Neurotóxica
Produzida pela fração crotoxina, uma neurotoxina de ação présináptica que atua nas terminações nervosas inibindo a liberação de acetilcolina. Esta inibição é o principal fator responsáveis pelo bloqueio neuromuscular do qual decorrem as paralisias motoras.
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OFIDISMO - CROTALUS AÇÃO DO VENENO
Ação Miotóxica Produz lesões de fibras musculares esqueléticas, com liberação de enzimas e mioglobina para o soro e que são posteriormente excretadas pela urina. Não esta identificada a fração do veneno que produz esse efeito miotóxico sistêmico.
Ação Coagulante
Decorre da atividade do tipo trombina que converte o fibrinogênio diretamente em fibrina. O consumo do fibrinogênio leva a incoagulabilidade sanguínea.
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OFIDISMO - CROTALUS QUADRO CLÍNICO
Manifestações locais Paralisia
local
Manifestações sistêmicas Gerais; Neurológicas
– decorrentes da ação neurotóxica; Musculares – decorrentes da ação miotóxica.
Fig: Acidente Crotálico Fonte: http://biologiaeterna.blogspo t.com.br/
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OFIDISMO - CROTALUS EXAMES COMPLEMENTARES
Sangue: valores séricos elevados de creatinoquinase (CK), desidrogenase lática (LDH), aspartase-amino-transferase (AST), aspartase-alanino-transferase (ALT) e aldolase.
Urina: proteinúria discreta, com ausência de hematúria, presença de mioglobina.
Fig: Exame complementar crotalico Fonte: http://biologiaeterna.blogspot.com.br/
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OFIDISMO - LACHESIS DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Família Viperidae
Gênero Lachesis Fig: Lachesis mutua Fonte: www.herpetofauna.com.br
Compreende a espécie Lachesis mutua, com duas subespécies;
Popularmente conhecidas como: sururucu;
Habita áreas florestais como Amazônia e Mata Atlântica;
Na região norte encontramos a espécie Lachesis mutua. MANUAL DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS - FUNASA
OFIDISMO - LACHESIS ACIDENTE LAQUÉTICO
AÇÃO DO VENENO
Ação Proteolítica Os mesmos do veneno botrópico.
Ação Coagulante Atividade tipo trombina.
Ação Hemorrágica Intensa atividade hemorrágica relacionado a presença de hemorraginas.
Ação Neurotóxica Ação tipo estimulação vagal, porém ainda não foi caracterizada a fração específica responsável por essa atividade.
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OFIDISMO - LACHESIS QUADRO CLÍNICO
Manifestações locais Dor
e Edema Vesículas e bolhas de conteúdo seroso Hemorragias
Manifestações sistêmicas
Fig: Acidente laquetico Fonte: http://biologiaeterna.blogspot.com.br/
Hipotensão
arterial, tonturas, escurecimento da visão, bradicardia, cólicas e diarréia.
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OFIDISMO - LACHESIS EXAMES COMPLEMENTARES
A determinação do Tempo de Coagulação (TC) é importante medida auxiliar no diagnóstico do envenenamento e acompanhamento dos casos.
O imunodiagnóstico vem sendo utilizado em caráter experimental, não estando disponível na rotina dos atendimentos.
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OFIDISMO - MICRURUS DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Família Elapidae
Gênero Micrurus
Compreende 18 espécies; Fig: Micrurus lemniscatus Fonte: www.herpetofauna.com.br
Popularmente conhecidas como: coral;
Na região Amazônica são encontradas corais de cor marrom-escura com manchas avermelhadas;
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Na região norte encontramos a espécie Micrurus lemniscatus.
OFIDISMO - MICRURUS ACIDENTE ELAPÍDICO
AÇÃO DO VENENO
Ação Neurotóxica Pós-sináptica
São rapidamente absorvidas para a circulação sistêmica.
As NTXs competem com a acetilcolina (Ach) pelos receptores colinérgicos da junção neuromuscular, atuando de modo semelhante ao curare.
O uso de substâncias anticolinesterásticas (edrofônio e neostigmina) pode prolongar a vida média do neurotransmissor (Ach), levando a uma rápida melhora da sintomatologia.
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OFIDISMO - MICRURUS AÇÃO DO VENENO
Ação Neurotóxica Pré-sináptica Atuam
na junção neuromuscular, bloqueando a liberação de acetilcolina pelos impulsos nervosos, impedindo a deflagração do potencial de ação.
Esse
mecanismo anticolinesterásicas.
é
antagonizado
pelas
substâncias
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OFIDISMO - MICRURUS QUADRO CLÍNICO
Manifestações locais Dor
e Edema Vesículas e bolhas de conteúdo seroso Fig: Acidente elapidico Fonte: ltc.nutes.ufrj.br
Manifestações sistêmicas Hipotensão
arterial, tonturas, escurecimento da visão, bradicardia, cólicas e diarréia.
