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Tecnologia, Gerenciamento E Qualidade Na Construção

Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção

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E R C I O T H O M A Z TECNOLOGIA, GERENCIAMENTO E QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO C O - E D I Ç Ã O IPT / EPUSP / PINI ERCIO THOMAZ Livro preparado com base em tese de doutorado defendida na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - 1999 SÃO PAULO - 2001 I - 1 Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção © C O P Y R I G H T E D I T O R A PINI LTDA. Todos os direitos de reprodução reservados pela Editora Pini Ltda. D a d o s Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) ( C â m a r a Brasileira do Livro, SP, Brasil) T h o m a z , Ercio Tecnologia, gerenciamento e qualidade na construção / Ercio Thomaz. — S ã o Paulo : Editora Pini, 2 0 0 1 . Bibliografia. ISBN 85-7266-128-X 1 . Construção 2. Indústria da construção - Administração 3. Indústria da construção - Controle de qualidade 4. Indústria da construção - Inovações tecnológicas I. Título. 01-2958 CDD-690 í n d i c e s para c a t á l o g o s i s t e m á t i c o : 1 . Construção : Gerenciamento : tecnologia 690 2. Construção : Qualidade : tecnologia 690 3. Construção : Tecnologia 690 Coordenação de livros: Raquel Cardoso Reis Projeto gráfico e serviços editoriais: L.L. Artes Gráficas Capa: Lúcia Lopes Revisão: Ercio Thomaz Serviços gráficos e industriais: José Pereira da Silva Editora Pini Ltda. Rua Anhaia, 964 - C E P 01130-900 São Paulo - S P - Brasil Fone: (11) 3224-8811 - Fax: (11) 3224-0314 Internet: http://www.pini.com.br - E-mail: [email protected] 1 a edição 1 § tiragem: 2.000 exemplares, julho/2001 Ao Felipe c ao Júlio À Sandra e à Karina Ao Flávio c à Vil ma Aos meus pais. Herdamos dos nossos pais as características genéticas, os traços básicos do comportamento e do caráter. Mas somos essencialmente frutos do meio. Apreendemos um pouco, e de cada um, virtudes e valores. Na teoria do espelho, valorizamos os atributos que nos são mais sagrados. Agradeço a Deus por ter colocado no meu caminho tantos seres humanos verdadeiros. Obrigado aos meus pais, aos meus filhos, aos meus mestres e a todos os amigos que fizeram de mim um homem. Agradeço ao Mackenzie, que me ensinou as primeiras coisas da engenharia. A Politécnica, que me acolheu e me aperfeiçoou. Ao IPT, a quem devo tudo que sou profissionalmente. Alguns mestres, e alguns homens, marcaram especialmente minha trajetória: Antonio Moliterno, Alberto de Campos Borges, Paula Viviani, Ruth Arraes, Francisco Thomaz, Celso Bernardes da Silva, Carlos Alberto Bonfanti, Caio Moita, Alberto Pereira de Castro, Carlos de Souza Pinto, Figueiredo Ferraz, Luiz Carlos Martins Bonilha, Luiz Emílio Horta, Roberto Gerassi, José Carlos Thomaz e, com particular carinho, Domingos de Bonis. Por último, um agradecimento muito especial ao Paulo Helene, orientador do meu doutorado na EPUSP,a partir do qual produziu-se este trabalho.Também aos amigos e às empresas que possibilitaram a edição deste livro: Sergus, Kallas Engenharia, Via Engenharia, Sical, Fosroc/Reax e Rodobens Engenharia. 1-5 Prefaciar este livro é u m a tarefa h o n r o s a e q u e realizo c o m m u i t o prazer. O e n g e n h e i r o civil E r c i o T h o m a z , a l é m d o g r a n d e a m i g o c o m o q u a l t e n h o c o n v i v i d o há m a i s d e 2 3 anos, p e s q u i s a d o r c o m p e t e n t e e r e c o n h e c i d o , t a m b é m é u m líder d e elevada c a p a c i d a d e d e trabalho profissional e esmerada sensibilidade h u m a n a q u e b e m c o n h e c e m aqueles q u e c o m o e u tiveram o privilégio d e trabalhar c o m ele durante anos e sob as mais diversas e difícies situações, tanto c o m o seu subordinado h i e r á r q u i c o n o I P T q u a n t o c o m o s e u orientador formal d e d o u t o r a d o na P O L I . Agora, para felicidade d o m e i o t é c n i c o , l)r. E r c i o d e c i d e p u b l i c a r este livro a b o r d a n d o nada m e n o s q u e "Tecnologia, G e r e n c i a m e n t o e Q u a l i d a d e na C o n s t r u ç ã o " . É u m tema tão abrangente que m u i tos p o u c o s p o d e r i a m escrever tão b e m q u a n t o ele. Me faz recordar d o s últimos a n o s de m i n h a f o r m a ç ã o profissional, na velha P O L I da Tiradentes, na d é c a d a de 7 0 . C o m o é tradição na E s c o l a P o l i t é c n i c a , t i n h a aulas c o m o s m e l h o r e s professores d o p a í s e m u i t o p r o v a v e l m e n t e os m a i s atualizados. Nessa é p o c a , p o u c o m a i s d e 2 5 a n o s atrás, construtivas, Gerenciamento c o m caminho crítico Tecnologia se c o n f u n d i a P E R T / C P M e Qualidade era c o m técnicas praticamente d e s c o n h e c i d a d o v o c a b u l á r i o t é c n i c o d o e n g e n h e i r o civil. I r o n i c a m e n t e o Brasil passava p o r u m a das m a i s altas taxas de c r e s c i m e n t o e investimento na infraestrutura d o país e c o m esses conceitos da época, vigentes na engenharia civil mundial e hoje claramente insuficientes para a o b t e n ç ã o d e obras c o m qualidade, foram c o n s t r u í d a s as grandes pontes, muitos viadutos, estradas, barragens, edifícios industriais, comerciais e 11111 sem número de edificações habitacionais através d e mega-programas nacionais patrocinados p e l o B N H , C E F , C O H A B s , I N O C C O P s , Prefeituras e b a n c o s hipotecários. Q u a n t o s problemas na é p o c a e c o m repercussões até hoje! Q u a n t o s insucessos! A sociedade brasileira p a g o u duas, tres vezes o acidente, a demolição, a c o r r e ç ã o das falhas e às vezes até a reconstrução total de certas obras. O s p e q u e n o s proprietários, aparente e inicialmente beneficiados pelos investimentos e m habitação de interesse social, e m pouc o s anos não encontravam mais recursos para fazer frente a gastos p r e c o c e s e excessivos de m a n u tenção jamais imaginada. N o fim da d é c a d a d e 7 0 foi i n t r o d u z i d o e i m p l a n t a d o 110 p a í s o c o n c e i t o d e "Avaliação d e D e s e m p e 11110", adaptação da "performance" d o s franceses, voltado p r i n c i p a l m e n t e para a análise dc processos construtivos inovadores. O I P T através da D i v i s ã o d e Edificações liderou a implantação desse programa n o país, na realidade mais q u e u m programa, tratava-se d e difundir 11111 c o n c e i t o revoluc i o n á r i o e m o d e r n o à é p o c a . N a q u e l e t e m p o o j o v e m e n g e n h e i r o E r c i o T h o m a z já c o o r d e n a v a c o m c o m p e t ê n c i a e brilho 11111 desses programas. Paralelamente, na P O L I , o s m e s m o s pesquisadores p u b l i c a v a m através d o D e p a r t a m e n t o d e Engenharia d e C o n s t r u ç ã o C i v i l várias dissertações d e mestrado e teses d e d o u t o r a d o s o b r e o tema. H o j e e m dia o assunto é a m p l a m e n t e c o n h e c i d o e d o m i n a d o pela engenharia civil m u n d i a l existindo i n c l u s i v e u m a organização internacional ' W F T A O World F c d e r a t i o n of T e c h n i c a l Asscssment Organization" q u e congrega mais d e 4 0 instituições e m 3 2 países, unificando critérios de d e s e m p e n h o e c r e d e n c i a n d o o r g a n i s m o s d e d i c a d o s à aprovação técnica d e p r o c e s s o s inovadores n a c o n s t r u ç ã o civil. A i n d a 11a d é c a d a d e 7 0 foi i n t r o d u z i d o o c o n c e i t o d c "Patologia e Terapia das C o n s t r u ç õ e s " , já c o n h e c i d o d e outros países d e s d e o s é c u l o passado. Mais q u e u m c o n c e i t o , tratava-se d e uma nova d i s c i p l i n a da engenharia civil, introduzida e m 1 9 7 9 n o s c u r s o s de E d u c a ç ã o C o n t i n u a d a da P O L I / F D T E e c o m o disciplina optativa n o q u i n t o a n o d e civil. N o I P T o tema era objeto d e Projetos e C o n v ê n i o s c o m o B N H e outros organismos. Várias dissertações d e mestrado e teses de doutorado foram p u b l i c a d a s , destacando-se c o m o u m a das pioneiras "Trincas e m Edificações" d e E r c i o T h o m a z , imediatamente p u b l i c a d a c o m o livro pela Editora Pini, c o m grande aceitação pelo m e i o t é c n i c o . I-ra p r e c i s o c o n h e c e r m e l h o r o q u e d e fato estava o c o r r e n d o c o m as obras d e engenharia civil q u e apresentavam tão curta vida útil. O esforço foi m u n d i a l e tanto a d é c a d a d e 8 0 q u a n t o principalmente a de 9 0 foram pródigas e m metodologias de i n s p e ç ã o e d e previsão d e vida útil. Atualmente está a m p l a m e n t e d i f u n d i d o o c o n c e i t o d e "Life C y d e Cost", ferramenta indispensável para análise e escolha a d e q u a d a d e u m c e r t o p r o c e s s o construtivo e x p o s t o a particulares c o n d i ç õ e s ambientais e d e uso. A c o n c e i t u a ç ã o abrangente da Q u a l i d a d e s ó foi introduzida 1 3 a n o s atras c o m a p u b l i c a ç ã o da série I S O 9 0 0 0 , e m fins d e 1 9 8 7 . A d a p t a d a e p u b l i c a d a e m 1 9 9 0 p e l a A B N T , através da N B R 9 0 0 0 , passou a ter a m p l a difusão na engenharia civil, s e n d o t a m b é m objeto d e dissertações e teses na P O L I . F i c o u mais clara a c o n c e i t u a ç ã o abrangente de G e s t ã o empresarial e a crise d o s a n o s 9 0 a u m e n t o u a c o n c o r r ê n c i a n o setor q u e v i s l u m b r o u na certificação I S O / N B R 9 0 0 0 da empresa, através d e u m a das várias o r g a n i z a ç õ e s d e C e r t i f i c a ç ã o da Q u a l i d a d e atuantes n o Brasil, um argum e n t o importante nas c o n c o r r ê n c i a s . A t u a l m e n t e programas n a c i o n a i s tipo Q I I A L I H A B e P B Q P - H fundamentam-se n o s p r i n c í p i o s d e qualidade d o sistema I S O 9000. T o d o s esses recursos t é c n i c o s e essa visão sistêmica, necessária ao b o m e x e r c í c i o profissional, estão disponíveis e tratados c o m c o m p e t ê n c i a e objetividade neste livro, tão b e m preparado pelo Dr. Ercio T h o m a z a partir d e u m a ampliação d o texto d e sua brilhante tese d e doutorado. Sua valiosa experiência profissional aliada às suas privilegiadas qualidades éticas e didáticas, enriquecidas c o m a apresentação d e vários estudos de caso e e x e m p l o s vividos, fazem deste livro u m a consulta obrigatória. O e n g e n h e i r o E r c i o r e ú n e aqui sua e x p e r i ê n c i a e v i s ã o clara d e q u e para obter qualidade d e v e existir u m b a l a n ç o equilibrado entre programas d e G e s t ã o p o r u m lado e treinamento, c o n h e c i m e n t o e d o m í n i o d e T e c n o l o g i a p o r outro. O resultado não p o d i a ser outro: u m a obra atual, original, prática e completa. U m a expressiva c o n t r i b u i ç ã o ao d e s e n v o l v i m e n t o e e v o l u ç ã o da engenharia civil n o país. Parabéns ao Professor E r c i o T h o m a z e felicitações ao meio t é c n i c o brasileiro q u e p o d e dispor d e obra tão interessante para b e m iniciar este milênio. ENGIiNHIURO PAULO UIÍI.ENIi Prof. Titular da Universidade de Selo Paulo PCC.USP Coordenador Internacional da Red Rehabllitar CYTED IDeputy Cbairman f/b (CF.R-FIP) Couimission 5 Structiiral Service I.f/e As/tecís Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção I Ercio Thomaz LISTA D E TABELAS 1-12 LISTA DE FIGURAS I - 14 INTRODUÇÃO I - 19 C A P Í T U L O I - PATOLOGIAS DA C O N S T R U Ç Ã O : CASOS T Í P I C O S 1 1.1 Problemas relativos às fundações e estruturas dos edifícios correntes 1 1.2 Problemas relativos às vedações, caixilhos e revestimentos 1 - 8 12 1.3 Problemas relativos aos pisos e impermeabilizações 30 1.4 Problemas relativos às instalações prediais elétricas e hidráulicas 36 C A P Í T U L O II - SISTEMA ISO 9.000 D E GESTÃO DA QUALIDADE 43 2.1 Conceituação e aspectos gerais da gestão da qualidade 43 2.2 Sistema ISO 9000 para gestão da qualidade 54 2.3 Aplicação das normas ISO 9(H)0 a obras e serviços de engenharia 65 2.4 Aplicabilidade das normas ISO 9000 para a construção civil brasileira 79 C A P Í T U L O III - QUALIDADE N O PROJETO E E X E C U Ç Ã O D E EDIFÍCIOS 93 3 . 1 Qualidade no projeto e na execução de fundações 100 3.2 Qualidade no projeto e na execução de estruturas de concreto armado 125 3 . 2 . 1 . T ó p i c o s sobre os mecanismos de degradação do concreto armado 129 3.2.2.Tópicos sobre concretos de alto desempenho ( C A D ) e aditivos para concretos 140 3.2.3. Medidas visando otimizar a durabilidade das estruturas de concreto 155 3.2.4. Qualidade no projeto das estruturas de concreto 167 3.2.5. Qualidade na execução das estruturas de concreto armado 187 3.3. Qualidade no projeto c na execução de alvenarias 197 3.3.1 Propriedades gerais dos componentes e das alvenarias 198 3.3.2 Qualidade no projeto e na execução de alvenarias estruturais 206 3.3 3 Qualidade no projeto e na execução de alvenarias de vedação 219 3.4. Qualidade no projeto c na execução de revestimentos em argamassa 233 3.5. Qualidade no projeto c na execução de revestimentos cerâmicos 248 3.6. Qualidade no projeto e na execução de impermeabilizações com manta asfáltica 260 C A P Í T U L O IV - C O O R D E N A Ç Ã O D E PROJETOS 269 C A P Í T U L O V - INOVAÇÕES T E C N O L Ó G I C A S NA C O N S T R U Ç Ã O 287 5.1. Avanços tecnológicos nos materiais e processos de construção 288 5 . 1 . 1 . Aço e componentes metálicos 288 5.1.2. Estruturas de concreto - 5.1.3- Fundações e estruturas de contenção 291 296 5.1.4. Paredes e divisórias ••• 298 5.1.5. Revestimentos e pinturas - 300 5.1.6. Caixilhos e envidraçamentos 305 5.1.7. Pisos 5.1.8.Telhados e forros 308 - 5.1.9. Impermeabilizações 310 • 312 5 . 1 . 1 0 . Sistemas prediais de água - 313 5 . 1 . 1 1 . Sistemas prediais de energia elétrica - 317 5.2. Avanços tecnológicos relativos aos equipamentos 318 5.2.1. Ferramentas e equipamentos para a construção de edifícios 318 5.2.2. Equipamentos e instalações especiais para edifícios 326 5.3. Racionalização da construção - 329 C A P Í T U L O V I - G E S T Ã O DA QUALIDADE NA EMPRESA C O N S T R U T O R A 331 6.1 Organização do sistema da qualidade 331 6.2 Recomendações para elaboração do manual da qualidade 344 6.2.1. Aspectos gerais 345 6.2.2. Administração 346 6.2.3. Planejamento 353 6.2.4. Projetos 360 6.2.5. Compras 365 6.2.6. Produção 371 6.2.7. Entrega da obra 381 6.3. Proposta para controle da qualidade de materiais c serviços na construção 383 6.3.1. Proposições para o eonlrole tia qualidade dos materiais e eoinpoiieiiies 384 6.3.2. Proposições para o controle da qualidade dos serviços 390 6.4. Recomendações gerais para implantação do Sistema da Qualidade 397 C O N S I D E R A Ç Õ E S FINAIS 407 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 427 A N E X O : Modelos de listas de verificação 441 Mesmo ostentando posição privilegiada no contexto mundial relativamente ao projeto e construção de grandes obras de engenharia, como barragens, hidroelétricas, pontes e metroviários, o Brasil ainda se defronta com sérios problemas de qualidade e produtividade na construção, fruto de diferentes causas. Na última década de 1900, de forma quase febril, verificou-se a adoção de sistemas e programas da qualidade por empresas construtoras, quase sempre voltados para a racionalização dos processos e aperfeiçoamento das práticas gerenciais. O sistema "ISO 9.000" tem sido utilizado, por boa parte das empresas, como espécie de "panacéia". A despeito dos sistemas de gestão da qualidade, têm-se verificado em nossas construções inúmeros casos de patologias, incluindo ruínas completas de edifícios. Parte considerável das falhas originam-se na subestimarão de ações, na incompatibilidade entre projetos, na especificação equivocada de materiais ou de processos, na inobservância de detalhes construtivos e no não atendimento de requisitos técnicos, às vezes os mais elementares. No presente trabalho pretende-se demonstrar que a evolução da qualidade da construção brasileira está dependendo, na mesma intensidade da verificada dedicação aos programas de gestão, da agregação de técnicas mais corretas tanto ao projeto como à execução das obras. C o m foco nos problemas mais freqüentemente observados, são expostas e analisadas várias soluções técnicas, atentando-se principalmente para os projetos dos edifícios e sua necessária coordenação. Propõe-se ainda que as construtoras passem a dispensar mais cuidados aos requisitos técnicos inseridos nos programas de gestão da qualidade, bem como intensificarem a adoção de modernas tecnologias na construção dos edifícios. ABSTRACT In spite of its rclative good know-how concerning design and construction of dams, bridges, highways and subways, Brazil still registers many troubles with qualitv and produetivity in building construction, mainly dwelling buildings. During last years of 1900, so many construction companies have been inseniinating qualitv programs, based on development of administration processes, planning and management actions. l he qualitv management according to "ISO 9.000" rules has been adopted in many companies like an "universal panacea". Althougli tlie quality programs implementation, so many pathologies have been reported in building construetions, including some cases of building collapses. Some failures could be attributed to actions misconsidcration, projects incompatibilities, bad specifications of materiais or processes, and sometimes no complain with most elementarv technical requirements. This work intends to demonstrate that the evolution quality of Brazilian constructions requires, in thc same importante levei of the management and quality processes, the adoption of good techniques of project and construction. Based on analysis of most importam pathological problems it is suggested several technical solutions, relating first of ali to projects and it s nccessary co-ordination. Under the management view, it is suggested thc adoption of a largcr number of technical requirements in thc quality programs. as wcll as the implementation of modern technologies in building construction. 'Iabcla 1: Instituições Técnicas / Organizações dc Aprovações Técnicas, pág. I • 21 Tabela 2: Organizações de Certificação de Produtos ou Sistemas da Qualidade atuando no Brasil, pág. I - 23 Tabela 3: Método para análise e melhoria de processos - MAMP, pág. 50 Tabela 4: Método 5 S para organização c higiene dos ambientes dc trabalho, pág. 52 Tabela 5 : 0 gerente tradicional c o gerente moderno, pág. 53 Tabela 6: Formas de garantia da qualidade abrangidas na normalização ISO 9000. pág. 57 Tabela 7: Riscos para o produtor e para o consumidor cm função da colocação no mercado de produtos não conformes, pág. 59 Tabela 8: Resumo dos custos envolvidos num sistema tia qualidade, pág. 60 Tabela 9: Características da construção civil, cm relação às indústrias seriadas, pág. 66 Tabela 10:Agentes intcrvcnicntcs na construção civil. pág. 67 Tabela 11: Desperdícios que podem ocorrer na construção civil. pág. 69 Tabela 12: Utilização do tempo por oficiais e serventes nos canteiros, pág. 70 Tabela 13: Responsabilidades dos atores num sistema dc garantia da qualidade, pág. 75 Tabela 14: Parâmetros para determinação do índice Potencial de Risco, pág. 87 Tabela 15: Recomendações complcmcntarcs para projeto de fundações por tubulõcs, pág. 116 Tabela 16: Recomendações complcmcntarcs para projeto de fundações por estacas, pág. 1 1 7 Tabela 17: Principais problemas observados nas estruturas dc concreto, pág. 128 Tabela 18: Efeitos do tipo dc cimento c da relação a/c na carbonatação, pág. 133 Tabela 19: Valores estimados do módulo de deformação de CADs. pág. 152 Tabela 20: Aditivos para concretos e possíveis efeitos colaterais, pág. 156 Tabela 21: Formas de proteção das armaduras nas estruturas de concreto, pág. 159 Tabela 22: Profundidade estimada da carbonatação para diferentes sistemas dc proteção tio concreto, pág. 162 Tabela 23: Coeficientes de dilatação térmica para concretos com diferentes agregados, pág. 171 'Tabela 24: Freqüências críticas de vibração dc estruturas de concreto, pág. 173 Tabela 25: Resistência dc elementos cm concreto armado sob ação do fogo, pág. 173 Tabela 26: Classes dc agressividade do meio cm relação às estruturas dc concreto, pág. 175 Tabela 27: Agressividade do meio visando a durabilidade do concreto, pág. 175 'Tabela 28: Agressividade tio meio ao concreto (condições cio micro-clinia), pág. 176 'Tabela 29:Agressividade do meio sobre as armaduras, pág. 177 Tabela 30: Correspondência entre classe tlc agressividade e qualidade do concreto, pág. 177 Tabela 31: Cobrimento nominal tia armadura em função da agressividade do meio, pág. 178 Tabela 32 - Relações fcj/fc admitidas pela NBR 6118/99. pág. 182 Tabela 33: Limites de flechas estabelecidos pela NBR 6118/99. pág. 183 Tabela 34: I.imites tle flechas recomendados pelo IPT. pág. 184 Tabela 35: Períodos mínimos de cura para concretos tle cimento Portland. pág. 192 Tabela 36: Fatores de correção para os períodos mínimos tle cura do concretos, pág. 193 Tabela 37: Características tcrmoacústicas tlc paredes constituídas por blocos vazados, pág. 204 Tabela 38: Resistência ao fogo tlc paredes constituídas por blocos vazados, pág. 205 Tabela 39: Isolação acústica dc "drv-walls" cm gesso c estrutura dc aço. pág. 205 Tabela 40: Espaçamentos máximos para juntas tle controle cm alvenarias, pág. 212 'Iabcla 4l - Traços indicativos para argamassas dc assentamento, pág. 217 Tabela 42:Traços indicativos de argamassas para execução de alvenarias de vedação, pág. 229 Tabela 43:Traços recomendados para argamassas de revestimento, pág. 240 Tabela 44: Tipos dc argamassas dc revestimento, pág. 241 Tabela 45: Argamassas dc revestimento recomendadas para diferentes tipos dc obras, pág. 242 Tabela 46: Caimcntos recomendados para os pisos das edificações, pág. 249 Tabela 47: Pisos - distâncias máximas recomendadas entre juntas de movimentação, pág. 252 Tabela 48: Recomendações para a especificação de placas cerâmicas para piso, pág. 253 Tabela 49: Imersão recomendada para peças cerâmicas, pág. 259 Tabela 50: Falhas típicas de projetos apontadas por empresas construtoras, pág. 271 Tabela 51: Características das diferentes modalidades dc coordenação de projetos, pág. 277 Tabela 52: Exemplos dc interferências entre projetos ou elementos de uma obra. pág. 281 Tabela 53: Avanços na tecnologia dos aços (perfis, chapas c vergalhões), pág. 289 Tabela 54: Avanços na tecnologia das estruturas dc concreto, pág. 292 Tabela 55: Avanços na tecnologia dos caixilhos c envidraçamentos, pág. 306 Tabela 56: Avanços na tecnologia dos pisos. pág. 309 Tabela 57: Avanços na tecnologia dos sistemas prediais dc água, pág. 314 Tabela 58: Equipamentos c ferramentas para a construção dc edifícios, pág. 3 1 9 Tabela 59: Indicadores "grosseiros" para o transporte vertical dc materiais, pág. 322 Tabela 60: Considerações para escolha e posicionamento de elevadores e gruas. pág. 324 Tabela 61: Organização do Sistema da Qualidade cm Construtoras, pág. 332 Tabela 62:Tomada de decisão sobre necessidade de programa dc gestão, pág. 334 Tabela 63: Lista dc análise dc problemas relativos aos recursos humanos, pág. 337 Tabela 64: Lista dc análise de problemas relativos â produção, pág. 337 Tabela 65: Lista dc análise dc problemas relativos aos projetos, pág. 338 Tabela 66: Lista dc análise - incidência freqüente dc problemas patológicos, pág. 338 Tabela 67: Roteiro para resolução dc problemas, pág. 340 Tabela 68: Produção dc informações num sistema eficiente dc comunicação, pág. 349 Tabela 69: Lista dc verificação para arquivamento de documentos, pág. 350 Tabela 70: Lista dc verificação para a qualidade geral do empreendimento, pág. 355 Tabela 71 • Lista de verificação: "Identificação de riscos", pág. 357 Tabela 72: Arcas necessárias para cstocagcm dc alguns materiais dc construção, pág. 373 Tabela 73: Exemplo dc procedimento dc execução: marcação da obra. pág. 376 Tabela 74: Exemplo dc procedimento de execução: assentamento de azulejos, pág. 377 Tabela 75: Planilha para previsão das Interferências entre serviços, pág. 379 Tabela 76: Relação de materiais e estratégias para controle da sua qualidade, pág. 386 Tabela 77: Modelo de ficha para controle do recebimento dc azulejos, pág. 388 Tabela 78: Modelo de ficha para controle do recebimento de janelas de aço, pág. 389 Tabela 79: Importância relativa dos controles na execução dc obras. pág. 391 Tabela 80: Modelo dc ficha para controle da execução dc alvenaria estrutural, pág. 396 Tabela 81: Cuidados a serem observados nos sistemas c planos da qualidade, pág. 403 Figura 1: Linha de tubulôcs apoiados cm aterro c cm solo natural: na sondagem não sc conseguiu detectar horizonte dc separação, já que o aterro havia sido executado com o mesmo solo natural, pág. 2 Figura 2: Recalques das fundações cm função do desconfinamento do solo. pela construção de edifício vizinho, pág. 3 Figura 3: Atuação de força horizontal nos elementos da fundação, pela instabilização dc taludc, pág. 4 Figura 4: Ruptura de alvenaria de vedação: deslocamento na base da parede estrutural, em função da rotação de estaca não contraventada na direção transversal da obra, pág. 4 Figura 5: Estaca mista aço / concreto: ruptura da fundação por flambagem da parte metálica, cm trecho totalmente dcsconfinado, pág. 5 Figura 6: Falta dc verticalidade de estaca metálica e de estaca pré-fabricada de concreto (com emenda), pela presença de matacõcs no solo, pág. 5 Figura 7: Flexibilidade tia estrutura de concreto armado: fissuras e destacamentos na alvenaria pela flecha desenvolvida na extremidade do balanço, pág. 7 Figura 8: Estrutura pilar-lajc: logo no início do carregamento, flechas nas extremidades dos balanços provocam fissuração das alvenarias presentes nessas regiões, pág. 8 Figura 9: Estrutura pilar-lajc: passado algum tempo do carregamento, lajes apoiam-se nas paredes laterais: aumentam as flechas nos centros dos vãos, provocando fissuração das alvenarias presentes nessas regiões, pág. 8 Figura 10: Conjugação de laje zero e contra-flccha: redução da altura útil da laje na seção de maior momento c aumento tia flecha no centro do vão. pág. 9 Figura 11: Alvenaria estrutural: fissuras nos vértices dc aberturas e destacamentos nos encontros entre paredes ancoradas com juntas a prumo, pág. 11 Figura 12: Alvenaria estrutural: fissuras causadas por concentração de tensões, decorrente da proximidade das aberturas de janelas, pág. 11 Figura 13: Alvenaria estrutural: fissuras horizontais decorrentes da retração das lajes dc concreto armado, pág. 12 Figura 14: Alve naria estrutural:fissurahorizontal na base da parede em função da flexibilidade da laje de concreto armado, pág. 12 Figura 15: Ligação pilar x alvenaria com tela metálica: a tela cncurvada trabalha como "mola", não colaborando cm nada para evitar destacamentos, pág. 14 Figura 16: Esquema "alternativo" de ligação pilar x alvenaria com tela de estuque: destacamentos generalizados em quatro edifícios de 12 pavimentos. pág. 15 Figura 17: Contraverga cm iramos pré-moklados: desempenho inferior àquele verificado para as contra-vcrgas continuas, pág. 16 Figura 18: Quadro de concreto armado no contorno do vão dc janela: fissuras transferidas dos vértices da janela para os vértices do quadro, pág. 17 Figura 19: "Junta de controle" em alvenaria dc blocos de concreto celular, acabamento com argamassa rígida de cimento, cal hidratada c areia, pág. 18 Figura 20: Barra dc chapisco embutida na argamassa de revestimento, ao invés de constituir barreira de dissipação do fluxo de água. pág. 20 Figura 21: Pela proximidade das casas, as águas que fluem do telhado atingem a parede da edificação vizinha, pág. 20 Figura 22: Danos no revestimento cerâmico da parede, pelo desenvolvimento de flecha na extremidade do balanço da viga. pág. 23 Figura 23: Janela faccando paramento da fachada, pág. 25 Figura 24: Drenagem da água incidente sobre janela de correr diretamente para o interior da parede eiv alvenaria aparente de blocos vazados, pág. 26 Figura 25: Acúmulo de água na travessa inferior de janela basculantc, pág. 26 Figura 26: Puxador da guilhotina pode prender c ferir o dedo do usuário, pág. 29 Figura 27: Corrosão cm frestas, gerada pelo projeto da porta c da veneziana, pág. 30 Figura 28: Furo dc drenagem na parede, cm função do caimcnto invertido do piso. pág. 31 |-14 Figura 29: Solapamcnto do aterro ao lado da calçada lateral de unidade térrea, pág. 32 Figura 30: Destacamento tia platibanda pela dilatação térmica do piso, sem a presença de juntas de dessolidarização 110 encontro piso / parede, pág. 33 Figura 31:Fissuração de a/ulejos na borda da piscina, dilatação térmica do piso. pág. 33 Figura 32: Falhas de projeto ou incompatibilidades entre projetos, dificultando execução da impermeabilização e facultando a ocorrência de falhas, pág. 35 Figura 33: Danos à camada de impermeabilização, cm função de recalques diferenciados entre corpo do edifício c corpo das garagens, pág. 36 Figura 34: Diagrama conceituai para definição da qualidade, pág. 45 Figura 35: Fluxograma para controle da qualidade e certificação da conformidade, pág. 46 Figura 36: Círculo de Dcming: retro alimentação da qualidade, pág. 49 Figura 37: Método de resolução de problemas e melhoria de processos, pág. 51 Figura 38: Influência dos intervenientes para a ocorrência de problemas na construção, pág. 51 Figura 39: Balanço de custos - investimento em qualidade x custos das falhas, pág. 61 Figura 40: A nova forma de composição do preço de venda de um produto, pág. 6l Figura 41: Ciclo da qualidade - desde a pesquisa de mercado até a utilização e assistência técnica, pág. 63 Figura 42: Visão geral: aspectos a serem considerados num sistema da qualidade, pág. 6-1 Figura 43: Aspectos e atores envolvidos num sistema da garantia tia qualidade, pág. 74 Figura 44: Causas de acidentes no trabalho na construção civil brasileira, pág. 83 Figura 45: Matriz de Herzberg adaptada, para aquilatar a satisfação profissional, pág. 90 Figura 46: Transmissão de pressões à camada compressível profunda, pág. 102 Figura 47: Gráficos teóricos pressão x recalque de sapatas em argilas ou areias, pág. 109 Figura 48: Recalques/distorções angulares e seus prováveis efeitos nos edifícios, pág. 110 Figura 49: Juntas nos corpos dos edifícios para prevenir a ocorrência de fissuras induzidas por recalques diferenciados das fundações, pág. 1 1 3 Figura 50: Junta na superestnitura. em função de diferenças de cotas no arrasamento das fundações, pág. 114 Figura 51: Limite de declividade entre blocos ou sapatas escalonadas, pág. 118 Figura 52: Resistência à compressão e profundidade tia camada carbonatada para concretos produzidos com cimento cujo teor de álcalis foi intencionalmente aumentado, pág. 135 Figura 53: Expansão volumétrica do ferro metálico em função da corrosão, pág. 136 Figura 54: Diagrama tia zona tle transição e tia matriz de pasta de cimento 110 concreto: no contato agregado/pasta maior porosidade c maior concentração de CH / CAH. pág. 141 Figura 55: Rcsistividadc elétrica de pastas e argamassas dosadas com superfluidificantc à base tle polinaftalcno sulfonado, pág. 144 Figura 56: Variação tio módulo de deformação com a idade tios concretos, pág. 150 Figura 57: Módulo tle deformação x resistência à compressão de concretos de alto desempenho, segundo diferentes estlmatlores, pág. 152 Figura 58: Redução do efeito de aditivo superfluidificantc com o passar do tempo. pág. 154 Figura 59: Ffeitos da adição de CaCO, ao cimento e das condições tle cura na absorção tle água inicial do concreto, pág. 158 Figura 60: Cobrimcnto mínimo das armaduras cm função da vida útil projetada e do avanço tias frentes de carbonatação (CIO a C50: f.k aos 28 dias), pág. 163 Figura 61: Cobrimcnto mínimo das armaduras em função da vida útil projetada e do avanço das frentes tle cloretos (CIO a C50: ffcaos 28 dias), pág. 163 Figura 62: Detalhes de projeto visando impedir fissuração. acúmulo ou escorrimento de água em componentes das estruturas de concreto armado ou protendido, pág. 166 Figura 6.3: Curvas-limite freqüência de vibração x flechas, visando prevenir desconforto causado por vibrações cm 1-15 lajes dc piso (Bcckcr u2 ), pág. 172 Figura 64: Cocfieicntcs de carga para o componente horizontal da estrutura, com cimbramcnto dois ou três pavimentos abaixo da concretagcm, pág. 180 Figura 65: Desenvolvimento das flechas ao longo da construção, pág. 181 Figura 66: Exemplo de junta tle retração cm parede dc concreto armado, visando induzir a ocorrência tia fissura na seção com enfraquecimento da seção tlc concreto (cerca dc 20%) c na seção tlc armadura (cerca tlc 5056), pág. 186 Figura 67: Componentes especiais para encontro entre paredes, pág. 201 Figura 68: Componentes especiais para encontro entre paredes, pág. 201 Figura 69: Sensação tio ouvido humano: curva dc equivalência entre pressão c freqüência, pág. 202 Figura 70: Variação aproximada dc Ia com a massa da parede c a freqüência do som aéreo. pág. 203 Figura 71: Resistência à compressão da alvenaria em função da resistência à compressão da argamassa: blocos vazados tlc concreto e tlc cerâmica, respectivamente, pág. 209 Figura 72: Vergas e contravergas continuas cm alvenaria com grande número tlc aberturas, pág. 209 Figura 73: Interação entre alvenaria estrutural e viga tlc transição, pág. 210 Figura 74: Juntas a prumo: ligações com ferros embutidos nas juntas tlc assentamento e rejuntamento externo com selantc flexível, pág. 212 Figura 75: Execução de junta tle controle cm alvenaria, pág. 213 Figura 76: Apoio deslizante e junta tlc retração provisória cm laje tlc cobertura, pág. 214 Figura 77: Encabcçamcnto dos blocos, pressão no assentamento, controle tio nível das fiadas e do prumo das paredes, pág. 219 Figura 78: Ligações entre alvenarias c pilares com auxílio dc blocos tipo canalcta e tela metálica, pág. 221 Figura 79: Encunhamcnto tle parede com o emprego tle tijolos de barro cozido, meio blocos ou blocos tipo canalcta. pág. 222 Figura 80: Vergas, contra vergas e coxins dc distribuição no contorno de vãos. pág. 224 Figura 81: Último pavimento: detalhes construtivos para evitar ocorrências tlc fissuras c destacamentos nas paredes, pág. 225 Figura 82: Detalhes de ligação das alvenarias com viga ou laje muito dcformávcl, pág. 226 Figura 83: Ligações entre alvenarias e pilares, recomendadas para estruturas flexíveis, pág. 227 Figura 84: Tratamento arquitetônico dc fachada, moldagcm da argamassa tle revestimento, pág. 234 Figura 85: Tratamento tle cantos vivos cm revestimento de paredes com argamassa, pág. 235 Figura 86: Rotlapé constituído pela dobra tle piso cimentado na base tia parede, pág. 236 Figura 87: Reforços do revestimento cm argamassa com o emprego tle tela metálica, pág. 236 Figura 88: Secagem das argamassas: influência da espessura da camada do revestimento, pág. 245 Figura 89: Secagem das argamassas: influência tia porosidade e capilaridade tle diferentes substratos, pág. 245 Figura 90: Influência da porosidade do substrato na aderência com a argamassa, pág. 246 Figura 91: Secagem por absorção capilar: influência da espessura da parede do bloco. pág. 246 Figura 92: Exemplo de paginação de piso.com indicação dc cotas,caimcntos, pontos de esgoto, juntas de dcssolidarização e sentido do assentamento das placas, pág. 250 Figura 93: Junta tle dcssolidarização no encontro com obstáculos verticais, pág. 251 Figura 94: Juntas tle movimentação intermediárias cm pisos. pág. 252 Figura 95: Exemplo de paginação tlc revestimento cerâmico tle parede, com indicação de tampo tle pia. pontos dc água. esgoto e energia, pág. 258 Figura 96: Arredondamento tle cantos e sentido tia sobreposição cm sistema tle impermeabilização constituído por mantas pré-fabricadas. pág. 261 Figura 97: Encontros da impermeabilização respectivamente com tubo emergente, ralo. solcira c base tlc antena ou pára-raios instalados em laje tle cobertura, pág. 262 Figura 98: Blocos com menor largura nas primeiras fiadas, para embutimento das mantas, pág. 263 Figura 99: Encontro da impermeabilização com platibanda, pág. 263 Figura KM): Alargamento na entrada da prumada, para evitar redução da seção tio tubo. pág. 264 Figura 101: Detalhe da impermeabilização no encontro dc marquisc com a estrutura, pág. 264 Figura 102: Ponte na camada de impermeabilização, sobre junta de dilatação da estrutura, pág. 264 Figura 103: Arremate da impermeabilização no encontro com tubo emergente, pág. 267 Figura 104: Coordenação de projetos: desenvolvimento simultâneo dos projetos, interação entre os projetistas c interação com a produção, pág. 272 Figura 105: Conceito do ICADS • "Intcllcgcnt Huilding Dcsign System" (Pohl). pág. 279 Figura 106: Estrutura mista aço / concreto: chapas com função de fôrma, armadura c acabamento; instalações embutidas nos vazios das chapas dobradas (Fonte: Centria - EUA), pág. 290 Figura 107: Painéis sanduíche: faces pintadas com fluorcarbono, miolo em espuma de isocianureto. Bobinas dc chapas galvanizadas dc aço para cobertura (sistema "roll-on"). pág. 290 Figura 108: Edifício Plaza Centenário - São Paulo: fachadas totalmente revestidas com painéis dc alumínio composto (Fonte: Revista Téchne n° 22 - maio/junho 1996). pág. 291 Figura 109: Fôrmas para estruturas de concreto: chassi de alumínio e apoios telescópicos. Caixões recuperáveis em PVC (Fontes:Topcc c Atcx. respectivamente), pág. 293 Figura 110: Fôrma para concretagcm simultânea de paredes e lajes (sistema túnel - fonte: Construtora Sergus). pág. 293 Figura 1 1 1 : Içamcnto de painel pré-fabricado para paredes e painel extrudado dc concreto para pisos, pág. 294 Figura 112: Pós-tcnsão dc laje com sistema não aderente, pág. 295 Figura 113: Desempc nade ira de cabo longo e desempenadeira giratória para o acabamento de lajes de concreto, pág. 295 Figura 114: Grautc industrializado não retrátil. pág. 296 Figura 115: Elementos dc fundação que associam a resistência de ponta com o atrito lateral (a - radicr sobre estacas, b - estaca "T~, c - "estapata"), pág. 297 Figura 116: Contenções: a) Gabiòcs: b) Sacos com concreto ou solo-cimcnto: c) Pré-moldados dc concreto: ü) Cortina cravada; e)Tcla metálica + concreto projetado; 0 Cortina atirantada; g) Parede diafragma. pág. 297 Figura 117: Sistema construtivo cm painéis de F.PS, telas metálicas c microconcreto projetado, pág. 299 Figura 118: Estrutura rcticulada de perfis metálicos c fixação dc painéis dc concreto, rocha ou cerâmica, constituindo a fachada ventilada, pág. 300 Figura 119: Divisória "dry \vaH"em estrutura metálica e painéis de gesso acartonado, pág. 300 Figura 120: Revestimento de paredes com projeção mecânica dc argamassa ou gesso, pág. 301 Figura 121: Revestimentos de parede: argamassas texturizadas c quartzo pigmentado, pág. 301 Figura 122: Revestimento de fachada com "sidings" dc PVC estabilizado com aditivos absorvedores dc raios UV c elementos ignífugos, pág. 302 Figura 123: Emulsâo acrílica com pigmentos cncapsulados, pág. 305 Figura 124: Caixilhos dc PVC: cortes cm janela dc correr c janela de enrolar, pág. 306 Figura 125: Janela veneziana em madeira.com mecanismo cm alumínio permitindo rcgulagcm das palhetas. pág. 307 Figura 126: Janela de enrolar em alumínio, motorizada, pág. 307 Figura 127: Fachada "pele dc vidro", com vidro laminado reflexivo, pág. 307 Figura 128: Vidro duplo, para isolamento tcrmoacústico, pág. 308 Figura 129: Piso suspenso c argamassa alto-nivclante. pág. 3 1 0 Figura 130: Piso esportivo cm manta de poliuretano c placas intertravadas coloridas na massa, pág. 310 Figura 131: Cobertura em chapas de policarbonato curvadas a frio. pág. 3 1 1 Figura 132: Subcobertura em plástico alveolar, pág. 3 1 1 Figura 133: Perfis extrudados em PVC para forro e placas com cunhas anccóicas para absorção acústica, pág. 3 1 2 Figura 134: Dispositivo anti-infiltração, no encontro com ralo. pág. 3 1 3 Figura 135: Caixa de distribuição ("Manifold") e tubos de polictilcno no interior de bainhas em PVC corrugado, pág.315 Figura 136: Dispositivo anti-retorno dc espuma, pág. 3 1 6 Figura 137: Coletor sifònico de águas pluviais, pág. 316 Figura 138: Grelha cm l'VC. pág. 316 Figura 139: Coletor solar domiciliar c painel de silício para energia fotovoliaica. pág. 318 Figura 140: Microcscavadora c mini pá carregadeira, para abertura de pequenas valas c movimentação dc material a granel, pág. 319 Figura 141: Monta-cargas tclcscópico e mini-grua. pág. 320 Figura 142: Balancim elétrico e plataforma hidráulica, para transporte vertical de trabalhadores, pág. 320 Figura 143: Robô para a montagem de painéis pré-fabricados. pág. 321 Figura 144: Equipamentos para projeção, bombeamento e acabamento de concreto ou argamassa, pág. 322 Figura 145: Equipamentos para controle geométrico dos serviços: nível alemão, nível laser, nível/prumo para arestamentos. nível eletrônico e trena digital, pág. 325 Figura 146: Aparelho F - Numbcr. pág. 326 Figura 147: Caixas de massa cncaixávcis e carrinho para transporte tias caixas; carrinho projetado para o transporte dc blocos cerâmicos em pallcts. pág. 330 Figura 148: Montagem do sistema da qualidade pela empresa, pág. 333 Figura 149: Proposta para organização do Manual da Qualidade da empresa construtora, pág. 345 Figura 150: Concepção de empreendimentos - estudos prévios c fatores condicionantcs, pág. 356 Figura 151: Influência da tecnologia e racionalização no processo construtivo, pág. 359 Figura 152: Processo de geração de projetos de obras: forma coordenada e simultânea, pág. 364 Figura 153: Processo de compra de materiais e contratação de subempreiteiros, pág. 367 Figura 154: Gráfico de balanço - acompanhamento físico da obra. pág. 380 Figura 155: Diagrama dc Parctto • relação entre variáveis e resultados dos processos, pág. 383 Figura 156: Percentuais dc custos dos materiais para construção de edifícios habitacionais de quatro pavimentos ( C D H U / S P ) , pág. 384 Figura 157: Sistema flexibilizado de planos dc controle da produção, pág. 394 Figura 158: Fluxograma constando os diferentes aspectos a serem considerados 110 plano da qualidade dc um empreendimento. pág. 401 Figura 159: Fluxograma / planejamento genérico de ações adotado pela Shimi/.u Corporation, com vistas â preparação para uma construção, pág. 402 Figura 160: Visão dos objetivos e metas: necessária para todos os colaboradores da empresa, pág. 405 Figura 161: Opinião de empresas inglesas certificadas sobre a eficiência da certificação, pág. 419 INTRODUÇÃO O tema "patologia e qualidade na construção" assume cada vez maior importância, não se podendo aceitar o elevado nível de prejuízos materiais decorrentes de problemas que se manifestam nas edificações. As economias pretendidas com sistemas de fundações que induzem excessivas pressões nos terrenos, com super estruturas extremamente flexíveis e com alvenarias ou revestimentos acentuadamente delgados,dentre outras medidas"racionalizadoras" da construção, têm originado diversos desarranjos em obras, repercutindo diversas vezes em prejuízos muito superiores à economia almejada. É inconcebível que ainda ocorram em nosso país desabamentos de edifícios ou partes deles, mutilando pessoas, ceifando vidas e colocando em dúvida a própria qualidade da engenharia nacional. Grande número de instituições técnicas nacionais, estrangeiras e internacionais de há muito vêm concentrando esforços nos temas "patologia" e "qualidade" das construções, assuntos extremamente relacionados com a "normalização técnica","avaliação de desempenho", "sistemas de aprovação técnica","processos de certificação" e "gestão da qualidade". De início, pode-se afirmar que os problemas da qualidade na construção brasileira não podem ser atribuídos à falta de geração de conhecimentos técnicos. A análise de um número muito grande de documentos revela que os trabalhos nacionais apresentam, em geral, nível equivalente aos melhores trabalhos estrangeiros ou internacionais. Na geração deste conhecimento, destacam-se equipes de diversas universidades e institutos de pesquisas, como o IPT de São Paulo, CIENTEC do Rio Grande do Sul, Escola Politécnica da USP, Universidade Federal de São Carlos, Escola de Engenharia de São Carlos / USP, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU / USPXOPPE - Universidade Federal do Rio de Janeiro, NORIE - Universidade Federal do Rio Gr.mde do Sul e outros. No campo da especialização de profissionais em sistemas da qualidade, além de cursos oferecidos nos departamentos de engenharia de produção de várias universidades, algumas fundações vêm realizando importantes trabalhos no Brasil, merecendo destaque a Fundação Carlos Alberto Vanzolini (São Paulo), e a Fundação Christiano Ottoni (Belo Horizonte). Mundialmente, além dos estudos tecnológicos de materiais, processos e técnicas construtivas, verifica-se a tendência dos centros de pesquisa atuarem na certificação cia conformidade dc materiais e cm processos de aprovação técnica de componentes e sistemas construtivos inovadores.Tais processos de aprovação, segundo Cavam1 inspirados no sistema francês de "avis technique", baseiam-se na verificação do atendimento do produto a requisitos e critérios de desempenho, concomitantemente à aprovação do sistema da qualidade adotado pelo produtor. Mitidieri- relata que diversas instituições já implantaram tais processos. Com a principal finalidade de homogeneizar os critérios para concessão e mútuo reconhecimento das aprovações técnicas, no ano de 1996 foi criada a WFTAO - World Federation ofTechnical Assessment Organizations, indicando-se na Tabela 1 a relação das instituições que a integram, bem como outros institutos que operam os processos de aprovação de produtos ou sistemas para a construção civil. Relativamente à certificação de sistemas da qualidade, nos moldes das normas ISO 9.000, já existe número bastante significativo de certificadoras atuando no Brasil (Tabela 2), conforme levantamento realizado por Kiss5. Algumas dessas organizações também atuam com a certificação de produtos. ' CAVAM. G. R. O Certificado d c H o m o l o g a ç ã o c o m o Instrumento para o Controle da Qualidade d e Produto* c Sistemas Construtivos Inovadores. Sâo Paulo, 1989. Xlp. Dissertação (Mestrado) • Ivwot» Politécnica, Universidade de São Paulo. 2 " MITIDII .Kl 1-11.11< ), ( 1 V. Avaliação de D e s e m p e n h o de C o m p o n e n t e s c E l e m e n t o s Construtivos Dcs-tinado* a Habitações — Proposições Especificas ã Avaliação do D e s e m p e n h o Estrutural. São Paulo, 1998.218p Tese dc Doutorado apresentada à Escola Politécnica tia Universidade ik: São Paulo. KISS. P. Resultados na Obra. Reportagem p p 18-25, Tcclinc - Revista dc Tecnologia d i Construção N ° .VI. Fali tora Pini. maio/junho 1998. País Organização Técnico responsável Continente europeu EOTA - European Organization íor Technical Approvals Paul CALUWAERTS 32/2.502.38.14 (fax) UEAtc - Union Européene |X>ur l'Agrémenl technique dans Ia construcción Emile FARHI 1 - 45 25 61 51 (fax) Alemanha DIBt - Deutsches Institut für Bautechnik* H. G. MEYER 49 30.264.87.320 (fax) Áustria FGW - Forscluingsgesellschaft für Wohnen, Bauen und Planen Bélgica UBAtc - Union Belge |>our 1'Agrément technique dans Ia construction Dinamarca SBI - Statens Byggeforsknings Institut L. BUSSCHAERT 322 / 287.31.51 ETA - Danmark* lETcc - Instituto de Ciências de Ia Construción Eduardo Torrojn* Antonio BLÁZQUEZ 34 - 1 30 20 700 (fax; ITEC - Instituto de Tecnologia de Ia Construcción de Catalunya Joaquim MARTELL 343 - 300 48 52 (fax) Finlândia VTT - Valtion Teknillinen Tutkimuskeskus* Markku SALUSJARVI 358 0 460 419 (fax) França CSTB - Centre Scientifique et Technique du Batiment* Perrie FRANÇOIS 3 3 - 1 - 4 5 - 2 5 - 6 1 - 5 1 (fax) Holanda SBK - Stichting Bouwkwaliteit Hungria ÉMI - Építésügyi Minóségellenórzó Intézet* Irlanda IAB/EOLAS - Irish Agrement Board - National / Standards Authority of Ireland Itália ICITE - Istituto Centrale |)or 1'lndustrializzazione e Ia Tecnologia Edilizia* Noruega NBI - Norgcs Byggforskningsinstitut Polônia ITB - Instytut Techniki Budowlanej* Jadwiga A. TYVOREK 48-22 25.52.86 (fax) Portugal LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil* J. V. PAIVA 351/1-849-76-60 (fax) Reino Unido BBA - British Board oí Agrement* P. C. HEWLETT (01923) 662133 (fax) Suécia SBA - Sventsk Byggodkannande Ab RO PA Espanha D U J Zoltán GEREBEN Inst. de C.Q. de Edifícios Giulio BALLIO 392-982 800 88 (fax) (•) instituições associadas a WFTAO - World Federation of Technical Assessment Organizations Tecnologi.i, Gerenciamento e Qualidade na Construção | Ercio Tliomaz 1-21 País Organização Técnico responsável Canadá C C M C - Canadian Construction Materials Centre* J. F. BERNDT [email protected] EUA HITEC - Highway Innovative Technology Evaluation Center* J. Peter KISSINGER hitec@cerf .asce.org ICBO ES - International Conference of Building Officials Evaluation Service* John NOSSE 310/695.4694 (fax) NES - National Evaluation Services, Inc.