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Epidemiologia hospitalar

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    December 2018
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A epidemiologia hospitalar estuda os riscos inerentes ao atendimento e trabalho nos serviços de saúde, aos quais estão expostos pacientes e profissionais, a eventos adversos e infecção hospitalar. Os estudos sobre a infecção hospitalar tiveram início no século XIX, na Áustria. Mulheres morriam após o parto por terem contraído um mal desconhecido. Na época pesquisas mostraram que os estudantes de medicina depois de fazerem autópsias examinavam as parturientes sem lavar as mãos ou usarem qualquer tipo de proteção, o que levava à infecção. Uma simples medida preconizada, a lavagem das mãos, reduziu significativamente o índice de infecção. * Com a descoberta dos antibióticos, os médicos achavam que as infecções estariam extintas, porém o abuso na sua utilização, selecionou germes resistentes, tornando mais grave o problema. A única maneira de amenizar esse mal é através do controle e da prevenção coordenados por uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, Conceitos básicos. 1.1. Infecção comunitária (IC): 1.1.1. é aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital. 1.1.2. São também comunitárias: 1.1.2.1. a infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção já presente na admissão, a menos que haja troca de microorganismos com sinais ou sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção; 1.1.2.2. a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que tornou-se evidente logo após o nascimento (exemplo: herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS); 1.1.2.3. As infecções de recém-nascidos associadas com bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas. 1.2. Infecção hospitalar (IH): 1.2.1. é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. Os indicadores mais importantes a serem obtidos e analisados periodicamente no hospital e, especialmente, nos serviços de Berçário de Alto Risco, UTIs e Queimados, são; 5.1. Taxa de Infecção Hospitalar, calculada tomando como numerador o número de episódios de infecção hospitalar no período considerado e como denominador o total de saídas (altas, óbitos e transferências) ou entradas no mesmo período; 5.2. Taxa de Pacientes com Infecção Hospitalar, calculada tomando como numerador o número de doentes que apresentaram infecção hospitalar no período considerado, e como denominador o total de saídas (altas, óbitos e transferências) ou entradas no período; 5.3. Distribuição Percentual das Infecções Hospitalares por localização topográfica no paciente, calculada tendo como numerador o número de episódios de infecção hospitalar em cada topografia, no período considerado e como denominador o número total de episódios de infecção hospitalar ocorridos no período; 5.4. Taxa de Infecções Hospitalares por Procedimento, calculada tendo como numerador o número de pacientes submetidos a um procedimento de risco que desenvolveram infecção hospitalar e como denominador o total de pacientes submetidos a este tipo de procedimento. Exemplos: Taxa de infecção do sítio cirúrgico, de acordo com o potencial de contaminação. Taxa de infecção urinário após cateterismo vesical. Taxa de penumonia após uso de respirador. .. 5.7. Outros procedimentos de risco poderão ser avaliados, sempre que a ocorrência respectiva o indicar, da mesma forma que é de utilidade o levantamento das taxas de infecção do sítio cirúrgico, por cirurgião e por especialidade. 5.8. Freqüência das Infecções Hospitalares por Microorganismos ou por etiologias, calculada tendo como numerador o número de episódios de infecção hospitalar por microorganismos e como denominador o número de episódios de infecções hospitalares que ocorreram no período considerado. 5.9. Coeficiente de Sensibilidade aos Antimicrobianos, calculado tendo como numerador o número de cepas bacterianas de um determinado microorganismos sensível a determinado antimicrobiano e como denominador o número total de cepas testadas do mesmo agento com antibiograma realizado a partir das espécimes encontradas. 5.10. Indicadores de uso de antimicrobianos. 5.10.1. Percentual de pacientes que usaram antimicrobianos (uso profilático ou terapêutico) no período considerado. Pode ser especificado por clínica de internação. É calculado tendo como numerador o total de pacientes em uso de antimicrobiano e como denominador o número total de pacientes no período. 5.10.2. Freqüência com que cada antimicrobiano é empregado em relação aos demais. É calculada tendo como numerador o total de tratamentos iniciados com determinado antimicrobiano no período, e como denominador o total de tratamentos com antimicrobianos iniciados no mesmo período. 5.11. Taxa de letalidade associada a infecção hospitalar, é calculada tendo como numerador o número de pacientes que desenvolveram infecção hospitalar no período. 5.12. Consideram-se obrigatórias as, informações relativas aos indicadores epedimiológicos 5.1, 5.2, 5.3 e 5.11., no mínimo com relação aos serviços de Berçário de alto risco, UTI (adulto/pediátrica/neonatal) e queimados III. As principais infecções hospitalares A maioria das infecções hospitalares manifesta-se como complicações naturais de pacientes gravemente enfermos, decorrente de um desequilíbrio entre sua flora microbiana normal e seus mecanismos de defesa. Esse desequilíbrio é provocado por determinadas doenças responsáveis pela hospitalização e procedimentos invasivos ou imunossupressivos a que o doente, correta ou incorretamente, foi submetido.  * A transmissão cruzada de infecções, outro fator tbm importante, pode ocorrer principalmente pelas mãos da equipe ou por artigos. O meio ambiente tem importância secundária na cadeia epidemiológica destas infecções, exceto: para as doenças contagiosas por via aérea, Conseqüentemente, algumas infecções hospitalares são evitáveis outras não.. * Dentre as principais infecções hospitalares endêmicas, a infecção do trato urinário (ITU) é a mais comum. A instrumentação do trato urinário representa o fator de risco mais importante na aquisição de ITU, especialmente a sondagem vesical precedendo-a em mais de 80% dos casos, e outras manipulações em 5 a 10%. * Os fatores associados ao hospedeiro, que resultam em maior incidência de infecção relacionada ao catéter vesical são: idade avançada, sexo feminino, gravidez, puerpério, colonização do meato uretral, urina vesical residual, doenças subjacentes graves e uso indiscriminado de antimicrobianos. * A segunda topografia de infecção hospitalar é a ferida cirúrgica. O principal fator predisponente é o potencial de contaminação da cirurgia, mas a duração do procedimento e as condições pré-operatória do paciente também têm grande importância. Outros fatores podem influir na ocorrência de infecção, como preparo da pele, tempo de permanência no Hospital, entre outros. A infecção do trato respiratório é geralmente a terceira principal topografia de infecção hospitalar. Fatores como idade, patologia de base, instrumentação do trato respiratório, , endoscopia, equipamentos de terapia respiratória, broncoaspiração e biópsia transbrônquica predispõem ao aparecimento dessas infecções. * As bacteremias primárias ocupam o quarto lugar dentre as infecções hospitalares. O avanço tecnológico, introduziu também o uso de novas terapias mais invasivas e entre elas destaca-se o acesso vascular, favorecendo assim ao aumento da incidência de infecções da corrente sangüínea. II. O programa de controle de infecções A Lei Federal 6.431 de 06/01/97 obriga todos os hospitais brasileiros constituírem Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) que deverá atuar de acordo com Programa desenvolvido na própria instituição. A referida lei instituiu a obrigatoriedade da existência da CCIH e de um Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), definido como um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, tendo como objetivo a redução máxima possível da incidência e gravidade das infecções nosocomiais. Em 13/05/98, o Ministério da Saúde editou a Portaria 2.616/98, com diretrizes e normas para a execução destas ações em adequação da antiga regulamentação da lei federal Nesta nova Portaria, há melhor especificação da composição da CCIH,   Resumidamente, a equipe que coordena as ações do controle de infecção hospitalar deve ter entre as suas principais atribuições: Atualizar-se teoricamente sobre o tema, sendo o respaldo científico- legal de toda comunidade hospitalar. Avaliar todos os cuidados prestados direta ou indiretamente ao paciente a fim de se identificar problemas e apontar soluções. Medir o risco de aquisição de infecção hospitalar, avaliando prioridades para seu controle, auxiliando toda comunidade hospitalar na aplicação de recursos técnicos financeiros. Verificar a necessidade de programas educativos e colaborar na sua execução. Intermediar as relações do hospital com as autoridades sanitárias. O profissional do controle de infecções deve ser uma fonte permanente de consultas para toda a equipe hospitalar, por isso deve estar sempre atualizado tecnicamente e ter um bom relacionamento com todos, . O espírito do trabalho em grupo deve nortear todas as interseções do controle de infecção com a equipe de atendimento. * Estes dados, ao lado do estímulo à integração de todos os profissionais , são os principais produtos do controle de infecção. * Embora a ocorrência de um episódio de infecção hospitalar não signifique automaticamente falta de qualidade assistencial, existe um intercâmbio metodológico entre as comissões de controle de infecção e dos grupos internos de qualidade. Tanto o controle de infecção hospitalar como o de qualidade fundamentam suas ações em dados epidemiológicos e no estímulo ao trabalho em equipe* IV. Porque devemos controlar as infecções hospitalares * O custo direto das infecções hospitalares é aquele gasto no diagnóstico e tratamento do paciente que adquiriu esta patologia. Inclui diárias adicionais, novos exames subsidiários laboratoriais ou de rádio imagem, o pagamento dos profissionais de saúde, o tempo de trabalho por eles despendido, inclusive no regime de isolamento as vezes indicado quando identificamos germes multirresistentes e finalmente, os custos com medicamentos e insumos. Concluímos então que um grupo de pessoas com conhecimentos, habilidades e apoio recíproco, pode conseguir resolver problemas de grande complexidade e crônicos, agindo em conjunto, desde que preparadas e treinadas para tais atividades. http://www.ccih.med.br/ih.html#conceito http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhelinha.jsp?grupo=0337401FR18IT3&se qlinha=5 http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/2616_98.htm