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OFIDISMO - MICRURUS EXAMES COMPLEMENTARES
Tempo de Coagulação (TC);
Imunodiagnóstico.
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ARANEISMO INTRODUÇÃO
No Brasil, existem três gêneros de aranhas de importância médica: Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus.
Os acidentes causados por Lycosa (aranha-de-grama), bastante freqüentes e pelas caranguejeiras, muito temidas, são destituídos de maior importância.
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ARANEISMO EPIDEMIOLOGIA
Todos os atendimentos decorrentes de acidentes com aranhas, mesmo quando não haja utilização de soroterapia, deveriam ser notificados.
Tal procedimento possibilitaria um melhor dimensionamento deste tipo de agravo, nas diversas regiões do país.
A maioria das notificações provem das regiões Sul e Sudeste
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ARANEISMO - PHONEUTRIA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Phoneutria
Popularmente: aranhas armadeiras. Fig: Phoneutria fera Fonte: www.biolib.cz
Não constroem teia geométrica, sendo animais errantes que caçam principalmente à noite.
Os acidentes ocorrem freqüentemente dentro das residências e nas suas proximidades, ao se manusearem material de construção.
As espécies descritas para o Brasil são: P. fera, P. keyserfingi, P. nigriventer e P. reidyi.
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ARANEISMO - PHONEUTRIA ACIDENTES POR PHONEUTRIA
AÇÃO DO VENENO Fig: Phoneutria reidyi Fonte: www.arachnoboards.com
Estudos experimentais demonstram que o veneno bruto e a fração purificada PhTx2 da peçonha de P. nigriventer causam ativação e retardo da inativação dos canais neuronais de sódio.
Este efeito pode provocar despolarização das fibras musculares e terminações nervosas sensitivas, motoras e do sistema nervoso autônomo, favorecendo a liberação de neurotransmissores, principalmente acetilcolina e catecolaminas.
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ARANEISMO - PHONEUTRIA QUADRO CLÍNICO
M anifestações Clínicas Dor Em
1% dos casos assintomática Edema, parestesia e sudorese
Exames Complementares L eucocitose
com neutrofilia, acidose metabólica e taquicardia sinusal.
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ARANEISMO - LOXOSCELES DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Loxosceles
Popularmente: aranhas-marrons; Fig: Loxosceles laeta Fonte: compendioilair.blogspot.com
Não são aranhas agressivas, picando apenas quando comprimidas contra o corpo.
As principais causadoras de acidentes no Brasil são: L. intermedia, L. laeta e L. gaucho.
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ARANEISMO - LOXOSCELES ACIDENTES POR LOXOSCELES
AÇÃO DO VENENO
O componente mais importante do veneno loxoscélico é a enzima esfingomielinase-D que atua sobre os constituintes das membranas das células, principalmente do endotélio vascular e hemácias. ]
Ativa as cascatas do sistema complemento, da coagulação e das plaquetas, desencadeando intenso processo inflamatório no local da picada, acompanhado de obstrução de pequenos vasos, edema, hemorragia e necrose focal.
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ARANEISMO - LOXOSCELES QUADRO CLÍNICO
Manifestações Cutâneas Dor; Edema; Eritema
local.
Manifestações Cutâneo-Visceral Hemólise
Fig: Picada por Loxosceles Fonte: www2.ibb.unesp.br
intravascular;
Anemia; Icterícia; Hemoglobinúria.
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ARANEISMO - LOXOSCELES EXAMES COMPLEMENTARES
Na forma cutânea Hemograma
com leucocitose e neutrofilia
Na forma cutâneo-visceral Anemia
aguda; Plaquetopenia; Hiperbilirrubina indireta; Queda dos níveis séricos de haptoglobina; Elevação dos séricos de potássio, creatinina e uréia; Coagulograma alterado;
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ARANEISMO - LATRODECTUS DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Latrodectus
Popularmente:
viúva-negra;
Fig: Latrodectus gemetricus Fonte: www.eurospiders.com
Constroem
teias irregulares entre vegetações arbustivas, podendo também apresentar hábitos domiciliares;
Os
acidentes ocorrem normalmente quando são comprimidas ao corpo;
No
Brasil, é registrada a ocorrência das espécies L. curacaviensis e L. gemetricus principalmente na região Nordeste.
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ARANEISMO - LATRODECTUS ACIDENTES POR LATRODECTUS
AÇÃO DO VENENO A
alpha-latrotoxina é o principal componente da peçonha da Latrodectus. Atua sobre terminações nercosas sensitivas provocando quadro doloroso no local da picada.