* Tom FROST [email protected] Argentina INTI / DC - Instituto Nacional de Tecnologia Industrial - Conslrucciones Rubén Alberto FELIX [email protected] Brasil IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo SA* Marco Antonio D'Elia Cláudio V. Mitidieri F lho Chile IDIEM - Instituto de Investigaciones y Ensayes de M i teria les China CBTDC - China Building Technology Development Center índia CBRI - Central Building Research Instituto R. N. IYENGAR [email protected] Israel NBRI - National Building Research Instituto* Rachel BECKER [email protected] u< ÁSIA Oi Sll - The Slandards Inslitut of Israel Ia pão BCJ - Building Center oí Japan* BRI - Building Research Institute* CBL - Center ot Better Living* HOWTEC - Japan Housing and Wood Technology Center* 5'JL África do Sul U— < Austrália < Z < LU 1-22 u Nova O Zelândia ASA - Agrement South África* Joop van VVAMELEN va nwamel @ bou tek. csi r.co.za SABS - Suid-Aírikaanse Buro vir Standaarde 1. M. BENNIE (2712) 344 1568 (fax) ABSAC - Australian Building Systems Appraisal Council* Barry SCHAFER [email protected] CSIRO/DBCE - Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization - Building Construction Engineering Paul WILLIANS [email protected] BIA - Building Industry Authority John HUNT (64-4) 471 0798 (fax) BTL - Building Technology Limited* Dennis WAPLE (64-4) 235 6070 (fax) (•) instituições associadas a WFTAO - World Fcderation of Technical Assessment Organizations Tabela 2 : O r g a n i z a ç õ e s de Certificação d e Produtos ou Sistemas da Q u a l i d a d e atuando no Brasil Organização ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - Certificação ABS - Group Services do Brasil BRTUV - Avaliações da Qualidade BSI - British Standards Institution BVQI - Bureau Veritas Quality International CCB - Centro Cerâmico do Brasil DNV - Det Norske Veritas DQS do Brasil FCAV - Fundação Carlos Alberto Vanzolini Gennanishcr Lloyd do Brasil IFB - Falcão Bauer Instituto da Qualidade IRAM - Instituto Argentino de Racionalización cie Materiales LRQA - Lloyds' Register Quality Assurance NSAI - National Standards Authotity oí Ireland SCS ICS Certificadora SQS - Schweiz Vereiningung für Qualitatssicherungzertifikate TUV Bayern Brasil UCIEE União Certificadora UL - Underwriters Laboratories Observa-se que os problemas das construções brasileiras resultam de grande conjugação de fatores, podendo-se citar principalmente a falta de investimentos, a impunidade que vigora no país e a visão empresarial distorcida de alguns "homens de negócio". Mais do que simples negócio, construir, se para alguns é uma ciência, para outros chega a ser uma arte. Diversos fatores relevantes contribuem ainda para esta situação, como a péssima remuneração dos profissionais de projeto e de construção, um certo obsoletismo nos currículos e o ensino compartimentado nas várias disciplinas dos cursos de arquitetura e engenharia civil, a falta de divulgação de estudos aplicados sobre as patologias dos edifícios, a pouca reciclagem técnica de nossos engenheiros e o relativo desvirtuamento da atuação dos engenheiros de obras, quase sempre sobrecarregados com funções burocráticas, administrativas e às vezes até de "marketing". A análise cuidadosa das causas revela que muitos dos problemas constatados nas nossas construções poderiam ter sido evitados com a adoção dc conhecimentos já consagrados da físico-química, da mecânica dos solos ou da teoria da elasticidade, revelando-se às vezes diferenças pronunciadas entre a concepção dos projetos e o funcionamento real d;is obras, entre o desempenho almejado e a resposta em serviço de alguns materiais de construção, entre a vida útil prevista e a vida útil efetiva de muitas edificações. A atual construção em muito se difere da construção de vinte ou trinta anos atrás.As estruturas são muito mais esbeltas, os concretos e os aços muito mais resistentes. Racionalizam-se os processos construtivos, a construção é mais leve, muito mais sujeita, por exemplo, a variações térmicas e higroscópicas, ou à ação do vento. Há intensiva diversificação dos sistemas de fundações, adoção de técnicas refinadas de cálculo estrutural, desenvolvimento de modelos de transmissão de som e transmissão de calor, novas concepções de sistemas prediais de água, energia, detecção de incêndios e comunicações. Novos materiais vêm sendo paulatinamente incoqx)rados às nossas construções, como os polímeros, os concretos de alto desempenho, os blocos encaixáveis para alvenarias, as madeiras contraplacadas para assoalhos, os revestimentos à base de resinas sintéticas, os painéis pré-fabricados para fachadas e as paredes industrializadas com montagens a seco, as denominadas "dry walls". A intensiva urbanização verificada a partir da metade do século XX vem estimulando cada vez mais a arquitetura dos edifícios altos, cada vez mais leves, cada vez mais esbeltos, com implantações cada vez mais concentradas. Esta nova arquitetura, e nova tipologia construtiva, vem sendo muitas vezes erigida com base em técnicas tradicionais de projeto e construção, originando-se daí problemas das mais diversificadas espécies. A especialização dos profissionais nos vários ramos da engenharia civil tem colaborado ainda mais para a compartimentação anteriormente mencionada, dificultando aos técnicos o entendimento mais amplo do funcionamento do "complexo" edifício. Em geral, os engenheiros que se especializam em projeto de fundações não dominam o comportamento das alvenarias; os "estruturistas" desconhecem detalhes do desempenho das impermeabilizações; e assim por diante.Tal constatação, e o fato de que muitas patologias surgem exatamente nas interfaces entre os distintos elementos da construção, são motivações importantes para o desenvolvimento do presente trabalho. Assim como na Medicina, onde a excessiva especialização tem levado os médicos cada vez mais a enxergarem menos o organismo humano como um todo, os profissionais da Engenharia e da Arquitetura necessitam de conhecimentos mais abrangentes sobre o desempenho global dos materiais, das técnicas e dos processos construtivos, forma dc agregar com maior eficiência seus conhecimentos específicos ao produto final. Mesma linha de raciocínio é desenvolvida por Helene 1 , ao afirmar que "a formação na graduação deve ser ampla; o engenheiro tem de saber distinguir níveis de responsabilidade, questões éticas, gerenciamento e relacionamento com pessoas. Depois ele terá a oportunidade de se especializar". No ensino da engenharia e da arquitetura é grande a dificuldade de exporem-se aos acadêmicos as inúmeras inter-relações entre os elementos da construção, resultando como já se disse disciplinas relativamente estanques 4 . Dispõem-se de excelentes manuais de concreto armado, fundações, alvenarias, revestimentos e outros elementos da construção. Existe, entretanto, pouca bibliografia que trata das interações entre solos e estruturas, entre estruturas e alvenarias, entre alvenarias e revestimentos, e assim por diantc.Tal fato também incentivou a publicação do presente livro. 4 I IKI.ENlí, I'. K. I- Entrevista concedida â Tédinc - Revista STA. T. Elaboração d c M é t o d o d c Apreciação da Qualidade dc Projetos dc Edifícios dc Habitação. HjcukbA- dc FJIRCIIIUria tia Uiúvcrsidulc il<» Porto. POMO, 1989. Tomando por base fundamentos teóricos e a realidade dos nossos canteiros de obra, o presente trabalho debruça-se sobretudo na atuação conjugada dos muitos atores e na análise das interfaces entre os diferentes projetos e elementos da construção, citadas porAbrantes6 como as grandes responsáveis pelos problemas patológicos mais graves. Aborda também os sistemas de gestão da qualidade, procurando enfocar, de forma equilibrada, tecnologia e gerenciamento, matérias que vêm sendo discutidas quase que dc forma independente em compêndios, cursos e simpósios. Como se fosse possível construir um prédio ou um viaduto com elevados padrões de qualidade sem os necessários conhecimentos da teoria das estruturas ou da tecnologia do concreto. Com esses objetivos, na preparação do livro foram desenvolvidas as seguintes atividades: - estudo de processos degressivos dos edifícios, acidentes de obras e patologias mais freqüentes, com base em publicações técnicas especializadas; - reanálise de vários relatórios técnicos emitidos pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT, relativos a patologias e recuperação de obras, considerando eventos em que este autor integrava a equipe técnica; neste caso, destaca-se extensivo trabalho de levantamento em cinqüenta conjuntos habitacionais promovidos pela CDHU - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo, no projeto denominado "Retroavaliação do Programa SH-3"~; - estudos de técnicas de projeto e execução de obras, considerando manuais, códigos, teses, "papers" e normas técnicas nacionais, estrangeiras e internacionais; - estudos de processos da gestão da qualidade, com base na literatura e na normalização técnica disponível, com acompanhamento simultâneo da forma de implantação deste processo numa empresa construtora paulista (Sergus Construções e Comércio). InMituio dc Pcsqubas TcenoJõgka* do Ivsrado de São Paula Relatório N ° 37.110. Retro a v a l i a d o d o Programa SH-3. S i o Paulo, 1998. A pesquisa de campo ("Retroavaliação do Programa SH-3"),bem como os demais estudos, não teve por finalidade o levantamento estatístico das ocorrências (percentuais de problemas relativos a fissuras, umidade e outros) nem das causas das falhas (projetos, construção etc); procurou-se tão somente a análise qualitativa dos fenômenos e das variáveis que neles interferiam, a nível de planejamento, projeto ou construção, podendo-se a partir daí aventar medidas com potencialidades de evitar ou minimizar as patologias. No transcorrer dos capítulos são relatados vários exemplos de falhas técnicas, às vezes, é preciso dizer-se, erros relativamente crassos. Não se pretendeu obviamente identificar responsáveis, mas somente transmitir experiências mal sucedidas, com a intenção dc que não voltem a se repetir. Do ponto de vista estritamente técnico, as patologias das construções podem ser atribuídas ao neglicenciamento de ações, à desconsideração de agentes agressivos ou mesmo ao pequeno conhecimento de processos degenerativos. Constatando-se que boa parte dos problemas pode ser atribuída a omissões, falhas dc detalhamento ou estudo insuficiente das interferências entre projetos, o trabalho acabou tomando muito esta direção. Assim, dedicou-se grande esforço para o estabelecimento de recomendações visando a melhoria da qualidade dos projetos, considerando-se os elementos mais importantes dos edifícios: fundações, estruturas de concreto armado, alvenarias, revestimentos cm argamassa, revestimentos cerâmicos e impermeabilizações. Considerando-se os aspectos tecnológicos e gerenciais envolvidos, estruturou-se o presente trabalho com seis capítulos, além das conclusões e dos comentários finais. No Capítulo I apresentam-se diversos exemplos de patologias das construções, decorrentes desde problemas com as fundações até deficiências das instalações prediais. Ilustram-se casos de incompatibilidades, comportamentos distintos entre concepção e trabalho real das estruturas, falhas de execução e características inadequadas de materiais. No Capítulo II discorre-se sobre os preceitos básicos da qualidade, os fundamentos da organização sistêmica e o ferramental disponível para a implantação de programas da qualidade nas empresas, tomando-se como base as diretrizes e orientações da normalização ISO série 9000. Analisa-se a aplicabilidade e as necessidades de adequação desse conjunto de normas à construção; apontam-se várias falhas no gerenciamento de nossas construções. No Capítulo III percorrem-se os elementos mais importantes da construção - fundações, estrutura de concreto armado, alvenarias, revestimentos em argamassa, revestimentos em cerâmica e impermeabilizações - analisando-se os principais problemas verificados e as possíveis formas de evitá-los, tanto a nível de projeto como a nível de execução; são propostos modelos de listas de verificação para alguns elementos, apresentadas no Anexo. Estabelecem-se várias recomendações de cunho técnico, visando a prevenção de falhas, aspecto entendido como "ponto-chave" em qualquer programa da qualidade. Considerando, de acordo com Power 8 , que "o segredo está em elencar as variáveis mais importantes, e não tentar o domínio exaustivo de todas", são propostos para cada elemento "controles essenciais","controles importantes" e "controles desejáveis". O Capítulo IV enfoca a necessária compatibilização entre os projetos, exemplificando-se as interferências mais comuns entre os diferentes elementos. São indicados pontos críticos para a coordenação dos projetos, propondo-se também algumas formas de operacionalização desta atividade. No Capítulo V são comentadas algumas inovações tecnológicas da construção civil, relativas aos materiais e componentes, às técnicas e aos processos executivos. Exemplifica-se a g IH>\\KR, R. 11 Q i u l i l y AüHurance in Civil Enginecring, CIRIA - G>n>iruction IiuluMrv RocarcI» and Iníornuixm Asuxrunnn, Kipori KW, I»ikI<>II, F.rrvys 1 - 3 0 Printcrs U l . . 1985. automação de alguns processos, bem como a utilização nos canteiros de diversas ferramentas e equipamentos. Finalmente, no Capítulo VI, com base inclusive nas recomendações de diversos especialistas. propõem-se os requisitos essenciais para a organização de um sistema da qualidade e para o desenvolvimento de programas ou planos da qualidade na empresa construtora. Considera-se a necessária inserção de requisitos técnicos, conforme Capítulos III e IV, além da desejável mecanização dos canteiros de obra, conforme Capítulo V; são propostas algumas listas de verificação para insumos operacionais, apresentadas no Anexo. Fm função das diferentes fases da obra, das formas de subcontratação e dos níveis de qualidade aplicáveis a cada caso, propõe-se a implantação de programas da qualidade em empresas construtoras considerando a necessária hierarquização dos controles ("controles essenciais", "controles importantes" e "controles desejáveis") e dos planos de inspeção ("nível rigoroso", "nível normal" e "nível atenuado"). Frente à "onda de ISO 9.000" que vem assolando o país, este livro procura acima de tudo incentivar a maior agregação de tecnologia às nossas construções e alertar para a necessidade de que sejam retomadas ou desenvolvidas as boas técnicas de projeto e de execução de obras, sem o quê não se conseguirá avançar muito. PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO: CASOS TÍPICOS 1.1 0 Problemas relativos às f u n d a ç õ e s e estruturas dos edifícios c o r r e n t e s Tendo os edifícios incorporado maior altura c peso próprio, e as estruturas maior csbeltez, a interação solo x edifício passa a ganhar cada vez mais importância. O s problemas geotécnicos mais comuns de fato dizem respeito aos recalques diferenciados das fundações, induzindo grande série de problemas relativos à fissuração de paredes, rompimento de tubulações e outros. C o n f o r m e o p r o f e s s o r Victor Mello 9 , para os edifícios dc grande p o r t e é indispensável que os p r o j e t o s das f u n d a ç õ e s c o n s i d e r e m , no m e s m o grau de importância do dimensionamento com base na segurança, a previsão dos recalques. Recalques acentuados, c m e s m o acidentes mais sérios com fundações, tem ocorrido cm nossas obras cm função de: a) insuficiência de levantamentos, sondagens ou ensaios, deixando-se de considerar nos projetos e na construção eventuais falta de homogeneidade dos cerrenos dc fundação, presença dc fossas, lançamento de entulho ou aterro, flutuações do nível cFágua, e mesmo ocorrência de crateras no subsolo pela lixiviaçào de solos calcários; nesse último aspecto, é bastante expressivo os problemas que ocorreram e ainda podem ocorrer n o município de Cajamar"', limítrofe com o município dc São Paulo, onde diversas edificações sofreram danos estruturais dc grande monta, chegando até mesmo um sobrado de dois pavimentos a ser completamente a b s o r v i d o por uma cratera que se f o r m o u a cerca de 20m abaixo da superfície do terreno; * MlíLI.O, V.RB.; TE1XI-IRA, A.II. F u n d a ç õ e s c Obra» dc Terra, l-scol» tlc Kiigcnharia dc S i o Cario». Universidade dc S i o Paulo. 1971. " Instituto dc Pesquisas Tecnológicas «Io l : .stado dc S i o Paulo. Avaliação da Siibsidcncia c C o l a p s o d o s Terrenos d c Cajamar - S i o Paulo. IIH". S.io Paulo. 1986. Relatório Técnico n* 24.353. 1 b) recalques em f u n d a ç õ e s diretas a p o i a d a s s o b r e a t e r r o s mal c o m p a c t a d o s , ou apoiadas sobre seção mista de corte e aterro; c) incorreções nos levantamentos geotécnicos, particularmente s o n d a g e n s de simples reconhecimento com determinação simultânea do SPT; nesse particular destacamos alguns casos que analisamos e o u t r o s apontados por Quaresma 1 1 : • superestimação do S P T p o r p r o b l e m a s no a m o s t r a d o r e / o u p o r inabilidade na e x e c u ç ã o da s o n d a g e m ; • superestimação do SPT, pela presença no solo de c o n c r e ç ò e s ou matacões; • linha de t u b u l õ e s a p o i a d o s s i m u l t a n e a m e n t e em seção de c o r t e e seção de aterro (Figura 1), numa obra em que um f u n d o de vale havia sido aterrado com solo natural escavado de obra vizinha; dessa f o r m a , o técnico responsável pela s o n d a g e m n ã o conseguiu detectar diferença entre a camada de aterro c o solo natural, resultando recalques d i f e r e n c i a d o s relativamente acentuados; pilares P 1 P2 I I corte P3 i P4 » aterro remanescente P5 P6 i P7 i terreno natural Q Figura 1 Linha de tubulões apoiados cm aterro e em solo natural: na sondagem não foi detectado o horizonte de separação entre as camadas. 2 " QUARESMA. A. R.; DIvCOURT. I_; QUARESMA I-IIJIO. A. R.; ALMEIDA. M. $.; O W / K . I R. K ImvMigaçóc). Rco»ócnicas . In: FundaçJc*: Teoria c prática. Sio Paulo: ABMS / ABKF / PINI, 1996. p. 119 - 162. d) recalques em f u n d a ç õ e s constituídas p o r estacas escavadas, em f u n ç ã o da presença de terra solta ou lama na base da estaca; e) recalejues p r o n u n c i a d o s em f u n ç ã o de d e s c o n f i n a m e n t o s d o s solos, situação i m p o r t a n t e nos grandes centros urbanos, com escavações de subsolos nas vizinhanças de edifícios existentes (Figura 2); nesse particular, s e g u n d o Bernine 1 2 , nem s e m p r e as c o n t e n ç õ e s usuais c o m estacas p r a n c h a ou p a r e d e s diafragma têm evitado o p r o b l e m a ; | Figura 2 Recalques das fundações em função do desconfinamento do solo, pela construção de edifício vizinho. f) acesso de água às f u n d a ç õ e s , situação cm cjue a u m e n t a a d e f o r m a b i l i d a d e de solos argilosos; para solos colapsíveis, essencialmente porosos, o problema p o d e ser ainda maior. Neste particular, com a formação dc lagos para acionamento de usinas h i d r o e l é t r i c a s , c o m c o n s e q ü e n t e elevação d o nível d ' á g u a , já f o r a m registrados diversos casos dc recalques e d a n o s a c o n s t r u ç õ e s localizadas nas áreas de influencia dos lagos; Niyama 1 3 menciona particularmente os casos das barragens de Porto Primavera, no interior do estado de São Paulo, e Paranoá, no Distrito Federal; ,J H F R M N F , I:_ (.'. Seminário: Q u a l i d a d e da* F u n d a ç õ e s . Construtora Scrjju». São Paulo, n o v / 1 9 9 8 . " N VIAM A. Sussumtx Aula* s o b r e Patologia* da* Fundações. Curso de Mestrado d o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do F.stado dc Sàt Paulo, 1998. 3 g) instabilização de taludes: p o r falta de c o m p a c t a ç ã o ou adequada p r o t e ç ã o d o talude, e s f o r ç o s horizontais consideráveis p o d e m ser i n t r o d u z i d o s aos elementos de fundação, c o n f o r m e Figura 3; N u m edifício de quatro pavimentos com estrutura de paredes monolíticas moldadas in loco (sistema "Outinord" - fôrma túnel), a instabilização do talude provocou ligeira rotação de estaca "Strauss" posicionada no canto d o prédio, sendo que não foram construídas vigas transversais que pudessem transferir os esforços horizontais a outras estacas. A parede estrutural acompanhou a rotação da estaca, "desprendendo-se" a parede de vedação cm alvenaria presente na empena da obra, altura do pavimento térreo, conforme ilustrado na Figura 4. 4 contraventada na direção transvers.il da obra". h) ruptura de f u n d a ç ã o constituída p o r estaca mista a ç o / c o n c r e t o , parte superior integrada p o r perfil I de 12" e p a r t e inferior constituída p o r c o n c r e t o , seção circular - diâmetro 35cm; a fundação rompeu p o r flambagem do perfil 1, que se encontrava t o t a l m e n t e d e s c o n f i n a d o cm f u n ç ã o da p e r f u r a ç ã o do terreno pela parte cm concreto (Figura 5); i) ruptura de fundação por flambagem de estaca tipo Strauss, em função de escavação sob o corpo do prédio para construção de garagens (ação de moradores desavisados); j) ocorrência dc ruptura ou recalques cm f u n d a ç õ e s constituídas por estacas cravadas, c o m desvio da p o n t a da estaca pela presença de matacões (Figura 6). Segundo Gotlieb 1 5 , diversos outros problemas podem ainda ocorrer com as fundações diretas ou p r o f u n d a s , c o m o por exemplo: apodrecimento de estacas de madeira, deslizamento dc tubulões apoiados em maciços rochosos ou mesmo fratura da rocha de apoio, ocorrência de nr CM I ' V Argila orgânica V V'. mole, muilo mole- m m m m M Areia compacta .;.: V." VU-.:'. :V:>Y 0 Figura 5 Estaca mista aço / concreto: ruptura (Ia fundação por flambagem da parte metálica, em trecho totalmente desconfinado. 0 Figura 6 Falta de verticalidade de estaca metálica e de estaca pré-fabricada de concreto (com emenda), pela presença de matacões no selo. • Instituto dc Pesquisas Tecnológicas d o F.stado de São Paulo. D i a g n ó s t i c o c R e c o m e n d a ç õ e s para R e c u p e r a ç ã o da» F u n d a ç õ e s d c Mdificio d o C o n j u n t o H a b i t a c i o n a l Carapicuiba II. IPT. São Paulo. 1983. Relatório Técnico n° 19.268. 1 <;(yil.IF.U. M.; GUSMÃO RI.IIO.JL A. Rclotço dc Fundações. In: Fundações: Teoria c prática. São Paulo: ABMS / ABF.F / PINI. 1996. p. 471 4 8 1 atrito negativo em estacas que atravessam aterros mal consolidados, sobreposição de bulbos de tensão em elementos de fundação muito próximos, acentuamento de recalques pelo rebaixamento do lençol freático, interação entre estacas cravadas muito próximas umas das outras (efeito de grupo) c ate mesmo scccionamcnto dc estacas tipo Franki pela execução de estaca próxima. Relativamente às estruturas de concreto armado, a principal patologia que se tem observado é sem dúvida a corrosão de armaduras. Nesse aspecto, Andrade 1 6 destaca como causas o emprego dc concretos excessivamente permeáveis (relações água / cimento muito elevadas, dosagens inadequadas), falhas construtivas que não garantem os cobrimentos das armaduras estipulados nos projetos e a inadequação de cobrimentos normalizados. Nesse p o m o devese m e n c i o n a r a incoerência da n o r m a brasileira NBR 6 1 1 8 / 7 8 1 7 , estipulando diferentes cobrimentos cm função dos tipos dc peças c da presença ou não de revestimento, mas sem c o n s i d e r a r a natureza d o meio agressivo, a localização da o b r a , a classe do c o n c r e t o constituinte da estrutura e outras importantes variáveis. A o lado d o s p r o b l e m a s localizados de c o r r o s ã o , um p r o b l e m a que v e m se m o s t r a n d o cada vez mais generalizado é a excessiva flexibilidade das estruturas dos edifícios, motivada pelo r e f i n a m e n t o do cálculo estrutural, pelo desenvolvimento de aços com elevadíssima resistência mecânica e, mais m o d e r n a m e n t e , até pelo e m p r e g o d o s c o n c r e t o s de alta resistência. O p r o b l e m a v e m ainda s e n d o agravado pela a d o ç ã o de novas c o n c e p ç õ e s estruturais, destacando-se aí os sistemas constituídos unicamente p o r pilares c lajes. A velocidade imposta às nossas obras tem levado ao decimbramento precoce dos componentes horizontais das estruturas, solicitando-se o concreto jovem com tensões muito consideráveis e introduzindo-se fissuras de flexão em vigas e lajes. O encurtamento do concreto, quando seu módulo dc deformação ainda é relativamente baixo, e a redução do momento de inércia 5 " ANDRADF., C. Manual para D i a g n ó s t i c o d c Obras Deterioradas por Corrosão c m Armaduras. Editora Pini. S i o Paulo. 1992. " ASSOCIAÇÃO BRASUJDRA D E N O R M A S TÉCNICAS - ABNT. NHR 6 1 1 8 / 7 8 - Projeto c E x e c u ç ã o d c Obras c m Concreto Armado. das peças pelo desenvolvimento das fissuras, têm aumentado consideravelmente as flechas nos componentes fletidos. C o n f o r m e t r a b a l h o anterior 1 8 deste autor, as d e f o r m a ç õ e s estruturais p o d e m provocar várias anomalias em paredes, pisos e outros elementos. C o m o decorrência da flexibilidade de vigas e lajes, manifestam-se principalmente destacamentos e fissuras em alvenarias de vedação, problema agravado nas regiões em balanço, c o n f o r m e ilustrado na Figura 7. i I s TTT TTT £ I t i i i I t W T W zr 1 i 1 i 1 0 Figura 7 Flexibilidade da estrutura de concreto armado: fissuras e destacamentos na alvenaria pela flecha desenvolvida na extremidade do balanço Nas estruturas tipo "pilar-laje" tem-se verificado no geral lajes com alturas dc 12 a 16cm, para e s p a ç a m e n t o s e n t r e pilares da o r d e m de 5 a 7 metros. Verificadas a maioria das vezes no regime elástico, c o m o aliás e p e r m i t i d o pela n o r m a NBR 6118 a n t e r i o r m e n t e citada, as flechas reais n o r m a l m e n t e s u p l a n t a m as p r e v i s õ e s teóricas, originando c o m p r e s s ã o e d e s t a c a m e n t o de pisos rígidos (placas cerâmicas ou pedi as naturais) e, p r i n c i p a l m e n t e , fissuração de p a r e d e s de vedação. Um e x e m p l o desse p r o b l e m a , que diz r e s p e i t o à d i f e r e n ç a e n t r e a c o n c e p ç ã o e o c o m p o r t a m e n t o real do sistema e s t r u t u r a x alvenarias dc vedação, é a seguir relatado. ' T H O M A Z , li. Trinca* c m lidiíiciox: C a u s a s , P r e v e n ç ã o c Recuperação. São Paula Co cilição I P T / KPUSP / lúlitora Pini. Reimpressão 1W5. E m d e t e r m i n a d a o b r a , pela d e f o r m a ç ã o inicial das b o r d a s da laje d o p a v i m e n t o tipo, o c o r r e u f i s s u r a ç ã o das alvenarias p o s i c i o n a d a s nas regiões " e m b a l a n ç o " (Figura 8), a p r o x i m a d a m e n t e seis meses após a instalação do carregamento. \ t \ Q Figura 8 Estrutura pilar-laje: logo no início do carregamento, flechas nas extremidades dos balanços provocam fissuração das alvenarias presentes nessas regiões. C o m o desenvolvimento das flechas nas extremidades dos balanços as lajes apoiaram-se nas alvenarias de vedação, diminuindo consideravelmente, no meio do vão, o alívio d o m o m e n t o fletor positivo que era propiciado pelos balanços. F r u t o deste comportamento, intensificaram-se as flechas no meio dos vãos, passando agora a manifestarem-se fissuras de flexào nas paredes centrais da obra, c o n f o r m e ilustrado na Figura 9. / L/; 1 ) » 1 \ X \ 1 /1 P Figura 9 Estrutura pilar-lajc: passado algum tcm|x> do carregamento, lajes apoiam-se nas paredes laterais; aumentam as flechas nos centros dos vãos, provocando fissuração das alvenarias presentes nessas regiões. " C A NOVAS. M. K P a t o l o g i a c Terapia d o Concreto A r m a d o . São Paula Ivditora Pini. 1988. E m alguns casos, c o n f o r m e a d v e r t e C á n o v a s 1 9 , considerando a ausência de cura úmida d o c o n c r e t o , as f l e c h a s das lajes têm sido agravadas pela r e t r a ç ã o d o concreto, p a r t i c u l a r m e n t e aquele p o s i c i o n a d o na face superior do c o m p o n e n t e , o n d e a retração o c o r r e livremente pela inexistência de armaduras. C o m o a d v e n t o das lajes que d i s p e n s a m c a m a d a de r e g u l a r i z a ç ã o (lajes " z e r o " ) , o p r o b l e m a das f l e c h a s t e n d e a agravar-se. N a c o n s t r u ç ã o t r a d i c i o n a l , as c a m a d a s de regularização, n o r m a l m e n t e c o n s t i t u í d a s p o r argamassa de c i m e n t o c areia, acabavam se incorporando às lajes, atuando c o m o capa de compressão. Daquela f o r m a , ao aumento d o p e s o p r ó p r i o da laje c o n t r a p u n h a - s e o a u m e n t o da sua altura útil, r e d u n d a n d o flechas de m e n o r intensidade. Ainda em relação às lajes " z e r o " , além da eliminação tia aventada sobre espessura, temse verificado em alguns casos o incremento das flechas pela redução na altura útil da laje, nas seções de maior m o m e n t o positivo. Isto em f u n ç ã o da adoção de contraflechas, sem a c o r r e s p o n d e n t e m a n u t e n ç ã o da curvatura da laje na face superior (Figura 10). Ainda em relação às lajes, p r o b l e m a s muito freqüentes são acarretados pelas m o v i m e n t a ç õ e s térmicas das lajes de c o b e r t u r a , c o m fissuração de paredes do último p a v i m e n t o , d e s t a c a m e n t o de platibandas, etc. | Figura 1 0 Conjugação de laje "zero" e contraílecha: redução da altura útil da laje na seção de maior momento positivo e aumento da flecha no centro do vão. Dc acordo com o A O 2 0 , diversos outros problemas com as estruturas de concreto podem ainda ser e n u m e r a d o s , c o m o p o r exemplo: • falhas na locação de c o m p o n e n t e s (em determinada obra inspecionada por este autor, chegou-se a constatar afastamentos de até 20cm cm pilares que deveriam c o n s t i t u i r uma fileira, t e n d o - s e de inserir c o n s o l o s em alguns pilares para o a p o i o da viga); • irregularidades g e o m é t r i c a s das peças - desaprumos, desnivelamentos, cmbaciamentos - d e s b i t o l a m e n t o s das seções, dentes nas continuidades de pilares - c o b r i m e n t o s em desacordo com o projeto • n i n h o s de c o n c r e t a g e m - cm f u n ç ã o dc taxas excessivas de armadura - em f u n ç ã o de falhas de dosagem, lançamento e / o u a d e n s a m e n t o • estados excessivos de fissuração • m a n c h a s no c o n c r e t o aparente - falta de h o m o g e n e i d a d e dos materiais - cimentos c o m excessivos teores de álcalis - qualidade das f ô r m a s e dos desmoldantes - lixiviação, c a r b o n a t a ç ã o , eflorescências - proliferação de fungos (pH = 5 a 6), fuligem ácida, etc. Q u a n t o aos d e s a p r u m o s , c m outra obra vistoriada c o n s t a t o u - s c afastamento equivalente a 22cm, tendo o edifício 30m de altura, o que leva à distorção " r e c o r d " de 1/140. Esta e outras irregularidades geométricas das estruturas de concreto repercutem em consideráveis e n g r o s s a m e n t o s c c o n s e q ü e n t e s o b r e c a r g a das e s t r u t u r a s e das f u n d a ç õ e s , p r o b l e m a n o r m a l m e n t e associado aos d e s a b a m e n t o s de edifícios que se têm verificado no país. 1 Q •" AC! AMERICAN CONCRETE INSTTTUTE. Building C o d c Rcquircmcnts for Rcinforccd Concreto. ACI CommiHcc 318. Publkatkxi 3IÍR-89. Rcviscd 1992. Octroii. 1994. E m relação às alvenarias estruturais, sistema que vem se t o r n a n d o m u i t o competitivo e c o n o m i c a m e n t e p a r a e d i f í c i o s de ate o i t o ou dez p a v i m e n t o s , o IPT 2 1 registrou o c o r r ê n c i a s c o n s i d e r á v e i s d e f i s s u r a s n o s v é r t i c e s d e v ã o s de p o r t a s e janelas e, principalmente, destacamentos entre paredes assentadas com juntas a p r u m o (ancoragem mecânica através de g a n c h o s ou f e r r o s e m b u t i d o s nas juntas), c o n f o r m e Figura 11. Problemas de fissuras e esmagamentos localizados, decorrentes da concentração de tensões d c c o m p r e s s ã o , t a m b é m tem sido o b s e r v a d o s cm regiões dc p a r e d e s localizadas e n t r e aberturas de janelas ou portas muito próximas, situação em que os trechos de alvenaria comportam-se c o m o pilares (Figura 12). Esta situação é mais importante nos pavimentos t é r r e o s d o s edifícios, o n d e n o r m a l m e n t e são i n s e r i d o s vãos de m a i o r largura, para constituição de salões de festa, play-grounds, etc. Neste sistema construtivo, as interfaces alvenarias x lajes ainda requerem certos cjidados, p a r t i c u l a r m e n t e nos e n c o n t r o s c o m lajes de c o b e r t u r a ; pelas m o v i m e n t a ç õ e s térmicas, 0 Figura 1 1 | Figura 1 2 Alvenaria estrutural: fissuras nos vértices de aberturas e destacamentos nos encontros entre paredes ancoradas com juntas a prumo. Alvenaria estrutural: fissuras causadas por concentração de tensões, decorrente da proximidade das aberturas de janelas. ' Instituto d c Pesquisa* Tecnológicas do F.stado dc S i o Paulo. Análise das Causas ~ e jr •> escarificação / enfraquecimento da parede de concreto celular 0 Figura 1 9 "Junta do controlo" em alvenaria do hlocos do concreto celular, acabamento com argamassa rígida de cimento, cal hidratada e areia. A partir dc meados dc 1990, passou-se a verificar na construção brasileira a execução dc alvenarias sem a aplicação de argamassa nas juntas verticais ("juntas secas"), técnica mais freqüente no caso de paredes de vedação. E s t u d o s realizados pelo I P T 3 ' revelam que: a ln-T~r o .o Q Figura 2 0 Barra de chapisco embutida na argamassa de revestimento, ao invés de constituir barreira de dissipação do fluxo de água. E m alguns casos, p o r p r o b l e m a s dc implantação, verifica-se e m p o ç a m c n t o dc água no interior dos terrenos, c o m acúmulo de água nas bases das paredes. T a m b é m o caimento invertido de calçadas laterais favorece este e m p o ç a m e n t o . Situação até certo p o n t o cômica, mas infelizmente real, foi identificada num c o n j u n t o de casas populares ("embriões") construídas fora d o estado de São Paulo, onde a água p r o v e n i e n t e d o telhado de uma habitação térrea desaguava d i r e t a m e n t e na fachada da edificação vizinha, c vice-versa. Tal anomalia, ilustrada na Figura 21, ocorria em região c o m g r a n d e disponibilidade de terra, c o m c u s t o d o s t e r r e n o s b a s t a n t e reduzido. 0 Figura 2 1 Pela proximidade das casas, as águas que fluem do telhado atingem a parede da edificação vizinha. E m edifícios multi-piso, a inobservância de detalhes arquitetônicos nas fachadas (bunhas, frisos, pingadeiras, etc) propicia consideráveis fluxos de água nas paredes, favorecendo a infiltração de água e a d e g e n e r a ç ã o das pinturas. Um f u n ç ã o da inexistência, ou dc incorreções construtivas dc pcitoris (caimcnto invertido, ausência de pingadeira), c bastante significativo o p r o b l e m a de umidade nas paredes s o b os vãos de janelas. Conforme Alluci 2 9 , a condensação da umidade gerada internamente à edificação, p a r t i c u l a r m e n t e cm b a n h e i r o s ( v a p o r p r o d u z i d o p o r c h u v e i r o s ) , t a m b é m favorece a u m i d i f i c a ç ã o d e p a r e d e s e tetos. N e s t e particular, a c o n t i n u a d a r e d u ç ã o da área das habitações, a c o m p a n h a d a pela r e d u ç ã o d o pé direito d o s c ô m o d o s , tem favorecido a m a n i f e s t a ç ã o deste tipo de umidade. d) Problemas com revestimentos em argamassa Constitui prática c o r r e n t e no Brasil a c o m p o s i ç ã o de argamassas de revestimento c o m material silto-argiloso, designado c o m d i f e r e n t e s n o m e s cm f u n ç ã o das regionalidades: "taguá", "caulim", "areia de barranco", "areia de estrada", "barro", "saibro", "arenoso" etc. Pela presença da argila, esses materiais facultam boa plasticidade às argamassas no estado fresco. Contudo, tratando-se dc finos quimicamente inertes, tais materiais induzem grande incidência de fissuras de retração nos revestimentos, através das quais ocorrerá infiltração de umidade, expansão d o material argiloso e conseqüente desagregação do revestimento. Problemas de desagregação t a m b é m são originados p o r acesso dc umidade às paredes, c o n f o r m e alínea precedente, e c o n s u m o s muito reduzidos de aglomerante, chegando-se a verificar traços em volume de até 1 : 1 2 (aglomerante : areia + material silto-argiloso). •' AÍJ.CCl. M. I*. Critério* relativo* ao* a t e n d i m e n t o tias e x i g ê n c i a * d c ventilação na habitação. In: Tecnologia dc cditlcacõc* / Projeto dc divulgação tecnológica Lix da Cunha. São Paulo. PI N I/I PT. 1988. p. 463-468. 21 N e s s e s casos, c o n f o r m e C i n c o t t o 3 0 , é bastante c o m u m a desagregação quase que total do revestimento em áreas constantemente sujeitas à presença de umidade (bases de paredes e x t e r n a s , bases de p a r e d e s i n t e r n a s em c o n t a t o c o m pisos laváveis, box de chuveiro, regiões sobre t a m p o s de pia dc cozinha ou tanque dc lavar). Argamassas pouco coesas propiciam o esborcinamento de cantos de paredes, situações relativamente comuns em quinas externas das construções, requadros de portas etc. Fiorito 31 cita que descolamentos das argamassas ocorrem com certa freqüência no revestimento de peças de concreto, particularmente lajes de teto, bases muito lisas, n o r m a l m e n t e com pequeno poder de absorção de água e, não raras vezes, impregnadas com óleos desmoldantes. A ocorrência de fissuras c descolamentos das argamassas dc revestimento c ainda facilitada pela aplicação d o material em bases excessivamente porosas ou ressecadas, com rápida perda da água tanto por evaporação c o m o pela absorção da base. O problema é agravado com as práticas construtivas atuais, que vêm paulatinamente dispensando a prévia aplicação de chapisco (regulador da higroscopicidade das paredes) e / o u o prévio u m e d e c i m e n t o de bases muito ressecadas. Dessa f o r m a , não é raro p r e s e n c i a r m o s em nossas obras os serviços de revestimento se desenvolvendo em dias de intensa insolação, às vezes c o m ventos fortes, sem n e n h u m cuidado relativo à pré-umidificaçào das bases. E m função de irregularidades geométricas das estruturas e das alvenarias, os revestimentos em argamassa chegam a receber engrossamentos notáveis. N o revestimento de fachadas, p o r exemplo, espessuras da ordem dc 5 ou 6cm são relativamente comuns. Já constatamos espessuras até da o r d e m de 22cm, num prédio com apenas 30m de altura. Mais grave que a própria espessura, o engrossamento não foi realizado com nenhum cuidado adicional Vl CINCOTTO. M. A. Patologia da* argamassa* dc revestimento: análises c r e c o m e n d a ç õ e s . S i o Paula IPT Instituto dc Pesquisas Tecnológicas «U> F.stado dc Sào Paulo. 1993. (Serie Monografias 8). " r i O R I T G , A. J. S. I. .Manual d c Argamassa* c R e v e s t i m e n t o * - Kstudos c Procedimentos dc l-.xccuçio. lUlitora Pinà. S i o Paulo, 1994. ( a s s e n t a m e n t o de cacos d e tijolo, r e f o r ç o c o m telas metálicas, etc), r e d u n d a n d o n o d e s c o l a m e n t o de placas c o m elevadíssimo peso p r ó p r i o . e) Problemas com revestimentos de parede em cerâmica Assim como foi mencionado no caso das paredes muito longas, a prática das juntas de movimentação nos revestimentos cerâmicos ainda não está totalmente assimilada pelo meio técnico, resultando daí notáveis descolamentos. N u m edifício comercial com cerca de 20m de altura, com geometria irregular e paredes de fachada com até 50m de extensão, vivenciamos uma série infindável de descolamentos, que levaram à progressiva substituição de todo o revestimento (cerca de ó.OOOnr). N ã o c preciso mencionar que, com exceção das juntas de dilatação da estrutura, o revestimento cerâmico original não dispunha de uma única junta de movimentação. D e s c o l a m e n t o s t a m b é m o c o r r e m cm f u n ç ã o dc diversos o u t r o s fatores, conjugados ou não, c o m o o assentamento justaposto das placas cerâmicas (praticamente sem nenhuma folga), a coloração escura de alguns revestimentos (maior absorbáncia da radiação solar) c até m e s m o c o m a flexibilidade das e s t r u t u r a s ; o d e s c o l a m e n t o s o b t e n s ã o o c o r r e normalmente com o estilhaçamento das placas, e rupturas "estrondosas". N u m determinado edifício c o n s t a t a m o s a r u p t u r a d o revestimento i n t e r n o em cerâmica, em praticamente t o d o s os pavimentos, pela flexibilidade de vigas em balanço (Figura 22). Q Figura 2 2 Danos no revestimento cerâmico da parede, pelo desenvolvimento dc flecha na extremidade do balanço da viga. O e s p a l h a m e n t o d e a r g a m a s s a e o l a n t e e m g r a n d e s áreas, p r i n c i p a l m e n t e e m dias m u i t o e n s o l a r a d o s e / o u c o m v e n t o s f o r t e s , facilita a e v a p o r a ç ã o d a á g u a d e a m a s s a m e n t o e a p o l i m e r i z a ç ã o s u p e r f i c i a l d e r e s i n a s e m p r e g a d a s p a r a a u m e n t o da a d e r ê n c i a , formando o c h a m a d o " p c c l i n g " e p r e j u d i c a n d o a fixação das peças. E s t a falha, aliada ao a s s e n t a m e n t o deficiente das placas ( p o u c a pressão), tem o r i g i n a d o s m u i t o s casos de descolamento. R e l a t i v a m e n t e às a r g a m a s s a s c o l a n t e s , a d e s p e i t o d e t o d o s o s p r o d u t o r e s i n d i c a r e m como d e s n e c e s s á r i a o u c o n t r a - i n d i c a d a a pré u m i d i f i c a ç ã o d a s p l a c a s c e r â m i c a s , o b s e r v a - s e q u e as m e s m a s , a p e s a r da c o m p o s i ç ã o c o m a d i t i v o s r e t e n t o r e s d e á g u a , p o d e m sofrer p e r d a s d e água s i g n i f i c a t i v a s n o c a s o de c e r â m i c a s c o m e l e v a d a a b s o r ç ã o d e água, p o d e n d o ficar p r e j u d i c a d a a h i d r a t a ç ã o d o c i m e n t o e, c o n s e q u e n t e m e n t e , a a d e r ê n c i a d o r e v e s t i m e n t o . 0 Problemas relativos aos caixilhos D o p o n t o d e v i s t a da e x e c u ç ã o d a s o b r a s e d a i n s t a l a ç ã o d o s c a i x i l h o s , as falhas m a i s c o m u n s q u e se t e m v e r i f i c a d o são: • falhas n o e s q u a d r e j a m e n t o d o s v ã o s e n o s r e q u a d r a m c n t o s d e o m b r e i r a s e p e i t o ris, h a v e n d o s i t u a ç õ e s e m q u e os peitoris a p r e s e n t a m c a i m e n t o i n v e r t i d o , facilitand o o e m p o ç a m e n t o d e água j u n t o a o c a i x i l h o e a u m i d i f i c a ç ã o da parede; • d i s t o r ç ã o c / o u falta d c p r u m o d e m a r c o s d c p o r t a s ; • d e s t a c a m e n t o s / frestas nos e n c o n t r o s de paredes c o m os m a r c o s de portas e janelas, facultando a penetração de água para o interior da c o n s t r u ç ã o ; • i n s t a l a ç ã o d e b a t e n t e d e p o r t a e m c o t a m u i t o e l e v a d a , r e s u l t a n d o fresta m u i t o acentuada entre a folha dc porta c o piso; ao contrário, altura insuficiente do batente, o b r i g a n d o cortes p r o n u n c i a d o s nas folhas de porra; • e m p r e g o d e f o l h a s lisas c o m u n s ( c o l a s s o l ú v e i s e m água) e m p o r t a s d e b a n h e i ros, c o m r e s p i n g o s de água d o c h u v e i r o o u água de l a v a g e m de pisos, c o n s e q ü e n t e d e s c o l a m e n t o das capas da folha de porta; com • e m p r e g o de ferragens c o m qualidade muito deficiente (fechaduras, dobradiças, cremonas), originando uma série de defeitos funcionais, e m p e r r a m e n t o s , corrosão, etc; • e m p r e g o dc "massa dc v i d r o " ( n o r m a l m e n t e c a r b o n a t o d c cálcio a g l o m e r a d o c o m óleo de linhaça) c o m qualidade deficiente, o r i g i n a n d o fissuras e destacamentos; • folgas insuficientes entre caixilhos e placas de vidro, com introdução de tensões dc origem térmica c c o n s e q ü e n t e fissuração ou ruptura das placas dc vidro; • aplicação de pintura em caixilhos de ferro, sem a necessária p r e p a r a ç ã o c o m f u n d o anticorrosivo, originando processos de c o r r o s ã o nos referidos caixilhos; • pintura de caixilhos com esmaltes alquídicos mal f o r m u l a d o s , ou de qualidade deficiente, apresentando cm c u r t o espaço de t e m p o gretamentos, descolamentos e descolorações; • proteção inadequada dos caixilhos na fase de construção, gerando amassamentos, lascamentos, ataque dc caixilhos metálicos c das próprias placas de vidro com substâncias básicas (cimento ou cal), ácidas (gesso) ou g o r d u r o s a s . Km algumas obras, sem que consigamos avaliar o motivo, janelas d c abrir c basculantes tc*m sido instaladas faceando o p a r a m e n t o das f a c h a d a s , f a c i l i t a n d o o a c e s s o de água para o i n t e r i o r da r c o n s t r u ç ã o (Figura 23). Geometricamcnte, ocorrem ligeiras imprecisões no posicionamento | Figura 2 3 das aberturas, e às vezes dificuldade na instalação d o s b a t e n t e s Janela faceando paramento da fachada. em função de distorções nas próprias paredes. Q u a n t o à marcação _ dos vãos, q u a n d o não executada a tempo, p o d e ocorrer sua supressão involuntária pela equipe de alvenaria. O professor Geraldo Serra relata que, em obra executada no próprio campus da USP, sob fiscalização d o F U N D U S P , cm três salas foram executadas paredes cegas, q u a n d o havia a previsão de i n t r o d u ç ã o de diversas janelas. N u m c o n j u n t o habitacional e s t u d a d o pelo 1PT 3 2 , havia sido previsto para as janelas dc correr drenos com saída vertical, a partir da travessa inferior do marco, com o lançamento da água para fora das paredes através de buzinotes (Figura 24). C h a m a d o s à obra para v e r i f i c a r m o s as causas da " p e n e t r a ç ã o de u m i d a d e através das p a r e d e s em alvenaria aparente", constatamos que os buzinotes não haviam sido instalados, sendo que todas as janelas dc correr estavam d r e n a n d o a água de chuva para o interior das paredes. dreno projetado dreno executado J A D Figura 24 Drenagem da água incidente sobre janela de correr diretamente para o interior da parede em alvenaria aparente de blocos vazados. E m o u t r o c o n j u n t o habitacional, verificou-se que as janelas basculantes dos banheiros, posicionadas imediatamente ao lado dos chuveiros, foram assentadas d c m o d o a c o n s t i t u i r p e q u e n a canaleta ao lado da travessa inferior, c o n f o r m e Figura 25. Desta forma, o problema de corrosão dc janelas que já é crítico quando 0 Figura 2 5 Acúmulo de água na travessa interior da janela basculante. se trata de banheiros, ficou ainda mais agravado. R e l a t i v a m e n t e aos caixilhos, c o n t u d o , os p r o b l e m a s mais graves são decorrentes da sua própria fabricação, verificando-se para as folhas lisas ' Instituto dc Pesquisas Tecnológicas d o Estado dc São Paulo. R e c o m e n d a ç õ e s para R e c u p e r a ç ã o d o Conjunto Habitacional D . E . R . . 1PT. São Paulo. 1992. Relatório Técnico n" 30.1ÓH. dc porta inúmeros d e f e i t o s de p r o j e t o e fabricação: estruturação deficiente, capas c o m pequena espessura, contraplacados c o m fissuras e lascamentos, deficiências de colagem, r e f o r ç o s para fixação de fechaduras constituídos p o r madeira muito mole, etc. N o s c a i x i l h o s de a l u m í n i o , em geral d e m e l h o r p a d r ã o , v e r i f i c a m - s e n o r m a l m e n t e p e q u e n o s defeitos, c o m o d e s c o l a m e n t o ou mal e m b u t i m e n t o de escovas ou batedores de borracha nos m o n t a n t e s , mal f u n c i o n a m e n t o de trincos e fechos, ruptura de calços plásticos (janelas maxim-ar), m a n c h a s dc silicone c deficiências dc r e j u n t a m c n t o nos e n c o n t r o s d o s m o n t a n t e s c o m a travessa inferior do m a r c o , f a c u l t a n d o infiltração de água para as p a r e d e s . Existe no m e r c a d o linhas de p r o d u t o s mais p o p u l a r e s , f a b r i c a d o s c o m chapas m u i t o leves ( p e q u e n a e s p e s s u r a ) , o que f a v o r e c e o a m a s s a m e n t o de p e r f i s , o c o r r ê n c i a dc mossas, etc. Nesses casos, e também p o r imperfeições de m o n t a g e m , tem-se registrado reclamações de excessiva vibração das folhas, c o m p r e j u í z o ao c o n f o r t o acústico. U m a s p e c t o i m p o r t a n t e n o p r o j e t o d o s caixilhos de a l u m í n i o são as ligações e n t r e perfis: executadas n o r m a l m e n t e com parafusos ou rebites, não apresentam p o r exemplo o grau de e n g a s t e de uma ligação soldada. D e s s a f o r m a , ficam facilitadas as t o r ç õ e s dc q u a d r o s e f o l h a s , a s p e c t o p a r t i c u l a r m e n t e i m p o r t a n t e nas janelas p r o j e t a n t e s e maxim-ar. N u m g r a n d e edifício n o Rio de J a n e i r o 3 3 , com janelas maxim-ar com largura em t o r n o de l , 3 0 m , c o m d o i s p u x a d o r e s , o a c i o n a m e n t o i s o l a d o d e um p u x a d o r p r o v o c a v a t o r ç ã o da f o l h a , r e s u l t a n d o r u p t u r a dc ligações e d e s a b a m e n t o s dc f o l h a s completas (montadas com as placas de vidro) até do 20" andar do edifício. Na periferia de São Paulo já se registrou acidente s e m e l h a n t e , i n f e l i z m e n t e c o m vítima fatal. " Instituto dc Pesquisas Tecnológicas d o listado dc S i o Pauta E n s a i o s M e c â n i c o s e m Caixilhos dc A l u m í n i o d o Centro CAndido M c n d r s - RJ. IPT. São Paulo. 1985. Relatório Técnico n" 18.516. O u t r o a s p e c t o r e s u l t a n t e d e s s a p e c u l i a r i d a d e d o s caixilhos dc a l u m í n i o é o c o n t a t o e n t r e m e t a i s d i s t i n t o s , ou seja, p e r f i s de a l u m í n i o e p a r a f u s o s de aço g a l v a n i z a d o , p o d e n d o o c o r r e r c o r r o s ã o pela diferença de potencial. E m b o r a os potenciais elétricos desses metais estejam p r ó x i m o s , a corrosão desenvolvida no alumínio c cm gcrí.l muito b r a n d a , o que n a o ocorre no aço galvanizado. Pela própria dificuldade de galvanização (arestas vivas nas roscas de p o r c a s e parafusos, arruelas de pequena espessura), e pela cinética das reações de corrosão nos metais ferrosos, tem-se verificado casos de intensa c o r r o s ã o d o s elementos fixadores. N u m g r a n d e edifício localizado no c e n t r o da cidade de São Paulo, c o m a t m o s f e r a rica em p o l u e n t e s , teve-se de s u b s t i t u i r r e c e n t e m e n t e mais de 20.000 p a r a f u s o s c o n s t i t u i n t e s de uma f a c h a d a - c o r t i n a , e m p r e g a n d o - s e agora p a r a f u s o s de aço inoxidável. Ainda em se t r a t a n d o de f a c h a d a s - c o r t i n a , alguns p r o j e t o s f o r a m d e s e n v o l v i d o s c o m estruturação em aço, " e n c a p a n d o - s e " os montantes da estrutura principal com perfis de alumínio. A corrosão desenvolvida pelo contato bimetálico, c pela infiltração de umidade, obrigou a recente substituição de todos os perfis de aço numa fachada cortina com área superior a lO.OOOm2, também no centro da cidade de São Paulo. Problemas de c o r r o s ã o nos perfis d e alumínio p o d e m ser g e r a d o s p o r deficiências das camadas anódicas, dos pontos de vista da uniformidade, selagem e espessura das camadas. P r o d u t o s a g r e s s i v o s e m p r e g a d o s na l i m p e z a d o s caixilhos t a m b é m p o d e m atacar o alumínio, as fitas, escovas, calços de borracha e as próprias placas de vidro. Os problemas mais sérios com os caixilhos têm sido verificados, contudo, com os produtos em aço. A d e s p e i t o da presença no m e r c a d o de algumas indústrias de r e n o m e , existe uma série enorme de pequenas serralherias e micro-indústrias, com produção praticamente artesanal, com p o u c o ou n e n h u m controle da qualidade das peças produzidas. Assim sendo, uma série e n o r m e de defeitos pode ser identificada nesses caixilhos, ou seja: frestas muito acentuadas ( d e c o r r e n d o infiltração de água), ausência de mata-juntas nos e n c o n t r o s das folhas (janelas basculantes), t o r ç õ e s d o s q u a d r o s e das folhas m ó v e i s (dificultando m a n o b r a s c chegando a p r o m o v e r o c m p c r r a m e n t o dc janelas), ruptura dc básculas ou elementos de articulação das básculas, descontinuidades de soldas, ruptura de soldas (com risco de desabamento de folhas de abrir), acúmulo de água na travessa inferior do marco e ausência de drenos (janelas de correr), deformação / amassamento de perfis de f o l h a s tipo veneziana, e n t o r t a m e n t o dc hastes / c m p c r r a m e n t o de c r e m o n a s , falta dc travamento de folhas de correr (fecho tipo "bico de papagaio" não encaixa no corte executado no montante), desgaste precoce de roldanas, amortecedores e guias (janelas de correr). Relativamente às janelas de aço tipo veneziana, problema bastante importante diz respeito às guilhotinas: com peso considerável, q u a n d o a janela não dispõe de trava de segurança a guilhotina pode "desabar", chegando-se a registrar casos de lesões relativamente graves em pessoas, particularmente crianças. Tal problema, que chega a obrigar famílias a manterem a guilhotina permanentemente abaixada (prejudicando sensivelmente a ventilação dos dormitórios), é agravado pelo subdimensionamento das borboletas de sustentação das guilhotinas, pela ruptura de rebites ou soldas tle fixação dessas borboletas, etc. Além d o s p r o b l e m a s m e n c i o n a d o s , por falha de p r o j e t o , os puxadores de algumas guilhotinas, justapondo-se à aba do perfil que constitui a travessa inferior do m a r c o da janela, p o d e m ainda ferir os d e d o s dos usuários na operação de descida da guilhotina, c o n f o r m e ilustrado na Figura 26. Sob o ponto de vista econômico, o problema mais sério com os caixilhos dc aço é representado pela corrosão, acelerada muitas prender e ferir o dedo do usuário. vezes pela inobservância de fundo anticorrosivo, remoção da película de pintura em função do atrito gerado pelo deslizamento de guilhotinas e folhas de correr, amassamentos de perfis, riscos e danos na camada de galvanização, acúmulo de água em pcitoris de janelas, degeneração da massa dc fixação dc vidros, etc. E m muitos casos, o próprio projeto dos caixilhos, com a justaposição de perfis ou chapas, favorece o acúmulo de água e o desenvolvimento da "corrosão em frestas", forma mais agressiva do fenômeno. -FACE EXTERNAfolha de porta externa / 7 frestas ; Q Figura 2 7 travessa inferior (sem dreno) A ; : L folha de janela veneziana Corrosão em frestas, gerada pelo projeto da folha de porto e da veneziana. 1.3 0 Problemas relativos aos pisos e i m p e r m e a b i l i z a ç õ e s Casas populares têm sido entregues com os pisos na laje ou no contrapiso, adotando-se normalmente laje contínua de fundação ("radier"), que já exerce a função de contrapiso. N o r m a l m e n t e com pequena espessura (7 a lOcm), c executadas em concreto magro, um dos primeiros problemas gerados pelas lajes dc piso c a ascensão de umidade do solo. N u m conjunto habitacional implantado na Baixada Santista' 1 , em terreno com nível d'água elevado, e em local sujeito ainda a inundações, através de fissuras dc flexão presentes nos "radiers" pequenas quantidades de água chegavam a minar no interior dc algumas casas. A execução da laje de f u n d a ç ã o , já com a f u n ç ã o dc piso, implica na necessidade de acabamentos superficiais obedecendo caimentos, tanto nos pisos internos como nas calçadas " Instituto ilc Pesquisas Tecnológicas do F.stado dc S i o Paulo. Projeto para C o r r c ç J o d o s P r o b l e m a s c m U n i d a d e s H a b i t a c i o n a i s do C o n j u n t o M a r e c h a l Arthur da Co»ta c Silva. IPT. S i o Paulo. 1986. Relatório Técnico n" 24.824. Q Figura 28 Furo de drenagem na parede, em função do caimento invertido do piso. caimento do piso laterais das unidades. Aí reside um dos maiores p r o b l e m a s desse p r o c e s s o construtivo: verificam-se empoçamentos na junção das calçadas laterais com as paredes externas e, nos pisos internos, embaciamentos consideráveis (até l e m em relação à régua de 2m) e comentos invertidos, isto é, dcclividades de até 2% voltadas para o interior das habitações. Em alguns casos, o caimento invertido chega a obrigar as famílias a executarem f u r o s nas paredes, para drenagem da água dc lavagem dos pisos, c o n f o r m e Figura 28. N u m c o n j u n t o h a b i t a c i o n a l l o c a l i z a d o no Rio G r a n d e d o Sul 3 5 , com ccrca dc 1.200 unidades, o n d e as casas térreas foram construídas com paredes monolíticas de concreto a s s e n t a d a s d i r e t a m e n t e s o b r e os " r a d i e r s " , o d e s t a c a m e n t o e n t r e p a r e d e s e laje de fundação, aliado ao e m p o ç a m e n t o dc água nas calçadas laterais, originava sério problema d c umidade n o s p a r a m e n t o s i n t e r n o s das p a r e d e s de fachada. O u t r o s p r o b l e m a s c o n s t a t a d o s neste p r o c e s s o de c o n s t r u ç ã o das lajes de f u n d a ç ã o / pisos são: irregularidades graduais ou abruptas (em f u n ç ã o da dificuldade de d e s e m p e n a m e n t o do c o n c r e t o ) , d e s a g r e g a ç õ e s ou a c e n t u a d o desgaste p o r abrssão cm pisos i n t e r n o s (em f u n ç ã o de deficiências d o c o n c r e t o ) e fissuras de retração ou d e flexão nas lajes. E m unidades implantadas particularmente cm seção dc aterro, o fluxo de água proveniente do telhado p o d e provocar e r o s ã o do t e r r e n o nas vizinhanças das calçadas laterais, c o n f o r m e Figura 29. ' Instituto dc Pesquisas Tecnológicas d o F.stado de São Pauloi Proposta* para Recuperação d e Fissuras c D e s t a c a m e n t o s e m U n i d a d e * d o Conjunto H a b i t a c i o n a l l o c a l i z a d o c m Rio Grande / RS. IIT, São Pauto, 19X4. Relatório Técnico n" 19.912. B Figura 2 9 Solapamento cio aterro ao lado da calçada lateral de unidade térrea. Em unidades térreas com sistemas tradicionais dc f u n d a ç ã o (brocas, sapatas corridas), ou ainda em edifícios c o m a c a b a m e n t o de pisos e x e c u t a d o "a p o s t e r i o r i " , até m e s m o em função da não aplicação de rodapés, verificam-se destacamentos entre pisos internos c p a r e d e s , c o m infiltração dc água n o s pisos laváveis. Tais infiltrações, que t a m b é m o c o r r e m nos e n c o n t r o s das fachadas com calçadas laterais, são ainda mais notáveis nos e n c o n t r o s dos pisos internos com ralos, particularmente em box de chuveiro, tendo-se registrado num conjunto habitacional localizado em Carapicuíba/SP36 grande s o l a p a m e n t o d o solo sob um b o x , r u p t u r a d o p i s o c literal " a f u n d a m e n t o " dc uma pessoa q u e utilizava o c h u v e i r o . N o s edifícios, cm f u n ç ã o até bem p o u c o t e m p o da n ã o aplicação dc impermeabilização, pode ocorrer o g o t e j a m e n t o de água de lavagem de pisos sobre o a p a r t a m e n t o inferior, principalmente através de fissuras que se manifestam nas lajes. N o m e s m o c o n j u n t o de Carapicuíba m e n c i o n a d o , c h e g o u - s e a presenciar o g o t e j a m e n t o de cera líquida na sala de um dos apartamentos, p e r m e a n d o esta cera através dc fissura presente no teto. Quanto aos pisos com acabamento em cimento queimado, típicos nos banheiros e cozinhas d o s a p a r t a m e n t o s e casas p o p u l a r e s , é c o m u m verificar-se a o c o r r ê n c i a de fissuras de retração. Tais fissuras t a m b é m são constatadas nas calçadas laterais de unidades térreas ou edifícios, e t a m b é m nos pisos presentes nos átrios / áreas c o m u n s de edifícios, cm f u n ç ã o da inaplicação ou excessivo distanciamento entre juntas dc dilatação. 32 Instituto dc Pesquisas Tecnológicas d o F.stado dc São Paulo. P e s q u i s a sobre as C a u s a s m a i s F r e q ü e n t e s d e Trincas e m E d i f i c a ç õ e s . IPT. S i o Paulo. 1980. Relatório Técnico n" 14.151. Q u a n t o aos p i s o s c e r â m i c o s , e m q u a l q u e r p a d r ã o de c o n s t r u ç ã o , o p r o b l e m a mais comum é o destacamento das placas cerâmicas, geralmente em função de: f l e x i b i l i d a d e excessiva de lajes (piso a t u a n d o c o m o c a p a de c o m p r e s s ã o da laje), a s s e n t a m e n t o c o m as p l a c a s j u s t a p o s t a s (sem f o l g a s ) , i n o b s e r v â n c i a d e j u n t a s d c movimentação ou de d c s s o l i d a r i z a ç ã o n o s e n c o n t r o s d o s p i s o s c o m s u p e r f í c i e s verticais. Q u a n t o a esse ú l t i m o a s p e c t o , é r e l a t i v a m e n t e c o m u m o d e s t a c a m e n t o de p l a t i b a n d a s , em f u n ç ã o da d i l a t a ç ã o t é r m i c a d o s p i s o s a s s e n t a d o s s o b r e lajes d e c o b e r t u r a (Figura 30). 0 Figura 30 Destacamento da platibanda pela dilatação térmica do piso, sem a presença de juntas intermediárias ou junta de dcssolidarização no encontro piso / parede. D e s t a c a m e n t o s dc pisos cm pedras são também verificados cm f u n ç ã o cio assen:amcnto m u i t o p r ó x i m o e n t r e as placas, salientando-sc que, além das m o v i m e n t a ç õ e s térmicas, c e r t a s r o c h a s a p r e s e n t a m c o n s i d e r á v e l a b s o r ç ã o d e água e, consequentemente, c o n s i d e r á v e i s m o v i m e n t a ç õ e s h i g r o s c ó p i c a s . A s u p e r f í c i e m u i t o lisa d e f r a t u r a de algumas rochas também facilita os destacamentos. Em função das aludidas m o v i m e n t a ç õ e s higrotérmicas das pedras, é relativamente c o m u m a fissuração de a z u l e j o s n o s b o r d o s de p i s c i n a s ; o p i s o p e r i f é r i c o d i l a t a - s e na d i r e ç ã o da piscina, situação ilustrada na Figura 31. 0 Figura 3 1 Fissuração de azulejos na lx>rda da piscina, pela dilatação térmica do piso. R e l a t i v a m e n t e às i m p e r m e a b i l i z a ç õ e s , c a t e n d o - s e s o m e n t e ao c a s o m a i s c o m u m dos serviços executados com mantas asfálticas pré-fabricadas, uma das primeiras p o s s i b i l i d a d e s de infiltração de água o c o r r e j u s t a m e n t e pela dilatação de pisos sobre l a j e s d c c o b e r t u r a , c o n f o r m e e s q u c m a t i z a d o na F i g u r a 30 a n t e r i o r , s e n d o q u e a d i l a t a ç ã o d o p i s o p o d e p r o v o c a r o r a s g a m e n t o da m a n t a na c o n f l u ê n c i a c o m as paredes. Pichi*" cita que no Brasil, embora não se disponha de estatísticas precisas, estima-se que 80% d o s p r o b l e m a s o c o r r i d o s com impermeabilizações p o s s a m ser atribuídas a falhas nos detalhes, c o m p r e e n d e n d o e n c o n t r o s c o m ralos, e n c o n t r o s c o m t u b o s ou o u t r o s obstáculos emergentes, falta de a r r e d o n d a m e n t o dos cantos nos e n c o n t r o s com muros e pilares, etc. Falhas de p r o j e t o , ou falta de compatibilidade entre projetos, são causas freqüentes de p r o b l e m a s nas impermeabilizações. Alguns exemplos, ilustrados na Figura 32, são: • p r o j e t o dc arquitetura: caimcntos insuficientes cm pisos molháveis; previsão de floreiras ou o u t r o s elementos com pequena largura, ou pequena folga em relação à laje a ser impermeabilizada (difícil acesso para os serviços de impermeabilização); falta de previsão dos e m b u t i m e n t o s verticais da camada de impermeabilização cm paredes dc ambientes molháveis; platibandas muito longas ( p o d e n d o fissurar e induzir r a s g a m e n t o da impermeabilização); projeto de paredes ou outros elementos com muitos recortes em áreas a serem impermeabilizadas; etc. • projetos das instalações: disposição de tubos c eletrodutos sobre laje dc cobertura, sem espaço suficiente para a l o j a m e n t o da c a m a d a de impermeabilização; d i s p o s i ç ã o de caixas de p a s s a g e m na base de paredes, na região da dobra da P I ( X I I I . F.A. I m p e r m e a b i l i z a ç ã o tle Cobcriura*. São Paulo. Instituto Brasileiro dc Impermeabilização 1BI/PINI, 1986. impermeabilização; previsão de tubos faccando paredes, em região a ser impermeabilizada; s u b d i m e n s i o n a m e n t o d o n ú m e r o de ralos e / o u d o d i â m e t r o d o s condutores; • p r o j e t o de estruturas: pequena diferença dc cota entre a estrutura principal d o pavimento e a estrutura de balcões e terraços (dificultando inserção das camadas de i m p e r m e a b i l i z a ç ã o e de piso); d e s c o n s i d e r a ç ã o tias e s p e s s u r a s necessárias das camadas de regularização e de proteção em janelas inseridas em vigas invertidas para passagem da água; previsão dc balanços muito deformáveis, p o d e n - do o c o r r e r fissuração d o c o m p o n e n t e estrutural e c o n s e q ü e n t e rasgamento da impermeabilização; inserção de junta de movimentação entre estrutura cio edifício e estrutura dos subsolos imediatamente na periferia do prédio. Neste caso, além da dificuldade dc execução, a ocorrência dc recalques diferenciais entre os c o r p o s tende a rasgar a impermeabilização (Figura 33). | Figura 3 2 Falhas ou incompatibilidades entre projetos, dificultando execução da impermeabilização: canaletas muito estreitas, interferências com instalações, com janelas e com juntas estruturais, fissuras em lajes e planta muito recortada. Q Figura 3 3 Danos à camada de impermeabilização, em função de recalques diferenciados entre corpo do edifício e cor|x> das garagens. Relativamente à execução, as principais falhas nas i m p e r m e a b i l i z a ç õ e s com mantas asfálticas pré-fabricadas ocorrem nas emendas (sobreposição insuficiente, falta de pressão, contato direto da chama), e principalmente nas dobras da impermeabilização nas superfícies verticais (fixação inadequada, inobservância dc tela metálica na argamassa de revestimento e / o u proteção). A presença de embaciamentos na base criará condições para a infiltração de umidade, em p e q u e n a s falhas localizadas da impermeabilização. A p r e p a r a ç ã o inadequada da base, com presença de sujeira ou umidade, p o d e impedir a perfeita aderência da manta, criando-se bolsões de ar e bolhas que p o d e r ã o ser r o m p i d a s com a atuação ce carga sobre a camada de proteção. A presença dc irregularidades pontiagudas na base, bem c o m o o trânsito de c a r r i n h o s s o b r e a manta recém aplicada, t a m b é m poderá causar danos à impermeabilização, o que também se observa com a posterior fixação de antenas, reexecução de pisos, etc. 1.4 D P r o b l e m a s relativos às instalações prediais elétricas e hidráulicas C o m o falhas gerais detectadas nas instalações elétricas prediais podem ser citadas a falta 36 de identificação de circuitos nas caixas dc alimentação ou distribuição, instalação de caixas dc t o m a d a s ou i n t e r r u p t o r e s em cota errada, caixas m u i t o reentrantes ou m u i t o salientes nas p a r e d e s e tetos, caixas c h u m b a d a s fora d o e s q u a d r o , e l e t r o d u t o s m u i t o reentrantes ou m u i t o salientes nas paredes e tetos, eletrodutos com curvas de p e q u e n o raio, eletrodutos introduzidos s o b tensão cm rasgos ou aberturas. S o b o p o n t o de vista da d u r a b i l i d a d e das i n s t a l a ç õ e s , esta p o d e ser c o m p r o m e t i d a pela ação de r o e d o r e s , c o r r o s ã o de caixas de e n t r a d a , q u a d r o s ou bases, deterioração da i s o l a ç ã o d c c o n d u t o r e s , etc. A m e n c i o n a d a d e t e r i o r a ç ã o p o d e ser c a u s a d a p o r e x p o s i ç ã o ao sol ou a altas t e m p e r a t u r a s d o s f i o s ou c a b o s e l é t r i c o s , a t u a ç ã o d c s o b r e c o r r e n t e p o r t e m p o p r o l o n g a d o e, mais c o m u m e n t e , p o r e x c e s s o dc fios n o mesmo eletroduto. O choque elétrico, sem dúvida o problema mais grave que p o d e ocorrer nas instalações elétricas, p o d e ter origem em diversas causas, a saber: • em componentes dos quadros de alimentação ou distribuição - quadros com chaves faca e porta-fusíveis sem proteção - q u a d r o s sem barreiras • em partes vivas expostas - e m e n d a s mal isoladas - fios deteriorados - bornes expostos • em bases de lâmpadas - interrupção do fio neutro (e não do fio fase) no interruptor, situação constatada em instalação o n d e não havia diferenciação de cores entre os fios; • em aparelhos elétricos - ausência ou falha no a t e r r a m e n t o - falha na isolação elétrica do e q u i p a m e n t o • cm postes metálicos - infiltração de umidade no abrigo do medidor - corrente de fuga • em caixas de passagem embutidas no piso - infiltração de umidade - ação de roedores. Dunowicz58 relata que a q u e c i m e n t o a n o r m a l de p a r t e s do q u a d r o de alimentação ou d i s t r i b u i ç ã o p o d e o c o r r e r p o r mau c o n t a t o elétrico e n t r e c o m p o n e n t e s ou pela a t u a ç ã o d e s o b r c c o r r c n t e , s e n d o t í p i c o nas h a b i t a ç õ e s p o p u l a r e s , p e l o reduzido n ú m e r o de t o m a d a s , o e m p r e g o de " b e n j a m i n s " e i m p r o v i s a ç õ e s semelhantes. O u t r o p r o b l e m a grave, o c u r t o circuito, p o d e r á ser o c a s i o n a d o pela deterioração da isolação de c o n d u t o r e s , p o r e m e n d a s mal isoladas, p e l o s u p e r a q u e c i m e n t o da f i a ç ã o d e v i d o à s o b r e c a r g a c pela realização de e r r o s cm ligações, situação m u i t o c o m u m q u a n d o m o d i f i c a ç õ e s nas i n s t a l a ç õ e s o r i g i n a i s são i n t r o d u z i d a s p o r leigos. O u t r o s p r o b l e m a s que o c o r r e m c o m certa freqüência nas instalações elétricas prediais: • subtensão ou sobretensão (oscilações da rede pública ou mau c o n t a t o cm ligações do fio neutro); • falhas no f u n c i o n a m e n t o ou a q u e c i m e n t o a n o r m a l dc t o m a d a s e i n t e r r u p t o r e s (defeitos dc fabricação dos c o m p o n e n t e s ) ; • mau funcionamento / queima de lâmpadas (sobretensão, soquetes com defeito); • f r e q ü e n t e d e s a r m e dc d i s j u n t o r e s ( s o b r e t e n s ã o , instalações c u r t o - c i r c u i t a d a s , capacidade inadequada d o d i s j u n t o r ) ; • falta de a t e r r a m e n t o da instalação. " D U N O W I C Z . R.: GERSCOVICII, A.; VAI JUNTE. E. Manual d c M a n i c n i c m c n i o d c los Edifícios y s u s Insialacioncs - Tomo II. Facuhad tlc AnpMttiura. OÍNCÕO y 1'rbanUmo d c Bucnoi Aires. 19W. Relativamente às instalações de água fria, pode-se verificar insuficiência na oferta dc água em função do subdimensionamento de reservatórios de água, dos c o n j u n t o s m o t o r bomba ou do próprio subdimensionamento das tubulações de recalque. Estas, por sua vez, p o d e r ã o apresentar d e s e m p e n h o deficiente cm razão de diversos motivos, a saber: • entrada de ar na b o m b a de recalque; • e n t u p i m e n t o do crivo da b o m b a ; • baixo rendimento do c o n j u n t o m o t o r - b o m b a , com excesso de t e m p o d e funcion a m e n t o c o n t í n u o (balanceamento deficiente do motor); • c o r r o s ã o de t u b o s de aço / redução da seção da tubulação de recalque; • umidade, c o r r o s ã o , mau c o n t a t o nos q u a d r o s de c o m a n d o ; • casa de b o m b a i n u n d a d a ; • a u t o m á t i c o dc bóia q u e b r a d o ou e m p e r r a d o ; • falhas gerais no sistema elétrico. Mesmo com boa disponibilidade dc água de reservação, a insuficiência de pressão ou de vazão cm aparelhos p o d e r á ser causada p o r : • presença de ar no interior da tubulação; • falhas de projeto (consideração incorreta de perdas de carga, simultaneidade de uso dc aparelhos); • acumulação de sujeira em dispersores de torneiras e crivos de chuveiros; • estrangulamento de flexíveis ("dobras"), falhas no p o s i c i o n a m e n t o d o p o n t o de alimentação; • p e r d a s de carga localizadas causadas p o r má e x e c u ç ã o de juntas, estrangulam e n t o e / o u a m a s s a m e n t o de tubos; • o b s t r u ç ã o parcial da tubulação —» c o r r o s ã o , sedimentação metálica p r o v o c a d a p o r água com alto teor de cálcio ("águas duras"), arraste de material sólido da caixa d'água, r e c o l h i m e n t o parcial das c u n h a dc registros dc gaveta. R e l a t i v a m e n t e c o m u n s n o s e d i f í c i o s , os v a z a m e n t o s d e água em t u b u l a ç õ e s p o d e m o c o r r e r p o r e x c e s s o de p r e s s ã o ( i n s u f i c i ê n c i a ou mal f u n c i o n a m e n t o de v á l v u l a s r e d u t o r a s d e p r e s s ã o ) , d e f e i t o s nos t u b o s ou c o n e x õ e s , p e r f u r a ç ã o de t u b o s de aço ou d e c o b r e pela ação da c o r r o s ã o , r e g i s t r a n d o - s e c a s o s d e c o r r o s ã o i n t c r g r a n u l a r ( c o r r o s ã o p o r " p i t " ) , m e s m o s em i n s t a l a ç õ e s c o m m e n o s d e um a n o de utilização. Tais vazamentos, entretanto, são mais f r e q ü e n t e m e n t e causados p o r falhas na execução das juntas, ou seja: - abertura dc roscas com cocinetcs desbitolados (juntas "largas"); - e m p r e g o de pouca q u a n t i d a d e de vedante em juntas rosqueadas; - colagem de tubos de PVC sem o devido lixamento; - ligações de tubos de PVC com excesso de cola; - soldas mal executadas em conexões dc t u b o s dc c o b r e ; - diferença entre tipo de rosca executada no t u b o e rosca da conexão. O u t r o p r o b l e m a f r e q ü e n t e nas instalações de água são os v a z a m e n t o s em torneiras e r e g i s t r o s , c a u s a d o s p e l o e s p a n a m e n t o da r o s c a d o s c a s t e l o s e / o u p e l o d e s g a s t e de g u a r n i ç ô e s o u de gaxetas. O mau f u n c i o n a m e n t o de válvulas de d e s c a r g a p o d e ser c a u s a d o p o r excesso de pressão do ramal de distribuição, p o r insuficiente volume de água ou p o r d e f e i t o s na p r ó p r i a válvula (desgaste de gaxetas, desgaste ou falhas n o s reparos). Uma deficiência muito importante que se verifica nas instalações de água das habitações térreas é a falta de p r e s s ã o nos chuveiros, em f u n ç ã o da p e q u e n a altura m a n c m é t r i c a p r o m o v i d a pelos r e s e r v a t ó r i o s de água a p o i a d o s s o b r e as lajes de c o b e r t u r a . Tal fato obriga diversos moradores a efetuarem a ligação do chuveiro diretamente à rede pública, sendo que alguns m o r a d o r e s adotam um sistema de "by-pass", p o d e n d o o chuveiro ser alimentado ora pela água d o reservatório, ora pela água da rede pública. Q u a n t o às instalações dc e s g o t o , verificam-se e n t u p i m e n t o s em f u n ç ã o de falhas n o s p r o j e t o s ( d i â m e t r o s e / ou d e c l i v i d a d e s ) , a c u m u l a ç ã o de d e t r i t o s s ó l i d o s em j u n t a s mal e x e c u t a d a s , a c ú m u l o de d e t r i t o s em caixa de g o r d u r a , falta de limpeza da caixa de g o r d u r a , e s t r a n g u l a m e n t o s , c m b a c i a m e n t o s d e c o r r e n t e s d o r e c a l q u e dc a t e r r o s , r o m p i m e n t o de t u b u l a ç õ e s e o u t r o s . E m muitos casos verifica-se mau cheiro gerado pelas instalações de esgoto, detectandose c o m o principais causas: • subpressão, a u t o - s i f o n a g e m em bacias sanitárias, lavatórios, tanques ou pias; • sifonagem induzida em caixas s i f o n a d a s pela descarga de vaso sanitário ou f u n c i o n a m e n t o à seção plena de t u b o s de queda; • falhas no d i m e n s i o n a m e n t o de ramais de descarga ou t u b o s dc queda; • tampas n ã o herméticas de caixas de inspeção ou caixas de g o r d u r a ; • falhas no r e j u n t a m e n t o entre a bacia sanitária e o piso; • insuficiência de altura / evaporação do selo hídrico de ralos sifonados; • falhas no p r o j e t o d o sistema de ventilação. E m alguns casos, o c o r r e n d o e n t u p i m e n t o de p r u m a d a s ou ramais, p o d e ocorrer acesso d o e s g o t o às t u b u l a ç õ e s d e v e n t i l a ç ã o , pela e x e c u ç ã o d e ligações dos ramais de ventilação em zonas de sobrepressão, pela falta de caimento das tubulações horizontais de v e n t i l a ç ã o ou pela l i g a ç ã o de r a m a i s d e v e n t i l a ç ã o e m c o l u n a s de v e n t i l a ç ã o realizadas abaixo da cota de a f o g a m e n t o de a p a r e l h o s sanitários. N o s e d i f í c i o s altos p o d e m o c o r r e r b o r b u l h a m e n t o s d o selo h í d r i c o ou r e t o r n o d e e s p u m a a t r a v é s d e ralos, em f u n ç ã o da o c o r r ê n c i a d e p r e s s ã o p o s i t i v a o r i u n d a de r e s t r i ç õ e s ao e s c o a m e n t o de ar t u b o s dc q u e d a . em d e s v i o s e / o u em c u r v a s localizadas na base de Conforme levantamentos em conjuntos habitacionais, e dados da F I ) E W , diversas outras falhas podem ser detectadas nas instalações de água fria e de esgoto dos edifícios, podendo-se mencionar: • v a z a m e n t o s / t r a n s b o r d a m e n t o s dc reservatórios dc água; • c o n t a m i n a ç ã o da água de reservatórios; • saída da ventilação voltada para área de futura ampliação (casas térreas); • t a m p a de caixa de inspeção m u i t o pesada (dificuldade de m a n u t e n ç ã o ) ; • tampas dc caixa dc gordura ou inspeção fissuradas ou q u e b r a d a s ; • mau f u n c i o n a m e n t o de vasos sanitários (falta de sifonagem, entupimentos); • sifões q u e b r a d o s ou danificados, v a z a m e n t o s em sifões; • falhas n o f u n c i o n a m e n t o de caixas de descarga; • tanques dc lavar roupa c t a m p o s dc pia com acentuada erosão; • c o r r o s ã o de a r m a d u r a s (tanques de lavar, reservatórios de água); • infiltração de água em casas de b o m b a s ; • fissuras em caixas d'água de f i b r o c i m e n t o ; • caixa d'água em f i b r o c i m e n t o c o m tampa quebrada; • tubulações muito abaixo da superfície ou tubulações a f l o r a n d o em paredes; • torneiras m u i t o curtas; • esforço anormal de m a n o b r a de registros e torneiras; • d e s c o l a m e n t o da camada de c r o m e a ç ã o de metais sanitários; • g r e t a m e n t o ou o u t r o s defeitos em louças sanitárias. " F D I i - F U N D A Ç Ã O PARA O DF5F.NVOIA1MF.NTO DA F.DUCAÇACX Manual T é c n i c o d c M a n u t e n ç ã o c RccupcraçSo. Secretária dc F-stado d* líducaçào. Kstailo ilc São Paulo. 1990. 2 SISTEMA ISO 9000 DE GESTÃO DA QUALIDADE 2.1 | Conceituação e aspectos gerais da gestão da qualidade A produção dc obras c serviços, em maior ou m e n o r escala, sempre visou o equilíbrio d o triênio P R E Ç O , P R A Z O e Q U A L I D A D E , embora muitas vezes estes conceitos estivessem subentendidos nos contratos. Aspectos dúbios, subentendidos e omissões, com ou sem intenção de dolo, têm causado inúmeros prejuízos a consumidores (diretos ou indiretos) e, m e s m o que em menor proporção, até mesmo a fornecedores. Considerando as diferentes faces c os inúmeros intervenientes no processo construtivo, é consenso que projetos individuais de boa qualidade não garantem a boa qualidade global do projeto, assim como especificações corretas de materiais e serviços, por seu turno, não garantem a boa qualidade da construção. D o p o n t o de vista dos materiais e componentes, aplicando-se mesma linha de raciocínio, não se c o n s e g u i r á compartimentados atingir uma qualidade pré-determinada através de controles da matéria-prima, dos equipamentos, d o s m é t o d o s de produção etc, sem a globalização num único e eficiente p r o g r a m a da qualidade. As normas ISO série 9000 (9000 a 9004) procuram justamente analisar o conceito QUALIDAD E de forma sistêmica, debruçando-se sobretudo nas inúmeras interfaces existentes desde a c o n c e p ç ã o da idéia até a c o n c r e t i z a ç ã o d o p r o d u t o , c o n s i d e r a n d o aincla o s i n ú m e r o s f a t o r e s materiais (insumos básicos, equipamentos, processos), humanos (treinamento, remuneração, motivação) c gerenciais (responsabilidades, custos, comunicação, etc) que nela interferem. C o n s t i t u e m - s e em simples guia (adoção não obrigatória, portanto) para implantação da qualidade em qualquer setor p r o d u t i v o dc bens ou serviços, além dc p o d e r e m orientar as relações comerciais entre p r o d u t o r e s e consumidores. N o presente capítulo pretende-se estabelecer uma análise sumária dessas normas, visan- d o a real possibilidade de sua aplicação à indústria brasileira da c o n s t r u ç ã o civil. Antes p o r é m , serão repassados diversos conceitos relativos à gestão da qualidade. De antemão, deve-se ressaltar que os processos de controle terão maior credibilidade na medida que a responsabilidade caminhar do agente de p r o d u ç ã o para seu supervisor, daí para a equipe interna independente, e em seguida para auditores internos e para auditores e x t e r n o s . C o n s t i t u i g r a n d e e n g a n o s u p o r que o p r o b l e m a da qualidade possa ser resolvido com a atuação de equipe c o m p e t e n t e de auditores e técnicos em controle da qualidade. N o J a p ã o , p o r e x e m p l o , Ishikawa 4 0 "explica que os trabalhadores são altamente motivados para a qualidade do trabalho que estão executando (saber exatamente o quê está s e n d o feito, para que serve, p o r que d e v e ser feito da maneira indicada), d i f u n d i n d o - s e entre eles o conceito de "mais do que controlar a qualidade, o que deve ser feito é produzi-la". O t e r m o Q U A L I D A D E tem sido definido, inclusive na norma ISO 8 . 4 0 2 " , como "a totalidade de características necessidades explicitas de UM produto e implícitas que lhe dos se/ts usuários". confere a capacidade de satisfazer as C o n s i d e r a n d o que essa satisfação p o d e ser atingida com d e s p e r d í c i o s de matérias primas c i n s u m o s , riscos à saúde ou segurança d o s o p e r á r i o s na linha de p r o d u ç ã o , e ainda c o m c o n t a m i n a ç õ e s e o u t r o s p r o c e s s o s degenerativos da natureza, p r o p õ e - s e a seguinte definição: Q U A L I D A D E : c o n j u n t o dc propriedades dc um bem ou serviço que redunde na satisfação das necessidades dos seus usuários, com a máxima economia de insumos e energia, com a máxima proteção à saúde e integridade física dos trabalhadores na linha dc produ- " 1SIIIKAWA. K. Total Quality Control. Traduçio dc Mário Nishimura. I M C S i o Paulo. I9W>. ISO - International Organi/ation for Siandardiraiion . Norma ISO 8.402 / 93 - Gcatilo da q u a l i d a d e c garantia da qualidade - Terminologia. ção, c o m a m á x i m a p r e s e r v a ç ã o da n a t u r e z a . A s s i m , o t e r m o Q U A L I D A D E p o d e ser c o n s u b s t a n c i a d o n o s e g u i n t e diagrama: Exigências dos usuários Proteção à natureza Requisitos de desempenho Preço competitivo Pequeno prazo de entrega Assistência técnica Qualidade Definir (especificações) Trabalhador • Obter (processos, equipes) Segurança • Controlar (inspeções, ensaios) Higiene • Documentar (registros, arquivos) Salubridade • Demonstrar (planilhas, gráficos) Produtor Economia Produtividade Certificar (3a. parte) Lucro Manter Mercado Q Figura 34 Diagrama conceituai para definição da qualidade. Os demais termos específicos empregados no presente capítulo tem os seguintes significados: C O N T R O L E D A Q U A L I D A D E : técnicas operacionais e atividades dc a c o m p a n h a m e n t o c c o m p r o v a ç ã o da qualidade, p o d e n d o o c o r r e r em d i f e r e n t e s níveis, c o n f o r m e Figura 35. P O L Í T I C A D A Q U A L I D A D E : intenções c diretrizes globais dc uma organização relativas à qualidade, f o r m a l m e n t e expressas pela alta a d m i n i s t r a ç ã o . T r a d u z i d a g e r a l m e n t e através dc um M A N U A L D A Q U A L I D A D E , d o c u m e n t o de caráter geral para todas as obras, p r o d u t o s ou serviços da e m p r e s a . Controles internosControle de rec. humanos • • • • saúde treinamento informação motivação Controle de insunos • • • • projetos materiais equipamentos procedimentos Controle externo Auditoria interna • reportando-se à presidência ou à diretoria • recebimento do bem ou serviço pelo proprietário, usuário ou seus prepostos Controle da produção Auto-controle • executados diretamente pelos trabalhadores Controle por supervisão • executado por mestres e encarregados Controle interno independente • equipe de C Q , desvinculada do Depto. de Produção Certificação da Conformidade • executada por equipes externas independentes 0 Figura 35 Fluxograma para controle da qualidade e certificação da conformidade. G E S T Ã O D A Q U A L I D A D E : f u n ç ã o gerencial q u e i m p l e m e n t a a política da qualidade d e f i n i d a pela alta a d m i n i s t r a ç ã o da o r g a n i z a ç ã o . M A N U A L DA Q U A L I D A D E : c o n j u n t o de procedimentos técnicos e operacionais, definind o o s níveis tia qualidade de um d e t e r m i n a d o p r o d u t o ou serviço, bem c o m o as f o r m a s d e o b t e n ç ã o e c o n t r o l e da q u a l i d a d e a l m e j a d a . SISTEMA DA Q U A L I D A D E : estrutura organizacional, com definição de responsabil i d a d e s , p r o c e d i m e n t o s , p r o c e s s o s e r e c u r s o s p a r a i m p l e m e n t a ç ã o da g e s t ã o d a qualidade. G A R A N T I A DA Q U A L I D A D E (ou Q U A L I D A D E TOTAL): conjunto de medidas orientadas para conseguir a qualidade e para evitar ou detectar erros em todas as fases do processo construtivo. T r a d u z - s e na d e m o n s t r a ç ã o d o c u m e n t a d a d e que f o r a m e f e t u a d o s 46 c o n t r o l e s p e r t i n e n t e s da q u a l i d a d e . todos o s P R O G R A M A DA Q U A L I D A D E (ou P L A N O DA Q U A L I D A D E ) : aplicação das diretrizes gerais da política da qualidade da empresa a uma área ou serviço específico (observand o , p o r t a n t o , as adaptações e d e t a l h a m e n t o s necessários). C U S T O S DA Q U A L I D A D E : custos direcionados para obtenção, a c o m p a n h a m e n t o e dem o n s t r a ç ã o da qualidade, incluindo despesas operacionais (equipes, ensaios etc) e custos resultantes de p r o d u t o s não c o n f o r m e s . NAO C O N F O R M I D A D E : não a t e n d i m e n t o de um p r o d u t o ou serviço a uma determinada especificação, intencionalmente ou não. A não conformidade i n t e n c i o n a l , o b v i a m e n t e , d e v e ser r e p e l i d a p o r t o d a s as p a r t e s , p o i s além r e p r e s e n t a r riscos para os c o n s u m i d o r e s implica quase s e m p r e em desleal e n t r e de concorrência produtores. C E R T I F I C A Ç Ã O DA C O N F O R M I D A D E : processo desenvolvido por entidade de terceira parte, independente do p r o d u t o r , que reconhece a eficiência de um determinado sistema da q u a l i d a d e . S e g u n d o Ishikawa 5 ", "controlar a qualidade isto e confia/// na sua própria experiência, é controlar fatos: no sen sexto às veqes as pessoas ignora/// sentido on em sentimentos umbilicais Calavcra 4 2 destaca que o primeiro problema de natureza humana nas inspeções dc campo pode ser batizado de "crise d o c o n h e c i m e n t o " . O mundo da construção está evoluindo de f o r m a m u i t o rápida: o n ú m e r o de materiais e técnicas cresce c o n t i n u a m e n t e . Os " CALAVF.RA. J. Quality A s s u r a n c c in Ruilding Construction. In "Management Quality and Ivconomks in Building". edited b> Artur Ik-í-clga and Pctcr Hrandon, l:. & HN Spor. l.ondon. 1991. conhecimentos práticos adquiridos têm cada vez m e n o r valor relativo quando o p r o d u t o conhecido, depois de p o u c o tempo, é substituído ou modificado. O p e s q u i s a d o r p r o s s e g u e a f i r m a n d o que " u m d o s p o n t o s essenciais no c o n t r o l e da q u a l i d a d e é e n c o n t r a r pessoal a d e q u a d o para i m p l e m e n t á - l o , p a r t i c u l a r m e n t e n o que se refere às inspeções de campo. A f o r m a ç ã o de um b o m auditor exige um p r o c e s s o l o n g o e c o m p l e x o ; o equilíbrio e n t r e c o n h e c i m e n t o s t e ó r i c o s e experiência prática é a única f o r m a dc os i n s p e t o r e s g a n h a r e m o r e s p e i t o d o s técnicos c u j o trabalho será controlado". A busca da q u a l i d a d e , e n t r e t a n t o , vai m u i t o além d o s i m p l e s c o n t r o l e da p r o d u ç ã o ou d o p r o d u t o a c a b a d o . Há n e c e s s i d a d e d c p e r f e i t a o r g a n i z a ç ã o para a q u a l i d a d e , i n t e g r a ç ã o e n t r e p e s s o a s e d e p a r t a m e n t o s , m o t i v a ç ã o e, acima de t u d o , p r e p a r a ç ã o t é c n i c a . Para D e m i n g 4 3 , existem q u a t o r z e princípios básicos para d e s e n v o l v i m e n t o e g e s t ã o da q u a l i d a d e : 1 - e s t a b e l e c e r a f i l o s o f i a da c o n t í n u a m e l h o r i a da q u a l i d a d e de p r o d u t o s e serviços; 2 — adotar a nova filosofia, em todos os níveis; 3 - não se basear nos controles do p r o d u t o final para atingir a qualidade; 4 - não fechar n e g ó c i o s c o n s i d e r a n d o apenas o fator " p r e ç o " ; m i n i m i z a r o custo total do b e m p r o d u z i d o t r a b a l h a n d o com o m e n o r n ú m e r o possível dc f o r n e cedores; 5 - m e l h o r a r c o n s t a n t e m e n t e t o d o s os p r o c e s s o s de p l a n e j a m e n t o , p r o d u ç ã o e controles; " DF.MINC». \\: I7.. Qualidade: A Revolução d a Administração. Traduçáo dc Clave Comunicações. Titulo original "Out o f Crisis". Ilditor.i Marques - Saraiva. Rio de Janeiro. 1990. 6 — implantar o continuado treinamento da torça de trabalho; 7 - incentivar o desenvolvimento das lideranças; 8 - eliminar o receio dos trabalhadores em exporem suas opiniões; 9 - eliminar a c o m p a r t i m c n t a ç ã o entre d e p a r t a m e n t o s ou setores da empresa; 10 - eliminar "slogans", dogmas e metas de p r o d u ç ã o para a força de trabalho; 11 - estabelecer metas de p r o d u ç ã o s o m e n t e para as gerências; 12 - eliminar prêmios baseados unicamente na p r o d u ç ã o ; 13 - instituir p r o g r a m a s d c a p e r f e i ç o a m e n t o para os f u n c i o n á r i o s d c t o d o s os níveis; 14 - m o t i v a r a t o d o s para que as t r a n s f o r m a ç õ e s na e m p r e s a p o s s a m ser atingidas. O especialista n o r t e - a m e r i c a n o e m p r o c e s s o s da q u a l i d a d e , r e c o n h e c i d o n o m u n d o t o d o e p a r t i c u l a r m e n t e no J a p ã o , c o n s i d e r a que d e v a m ser c o n t i n u a d a s as ações de p l a n e j a m e n t o , execução, controles e realimentação, o que c r e p r e s e n t a d o na Figura 36. 0 Figura 36 Círculo de Deming: retro alimentação da qualidade. Em qualquer setor p r o d u t i v o , i n d e p e n d e n t e m e n t e da tecnologia utilizada, sempre será possível a racionalização dos processos, a economia de insumos, o desenvolvimento do p r o d u t o c a otimização da sua qualidade. N u m processo que envolve várias etapas e um grande número de variáveis, a busca da otimização e a resolução de problemas não é coisa muito simples; se a t u a r m o s em diversas variáveis a um só tempo, p o d e r e m o s complicar ainda mais o problema ou, se o resolvermos, talvez jamais saibamos o que estava errado. Na Tabela 3, com base em trabalho de J u r a n " e considerando sempre a necessidade de separação das variáveis, são apresentados os requisitos essenciais para este processo. Tabela 3: Método para análise e melhoria de processos - M A M P REQUISITOS FERRAMENTAS 1. CONHECIMENTO D O PROCESSO • "Brainstorming" (identificação das diferenças entre a solução atual e a situação desejada) • "Brainwriting" • 3 Q 1 P O C (o quê, quem, quando, por quê. onde, como?) 2. SELEÇÃO DE PROBLEMAS • C U T (gravidade, urgência, tendênc a) (escalonamento e quantificação dos problemas) • Diagrama de Pareto, curva ABC 3. BUSCA DAS CAUSAS • "Brainstorming" (identificação das causas dos problemas) • Levantamento das possíveis causas 4. GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS • "Brainstorming" (sugestão de ações corretivas, adaptativas ou provisórias) • "Brainwriting" 5. AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS • Matriz de decisão (estabelecimento de critérios para a escolha da solução) 6. PLANEJAMENTO DE AÇÕES (definição dos estágios de implementação) • 3Q1 POC (o quê, quem, quando, por quê. onde, como?) • Fluxograma 7. IMPLANTAÇÃO E AVALIAÇÃO (verificação dos resultados da solução implementada) • Avaliar se o problema foi eliminado ou reduzido, se o processo está funcionando bem como um todo O m é t o d o apresentado para melhoria dc processos e / o u para a resolução dc problemas pode ser visualizado na Figura 37 a seguir. 44 JURAN, J. M.; ( í R Y N A , E M. Juran'* Quality Control H a n d b o o k . Fditora McCraw IlilL N o v York, I98#. Implementar a solução Avaliar resultados Criar alternativas de solução Identificar e selecionar o problema Investigar a s causas I Figura 3 7 Método de resolução de problemas e melhoria de processos. O u t r o método adotado na solução de problemas, considerando a discretização de variáveis, consiste no diagrama "espinha dc peixe" ou diagrama dc Ishikawa, c o n f o r m e Figura 38. Empreendedor Arquiteto Direção da Obra estudo p r e l i m i n a r (nsuficienfe definição imprecisa do m e r c a d o mudanças tardias riscos nao avaliados a n á l i s e f a l h a dos estudos de m e r c a d o análises insuficientes de p r o b l e m a s planos não verificados falhas de s e g u r a n ç a no t r a b a l h o formalização insuficiente r e t a r d o na t o m a d a do decisões levant. gootécnicos não totalmente levados c m c o n l a análise falhado custos pequena experiên' cia a n á l i s e de riscos i n c o m p l e t a atraso nos planos de o b r a controles insuficientes implicações dos atores nos problemas g r a n d e n* de m o d i f i c a ç õ e s p l a n o dc obras i n c o m p l e t o espera passivamonto o retorno de m o d i ficações /^pequena presença p o s i ç ã o passiva frente às n ã o c o n f o r m i d a d e s / — p o d e r muito limitado Controlador da qualidade Construtora análise falha dc problemas estudo f a l h o de riscos estudos falhos d e m o r a nas s u b c o n t r a t a ç õ c s f a l i a de materiais f a l i a de autocontrolc fraca qualificação c o o r d e n a ç ã o f a l h a cnlrc os subomproitoiros Subempreiteiros 0 Figura 38 Influência dos intervenientes para a ocorrência de problemas na construção. A Figura 38, extraída d e t r a b a l h o d o Ministério da C o n s t r u ç ã o da F r a n ç a i l u s t r a a influência negativa que cada interveniente poderá ter no desenvolvimento da obra, principalmente p o r falta de p l a n e j a m e n t o e organização. Limpeza e organização são atributos vitais na busca da qualidade: canteiros "entulhados", sujos e obstruídos representam perigo de acidentes, desperdícios e reflexos negativos na motivação e produtividade dos trabalhadores. Adotado primeiramente na indústria seriada do Japão, e depois cm outras indústrias c países do mundo, o "Método 5 S", resumido na Tabela 4, traz receitas muito simples mas muito eficientes para a organização dos canteiros. Tabela 4: Método 5 S para organização e higiene dos ambientes de trabalho REQUISITOS COMENTÁRIOS 1. SEIRI (Descarte) "Tenha só o necessário, na quantidade certa" 2. SEITON (Arrumação) "Um lugar para cada coisa. Cada coisa em seu lugar" 3. SEISO (Limpeza) "Pessoas merecem o melhor ambiente" 4. SEIKETSU (Higiene) "Qualidade de vida no trabalho" 5. SHITSUKE (Disciplina) "Ordem, rotina e constante aperfeiçoamento" A organização dc h o m e n s , máquinas, p r o c e s s o s , etapas, f o r n e c i m e n t o s , estoques c um sem n ú m e r o de detalhes que influem no d e s e m p e n h o de uma fábrica ou de um canteiro de obras requer técnicas apuradas de gerenciamento e de relacionamento humano. Nesse aspecto, a atuação dos gerentes intermediários, líderes, mestres e encarregados é que definirá, cm última instância, o melhor ou pior d e s e m p e n h o da força de trabalho. O g e r e n t e m o d e r n o é e n c a r a d o c o m o um "facilitador de ações", um " c o o r d e n a d o r dc objetivos"; s e g u n d o Ishikawa 4 0 , " o princípio fundamental do bom gerenciamento *s Ministcrc dc I.T.quipcmcnic, d u Logciuciu ci d o Tranuports. I n v c s l i s s c m c n i s ci Rcritalulitó c n G c s i i o n dc Ia Qualitc. Club ColUtructio» Sc Qualitc. Paris. 