Sua
ação sobre o SNC, leva à liberação de neurotransmissores adrenérgicos e colinérgico e, na junção neuromuscular présináptica, altera a permeabilidade aos íons sódio e potássio.
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ARANEISMO - LATRODECTUS QUADRO CLÍNICO
Manifestações locais Dor
local; Sensação de queimadura; Lesões puntiformes; Placa urticariforme.
Manifestações sistêmicas
Fig: Picada por Latrodectus Fonte: www.superradio.com.br
Tremores; Ansiedade; Contraturas
musculares periodicas; Contratura facial. MANUAL DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS - FUNASA
ARANEISMO - LATRODECTUS EXAMES COMPLEMENTARES
As alterações laboratoriais são inespecíficas, sendo descritas alterações: Hematológicas Bioquímicas Sedimento
- hiperglicemia, hiperfosfatemia;
urinário - albuminúria, hematúria, leucocitúria e
cilindrúria; Eletrocardiográficas
- arritmias cardíacas.
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ESCORPIONISMO EPIDEMIOLOGIA
Ministério da Saúde, indicam 8000 acidentes /ano com 3casos/1000 hab.
Predomina em SP e MG em meses quentes e chuvosos.
Principais agentes : T. serrulatos, T. babiensis e T. stigmurus, Tityus cambridgei, Tityus metuendus,
Picadas 65% em membros superiores, maioria de curso benigno,0,58%a letalidade,crianças menores de 14 anos.
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ESCORPIONISMO MORFOLOGIA INTERNA DOS ESCORPIÕES
Tronco (prossoma e mesossoma);
Cauda (metassoma), 5 segmentos , no final da cauda o telso, composto de vesícula e ferrão, onde na vesícula à duas glândulas que produzem o veneno e inoculam no ferrão ).
Cefalotórax 4 pares de perna, quilíferas , de (pedipalpos), sete segmentos dorsais (tergitos),e 5 ventrais (esternitos).
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ESCORPIONISMO
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ESCORPIONISMO HÁBITOS DOS ESCORPIÕES
Os escorpiões são animais carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, como grilos ou baratas .
Hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia sob pedras, troncos, dormentes de linha de trem, em entulhos, telhas ou tijolos.
Muitas espécies vivem em áreas urbanas, onde encontram abrigo dentro e próximo das casas, bem como alimentação farta.
Os escorpiões podem sobreviver vários meses sem alimento e mesmo sem água, o que torna seu combate muito difícil
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ESCORPIONISMO TOXICOLOGIA DO VENENO
Estudos bioquímicos mostram que a inoculação do veneno bruto ou em frações ocasiona dor local e efeitos nos canais de sódio,produzindo despolarização das terminações nervosas com liberação de catecolaminas e acetilcolina onde determinam o aparecimento de manifestações orgânicas decorrentes da predominância dos efeitos simpáticos ou parassimpáticos.
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ESCORPIONISMO ESPÉCIES PREDOMINANTES NO PARÁ
TITYUS CAMBRIDGEI Tronco
e pernas escuras, aproximadamente 8,5 cm.
quase
negros,Comprimento
de
TITYUS METUENDUS Tronco
e cauda vermelho-escuro, com manchas amareloavermelhadas patas amareladas Comprimento de 6 cm a 7 cm.
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ESCORPIONISMO
Fig: Tityus cambridgei Fonte: www.biolib.cz
Fig: Tityus metuendus Fonte: www.biolib.cz
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ESCORPIONISMO EXAMES COMPLEMENTARES
Eletrocardiograma;
Radiografia do tórax, onde diagnostica a condição do paciente a nível cardíaco de edemas no pulmão onde essas alterações varia de 3 a 7dias passando disso o estado clinico torna-se grave.
SINTOMÁTICOS
Alivia a dor com lidocaína a 2% sem vaso constritor (1 a 2ml crianças e 3 a 4 ml em adultos no local da picada).
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ESCORPIONISMO ESPECÍFICOS
Administração de soro antiescorpiônico (SAEEs) ou (SAAR) aos pacientes com de picadas formas moderadas e graves,com via intravenosa.
Fig: Picada de escorpião Fonte: m4rimessi4s.blogspot.com
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HIMENÓPTEROS AS ABELHAS DO BRASIL Segundo classificação de Moure, no Brasil ocorrem 6 famílias de abelhas:
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HIMENÓPTEROS Estas 6 famílias podem ser divididas em 2 grupos:
LAMBEDORAS
Abelhas que lambem o néctar nas flores.