1993. é permitir que os subordinados fuçam pleno uso dc suerior hierárquico Voltado para o cliente Tomada dc decisão "Dono" da decisão Decisão por consenso Cadeia Cliente/Fornecedor Julga-se o alvo das atividades Procura suprir a equipe Comunicação Centraliza as informações Dissemina as informações Negociação Tem sempre que ganhar algo Todos têm que ganhar Delegação Centraliza o poder Delega aos subordinados Substitutos Vê os subordinados como constante ameaça Sabe que se não formar substitutos não ascenderá Informação Julga ter dc receber todas as informações Monitora as informações relevantes "• Instituiu dc Pesquisas Tecnológicas tio listado dc S i o Paulo. A l g u m a s Idéias s o b r e Q u a l i d a d e Total. Curso interno. São Paulo. I9!>7. 2.2 O Sistema ISO 900047 para gestão da qualidade N O R M A ISO 9000 - DIRETRIZES G E R A I S PARA O SISTEMA DA Q U A L I D A D E A norma ISO 9000 estabelece diretrizes gerais para implementação de políticas cia qualidade nas empresas, além dc orientações para a seleção d o modelo de garantia da qualidade a ser o b s e r v a d o nos a c o r d o comerciais. Esta norma deve ser empregada sempre em conjunto com a ISO 9004 (gestão da qualidade interna), c c o m uma das n o r m a s 9001, 9002 ou 9003 (todas tratando da garantia da qualidade externa / balizamento para a c o r d o s comerciais). O s principais conceitos e filosofias registrados na norma ISO 9000 sào: a) c o m relação à qualidade, uma organização deve: - atingir e manter continuamente a qualidade de seus produtos, atendendo exigências implícitas ou explícitas dos c o n s u m i d o r e s ; - p r o v e r confiança ã sua própria administração no sistema da qualidade; - prover confiança aos c o n s u m i d o r e s no sistema da qualidade; b) na definição do m o d e l o da garantia da qualidade, devem ser examinados custos d o sistema, benefícios e confiança para as respectivas partes, c o n s i d e r a n d o - s e ainda a capacidade técnica e organizacional do fornecedor para gerenciar sua política da qualidade; c) com relação aos contratos, p r o d u t o r c fornecedor devem estabelecer consensualmcnte qual a f o r m a dc garantia da qualidade que deve orientar o contrato de fornecimento ' NBR ISO 4XMK> - N o r m a s d c g e s t ã o da qualidade c garantia da qualidade. Associação Brasileira dc Normas técnica.*, Rii» dc Janeiro. 1.994. Parte I: Dirctti/c» para seleção de u s o Parte 2: Dirciri/cs gerais para aplicação das normas N B R 19.001. NBR 19.002 c NBR 19.003 Parte 3: Diretrizes para aplicação da norma NBK 19.001 ao desenvolvimento, fornecimento c manutenção de "software" Parte 4: Cuia para g e s t ã o d o programa de depeniiahilidadc. (ISO 9001, 9002 ou 9003), procedendo ainda às adaptações que eventualmente devem ser feitas na n o r m a escolhida; d ) deve ser procedida ainda cuidadosa análise dc riscos, considerando-se as implicações da parcial utilização de produtos N Ã O C O N F O R M E S . Sob o aspecto dos riscos na utilização de um produto N Â O CONFORME-, consiceram-se o p o r t u n o s os seguintes comentários: • a definição do sistema de inspeção (amostragem estatística, amostragem ao acaso etc) repercutirá d i r e t a m e n t e na confiabilidade do sistema, mas também nos custos; normalmente, pode-se partir dc uma I N S P E Ç Ã O R I G O R O S A (amostras maiores), p a s s a n d o - s e na m e d i d a que se venha c o n s t a t a n d o a c o n f o r m i d a d e , para I N S P E Ç Ã O N O R M A L e, subseqüentemente, para I N S P E Ç Ã O R E D U Z I D A (valendo também a o r d e m inversa para não c o n f o r m i d a d e ) ; • normalmente, devem ser estabelecidos diferentes critérios dc aceitação e rejeição de lotes, em função da potencial gravidade d o defeito; assim sendo, estes podem ser classificados em D E F E I T O S CRÍTICOS (riscos à segurança e à saúde), D E F E I T O S PRINCIPAIS (prejuízos à utilização) c D E F E I T O S S E C U N D Á R I O S (prejuízos estéticos, falhas que não d i m i n u e m o nível de d e s e m p e n h o ) , c o n s i d e r a n d o - s e ainda a facilidade e o custo de substituição de um produto defeituoso instalado; • existem f e r r a m e n t a s estatísticas (erro tipo (X = p r o b a b i l i d a d e de aceitar-se um lote N Ã O C O N F O R M E c e r r o tipo [3 = p r o b a b i l i d a d e de rejeitar-se um lote C O N F O R M E ) que auxiliam a análise de riscos; e) todos os elementos do sistema da qualidade devem ser d o c u m e n t a d o s , demonstrados (adequação d o sistema escolhido, capacidade dos p r o d u t o s atingirem c o n f o r m i d a d e , capacidade de gestão d o sistema de qualidade) e, s e m p r e que se desejar a d e m o n s tração externa da qualidade, auditados p o r equipes i n d e p e n d e n t e s ; f) s e m p r e que não sc p u d e r d e m o n s t r a r p r e v i a m e n t e a capacidade dc um f o r n e c e d o r em atender os requisitos das normas ISO 9001, 9002 ou 9003, recomenda-se também uma auditoria p r e l i m i n a r p o r p a r t e tle o r g a n i z a ç ã o i n d e p e n d e n t e (avaliação précontratual); g ) o contrato final entre fornecedor e consumidor, no que tange à garantia da qualidade, deve ser bem e n t e n d i d o e aceito p o r a m b a s as partes, incluindo-se e v e n t u a l m e n t e requisitos s u p l e m e n t a r e s : • r e f e r ê n c i a s claras às e s p e c i f i c a ç õ e s técnicas d e p r o d u t o s e s e r v i ç o s ( n o r m a s ABNT, normas ISO, ou outra normalização acertada entre as partes); • eventuais requisitos suplementares à n o r m a ISO escolhida, tais c o m o programas da qualidade, planos de auditoria, ctc. N O R M A S ISO 9 0 0 1 A 9003 - M O D E L O S PARA G A R A N T I A DA Q U A L I D A D E Tais n o r m a s especificam requisitos do sistema da qualidade a ser pactuado entre fornecedor c consumidor, visando a garantia da qualidade externa d o bem ou serviço adquirido. As três n o r m a s , ISO 9001 4 8 , 9002 49 c 9003 5 0 , complementam (e não substituem) requisitos técnicos especificados para p r o d u t o s ou serviços, d e v e n d o ser empregadas cm conjunto com a norma ISO 9000. De forma resumida, apresentam-se na Tabela 6 as diferentes características dessas normas: *' NBR 1S<> 9001 - S i s t e m a s da qualidade: M o d e l o para garantia da qualidade c m projeto, d e s e n v o l v i m e n t o , p r o d u ç ã o , instalação c s e r v i ç o * a s s o c i a d o s . Associação Brasileira d c Norma* técnicas Rio dc Janeiro, 1.994. ' NBR ISO 9002 - Sistema» da qualidade: M o d e l o para garantia da qualidade c m p r o d u ç ã o , Brasileira dc Norma» técnicas. Rio dc Janeiro. 1.994. " NBR ISO 9005 - Sistemas da qualidade: M o d e l o para garantia da q u a l i d a d e Normas técnicas. Rio dc Janeiro. 1.994. cm inspeção i n s t a l a ç ã o c s e r v i ç o s a s s o c i a d o s , Aswciaçào c e n s a i o s finais. Associação Brasileira de Tabela 6: Formas de garantia da qualidade abrangidas na normalização ISO 9000 Objeto de garantia da qualidade Norma ISO - 9001 Projeto / desenvolvimento • Produção • • Instalação • • Assistência técnica • Inspeção e ensaios finais • Projetos e especificações técnicas ISO - 9003 ISO - 9002 • • • projeto a ser desenvolvido • requisitos fixados ou definidos a serem fixados em termos dc desempenho Objetivos dos requisitos • demonstração da estabelecidos na capacidade do normalização ISO Aplicações típicas das normas ISO • demonstração da • prevenção :le não capacidade do coníormidades nos fornecedor projetar, fornecedor produzir fornecimentos produzir e instalar e instalar • prevenção de não • prevenção de não coníormidades em conformidades na todos os estágios produção e / ou instalação • plantas industriais • construção de • fornecimento de ("turn keys"), obras segundo materiais shopping-centers projetos fornecidos e componentes pelo empreendedor pelos produtores, • serviços públicos (infra-estrutura, trans|>ortes etc) • edifícios (habitacionais, distribuidores e • produção de bens revendas e serviços segundo projetos e especificações previamente definidas escolares, comerciais) • instalações especiais (elevadores, ar condicionado) Com nível de responsabilidade decrescente da norma 9001 para a norma 9003, c o n f o r m e q u a d r o anterior, todas elas especificam objetivamente os elementos a serem considerados na " c o n t r a t a ç ã o da qualidade", ou seja, responsabilidades, recursos materiais e hu- m a n o s , d o c u m e n t a ç ã o da qualidade, i n s p e ç õ e s e ensaios, ações corretivas, auditorias etc. Tais aspectos, de suma importância nos programas internos da qualidade, são abord a d o s a seguir. N O R M A ISO 9004 - G E S T Ã O DA Q U A L I D A D E I N T E R N A NAS EMPRESAS A n o r m a ISO 9004' 1 está subdividida em quatro partes, sendo a segunda mais propriamente voltada para a produção de serviços, e a terceira para a produção de bens; ambas, c o n t u d o , assentam-se na mesma base filosófica. A primeira parte engloba diretrizes gerais para operação de sistemas da qualidade, enquanto a última diretrizes para a melhoria da q u a l i d a d e . A ISO 9004 p r o p õ e diretrizes para " u m efetivo sistema dc gestão da qualidade, concebid o para a t e n d e r as necessidades e expectativas do cliente e, ao m e s m o t e m p o , servir para proteger os interesses da e m p r e s a " . Sob o aspecto da fabricação / colocação em mercado de p r o d u t o s deficientes, considera os riscos e custos para o produtor e para o consumidor de acordo com a Tabela 7. O princípios essenciais considerados nas n o r m a s ISO 9004, partes 1 a 4, são apresentados de f o r m a resumida a seguir: a) a responsabilidade pela política da qualidade e o c o m p r o m e t i m e n t o com a m e s m a cabem ao mais alto nível de administração da empresa; a ela também compete garantir que esta política seja entendida, implementada e mantida em t o d o s os escalões; " NBR ISO WMM - G e s t ã o da q u a l i d a d e c e l e m e n t o s d o s i s t e m a d a qualidade. Associação Brasileira de Norma» técnicas Rio de Janeiro, 1.994. Parte 1: Diretrizes Parte 2: Diretrizes para serviços Parte 3: Diretrizes para materiais processado» Parte 4: Diretrizes para melhoria da qualidade Tabela 7: Riscos para o produtor e para o consumidor em função da colocação no mercado de produtos não conformes RISCOS PARA O PRODUTOR PARA O CONSUMIDOR • perda de imagem ou reputação • saúde e segurança das pessoas • perda de mercado • insatisfação com bens c serviços • queixas, reclamações • perda de confiança • responsabilidade civil CUSTOS • desperdício de materiais • substituição de produtos defeituosos, • desperdício de recursos humanos (retrabalho, reprocessamento etc.) • reposição de produtos defeituosos com pequena durabilidade. • elevação dos custos com operação, manutenção, reparos. • despesas processuais • tempo despendido com re|x>sições, reclamações, etc. • diminuição da lucratividade global • atraso de cronograma • lucros cessantes b ) a seleção dos e l e m e n t o s a integrarem o sistema da qualidade de uma empresa deve considerar o m e r c a d o atendido, a natureza do p r o d u t o , os processos de produção c as necessidades d o c o n s u m i d o r ; c) deve ser dada ênfase à prevenção de problemas, ao invés da detecção e sua poste- rior correção; d ) devem ser definidos objetivos e metas a serem atingidos, além de mecanismos para efetiva aferição dos custos relacionados com a qualidade, c o n s i d e r a n d o : • esforço para prevenção de falhas (treinamento, controle da qualidade de insumos, m a n u t e n ç ã o preventiva); • avaliação e d e m o n s t r a ç ã o da qualidade (ensaios, auditorias internas c externas); • rejeitos na p r o d u ç ã o ( c o n t a b i l i z a n d o - s e d e s p e r d í c i o s de m a t é r i a - p r i m a , h o r a s trabalhadas, i n s u m o s energéticos, desgaste de e q u i p a m e n t o s e outros); • rejeição de f o r n e c i m e n t o s (custos diretos e indiretos incorridos c o m assistência técnica, reposições, responsabilidade civil, lucros cessantes e outros). O balanço dc custos p o d e ser resumido na Tabela seguinte Tabela 8: Resumo dos custos envolvidos num sistema da q u a l i d a d e 1. PREVENÇÃO 2. AVALIAÇÃO • treinamento de equipes • equipes de controle da qualidade • investimento em equipamentos • ensaios, análises • estudo detalhado dos processos, etc • documentação, etc 3. FALHAS INTERNAS 4. FALHAS EXTERNAS • rejeitos • substituições, reparos • retrabalho • demandas judiciais • baixa produtividade, etc • custo invisível (imagem da empresa) e) obviamente que, q u a n t o mais se investir na prevenção, m e n o r e s serão os custos das falhas internas e externas. Para estabelecer-se a região ideal de operação da organização, deve ser realizada uma análise de valor (riscos calculados, custos e benefícios); cm f u n ç ã o d o s i n v e s t i m e n t o s c d o r e t o r n o , haverá uma faixa ideal d e o p e r a ç ã o , c o n f o r m e Figura 39 S e g u n d o Peixoto 5 2 , "nossos clientes estão, cada vez mais, interessados em produtos ou serviços dc qualidade, a c u s t o s cada vez m e n o r e s " . Assim s e n d o , c c o n s i d e r a n d o a competitividade empresarial que aumenta dia a dia, a c o m p o s i ç ã o d o preço final de um bem deve ser estabelecida com base na nova filosofia do consumidor, c o n f o r m e Figura 40. PI-1XOTO. A. C. G. Qualidade: C o m a Ter S u c e s s o c o m o Z é , s c não T e m o s o T o s h i o o u o Fritz. Artigo publicado na revista Contiole da Qualidade n" 16. pp 49-56. Ivditora Manas, São Paulo. 1993. deP****40 100% defeituoso 100% bom 0 Figura 39 Balanço de custos - investimento em qualidade x custos tias falhas. PROCESSO TRADICIONAL PROCESSO ATUAL CUSTO + LUCRO - PREÇO PREÇO - CUSTO - LUCRO • custo • c o n s e g u i d o pelo empresário 'lucro • estabelecido p e l a empresa p r e ç o - resultante > preço • fixado pelo mercado > custo • a t i n g i d o p e l a e m p r e s a - > lucro • resultante |j] Figura 40 A nova forma de composição do preço de venda de um produto. Segundo Taguchi, são quatro os princípios fundamentais relativos aos custos do produto: 1. O s custos são a característica mais importante de um p r o d u t o ; 2. O s custos n ã o p o d e m ser reduzidos sem que haja influência sobre a qualidade; 3. A qualidade p o d e ser melhorada sem aumentar os custos; 4. O s custos p o d e m ser reduzidos através da melhoria da qualidade. f) o impacto da qualidade sobre o demonstrativo de lucros e perdas deve ser constant e m e n t e q u a n t i f i c a d o c d e m o n s t r a d o à alta direção da e m p r e s a , f o r n e c c n d c - s e elem e n t o s c o n c r e t o s para avaliação d o sistema da qualidade; na m e d i d a d o possível, custos indiretos relacionados com a qualidade (imagem da empresa, participação n o mercado) devem ser t a m b é m d e m o n s t r a d o s . Definidas as linhas básicas da política e d o sistema da qualidade, c o m p e t e implementálas através de r e c u r s o s gerenciais compatíveis; assim s e n d o é essencial a definição de o r g a n o g r a m a s (responsabilidades e autoridades), f l u x o g r a m a s ( c o o r d e n a ç ã o e controle dc interfaces entre diferentes atividades), p r o c e d i m e n t o s operacionais (recursos h u m a nos, equipamentos e técnicas visando s o b r e t u d o prevenir ocorrência de falhas), sistemas f o r m a i s de comunicação, registro, controle, distribuição e arquivamento da documentação da qualidade. T o d a s as regras devem ser p r e v i a m e n t e registradas em "Manual da Q u a l i d a d e " ( p r o c e d i m e n t o s gerais) e em " P l a n o s da Q u a l i d a d e " (atividades setoriais, p r o d u t o s ou serviços específicos). A obtenção da qualidade é tarefa que perpassa todos os segmentos da empresa, todas as pessoas, até os servidores mais humildes; as atividades de controle da qualidade, contudo, devem ser desenvolvidas por pessoal que não esteja vinculado à p r o d u ç ã o (o preceito básico é: quem p r o d u z não reúne total isenção para controlar). I7, recomendada também a previsão de auditorias (pessoal i n t e r n o ou e x t e r n o à o r g a n i z a ç ã o ) , através das quais sejam relatados à Diretoria da empresa exemplos específicos de não conformidades, eventuais ações corretivas, avaliação da implementação de ações corretivas anteriormente r e c o m e n d a d a s . As atividades relacionadas à qualidade de um p r o d u t o ou serviço e s t e n d e m - s e desde a identificação inicial de sua necessidade (pesquisa de m e r c a d o , prospecções) até a satisf a ç ã o final das e x p e c t a t i v a s d o c o n s u m i d o r , s e n d o c o n s t a n t e m e n t e reavaliadas e retroalimentadas de acordo com o ciclo indicado na Figura 41. O s princípios gerenciais e n f o c a d o s na ISO 9004 aplicam-se a qualquer tipo de atividade (serviço ou bem), d e v e n d o os aspectos técnicos e operacionais serem adaptados para as situações específicas. Relativamente à prestação dc serviços, a n o r m a adverte que "//////'- projeto, especificação , e desenvolvimento Z ^ 7} do produto marketing e pesquisa de mercado Insumos <1 assistência \\\]} técnica e ? , manutenção I í ^o0sumidor/c//e^ / utilização • Ciclo da qualidade * P * ^ produção / í°tfutor/fornece<^ <§f(5j=^—"í—p— vendas e distribuição r-i planejamento e \ J L desenvolvimento — do processo inspeção e ensaios V A embalagem e armazenamento | Figura 4 1 Ciclo da qualidade - desde a pesquisa de mercado até a utilização e assistência técnica. tas características qualitativas, das quantitativamente pela avaliadas organização subjetivamente prestadora pelos clientes, do serviçoVale podem recordar str medi- que, na f i l o s o f i a da q u a l i d a d e , as n e c e s s i d a d e s implícitas d o s clientes d e v e m t a m b é m ser consideradas. Q u a n t o à implantação d o s sistemas da qualidade, existem a s p e c t o s essenciais a serem c o n s i d e r a d o s 5 3 c o n f o r m e exemplos registrados no diagrama da Figura 42, aplicáveis a qualquer setor. As atividades pertinentes ao projeto / engenharia de p r o d u t o constituem elo com todas as demais atividades, devendo merecer, por isso mesmo, especial atenção. Finalmente a ISO 9004 considera ainda diversos aspectos relacionados a: - ações corretivas (responsabilidades e autoridades, registros e acompanhamentos, investigações dc causa c efeito, alterações no sistema da qualidade); " T H O M A Z , K. ISO 9.000 Aplicada ã C o n s t r u ç ã o Civil. Revista Ti • acordo com fornecedores • planos de inspeção • "marca do conformidado" 4> • ordens de compra precisas • entendimento do pedido 4< • controles de recebimento • CQ do fornecedor • regislros qualidade • segregação das não conformidades • níveis do desempenho •avaliação de riscos • facilidade de instalação • viabilidade técnica/econômica • retorno do investimento Ensaios • mecanização/automação • quantificação/orçamento •cronogramas de produção 4/ • planejamento do produção Jjl i É-aUB 4* • métodos de ensaio e planilhas tíe registro • acompanhamento contínuo da produção •documentação da qualidade • análise estatística do falhas 4> • aprovação da produção • auditoria externa independente íLtM 4, rastreabilidade/padrões calibrações sistemáticas 4* • capacidade do processo • etapas unitárias • controlos cm cada otapa 4/ •análise das interfaces • projetos definitivos •detalhes construtivos • especificações/memoriais •critérios do aceitação • plano de inspeções • plano CQ dos materiais •armazenamento/transporte • manual de uso/manutenção equipamentos de ensaio • especificações o detalhamento dos processos • controle de suprimentos • ajustes nos processos • identificação dos lotes 4, •anteprojetos • protótipos • segurança/prot. ambiental 4* • cadastro do fornecedores • avaliação periódica do fornecedor . controles estatísticos Produção 4> • rotroalimentação do projeto • *as built" Não conformidades • segregação de lotes • cadastro das falhas • análise crítica das falhas 4/ • sucateamento de lotes • medidas preventivas G Figura 42 Visão sistêmica dos aspectos a serem considerados num sistema da qualidade. - i m p o r t â n c i a d o e s t a b e l e c i m e n t o de i n s t r u ç õ e s de uso d o p r o d u t o ( m a n u s e i o , a r m a z e n a m e n t o , identificação, instalação, m a n u t e n ç ã o ) ; - d o c u m e n t a ç ã o c registro da qualidade (identificação, coleta, m a n u t e n ç ã o , revisão e recuperação das mais diversas i n f o r m a ç õ e s ) ; - gerenciamento de recursos humanos (seleção, treinamento, reciclagem, conscientização, motivação c reconhecimento dos esforços individuais c dc equipes); - sistemas dc rastreabilidadc para facilitar o recolhimento dc p r o d u t o s defeituosos, p r e v e n i n d o d a n o s aos usuários, ações cíveis, e outras contrariedades; - e m p r e g o de técnicas estarísticas. N ã o sc p o d e c o n t u d o imaginar que se c o n s e g u i r á saltar, n u m a s ó acrobacia, da n ã o qualidade para a qualidade total. Cada empresa, com sua cultura e sua disponibilidade de recursos, haverá de estabelecer políticas e sistemas realistas da qualidade, gradualm e n t e d o s a d o s no b o m senso c na vontade dc evoluir. Nesse p o n t o , vale citar A r t u r o Vázquez Vela" s (especialista mexicano na área), e seus quatro p o n t o s básicos para a modernização: • P O L Í T I C A S - claras c atingíveis, avaliadas p e r m a n e n t e m e n t e ; • O B J E T I V O S - cada vez mais ambiciosos, mas a t r e l a d o s à realidade. De nada servem metas quiméricas, que jamais serão alcançadas; • E F I C Á C I A - as avaliações internas não são suficientes, sendo indispensável aquilatar a opinião do público externo; • E Q U I P E S - a qualidade só é alcançada com um g r u p o dc colaboradores conscientes e motivados; a satisfação pessoal de cada um haverá de refletir-se c o m o um t o d o na organização. O importante é que os programas de qualidade, por mais tímidos que sejam, devem ser i m e d i a t a m e n t e iniciados. O e m p r e s á r i o que se der ao luxo de ficar c o n t e m p l a n d o , ou imaginando que qualidade é apenas mais um "balão de ar quente", segundo Vela, c o r r e o risco de mudar de atividade, t r a n s f o r m a n d o sua organização em museu tecnológico. 2.3 | Aplicação das normas ISO 9000 a obras e serviços de engenharia D i f e r e n t e m e n t e de uma indústria de automóveis, remédios ou qualquer bem dc consumo, com sede fixa, e q u i p a m e n t o s e força de trabalho bem definidas, a construção civil a p r e s e n t a características m u i t o particulares. N u m paralelo c o m uma dessas indústrias citadas, é difícil imaginar-se para a c o n s t r u ç ã o linhas de m o n t a g e m , operações unitárias " Vl : ,l.,\. A. V. Calidad cn Ia C o n s t r u c c i ó n . Revista Ccmento & C o n c r e t a Associação Mexicana de Ccmento Portland. Ciudad de México. 1995. c o m p a r t i m e n t a d a s , c o n t r o l e s estatísticos, capacidade d o s processos. E m relação às ind ú s t r i a s seriadas, M e s e g u e r ^ aponta para a construção civil as principais peculiaridades indicadas a seguir: Tabela 9: Características da construção civil, em relação às indústrias seriadas CARACTERÍSTICAS DETALHES Indústria nômade processos, mão dc obra, matérias primas e equipamentos mudam de local para local Produtos únicos baixa repetibilidade Produção concentrada operários móveis, atuando sobre produto fixo Indústria tmdicion.nl grande inércia, quase todas as |>essons acham que dominam as técnicas Processos artesanais pouco investimento em tecnologia Interferências entre tarefas, operações equipes de pedreiros, azulejistas, encanadores, eletricistas, unitárias em paralelo marceneiros e outros Mão-de-obra |x>uco qualificada absorvida do setor primário, do cani|x> Rotatividade da mão-de-obra falta de motivação, pequena possibilidade de ascensão social e profissional Trabalho ao ar livre sujeição às intempéries, roubo, vandalismo Res|>onsabil idades dispersas áreas de sombra, zonas sem resjjonsável Insumos muito variados estima-se cerca dc 13.000 a 15.000 itens Trabalhos com boa dose dc perigo escavações, trabalhos em locais altos Indefinições do produto final projetos executivos normalmente fornecidos com as obras em andamento Produto deve atender necessidades higiene, conforto, saúde, lazer, trabalho, anseios psicológicos muito complexas Produtos com vida muito longa avaliações dos clientes ao longo dos anos Alem das características listadas, outros fatores influem na qualidade da construção, c o m o p r o d u ç ã o intermitente, planejamentos falhos, submissão a prazos políticos c insuficiên- cias da normalização técnica. Além disso, a c o n s t r u ç ã o c o n t a com elevado n ú m e r o dc agentes intervenientes, c o n f o r m e Tabela 10, t o d o s interferindo na qualidade final. M MFSl-GUF.R. A. Cí. Controle c Garantia da Q u a l i d a d e na Construção. Traduç: Roberto J. I:. Bauer. Paulo R. I.. Ilclcnc e Antonio Carmona FÍIIHX C o e d i ç i o : S I N D U S C O N / S P - Projeto Fditores. 1991. Tabela 10: Agentes intervenientes na construção civil (adaptado de Meseguer 5S ) INTERVENIENTE INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE Proprietário • tem a responsabilidade de definir os padrões de qualidade • promove a manutenção do produto ao longo do tempo Usuário • utiliza o produto final • zela em maior ou menor escala pela sua conservação Promotor • define os níveis de desempenho desejados • realiza o planejamento do empreendimento Agente financeiro • viabiliza o empreendimento, libera recursos periodicamente • fiscaliza os níveis de qualidade estabelecidos Projetistas • executam cálculos, desenhos e memoriais, influenciando largamente na qualidade e na economia da construção Fabricantes • fornecem materiais, componentes, equipamentos e outros insumos, cuja qualidade pode sofrer grandes variações Laboratórios de ensaios • avaliam a qualidade de materiais e serviços, com padrões técnicos que podem também variar Construtor • executa as obras e serviços, podendo atender em maior ou menor escala as especificações e detalhes dos projetos Gerenciador • planeja e cumpre os planos de controle da qualidade • realiza medições, fiscaliza e recebe as obras e serviços Assoc. de normalização • definem as bases técnicas que nortearão a qualidade dos materiais e dcs serviços Universidades • graduam os profissionais com maior ou menor perfeição Universidades/institutos • desenvolvem tecnologia, fornecem bases para a normalização técnica. difundem informações tecnológicas Estado • estal>elece toda legislação referente ã formação e atuação de profissionais. códigos de construção e outras leis Associações profissionais • regulamentam e fiscalizam o exercício da profissão Companhias de seguro • estabelecem o custo do seguro em função dos riscos oferecidos pela construção, do porte da obra, do prazo etc. Empresas de operação • operam e executam a manutenção das edificações Órgãos de certificação • certificam sistemas de gestão da qualidade de fabricantes • certificam sistemas da qualidade de projetistas e construtores Q u a n t o m e l h o r o nível dc i n t e r a ç ã o e n t r e esses d i v e r s o s a t o r e s , m e l h o r e s os result a d o s p o t e n c i a i s ; a rigor, t o d o s d e v e r i a m ter a visão i n t e g r a d a de t o d o p r o c e s s o d o e m p r e e n d i m e n t o , p o d e n d o dessa f o r m a auxiliarem-se m u t u a m e n t e e p r o m o v e r c o m m a i o r f a c i l i d a d e os a c e r t o s nas i n ú m e r a s i n t e r f a c e s . O c o r r e q u e , m u i t a s vezes, o s d i f e r e n t e s a t o r e s n ã o têm a p e r f e i t a c o m p r e e n s ã o de t o d o s os p a s s o s d o p r o c e s s o , n e m c o n h e c e m m u i t o b e m suas p r ó p r i a s r e s p o n s a b i l i d a d e s i s o l a d a m e n t e . Relativam e n t e ao p r o m o t o r d o e m p r e e n d i m e n t o , p o r e x e m p l o , Á u b e r t 5 6 cita que "sua missão n ã o p o d e ficar limitada à e l a b o r a ç ã o dc um c r o n o g r a m a dc c o n s t r u ç ã o e a uma p r o g r a m a ç ã o dc r e c u r s o s " . E s t e i n t e r v e n i e n t e d e v e facilitar as a t i v i d a d e s de cada u m d o s p a r t i c i p a n t e s , v i a b i l i z a r a i m p l e m e n t a ç ã o d e s e u s r e s p e c t i v o s p l a n o s da q u a l i d a d e , analisar as c o n s e q ü ê n c i a s das n ã o c o n f o r m i d a d e s c as necessárias m e d i das p r e v e n t i v a s , a n t e v e r e p r e v e n i r riscos, analisar c r e a l i m e n t a r t o d o s os planos de construção. O s d e s p e r d í c i o s na c o n s t r u ç ã o civil são m u i t o a c e n t u a d o s q u a n d o c o m p a r a d o s c o m aqueles da maioria das "indústrias fixas". C o n s i d e r a n d o apenas os desperdícios físicos mensuráveis na produção (diferença entre quantidade prevista no projeto ou e s p e c i f i c a ç ã o c q u a n t i d a d e que r e a l m e n t e deu e n t r a d a na o b r a ) , p e s q u i s a c o n d u z i d a pela E P U S P 5 7 , para diferentes materiais c diversos canteiros dc obra distribuídos cm doze estados brasileiros, revela que, em media, desperdiçamos cerca dc 95% dc cimento, 9 % de c o n c r e t o u s i n a d o , 10% de aço e 17% de b l o c o s ou tijolos, para citar alguns materiais. Além dos d e s p e r d í c i o s físicos, palpáveis, existe a p o s s i b i l i d a d e dc m u i t o s o u t r o s , c o n f o r m e Tabela 11 a seguir. * AUHIÍRT, V et alli. Fairc Construíra c'c*t un M é t i c r - l.a (icxtion s) Entulho invisível: enchimentos de lajes, juntas muito largas nas alvenarias, engrossamento de revestimentos, pinturas encorpadas Moras ociosas de homens e equipamentos: programações inadequadas, compras equivocadas ou falta de materiais, equipamentos quebrados, desarmonia entre subempreiteiros ou equipes Avarias cm materiais e componentes: processos inadequados de armazenagem ou transporte ou manuseio, proteção inadequada de serviços acabados, limpeza com produtos ácidos / abrasivos Danos a componentes estruturais, em função da estocagem inadequada de materiais sobre peças recém concretadas t3.lixa p i o d u l i v i d a d c c m f u n ç ã o d c e q u i p a m e n t o * o u f e n a m e n t a s inadequiuld!» (balaiicins», bombas, vibradores, serras) Retrabalho, reparos: abertura de fôrmas, ruptura de escoramentos, desaprumo e falta de esquadro em paredes, ondulações em revestimentos, vazamentos ou entupimentos de tubulações, pisos com caimentos invertidos, pinturas sobre bases úmidas, etc Acidentes no trabalho, com perdas materiais, comoção, desestímulo, queda geral ia produtividade Atrasos de cronograma, repercutindo em multas, custos financeiros, improvisações, horas extras, trabalho noturno C o m o se p o d e notar, embora de difícil quantificação, existem diversos outros fatores dc perdas, às vezes muito mais significativos do que os próprios desperdícios com materiais e c o m p o n e n t e s . Nessa modalidade, poderiam ainda ser enquadrados prejuízos decorrentes dc baixa produtividade (falta dc motivação ou treinamento inadequado), ações judiciais c quedas na credibilidade da empresa, em função de desempenho inadequado ou patologias que venham a surgir nas obras. C o n s i d e r a n d o t o d o s estes fatores, PichP* estima que na média os desperdícios possam atingir, em termos de custos, a assustadora margem de 30%. C o m base em levantamentos realizados na década de 90, em cem canteiros de obras de oito estados brasileiros (SP, PR, ES, BA, SE, AL, G O e CF.), V a r g a s c h e g o u à conclusão que o t e m p o p r o d u t i v o de oficiais e serventes é incrivelmente p e q u e n o , ficando abaixo dos 40%. Na Tabela 12 apresenta-se o resumo desses levantamentos. Tabela 1 2 : U t i l i z a ç ã o d o tempo por oficiais e serventes nos canteiros (Vargas) TEMPO DESPENDIDO Pessoal próprio ( % ) Subempreiteiros ( % ) Retrabalho 8 7 Paradas e esperas 37 35 Transporte 14 12 Controles 7 7 Atividades de construção 34 39 M e n c i o n a r a m - s e até agora algumas das características mais i m p o r t a n t e s da c o n s t r u ç ã o civil, c da brasileira cm particular: a) g r a n d e n ú m e r o dc intervenientes; b) grande diversidade de serviços e de equipes; c) grande variedade de materiais e de insumos; PIC1II, l:. A. S i s t e m a s da Qualidade: U s o c m E m p r e s a s dc C o n s t r u ç ã o . Sãci Paulo, 1993. Tese dc doutorado em engenharia defendida na Mscola Politécnica da Universidade dc São Paulo. ''VARGAS, N. Contabilidade d a s Perdas. Reportagem de Silvério Roclia. Tcchnc - Revista de Tecnologia da Construção II° 27, pp 14 19. lülitora Pini. 1997. d) d e s p e r d í c i o s c o n s i d e r a v e l m e n t e altos; e) indústria " m ó v e l " , sujeita a uma série dc atribulações, c o n f o r m e Tabela 9 anterior. Ainda do capítulo I, poder-se-ia acrescentar uma sexta característica: incidência relativamente alta de problemas patológicos. Finalmente, da moderna tendência da "terceirização", a sétima característica: número relativamente alto de subempreiteiros, excessiva delegação da responsabilidade de " b e m construir". E x a t a m e n t e p o r essas características, a requererem e s f o r ç o s notáveis de organização e g e r e n c i a m e n t o , é que as n o r m a s ISO sobre gestão da qualidade encaixam-se quase que p e r f e i t a m e n t e . Poder-se-ia dizer que, q u a n t o maior for a complexidade da organização ou do p r o d u t o , quanto mais vultuoso for o negócio, maior a necessidade de adoção de um sistema de gestão nos moldes da ISO 9000. Por exemplo, sob o aspecto da organização da empresa, seja de projetos, de construção ou de serviços, a n o r m a ISO 9.004 perpassa praticamente todos os setores da organização, a b r a n g e n d o t ó p i c o s s o b r e marketing, p l a n e j a m e n t o , c o m p r a s , p r o d u ç ã o e o u t r o s , c o n f o r m e Figura 42 anteriormente apresentada. Assim sendo, a n o r m a pode servir c o m o guia para a elaboração do "sistema da qualidade da e m p r e s a " . S a i n d o d o â m a g o das e m p r e s a s , e p a r t i n d o para as relações d e s t a s c o m o m e r c a d o , fornecedores de materiais ou serviços numa ponta e consumidores/clientes na outra, as n o r m a s ISO 9001, 9002 ou 9003 p o d e m orientar a preparação dos contratos de fornecimento, sob o e n f o q u e da correta definição do p r o d u t o e n c o m e n d a d o (cujas imprecisões têm g e r a d o notáveis d e m a n d a s ) , das c o n d i ç õ e s gerais dc f o r n e c i m e n t o c da p r ó p r i a f o r m a de garantia da qualidade. Ainda quanto aos sistemas de gestão interna (ISO 9.004), dentre os vários aspectos considerados pela n o r m a , q u a t r o chamam particularmente a atenção: • a i m p o r t â n c i a q u e é d a d a a o p l a n e j a m e n t o : para J u r a n 6 0 , " n o Japão, cerca de 67% do tempo é gasto com planejamento e 33% com execução. N o s E L A esses percentuais passam respectivamente para 40% e 60%, quase se invertem. O tempo total dos japoneses c 15 a 20% m e n o r do que o t e m p o total dos americanos: melhor planejamento, melhor aproveitamento do tempo". N o Brasil, salvo exceções, o planejamento de nossas construções têm sido relegado a segundo plano. C o n f o r m e Bonilha61, enquanto os japoneses d e s p e n d e m 1 ano para planejar e seis meses para construírem uma obra, nós planejamos cm 1 mês, c o n s t r u í m o s em 1 ano e c o n s e r t a m o s p o r t e m p o indeterminado; • o p e s o d a e n g e n h a r i a d e p r o d u t o s e c o n c e p ç ã o d e p r o j e t o s : é notório que as falhas de c o n c e p ç ã o n o r m a l m e n t e repercutem conseqüências muito mais graves que as não c o n f o r m i d a d e s localizadas dc materiais ou dc serviços. Já cm 1982, bem antes do advento da ISO 9000, num boletim d o CEB 6 2 afirmava-se: " t o d o o processo de construção é interdependente, não se p o d e n d o assegurar a qualidade se alguma das atividades for desconsiderada. Estima-se que 50% da qualidade tem sua base nas atividades dc planejamento e projeto; a execução possivelmente r e s p o n d a p o r 25%, e n q u a n t o que os restantes 2 5 % serão d e p e n d e n t e s d o s materiais, d o uso e da m a n u t e n ç ã o da c o n s t r u ç ã o " ; • a i m p o r t â n c i a d o r e g i s t r o , c i r c u l a ç ã o e g u a r d a d e i n f o r m a ç õ e s : em geral, as empresas de c o n s t r u ç ã o não c o n s t r o e m ao longo dos anos uma memória técnica; a saída do engenheiro ou a aposentadoria do mestre, quase sempre significa a d e s m e m o r i z a ç ã o da e m p r e s a ; • a ê n f a s e n a s a n á l i s e s c r í t i c a s , r e a l i m e n t a ç õ e s e p r e v e n ç ã o d c falhas: prevenir é s e m p r e melhor que remediar. **JL'RAN. M. Joseph. A Última Palavra: L i ç õ e s d c u m a Vida no G e r e n c i a m e n t o para a Qualidade. Revista Controle da Qualidade n° 19, pp " 9, F.ditora Nanas. S i o Paulo. 1993. 41 HONII.I IA. I- C. M. C o m u n i c a ç ã o p e s s o a l . S i o Paulo. 1980. CI:.H - Comitê l : .uro-lntcrnational du Ikton. Quality Control and Quality A s s u r a n c e for Concreto Structurc*. Hulletin d l n f o r m a t i o n n° 157. d c c c m b c r 19X2. E m qualquer situação, haverá necessidade de a d a p t a ç ã o das n o r m a s à modalidade d o objeto (obra, serviço etc), à cultura da empresa e às características do empreendimento. Normalmente, deverão ser privilegiados os pontos chave das operações, tendo-se dc relegar a segundo plano ou mesmo abandonar um sem número dc variáveis que poderiam redundar em milhões de " b i t e s " de informações, montanhas de papel, custos proibitivos e r e t o r n o insignificante tanto para quem produz c o m o para quem adquire o bem. Deverão os sistemas e planos da qualidade efetivamente enfrentarem os itens com custos mais representativos, os aspectos de saúde e segurança (incluindo segurança no trabalho), as principais fontes de patologias, os aspectos essenciais de planejamento ou administração e, de qualquer sorte, os problemas mais c o m u n s observados nos processos da construção. O corolário das n o r m a s ISO 9000 é representado pela Garantia da Qualidade, definida n o início d e s t e c a p í t u l o c o m o " o c o n j u n t o dc m e d i d a s o r i e n t a d a s para c o n s e g u i r a qualidade c para evitar ou detectar erros cm todas as fases d o processo, traduzindo-se na d e m o n s t r a ç ã o d o c u m e n t a d a de que foram e f e t u a d o s t o d o s os controles pertinentes da q u a l i d a d e " . S e g u n d o Ary 6 3 , um sistema de garantia da qualidade visa assegurar que todas as atividades que possam influenciar o d e s e m p e n h o final de uma obra sejam: - baseadas em requisitos claramente definidos, c o n t e m p l a n d o condições técnicas e operacionais, legislação, meio ambiente e condições do local da obra; - desenvolvidas p o r pessoal c o m p e t e n t e , em a t e n d i m e n t o a planos previamente traçados; " ARY, T. (.'. Quality A s s u r a n e e and Quality Control in C o n s t r u e t i o n . Tese apresentada ao Departamento tle Ivngenharia Civil da Universidade d e I x e d s para obtenção d o grau de mestre. Ixedv, 1985. — executadas de f o r m a aderente com especificações e instruções p o r escrito; — verificadas e d o c u m e n t a d a s de f o r m a objetiva. Além de t o d a s as atividades, u m sistema de garantia da q u a l i d a d e envolve t o d o s o s diferentes intervenientes, a começar pelo proprietário da obra, c o n f o r m e Figura 43. Q Figura 43 Aspectos e atores envolvidos num sistema da garantia da qualidade (AryAt). D e a c o r d o c o m a m e s m a a u t o r a , algumas p e s s o a s c o n s i d e r a m q u e " p a r a assegurar a qualidade todas as etapas devem ser cobertas por algum tipo de controle; entretanto, tal postura é ineficiente c muito onerosa". Segundo ela, "a chave do sucesso é implementar os controles baseando-se no diagrama dc Pareto (algumas poucas variáveis governam as características essenciais dos processos), ou seja, o aspecto mais importante é identificar os p o u c o itens que p o d e m causar a grande maioria dos problemas, c o n c e n t r a n d o neles t o d o s os e s f o r ç o s e técnicas aplicáveis, principalmente no tocante à p r e v e n ç ã o das falhas". Ainda segundo o m e s m o trabalho, o papel cie cada interveniente num processo de garantia da qualidade encontra-se apresentado de forma resumida na Tabela 13 a seguir. Tabela 13: Responsabilidades dos atores num sistema de garantia da qualidade Intcrvenicnte Responsabilidades Proprietário Define suas necessidades e atitudes com respeito à qualidade Aprova junto ao gerenciador / coordenador geral da obra os planos e custos relativos às ins|x?ções e controles Analisa e aprova propostas não só do [xjnto de vista do "menor preço", mas também sob o aspecto da qualidade/desempenho oferecidos Projetistas Desenvolvem os projetos de forma aderente aos planos da qualidade, de forma a prevenir, detectar prontamente e corrigir não eonformidades Elaboram todos as plantas, detalhes, especificações e memoriais necessários para a execução da obra, de forma a atender a qualidade definida Verificam sistematicamente se o construtor está obedecendo todos os detalhes, especificações e memoriais Construtor Atende todas as especificações e detalhes previstos nos projetos Atua de forma a prevenir, detectar e corrigir não eonformidades Utiliza materiais e mão-de-obra de forma a atingir a qualidade definida, provendo as inspeções e ensaios necessários Contrata subempreiteiros aptos a atenderem a qualidade definida Aplica técnicas de controle de recebimento a projetos e materiais Registra, atualiza e demonstra todos os controles que efetua Subempreiteiro Atende todos os requisitos da qualidade, de forma idêntica ao construtor Atua de forma harmônica com o construtor e outros subempreiteiros Fornecedores Fornece materiais e com|x>nentes atendendo as especificações técnicas, quantidades e prazos de materiais acertados nos contratos ou pedidos Desenvolve e documenta programas de controle da qualidade dos materiais e componentes, demonstrando-os convenientemente Atua de forma a prevenir, detectar e corrigir não eonformidades Gerenciador Traduz os anseios do proprietário em planos e requisitos técnicos Acerta com o proprietário os planos da qualidade, as formas de análise de propostas, préqualificação o contratação de projetistas, construtores, laboratórios de ensaio, consultores, etc Esclarece e acerta com as diferentes empresas os planos da qualidade Prepara todos os contratos necessários Prove a realização de ensaios e inspeções, dando ciência ao construtor Define os critérios de aceitação dos serviços e recebimento das obras Atua nas interfaces, facilitando a atuação harmônica dos contratados Acompanha a efetiva aplicação de planos da qualidade pelos contratados Mantém registros de todos os controles realizados pelas diferentes partes Procede as inspeções finais e o recebimento da obra C o m o se p o d e observar pela leitura dos itens anteriores, as n o r m a s ISO série 9000 são s o b r e t u d o guias gerenciais, que enfatizam a importância das práticas organizacionais, d o planejamento e das técnicas de controle da qualidade de produtos ou serviços. Per serem dc aplicação geral, p o d e n d o ser utilizadas na indústria bélica, na prestação dc serviços m é d i c o s ou em qualquer o u t r a atividade, o b v i a m e n t e que o c o n j u n t o de n o r m a s n ã o contempla aspectos técnicos atinentes, de forma particular, à engenharia civil, à arquitetura, à física das edificações. Qualquer detalhe específico de cada um dos problemas patológi- cos a p r e s e n t a d o s no capítulo I deste livro c e r t a m e n t e que n ã o estará m e n c i o n a d o cm nenhuma norma ISO 9000. Em nenhum momento, nenhuma dessas normas tece considerações sobre a durabilidade dos concretos, os procedimentos de cálculo pelo método dos estados limites ou os processos químicos e eletroquímicos de corrosão dos metais. Assim s e n d o , c o n s t i t u i - s e ledo e n g a n o s u p o r que a a d o ç ã o isolada de um sistema da qualidade pela empresa construtora garantirá, de per si, o nível de qualidade proposto para um p r o d u t o , o b r a ou s e r v i ç o , o que i n f e l i z m e n t e é o e n t e n d i m e n t o de alguns. Q u a n t o à certificação de sistemas, alguns colegas engenheiros costumam brincar que "se você produzir certificadoEsta uma coisa com defeito, mas sempre de forma padronizada, você será acertiva, o b v i a m e n t e , é exagerada e falsa. Indagado sobre a utilidade da n o r m a ISO 9000, Juran 6 0 afirma que a mesma está s e n d o s u p e r e s t i m a d a : "Não cliente ou participação há nada na ISO 9000 dos funcionáriosEsse sobre aperfeiçoamento continuo, satisfação do ú l t i m o a s p e c t o ( m ã o - d e - o b r a ) é particu- larmente crítico nos países socialmente subdesenvolvidos, particularmente no Brasil c o m o será tratado no item seguinte. Relativamente aos p r o c e s s o s de c o n t r o l e da p r o d u ç ã o pelos fabricantes de materiais e c o m p o n e n t e s , c aos sistemas dc g e s t ã o da qualidade em c o n s t r u t o r a s , escritórios dc projeto ou fornecedores dc serviço, a f o r m a mais eficiente da demonstração da qualida- d e consiste nos c h a m a d o s " p r o c e s s o s de certificação da c o n f o r m i d a d e " ; a forma mais legítima e confiável é q u a n d o esta certificação é concedida p o r uma organização técnica independente, nomcando-sc então o processo dc "certificação de terceira parte" (no caso a primeira parte seria o fornecedor, e a segunda parte o consumidor). N o caso das empresas aplica-se a denominada "Certificação de Sistemas ISO 9000", o que compreende basicamente: • verificação d o sistema da qualidade (diretrizes gerais, atribuições, responsabilidades, p r o c e d i m e n t o s gerenciais e administrativos, p r o c e s s o s e recursos para i m p l e m e n t a ç ã o da q u e s t ã o da qualidade); • verificação da d o c u m e n t a ç ã o de s u p o r t e (manual da qualidade, p r o c e d i m e n t o s de c o n s t r u ç ã o , listas de verificação de serviços, critérios para r e c e b i m e n t o de materiais); • processos de c o m p r a , controles dc custos etc; • verificação da estabilidade d o s p r o c e s s o s de p r o d u ç ã o (através de auditorias); • verificação da eficiência (eliminação de desperdícios e retrabalho); • etc. Relativamente aos materiais e c o m p o n e n t e s , o processo de certificação instância a verificação da visa em última c o n f o r m i d a d e do p r o d u t o com uma n o r m a ou conjunto espe- cífico de n o r m a s . Baseia-se na inspeção d o sistema de qualidade d o fabricante (de maneira análoga àquela acima apresentada), na inspeção do sistema de controle da p r o d u ção (insumos, operações unitárias) e, s o b r e t u d o , na realização de ensaios. A I S O adota diferentes sistemas de certificação de terceira parte, desde os modelos mais simples até os mais complexos, ou seja: • M O D E L O 1: ensaio de tipo • M O D E L O 2: ensaio de tipo + coleta de amostras no comércio • M O D E L O 3: ensaio de tipo + coleta de amostras na fábrica • M O D E L O 4: ensaio de tipo + coleta de amostras no comércio + coleta de amostras na fábrica • M O D E L O 5: ensaio de tipo + coleta de amostras no comércio + coleta de amostras na fábrica + avaliação do sistema de controle da qualidade do produtor • M O D E L O 6: avaliação do sistema dc controle da qualidade do produtor • M O D E L O 7: ensaio de lote • M O D E L O 8: ensaio em 100% da produção (caso especial, aplicado por exemplo a sistemas de segurança ou e q u i p a m e n t o s especiais). Q u a n t o ás " E n t i d a d e s C e r t i f i c a d o r a s de Terceira Parte", estas devem ser p r e v i a m e n t e credenciadas pelo 1 N M E T R O - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, s e n d o os processos c o n d u z i d o s com base nas diretrizes da ISO 6 4 . Tais entidades devem assumir basicamente as responsabilidades c atribuições a seguir resumidas: • Avaliação dos p r o d u t o s c o n j u n t a m e n t e com serviços, sistemas ou processos utilizados na sua p r o d u ç ã o ; • E x e c u ç ã o ou supervisão dc ensaios; • Avaliação d o p r o g r a m a de controle da qualidade do p r o d u t o r ; • Fiscalização da continuidade da c o n f o r m i d a d e (após certificação inicial); • Proteção contra mau uso da marca de c o n f o r m i d a d e ; • Sigilo das i n f o r m a ç õ e s confidenciais do p r o d u t o r . " A B N T ISO / IRC Guia 65 Requisito* Gerai* para O r g a n i s m o * q u e O p e r a m Sistemas d c Certificai,-"1" de Produto». Rio Técnicas. NBR 8036/79. Programa dc Sondagens d c Simples R e c o n h e c i m e n t o d o s Solos par» Fundações d c Edifícios Riu d c Janeiro. 1979. p e r m i t i r ã o ao p r o j e t i s t a e s t a b e l e c e r uma p r i m e i r a a p r o x i m a ç ã o c o m as s o l u ç õ e s de f u n d a ç ã o plausíveis para a o b r a em e s t u d o . E m f u n ç ã o d o n ú m e r o S P T , a p r ó p r i a n o r m a b r a s i l e i r a N B R 6 1 2 2 s 2 estabelece classificação para a c o m p a c i d a d e das areias ( f o f a , p o u c o c o m p a c t a ) c para a c o n s i s t ê n c i a das argilas (muito mole, mole); a p a r t i r da classificação da n a t u r e z a d o solo e d o g r a u de c o m p a c i d a d e ou c o n s i s t ê n cia (areia fina c o m p a c t a , argila d u r a etc) a n o r m a a i n d a dá i n d i c a ç õ e s das p r e s s õ e s admissíveis nos diferentes terrenos. Nyiama 1 * adverte que levantamentos de SPT às vezes apresentam dados conflitantes ou inesperados; a confrontação dos resultados com sondagens vizinhas, ou mesmo com obras vizinhas, p o d e elucidar algumas dúvidas. C o m o regra geral, a ser aplicada em eventuais verificações da qualidade das sondagens, comenta que, cm t e r m o s aproximados: - 22% do n ú m e r o total de golpes ocorre nos primeiros 15cm de penetração; - 33% do n ú m e r o total de golpes o c o r r e nos 15cm subsequentes; - 44% do n ú m e r o total de golpes ocorre nos últimos 15cm. Q u a r e s m a " adverte para o perigo de se estimar resistência ou deformabilidade do solo a partir de m o d e l o s i m p r ó p r i o s e / ou a partir de l e v a n t a m e n t o s g e o t é c n i c o s falseados, insuficientes ou imprecisos. Assim sendo, recomenda: • estimar resistência e deformabilidade d o solo s o m e n t e a partir de modelos estab e l e c i d o s para s o l o s similares ( m e s m a e s t r u t u r a , m e s m a s c o n d i ç õ e s de p r é a d e n s a m e n t o etc); nunca e m p r e g a r em solos residuais correlações estabelecidas para solos sedimentares; • empregar apenas correlações obtidas a partir de equipamentos de ensaio similares (amostradores SPT de mesma eficiência, cones mecânicos semelhantes); nunca extrapolar correlações obtidas com cone mecânico para cone elétrico, e vice-versa. "•' ABNT - Associação Brasileira dc Normas Técnicas NBR 6122/96. Projeto e E x e c u ç i o d c Fundações Rio dc Janeiro. 1996. | Q3 Existem muitas indicações e modelos para estimativa da capacidade de carga de fundações: a) provas dc carga; b) indicações empíricas (brocas, estacas Strauss); c) valores tabelados por fornecedores, a partir de ensaios de prova de carga (estacas Franki, estacas metálicas, estacas prc-fabricadas dc concreto); d) modelos matemáticos a partir do peso específico, ângulo de atrito e coeficiente de atrito lateral do solo (tubulões, estacas escavadas); e) modelos matemáticos para fundações diretas e estacas cravadas, a partir do número SPT ("standard penetraiion test"), C P T ("cone penetration test") ou combinações de SPT e CPT. A l o n s o s ' apresenta diversas formulações para estimativa da capacidade de carga de fundações rasas, t u b u l õ e s e estacas; Teixeira 8 4 indica diferentes formas para estimativa das tensões admissíveis dos solos / capacidade de carga de fundações rasas; Décourt 8 5 sugere diferentes formulações para a capacidade dc carga de f u n d a ç õ e s p r o f u n d a s . No excelente manual "Fundações: Teoria c Prática", especialistas dão indicações das capacidades de cargas de d i f e r e n t e s sistemas de f u n d a ç õ e s , c o m o p o r exemplo Maia 8 6 (estacas tipo Franki), Falconi 8 7 (estacas tipo Strauss, estacas escavadas com trado espiral), Antunes 8 8 (estacas tipo hélicc c o n t í n u a ) , Saes 89 (estações e estacas barrete) e Alonso 9 " (estacas de madeira, estacas de aço e estacas pré-moldadas de concreto). Para as f u n d a ç õ e s p o r estacas, principalmente q u a n d o se tratar de tecnologias relativamente inovadoras, é sempre recomendável a execução de estaca-piloto ou estaca-prova, sempre que possível com a monitoração de ensaio PDA ("Pile Driving Analyser"), forma " AI.ONSO. I'. R. Exercícios dc F u n d a ç õ e s Editora Edgarxl Blüchcr LtiU. São Paulo. 1983"TFJXEIRA.A ll.;C>OlX)Y.N. S Análise. Projeto e Execução dc Fundações Rasas. In FundaçõesrTeoria e prática São PauIoABMS /ABEF/PINI. 1996.p.227 - 264. " DÉCOURT, L.:ALBIKRO.J II.; CINTRA. J. C A . Análise c Projeto dc Fundações Profundas . In: Fundações:Teoria c prática Sào Paulo: ABMS / ABEF/PINI. 1996. p. 265 - 328. MAIA.C M. M. Execução d e Fundações Profundas - Estacas H p o Franki. In: Fundações:Teoria c prática Sào Paulo: ABMS / ABEF / U M . 1996. p. 329 - 336 104 FALCONI. F I : SOUZA FIUIO.J.; FÍCiARO. N. I». Execução dc Fundações Profundas - Estacas Escavadas seni Lama ik-ntonitica. In: Fundações:Teoria c prática Sào Paulo:ABMS/ABEF / P1NI. 1996. p. 3 3 6 - 311. "•ANTUNES.W. R.ÍTAROZZO.H. Execução d c Fundações Profundas - EstacasTipo llelicc Continua In Fundações:Teoria e prática São Paulo ABMS/ABEF / PINI. 1996. p. 315 - 3 com oqvípcmordos sensíveis a recalques dono? o «trvlvrcr» apoiticadoj, contraventadas com diagonais limite p a r a incxitt&nela dc f i n u r a t not c d i f i í i o j possibilidade defissuraem alvenarias pOítibádOd* do problemas com ponto* rotontos po«ibii>dado do dotoeçõo visual do desaprvmo do edifício distorção angular = — *fissura;C0Mid«râv«s «m aívonarias . limite defissuraspara paredesflexíveiscom h/l < 1/4 . limito paro OCOrrÔnCiO do danos na ostruturo do CA 0 Figura 48 Recalques/distorções angulares e seus prováveis eleitos nos edifícios (Bjerrum) Para obras com estrutura em concreto armado, Barata 9 " realça que na limitação dos recalques, e dos eventuais danos aos edifícios, deverá ser considerada a interação do conjunto fundações + estrutura. Por exemplo, para o caso de estruturas predominantemente flexíveis, com f u n d a ç õ e s também flexíveis (sapatas isoladas, radiers de pequena rigidez), relata que há tendência de recalques mais intensos nos pilares centrais, em função da distribuição de pressões no terreno. N o caso de fundações flexíveis, com estrutura rígida (contraventamcntos diagonais, pórticos de grande rigidez nas duas direções), o professor relata que haverá tendência da uniformidade dos recalques, cabendo ã estrutura o comando do comportamento. Barata afirma também que, em prédios de altura acentuada, apenas os primeiros pavimentos colaboram para a rigidez da estrutura, relativamente à restrição dos recalques diferenci- r HARATA, l:. I : R e c a l q u e s d e Edifícios s o b r e F u n d a ç õ e s Diretas c m T e r r e n o s d c C o m p r e s s i b i l i d a d c Rápida c c o m a C o n s i d e r a ç ã o ü» Rigidez, d a E s t r u t u r a Tese para p r o f e s s o r titular . I~X p á g ados; tal fato é comprovado pela manifestação de fissuras muito mais severas nos primeiros pavimentos de edifícios que sofreram recalques diferenciados. Lembra ainda que a estratigrafia dos solos influi decisivamente na rigidez das fundações: por exemplo, camadas superficiais relativamente resistentes, seguidas dc solos mais d e f o r m á v e i s , f a z e m as vezes de uma verdadeira laje, conferindo rigidez ao c o n j u n t o fundações-estrutura. Estacas flutuantes redundam em fundações mais flexíveis que estacas com trabalho de ponta. O p r o j e t o da infra-estrutura, além das f u n d a ç õ e s p r o p r i a m e n t e ditas, incluindo análises s o b r e a segurança e deslocabilidade d o s d i f e r e n t e s e l e m e n t o s , s e m p r e que necessário deverá ser c o m p l e m e n t a d o por: - projeto de contenções (examinando-se suas eventuais interferências com as fundações, com os terrenos e o b r a s vizinhas); - eventual p r o j e t o de t e r r a p l e n a g e m , c o n s i d e r a n d o os taludes de corte e a t e r r o admissíveis em função das características do solo, da obra que será executada e das o b r a s vizinhas; - eventual projeto de reforço das fundações dc edificações vizinhas, considerandose a capacidade de carga dos solos subjacentes à obra e as eventuais conseqüências resultantes de d e s c o n f i n a m e n t o s ou rebaixamento d o lençol freático; - eventual projeto de drenagem do terreno durante a fase de escavação e execução das fundações e, se for o caso, a previsão da necessidade de sistemas dc drenagem p e r m a n e n t e s d o t e r r e n o (muito c o m u n s nos subsolos de edifícios); nesse aspecto, deve-se frisar que o nível do lençol p o d e variar em até l m entre as épocas dc chuva e de estiagem; além disso, devem ser avaliados os potenciais riscos de erosão d o solo tanto no terreno da obra c o m o nos terrenos vizinhos; ressalte-se t a m b é m que, p a r t i c u l a r m e n t e no caso das f u n d a ç õ e s rasas, é recomendável prever sistema de drenagem que impeça o acesso de água para a base das f u n d a ç õ e s ; — eventual p r o j e t o de f u n d a ç õ e s provisórias para c i m b r a m e n t o s , g r u a s , corres c g u i n e h o s , verificando-se criteriosamente as possíveis interferências entre essas f u n d a ç õ e s , as e d i f i c a ç õ e s v i z i n h a s e os e l e m e n t o s c o n s t i t u i n t e s da f u n d a ç ã o definitiva da obra; — especificações para a t e r r a m e n t o de eventuais p o ç o s ou fossas existentes no terreno; especificações para d e s m o n t e e / o u remoção de eventuais fundações anteriormente existentes ou obstáculos similares. O projeto de fundações, de forma geral, deverá ser constituído p o r memorial justificativo da solução técnica adotada, locação dos elementos da fundação (obedecendo coordenadas estabelecidas no projeto da superestrutura), memória de cálculo (incluindo avaliação dos efeitos de momentos e esforços horizontais introduzidos nas fundações pela ação do vento na s u p e r e s t r u t u r a , e m p u x o s de terra, previsão de recalques), plantas, cortes e todos os detalhes necessários à execução dos elementos, c o m p r e e n d e n d o plantas de fôrmas e armação de sapatas, blocos de c o r o a m e n t o e vigas. Km f u n ç ã o da tipologia da f u n d a ç ã o (estacas, tubulões etc) deverão ser apresentados os detalhes c quantificações específicas. E m q u a l q u e r situação, o p r o j e t o deverá ser a c o m p a n h a d o p o r t o d o s os d o c u m e n t o s técnicos que lhe deram sustentação: levantamento planialtimétrico do terreno e dos terrenos lindeiros (incluindo níveis dos pisos e subsolos de edificações vizinhas), levantam e n t o cadastral (árvores, postes, poços, cortinas nos terrenos vizinhos, outras interferências), s o n d a g e n s e o u t r o s estudos geotécnicos, resultados de ensaios de caracterização das camadas de solo, resultados dc ensaios de prova dc carga e outros. N o s e n t i d o de prevenir-se a o c o r r ê n c i a de d a n o s à e s t r u t u r a de c o n c r e t o a r m a d o , às alvenarias ou aos acabamentos d o edifício, frente à possibilidade de recalques de considerável intensidade, medidas p o d e r ã o ser estudadas c o n j u n t a m e n t e pelos projetistas de arquitetura, estrutura e fundações; pode-se cogitar p o r exemplo a flexibilização da estrutura de c o n c r e t o a r m a d o , a adoção de detalhes especiais para vinculação das alvenarias à estrutura e outros recursos. S e m p r e que f o r e m ajuizadas condições potencialmente perigosas para a ocorrência dos recalques diferenciados (edifícios muito longos, solos heterogêneos, c o n s t r u ç ã o em etapas) os projetistas p o d e r ã o ainda optar pela adoção de juntas nas f u n d a ç õ e s e na superestrutura (Figura 49), dc forma que as partes da construção comportcm-se como corpos rígidos i n d e p e n d e n t e s . C A S O A C A S O B RIAWTA P1ANTA C A S O C • • • • n • C A S O V777 O • • • • V J V / A •VJ C A S O C A S O E • • • • • • .VCVWKV Caso Caso Caso Caso Caso F • • V/W/VÍ A: edifícios com forma muito alongada B: plantas recortadas C: carregamentos muito diferenciados D: fundações apoiadas em cotas diferentes E: diferentes tipos de fundação C a s o F : diferentes e t a p a s d e c o n s t r u ç ã o D Figura 49 Juntas nos corjxjs dos edifícios para prevenir a ocorrência de fissuras induzidas por recalques diferenciados das fundações. Possibilidade de introdução de junta também poderá ser considerada no caso dc construções c o m d i f e r e n t e p a t a m a r e s e / o u c o m d i f e r e n ç a s m u i t o a c e n t u a d a s e n t r e cotas de a r r a s a m e n t o dos elementos da f u n d a ç ã o , situação a ser avaliada c o m maior atenção n o caso dc edifícios c o n s t r u í d o s c o m alvenaria e s t r u t u r a l ; nesse caso a junta p o d e r á ser introduzida apenas na superestrutura, c o n f o r m e ilustrado na Figura 50. J U1LíI M r [] Figura 50 r - - - Junta na superestrutura, em função de diferenças de cotas no arrasamento das fundações Além dos elementos anteriormente citados, Bernardi 9 enfatiza que o projeto das funda- ções c o m p r e e n d a : a) análise das interferências com f u n d a ç õ e s de obras vizinhas (sobreposição de bulbos de pressão, d e s c o n f i n a m e n t o d o solo, rebaixamento do lençol freático, vibrações); b ) c o m p l e t a especificação das características e cotas de a p o i o e / o u a c a b a m e n t o d o s blocos, baldrames e vigas alavancas, c o m p a r a t i v a m e n t e aos níveis acabados d o s pisos c o n t í g u o s às f u n d a ç õ e s , prevendo-se espessuras de lastros, impermeabilizações, passagens d e tubulações e e n c h i m e n t o s ; c) c o n f r o n t a ç ã o da locação d o s e l e m e n t o s da f u n d a ç ã o c o m o p r o j e t o legal da o b r a , visando a garantia dos recuos mínimos e das dimensões dos ambientes (neste último caso com destaque para as áreas de circulação dos subsolos c suas rampas, considerando as espessuras previstas para as contenções); d ) análise das d i s t â n c i a s em relação às divisas, aos eixos p r i n c i p a i s e a o u t r o s elem e n t o s da f u n d a ç ã o , c e r t i f i c a n d o a possibilidade de p e r f e i t a locação da f u n d a ç ã o no canteiro; c ) análise da necessidade de laje resistente à subpressão neutra ou de lastro armado; f) análise da necessidade de disposições especiais para execução da f u n d a ç ã o (rebaixam e n t o do lençol, e s c o r a m e n t o s provisórios, aplicação de chapisco ou argamassa no t e r r e n o escavado para o alojamento dc sapatas ou blocos); g ) e s t u d o das interferências entre elementos da f u n d a ç ã o projetada, com destaque nos casos da solução de sapatas ou blocos na região d o p o ç o de elevador; h) análise das implicações resultantes de escavações necessárias â execução das f u n d a ções, inclusive com eventual aproveitamento da terra escavada na execução dc aterros para aplainamento d o terreno; i) análise das interferências do projeto de fundações com outros projetos, ou seja: - p o ç o s de captação de águas pluviais e de águas servidas; - piscinas c reservatórios subterrâneos; - taludes e c o n t e n ç õ e s de obras vizinhas; - p a s s a g e n s de d u t o s de i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s e h i d r á u l i c a s , c o m necessários e n v e l o p a m e n t o s ou o u t r a s p r o t e ç õ e s , acima ou a b a i x o das vigas d e f u n d a ção; - soluções previstas para a impermeabilização dos elementos da fundação; j) estabelecimento de critérios para a coleta e transmissão de i n f o r m a ç õ e s ao projetista sobre as excentricidades detectadas d u r a n t e a execução das f u n d a ç õ e s . E m função de características específicas a diferentes tipos de fundação, Bernardi 9 enfatiza a necessidade de diversos outros registros nos projetos, c o n f o r m e exemplos indicados na Tabela 15 (tubulões) e na Tabela 16 (estacas). E m qualquer modalidade de f u n d a ç õ e s é imprescindível o controle g e o m é t r i c o da execução: localização em planta ( c o n s i d e r a n d o - s e s e m p r e as c o o r d e n a d a s d o p r o j e t o da superestrutura), seções, cotas dc apoio c dc arrasamento. D u r a n t e a execução da f u n d a - Tabela 15: Recomendações complementares para projeto de fundações por tubulões Tipo de fundação Recomendações específicas Tubulões a céu aberto - dimensões da base e do fuste - cota de assentamento da base - natureza e dimensões do lastro da base - previsão das profundidades a serem atingidas para as escavações - cota de arrasamento do fuste, arranques e acabamento da cabeça dos tubulões - previsão da forma de detecção e da necessidade de aeração dos fustes pela ocorrência de gases - previsão, em função da análise das sondagens, de ocorrência de camadas muito resistentes, da necessidade de esgotamento de água e/ou encamisamen.o do fuste com anéis de concreto ção recomenda-se criterioso registro em diário-de-obra dc todas as ocorrências relativas ao d e s e n v o l v i m e n t o dos serviços (datas dc c o n c r c t a g c m ou cravação, n ú m e r o do pilar, carga nominal do pilar, n ú m e r o do elemento de fundação, cotas de apoio e arrasamento, ocorrência de chuvas). E m obras que transfiram aos solos grandes tensões, ou cm situações dc subsolo desfavoráveis, recomenda-se a instalação dc bases c o m o n i t o r a m e n t o de recalques, desde a fase de carregamento da estrutura; nesta situação, é importante adotar topografia de precisão (nível a lazer) c ccrtificar-sc que a RN seja indeslocável. D e t a l h e s c o n s t r u t i v o s e c u i d a d o s relativos à execução das f u n d a ç õ e s são meticulosam e n t e a p r e s e n t a d o s n o capítulo 9 do manual " F u n d a ç õ e s : Teoria c Prática", anteriorm e n t e citado. A l g u n s c o m e n t á r i o s gerais s o b r e e x e c u ç ã o c c o n t r o l e s são a p r e s e n t a 116 d o s a seguir. Tabela 16: Recomendações complementares para projeto de fundações por estacas Tipo de fundação Recomendações específicas Estacas em geral - seção e capacidade de carga de cada ti|x> de estaca - previsão das profundidades a serem atingidas pelas estacas - escolha das estacas-prova - análise das interferências e conseqüências da cravação / execução de estacas nuito próximas - análise da necessidade de travamento para o combate da flambagem em estacas próximas a taludes Estacas cravadas - análise da possibilidade de cravação com o uso de complemento para a obtenção da nega - previsão de sobras e de emendas - especificar e detalhar forma de execução das emendas - prever furação prévia quando ocorrerem camadas iniciais muito resistentes à penetração, ou quando o comprimento da estaca superar altura da torre - no caso de atrito negativo muito intenso analisar possibilidade de pintura com tinta epóxi ou betuminosa da parte da estaca afetada - forma de determinação da nega (em função do peso do martelo do bate-estaca) - detalhamento / especificação do acabamento da cabeça da estaca (pré-moldadas de concreto) - detalhamentos das chapas de apoio nas cabeças das estacas metálicas - eventual pintura de proteção contra corrosão de estacas metálicas em terrenos porosos (presença de oxigênio), com flutuação do NA Estacas Franki - análise da necessidade de execução de estacas à tração - critérios para a verificação de levantamentos (pela execução de estaca próxima) e as suas situações limites - detalhamento das armações das estacas - critérios para a preparação da cal>eça da estaca Estacas escavadas - detalhamento das armações das estacas - detalhamento dos arranques das estacas - características do concreto a ser empregado - cuidados na limpeza e remoção de terra solta do fundo do íuste - formas de prevenir estrangulamentos em função de desbarrancamentos localizados do íuste (retirada de hélices, de tubos de revestimento etc) - cuidados para prevenir infiltração de água antes da concretagem - forma de evitar-se seccionamento da estaca ao sacar-se a camisa - critérios para a preparação da cal>eça da estaca a) f u n d a ç õ e s d i r e t a s Nas f u n d a ç õ e s diretas, a obra deve s e m p r e ser iniciada pelos e l e m e n t o s p o s i c i o n a d o s nas cotas mais baixas. Teixeira* 4 recomenda que as escavações se iniciem próximo a um p o n t o dc s o n d a g e m , para permitir c o m p a r a ç ã o com o s levantamentos. Comenta ainda que as cavas devem ser inspecionadas uma a uma, testando-se a u n i f o r m i d a d e do solo de a p o i o ; em geral, c o n s i d e r a - s e a d e q u a d o o t e r r e n o o n d e n ã o se c o n s e g u e p e n e t r a r manualmente uma barra de f e r r o com diâmetro de V2" (resistência d o terreno em t o r n o dc 0,5MPa). A escavação deve prosseguir ate que sc atinja solo com essa característica. O ângulo entre dois elementos contíguos, assentados em cotas distintas ( c o n f o r m e Figura 51), não deverá e n t r e t a n t o ser superior a 30°; caso contrário, e até o limite dc 45°, o terreno deverá ser e n c u n h a d o com cachimbo constituído p o r concreto. N o caso de ocorrência de chuvas, e conseqüente carreamento de material siltoso para a base de fundações diretas, antes da execução do elemento de fundação deve-se proceder raspagem do silte e acerto da cota com lastro de concreto magro. Por imperícia ou descuido, às vezes o terreno é cortado além da cota de assentamento dc fundações diretas; nessa situação, deve-se recompor a cota projetada com lastro de concreto magro, mas nunca com solo apiloado. P Figura 51 Limite d e declividade entre b l o c o s ou sapatas escalonadas. Especial atenção deverá ser dada a escavações c execução dc f u n d a ç õ e s na presença dc solos colapsíveis, cuja resistência e deformabilidade é muito alterada com a presença de água. O s solos colapsíveis são geralmente avermelhados (óxido de ferro), com estrutura porosa (detectável com microscópio), com grande teor de material siltoso. O material, levado ao estado plástico c o m a adição dc água, após c o n f o r m a ç ã o c secagem esboroase facilmente sob pressão dos dedos. Ainda para as fundações diretas, Bernine 12 comenta que a troca de camadas de solo com altura r e l a t i v a m e n t e p e q u e n a p o d e p r o d u z i r b o n s r e s u l t a d o s : às vezes o simples revolvimento e compactação do próprio solo local p o d e melhorar substancialmente suas características dc resistência e d e f o r m a b i l i d a d e . E m a m b o s o s casos, é ó b v i o q u e a compactação deve obedecer as boas regras de execução (limitação da altura da camada, c o r r e ç ã o da umidade em f u n ç ã o da energia de compactação). S e m p r e q u e c o i n c i d i r e m c o m a p o s i ç ã o dc f u n d a ç õ e s diretas, ou m e s m o e s t a n d o cm suas imediações, p o ç o s e fossas existentes no t e r r e n o d e v e r ã o ser c o n v e n i e n t e m e n t e p r e e n c h i d o s c o m c o n c r e t o ciclópico ou material equivalente. A p r o t e ç ã o das p a r e d e s laterais da escavação, e a aplicação de lastro de concreto magro na sua base, são práticas r e c o m e n d a d a s . Antes da c o n c r e t a g e m das sapatas c blocos, o que t a m b é m se aplica a estacas escavadas, a " p r a ç a " deverá estar c o n v e n i e n t e m e n t e limpa, sem a presença de entulho, m o n t e s de terra ou a m o n t o a d o s de tábuas. N o caso de c o n c r e t a g e n s em dias chuvosos, cuidados especiais deverão ser tomados com a drenagem do terreno (eventual e m p r e g o de bombas) c proteção do c o n c r e t o recém-lançado. A concretagem deverá ser precedida de controle das armaduras (incluindo espaçadores), das f ô r m a s , da disponibilidade de t r e m o n h a s , calhas e o u t r o s equipamentos. b) tubulõcs a céu aberto A execução de tubulões segue, em linhas gerais, a execução de sapatas e blocos. Especial atenção deverá ser dada à ocorrência de gás nas escavações (o gás metano é inodoro, ou seja, sua presença é imperceptível ao ser humano). Existem hoje m o d e r n o s detectorcs de gás; um r a m o de a r r u d a na orelha d o p o c e i r o é c o m u m e n t e o b s e r v a d o em nossas obras (a folha de a r r u d a murcha quase que instantaneamente na presença d o gás). Para tubulões p n e u m á t i c o s , c u i d a d o s especiais com pressão aplicada (p < 3 atm) e risco de desestabilização dc solos arenosos (secagem da areia); a rigor, frente ao grande n ú m e r o de tecnologias hoje disponíveis, não se r e c o m e n d a mais a execução de tubulões abaixo d o nível do lençol freático. D u r a n t e a realização d o s serviços, cm n e n h u m a h i p ó t e s e deverá ser permitida a perm a n ê n c i a d e o p e r á r i o s ou e n g e n h e i r o s n o f u n d o d e t u b u l õ e s s e m a p r e s e n ç a d e o u t r a s p e s s o a s na s u p e r f í c i e ; n ã o d e v e t a m b é m ser p e r m i t i d a a d e s c i d a sem c i n t o t r a v a - q u e d a s , a m a r r a d o em e s t r u t u r a i n d e p e n d e n t e d o sarilho. A c i d e n t e s fatais têm a c o n t e c i d o cm f u n ç ã o de r u p t u r a d c c o r d a s , d e s f a l e e i m e n t o da p e s s o a pela e m a n a ção dc gás c o u t r o s . Além dos controles anteriormente mencionados (data da execução, n ú m e r o do elemento, locação etc), os controles mais importantes na execução dos tubulões a céu aberto são: - diâmetro do fuste - ocorrência de solos duros no fuste ou na base - nível do terreno - ocorrência de gás - comprimento do fuste - uso de encamisamento na abertura do fuste - diâmetro da base - volume de concreto lançado - altura da base - f k do concreto - ocorrência de água no fundo do poço - slurnp do concreto - cola de arrasamento do fuste - comprimento do arranque - verificações do prumo do fuste - número de barras/ diâmetros dos arranques c) e s t a c a s e s c a v a d a s Um dos principais cuidados na e x e c u ç ã o de estacas escavadas é o controle da perpendicularidade dos equipamentos de corte, além dos controles geométricos da estaca em si ( p e r p e n d i c u l a r i d a d e e d i â m e t r o d o s f u s t e s , seção das bases alargadas). N a execução, é i m p o r t a n t e prover adequada limpeza das p r o v e r ligeira c o m p a c t a ç ã o dessas bases. bases de apoio e, eventualmente, N o c a s o d c e s t a c a s e s c a v a d a s em s o l o s m o l e s o u c o m p o u c a c o e s ã o , é v i t a l o e m p r e g o de lama b e n t o n í t i c a , a v a l i a n d o - s e s e m p r e o v o l u m e de c o n c r e t o l a n ç a d o e o v o l u m e de lama r e m o v i d a ; além d i s s o , d e v e m s e m p r e ser c o n t r o l a d a s a d e n s i d a d e c a v i s c o s i d a d c da l a m a . A c o n c r c t a g c m d a s e s t a c a s s e g u e ate a c o t a d c a r r a s a m e n t o , deixando-se os f e r r o s de espera; r e c o m e n d a - s e o envolvimento das c a b e ç a s da estaca c o m areia, para que n ã o seja i m p r e g n a d a c o m b a r r o ou para que n ã o seja d a n i f i c a d a . Além d o s controles a n t e r i o r m e n t e m e n c i o n a d o s (data da execução, n ú m e r o do elemento, locação etc), os controles mais importantes na execução das estacas escavadas são: - carga da estaca - volume de concreto no bulbo - seção da estaca - volume de concreto no íuste - profundidade escavada da estaca - verificações do prumo da camisa metálica - cota do terreno - critérios no preparo da cabeça da estaca - cota de arrasamento da estaca d ) e s t a c a s tipo F r a n k i T a m b é m nas estacas tipo Franki deve-se atentar para o controle da perpendicularidade d o e q u i p a m e n t o dc cravação. S e m p r e que se verificar sublevação dc uma estaca Franki nas p r o x i m i d a d e s de estaca em execução (em f u n ç ã o da cravação da bucha), situação passível de o c o r r e r em argilas duras ou muito plásticas, Bernine 1 2 recomenda abandonar t e m p o r a r i a m e n t e a cravação (cicatrização do terreno poderá sanar o problema) ou proceder cravação com t u b o a b e r t o (retirada d o solo c o m pitcira e p o s t e r i o r inserção de nova bucha). Além dos controles a n t e r i o r m e n t e m e n c i o n a d o s (data da execução, n ú m e r o do elemento, locação etc), os controles mais importantes na execução dc estacas tipo Franki são: - carga da cstaca - negas dc expulsão da bucha da base - seção cia estaca - volume do concreto empregado na bucha - cota do terreno - comprimentos executados por percussão - cota de arrasamento da estaca - comprimentos executados por tração - peso do pilão - verificações do prumo da camisa metálica - altura de queda do pilão - critérios no preparo da cabeça da estaca - negas de íuste / negas de base - registro se ocorreu eventual substituição de estaca e) e s t a c a s p r é - m o l d a d a s d e c o n c r e t o P r e l i m i n a r m e n t e à cravação, devem ser verificadas as c o n d i ç õ e s das estacas: eventual o c o r r ê n c i a de fissuras, c o m p a c i d a d e e h o m o g e n e i d a d e d o c o n c r e t o , i n t e g r i d a d e das cabeças e das pontas, linearidade c seções transversais. N o apoio de fundações sobre maciços rochosos inclinados, recomenda-se a ancoragem do elemento de f u n d a ç ã o na rocha, pela inserção na estaca de ponteira de aço ou execução dc trecho de cstaca-raiz. Para a cravação das estacas é sempre conveniente pequena perfuração inicial com trado, a fim de garantir correto posicionamento e verticalidade da peça. N o caso de solos com camada superficial muito resistente deve-se adotar a prática da préfuração do terreno ou recorrer-se a estacas mistas (ponta cm perfil de aço). Durante a cravação de uma estaca, Alonso 9 " chama atenção para a importância do controle da perpendicularidade, c o n t r o l e d o peso e altura de queda do martelo, verificação da integridade d o coxim c d o capacete. Especial a t e n ç ã o deverá ser dada ao con:role da verticalidade de estacas cravadas em solo residual, já que a heterogeneidade deste solo p o d e r á p r o v o c a r c u r v a t u r a ou d e s a p r u m o das estacas; será necessária a t e n ç ã o ainda maior q u a n d o h o u v e r e m e n d a de estacas. O p r o f e s s o r adverte ainda que na cravação p o d e m o c o r r e r os seguintes problemas: - r u p t u r a da cabeça da estaca, em f u n ç ã o de falhas na f a b r i c a ç ã o ou falhas na cravação (altas energias de i m p a c t o e / o u encaixe deficiente d o capacete); - ruptura ou desvio do p r u m o da estaca, em f u n ç ã o da presença de matacões ou camadas dc p e d r e g u l h o , ou ainda c o n t a t o da p o n t a da estaca c o m camada dc rocha; - s e p a r a ç ã o da estaca em região de e m e n d a , em f u n ç ã o da cravação de estaca próxima. Gonçalves98 indica possíveis causas dc indução de tensões de tração em estacas pré- moldadas: transporte, p o s i c i o n a m e n t o na torre d o bate-estacas, ação do vento e propagação das o n d a s de c h o q u e d u r a n t e a cravação. S e m p r e que houver dificuldade para atingir-se a nega especificada para estacas cravadas, Bernine 1 2 recomenda a recravação e reavaliação da nega após um ou dois dias da cravação; a cicatrização do terreno poderá repercutir no atingimento da nega (caso contrário, deve ser providenciado s u p l e m e n t o da estaca ou execução dc prova de carga). Completada a cravação, as cabeças das estacas (sobras) d e v e r ã o ser c u i d a d o s a m e n t e cortadas c o m o e m p r e g o de marteletes leves. Além das medidas anteriores, os controles de cravação normalmente ainda compreendem: - carga da estaca - peso do martelo - seção da estaca - altura de queda do martelo - comprimento da estaca levantado - últimas negas - comprimento cravado do suplemento - registro se houve quebra da estaca - comprimento dc sobra da estaca - eventuais desvios de posição / excentricidades ' «OXÇALVES.O Tensões d c T r a ç â o na Cravação d c Estacas Pré-moldadas d c C o n c r e t o P r e t e n d i d o Tóthiu- - Revista d c Tecnologia nstniçio N 21. p p 18-21. Editora Pini.Sào Paulo, mar/abr 1996. j 93 Nyiama'^ adverte que a m o n i t o r a ç ã o da cravação de estacas através da " n e g a " está sujeita a várias incorreções (presença de matacão na p o n t a da estaca, alivio na energia de impacto p o r frenagem m o m e n t â n e a do guincho ou inserção de coxim novo / m u i t o d e f o r m á v e l , impossibilidade de detecção dc fratura ou c n c u r v a m c n t o da estaca d u r a n te a cravação); assim , r e c o m e n d a a adoção, m e s m o em caráter amostrai, de processos mais eficientes de c o n t r o l e c o m o os ensaios P I T ("Pile Integritv Te st") e PDA ("Pile Driving Analyser"). O PDA recebe sinais brutos de d e f o r m a ç ã o específica e aceleração, convertendo-os para força e velocidade; os sinais de entrada são captados por transdutores de aceleração e de d e f o r m a ç ã o específica. Existindo relativa concordância entre as ondas de propagação de força c dc velocidade, pode-se concluir que a cravação foi realizada com sucesso. Caso c o n t r á r i o (propagação da velocidade m u i t o maior que a p r o p a g a ç ã o da força), ocorreu d e s c o n t i n u i d a d e da estaca (maior p r o p a g a ç ã o da o n d a de velocidade no ar). C o n f o r m e Niyama o c o n t r o l e d i n â m i c o da cravação de estacas, aplicável também para estacas escavadas (ensaio de recravação), possibilita o b t e r as seguintes informações: - m á x i m a energia aplicada â estaca cravada, p o d e n d o - s e avaliar a eficiência d o sistema de cravação (coxim, capacete, peso do martelo); - t e n s õ e s d e s e n v o l v i d a s na estaca (evitando ultrapassar a t e n s ã o admissível d o material); - carga mobilizada na cravação / distribuição da resistência p o r atrito lateral e ponta; - integridade e regularidade ao longo do fuste; - valores m á x i m o s de v e l o c i d a d e e d e s l o c a m e n t o , o que p e r m i t e c o n t r o l a r a h o m o g e n e i d a d e do e s t a q u e a m e n t o . 124 ' " NYIAMA.S.ÍAOKI.N.;C11A.MECKI.I» R Verificação d c D e s e m p e n h o . In F u n d a ç õ c s : T e o r i a c p r á t i c a São Paulo:AB.MS /ABLIF / PINI. I 9 9 6 . p . 7 2 5 - 751. N o caso dc esforços dc tração muito importantes, pode-se reprojetar a fundação (estacas metálicas p o r exemplo), reforçar a a r m a ç ã o da estaca (ou até p r o t e n s à o ) ou alterar as c o n d i ç õ e s de cravação (menor energia de i m p a c t o p o r exemplo). 3.2 | Qualidade no projeto e na execução de estruturas de concreto armado O d e s e n v o l v i m e n t o dos aços e dos c i m e n t o s de alta resistência, d o s c o n c r e t o s de alto d e s e m p e n h o e dos m é t o d o s c o m p u t a c i o n a i s de cálculo e d i m e n s i o n a m e n t o estrutural, tem p r o p i c i a d o a c o n t i n u a d a r e d u ç ã o nas seções dc vigas, pilares c lajes, t o r n a n d o as e s t r u t u r a s dc c o n c r e t o a r m a d o ou p r o t e n d i d o cada vez mais esbeltas. Dessa forma, os e s t a d o s limites de utilização p a s s a m a ter e n o r m e i m p o r t â n c i a , isto é, a mesma d o s estados limites de segurança. Com o gradativo domínio do comportamento das estruturas de concreto, edifícios cada vez mais altos têm sido construídos: as torres gêmeas ("Twin Towers") em Kuala í x m p u r — Malaysia, com 452m de altura (88 andares de escritórios + cúpula), concreto com f . = 80MPa, constituem hoje os edifícios acabados mais altos do mundo. Na China, encontra-se em fase dc conclusão edifício com 512m de altura; no J a p ã o , está cm fase de projeto a "Milennium Tower", com 800m de altura. N o Brasil o prédio mais alto é o "Centro Empresarial Nações Unidas - Torre Norte", com 158m de altura, onde foram consumidos cerca de 28.000 m 3 dc concreto com f , entre 35 e 50 MPa; a imprensa brasileira divulga a intenção de construir-se na cidade de São Paulo um mega-edifício, com l.OOOm de altura. Realidade c delírio c o n f u n d e m - s e no novo m u n d o das construções em concreto, devendo-se atentar cada vez mais para os seguintes aspectos: — c o n t r a v e n t a m e n t o s (ação global do v e n t o na estrutura), principalmente c o m a utilização de divisórias "dry-wall", sem nenhum poder de enrijecer ou contraventar as estruturas; — graus efetivos de engastamento / efetividade das continuidades; — ações oriundas de d e f o r m a ç õ e s impostas (recalques das fundações, movimentações térmicas); - solicitações resultantes dc cargas acidentais (impactos, excentricidades, ação d o fogo); - d e s c o n f o r t o p r o v o c a d o por vibrações; - prevenção contra colapso progressivo (explosões, marquises, terraços em balanço); - d e f o r m a ç õ e s dos c o m p o n e n t e s estruturais (rotações, torções, flechas, cncurtamentos) e suas respectivas implicações c o m alvenarias de vedação, pisos, caixilhos e instalações; — aspectos gerais que influenciam o desempenho das estruturas: resistência e módulo de d e f o r m a ç ã o d o c o n c r e t o na d e s f o r m a e no d e c i m b r a m e n t o , e s c o r a m e n t o s residuais ("reescoramentos"), sobrecargas na fase de construção, cura do concreto, d e f o r m a ç ã o lenta, fluência dos tirantes de protensão; — durabilidade e vida útil das estruturas (limitação de fissuras, cobrimentos, prevenção contra c o r r o s ã o de armaduras), c o n s i d e r a n d o as e n o r m e s modificações que o h o m e m introduziu na natureza (atmosferas de SO 2 , chuvas ácidas, solos contaminados). N a era d o s c o n c r e t o s de alto d e s e m p e n h o ( C A D ) , ainda n ã o c o n s e g u i m o s atingir as estruturas de alto d e s e m p e n h o (EAID), ou melhor ainda, os edifícios de alto desempen h o . Collepardi 1 0 0 questiona p o r q u e a durabilidade das estruturas de concreto (e não d o c o n c r e t o cm si) vem d i m i n u i n d o nos últimos anos, se os c o n h e c i m e n t o s teóricos sào cada vez maiores e mais disponíveis; atribui as patologias das estruturas de concreto à negligência h u m a n a (especificações incorretas, projetos inadequados) e à vulnerabilidade inerente a essas estruturas: concreto com baixa resistência à tração, com alto módulo de 126 " COLLEPARDI. M. A Durabilidade c m Q u c s t l o . 40" Reunião do IBRACOX - Instituto Brasileiro d o Concreto. Anais. Vol. I. Rio d e Janeiro. 1998. d e f o r m a ç ã o e g r a n d e susceptibilidade à fissuração; aço sujeito a p r o c e s s o s expansivos de c o r r o s ã o pela ação da umidade e agentes agressivos d o meio. Neville"" destaca que muitos problemas originam-se na própria f o r m a ç ã o dos engenheiros, já que "as escolas dc engenharia d ã o pouca atenção para o ensino da tecnologia d o concreto, comparativamente c o m aquela que é dada ao projeto estrutural". Com larga vivência no m u n d o das construções em concreto, Meseguer 5 5 resume os principais problemas com as estruturas de concreto na Tabela 17 a seguir: Até bem p o u c o t e m p o considerava-se o concreto um material impermeável, quase eterno. A história dos edifícios, p a r t i c u l a r m e n t e aqueles em c o n c r e t o aparente, localizados em grandes centros industriais ou urbanos, tem mostrado algo diferente. A evolução do cálculo estrutural não foi a c o m p a n h a d a , na devida intensidade, pelo e s t u d o da durabilidade das construções em concreto. S o m e n t e no final do século XX é que nosso código dc c o n s t r u ç õ e s em c o n c r e t o , o p r o j e t o de n o r m a NBR 6 1 1 8 / 9 9 1 " 2 , passou a dar maior importância ao tema. N o s edifícios, c o m intensidade ainda maior d o que os p r o b l e m a s de durabilidade das estruturas, as patologias resultantes da excessiva d e f o r m a b i l i d a d e de vigas c lajes quase viraram rotina; a antiga v e r s ã o da NB1 (NBR 61 1 8 / 7 8 ' 0 3 ) , de fato, tratava de maneira relativamente superficial os estados limites de serviço. Já no início da década de 80, o IPT 1 " 1 demonstrava maior preocupação com a d e f o r m a b i l i d a d e das e s t r u t u r a s , p r o p o n d o d e n t r e o u t r a s p r o v i d ê n c i a s limitações mais "" NEVILLE,A. Suggesiions of Rcscarch Arcas Ukely t o Improve C o n c r c i c Cjoncrere ImcmaUonal. p p i i - 59. maio 1966. ""ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas. P r o j e t o de Estruturas dc C o n c r e t o . Projeto de revisão da NI5R6.1 IH. Rk> d e Janeiro, o u t u b r o / 1999. ABNT - Associação Brasileira dc Normas Técnicas. Projeto c E x e c u ç i o d c Estruturas d c C o n c r e t o . NBR 6.118. Km d e Janeiro. 1978. *»' INSTITUTO DE PESQHSAS TECNOLÓGICAS IX) ESTADO DE SÂO PAULO. Formulação d e Critérios para Avaliação d o D e s e m p e n h o de Habitações São Paulo. 1981 (Relatório n" 16.277). Tabela 17: Principais problemas observados nas estruturas de concreto (Meseguer55) CAUSAS AGENTES Concreto Materiais estranhos (sal, argila, matéria orgânica, etc) Agregados expansivos Dosagem inadequada / concreto poroso Ambiente Ácidos, atmosferas ácidas Percolação Ciclos de umedecimento e secagem Temperatura Fundações Recalques Empuxos laterais dos solos Expansão do solo Erosão Falhas construtivas Fôrmas (travamentos, etc) Cura inadequada Falhas de vibração Bitola, quantidade e disposição de armaduras Cobrimentos inadequados Sobrecargas durante a construção Projeto Avaliação incorreta dos carregamentos Omissão de juntas Concepção diferente do funcionamento real Detalhamento Erros de desenho Congestão de armaduras Mudanças bruscas na direção ou seção das peças Cobrimento inadequado Problemas de ancoragem Tecnologia de obras Deficiência na drenagem (gradiente, ralos) Revestimentos inadequados Cargas inesperadas Abalos sísmicos Explosão de gás, bombas Colisão Colapso de edifício adjacente severas para as flechas de vigas e lajes. Na dissertação de m e s t r a d o deste autor 1 " 3 , em 1986, apontavam-se na N B 1 alguns problemas relativos à inadequada consideração das interações entre estruturas e alvenarias de vedação, falta de indicação de modelos mate- máticos que considerassem de maneira mais precisa a fissuração c a d e f o r m a ç ã o lenta d o c o n c r e t o na previsão das flechas etc. Referido trabalho, que inclusive sugeria a fórmula de Jagger para o cálculo das flechas em vigas e lajes, foi encarado com certo ceticismo pela coordenação da Comissão de Revisão da N B 1, que tão logo se iniciava. O assunto da deformabilidade das estruturas voltou a ser tratado na E P U S P e no 1PT por diversos técnicos, r e s u l t a n d o p o r e x e m p l o na dissertação de mestrado 1 0 6 e na tese de d o u t o r a d o 1 0 7 do pesquisador Mitidieri. Com bastante júbilo verifica-se que a nova versão da NBR 6118 (outubro/1999) contempla com a devida profundidade os estados limites de utilização das estruturas, passando a adotar a própria fórmula de Jagger para a previsão das flechas, o que aliás já havia sido feito pelo AC1 - American Concrete Institute desde 1989. 3 . 2 . 1 . Tópicos sobre os mecanismos de degradação do concreto armado Na degradação das estruturas de concreto a r m a d o , descartando-se os d a n o s provocados pela ação de incêndios e acidentes, há que se destacar dois aspectos fundamentais: a) p r o c e s s o s de d e g e n c r a ç ã o do c o n c r e t o : - lixiviação de c o m p o s t o s hidratados - particularmente (]a(()H),; - manchas superficiais e lixiviação provocada por chuvas ou fuligens ácidas; - reações expansivas álcali-agregados; - cristalização dc sais; - reações expansivas d e c o r r e n t e s de ataque p o r sulfatos; THOMAZ. E Trincas c m edifícios: Causas c Prevenção. Dissertação apresentada ã Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (mestrado). São Paulo. 1986. MlTIDIERI FUI IO.CV Avaliação dc D e s e m p e n h o d c Sistemas Construtivos Inovadores Destinados a HabitaçõcsTérrcas Unifamiliarcs • D e s e m p e n h o estrutural São Paulo. 1988.2I9p. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica. Universidade dc- São Pauto " r MITIDIERI FILHO. C V Avaliação dc l > c s c m p c n h o d c C o m p o n e n t e s c Elementos Construtivos Inovadores Destinados a Habitações - Proposições Específicas à Avaliação do D e s e m p e n h o Estrutural São Paulo. 1998.Tese (Doutorado) - Escola Politécnica.Universidade de São Patiln 129 — erosão (obras hidráulicas); — abrasão (pisos, fachadas submetidas a rajadas de v e n t o com partículas em suspensão); - proliferação de fungos (ambientes úmidos, pH = 5 a 6). b) c o r r o s ã o das a r m a d u r a s , desencadeadas ou aceleradas p o r p r o c e s s o s de: - umidificação / ciclos de molhagem e secagem das peças; - carbonatação do concreto; — ataque p o r íons cloreto. O s m e c a n i s m o s de d e g r a d a ç ã o d o c o n c r e t o ou d a s a r m a d u r a s s à o a c e l e r a d o s p o r e s t a d o s c o n s i d e r á v e i s dc f i s s u r a ç ã o , excessiva p o r o s i d a d e d o c o n c r e t o , p r e s e n ç a d e c o n t a m i n a n t e s nos materiais c o n s t i t u i n t e s d o c o n c r e t o , presença de agentes agressivos n o m e i o a m b i e n t e e c o n d i ç õ e s climáticas n o local da o b r a ( t e m p e r a t u r a e u m i d a d e , índice p l u v i o m c t r i c o ) . N o c a s o d o s e d i f í c i o s , r e l a t i v a m e n t e à e s t r u t u r a , a patologia mais c o m u m sem n e n h u m a dúvida é r e p r e s e n t a d a pela c o r r o s ã o das a r m a d u r a s . P r o d u t o s alcalinos resultantes da hidratação do cimento, álcalis e portlandita - Ca(OH) 2 , esta última gerada principalmente a partir das reações do C.S c do C,S com a água, fazem c o m que o p H d o s c o n c r e t o s n o r m a l m e n t e situe-se entre 10,5 c 13. Nestas condições, Helene 1 0 * explica que se f o r m a na superfície das barras de aço um filme protetor (oxido duplo de ferro e cálcio), s e g u n d o a reação química: 2 Fc(OH)3 + Ca(OH), Ca0.Fe,03 + 4 H,0 O s p r i n c i p a i s f a t o r e s que p o d e m r o m p e r o e q u i l í b r i o da c a m a d a passivadora são o 130 ***" IIEI.ENE. P. R L. Corrosão c m Armaduras para C o n c r e t o Armado Edição conjunta Instituto dc IVv|uix»s Tecnológicas d o Estado tle São Piulo / Editora Pini São Paulo. 