Também chamadas de abelhas de língua curta (short-tongued bees): COLLETIDAE
PALPOS LABIAIS
ANDRENIDAE
DIVIDIDOS EM 4
HALICTIDAE
ARTÍCULOS SEMELHANTES
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HIMENÓPTEROS Estas 6 famílias podem ser divididas em 2 grupos:
SUGADORAS
Abelhas que sugam o néctar nas flores.
Também chamadas de abelhas de língua longa (long-tongued bees): MEGACHILIDAE
PALPOS LABIAIS
ANTHOPHORIDAE
COM DOIS SEGMENTOS LONGOS
APIDAE
E DOIS CURTOS
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HIMENÓPTEROS DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
As abelhas de origem alemã (Apis mellifera mellifera) foram introduzidas no Brasil em 1839.
Posteriormente, em 1870, foram trazidas as abelhas italianas (Apis mellifera ligustica). Essas duas subespécies foram levadas principalmente ao sul do Brasil.
Já em 1956, foram introduzidas as abelhas africanas (Apis mellifera scutellata), identificadas anteriormente como Apis mellifera adansonii.
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HIMENÓPTEROS CARACTÉRISTICAS EM RELAÇÃO AO VENENO
O veneno das abelhas A. mellifera é uma mistura complexa de substâncias químicas com atividades tóxicas como: Enzimas:
Hialuronidases e Fosfolipases A
bloqueadores
musculares. Peptídeos
ativos: Melitina e a Apamina neurotoxina de ação
motora. Aminas:
Histamina e Serotonina
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HIMENÓPTEROS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Podem ser alérgicas (mesmo com uma só picada) e tóxicas (múltiplas picadas) Após uma ferroada, há dor aguda local, que tende a desaparecer espontaneamente em poucos minutos, deixando vermelhidão, prurido e edema por varias horas ou dias.
Fig: Abelha Fonte: www.superradio.com.br
Principais sintomas Pele
Prurido Generalizado Eritema Urticária Angiodema
Fig: Ferroada de abelha Fonte: www.superradio.com.br
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HIMENÓPTEROS
Principais Sintomas Via Respiratória Rinite; Edema de laringe; Dispnéia; Rouquidão; Estridor; Respiração amentiforme
Fig: Sistema Respiratório Fonte: www2.ibb.unesp.br
Principais Sintomas Via Digestiva Prurido no palato ou na faringe; Edema dos lábios, língua e epiglote; Disfagia e náuseas Cólicas abdominais ou pélvica; Vômitos e diarréias
Fig: Sistema Digestivo Fonte: www2.ibb.unesp.br
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HIMENÓPTEROS
Principais Sintomas Via Circulatória
Hipotensão ( manifestando-se por tontura ou insuficiência postural até colapso vascular total);
Palpitações e arritmias cardíacas e, quando há lesões preexistentes (arteriosclerose);
Infartos isquêmicos no coração ou cérebro.
REAÇÕES ALÉRGICAS TARDIAS
Há relatos de raros casos de reações alérgicas que ocorrem vários dias após a(s) picada(s) e se manifestaram
Fig: Sistema Circulatório Fonte: www2.ibb.unesp.br
Pela presença de artralgias, febre e encefalite, quadro semelhante à doença do soro.
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HIMENÓPTEROS Nos
acidentes provocados por ataque múltiplo de abelhas (enxames) desenvolve-se um quadro tóxico generalizado denominado de síndrome de envenenamento, por causa de quantidade de veneno inoculada. Além das manifestações onde pode ocorrer hemólise intravascular e rabdomiólise. Alterações neurológicas como torpor e coma, hipotensão arterial, oligúria/anúria e insuficiência renal aguda podem ocorrer.
Fig: Ataque Múltiplo de Abelha Fonte: ltc.nutes.ufrj.br
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HIMENÓPTEROS COMPLICAÇÕES
As reações de hipersensibilidade podem ser desencadeadas por uma única picada e levar o acidentado à morte, em virtude de edema de glote ou choque anafilático.
Na síndrome de envenenamento, distúrbios graves hidroeletrolíticos e do equilíbrio ácido-básico, anemia aguda pela hemólise, depressão respiratória e insuficiência renal aguda são as complicações mais frequentemente relatadas.
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HIMENÓPTEROS EXAMES COMPLEMENTARES
Exame de urina tipo I e hemograma completo podem ser os iniciais nos quadros sistêmicos.
A gravidade dos pacientes deverá orientar os exames complementares, como, por exemplo, a determinação dos níveis séricos de enzimas de origem muscular, como a creatinoquinase total (CK), lactato desidrogenase(LDH), aldolases e aminotransferases (ALT e AST) e as dosagens de hemoglobina, haptoglobina sérica e bilirrubinas, nos pacientes com centenas de picadas, nos quais a síndrome de envenenamento grave, apresenta manifestações clínicas sugestivas de rabdomiólise e hemólise intravascular.
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