1986. a t a q u e p o r c l o r e t o s e a c a r b o n a t a ç ã o d o c o n c r e t o ( t r a n s f o r m a ç ã o da p o r t l a n d i t a em c a r b o n a t o de cálcio, pela ação d o C O , ) , que se processa s e g u n d o as seguintes reações: CO, + H , 0 -> H,CO. 2 H 2 CO, + Ca(OH), CaíHCOj), + Ca(OH), CA(HCOJ2 -> + 2 H,0 2 CaC03 + 2 H , 0 C o l l c p a r d i " a f i r m a q u e a c a r b o n a t a ç ã o s u p e r f i c i a l c b e n é f i c a p a r a o c o n c r e t o , já q u e a u m e n t a sua r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a e a r e s i s t ê n c i a c o n t r a ação de s u l f a t o s pela o b t u r a ç ã o d o s p o r o s s u p e r f i c i a i s (o que t a m b é m d i f i c u l t a a i n f i l t r a ç ã o de o u t r a s s u b s t â n c i a s agressivas). O c o r r e que a c a r b o n a t a ç ã o p r o d u z r e d u ç ã o do p H da solução intcrsticial, presente nos poros do concreto, criando condições para a despassivação das a r m a d u r a s . C o n f o r m e se depreende das reações de carbonatação, para a formação do H , C O , é necessária a presença de água c dióxido dc carbono. Portanto, a máxima carbonatação sc desenvolve c o m os p o r o s parcialmente i n u n d a d o s , situação em que é garantida a presença simultânea das duas substâncias. De a c o r d o com o CEB""' a maior carbonatação ocorre para UR entre 50 e 60%. Fissuras ou lascamentos do concreto facilitam a penetração d o C O , , criando condições cada vez mais favoráveis para o desencadeamento da corrosão. O avanço da frente de carbonatação d e p e n d e da porosidade do concreto, da sua reserva alcalina (portlandita, K O H , N a O H ) , do teor de umidade do concreto e do teor dc C O , na a t m o s f e r a . Segundo Neville 1 1 ", os teores aproximados de C O , na atmosfera são: a) meio rural: 0,03%; b) grandes centros urbanos: 0,10%, p o d e n d o chegar a 1%; c) túneis, garagens, indústrias: pode superar 1%. "" CEB - Comitê Euro I n i c n u t i o i u l du Botou. Duntblc C o n c r c t c Structures: Design Guldc. EdltionTlKMmsTelford. Lausanne, 1992. NEVIU.E.A M P r o p r i e d a d e s d o C o n c r e t o T.Vípp. Txlilora Pini. São Paulo. 1982 Além dos fatores citados, a carbonatação é influenciada pelo tipo de cimento; por exemplo, cimentos c o n t e n d o adições de cinzas volantes ou escória de alto f o r n o tenderão a a u m e n t a r a p r o f u n d i d a d e da espessura c a r b o n a t a d a , em f u n ç ã o de duas razões: a) com as adições ao clinquer, a u t o m a t i c a m e n t e será reduzido no aglomcrante o teor dc c o m postos (C,s c C,S) que geram a formação de Ca(OH),; b) tais adições consomem hidróxido de cálcio. Dessa forma, haverá menor quantidade disponível de C a ( O H ) , para reagir com o C C 2 , ficando liberadas maiores quantidades d o gás para atingir as camadas mais prof u n d a s d o concreto. C o m base nesse pressuposto, M i t i d i e r i m testou argamassas constituídas por cimento composto com escória (CP II E 32), cimento de alto forno (CP 111 32) e cimento Portland de alta resistência inicial (CP V), utilizando areia lavada com módulo dc finura = 2,10 c variando a relação água / cimento das misturas (0,40; 0,80 e 1,20); padronizando-se a consistência das argamassas (280 ± lOmm em "Flow Table"), foram produzidas argamassas com os traços aproximados dc (1 : 1,30 : 0,40); (1 : 3,80 : 0,80) e (1: 5,50 : 1,20). Foram moldados corpos-dc-prova prismáticos de 4x4x16cm, submetidos à cura cm câmara úmida durante 6 dias, e a seguir acondicionados em câmara seca (UR = 50%) durante um dia e em seguida câmara de carbonatação (T = 23 a 25°C, UR = 80 a 90%, teor de C O , = 5%) ou condições naturais do laboratório (T = 23 a 25°C, UR = 70%) durante 36 dias. Antes da introdução dos c o r p o s - d e - p r o v a na câmara de c a r b o n a t a ç ã o , ou do a c o n d i c i o n a m e n t o no ambiente d o laboratório, 50% dos CPs de cada série foram submetidos durante 15 minutos à tensão de c o m p r e s s ã o c o r r e s p o n d e n t e a 80% da tensão de ruptura (supondo-se que microfissuras eventualmente desenvolvidas pudessem acelerar a carbonatação). A p r o f u n d i d a d e da camada de c a r b o n a t a ç ã o foi verificada c o m a aplicação de solução de fenolftaleína ou timolftaleína às seções fraturadas dos CPs, chegando-se às seguintes conclusões: MITIDIERI n u IO. CV;TIIO.MAZ, E ; I1ELE.NE. 1' R L. Influência d o Tipo d c C i m e n t o c da Relação A / C na Carbonatação d o C o n c r e t o .ST- REIURAC - R e u n i ã o Anual d o Ibracon. Anais. V o l . l . p p 1 6 9 - 182. Goiânia. 1995, - n ã o h o u v e d i f e r e n ç a significativa (01 = 95%) nas p r o f u n d i d a d e s c a r b o n a t a d a s relativas ao topo, f u n d o e laterais d o s CPs; - não houve diferença significativa ( a = 95%) nas p r o f u n d i d a d e s c a r b o n a t a d a s c o n s i d e r a n d o - s e a variável pre-aplicaçào d e tensão dc c o m p r e s s ã o ; - não h o u v e d i f e r e n ç a significativa (CX = 95%) nas p r o f u n d i d a d e s c a r b o n a t a d a s relativas aos cimentos CP 11 E e CP III; como o teor de escória era muito diferente e n t r e o s dois c i m e n t o s (13,7 e 67,8% r e s p e c t i v a m e n t e ) , o f e n ô m e n o m e r e c e maiores e s t u d o s ; - ocorreram diferenças muito significativas nas p r o f u n d i d a d e s carbonatadas consid e r a n d o - s e os c i m e n t o s com adição de escória (carbonatação m u i t o mais pronunciada) c o cimento sem adição (CP V); a influência da relação a / c prepondera sobre a influência d o tipo de cimento, c o n f o r m e resumo de resultados apres e n t a d o na tabela a seguir: Tabela 1 8 : Efeitos do tipo de cimento e da relação a/c na carbonatação (Mitidieri'") Profundidade da camada carbonatada (mm) - exposição natural Idade 36 dias 50 anos * Relação a / c Cimentos CP II E e CP III Cimento CP V (ARI) 0,40 1,3 0,3 0,80 4,3 3,0 1,20 7,6 5,8 0,40 60 10 0,80 90 70 1,20 180 130 <*) estimativa c o m base na aplicação da Segunda Lei de Fick. A c a r b o n a t a ç ã o p o d e reduzir o p H a valores i n f e r i o r e s a 9, i n s t a b i l i z a n d o c o m o foi dito a camada passivadora de óxidos e f a c u l t a n d o a instalação d o p r o c e s s o dc c o r r o - Teor de K O H (% da massa d« cim«nto) Idade (dias) 0 Figura 52 Resistência à compressão e profundidade da camada carbonatada para concretos produzidos com cimento cujo teor de álcalis foi intencionalmente aumentado. A o c o r r ê n c i a da c a r b o n a t a ç ã o n ã o significa o b r i g a t o r i a m e n t e o d e s e n c a d e a m e n t o d o processo corrosivo, f e n ô m e n o onde interferem diversas outras variáveis. D c acordo com H e l e n e m , p o d e m ocorrer dois processos: a oxidaçâo direta e a corrosão eletroquímica. A oxidaçâo direta é uma reação gás-metal ou íon-metal, com f o r m a ç ã o de uma película u n i f o r m e e contínua de óxido de ferro; é uma reação muito lenta à temperatura ambiente. A corrosão eletroquímica resulta da f o r m a ç ã o dc pilhas ou células dc c o r r o s ã o devi- das à presença de uma solução aquosa na superfície das barras ou no c o n c r e t o que a envolve, solução esta que atua c o m o eletrólito - é a corrosão que n o r m a l m e n t e o c o r r e em armaduras embutidas no concreto. Portanto, para que ocorra a corrosão eletrcquímica é necessária a presença dc umidade. Helene" , s afirma que sempre haverá água presente nos poros do concreto, variando o teor dc água (umidade dc equilíbrio) com a umidade relativa do ar. Paia concretos com relação água / cimento = 0,60 (f ,x = 26MPa) o autor estima as seguintes quantidades de água: - UR = 40% —> umidade de equilíbrio = 3% (70 litros de água / m 3 ); - UR = 70% —» umidade de equilíbrio s 4% (95 litros de água / m 3 ); - UR = 98% —> umidade de equilíbrio = 6% (140 litros de água / m 3 ). IIELENE.PRI. Contribuição ao estudo da corrosão cm armaduras d c c o n c r e t o armado. Tese de livre Docência apresentada ao Departamento d e Construção Civil. Escola Politécnica tia Universidade d c São Paulo. São Paulo. 1 W.V Além da cinética dos dois processos corrosivos, outra diferença i m p o r t a n t e entre cies são os p r o d u t o s resultantes da corrosão; na oxidação direta, estes sào uniformes, aderentes e p o d e m atuar c o m o barreira contra o meio, i m p e d i n d o o p r o s s e g u i m e n t o d o p r o c e s s o c até a u m e n t a n d o a resistência da a r m a d u r a c o n t r a a c o r r o s ã o úmida. Na c o r r o s ã o eletroquímica isso n ã o o c o r r e pois o p r o d u t o da c o r r o s ã o é h e t e r o g ê n e o , p o r o s o , de baixa aderência e n o r m a l m e n t e se f o r m a fora d o aço, nas vizinhanças da sua s u p e r f í c i e . Helene 1 0 * coloca que a c o r r o s ã o e l e t r o q u í m i c a é regida p o r g r a n d e n ú m e r o dc fatores: porosidade d o concreto, absorção capilar, difusão de íons, nível dc tensão nas armaduras, reserva alcalina, alcance da carbonatação, potencial elétrico de c o r r o s ã o e p H da solução p r e s e n t e nos p o r o s ; esclarece que da c o r r o s ã o diferentes produtos (óxidos e hidróxidos de resultam ferro), com diferentes colorações e d i f e r e n t e s p o t e n c i a l i d a d e s dc e x p a n s ã o (Figura 53). A e x p a n s ã o que a c o m p a n h a a t r a n s f o r m a ç ã o d o metal em óxido ou hidróxido provoca lascamentos e fissuração d o c o n c r e t o de c o b r i m e n t o , facilitando o acesso de agentes agressivos e intensificando cada vez mais o processo de corrosão. Fe FeO o o- S o o u Fe(OH) 2 Fe(OH) 3 Fe(OH) 3 3H a O B Figura 53 I 0 I 1 I 2 I 3 I 4 I 5 I 6 I 7 Expansão volumétrica do ferro metálico em função da corrosão Para obras executadas em a m b i e n t e m a r i n h o , e certos tipos de indústrias (celulose e papel, curtumes, certas indústrias alimentícias, galvanoplastia etc), existe grande perigo da agressão às armaduras por íons C l , que poderiam inclusive estar presentes em agre- g a d o s c o n t a m i n a d o s ou na p r ó p r i a água de a m a s s a m e n t o d o c o n c r e t o . Nesse caso, as reações para f o r m a ç ã o do hidróxido de f e r r o ( p r o d u t o de corrosão) seriam: Fe"* + 3 Cl" -> FeCl 3 FeG. + 3 O H - -> Fe(OH) 3 + 3C1 Dessa forma, observando-se que o íon Cl" não é consumido na reação, a intensidade da c o r r o s ã o da a r m a d u r a d e p e n d e r á n ã o s o m e n t e d o t e o r d c c l o r e t o s mas t a m b é m da disponibilidade de hidroxilas. A relação entre os ânions Cl / OH~ capaz de desencadear a c o r r o s ã o é ainda motivo de estudos e de muitas controvérsias, c o n f o r m e análises de Figueiredo 1 1 4 ; alguns autores consideram a possibilidade de corrosão para Cl / O H " > 3, e n q u a n t o outros não verificaram corrosão significativa para relações até da ordem dc 10. Tal fato pode ser justificado por outras condicionantes do p r o c e s s o de corrosão, c o m o tipo de c i m e n t o , e s t a d o de c a r b o n a t a ç ã o do c o n c r e t o e / o u de s a t u r a ç ã o dos p o r o s , condições de p r o d u ç ã o e cura do c o n c r e t o etc. Figueiredo considera ainda que o a l u m i n a t o tricálcico (C,A), c o m p o s t o que integra os c i m e n t o s , tem a c a p a c i d a d e de reagir c o m íons c l o r e t o , f o r m a n d o um sal c o m p l e x o insolúvel (cloro-aluminato de cálcio hidratado, ou sal de Friedel); assim sendo, cimentos ricos em C 3 A têm a capacidade de mobilizar grandes quantidades de C l , diminuindo o risco de corrosão. O pesquisador conclui ainda que a adição de escória de alto forno ou cinzas volantes diminui a difusibilidade dos cloretos, tendo p o r t a n t o essas adições ação positiva na p r e v e n ç ã o da c o r r o s ã o (ao c o n t r á r i o p o r t a n t o d o e f e i t o o b s e r v a d o s o b o a s p e c t o da c a r b o n a t a ç ã o ) . Figueiredo afirma que o transporte dos íons cloreto somente se dá na presença de água: a pior situação ocorreria q u a n d o os p o r o s estivessem saturados. Todavia, com os p o r o s s a t u r a d o s , a u m e n t a a d i f i c u l d a d e d o o x i g ê n i o atingir a a r m a d u r a ; assim, as máximas velocidades de c o r r o s ã o o c o r r e m em c o n c r e t o s c o m elevado teor de umidade, p o r é m não saturados. A resistividade elétrica d o c o n c r e t o é p r o f u n d a m e n t e alterada pela presença de u m i d a d e ( c o n c r e t o seco —» resistividade = 1 0 " o h m . c m ) ; Cavalicr c Vassie, citados p o r Figueiredo 11 " 1 , concluíram através de trabalho experimental que: - resistividade > 12.000 ohm.cm: corrosão dificilmente se instala; - resistividade < 5.000 ohm.cm: grande possibilidade de desencadear-se a corrosão. Segundo Figueiredo, as m a c r o c é l u l a s de c o r r o s ã o podem surgir em f u n ç ã o de: a) heterogeneidades da fase metálica (anisotropia dos cristais, impurezas na matriz metálica, e n x o f r e d o combustível nos altos-fornos, gradientes de tensão mecânica); b) h e t e r o g e n e i d a d e d o meio (acração diferencial, c o n c e n t r a ç õ e s salinas diferenciadas); c) presença de fissuras no c o n c r e t o ; d) c a r b o n a t a ç ã o diferenciada; e) presença de íons Cl'. O a u m e n t o da t e m p e r a t u r a catalisa o t r a n s p o r t e das moléculas, o que tenderia a acelerar a c o r r o s ã o . H c l e n e 1 1 , adverte c o n t u d o que a diminuição da temperatura p o d e gerar condensação do vapor de água presente nos p o r o s , aí sim acelerando a corrosão. O s efeitos da interação entre a carbonatação e os íons cloreto provocam a aceleração da velocidade de corrosão, já que, pela carbonatação, parte dos cloretos combinados (NaCl, CaCl,) passa para a condição de íons livres. Relativamente ao ataque por cloretos, as fissuras são pontos críticos, com a tendência de surgir nas seções fissuradas pequenas regiões anódicas, com a grave possibilidade de ocorrência de corrosão intergranular ("corrosão por pit"). A degradação das estruturas de concreto pela corrosão de armaduras revela-se superficialmente na f o r m a de fissuração, lascamentos e m a n c h a s no concreto. Diversas pesquisas ] 33 " ' IKitTJRlIX), E IMIliLENE P R I.. Assim Caminha a Corrosio.Tit.hiH- - Revista deTecnologia da Construção » l » Editora Pini, São luulo.mai/jun 1994. IIELENE.P R. I- Corroston d c Ias Armaduras c n cl Hormlgón Armado Revista ('.emento y Hormigón n 591-95. Madrid. 19X5. tem sido desenvolvidas para aquilatar-se a efetiva r e d u ç ã o na resistência mecânica das peças em função da corrosão de armaduras. C o m base em estudos práticos, Rodriguez 1 "' revela que três aspectos principais a f e t a m o c o m p o r t a m e n t o de pilares com armaduras corroídas: - a redução na seção resistente, em função d o s lascamentos do concreto; - o a u m e n t o das cargas excêntricas, em função da assimetria da seção deteriorada; - o desequilíbrio das tensões atuantes nas armaduras, em função da assimetria do c a r r e g a m e n t o c da eventual f l a m b a g c m do pilar. O pesquisador conclui que a carga resistente última de um pilar com a r m a d u r a s corroídas poderá ser prevista c o m base nos modelos convencionais de cálculo, levando-se em conta a redução nas seções resistentes do aço c d o concreto, a não presença de cobrimcnto e a excentricidade adicional d e c o r r e n t e da c o r r o s ã o v(e c o r r). ' Além disso, considerando a possibilidade de corrosão p o r " p i t " , o que poderia inclusive levar à ruptura de alguma barra isolada, o autor r e c o m e n d a que se considere nos cálculos a tensão resistente do aço à c o m p r e s s ã o igual a 50% da c o r r e s p o n d e n t e tensão de escoamento. Através de e s t u d o s práticos c o n d u z i d o s c o m vigas s i m p l e s m e n t e apoiadas, Rcdriguez concluiu que não o c o r r e queda de resistência significativa em f u n ç ã o da perda de aderência entre o c o n c r e t o e a a r m a d u r a oxidada, p o d e n d o - s e da mesma f o r m a utilizar os modelos convencionais de cálculo para vigas c o m a r m a d u r a s corroídas, considerando-se tão s o m e n t e a redução nas seções resistentes dessas armaduras. F.ssa conclusão é parcia l m e n t e c o n t e s t a d a p o r L e e , r , que também através de ensaios constatou que armaduras fortemente corroídas (redução de até 28% na seção transversal) repercutiam em significativa perda de aderência (ate 50%), com reduções muito importantes nas cargas resisten- " M : C A S A L . J . : I M K Z . J M, Corrosion of Rclníbrccmcnt a n d Scrvlcc Lilc of C o n c r c t c Structurcs In Procc:xlings «if lhe Sevcnth Intcmaiiixul Oonfcrence «>n Durability of Building Materials and Coniponenis.Vol |. p p 117-1 ií». Siockhirfm. I9'X> L E E . I I . S . : T O M O S A W A , F.; N O G U C H I T . Efects of Rebar Corrosion o n l h e Structural P e r f o r m a n c e of Slngly Rcinforced Bcams In Procccdings of lhe Scvcnih Iniemaiional Conferencc o n Durability of Etuililing Materials and Coniponenis.VoL I. p p 571-SSO. StocMtolni. 19%. R O D R K U J E Z . ) . : O R T E C . A . I.. ] 39 tes das vigas. Para armaduras providas de ganchos dc ancoragem nas duas extremidades, Lee verificou c o n t u d o que a queda na capacidade resistente das vigas era muito pequena, ou seja, s o m e n t e havia interferência da redução da seção resistente da armadura. Existe consenso que o principal fator que interfere na queda da resistência de vigas onde o aço encontra-se cm processo de corrosão é a redução da seção das armaduras. Nesse s e n t i d o M o r i n a g a " * adverte que nas verificações analíticas não poderá ser simplesmente c o n s i d e r a d a a r e d u ç ã o média da seção das a r m a d u r a s , já que e n f r a q u e c i m e n t o s m u i t o mais consideráveis p o d e r ã o ocorrer em seções com pires de corrosão: p o r t a n t o , a atenção deve se c o n c e n t r a r nas seções das vigas com a presença de fissuras. C o m base cm exposição de corpos-de-prova durante cinco anos em quarenta e três diferentes localidades do J a p ã o , o pesquisador p r o p ô s diversos m o d e l o s m a t e m á t i c o s para estimativa da taxa anual de corrosão de aços diretamente expostos às intempéries, sendo os coeficientes de c o r r o s ã o calculados em f u n ç ã o da t e m p e r a t u r a m é d i a anual, da p l u v i o s i d a d e média anual e dos teores médios de sais e de S 0 2 presentes na atmosfera. 3.2.2. Tópicos sobre concretos de alto desempenho ( C A D ) e aditivos para concretos C o m vistas a obter-se a plasticidade necessária para o lançamento, os concretos normalmente são produzidos com água em excesso: a presença de água livre aumenta a porosidade do concreto, reduzindo sua resistência mecânica e sua durabilidade. Além disso, através da vibração originam-se zonas dc alta pressão no interior da massa, deslocando-se a nata dc cimento c o m elevado teor de água para regiões m e n o s pressionadas; este fenômeno causa p o r e x e m p l o a e x s u d a ç ã o da nata ( a f l o r a m e n t o na superfície livre das peças). A nata desloca-sc cm todas as direções, até que encontre um anteparo, que p o d e ser a superfície de uma fôrma (efeito Caquot) ou a superfície de um agregado graúdo (zona de transição); assim sendo, na interface pasta/agregado ocorre normalmente elevação da relação a / c. | 4Q MORINAC.A.S Remalnlng Life of Relnforccd C o n c r c t c Struciurcs a f t c r Corrosion Cracking In Proccvdings of clic Seventh International Confercnce o n Durahilitv of Builihng .Materials :uul Compom-nis.Vol. I . p p 127-l.V».Siockholm, 1996. Mehta 1 1 9 explica que esta elevação da relação a / c na zona de transição facilita a dissolução do aluminato de cálcio e do sulfato de cálcio presentes no cimento, ficando a solução saturada de íons cálcio, sulfato, aluminato e hidroxila; em conseqüência, formam-se na zona dc transição maiores quantidades de ctringita c portlandita, com menores quantidades de silicatos hidratados de cálcio (cadeias C — S — H), que são os compostos mais resistentes d o cimento hidratado. Ainda em função da maior relação a / c (maior dispersão dos grânulos de cimento, maior distância entre os centros dc nucleação), origina-se uma e s t r u t u r a mais p o r o s a (cristais dc m a i o r d i m e n s ã o , c o m m a i o r a f a s t a m e n t o entre si), c o n f o r m e esquema a p r e s e n t a d o na Figura 54. Zona de Transição Matriz de pasta de cimento 0 Figura 54 Diagrama da zona de transição e da matriz de pasta de cimento no concreto: no contato agregado / pasta riaior porosidade e maior concentração de Cl l e C A H A constituição química, e a maior porosidade da matriz de cimento n o c o n t a t o com os agregados, repercute em diversas conseqüências, c o m p a r a t i v a m e n t e c o m as propriedades d o c o r p o da pasta: m e n o r resistência m e c â n i c a , m e n o r m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o , MUITA. K ; MONTURO. I' J. M. C o n c r e t o - Estrutura, P r o p r i e d a d e s c Materials Editora Pinl.Sâo Paulo. 1 W Í . m a i o r r e t r a ç ã o , p r e j u í z o à aderência e n t r e pasta e a g r e g a d o . Por esses motivos, n o s c o n c r e t o s c o m u n s s u b m e t i d o s à c o m p r e s s ã o , a r u p t u r a s e m p r e se inicia através de microfissuras ou de destacamentos que o c o r r e m na interface pasta / agregado graúdo. P r o p r i e d a d e s mecânicas, mas p r i n c i p a l m e n t e resistência a meios agressivos, tem sido implementadas nos concretos com a utilização de cinzas volantes ("materiais p o z o l â n i c o s " ) ou escória de alto f o r n o . O e m p r e g o de sílica ativa ( " m i c r o s s í l i c a " ) f i n a m e n t e pulverizada, c o m superfície específica da o r d e m dc 25.000 m 2 / k g , atua ben e f i c a m e n t e s e g u n d o dois m e c a n i s m o s principais: a) o material reage q u i m i c a m e n t e c o m a p o r t l a n d i t a , r e s u l t a n d o c o m p o s t o s estáveis, de elevada resistência m e c â n i c a ; b) se na d o s a g e m f o r e m p r e g a d a q u a n t i d a d e de sílica ativa s u p e r i o r àquela requerida para a reação química, o material passa a funcionar c o m o um micro filler, p r e e n c h e n d o os vazios entre os g r â n u l o s de c i m e n t o . O emprego de sílica ativa diminui portanto os vazios da pasta, minora a retração e propicia a presença de c o m p o s t o s mais resistentes no c o n t a t o com os agregados: assin: sendo, p o d e - s e atingir c o n c r e t o s de elevadíssima resistência mecânica (da o r d e m de lOOMPa), com elevado d e s e m p e n h o frente â ação agressiva de meios sulfatados, íons cloreto etc. Todavia, os principais fatores que facultam a o b t e n ç ã o dos concretos de alto desempen h o são a correta dosagem (qualidade e distribuição granulométrica contínua dos agregados) e a utilização de aditivos plastificantes ou redutores de água; com o advento dos m o d e r n o s aditivos superfluidificantcs, consegue-se p r o d u z i r c o n c r e t o s c o m abatimento em torno de 8 a lOcm, com relações água/cimento cm t o r n o de 0,30 a 0,35, com consum o relativamente m o d e r a d o de cimento. C o m a m e n o r quantidade de água, os grânulos de cimento resultam mais próximos, ocorrendo maior interpenetração dos cristais aciculares r e s u l t a n t e s das reações dc h i d r a t a ç ã o : p r o d u z - s e uma matriz dc c i m e n t o muito mais densa, p o d e n d o o c o n c r e t o atingir resistência à c o m p r e s s ã o da o r d e m de 60 a 80MPa, m e s m o sem a presença de materiais pozolânicos. A utilização dc aditivos superfluidificantes modifica p o r t a n t o a microcstrutura da matriz d e c i m e n t o (porosidade e morfologia d o s c o m p o s t o s hidratados), inclusive na zona de transição; tal m o d i f i c a ç ã o repercute t a m b é m em alterações na resistividade elétrica do concreto, através da qual pode-se avaliar o potencial de corrosão das armaduras (quanto maior a resistividade, maior a dificuldade dc c o n d u ç ã o dc elétrons). D e f o r m a geral, a resistividade elétrica dos concretos é inversamente proporcional ao c o n s u m o de cimen- to, à porosidade da matriz de cimento, ao tamanho médio dos poros e à concentração de íons na solução contida nos poros desta matriz. Recorrendo a técnicas de porosimetria por intrusão de mercúrio, espectroscopia, medi- das de impedância e resistividade, calorimetria, termogravimetria e microscopia eletrônica de varredura, Xu , 2 ° testou os efeitos de um aditivo superfluidificante (polinaftaleno de s ó d i o s u l f o n a d o , c o m 3 % de sulfato de sódio) em pastas c argamassas c o m p o s t a s p o r cimento Portland e areia silicosa (grãos com dimensões de 0,6 a 0,85mm); as argamassas foram formuladas com relação areia/cimento = 0,30 e com relação á g u a / c i m e n t o = 0,35 (relações em massa), dosando-se o aditivo com teores dc 0%, 0,1%, 0,3%, 0,8% e 1,5% em relação à massa do cimento. As principais conclusões obtidas com o e s t u d o foram: a) nas primeiras horas após o contato cimento / água / aditivo, ocorreu diminuição na resistividade elétrica do material (comparando-se com o t e s t e m u n h o sem a presença de aditivo), o que pode ser explicado pela maior concentração dc íons N a ' liberados na dissolução do aditivo à base de sal de sódio e pelo r e t a r d a m e n t o na precipitação de silicatos hidratados (cadeias C-S-H) e de portlandita - C a ( O H ) , ; XU. Cl.; BEACDOIN. JJ.;J0LIC0KUR. C.; PAGIÍ. M Microstructural Investigation of Portland C e r n e m Mortars C o n t a i n i n g Varylng Dosagcs of Potynapthalcnc Sulfonatc Superplastlcizcr In Higl» Performance Concrete - Performance and Quality o f C o n c M c S t n i c t u r o . Proceediigs of Second CANMET /ACI International Conferencc - Gramado. Khi Grande d o Sul. Brasil. 1999. AO.Special Puhlication SP-186. p p 2S5 - 27-í. | 43 b ) c o m p a r a t i v a m e n t e c o m os t e s t e m u n h o s , nas i d a d e s mais a v a n ç a d a s o c o r r e u aum e n t o da resistividade elétrica, tanto para a pasta c o m o para as argamassas aditivadas, c o n f o r m e ilustrado na Figura 55; os maiores valores de resistividade observados nas argamassas devem-se à introdução da areia, material com resistividade elétrica m u i t o maior d o que aquela verificada para a pasta de cimento; o a u m e n t o da resistividade nas idades mais avançadas deve-se à maior c o m p a c i d a d e do material e maior refin a m e n t o dos poros, cm f u n ç ã o da utilização do aditivo s u p e r f l u i d i f i c a n t e ; 0 Figura 5 5 Resistividade elétrica de pastas (esquerda) e argamassas (direita) dosadas com superfluidificante à base de polinaftaleno sulfonado (a/c = 0,35). c) c o n f o r m e se observa na Figura 55, o aumento na resistividade elétrica ocorreu até um ccrto teor dc aditivo (no caso 0,8%), caindo para teores maiores; assim sendo, para cada traço dc c o n c r e t o ou argamassa c cada tipo dc s u p e r f l u i d i f i c a n t e haverá um c o n s u m o ó t i m o de aditivo; d ) imagens da microscopia eletrônica de varredura, colhidas após 28 dias de hidratação na zona de transição c i m e n t o / a g r e g a d o , revelaram presença consideravelmente maior dc cristais C-S-H nas argamassas compostas com aditivo superfluidificante do que na argamassa t e s t e m u n h o ; o u t r a s imagens revelaram maior a d e n s a m e n t o de cristais 144 C-S-H no corpo da pasta do que na zona de transição, o que a rigor já era esperado; e ) o e m p r e g o d o a d i t i v o s u p e r f l u i d i f i c a n t c p r o d u z i u d i m i n u i ç ã o da p o r o s i d a d e e u m r e f i n a m e n t o d o s p o r o s : a o s 28 d i a s de i d a d e , a a r g a m a s s a c o m 0 , 8 % de aditivo r e d u n d o u p o r e x e m p l o n u m a p o r o s i d a d e total de 13,8% e n u m d i â m e t r o e q u i v a l e n t e de p o r o s igual a 2 5 n m ( c o n t r a 15,4% c 2 9 , 3 n m da a r g a m a s s a testemunho); f) o e m p r e g o d o aditivo superfluidificante p r o d u z i u certo r e t a r d a m e n t o no tempo de indução das reações de hidratação do cimento (primeiras quatro horas); após a indução, estas reações d e s e n v o l v e r a m - s e n o r m a l m e n t e ; g ) m e s m o com baixas dosagens do aditivo superfluidificantc (0,1 e 0,3%), verificaram-se alterações significativas na morfologia d o s c o m p o s t o s hidratados, na porosimetria e na resistividade elétrica das pastas e argamassas produzidas. S o b o p o n t o d e vista da r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a , Aitcin 1 2 1 a f i r m a que os agregados g r a ú d o s m e n o r e s ( d i m e n s ã o c a r a c t e r í s t i c a da o r d e m de 10 a 1 2 m m ) d ã o m e l h o r e s r e s u l t a d o s na p r o d u ç ã o d o s C A D : o p r o c e s s o dc b r i t a g e m o c o r r e p r e f e r e n c i a l m e n t e cm z o n a s p o t e n c i a l m e n t e f r a c a s na r o c h a m a t r i z , s e n d o essas regiões eliminadas n o caso d o s a g r e g a d o s m e n o r e s . A t r a v é s da r u p t u r a dc C P s c o n f e c c i o n a d o s com C A D o b s e r v a - s e que as fissuras i n t e r n a s e s t e n d e m - s e t a n t o através da m a t r i z de c i m e n t o c o m o a t r a v é s d o s a g r e g a d o s g r a ú d o s ; n o c a s o d o s c o n c r e t o s n o r m a i s , as f i s s u r a s o c o r r e m p r i n c i p a l m e n t e através da matriz. Larrard 1 2 2 c o r r o b o r a a afirmação dc Aitcin, d e m o n s t r a n d o através de e s t u d o p r á t i c o que a resistência à c o m p r e s s ã o d o c o n c r e t o é i n f l u e n c i a d a n ã o só pela q u a n t i d a d e c v o l u m e relativo dc pasta, mas t a m b é m pela e s p e s s u r a da pasta c o n t i d a e n t r e dois a g r e g a d o s c o n t í g u o s ; n e s t e s e n t i d o , agregados de m e n o r d i m e n s ã o r e d u n d a r i a m em m e n o r e s e s p e s s u r a s de p a s t a , r e p e r c u t i n d o n o a u m e n t o da resistência à c o m p r e s s ã o . ,J1 ,u AITCIN. I». C C o n c r e t o d c Elevado D c s c m p c n h o . T ó c h n c - Revista d e Tecnologia da C o n s t r u ç l o N 19. Tradução dc- Luiz Alfredo Falcão Biucr. Editora Pini. São Paulo, nov/dez 1995. URRARD. E:TONDAT. P. Sur Ia Contribution dc Ia Topologic d c Squclcttc Granulaire à la Rcsistancc c n Compression d u Bcton. Materials and Structures V 26. p p SOS - 516 1993. Uma das p r o p r i e d a d e s d o s c o n c r e t o s de alto d e s e m p e n h o que ainda merecem e s t u d o s mais a p r o f u n d a d o s refere-se ao m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o , particularmente quanto à possibilidade da sua estimativa a partir da resistência à compressão, o que é prática relativamente comum para os concretos normais. Diversas variáveis têm sido investigadas (influências do tipo de cimento, das adições, das condições de cura), m e r e c e n d o destaque a nível nacional os trabalhos de Dal Molin 12 * e Helene 1 2 4 . O módulo de deformação do concreto depende dc propriedades elásticas dos agregados c da pasta de cimento, do grau de hidratação atingido pela pasta, do conteúdo proporcional p a s t a / a g r e g a d o s e da m o r f o l o g i a da zona de transição p a s t a / a g r e g a d o . N o s concretos normais, a resistência à compressão e o módulo de deformação são grandezas normalmente regidas pelas propriedades da pasta de cimento; nos concretos dc alto desempenho, as propriedades mecânicas c elásticas dos agregados passam a ter maior importância. Para c o n c r e t o s n o r m a i s , a n o r m a ACI 318-95 1 2 1 possibilita a estimativa do medulo de d e f o r m a ç ã o d o c o n c r e t o c o m o f u n ç ã o da sua resistência à c o m p r e s s ã o , a partir d o seguinte m o d e l o matemático: Ec = 4.733 (MPà) eq. 1 Já para concretos de alta resistência à compressão (f entre 21 e 83MPa), a publicação ACI 363-92 1 2 6 recomenda que se adote a seguinte equação: Ec = 3.320 J T C + 6.900 (MPà) | 45 eq. 2 DAL MOUN, !>. C.C.; .MONTEIRO. PJ.M. C o n t r i b u i ç ã o ao Estudo d o Módulo d c Deformação d c C o n c r e t o s dcAlta Resistência c o m c sem A d i ç õ e s d c Microssíllca Escola Politécnica tia Universidade d e São Paulo. Boletim Técnico BT/PCC/I59.SÍO Paulo. 1996. Helene. P R. L. Estudo d a Variação d o Módulo d c Elasticidade d o C o n c r e t o c o m a C o m p o s i ç ã o c Características d o C o n c r e t o Fresco e Endurecido Comodato USP/ABCP/1PT. relatório á Associação Brasileira d e Cimento Portland São Paulo. 1998 American Concreto Institule - ACI Committcc 318. Building C o d c R c q u l r e m e n t s for Structural C o n c r e t c Publication ACI 318-95.1995. "''American Concretc Institule -ACI Committcc 36.V Statc-of-the-Art Rcport o n Iligh-Strcnght C o n c r e t c PuhUcation ACI 363R-92,1992. Para concretos com resistência à compressão superior a 80MPa, a norma norueguesa NS 3473 1 2 indica a seguinte correlação entre resistência e módulo: Ec = 9.975. (./;. ) 0,30 (MPa) eq. 3 O C ó d i g o CEB-F1P 1 2 * prescreve para estimativa d o m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o a fórmula a seguir indicada, estabelecida para c o n c r e t o s c o m p o s t o s com agregados quartzíticos; rec o m e n d a que as estimativas d o m ó d u l o dc d e f o r m a ç ã o dos c o n c r e t o s sejam corrigidas em f u n ç ã o do tipo dc agregado graúdo, multiplicando-se o valor estimado p o r um dos seguintes coeficientes: - basalto, diabásio, calcário denso: fator de multiplicação = 1,2; - quartzito, granito c gnaisse: fator dc multiplicação = 1,0; - calcário normal: fator de multiplicação = 0,9; - arenito: fator de multiplicação = 0,7. Ec = 10.120 *]fck +8,16 (MPa) eq. 4 R e l a t i v a m e n t e aos v a l o r e s o b t i d o s a t r a v é s de e n s a i o s , a n o r m a a m e r i c a n a ASTM C 469 d e t e r m i n a que o m ó d u l o dc d e f o r m a ç ã o seja a q u e l e c o r r e s p o n d e n t e a 4 0 % da resistência à c o m p r e s s ã o p r e v i s t a para o c o n c r e t o ( m ó d u l o s e c a n t e ) . E s t e valor d e 4 0 % c o r r e s p o n d e a p r o x i m a d a m e n t e às t e n s õ e s de t r a b a l h o d o c o n c r e t o em vigas s u b m e t i d a s à f l e x ã o , r e s u l t a n d o a p r o x i m a d a m e n t e da a p l i c a ç ã o de t r ê s f a t o r e s a o f . : a) 0,85 ( d i a g r a m a p a r á b o l a - r c t â n g u l o de d i s t r i b u i ç ã o de t e n s õ e s no c o n c r e t o na f a c e c o m p r i m i d a ) ; b) 1,4 ( c o e f i c i e n t e d e m i n o r a ç ã o u s u a l m e n t e a d o t a d o p a r a o c o n c r e t o ) ; c) 1,6 ( c o e f i c i e n t e de m a j o r a ç ã o das c a r g a s p e r m a n e n t e s ) . D e s s a f o r m a , Nonvegian Standard* Dcsign of C o n c r c t c Structurcs NS M7.VO>lo. 1989. CEB - Comitê Euro-Iniernaiional du Bctoo. CEB-F1P Model C o d c 1990 Final Dralt - O u p t e r s 1-3 Bullctin d Information N" 203.1991. | 47 nas v e r i f i c a ç õ e s c o r r e s p o n d e n t e s aos e s t a d o s de s e r v i ç o , a t e n s ã o a t u a n t e no c o n creto seria f , x 0,85 / 1,4 x 1,6 = 0,38 f k . A d o t a n d o o m o d e l o p r e v i s t o na n o r m a A S T M C 469, P i n t o 1 2 9 executou ensaios d e m ó d u l o dc d e f o r m a ç ã o secante c o m concretos de alto d e s e m p e n h o (resistência à c o m pressão entre 60 e 67MPa aos 28 dias de idade), variando o tipo de agregado g r a ú d o : seixo rolado (agregado silicoso) c calcário britado, a m b o s c o m d i m e n s ã o máxima característica dc 25mm. Os concretos apresentavam traço cm massa dc 1 : 0 , 1 0 : 1,42 : 2,45 : 0 , 3 3 : 0,03 ( c i m e n t o , sílica ativa, areia, a g r e g a d o g r a ú d o , água, a d i t i v o s u p e r f l u i d i f i c a n t e à base de n a f t a l e n o s u l f o n a d o ) , t e n d o s i d o s u b m e t i d o s a d i f e r e n t e s c o n d i ç õ e s de cura. O pesquisador c o n f r o n t o u os resultados experimentais c o m aqueles estimados a partir da equação 2 (publicação AC1 363-92), chegando às seguintes conclusões: - para idades iniciais (concretos jovens), os valores estimados apresentaram diferenças muito significativas em relação aos valores o b t i d o s experimentalmente; - a natureza mineralógica dos agregados graúdos influenciou fortemente o m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o dos concretos de alta resistência; - a f o r m u l a ç ã o p r o p o s t a pelo AC1 363-92 c o n d u z i u a estimativas razoavelmente precisas do m ó d u l o dc d e f o r m a ç ã o d o s c o n c r e t o s aos 28 dias dc idade; todavia, b a s e a n d o - s e e m t é c n i c a s de r e g r e s s ã o , o p e s q u i s a d o r c o n c l u i u q u e os valores estimados pela equação 2 deveriam ser multiplicados por 0,78 (no caso d o e m p r e g o dc seixo rolado) ou p o r 0,96 (no caso d o e m p r e g o d o agregado calcário), v a l o r e s q u e se a p r o x i m a m r a z o a v e l m e n t e d a q u e l e s indicados p e l o Código CEB-FIP. 143 PINTO. R C.A.illOYTR.K.C Estimalion of M o d u l u s o f FJasticity in H i g h P c r f o r r o a n c c C o n c r c t c Mix ai Earlicr a n d Latcr Ages In IliglilVrformancc Concrcte - Performance and Quality of Concrctc S t r u c t u r o . Procccdings of Second CANMET/ACI Inu-rnaiional Confcrcncc - Graniad). Rio Grande do Sul. Brasil. 1999.AO,Spcdal PUblication SI'-186. p p SK1 - 596. A antiga versão da n o r m a NBR 6.118 (1978) previa q u e o m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o do concreto pudesse ser estimado a partir da fórmula: E c = 6.600 (f cj ) l/2 , podendo-se considerar f = f k + 3,5 (MPa). O projeto de revisão da NBR 6.118/99, no item 7.1.8 preconiza que, na ausência dc ensaios, o m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o para c o n c r e t o s com idace superior a 7 dias p o d e ser estimado a partir da seguinte equação: Ec = 5.600 J f a {MPa) eq.5 A nova versão da NB-1 estipula ainda que nas análises elásticas de p r o j e t o s , especialm e n t e para d e t e r m i n a ç ã o de e s f o r ç o s solicitantes e v e r i f i c a ç ã o de e s t a d o s limites de serviço, deve ser adotado o m ó d u l o de elasticidade secante, que p o d e ser obtido multiplicando-sc por 0,85 o valor estimado a partir da equação 5. O u seja, o projeto dc norma NBR 6.118/99 adota praticamente o estimador recomendado pela norma ACI 318-95, sem n e n h u m fator de c o r r e ç ã o que considere os c o n c r e t o s de alta resistência ou o tipo de a g r e g a d o utilizado. Considerando que muitos projetistas consideram que a equação 1 (ACI 318-95) superestima o m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o do concreto, e constatando que a nova NBR 6.118 adota fórmula muito semelhante, antevê-se que os deslocamentos de vigas e lajes continuarão sendo subestimados cm nossos edifícios, problema que p o d e ser agravado nas estruturas que vierem a ser executadas com c o n c r e t o de alta resistência. Dal Molin 12 - efetuou extensa serie de ensaios dc m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o para concretos de alto d e s e m p e n h o , f o r m u l a d o s com as seguintes características: - cimento Portland de alta resistência inicial (CP V - ARI); - agregado miúdo: areia normal brasileira, fornecida pelo IPT; - agregado graúdo: brita dc basalto, dimensão máxima 19mm, MF = 6,97, índice dc forma = 2,96, massa específica = 2,80 k g / d m 3 , peso unitário = 1,45 kg/m 3 ; — sílica ativa nacional, 96,0% de S i O „ massa específica = 2,20 g / c m 3 , superfície específica = 16,2 m 2 / g , t a m a n h o m é d i o das partículas = 0 , 1 6 m m , umidade = 0,8%; - aditivo superfluidificante: à base de naftaleno sulfonado, massa específica = 1,05 g/cm 3 ; - adição de sílica ativa: 0 ou 10%; - relação água / cimento + sílica ativa: 0,25; 0,28; 0,32; 0,37; 0,43; 0,50 e 0,58; - teor dc aditivo: variando entre 0,8 e 2,0% (diminuindo com o aumento da relação a/c); - condições de cura: câmara úmida ou ambiente do laboratório; - idade dos ensaios: 1, 3, 7, 28, 63 e 91 dias. Através do e s t u d o experimental, c c o m a a d o ç ã o dc técnicas dc análise dc variância c análise de regressão, foram obtida diversas conclusões, d e n t r e as quais destacam-se: a) c o m p a r a t i v a m e n t e aos resultados o b t i d o s para os 28 dias de idade, com o e m p r e g o de c i m e n t o de alta resistência inicial e sílica ativa, o m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o para idade de 24 horas é bastante elevado, c o n f o r m e Figura 56; 40 T 35-- 20 0 102,5% 3 7 28 63 Idade (dias) 0 Figura 5 6 150 Variação do módulo de deformação com a idade dos concretos (Dal Molin 1 ") 91 b ) o p r i n c i p a l f a t o r q u e i n t e r f e r e na m a g n i t u d e d o m ó d u l o d e d e f o r m a ç ã o é a relação água / a g l o m e r a n t e (F , = 273,15 ; F crjt = 2,10), nela i n f l u e n c i a n d o obvia m e n t e a p r e s e n ç a d o a d i t i v o s u p e r f l u i d i f i c a n t e ( n ã o foi a p l i c a d a a n á l i s e d e variância para a variável " a d i t i v o " ) ; cm seguida a p a r e c e m as i n f l u e n c i a s do tempo de cura (F , = 70,65 ; F (fji = 3,84) e da presença da sílica ativa (F , = 67.95 ; F efii = 3 , 8 4 ) , s e n d o as c o n c l u s õ e s estatísticas obtidas sempre p a r a o nível de significância de 9 5 % ; c) considerando-se o efeito isolado da adição dc sílica ativa (0 ou 10%), o aumento no m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o foi b a s t a n t e m o d e s t o (apenas 3,5%, o que atesta a m a i o r importância dos aditivos superfluidificantes na c o m p o s i ç ã o d o s C A D ) ; d ) o efeito da cura em câmara úmida t a m b é m foi relativamente m o d e s t o (aumento de apenas 3,4% em relação à cura no ambiente do laboratório); tal verificação pressupõe que a ausência de cura úmida é muito mais nefasta para os concretos em termos de durabilidade (porosidade, microfissuração superficial etc) do que em t e r m o s de prejuízos às p r o p r i e d a d e s mecânicas e elásticas; e ) com base nos valores dc resistência à compressão situados entre 20 e 90MPa, condição de cura úmida, através de análise de r e g r e s s ã o o b t e v e - s e excelente correlação entre a resistência à c o m p r e s s ã o e o m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o d o s c o n c r e t o s (r 2 = 0,973), expressa pela f ó r m u l a : Ec = 9.570. ( f c )0'31 (MPa) eq. 6 Com base nos resultados dos ensaios obtidos na pesquisa de Dal Molin, c considerandose os estimadores d o m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o anteriormente indicados, pode-se construir a Tabela 19 a seguir: Tabela 19: Valores estimados do módulo de deformação de CADs (vários modelos) Eslimador Fonte Módulo de deformação (GPa), para ft de: 30MPa 5 0M Pa 70MPa 90MPa NBR 6118/78 Cc = 6.600 ( y 1 36,1 46,7 55,2 62,6 NBR 6118/99 Ec = 5.600 ( y * 30,7 39,6 46,8 53,1 CEB 1 ' Ec = 10.120 (frt + 8,16) I/J 34,1 39,2 43,3 46,7 NS 3473 Ec = 9.975 ( f / > ° 27,7 32,3 35,7 38,5 ACI 363-92 Ef = I3.320 (fc)"íl + 6.900 25,1 30,4 34,7 38,4 Dal Molin'" Ec = 9.570 (g 0 - 1 1 27,5 32,2 35,7 38,6 Obs: Para o estimador . ,v 154 IIHJ-NE. I» R L.;ALVES, R R Estudos dc M é t o d o s para Avaliaçio d o Efeito d c Aditivos S u p c r f l u l d i f l c a n t c s na Trabalhabilidadc J o C o n c r e t o Fluído.Anais da 37* REIHRAC - R c u n ü o Anual d o IBRACON. Goiânia. 1995. Com a intensificação dos conhecimentos sobre os processos físico-químicos que regem a h i d r a t a ç ã o e e n d u r e c i m e n t o dos c i m e n t o s , s o b r e a reologia d o s c o n c r e t o s e sobre os processos deletérios que p o d e m atuar sobre o c o n c r e t o a r m a d o , a utilização de o u t r o s tipos dc aditivos também será cada vez mais intensa para a p r o d u ç ã o dos concretos dc alto d e s e m p e n h o . Assim é que o c a m p o d o s a d i t i v o s é u m d o s q u e mais c o n h e c e u desenvolvimento nos últimos tempos, recorrendo-se cada vez mais a aditivos aeradores, inibidores de corrosão, modificadores do t e m p o de pega etc. O d e s e m p e n h o desses p r o d u t o s varia c o n t u d o em relação às composições químicas dos cimentos, presença de adições (sílica ativa, cinzas volantes, escória), temperatura ambiente e ocasião da mistura com o concreto. Cincotto 1 - 1 adverte ainda para a necessidade de consideração de potenciais efeitos colaterais dos aditivos, alguns deles indicados na Tabela 20. 3.2.3. Medidas visando otimizar a durabilidade das estruturas de concreto C o m o já foi citado, na durabilidade do c o n c r e t o interferem complexos mecanismos de degradação e extensa série de fatores: porosidade, frentes dc carbonatação, difusão de íons, absorção capilar, despassivação das armaduras. A previsão da vida útil das estruturas, calcada em base científica, deverá basear-se em modelos teórico-experimentais, muitos já d e s e n v o l v i d o s . Especialistas r e n o m a d o s nesse c a m p o , Andrade 1 * 2 e H e l c n e 1 " citam diversos modelos matemáticos, realçando os modelos de Jurin (ascensão capilar), Darcy (difusão de umidade), Fick (frente de carbonatação), Tuutti e Clifton (frente de cloretos), Faraday (velocidade de c o r r o s ã o das a r m a d u r a s ) . A d u r a b i l i d a d e d o c o n c r e t o a r m a d o , f r e n t e à a ç ã o de a g e n t e s a g r e s s i v o s ou d e g a s e s p r e s e n t e s na a t m o s f e r a ( ( ) „ C O , ) , d e p e n d e s u b s t a n c i a l m e n t e da qualidade d o 1,1 ONCOTTO. M A . C u r s o dc Tecnologia d c Aditivos para C o n c r e t o s cArgamassas. Escola Politécnica da f n l v c r s k l a d c d c São Paulo. São Paulo. 1995. ANDRADE. C.; ALONSO. C ; GONZALES, J. A.; RODRIGUEZ, J. R e m i i n i n g Servicc Life of Corroding Structures IABSE Symposium Usboa. 1989. IIELENE. P R. L. Durabilidade d a s Estruturas d c C o n c r e t o Armado Escola Politécnica da Universidade d c São Paulo. São Paulo. 1994. | 55 Tabela 20: Aditivos para concretos e possíveis efeitos colaterais Função do aditivo Substâncias ativas Efeitos colaterais / observações 1 .Redutor de água / sais derivados do ácido lignossultônico, • lignossulfonatos podem incor|)orar ar e Plastificante ácidos carboxílicos hidroxilados, com|x>stos |K)lihidroxilados diminuir a resistência • em dosagem elevada, tendem a retardar a pega do cimento 2. Redutor de água / Superplastificante naítaleno su lio na d o, condensados de • perda de abatimento inicial melamina formaldeído, lignossulfonatos • podem interferir na pega modificados, ésteres de carbohidratos • em conjunto com incorporador de ar há dificuldade de controlar o índice de vazios 3. Acelerador de pega cloreto de cálcio"', íormiato de cálcio, trietanolamina, silicato de sódio, carbonato de sódio, nitrito de sódio, tiocianato dc sódio, nitrito de cálcio, • cloretos aumentam o risco de corrosão das armaduras • diminuem um pouco a resistência do concreto nas idades avançadas nitrato de cálcio 4. Relardadores de pega mesmos do item 1 (com a eventual • melhoram a trabalhabilidade presença de íosfatos), a hidroxi • podem diminuir um pouco a resistência do carbonila, álcoois / açúcares concreto • ocorrência de maior deformação plástica 5. Incorporadores sais de hidrocarbonetos sulfonados, • melhoria da trabalhabilidade de ar ácidos resinosos e ácidos graxos, • diminuição da permeabilidade a hidroxi carbonila, sais da lignina das madeiras • pequena diminuição da resistência do concreto • cimentos com teores elevados deálcalis favorecem incorporação • adições de cinzas volantes inibem a incorporação de ar 156 (•) «i nova versão da NBR 6 1 1 8 / 99 proíbe o emprego de aceleradores contendo cloreto de cálcio. material d i s p o s t o na s u p e r f í c i e das peças, e que em última instância terá o p r i m e i r o c o n t a t o c o m as s u b s t â n c i a s agressivas. Assim s e n d o , a p r e s e n ç a de m i c r o f i s s u r a s e a p o r o s i d a d e das c a m a d a s superficiais, que p o d e diferir c o n s i d e r a v e l m e n t e da p o r o s i d a d e das c a m a d a s mais i n t e r n a s (pela c o n c e n t r a ç ã o d c n a t a , rápida e v a p o r a ç ã o da á g u a e m c o n d i ç õ e s d e s f a v o r á v e i s de c u r a ) e x e r c e r á g r a n d e i n f l u ê n c i a na d u r a b i l i d a d e tia e s t r u t u r a . Uma das maneiras dc aquilatar-sc a qualidade dessa camada superficial é a determinação da absorção de água inicial, empregando-se n o r m a l m e n t e c o r p o s de prova cúbicos c o m lOcm de lado, i m e r s o s em água até t e m de altura a partir da base (superfícies d o s c o r p o s - d e - p r o v a p r o t e g i d a s a partir dessa altura, r e s u l t a d o s e x p r e s s o s em g r a m a s de água absorvida pelo concreto, p o r unidade dc área cm c o n t a t o com a água). R e c o r r e n d o a esta técnica, Camarini 1 3 4 testou a influência da adição de p ó calcário ao cimento Portland c o m u m (12% e 25% cm relação à massa de cimento) e das ccndições de cura na absorção de água inicial do concreto. Foram m o l d a d o s corpos-de-prova com traço em massa de 1 : 2,19 : 2,57 : 0,50 (cimento, areia lavada, brita de granito - dimensão máxima 20mm, água), submetidos às condições de cura a seguir indicadas; testou-se ainda a efetividade da aplicação dc um agente de cura ("Antisol XC 42", fabricante Sika) sobre a superfície d o concreto. • T = 20°C, UR = 100%, duração 28 dias (testemunho); • T = 20°C, UR = 60%, duração 7 dias (com e sem agente de cura); . t = 40°C, UR = 100%, duração 7 dias; • T = 40°C, UR = 60%, duração 7 dias (com e sem agente de cura); • T = 40°C, UR = 30%, duração 7 dias (com e sem agente de cura). CA.MARIXI. G.; BA1AYSSAC.J. \>.: DETKICHÉ. II I n H u c n c c of C c m c n t Typc a n d C u r i n g C o n d i l i o n s o n Initial Absorptlon of Concrctc In Hlgh IVrfonnancc Omcrcltr - IVrforntanrc and Quality of Concreto Structurc*. Procecdings of Sccond CAN.MI-T/ACI International Conferenu* - Gramado. Rio Grande do Sul. Brasil. 1999ACl.Spccial Publtcation SP-186. p p 427 - 44$. As principais conclusões obtidas por Camarini, relativamente à absorção inicial de água por parte do concreto (uma hora de imersão), foram: a) a absorção inicial para concretos produzidos com cimento com adição de 25% de pó calcário foi consideravelmente maior do que aquela verificada para concretos produzidos com cimento com adição de 12% de pó calcário (Figura 59), sendo que a maior p o r o s i d a d e d o s c o n c r e t o s p r o d u z i d o s c o m c i m e n t o c o m adição de 2 5 % de C a C O , repercutiu inclusive em m e n o r resistência â compressão desses concretos; portanto, a adição dc grande quantidade dc p ó calcário, tentando-sc produzir um tipo de micro argamassa na superfície d o concreto, não surtiu o efeito desejado; 20°C 40*C UR 1 0 0 % UR 100% 20°C UR 60% 40°C UR 6 0 % 4CTC UR 3 0 % •cimento com 2 5 % de C a C 0 3 aplicação de agente de cura •cimento com 1 2 % de CaCC>3 logo após a desforma do C P | Figura 59 Efeitos da adição de CaCO, ao cimento e das condições dc cura na absorção dc água inicial do concreto. b ) a a b s o r ç ã o inicial a u m e n t a c o m a t e m p e r a t u r a de cura; a u m e n t a t a m b é m c o m a diminuição da umidade relativa d o ar no p e r í o d o de cura, variável mais importante; c) os efeitos benéficos do agente de cura são muito mais pronunciados com temperaturas elevadas e / o u baixa umidade relativa do ar; para temperatura de 20°C e UR = 60% não se observou efeito significativo do agente de cura. C o m o se a f i r m o u a n t e r i o r m e n t e , sob o p o n t o de vista da durabilidade da estrutura, a principal patologia consiste na corrosão das armaduras. Para melhorar o desempenho do c o n c r e t o a r m a d o f r e n t e ao risco dc c o r r o s ã o d o aço, além d o e m p r e g o de c o n c r e t o s dc alto d e s e m p e n h o , c o m p e r m e a b i l i d a d e r e d u z i d í s s i m a , o u t r a s f o r m a s de p r o t e ç ã o das a r m a d u r a s p o d e r ã o ser adotadas, c o m o galvanização ou pintura epóxi das barras, p r o t e ç ã o catódica c d o s a g e m d o c o n c r e t o c o m aditivos inibidores d e c o r r o s ã o . S a n t i a g o 1 3 5 faz um balanço das vantagens e d e s v a n t a g e n s d o s m é t o d o s alternativos d e p r o t e ç ã o , c o n f o r m e r e s u m o a p r e s e n t a d o na Tabela 21. Tabela 21: Formas de proteção das armaduras nas estruturas de concreto Proteção aplicada diretamente nas armaduras Proteção aplicada no concreto Proteção Aditivos inibidores Pinturas epúxi, de corrosão vernizes, ceras • ataques por • qualquer catódica 0 Galvanização • qualquer 2 % £ ri = O r: • qualquer cloretos • carbonatação em corrosão lA • ataques |>or água do mar • única eficaz c « zC Pinturas epóxi n já iniciada ri C • fácil aplicação • custo • carbonatação • dispensa manutenção relativamente baixo relativamente baixo manutenção Desvantagens especializada obra [xx manuseio e transporte • controle como um todo • custo • dispensa • deterioração na manutenção • protege 0 concreto • fácil aplicação > • mão-de-obra • dispensa • custo elevado • aplicação na obra • dosagem crítica • exige manutenção • custo elevado contínuo (*) proteção catódica: consiste na interligação elétrica das barras de aço .1 um ánodo de sacrifício (normalmente zinco) localizado fora da peça; por diferença de |>otencial elétrico entre os metais, haverá tendência de migração de elétrons do zinco (potencial oletoquímico = 0,763) para o ferro (|>otencial eletoquímico = 0,440), com possibilidade de corrosão do zinco (zona «ncklica) e não da armadura (zona catódica). Quando houver indução do fluxo de elétrons (corrente gerada por exemplo através de pequena bateria), o método de proteção é designado como "corrente impressa". SANTIAGO.J. K S i t u a d ó a Actual d c Ias Estructuras d c Hormlgón Informes de Ia ConstructkSn.Vol. -»2. N" í 10. Instituto EduardoTorroja.Xladrid. 1990. ] 59 C o m o m e d i d a p r e v e n t i v a c o n t r a a c o r r o s ã o das a r m a d u r a s , dentre aqueles relacionados na Tabela 21, o m é t o d o que tem sido mais u t i l i z a d o é a i n t r o d u ç ã o de aditivos i n i b i d o r e s de c o r r o s ã o n o c o n c r e t o , g e r a l m e n t e à b a s e d e n i t r i t o d e s ó d i o ou d e cálcio. O p r i n c í p i o a t i v o d e s s a s s u b s t â n c i a s ainda n ã o é b e m e n t e n d i d o : há p e q u e n o a u m e n t o da a l c a l i n i d a d e d o c o n c r e t o ; p r o v a v e l m e n t e forma-se em t o r n o das a r m a d u r a s c a m a d a de ó x i d o s mais r e s i s t e n t e ao Cl". Segundo A n d r a d e ' 3 6 , o N O , " é um dos inibidores mais estudados c mais utilizados, pois não altera significativamente as p r o p r i e d a d e s d o concreto: pega, exsudação, resistência mecânica e outras. Para inibir c o m p l e t a m e n t e o avanço da c o r r o s ã o , p a r t i c u l a r m e n t e aquela provocada pela presença de íons cloreto, a pesquisadora recomenda uma relação N O , " / Cl" > 1,5, c o n s i d e r a n d o - s e o teor m á x i m o de Cl" s u p o s t a m e n t e presente. E m qualquer situação Andrade sugere um teor mínimo de 3 % de nitrito de sódio ( N a , N O J em relação à massa do cimento; esclarece todavia que, para cimentos de alto-forno, esta q u a n t i d a d e é i n s u f i c i e n t e para inibir c o m p l e t a m e n t e a c o r r o s ã o p o r cloretos, e m b o r a nesse caso esta ocorra dc maneira bem mais tênue. Nas estruturas em concreto aparente, além dos cuidados anteriores para prevenir a corr o s ã o de a r m a d u r a s , poder-se-á r e c o r r e r à p r o t e ç ã o superficial do c o n c r e t o , mediante aplicação de p i n t u r a s ou vernizes, lassas películas, c o m m e l h o r ou pior d e s e m p e n h o , c o n s t i t u e m barreiras à p e n e t r a ç ã o de u m i d a d e , gás c a r b ô n i c o , íons c l o r e t o ou o u t r a s substâncias agressivas. Kasmierczak13 explica que a seleção de um sistema de proteção superficial deve basear- se em ensaios de d e s e m p e n h o , c o n s i d e r a n d o - s e a e f e t i v i d a d e da barreira ( f r e n t e s de | 50 ANDRADE.C.;ALONSO.C.;CiONZALES. J. A. S o m e Laboratory E x p c r i m c n t s o n t h c Inhibitor Eflcct o f S o d i u m Nitritc o n Rcinibrccmcnt Corrosion Ccmcnt.Concrci aml A^re>yirs.Vol. H. N 2.ASTM - American Society forTesting and Materials. 1W6. "" KA/.MIERCZAK. C. S.: HELENE, P. R I. C o n t r i b u i ç ã o para a Análise d a Eficiência d e Película» Aplicadas s o b r e Estruturas d e C o n c r e t o Armado c o m ° Objetivo dc P r o t e ç ã o contra a C a r b o n a t a ç ã o lese {Doutorado). Escola Politécnica da Universidade dc São Paulo. São Paulo. 1995- c a r b o n a t a ç ã o , íons cloreto etc), a durabilidade f r e n t e à ação de m i c r o o r g a n i s m o s c de raios ultravioleta, a compatibilidade com o substrato (alcalinidade, presença de fissuras, porosidade e textura superficial), a facilidade de aplicação e de manutenção, o c o n s u m o de material c os custos incorridos. C o m base em pesquisa de l a b o r a t ó r i o desenvolvida em c o r p o s - d e - p r o v a de argamassa no traço 1 : 2,17 : 0,60 (cimento Portland p o z o l á n i c o , areia n o r m a l brasileira e água), c u r a d o s em água d u r a n t e 7 dias c p o s t e r i o r m e n t e a l o j a d o s d u r a n t e 70 dias na total ausência de C O , , o p e s q u i s a d o r testou d i f e r e n t e s vernizes para c o n c r e t o , disponíveis no m e r c a d o brasileiro, avaliando-os em t e r m o s da p r o f u n d i d a d e potencial da frente de carbonatação. Após aplicação e polimerizaçào dos vernizes (consumo de material e f o r m a de aplicação r e c o m e n d a d a pelos respectivos fabricantes), as faces envernizadas dos corpos-de-prova foram expostas a a t m o s f e r a s c o m umidade relativa inicial entre 90 e 95%, saturadas de C O , (100%), d e t e r m i n a n d o - s e p o r g r a v i m e t r i a o teor de c a r b o n a t o dc cálcio que se precipitou no interior da massa e, pela aspersão tle solução de fenolftaleína, a profundidade da camada c a r b o n a t a d a . E m s e g u i d a , c o m b a s e n o s r e s u l t a d o s e x p e r i m e n t a i s , e m p r e g o d e t é c n i c a s de reg r e s s ã o e a d o ç ã o de m o d e l o s m a t e m á t i c o s , o p e s q u i s a d o r e s t i m o u v a l o r e s p a r a a p r o f u n d i d a d e de c a r b o n a t a ç ã o d o s d i f e r e n t e s s i s t e m a s de p r o t e ç ã o , c o n s i d e r a n d o t e o r e s usuais de C O , na a t m o s f e r a (em t o r n o de 0,5%»)» t e m p e r a t u r a de 20 ± 2 ° C c u m i d a d e relativa e n t r e 70 e 8 0 % . O s r e s u l t a d o s d e s s a s p r o j e ç õ e s , p a r a a idade d e 50 a n o s ( d e s c o n s i d e r a n d o - s e d e g r a d a ç õ e s d a s p e l í c u l a s d e v e r n i z pela a ç ã o d a s i n t e m p é r i e s ou m i c r o o r g a n i s m o s ) , são a p r e s e n t a d o s d e f o r m a r e s u m i d a na tabela a seguir: Tabela 22: Profundidade estimada da carbonatação para diferentes sistemas de proteção do concreto (Fonte: Kasmierczak137) Natureza da resina-base Código do Número de Espessura media Profundidade estiirada da sistema de demãos ° da película seca carhonataçãoapós 50 anos (Um) (mm) proteção Acrílica e estireno AE 1 primer + 2 demãos 28,3 29 AE 2 2 demãos 22,5 31 AE 3 2 demãos 21,8 36 A3 4 2 demãos 13,0 52 AD 1 primer + 2 demãos 22,3 25 AD 2 2 demãos 46,0 22 MM 1 demão 0,0 38 • Monocomponente PM 2 demãos 53,0 13 • Bicomponente PB 1 demão 69,6 37 SSA 1 demão silano + 16,1 42 - 70 Acrílica Metil-metacrilato Poliuretano alifático Silano-siloxano e metil-metacrilato Argamassa de referência 1 demão metil met. - - (•) intervalo entre (Irmãos variando dc 4 a 12 horas, segundo indicações dos resj>ectivos fabricantes. C o m base nos resultados da tabela anterior p o d e m - s e verificar g r a n d e s diferenças n o d e s e m p e n h o d o s sistemas de p r o t e ç ã o , c o m p r o f u n d i d a d e s das camadas c a r b o n a t a d a s variando entre 13 e 52mm (valor muito próximo daquele verificado para o material sem n e n h u m tipo de proteção). C o n s i d e r a n d o - s e que no c o n c r e t o aparente os c o b r i m e n t o s n o r m a l m e n t e estão situados entre 20 e 25mm, reforça-se a necessidade da pré-avaliação d o d e s e m p e n h o dos sistemas de proteção oferecidos no mercado nacional. M e s m o c o n s i d e r a n d o a d i s p o n i b i l i d a d e de m o d e r n o s sistemas de p r o t e ç ã o , a medida 162 mais eficiente para evitar a c o r r o s ã o das armaduras ainda parece ser a utilização de um c o n c r e t o de baixíssima p o r o s i d a d e , c o m adequada espessura da camada de c o b r i m c n t o das armaduras. Nesse sentido, c o n s i d e r a n d o c i m e n t o s nacionais e os m o d e l o s anteriorm e n t e citados para estimativa d o a v a n ç o das f r e n t e s de c a r b o n a t a ç ã o e de cloretos, Hclcnc 1 " sugere, cm função da vida útil prevista para a estrutura, a adoção dc cobrimentos que p o d e m ser o b t i d o s através d o s ábacos representados nas Figuras 60 e 61. C10 C1S C20 C25 C30 C35 C40 CSO Observação aumentai cobnmento cm fvnçSodo tepo de cimento POZ • UNI AF *20%i 1 5 10 50 100 v i d a útil prevista p a r a a estrutura (anos) 0 Figura 60 Cobrimento mínimo das armaduras em função da vida útil projetada e do avanço das frentes de carbonatação (C10 a C50: f, do concreto aos 28 dias). Observaç5o cobnmento pode ser redundo com o emprego de site a ativa ou com o emprego de cimento com teor elevado de C 3 A íüica ativa -20% C 3 A i 12% - 20% v i d a úlil p r e v i s t a p a r o a estrutura (anos) Q Figura 61 Cobrimento mínimo das armaduras em função da vida útil projetada e do avanço das frentes de cloretos (CIO a C50: f. do concreto aos 28 dias). Relativamente à otimização da durabilidade das estruturas de concreto, Collepardi" sugere ainda o u t r a s medidas, ou seja: a) e m p r e g o de cinzas volantes para prevenir reações álcali-agregado, sempre que liou- ver a possibilidade da presença de sílica a m o r f a nos agregados e não sc dispuser dc cimento com baixos teores de álcalis; b ) maior controle na p r o d u ç ã o do clínqucr, com m e n o r e s teores dc sulfatos oriundos de resíduos e combustíveis ricos em e n x o f r e nos f o r n o s rotativos; c) maior cuidado no projeto estrutural, com redução da incidência e abertura das fissuras no c o n c r e t o (promovidas p o r ações mecânicas ou m o v i m e n t a ç õ e s higrotcrmicas); d ) maior cuidado no p r o j e t o estrutural, relativamente ao c o b r i m e n t o das armaduras (já que íons cloreto, i n d e p e n d e n t e m e n t e da fissuração, p o d e m penetrar p o r difusão até a região das armaduras). A essa relação de m e d i d a s , C o l l e p a r d i " a c r e s c e n t a ainda a possibilidade de alteração química dos aços, t o r n a n d o - o s mais resistentes à c o r r o s ã o (aços inoxidáveis); com respeito às formas de proteção indicadas na Tabela 21 anterior, o professor aponta contudo os seguintes inconvenientes: — inibidores de corrosão: não têm efeito em peças fissuradas; — a r m a d u r a s com revestimento dc epóxi: perda dc aderência devida à difusão de água e d e s e n v o l v i m e n t o de c o r r o s ã o sob a película; — aço galvanizado: a corrosão ocorre no caso do teor de íons Cl" superar 1,2% em relação à massa d o cimento; — aço inox: a corrosão ocorre com teor de íons Cl" acima dc 3 ou 4% cm relação à massa do c i m e n t o ; — p r o t e ç ã o catódica: além dos custos m u i t o elevados (tanto investimento inicial c o m o custos de m a n u t e n ç ã o ) , seria necessário p r o j e t o eletroquímico específico para cada a r m a d u r a . Para Collepardi o s e g r e d o da durabilidade está na baixa p o r o s i d a d e d o c o n c r e t o e na limitação das fissuras, o que poderia ser c o n s e g u i d o c o m o a u m e n t o da resistência à tração e a diminuição d o m ó d u l o de elasticidade d o c o n c r e t o ; neste sentido, o p r o f e s sor cita t a m b é m a p o s s i b i l i d a d e dc m o d i f i c a ç ã o d o s c o n c r e t o s m e d i a n t e adição de p o l í m e r o s (látex de b o r r a c h a e s t i r e n o - b u t a d i e n o SBR), ainda c o m a eventual introduç ã o de f i b r a s dc aço ou f i b r a s de c a r b o n o n o c o n c r e t o ; c o m e n t a c o n t u d o que tais soluções são ainda m u i t o dispendiosas, p a r t i c u l a r m e n t e no que se r e f e r e às fibras de c a r b o n o . C o m o solução alternativa n o atual estágio d o c o n h e c i m e n t o , d o s p o n t o s dc vista técnico e e c o n ô m i c o , o p r o f e s s o r cita a p r o t e ç ã o das estruturas com fina camada (cerca de 2mm) de argamassa polimérica "flexível", constituída por exemplo com fillers m i n e r a i s e resina acrílica. N e s t e caso, o sistema de p r o t e ç ã o p o d e ser m o n i t o r a d o e x t e r n a m e n t e , vindo a sofrer modificações ou reparos no caso da ocorrência dc falhas. Além de t o d o s os fatores já a b o r d a d o s ( p o r o s i d a d e , c a r b o n a t a ç ã o etc), intrínsecos e d e p e n d e n t e s da qualidade d o c o n c r e t o , a durabilidade das o b r a s em c o n c r e t o a r m a d o dependerá ainda de diversos outros fatores, c o n f o r m e publicações do CEB I,W c do ACI 138 . T a m b é m a NBR 6 1 1 8 / 9 9 estabelece diversas considerações sobre os detalhes de projeto que aumentarão a durabilidade da estrutura, r e c o m e n d a n d o a contemplação dos seguintes cuidados nos projetos: a) prever d r e n a g e m eficiente; b) evitar f o r m a s arquitetônicas e estruturais inadequadas; c) garantir c o n c r e t o de qualidade apropriada, particularmente nas regiões superficiais dos elementos estruturais; d) garantir c o b r i m e n t o s de c o n c r e t o apropriados para proteção às armaduras; e) detalhar a d e q u a d a m e n t e as a r m a d u r a s ; f) controlar a fissuração das peças; 1M ACI American Concrclc Institua- Committcc 2 0 1 . G u l d c t o Durablc Concretc.ACJ Materials Journal, v.88. n.5. p . 5-14-582. ScpTOct. 1991 | g) prever espessuras de sacrifício ou revestimentos protetores em regiões sob condições de exposição ambiental muito agressivas; e h) definir um plano de inspeção e m a n u t e n ç ã o preventiva. C u i d a d o s relativos à p r e v e n ç ã o de fissuras, e m p r e g o de aparelhos de a p o i o (principalmente em estruturas constituídas p o r elementos pré-moldados), proteção superficial da e s t r u t u r a e d r e n a g e m das águas pluviais são m u i t o e n f a t i z a d o s em t o d o s os códigos, principalmente q u a n d o h o u v e r possibilidade da o c o r r ê n c i a dc chuvas ácidas, rccomcnd a n d o - s e a a d o ç ã o de detalhes c o n s t r u t i v o s e x e m p l i f i c a d o s na Figura 62. N o caso de lajes c o m abas e x p o s t a s r e c o m e n d a - s e a i n t r o d u ç ã o de pingadeiras, p o d e n d o - s e o p t a r em alguns casos pela utilização de peça pré-moldada na aba da laje (facilitando a introd u ç ã o da pingadeira). 1% pré-moldado ti . O i% ° . 'c,. ti . "© o ' o " •o". ° . ' C> Ó ' • C> C õ' ò ó * ', 6 b ' ô fundo do junto • a • o . ' o a• à b 6 b selonte elostomèrico v, -P - o ti . o 0 . b . ti : •° M • t>. 'a o • 'a * -c o | 1 | •» '• 0> " •a1 '' •" o "a .' . ti b * õ o 6 ã ; •. õ o . *'. õ '. o a "comprimbarxT JUNTAS 0 ,•f e V . * -3 rufo ç . «3 c . 3 •" í i a* Í { » • * * C tf . * . 0 i- apoio deformável * > ,-r 9 •, a# 9 . & . • t" 6 . proteção superfic i a l d a estrutura • * ' o. . i ' - % 0 -r í •V.':39 • .e. 9 » , B ,•f 0 • o• • V6 .P. . • .s • • 9 ta 9 ? . i .< . 3 . • . • .5 • • . rL. . *5 •. 5 •, #5 9• • * " . . . . . . • 0 • • ! . . » . • í .« . • • . •. p • • 9 , ò9 0 O , •f f 0 « 0 Figura 62 Detalhes de projeto visando impedir fissuração, acúmulo ou escorrimento de água em componentes das estruturas de concreto armado ou protendido. 3.2.4 Qualidade no projetos das estruturas de concreto O s p r o j e t o s das e s t r u t u r a s tle c o n c r e t o não p o d e m mais se limitar a um c o n j u n t o de pranchas e tabelas de quantificação de materiais. As novas o b r a s e os novos processos exigem especificações mais completas para os c o n c r e t o s (dimensão máxima do agregado, tipo de cimento, utilização de aditivos), para os elementos estruturais (deformaDilidade, d u r a b i l i d a d e , vida útil) e para a seqüência executiva da o b r a ( f u n d a ç õ e s provisórias, p l a n o s de c o n c r e t a g e m , p r o c e s s o s de cura, s e q ü ê n c i a s de d e c i m b r a m e n t o , tensões e d e f o r m a ç õ e s nas fases dc execução e c a r r e g a m e n t o da estrutura). C o m a gradativa redução das seções dos elementos estruturais, c o m a adoção de novas c o n c e p ç õ e s estruturais (sistema pilar-laje p o r exemplo), com a paulatina eliminação de e l e m e n t o s contraventantcs (alvenarias x "drv-walls"), com a gradual eliminação de contra-pisos ("lajes zero") e com outras modificações que vêm o c o r r e n d o no processo construtivo (alvenarias com juntas secas, revestimentos com finas camadas de gesso), passam a g a n h a r i m p o r t â n c i a m u i t o m a i o r a s p e c t o s c o m o ação global d o v e n t o , t e n s õ e s de natureza térmica, deslocamentos c rotações, transmissão acústica, resistência contra ação do fogo, d e s c o n f o r t o causado por vibrações e outros. D o p o n t o de vista eminentemente estático, a elaboração de um projeto estrutural envolve b a s i c a m e n t e q u a t r o fases: c o n c e p ç ã o , p r é - d i m e n s i o n a m e n t o , análise estrutural ou numérica ( d i m e n s i o n a m e n t o ) e d e t a l h a m e n t o . A participação intelectual do projetista é imprescindível em todas as fases; o trabalho mecânico d o c o m p u t a d o r é muito importante nas fases de pré-dimensionamento e detalhamento, não p o d e n d o substituir cm nenhuma das fases a atividade intelectual do projetista. Existem no mercado nacional diversos softwares para o projeto das estruturas de concreto armado, desenvolvidos no país ou adaptados dc programas estrangeiros: C O N D E 2 (profes- sor Lauro Modesto dos Santos), MIX (Sérgio Pinheiro Medeiros), SISTRUT (Marcelo Picarelli), TQS (Nelson Covas), PROSYSTRM (Rolando Raul Canzio), STRAP (israelense - comercialização professor Simpson Kalmus), R O B O BAT (francês), MICRO FH (alemão), FI.ACK (norte-americano, maior aplicação para túneis), SAP 90 (Multiplus), ANSYS c COSMOS (nortc-amcricanos), CYPECAD 3 D (espanhol - comercialização Multiplus), RHFX) STAUB (suíço). C o s t u m a - s e dizer cjue " o c o m p u t a d o r é a q u e l a m a q u i n i n h a q u e e x e c u t a t u d o d e f o r m a m a i s r á p i d a , i n c l u s i v e o s e r r o s " . Assim, qualquer aplicativo deve ser utilizado c o m muita parcimônia, não se cogitando que possa substituir em n e n h u m m o m e n t o o c o n h e c i m e n t o ou a experiência do profissional projetista. A utilização dc um aplicativo de cálculo estrutural, assim c o m o dc qualquer outro, deve ser acompanhada de uma "fase de implantação", o n d e os valores e figuras "despejados" pela m á q u i n a sejam c u i d a d o s a m e n t e c o n f r o n t a d o s c o m aqueles g e r a d o s p o r "cálculo manual", com resultados o b t i d o s através de algoritmos conhecidos, c o m os resultados g e r a d o s p o r o u t r o s p r o g r a m a s c, p r i n c i p a l m e n t e , c o m as o r d e n s d c g r a n d e z a q u e o projetista tem em mente. Soluções estruturais corriqueiras devem ser testadas; alimentações com valores esdrúxulos devem ser realizadas, verificando-se as respostas operadas e o "grau de inteligência" do programa. Um b o m software n o r m a l m e n t e vem a c o m p a n h a d o da "receita d o bolo", i n f o r m a n d o o usuário não só a f o r m a de utilização da ferramenta, mas s o b r e t u d o as bases cientificas sobre as quais a ferramenta opera: hipóteses de cálculo, modelos físicos, algoritmos matemáticos, simplificações de carregamentos, parametrização decorrente da normalização técnica adotada, efeitos de segunda o r d e m , cargas impostas, colapso progressivo, variações nas propriedades reológicas dos materiais ao longo do tempo, cuidados e limitações na utilização d o programa. É essencial para o projetista conhecer de antemão o que c c o m o está calculando: n e n h u m p r o g r a m a pode ser o p e r a d o c o m o uma "caixa preta", onde as falhas do piloto de computador só serão conhecidas quando o objeto materializado vier a desabar. Na realidade, o computador não projeta e não dimensiona nada: ele é apenas uma calculadora manual dc grande porte, rápida c eficiente q u a n d o bem operada. Na escolha de um software, s u p o n d o - s e obviamente que o potencial usuário disporá de um c e r t o p e r í o d o para testá-lo, d e v e m ser levados em c o n t a , de f o r m a idealística, os seguintes aspectos essenciais: — versatilidade do programa estrutural (modelos de barras, cascas, lâminas); — sistema que permita separar ou integrar módulos do projeto estrutural (incluindo d e s e n h o s de ferragens, particularmente dos nós da estrutura); — sistema que permita a p r o d u ç ã o automática de d e s e n h o s tridimensionais, plantas, cortes e detalhes em perspectiva; — sistema que incorpore algoritmos para a previsão da vida útil da estrutura projetada, c o n s i d e r a n d o níveis de fissuração das peças projetadas, características dos materiais de c o n s t r u ç ã o e características do meio ambiente; — sistema que assegure a alimentação de t o d o s os d a d o s necessários, sem redundâncias; — sistema que permita a produção de memórias de cálculo e memoriais descritivos, i m p o r t a n d o a u t o m a t i c a m e n t e os d a d o s de alimentação d o p r o j e t o ; — sistema interativo, permitindo ao usuário verificações ou alterações intermediárias, decorrentes da experiência d o projetista ou de necessidades específicas da obra; — eficiência c atualidade dos algoritmos a d o t a d o s (previsão de flechas, fissuração, retração, d e f o r m a ç ã o lenta do concreto, fluência, frente de carbonatação); — sistema que permita o cálculo de tensões e deformações em fases intermediárias da obra, c o n s i d e r a n d o os d i f e r e n t e s q u i n h õ e s das cargas atuantes e as diferentes propriedades do concreto (ganho dc resistência c rigidez com o passar do tempo); - discretização e atualidade d o s p a r â m e t r o s estabelecidos na normalização técnica a d o t a d a / possibilidade de ampliação ou a d a p t a ç ã o à n o r m a l i z a ç ã o técnica nacional; - sistema d c aviso a u t o m á t i c o s o b r e o d c s c u m p r i m e n t o dc q u a l q u e r exigência normativa registrada no p r o g r a m a ; - sistema automático de verificação de efeitos de segunda o r d e m , excentricidades acidentais, cargas impostas (recalques, tensões de natureza térmica) e possibilidade dc r u p t u r a progressiva; - sistema q u e g e r e a u t o m a t i c a m e n t e lista de v e r i f i c a ç ã o d o p r o j e t o , i n c l u i n d o m ó d u l o s de d e f o r m a ç ã o parciais, p r o g r e s s ã o da fissuração, idade das peças no d e c i m b r a m e n t o , c o n f o r m e m o d e l o de ficha p r o p o s t o cm anexo; - sistema que quantifique a u t o m a t i c a m e n t e o c o n s u m o de t o d o s os materiais necessários (concreto, aço, vernizes de proteção), com possibilidade dc modificação pelo projetista t e n d o em vista perdas ou sobras planejadas de materiais; - facilidade de alimentação dc dados / facilidade de operação (ambiente amigável); - velocidade de p r o c e s s a m e n t o / capacidade de a r m a z e n a g e m dc d a d o s ; - qualidade dos d e s e n h o s / versatilidade das escalas; - compatibilidade com outras linguagens, o u t r o s processadores, outros programas e outros projetos; - possibilidade de atualização / ampliação / conexão c o m f u t u r o software, t e n d o em vista os c o n t i n u a d o s a v a n ç o s nas áreas de tecnologia da c o n s t r u ç ã o e de p r o c e s s a m e n t o de d a d o s ; - sistema dc proteção, evitando o acesso de pessoas não autorizadas. O ideal seria ainda que o software dispusesse de recursos que auxiliassem a concepção c a análise estrutural, o que já está a caminho através dos chamados "sistemas inteligentes" ou "redes neurais"; algumas considerações sobre este tema são estabelecidas no Capítulo IV. N a c o n c e p ç ã o da e s t r u t u r a deve-se c o n s i d e r a r as d i f e r e n t e s exigências funcionais da obra (acústica, vibrações) e sua interação com os demais elementos da construção, procurando-se compatibilizar f u n c i o n a m e n t o estrutural com durabilidade, níveis de c o n f o r to, e l i m i n a ç ã o dc p a t o l o g i a s cm pisos c alvenarias etc. Alguns p r o b l e m a s potenciais s o m e n t e p o d e r ã o ser resolvidos na fase de concepção. Por exemplo, os desarranjos em alvenarias de último pavimento, tão típicos em nossas obras, poderiam ser solucionados com a introdução de juntas dc dilatação na laje de cobertura, o que implicaria m prévia revisão das seções das vigas c no r e d i m e n s i o n a m e n t o das a r m a d u r a s das lajes. Dessa f o r m a , as tensões térmicas, cujos efeitos na estrutura são amplamente considerado pelo C E B , M e pelo ACI 1 4 0 , poderão ter repercussões mais importantes em outros elementos da c o n s t r u ç ã o que não a estrutura. Sob o p o n t o de vista do cálculo das tensões térmicas desenvolvidas em elementos estruturais, Schrader 1 4 1 adverte que o teor de pasta e a natureza mineralógica dos agregados exercem i m p o r t a n t e influência no coeficiente de dilatação térmica dos concretos, indic a n d o c o m o valores m é d i o s aqueles a p r e s e n t a d o s na Tabela 23. Tabela 23: Coeficientes de dilatação térmica para concretos com diferentes agregados Material Coef. de dilatação térmica Pasta de cimento (baixa relação a/c) 10 x 1 0 / ° C Concreto produzido com quartzito 7 x I06/°C Concreto produzido com arenito 5 xIO*/°C Concreto produzido com granito 5 x 10''/°C Concreto produzido com rocha calcária 3 x 10*/°C CEB - Comitê Em» International ilu lleton T h c r m a l Efíects ln C o n c r c t c Structures Hulletin tl luíornution N" 167. Lausinnc. 1985. " AQ • American Cnncrelc InMiuilc PrcdJction of C r c c p , Shrinkaxc a n ü T c m p e r a t u r c Kífccts in C o n c r c t c Structures 1971 (PuMicatiixt SI' 27-3). SCHRADER. F. K Mistake5.Misconceptions.and Controvcrsial Issucs C o n c c m l n g C o n c r c t c a n d C o n c r c t c Rcpairs Concrctc Intcmaticnal Outubro. 1992. Sob o aspecto d o c o n f o r t o antropodinâmico, em função da natureza das vibrações (const a n t e s ou ocasionais), Becker 1 4 2 estabelece para lajes de piso curvas-limite relacionando freqüência de vibração e flechas desenvolvidas (Figura 63). 10 0 7.0 5.0 \ 3.0 2.0 1.0 \ s E o • uC «I \ \ 0.2 raç&es constantes em escrit&ios e escolas \ V* \ \ — \ \ vibrações constantes cm edifícios industriais \ \ s N, s A \ \. s s 0.1 V \ 0.0? 0.05 003 V N \ V \ \ \ \ 1 \ \ \ \ \ NJ N \ ! 0.02 A \ \ \ \ \\ \ \ vxbraçíe; tiannvJnas em escntír.oj e «colas \ \ 0.3 o § x •o vib raçíes constantes em habitações e hoípcau \ \ 0.5 E R e t a s limites p a r a : \ \ 0.7 E \ \ \ N s s \ \ 0.01 0.007 \ \ \ \ \ v \ 0.005 s. \ \ s \ k\ 0.003 \ \ [\ Q Figura 63 \ \ \ \ 0.002 A — — ? OOOl I i y 1 - p i-» ^ :>5 -i «r r i ' I "> •o I 1 1 5 7 1 O v» © v> q C s r*> rr o 0 Freqüência central nas ter«-; P o VD » M S -j- cesas bandas de oitavas (Hz) 1 1 1 1 1 1 1 10 20 30 50 70 100 í3 O ^ r - -ri rsi<> Curvas-limite freqüência dc vibração x flechas, visando prevenir desconforto causado |X>r vibrações em lajes de piso (Becker,4í). F r e q ü ê n c i a F (Hz) R e l a t i v a m e n t e ao e s t a d o limite de v i b r a ç õ e s excessivas, c a u s a d a s p o r atividades físicas das p e s s o a s (correr, d a n ç a r ) , ação d o v e n t o , f u n c i o n a m e n t o de e q u i p a m e n t o s ou o u t r o s , a NBR 6 1 1 8 / 9 9 r e c o m e n d a q u e , na falta dc valores d e t e r m i n a d o s experiment a l m e n t e , sejam c o n s i d e r a d a s c o m o f r e q ü ê n c i a s críticas aquelas i n d i c a d a s na T a b e l a 24 a seguir: »ECKI:R. R Industrialization a n d R o b o t i c in Building - C h a p t e r - ^ A p p l i c a t i o n o f t h c P e r f o r m a n c e A p p r o a c h l l a r p e r Jfc Row PiiI>UsIkt> New York. 1990. IIELEXE, P R. 1. Vida Ctil d a s E s t r u t u r a s Tet h n e - Revista d e Tecnologia da C o n s t r u í d o N 17. Editora l*ini. S i o Paulo, jul/ago 1995. Tabela 24: Freqüências críticas de vibração de estruturas de concreto (NBR 6118/99) Destinação da obra Freqüência crítica (Hz) Ginásio de esportes 8,0 Salas de dança ou de concerto sem cadeiras fixas 7,0 Escritórios 3,0 a 4,0 3,4 Salas de concerto com cadeiras fixas Passarelas de pedestres ou ciclistas 1,6 a 4,5 E m relação à resistência ao fogo, e c o n s i d e r a n d o c o n d i ç õ e s médias de ventilação d o s ambientes e p o d e r calorífico dos materiais combustíveis (móveis, carpetes, tecidos) normalmente presentes em habitações, escolas c edifícios de escritórios, Beckcr 142 recomenda que sejam consideradas para componentes de concreto armado as resistências indicadas na Tabela 25. Tabela 25: Resistência de elementos em concreto armado sob ação do fogo (Becker u2 ) Espessuras mínimas de: Resistência à ação Cobrimento míiimo do fogo (minutos) Lajes (mm) Paredes (mm) das armaduras (mm) 30 60 120 12 60 80 120 25 90 100 140 35 120 120 160 45 180 150 200 60 Sob o aspecto da isolação acústica, considerando que o nível de ruído sonoro desenvolvido em ambientes residenciais possa atingir 90 dB(A), e que o nível de ruído para que não ocorra distúrbios no sono dc uma pessoa não pode superar 40 dB(A), seria requerida uma isolação mínima aos s o n s aéreos em t o r n o de 50 dB(A), válida para lajes ou p a r e d e s divisórias entre apartamentos. Para componentes sem a proteção de materiais isolantes ou absorvedores, a exigência acústica levaria a uma espessura mínima de 15cm para as paredes ou lajes de piso, o n d e ainda existe o problema adicional dos sons transmitidos p o r impacto (queda dc objetos, pessoas andando); tais fatos levam muitos códigos estrangeiros a estabelecerem o valor de 14 ou 15cm c o m o espessura mínima para as lajes maciças de piso constituídas por concreto armado. A nova versão da NBR 6118/99 estabelece em 7cm a espessura mínima das lajes de piso, fazendo apenas comentários sobre a necessidade de considerar-se no projeto o d e s e m p e n h o acústico requerido para a edificação. O s n o v o s c ó d i g o s de c o n c r e t o a r m a d o ou p r o t e n d i d o e s t a b e l e c e m que as e s t r u t u r a s deverão ser projetadas e executadas em f u n ç ã o da vida útil especificada pelo contratante, definindo-se vida útil c o m o " o período de t e m p o previsto para que a estrutura atenda os r e q u i s i t o s de d e s e m p e n h o e s p e c i f i c a d o s , sem a n e c e s s i d a d e de m a n u t e n ç õ e s n ã o previstas". A n o r m a brasileira (NBR 6 1 1 8 / 9 9 ) estabelece a vida útil de 50 anos para as estruturas correntes, c o m e n t a n d o que este prazo poderá ser dilatado para obras de arte e outras obras especiais. Para garantir-se a durabilidade das e s t r u t u r a s de concreto, de f o r m a compatível com a vida útil p r e v i s t a , H e l e n c m pondera que devem ser considerados os seguintes aspectos: • classificação da agressividade do meio (ao c o n c r e t o e à armadura); • classificação da resistência d o c o n c r e t o e da a r m a d u r a a cada agente agressivo específico; • aplicação de m o d e l o s (numéricos, s e m p r e que possível) para previsão da deterioração da estrutura de concreto; • estudo do concreto (traço, tipo de cimento, aditivos inibidores de corrosão etc) e projeto da estrutura de concreto (cobrimentos, drenagem, impermeabilização superficial, proteção das armaduras) visando garantir o tempo de vida útil especificado. A nova v e r s ã o da N B R 6 1 1 8 / 9 9 classifica a agressividade d o meio de a c o r d o c o m a Tabela 26. C o m o características das diferentes classes de agressividade, baseando-se no p H e nos teores de diferentes substâncias agressivas (CO,, amônia, sulfatos e outros) a mesma n o r m a estipula os valores indicados na Tabela 27 seguinte. Tabela 26: Classes de agressividade do meio cm relação às estruturas de concreto Classe de agressividade Agressividade Risco de deterioração da estrutura 1 Fraca Insignificante II Media Pequeno III Forte Grande IV Muito forte Elevado Tabela 27: Agressividade d o meio visando a durabilidade do concreto ( N B R 6118/99) Classe de pH agressividade CO, Amônia Magnésia Sulfato Sólidos agressivo NH j* Mg2* so,2- dissolvidos mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L I >6,0 <20 < 100 < 150 <400 > 150 II 5,9-5,1 20-30 1 0 0 - 150 150 - 250 400 - 700 150 - 50 III 5,0 - 4,5 3 0 - 100 150-250 250 - 500 700 - 1500 < 50 IV <4,5 > 100 >250 > 500 > 1500 < 50 NOTAS: I. No caso do solos a análise devo ser feita no extrato ac|uoso do solo. ? . Âj>m e m m o v i m e n t o , t e m p e r a t u r a a c i m a úmido ou cicbs (4> UR á 6 5 % molhagem e secagem UR £ 6 5 % de molhagem e secagem Rural I 1 1 II Urbano I II 1 II Marinho II III Industrial II III II III Especial'41 II III ou IV III III ou IV III IV Respingos de maré Submerso > 3m Solo 1 não agressivo 1 úmido c agressivo II, III ou IV NOTAS: 1. Salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou armientes com concreto revestido com argamassa e pintura. 2. Vestiários, banheiros, cozinhas, lavanderias industriais e garagens. 3. Obras em regiões secas, como o nordeste do país, parles protegidas de chuva em ambientes predominantemente seco>. 4. Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias de celulose e pa|>el, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas. 5. Macro clima es|>ecial significa ambiente com agressividade bem conhecida, que |>ermitirá definir a classe de agressividade III ou IV nos ambientes úmidos. Se o ambiente for seco, a classe de agressividade será sempre II, nos ambientes internos, e III nos externos. C o m base e m pesquisas nacionais e d i v e r s o s trabalhos d o C E B - C o m i t ê du Beton Euro-International e do ACI - American Concrete Institutc, Helene 1 4 3 p r o p õ e ainda critérios para classificação da agressividade do meio ambiente sobre as a r m a d u r a s , c o n f o r m e Tabela 29 a seguir: Tabela 29: Agressividade do meio sobre as armaduras (Helene143) CLASSE AMBIENTE MICRO CLIMA teor dc C 0 2 teor de Cl" 1 atmosfera rural UR < 6 0 % < 0,3 % < 200 mg/L < 0,3 % < 500 mg/L S 0,3 % > 500 mg/L > 0,3 % > 500 mg/L interiores secos II atmosfera urbana 6 0 % < UR < 9 5 % peças submersas III IV atmosfera marinha 6 0 % á UR £ 9 5 % ou industrial umedecimento/ secagem instalações ambientes úmidos industriais agentes agressivos C o n s i d e r a n d o as classes d e agressividade d o m e i o ao c o n c r e t o , c o n f o r m e Tabela 28 anterior, a nova NBR 6 1 1 8 / 9 9 específica o e m p r e g o dos seguintes concretos: Tabela 30: Correspondência entre classe de agressividade e qualidade do concreto classe dc agressividade tipo 1 II III IV CA <0,65 <0,60 <0,55 <0,45 em massa CP <0,60 <0,55 <0,50 <0,45 Classe de concreto CA > C20 > C25 > C30 > C40 (NBR 8953) CP SC25 £C30 £C35 £ C40 Concreto Relação água/cimento Notas: • OV comjKHientes e elementos estruturais cie concreto armado • CP: componentes e elementos estruturais de concreto protendido • concretos sujeitos a intensa solicitação desgaste por abrasao devem ter resistência característica á compressão fiV £ 4U Ml'a (C40 da NliK 8953), abatimento do Ironco de cone (NBR 7223) < 9()mm, reduzidíssima exsudação e serem submetidos a prolong.ida cura úmida (mais de 7 dias) Relativamente ao cobrimento das armaduras, a n o r m a NBR 6 1 1 8 / 9 9 estabelece, em função d o c o b r i m e n t o m í n i m o ( m e n o r valor que deve ser respeitado ao l o n g o de t o d o o elemento c ao longo de qualquer armadura, incluindo estribos), que o cobrimento nominal seja d e t e r m i n a d o c o m o a soma do c o b r i m e n t o mínimo e a variabilidade (AC) decor- rente d o posicionamento das armaduras. Para condições normais dc controle nas obras (AC = lOmm), d e v e m ser o b e d e c i d o s os c o b r i m e n t o s n o m i n a i s indicados na tabela a seguir: Tabela 31: Cobrimento nominal da armadura em função da agressividade do meio (NBR 6118/99) tipo de estrutura concreto armado concreto protendido" Componente Cobrimento nominal (Cnmii) cm mm, em função ou elemento da classe de agressividade, conforme Tabela 28 I II III IVo» laje m 20 25 35 45 viga / pilar 25 30 40 55 todos 30 35 45 55 Notas: 1. cobrimento nominal da bainha ou dos fios, cabos e cordoalhas e sempre superior ao especificado para o elemento de concreto armado, devido aos riscos de corrosão íragilizante sob tensão. 2. para .1 face superior do lajes o vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso, com revestimentos finais secos tipo carj>ete o madeira, com argamassa odcm ser substituídas pelo item 10.4.6. da norma 6118/99, respeitado um cobrimento nominal ± 15mm. 3. laces inferiores do lajes e vigas do reservatórios, estações de tratamento do água o esgoto, condutos de esgoto, canaleMs de efluentes e outras obras em ambientes química e intensamente agressivos devem ler cobrimento nominal â 45mm. Ohs.: - quando houver controle rigoroso do cobrimento (AC = 5mm), especificado em projeto, os valores da tabela 31 (xxlerão ser reduzidos em Smm; em qualquer situação, a dimensão máxima característica do agregado graúdo não devo excoiler 1,20 Crt1TARI.l. . E Dcfonnatlon o i Concrctc Structures Editora McC.raw-Hill. New York. 1977. CEB • O imite Eurolntcmaiional l>n Betou Manuel d c calcul: fissuration and deformations Paris. l9KI.(Bulk1in d Inlòrnution 1Í3) "" EL ROC.ODE 2 Dcsign for Concrctc Structures IMrt l: General Rules and Rules for Buildinj;s ENV I992-I-1. Brasscls. 1991. I n d e p e n d e n t e m e n t e d o m o d e l o matemático, os d e s l o c a m e n t o s sempre serão calculados em f u n ç ã o d o m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o d o c o n c r e t o ; relativamente ao c r e s c i m e n t o d o m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o , admitindo-se relação entre o m ó d u l o e a resistência à compressão do concreto, pode-se tomar c o m o referência as resistências previstas pela NBR 6118/ 99 para os diferentes tipos de cimento, c o n f o r m e Tabela 32 a seguir. Tabela 32 - Relações í c /f c admitidas pela NBR 6118/99 (cura úmida, T = 21 a 30°C) Idade (dias) Cimento Portland 3 7 14 28 63 91 120 240 360 720 0,46 0,68 0,85 1 1,13 1,18 1,21 1,28 1,31 1,36 0,59 0,78 0,9 1 1,08 1,12 1,14 1,18 1,20 1,22 0,66 0,82 0,92 1 1,07 1,09 1,11 1,14 1,16 1,17 CP III CP IV CPI CP II CPV C P I cimento comum, C P II cimento com|X)Sto, C P III cimento de alto forno, C P I V cimento |>ozolânico, C P V cimento de alta resistência inicial As n o r m a s técnicas e c ó d i g o s de c o n s t r u ç ã o d o s d i f e r e n t e s países tratam dc f o r m a diversa a limitação das flechas dos c o m p o n e n t e s flctidos, para que não ocorram p r e j u í z o s e s t é t i c o s ou d a n o s aos d e m a i s e l e m e n t o s da c o n s t r u ç ã o (alvenarias, pisos, caixilhos ctc); alem da limitação da flecha, alguns c ó d i g o s dc e s t r u t u r a s dc c o n c r e t o t a m b é m i m p õ e m limites m í n i m o s p a r a a altura útil dc vigas c lajes. E m f u n ç ã o da rigidez d o s d i f e r e n t e s e l e m e n t o s da c o n s t r u ç ã o cjuc p o d e m apoiar-se nos c o m p o n e n tes horizontais da estrutura, a NBR 6 1 1 8 / 9 9 estabelece os limites dc flechas indicados na Tabela 33. Tabela 33: Limites de flechas estabelecidos pela NBR 6118/99 Razões da limitação Flecha limite Deslocamento a considerar elementos estruturais visíveis: L/250 deslocamento total L/350 deslocamentos devidos a cargas êcidentais L/250 "» deslocamento total ginásios e pistas de boliche: L/350 + contraflecha <2) deslocamento total garantir planaridade do piso L/600 deslocamento incrementai após a evitar insegurança psicológica pisos: evitar vibrações que podem ser sentidas [>elos usuários coberturas e varandas: garantir a drenagem da água construção do piso • alvenarias, caixilhos c t/> 0 c rs e revestimentos • divisórias leves e caixilhos V deslocamentos ocorridos após construção 0 = 0,0017 rad * da parede L/250 " ou 25mm deslocamentos ocorridos após instalação telescópicos 01 i/i L/500'3) ou 10mm ou • forros falsos, ou continentes da divisória L/350 deslocamentos ocorridos após construção do forro L/175 colados mantendo-se juntas NOTAS: 1) As su|X'rtícies devem ser suficientemente inclinadas ou o deslocamento previsto com|x?nsado |kk contraílechas, de modo .i não ocorrer em|K>çamentos de água. 2) Os deslocamentos podem ser parcialmente compensados pela es|>ecificação de contraílechas. Entretanto, a atuação isolada da contraflecha não |xxle ocasionar um desvio do plano maior que L/350. 3) O vão L deve ser tomado na direção na qual a parede ou a divisória se desenvolve. •1) Rotação nos elementos que suportam paredes. Obs: - Todos os valores limites de deslocamentos supõem elementos de vão L suportados em ambas as extremidades jx>r apoios indeslocáveis. Quando se tratar de balanços, o vão equivalente a ser considerado deve ser o dobro do comprimento dc balanço; - Para o caso de elementos de superfície, os limites prescritos consideram que o valor I. é o menor vão, exceto em casos 'le verificação de paredes e divisórias, onde interessa a direção na qual a parede ou divisória so desenvolve, limitando-se este valor a duas vezes o vão menor; - O deslocamento total será obtido «i paitir »lensados jx>r contraílechas. E m f u n ç ã o da constatação de p r o b l e m a s em n ú m e r o bastante representativo de obras, c o n f o r m e analisado no Capítulo I, ajuíza-sc que alguns limites indicados pela NBR 6118/ 99 s i t u e m - s e além d o limite da d e f o r m a b i l i d a d e a d m i t i d a p o r alguns e l e m e n t o s da construção, particularmente paredes e divisórias. Assim sendo, s u p o n d o paredes apoiadas sobre laje ou viga com vão teórico de 500cm, é difícil supor-se p o r exemplo que não se desenvolverão fissuras em alvenarias (flecha admitida 5 0 0 / 5 0 0 = lcm) ou divisórias "drvwall" em gesso (flecha admitida 5 0 0 / 2 5 0 = 2cm), caso não sejam t o m a d o s cuidados adicionais no sistema de apoio e / o u na distribuição dc a r m a d u r a s nas paredes. C o m base cm recente trabalho do 1PT M X , r e c o m e n d a m o s limites mais rigorosos para as parcelas das flechas desenvolvidas após a instalação dos elementos, c o n f o r m e Tabela 34: Tabela 3 4 : Limites de flechas recomendados para que não ocorram danos a outros elementos da construção Flecha máxima recomendada Com|x>nente estrutural suportando: total após instalação do elemento Paredes monolíticas, alvenarias, painéis com aberturas L/300 L / com juntas coladas ou argamassadas sem aljerturas L/280 L / 1.000 Paredes de painéis com juntas flexíveis, com aberturas L/260 L/903 paredes em materiais flexíveis sem aberturas L/250 L/803 Pisos constituídos ou revestidos com: material rígido L/280 L /1.500 material flexível L/250 L / 1.000 material rígido L/260 L/ 1.200 material flexível L/240 L/803 treliças, vigas, terças e caibros (exceto ripas) L/220 L /1.000 lajes, canaletes, vigas-calha ou assemelhados L/200 L / 1.000 Forros constituídos ou revestidos com: Coberturas 1.200 (*) no caso tio emprego cie siiivos ou detalhes construtivos que absorvam ,is tensões concentradas no contorno de aberturas (porias, janelas), as paredes podem ser consideradas como sendo "sem alxTturas". Nas obras correntes, um dos principais fatores que prejudicam a estética, funcionalidade, deformabilidade c durabilidade das estruturas de concreto armado é, sem nenhuma cúvida, a fissuração dos seus componentes. Considerando que o módulo dc deformação dos açcs é uma grandeza aproximadamente constante e bem determinada (em torno de 210 GPa), foram desenvolvidos diversos modelos matemáticos que conseguem prever com bastante precisão aber- 1g4 INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS r>0 ESTADO DE SÀO PAULO - 111 C r i t é r i o s M í n i m o s d c D e s e m p e n h o p a r a H a b i t a ç õ e s T é r r e a s Publicação c o n j u n t a IPT / Finep / PBQP11. Sào Pauto. 199». turas c distanciamentos de fissuras em peças fletidas (CEB 128 , CEB 146 , ACI 1 2 etc). Também a nova versão da NBR 6118/99 (item 17.2.2.1) propõe modelo matemático para a previsão das aberturas das fissuras, considerando a "área interessada na fissuração", cobaricêntrica á armadura; no item 17.2.2.2 a norma admite a dispensa da verificação da abertura de fissuras, cm condições específicas da disposição e diâmetro das armaduras, enquanto que no item 17.2.4.2.1 são estabelecidas taxas mínimas de armadura de flexão para vigas. A NBR 6 1 1 8 / 9 9 preconiza " q u e se deve garantir, c o m razoável probabilidade, que as aberturas das fissuras fiquem d e n t r o dc limites que não c o m p r o m e t a m as condições dc serviço e durabilidade da estrutura". N o caso de ausência de exigências específica, c o m o p o r exemplo impermeabilidade, a n o r m a estabelece as seguintes aberturas máximas: • concreto a r m a d o / classe de agressividade I — 0,4mm; • concreto a r m a d o / classes dc agressividade II a IV - 0,3mm; • concreto protendido: 0,2mm. A prevenção dc fissuras envolve o correto dimensionamento das seções c das armaduras (tensões n o r m a i s e cisalhantes), a limitação d o a l o n g a m e n t o do aço (peças fletidas ou tracionadas), a inserção de armaduras de combate à fissuração (fretamentos e armaduras de pele, p o r exemplo), a introdução de juntas de dilatação e a adoção de outros detalhes construtivos. A disposição das armaduras (particularmente cm nós, apoios, consolos, capiteis, escadas, articulações e seções submetidas a p u n c i o n a m e n t o ) requer cuidados especiais; diversos detalhes de armação são p r o p o s t o s por Fusco 1 4 9 , Calavera 1 *' e Thomaz 1 5 '. D o p o n t o de vista das juntas de dilatação, p o r e x e m p l o , o ACI 1 5 2 preconiza que será inevitável o desenvolvimento dc fissuras cm paredes vinculadas às f u n d a ç õ e s caso não ' " FUSCO, I» B.Técnicas d c Armar as Kstruturas d c C o n c r e t o Editora Pini.Séko Paulo. 1995. CAIAVKRA.J. R Manual dc D c u l l c s Constructivos c n Obras d c H o r m i g ó n A r m a d o INTEMAC. - Instituto Tccnico dc- Matcrialcs v Oiiwruccioncs. Madrid. 1993. THOMAZ. Fdiurdo Fissuração - < j m » Reais. Tralvalho apresentado no S C-oloquio >ol»re Comportamento e Projeto d e EMrutur.i> ITC/RJ Rio d e Janeiro. agosto/1988. ACI - American Concretc Institule. Control of Cracklng in C o n c r c t c Structurcs A("J Committcc 22 Í. Puhticaikm ACI 22-iRW. lyyo. | 35 sejam introduzidas juntas com distanciamento igual à altura da parede (paredes altas), ou no máximo a cada 3 vezes a altura de paredes baixas. De preferência, as juntas deverão seccionar c o m p l e t a m e n t e a parede; p o d e - s e o p t a r pela indução das fissuras em seções intencionalmente enfraquecidas, c o n f o r m e ilustrado na Figura 66. 2.5 fôrma negativo -f f" dimensões do negativo 1.5 fita crepe seccionamento de 505Ó das a r m a d u r a s •êrm o O• v selante ü CORTE HORIZONTAL acabamento da junta dimensões c m cm. [] Figura 66 Exemplo de junta de retração em parede de concreto armado, visando induzir a fissura na seção com enfraquecimento do concreto (cerca de 2 0 % ) e da armadura (cerca de 50%). O s n o v o s p r o j e t o s das estruturas, particularmente aquelas em c o n c r e t o aparente, deverão considerar a previsão da vida útil da estrutura, rccorrendo-se aos modelos matemáticos anteriormente citados; cm função da agressividade do meio, c da vida útil estabelecida pela N B R 6 1 1 8 / 9 9 (50 anos) e / o u p r e v i a m e n t e acertada com o p r o p r i e t á r i o da o b r a , deverão ser estabelecidas a classe de resistência do concreto e o cobrimento mínimo das armaduras, podendo-se recorrer nos casos das obras correntes aos valores sugeridos p o r Hclcne (Figuras 60 c 61 anteriores). O u t r o s aspectos relativos à durabilidade da obra deverão ser considerados, c o m o d r e n a g e m das águas de chuva, p r o t e ç ã o superficial da estrutura e outros. O projeto deverá considerar as diferentes fases construtivas, cspccificando-sc rigidez dos c i m b r a m e n t o s , planos de concretagem e d e s f o r m a , idade e esquema de d e c i m b r a m e n t o d o s c o m p o n e n t e s estruturais. Estimativas da deformabilidade e da fissuração das peças d e v e r ã o ser realizadas em cada etapa da c o n s t r u ç ã o , b e m c o m o a p ó s a instalação de todas as cargas (flechas de longo prazo), de f o r m a a evitar-se a introdução de danos na estrutura ou nos demais elementos das obras. O aspecto da fissuração deverá ser especialmente considerado; c o m o bem lembrou Collepardi'" de nada adiantará o emprego de concretos de alto desempenho, cientificamente dosados, se o acesso dc substâncias agressivas até as armaduras for facilitado através das fissuras. A análise d o s p r o j e t o s e s t r u t u r a i s , p a r t i c u l a r m e n t e n o caso de edifícios especiais, de grande p o r t e ou destinados a obras com grande afluxo dc pessoas, deverá ser procedida cada vez com maior cuidado. N o Anexo propõem-se modelo de lista de verificação, que poderá ser ampliada ou reduzida em função da responsabilidade e das peculiaridades de cada obra; tal lista poderá ser aplicada pelo analista de projeto ou pelo próprio projetista. 3.2.5. Qualidade na execução das estruturas de concreto armado Considerando a disponibilidade de um projeto com padrão técnico adequado, com todos os elementos necessários ( c o n f o r m e a b o r d a d o no item anterior), a qualidade d?, execução da estrutura ficará d e p e n d e n d o apenas da adequação da mão-de-obra c dos equipamentos, além é claro do controle da qualidade dos materiais. O controle da execução de estruturas de concreto a r m a d o tem sido tratado p o r diversos autores, podendo-se destacar Meseguer 5 5 c A n d r i o l o , M ; quanto ao controle da qualidade do concreto, trabalho bastante atual foi publicado p o r Terzian e Helene 1 5 4 . Alguns aspectos mais i m p o r t a n t e s devem ser c o n t u d o e n f a t i z a d o s , c o m o a boa h o m o g e n e i z a ç ã o dos aditivos no c o n c r e t o ; a adequação dos equipamentos de transporte, l a n ç a m e n t o e a d e n s a m e n t o ; a v e r i f i c a ç ã o de p e q u e n a s alturas n o l a n ç a m e n t o (ou utilização de equipamentos especiais c o m o calhas e tremonhas); as seqüências de lança- ANDRIOLO. F R.: SGARBOZA. B. C. I n s p e ç ã o c Controle da Qualidade d o C o n c r e t o Editora Ncwswork. Sào Paulo, 1993. IIELENE, P R. L.TKRZ1AN. P Manual dc Dosagem c Controle d o C o n c r e t o . Editora Plnl, Sào Paulo. 1995. 1 87 mento; a operação adequada de vibradores; a execução correta de juntas de concretagem; o p o s i c i o n a m e n t o c o r r e t o de armaduras. O c o n t r o l e g e o m é t r i c o da e s t r u t u r a (locação, prumo, nível, ângulos) é fundamental, não só do p o n t o de vista da estrutura mas da obra c o m o um todo. Pode-se afirmar que a qualidade global da estrutura dc concreto d e p e n d e essencialmente da qualidade d o p r o j e t o e da qualidade das f ô r m a s e c i m b r a m e n t o s ; a rigidez d o s cimbramcntos c das fôrmas, sua exatidão geométrica, c a regularidade dos moldes, influenciará d i r e t a m e n t e a qualidade d o s serviços de alvenarias, revestimentos, pisos, caixilhos e o u t r o s elementos da obra. C o m o advento dos concretos de grande abatimento, dos processos de b o m b e a m e n t o c das velocidades de concretagem cada vez maiores, as f ô r m a s têm que ser mais rígidas, mais estáveis, mais contraventadas. Km função da altura do concreto (pressão "hidrostática"), da sua plasticidade ( a b a t i m e n t o / slump), d o m é t o d o dc vibração c da velocidade d o l a n ç a m e n t o , o CIB 1 3 5 c o ACI 156 estabelecem as pressões de cálculo a serem absorvidas pelas f ô r m a s e respectivos cimbramentos. Indicam ainda as cargas acidentais que devam ser consideradas (peso p r ó p r i o dos operários e e q u i p a m e n t o s , eventual ação do v e n t o , esforços oriundos do transporte c montagem, sobrecargas / materiais depositados sobre as f ô r m a s ) , bem c o m o os acréscimos d e c o r r e n t e s dc ações dinâmicas no l a n ç a m e n t o d o concreto ( b o m b e a m e n t o , altura de lançamento etc). Fajersztajn 1 3 ", com base nas referidas recomendações do CIB e do ACI, e considerando casos práticos de lajes e vigas, desenvolve t o d o o roteiro de cálculo necessário para o d i m e n s i o n a m e n t o dos moldes, travessas, tensores, escoras e demais c o m p o n e n t e s . CIB - Omscil lnu-rn.iiiini.il ilu Bãtimcnt |*>ur I J Redimiu- - ComitecW 29:Conerctc Surfacc F Í I I Í S I I Í I I K S Manual 0fTcchn0l0gy'F0rmw0ri<" Puhliiation N* KS.Rottcrd.uu. 1985. ACI - American Gmcrcle Inxiiule. Rccommcndcd Practicc for Concrctc Formwork.ACl Conimiuce 3Í7. Dctroii, 197.x "* FAIERSZTA.IN. II Fôrmas para Concreto Armado - Aplicação para o Caso do Edifício Tc*- aprescntaila á Escola l\>litécnka ila l'SI' (deutorado). Sio ,,J,,h> ,W7 - ,v 1 88 O s principais requisitos de u m sistema de f ô r m a s para c o n c r e t o a r m a d o sào: rigidez, d u r a b i l i d a d e / n ú m e r o de ciclos de r e a p r o v e i t a m e n t o , p e s o das p e ç a s / e r g o n o m i a , facilidade de m o n t a g e m e d e s m o n t a g e m , tolerâncias d i m e n s i o n a i s das peças e regu- laridade g e o m é t r i c a d o s m o l d e s . N o caso de estruturas em c o n c r e t o aparente, cuidados adicionais deverão ser t o m a d o s c o m as e m e n d a s , a b s o r ç ã o de água d o s m o l d e s , p o s s i b i l i d a d e de c o n t a m i n a ç ã o d o c o n c r e t o etc. E m qualquer caso, c principalmente nas estruturas cm c o n c r e t o aparente, m e r e c e m t a m b é m c u i d a d o s especiais os agentes d e s m o l d a n t e s . N e s s e aspecto, o C I B e s t a b e l e c e diversas exigências: f a c i l i d a d e de a p l i c a ç ã o , t e m p o r e d u z i d o de secagem (ação de chuva, poeira), imiscibilidade c o m água (alteração da pega do cimento, alteração da cor do concreto), p r o d u t o s não corrosivos, efetivo p o d e r de evitar a aderên- cia entre o c o n c r e t o e o m o l d e , n ã o e s c o r r e g a d i o (operários p o d e m cair se pisar em cima), n ã o inflamável, não tóxico; além disso, o agente d e s m o l d a n t e não p o d e prejudicar a a d e r ê n c i a de a r g a m a s s a s ou o u t r o s r e v e s t i m e n t o s q u e v e n h a m a ser aplicados sobre o concreto. Existem no mercado diversos sistemas de fôrmas, c o m diferentes concepções e diferentes materiais (sistemas mistos a ç o / m a d e i r a , m o l d e s cm madeira c o m p e n s a d a resinada, plástico, alumínio, aço). Na seleção de um sistema dc f ô r m a s devem ser c o n s i d e r a d o s diversos aspectos, c o m o : a) c o n c e p ç ã o d o s i s t e m a : m o d u l a ç ã o dos c o m p o n e n t e s , sistemas dc encaixes / ligações, folgas / ajustes / regulagens / tolerâncias, dispositivos para nivelamento e prumo, e m p r e g o de gabaritos, espaçadores; b) m a t e r i a i s e c o m p o n e n t e s d o s i s t e m a d e f ô r m a s : materiais de estruturação dos moldes, materiais dos moldes (considerando concreto a ser revestido ou concreto aparen- te), e s c o r a m e n t o s , c o n t r a v e n t a m e n t o s , e n r i j e c e d o r e s , c o m p o n e n t e s para pilares, vigas, lajes, paredes e o u t r o s elementos; c) a c e s s ó r i o s : p o n t a l e t e s , e s c o r a s , s u p o r t e s , a p o i o s t e l e s c ó p i c o s ; f o r c a d o s , gravatas, t r a v a m c n t o s ; travessas, c r u z e t a s ; guias, a p r u m a d o r e s , dispositivos dc regulagem de nível e p r u m o ; calços, cunhas, ralas; rodízios, sapatas de apoio; plataformas de trabalho, g u a r d a - c o r p o s ; dispositivos para estanqueidade das f ô r m a s ; d) c a r a c t e r í s t i c a s t é c n i c a s : p e s o p r ó p r i o d o s c o m p o n e n t e s ; c o n c e p ç ã o estrutural / d i m e n s i o n a m e n t o ; sobrecargas admissíveis, características dc rigidez / limitação dc flechas e deformações; tratamentos ignífugos, fungicidas, impermeabilidade; estabilidade dimensional dos c o m p o n e n t e s ; anticorrosivos; resistência / durabili- dade frente à ação da chuva e do sol; e) c a r a c t e r í s t i c a s d c m o n t a g e m d a s f ô r m a s : acoplamento / ligação dos componentes; e n r i j e c i m e n t o s / c o n t r a v e n t a m e n t o s ; e s q u a d r o , p r u m o e n i v e l a m e n t o ; jar.elas de concretagem; dispositivos de estanqueidade / desmoldantes; processos / cuidados na desforma; f) f a c i l i d a d e d c m a n u t e n ç ã o d a s f ô r m a s : m a n u t e n ç ã o preventiva (limpeza, proteção, ajustes, regulagens); m a n u t e n ç ã o corretiva (reparos, reforços, substituição de c o m p o nentes); g) c a r a c t e r í s t i c a s e c o n ô m i c a s : indicadores de preço (custo p o r m 3 de concreto, % do custo da estrutura); índices dc reaproveitamento; dimensionamento c produtividade de equipes de montagem; necessidade de equipamentos para transporte / içamenro, etc. Muitas obras ainda serão executadas com concretos de abatimento normal (entre 5 c lOcm, por exemplo), m e s m o concretos de alto d e s e m p e n h o , requerendo adequado processo de vibração para que seja atingida a máxima compacidade do material. Nesse aspecto, há que se r e c o r d a r que o d e s e m p e n h o de um v i b r a d o r de imersão d e p e n d e da sua amplitude (deslocamento lateral cm relação à posição dc repouso, d e f i n i n d o a intensidade dc cada golpe) e da sua freqüência ( n ú m e r o de vibrações por minuto). Para concretos ds pouca plasticidade, com agregados graúdos de dimensões consideráveis, os vibradores de maior amplitude apresentam melhor resultado; para os concretos bem argamassados, CADs etc, sào recomendados os vibradores dc alta freqüência, ou seja na faixa dc 12.000 vibrações p o r minuto. Cuidados básicos deverão ser obedecidos na vibração, c o m o raio de ação do vibrador (em geral em torno de 30cm), "costura" com camada inferior, agulha posicionada perpendicularmente ao concreto, imersão e retirada vagarosa da agulha e o próprio tempo dc vibração (até que comece ocorrer a cxsudação da nata). A qualidade final da estrutura dependerá ainda do processo de cura, cuja importância é cada vez maior na medida cm que se está utilizando cada vez mais cimentos com adições minerais (escória dc alto-forno, materiais pozolânicos, cinzas volantes, microssílica); valese recordar que as escórias e os materiais pozolânicos n ã o desenvolverão suas propriedades a g l o m e r a n t e s se não h o u v e r a presença de água. Denomina-se "período de cura" o intervalo de t e m p o que corresponde às reações iniciais de hidratação do c i m e n t o e e n d u r e c i m e n t o do concreto. Tal p e r í o d o p o d e influenciar significativamente todas as propriedades do material, necessitando-se cuidados especiais que favoreçam física c quimicamente a constituição da matriz dc cimento; assim sendo, deve-se garantir o tempo c a quantidade de água necessária para as reações de hidratação e para constituição do gel, variáveis em função da composição química do cimento e das eventuais adições. A água livre no concreto, aquela que foi utilizada em excesso ou aquela que ainda n ã o reagiu c o m o c i m e n t o , d e s p r e n d e - s e da massa através de dois m e c a n i s m o s principais: difusão interna e evaporação superficial. A velocidade de evaporação é muito maior do q u e a velocidade dc d i f u s ã o ; assim sendo, sc não h o u v e r cura úmida, o c o n c r e t o seca p r i m e i r a m e n t e na superfície, d e c o r r e n d o a retração de secagem. P e r m a n e c e n d o ú m i d o o n ú c l e o da peça ( p o r t a n t o , sem alteração v o l u m é t r i c a ) , d e s e n v o l v e m - s e t e n s õ e s de c o m p r e s s ã o nesse n ú c l e o e t e n s õ e s de tração na capa da peça. Tais t e n s õ e s são responsáveis p o r microfissuras, através das quais c o m e ç a r ã o atuar os agentes agressivos. O s p r o c e s s o s ú m i d o s de cura visam s o b r e t u d o r e t a r d a r a r e t r a ç ã o dos c o n c r e t o s , de forma que o material possa desenvolver resistência razoável antes que se manifestem as aludidas tensões de tração nas superfícies das peças. E m geral, cerca dc 70% da retração total de um concreto ocorre durante o intervalo de apenas sete dias. Q u a n t o mais água em excesso, m a i o r a p o r o s i d a d e do c o n c r e t o e m a i o r a facilidade c v e l o c i d a d e de l i b e r a ç ã o da água livre, inclusive aquela q u e estava p r e v i s t a p a r a a reação q u í m i c a ; assim s e n d o , q u a n t o m a i o r a relação á g u a / c i m e n t o , m a i o r e s os cuid a d o s n e c e s s á r i o s c o m a c u r a d o c o n c r e t o . H e l e n e e L e v y I 5 S , em f u n ç ã o d o tipo de c i m e n t o e da relação a / c , r e c o m e n d a m o s p e r í o d o s m í n i m o s de cura i n d i c a d o s na tabela a seguir: Tabela 3 5 : Períodos m í n i m o s de cura para concretos de cimento Portland Tipo de cimento 192 Período mínimo de cura (dias) para relações água/cimento de 0,35 0,55 0.65 0,70 CP l e CP I I - 3 2 2 3 7 10 CP IV 32 (POZ) 2 3 7 10 CP III 32 (AF) 2 5 7 10 CP l e CP II 40 2 3 5 5 CP V (ARI) 2 3 5 5 LEVY. S.: 11ELHNE. P. R. L Cura: c o m o . q u a n d o c p o r q u ê . T c c h n e - Revista d c Tecnologia da Construção X 20. lilitora llnJ. Sào Paulo. |an/fev 1996. Considerando as condições do ambiente do local da obra (temperatura, vento e umidade relativa do ar), a relação área exposta / volume da peça concretada, e ainda as condições dc agressividade do ambiente, os m e s m o s pesquisadores r e c o m e n d a m que os períodos acima indicados sejam multiplicados p o r um cocfícicntc dc c o r r e ç ã o k(i, expresso pelo p r o d u t o de três fatores (k = n . n 2 . n j , c o n f o r m e tabela seguinte: Tabela 36: Fatores de correção para os períodos mínimos de cura do concretos condições temperatura atmosféricas umidade relativa do ar 16°C < 0 < 39°C 0 < I5°C UR < 7 0 % UR > 7 0 % UR < 7 0 % UR > 7 0 % 1,10 1,05 1,05 1,00 R < 0,20 0,20 < R < 0,40 0,40 < R < 0,70 R> 0,70 Coei. de correção do tempo de cura (n.) 1,00 1,05 1,10 1,20 Agressividade do meio ambiente fraca média forte mu to forte Coei. de correção do tempo de cura (n,) 1,00 1,10 1,20 1,30 Coef. de correção do tempo de cura (n,) Relação área exposta / volume da peça O c o n t r o l e da execução das e s t r u t u r a s de c o n c r e t o a r m a d o r e q u e r a c o m p a n h a m e n t o d i u t u r n o p o r parte dc profissionais qualificados, com base cm critérios objetivamente estabelecidos (planos de inspeção da estrutura, tolerâncias no abatimento do concreto, tolerâncias geométricas admitidas e outros). Os controles devem ser balizados por listas de verificação ( m o d e l o no Anexo); diversas medidas para a c o m p a n h a m e n t o da execução da estrutura são apresentadas a seguir: a) m a t e r i a i s : mesmo com a suposição do controle de recebimento para todos os materiais, de acordo com as respectivas normas técnicas, enfatiza-se a necessidade de verificar-se: - areia isenta de pirita, argila, sais, matéria orgânica c o u t r o s contaminantes; - homogeneização dos eventuais aditivos, controle do a b a t i m e n t o , dimensão máxima d o a g r e g a d o g r a ú d o , c o e s ã o do c o n c r e t o ; t e m p o de t r a n s p o r t e e n t r e a usina e a obra; lacre da betoneira; t e m p o de remistura; - fôrmas c e s c o r a m e n t o s : quantidade c integridade dos c o m p o n e n t e s , regularida- de das peças (sem e m p e n a m e n t o s , distorções), limpeza, f u n c i o n a m e n t o de apoios telescópicos, quantidade e integridade dos demais acessórios; - aço: desbitolamentos, características geométricas (ganchos, d o b r a s , estribos). b) e q u i p a m e n t o s : quantidade e condições de funcionamento de gruas, elevadores, jericas, tremonhas, vibradores, bombas, mangotes; condições de rampas e passarelas para movimentação dos trabalhadores; verificar integridade e condições de funcionamento das instalações elétricas; prever vibradores de reserva c / o u vibradores acionados por gasolina; dispor de mantas plásticas para evitar acesso de água às formas, no caso de concretagem sob chuva; dispor de moldes e hastes para preparação de corpos-de-prova; c) m o n t a g e m d c f ô r m a s c c i m b r a m e n t o s : - rigidez dos escoramentos, n ú m e r o e disposição dos apoios e contraventamentos; - inspeção de e m e n d a s / apoios de pontaletes, escoras, chapuzes; - locação dc cortinas c de gastalhos nos pés de pilares e nos arranques das fundações; - locação geométrica de pilares, vigas, cortinas e paredes (cotas, ângulos, alinhamentos, nível, p r u m o , deslocamentos laterais e distorções); contraílechas de lajes ou vigas; dentes nos e n c o n t r o s das peças do molde; - geometria das seções transversais das peças, d e s b i t o l a m e n t o s ; - n ú m e r o e d i s p o s i ç ã o de f o r c a d o s , gravatas, t r a v a m e n t o s ; travessas, t e n s o r e s , cruzetas, guias, a p r u m a d o r e s , calços, cunhas, talas; - negativos para introdução de f u r o s de passagem, caixas de luz, pingadeiras etc; janelas c f u r o s para passagem de d u t o s ou instalação dc shafts; - presença de janelas de concretagem; - dispositivos para construção de juntas de dilatação; - limpeza e estanqueidade das f ô r m a s , aplicação de desmoldante. d) m o n t a g e m d a s a r m a d u r a s - disposições construtivas das armaduras: armaduras negativas, armaduras de pele, armaduras de torção, armaduras de c o m b a t e a m o m e n t o s volventes, fretamen- tos; - ancoragens, ganchos, barras dobradas, transpasses, rigidez na montagem / amarração das a r m a d u r a s ; - bitolas, espaçamentos, n ú m e r o de ramos dos estribos; - n ú m e r o c disposição de espaçadores c caranguejos; - a r r a n q u e s , g a n c h o s de a n c o r a g e m para fixação de a n d a i m e s e p l a t a f o r m a s de proteção. e) l a n ç a m e n t o c a d e n s a m e n t o d o c o n c r e t o : - prévia conferência do e m b u t i m e n t o de e l e t r o d u t o s e caixas de passagem; - eventual introdução de tiras p r é - f o r m a d a s para juntas de dilatação; - prévia conferência da disponibilidade dc concreto; - obediência aos p l a n o s de c o n c r e t a g e m ; - utilização de trombas, calhas ou o u t r o s dispositivos previstos no projeto; - o b s e r v a r d e s l o c a m e n t o s de a r m a d u r a s ( p r i n c i p a l m e n t e f e r r o s negativos) pelo trânsito dc trabalhadores ou jericas; - p r o c e d i m e n t o s de vibração (posicionamento perpendicular da agulha, imersão e retirada suave, raio e t e m p o de vibração); - observar eventuais aberturas das f ô r m a s ou outras irregularidades; - observar eventual preparação dc juntas frias de concretagem. f) d c s c i m b r a m e n t o c d c s f o r m a : observar período c plano de descimbramento previsto no p r o j e t o ; retirada das peças sem g o l p e s ; m a n u t e n ç ã o d o s pés-direitos, escoras e c o n t r a v e n t a m e n t o s previstos no projeto. g) c u r a : e m p r e g o de a g e n t e de cura ou p r o c e s s o / p e r í o d o de cura ú m i d a , c o n f o r m e p r e v i s t o no p r o j e t o ( c u i d a d o s especiais c o m c i m e n t o p o z o l â n i c o ou c i m e n t o de alto f o r n o ) . h) e s t r u t u r a a c a b a d a - conferência da geometria, integridade e homogeneidade das peças, das juntas de dilatação; - verificação / correção de fissuras, lascamentos, ninhos dc concrctagem; - proteção provisória das bases de pilares em subsolos ou térreo durante a construção (locais sujeitos a impactos devidos à movimentação de cargas/estoque de materiais); - proteção provisória contra água e temperatura em lajes de cobertura (rccomend a n d o - s e execução d o t e l h a d o ou i m p e r m e a b i l i z a ç ã o / isolação térmica l o g o após p e r í o d o de cura); - verificação d o n ú m e r o e posição de pés-direitos (escoramento residual); - evitar armazenagem de materiais / sobrecargas sobre a estrutura recém-acabada; - tempo decorrido entre a concretagem da estrutura e a sua colocação em serviço. i) j u n t a s dc d i l a t a ç ã o : - b o r d o s regulares, c o n c r e t o bem seco e bem limpo; - colocação do f u n d o de junta, para atender o fator de f o r m a ideal do selante; - aplicação de fita crepe nas laterais, evitando impregnação d o concreto; - imprimação do concreto (primer compatível com resina do selante); - aplicação compacta d o selante, em várias camadas, forçando-o contra os bordos; - a c a b a m e n t o superficial / alisamento do selante. j) p r o t e ç ã o s u p e r f i c i a l d a e s t r u t u r a - e m p r e g o do verniz especificado (resinas acrílicas, poliuretano ali tático etc); - r e m o ç ã o de poeira, manchas, eflorescências; - imprimação para c o r r e ç ã o da alcalinidade (primer especificado no projeto); - aplicação do sistema dc p r o t e ç ã o c o m o concreto bem seco c bem limpo, sempre com t e m p o firme, n ú m e r o de d e m ã o s especificado no projeto. 3.3 ] Qualidade no projeto e na execução de alvenarias T r a d i c i o n a l m e n t e pesadas, espessas e rígidas, as alvenarias evoluíram para as lâminas c o n s i d e r a v e l m e n t e delgadas d o s n o s s o s dias. A e v o l u ç ã o tecnológica a p o n t o u , de um lado, para o d e s e n v o l v i m e n t o de materiais c o m p e q u e n a massa especifica (enquadrando-se aí os c o n c r e t o s celulares), c de o u t r o , para os c o m p o n e n t e s vazados (blocos de c o n c r e t o , cerâmica ou sílica-cal); a partir a p r o x i m a d a m e n t e da m e t a d e d o século X X , o c o r r e u verdadeira revolução na técnica das alvenarias. E m termos gerais, as alvenarias, em função sobretudo da natureza dos seus componentes (materiais pétreos), a p r e s e n t a m b o m c o m p o r t a m e n t o às solicitações de c o m p r e s s ã o , o m e s m o não o c o r r e n d o em relação às solicitações de tração, flexão e cisalhamento. E m f u n ç ã o da utilização c o n j u g a d a de materiais d i f e r e n t e s ( c o m p o n e n t e s d e alvenaria e a r g a m a s s a de a s s e n t a m e n t o ) , c o m p r o p r i e d a d e s d i f e r e n c i a d a s (resistência m e c â n i c a , m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o longitudinal, coeficiente de Poisson), as alvenarias são normalm e n t e h e t e r o g ê n e a s e a n i s o t r ó p i c a s . Além das p r o p r i e d a d e s r e f e r i d a s , i n f l u e n c i a m o c o m p o r t a m e n t o mecânico das paredes diversos o u t r o s fatores, tais c o m o : - geometria, rugosidade superficial e p o r o s i d a d e d o c o m p o n e n t e de alvenaria; - índice de retração, poder de aderência e poder de retenção de água da argamassa de a s s e n t a m e n t o ; - csbeltcz, eventual p r e s e n ç a dc a r m a d u r a s (alvenarias a r m a d a s c p a r c i a l m e n t e armadas), n ú m e r o e disposição das paredes c o n t r a v e n t a n t e s ; - amarrações, cintamentos, disposição e t a m a n h o dos vãos de portas e janelas; - e n f r a q u e c i m e n t o s p r o v o c a d o s pelo e m b u t i m e n t o de tubulações, rigidez dos elem e n t o s de f u n d a ç ã o , geometria do edifício. 3 . 3 . 1 Propriedades gerais dos componentes e das alvenarias Existem no m e r c a d o várias o p ç õ e s de tijolos e blocos, c o m d i f e r e n t e s características: materiais, dimensões, disposições dos f u r o s , textura e diversas outras propriedades físicas e mecânicas (resistência à compressão, porosidade e capilaridade, absorção de água, coeficientes de absorção e dilatação térmica). Trabalho anterior deste autor 1 5 9 aponta os seguintes atributos que devem ser considerados na escolha do c o m p o n e n t e de alvenaria: - ergonomia: tamanho, textura, forma e peso d o bloco influem na produtividade: nem sempre o c o m p o n e n t e de m e n o r t a m a n h o repercutirá na menor produtivi- dade; - regularidade geométrica: blocos regulares p e r m i t e m a s s e n t a m e n t o u n i f o r m e (economia de argamassa de a s s e n t a m e n t o e de revestimento), viabilizando ainda revestimentos em gesso; nas alvenarias aparentes a regularidade ganha ainda maior importância; - f o r n e c i m e n t o / e m b a l a g e m : b o n s a c o n d i c i o n a m e n t o s (paletização, amarração, p r o t e ç ã o de plástico) facilitarão a integridade dos blocos e o transporte até os pavimentos; os diferentes tipos de blocos apresentam diferentes resistências ao m a n u s e i o (quebras, lascamento de cantos); ] 93 '"THOMAZ, E. C o m o Construir Alvenarias d c V c d a ç l o KcvtstaTcchnc n* IS c n* 16. Editora l1.NI.Sio Paulo. I W . f o r m a d o b l o c o , a b s o r ç ã o d c á g u a c a d c r c n c i a : os c o m p o n e n t e s de alvenaria devem a p r e s e n t a r um valor m í n i m o de a b s o r ç ã o de água (abaixo d o qual não haverá a d e q u a d a p e n e t r a ç ã o de nata de a g l o m e r a n t e nos seus p o r o s ) c, idem, um valor máximo (para que não ocorra intensa retirada dc água da argamassa, prejudicando a hidratação d o aglomerante); para mesmas condições de assentam e n t o (mesma argamassa), q u a n t o maior a área de c o n t a t o a r g a m a s s a / b l o c o , maior a aderência; a p e n e t r a ç ã o de argamassa em r a n h u r a s ou f u r o s dc alguns b l o c o s p o d e m e l h o r a r c o n s i d e r a v e l m e n t e a aderência; m o v i m e n t a ç õ e s h i g r o s c ó p i c a s : os materiais porosos, constituintes dos blocos, s o f r e m em maior ou m e n o r escala variações volumétricas em função do teor de umidade; p r o d u t o s sujeitos a g r a n d e retração de secagem, ou que a b s o r v a m mais u m i d a d e (incidência dc chuva n o c a n t e i r o ou na p r ó p r i a p a r e d e recém erguida), tenderão a secar na parede acabada, i n d u z i n d o com maior probabilidade a f o r m a ç ã o de fissuras e destacamentos; m o v i m e n t a ç õ e s t é r m i c a s : frente a oscilações da temperatura, os materiais constituintes d o s b l o c o s a p r e s e n t a r ã o d i f e r e n t e s variações d i m e n s i o n a i s , p o d e n d o induzir destacamentos entre alvenaria e estrutura (paredes de vedação) ou entre paredes ligadas com juntas a p r u m o ; as pinturas externas das paredes influenciarão decisivamente a escala das movimentações (quanto mais escura a cor, maior a absorção de calor, maiores as movimentações térmicas); t a m a n h o d o b l o c o e " f l e x i b i l i d a d e d a p a r e d e " : c o m o regra geral, a capac i d a d e das a l v e n a r i a s a b s o r v e r e m d e f o r m a ç õ e s i m p o s t a s ( r e c a l q u e s e o u tros) é regida pelas juntas ( d e f o r m a b i l i d a d e da a r g a m a s s a , tipo d e junta - a p r u m o ou e m a m a r r a ç ã o , e s p e s s u r a e q u a n t i d a d e d e j u n t a s ) ; p a r a idênticas c o n d i ç õ e s de a s s e n t a m e n t o , p o r t a n t o , q u a n t o m a i o r a d i m e n s ã o d o b l o c o , m e n o r o n ú m e r o de j u n t a s e, c o m p a r a t i v a m e n t e , m e n o r o p o d e r de a b s o r ção dc m o v i m e n t a ç õ e s ; - p e s o p r ó p r i o d a s p a r e d e s e d i m e n s i o n a m e n t o da e s t r u t u r a : blocos mais leves propiciarão, no caso de alvenarias de vedação, a redução de seção d o s c o m p o nentes estruturais, passando a ter maior importância no projeto estrutural a consideração da ação d o v e n t o c ação d o fogo; a partir de uma certa flexibilidade da estrutura deve-se t a m b é m considerar o eventual papel c o n t r a v e n t a n t e das alvenarias e a necessidade de adoção de uma série de detalhes para sua vir.culaçào à estrutura; - d e s e m p e n h o t e r m o - a c ú s t i c o : o d e s e m p e n h o térmico dependerá da inércia térmica (função da massa da parede e do calor específico do material) e da presença de camadas c o n f i n a d a s de ar; d o p o n t o de vista da isolação acústica, c o m o regra geral, paredes mais pesadas apresentam melhor isolação aos ruídos aéreos ("Lei das Massas"), o c o r r e n d o o inverso em relação aos ruídos p o r impacto; o d e s e m p e n h o acústico será m u i t o i n f l u e n c i a d o p o r frestas ou descontinuidades nas juntas de assentamento, eventual reverberação nos f u r o s dos blocos e presença de revestimento; - o u t r a s c a r a c t e r í s t i c a s : na escolha dos blocos deve-se ainda considerar resistência sob ação do fogo, capacidade de fixação de peças suspensas (armários, redes de dormir), efetividade de ligações com marcos ou contra-marcos, facilidade de e m b u t i m e n t o de instalações, resistência a cargas laterais, incorporação dc equip a m e n t o s às paredes (exaustores, caixas de aparelho de ar condicionado, suportes de filtro de água, papeleira, saboneteira, arandelas). Aspecto e x t r e m a m e n t e i m p o r t a n t e é a c o o r d e n a ç ã o dimensional: o t a m a n h o dos blocos deve ser compatível com os vãos estruturais ou c o m as dimensões das paredes estruturais, t a m a n h o dos caixilhos, caixas de ar c o n d i c i o n a d o e outros equipamentos. As alvenarias deverão ser alvo de projetos específicos, indicando disposição das juntas de assent a m e n t o e das amarrações, posições das aberturas dc p o r t a s c janelas, presença dc ver- gas, contravergas c tubulações. Nas ligações entre as paredes r e c o m e n d a - s e juntas em amarração, r e c o r r e n d o - s e a c o m p o n e n t e s especiais exemplificados nas Figuras 67 e 68. 1» fiada | D Dl • Dl a a a i a a i D b a i a a i a d D 2 a fiada •j • O Í D g O D D D D Í D D I D D 2a+ 1 4- 3a+ 1 0 Figura 67 Com|K>nontcs especiais para encontro entre paredes 0 Figura 68 Coni|x>nentes especiais para encontro entre paredes Fishcr 1 6 0 afirma que no projeto das alvenarias dc vedação, e também em alvenarias estruturais dc p e q u e n o s edifícios, dcvc-sc considerar, mais d o que o p r ó p r i o desempen h o mecânico, aspectos da e s t a n q u e i d a d e à água, isolação térmica e isolação acústica. D o p o n t o dc vista da sensação acústica, recordando o conceito de Decibel (equação 7), explica p r e l i m i n a r m e n t e que existe para o o u v i d o h u m a n o f o r t e equivalência e n t r e a pressão sonora c a freqüência, c o n f o r m e ilustrado na Figura 69. IISHKR. K P a r e d e s Versão espanhola d* la. e d i ç ã o inglesa, tradução d e Luís M.J. Cásneros. Barcelona. Editorial Hlume. 1 9 7 6 Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção | Ercio Thomaz CIB = 20.log eq.l Po p, = pressão acústica da onda expressa cm Pascais p|( = pressão acústica d o limiar da audição (p 0 = 2 x IO 3 Pa) Nível sonoro (db) humana Q Figura 69 freqüência (Hz) infra-som faixa de audibilidade ultra-som Sensação do ouvido humano: curva de equivalência entre pressão e freqüência (56dB, freqüência 62,51 Iz -> mesma sensação para 40dB, freqüência 1000Hz). A capacidade dc isolação acústica dos materiais varia dc acordo com as diferentes faixas de freqüência que integram os sons. De acordo com Becker 142 , considerando uma média p o n d e r a d a dessas freqüências, a isolação aos sons aéreos (I ) para e l e m e n t o s maciços p o d e ser estimada através da massa da parede, aplicando-se a seguinte fórmula: Ia = 12 + 5,3 m = (dBA) massa da parede, cm k g / m 2 . eq. 8 Fisher 1 6 0 explica que, pela lei das massas e das freqüências, o c o r r e aproximadamente: - para determinada freqüência, duplicando-se a massa da parede aumenta-se em 4 dBA sua isolação; situação inversa é verificada ao dividir-se esta massa pela metade; - para determinada massa, a duplicação da freqüência redunda cm a u m e n t o dc 4 dBA na isolação acústica; situação inversa é verificada ao dividir-se a freqüência pela m e t a d e . A aplicação da lei das massas e das freqüências levaria p o r e x e m p l o aos valores dc 1 (índice de isolação acústica aos sons aéreos) indicados na Figura 70: lei experimental d a s m a s s a s Lei e x p e r i m e n t a l d a s f r e q ü ê n c i a s para lOOkg/m2 p a t a 500Hz 25 k g / m 2 32dB CO 1 50 k g / m 2 36dB 100 k g / m 2 40dB 200 k g / m 2 44dB ca *•o m T3 1 125Hz 32dB 250Hz 36dB 500Hz 40dB 1000Hz 44dB 2000Hz 4âdB ca "D • 400 k g / m 2 4âdB 0 Figura 70 Variação aproximada de I, com a massa da parede e a freqüência do som aéreo A equação 8 antes indicada, c a lei dc massas e freqüências, não se aplicam a paredes com vazios internos, onde a presença de câmaras dc ar pode alterar substancialmente a isolação acústica desses elementos. Para paredes constituídas por blocos vazados de cerâmica c dc c o n c r e t o , o IPT 1 6 1 obteve os valores experimentais indicados na Tabela 37, que também reúne valores da resistência térmica obtidos para as paredes ensaiadas. A m e n o r isolação acústica dos blocos cerâmicos com furos na vertical deveu-se provavelmente à ressonância no interior dos furos, que teriam funcionado c o m o "tubos acústicos". ut Instituto dc Pcs<|uisis Tecnológicas d o Relatório Técnico N* 21.910. F.MJIIO dc São Paulo Análise d o C o m p o r t a m e n t o T é r m i c o c Acústico dc Alvenarias IPT. São Paulo. I W S 2 03 Tabela 37: Características termoacústicas de paredes constituídas por blocos vazados Tipo de bloco ¥ do bloco Largura Massa Resistência térmica (cm) (cm) (kg/m-) (nv . « C / W ) 9 90 • • 12 130 0,22 42 17 180 0,30 * 9 130 * * 12 170 0,11 42 17 215 * 46 14 120 0,31 36 17 160 • 40 14 175 0,16 44 17 215 • * 9 14 9 4j P 9 essura 51 3.3.2 Qualidade no projeto e na execução dc alvenarias estruturais Relativamente ao projeto das alvenarias estruturais, comentam-se a seguir aspectos relevantes a serem considerados no projeto: a) A r q u i t e t u r a d a s f a c h a d a s As alvenarias localizadas nas fachadas dos edifícios têm a importante função de propiciar estanqucidade à água; a p e n e t r a ç ã o de umidade p o d e p r o v o c a r inclusive o desenvolvimento de fissuras c desagregações. Assim sendo, c desejável que as lâminas dc água sejam descoladas o mais r a p i d a m e n t e possível das fachadas, o que se p o d e r á conseguir c o m alguns recursos a p o n t a d o s em o u t r o trabalho deste autor 163 (posicionamento das alvenarias em relação à estrutura, beirais, pingadeiras, peitoris, reentrâncias c outros recursos). A pintura das fachadas em cores escuras favorece a absorção de calor, r e d u n d a n d o em maiores m o v i m e n t a ç õ e s térmicas das paredes, a u m e n t a n d o a possibilidade de ocorrência dc fissuras c destacamentos; a combinação alternada de faixas claras e escuras numa m e s m a fachada p o d e a u m e n t a r essa potencialidade. N o caso de alvenarias aparentes, cuidados especiais deverão ser observados a fim de evitar a ocorrência de eflorescências: seleção d o s c o m p o n e n t e s dc alvenaria (isentos ou com teores mínimos de sais solúveis, argamassa de assentamento com mínima quantidade ou sem a presença de cal, aplicação de verniz ou hidrofugante com a parede totalmente seca). b) Projeto estrutural A n o r m a brasileira N B R 10837 K>4 d e f i n e as c o n d i ç õ e s p a r a o p r o j e t o de alvenarias estruturais em b l o c o s vazados de c o n c r e t o : distribuições de cargas, trechos curtos (pi- 206 THOMAZ. E. Patologias ilu-> Alvenarias. In .Manual T é c n i c o d c Alvenarias, pp 97-117. Pmjcto Editores Associados. Sáo Paulo. 19W. ""ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 10857 / 8 9 - Cálculo d c Alvenaria Estrutural d c Blocos Vazados d c C o n c r e t o Rio d e Janeiro. !98Ç>. lares), t r e c h o s c o m a b e r t u r a s sucessivas (vigas), flanges, e l e m e n t o s c o n t r a v e n t a n t e s , efeito global d o vento, enrijecedores e outros. A n o r m a prevê a disposição de armaduras c o n s t r u t i v a s e a r m a d u r a s d e a m a r r a ç ã o p a r a q u a l q u e r m o d a l i d a d e dc alvenaria, d e f i n i n d o três m o d a l i d a d e s : alvenaria n ã o a r m a d a ( s o m e n t e a r m a d u r a s c o n s t r u t i v a s ) , alvenarias a r m a d a s (pilaretes g r a u t e a d o s n o s f u r o s d o s b l o c o s , a b s o r v e n d o parte das cargas verticais) e, p o r ú l t i m o , alvenaria p a r c i a l m e n t e a r m a d a (pilaretes a p e n a s nas p a r e d e s mais c a r r e g a d a s ) . P u g a 1 6 ' c o m e n t a que a g r a n d e maioria dos edifícios em alvenaria h o j e c o n s t r u í d o s n o Brasil c o r r e s p o n d e m à alvenaria n ã o a r m a d a , p o r dois m o t i v o s básicos: a) é m u i t o p e q u e n a a c o n t r i b u i ç ã o das a r m a d u r a s na r e s i s t ê n c i a final da a l v e n a r i a f r e n t e às cargas verticais; b) há indústrias que já p r o d u z e m b l o c o s c o m resistências mecânicas r e l a t i v a m e n t e altas, c o m b o a h o m o g e n e i d a d e da p r o d u ç ã o . O p r o j e t i s t a e s c l a r e c e que a alvenaria a r m a d a justifica-se q u a n d o o c o r r e m e s f o r ç o s de tração ou no caso de e d i f í c i o s m u i t o e s b e l t o s , o n d e a ação global do v e n t o passa a ser mais i m p o r t a n t e . Ao se c o m p r i m i r uma alvenaria constituída p o r c o m p o n e n t e maciços, a argamassa de assentamento sofre d e f o r m a ç õ e s transversais mais acentuadas que os tijolos, introduzind o nos m e s m o s u m e s t a d o triaxial de tensões: c o m p r e s s ã o vertical e tração nas duas direções d o plano horizontal; nessas condições, a argamassa fica p o r t a n t o submetida a um e s t a d o triaxial de t e n s õ e s de c o m p r e s s ã o . U l t r a p a s s a d a a resistência à tração d o s tijolos, começam a ocorrer fissuras verticais no c o r p o da parede. N o caso de alvenarias constituídas p o r blocos vazados, outras tensões importantes juntar-se-ão às precedentes; para blocos com f u r o s retangulares dispostos verticalmente, as tensões tangenciais normalmente provocam ruptura dos septos ou nervuras transversais dos blocos, levando à r u p t u r a da parede. ITC.A.C. C. Cálculo d c Alvenaria Estrutural Curso d c Mestrado di> Instituto dc PesquisasTecnológicas d o Estado d e Sio Paulo - IPT. I««S Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção | Ercio Thomaz Diversos fatores intervém na resistência final de uma parede a e s f o r ç o s axiais de c o m pressão: resistência mecânica dos c o m p o n e n t e s de alvenaria e da argamassa de assentamento; módulos de d e f o r m a ç ã o longitudinal e transversal dos c o m p o n e n t e s de alvenaria c da a r g a m a s s a ; r u g o s i d a d e superficial c p o r o s i d a d e d o s c o m p o n e n t e s d e alvenaria; p o d e r de aderência, retenção de água, elasticidade e retração da argamassa; espessura, regularidade e tipo de junta de a s s e n t a m e n t o e, finalmente, esbeltez da parede produzida. S e g u n d o Sahlin 1 6 6 , a espessura ideal das juntas de assentamento (horizontais e verticais) situa-se cm t o r n o de lOmm; juntas com espessura dc 15mm p o d e m r e d u z i r á metade a resistência à c o m p r e s s ã o da parede. Ressalta t a m b é m que a qualidade da mão-deobra pode implicar em variações da ordem de 3 0 % nesta resistência. 0 principal fator que influi na resistência à compressão da parede é a resistência à compressão d o bloco ou do tijolo; a influência da resistência da argamassa de assentamento é pouca significativa. Para blocos vazados dc c o n c r e t o Gomes 1 6 7 relata pesquisas desenvolvidas no B.R.E, t o m a n d o c o m o referência a resistência à c o m p r e s s ã o de uma argamassa 1 : 3 (cimento e areia, em volume), verificando-se queda de apenas 20% na resistência das paredes ao se reduzir a resistência à compressão da argamassa em quase 85% (Figura 71). Para b l o c o s v a z a d o s em c e r â m i c a , Tubi 1 6 8 chega praticamente à mesma conclusão, observando que ao incrementar-se a resistência da argamassa acima dos 6MPa os g a n h o s de resistência da parede são m u i t o p e q u e n o s . A s a l v e n a r i a s e x e c u t a d a s c o m j u n t a s e m a m a r r a ç ã o , i n c l u s i v e n a s l i g a ç õ e s e n t r e as p a r e - des, cm c o n j u n t o com as lajes apresentam razoável p o d e r de redistribuição dc cargas, isto é, e s p a l h a m e n t o das cargas das p a r e d e s mais c a r r e g a d a s para as p a r e d e s m e n o s c a r r e g a d a s , o q u e , s e g u n d o C o r r ê a 1 6 7 , o c o r r e ao longo da altura do edifício, chegando SAIILIN.SVEN Structunü Masonry N e w j e r s c y . P r c n t i c e llall. 1971. " CiO.MK.N.S. A Resistência das Paredes d c Alvenaria. São Paulo. l9K3-l>isscrtaçio de mestrado apresentada a Escola INititécnica it» Cnivcrskladede Sto» Paulo. TL'BI. N. La Realizzazione dl Muraturc in Laterizio.AXDIL - Associazianc Nazionale degli Industríali dei Laicrizi Roma. 1986. '*" CORRÊA, M R. S.: RAMALHO. M.A P r o c e d i m e n t o p a r a A n i l i s e dc Edifícios dc Alvenaria Estrutural Submetidos a Ações Verticais In 5 " International Scmiiiar o n StnKlural Masonry for Dewkiping Countries. Prixecdings. PP 305-3 l-í. Florianópolis, 199 i H ,<- 208 O Figura 71 Resistência à compressão da alvenaria em função da resistência à compressão da argamassa: blocos vazados de concreto167 e de cerâmica'*8, respectivamente. em alguns casos a constatar-se quase que total homogeneização das cargas ao acingir-se o pavimento térreo. O professor relata ter desenvolvido um software de cálculo estrutural, levando em conta o aludido efeito da repartição d e cargas. Vale frisar que a c o n s t a t a d a r e d i s t r i b u i ç ã o de carga é p r a t i c a m e n t e i n t e r r o m p i d a nas regiões das a b e r t u r a s de p o r t a s c janelas, p o n t o s cm geral c o m acentuada concentraç ã o de t e n s õ e s ; d a í a i m p o r t â n c i a do c o r r e t o d i m e n s i o n a m e n t o d e cintas, vergas e c o n t r a - v e r g a s ; T u b i r e c o m e n d a q u e , n o c a s o de a b e r t u r a s m u i t o p r ó x i m a s , d e v e - s e dimensionar as espaletas intermediárias como pilares, contravergas contínuas. 0 Figura 72 Vergas e contravergas contínuas em alvenaria com grande número de aberturas adotando-se vergas e C o m o regra geral, as alvenarias são b a s t a n t e susceptíveis \ / à f i s s u r a ç ã o , d e v e n d o - s e limitar as d i s t o r ç õ e s a n g u l a r e s c o n f o r m e a n a l i s a d o n o i t e m 3.1. H á n e c e s s i d a d e tam- .«: . 4 - . - b- . • o. - », b é m d e l i m i t a r e m - s e as f l e c h a s d e vigas d c f u n d a ç ã o c • vigas de t r a n s i ç ã o (Figura 73), já q u e , s o b ação d o s desv l o c a m e n t o s , há t e n d ê n c i a d a s p a r e d e s V o í ' " / o• • • •• • •! ' ' 0 t r a b a l h a r e m soli- d a r i a m e n t e , c o m p o r t a n d o - s e c o m o vigas altas. 0 Figura 73 Interação entre alvenaria estrutural e viga de transição A introdução de uma taxa mínima de armadura na alvenaria (0,2% por exemplo), não chega a aumentar significativamente a resistência à compressão da parede; entretanto, tal armadura melhora substancialmente o comportamento da alvenaria quanto à fissuração, normalmente provocada por atuação de cargas excêntricas, ocorrências de recalques diferenciados, movimentações térmicas, deslocamentos dos apoios ou concentração de tensões. c) J u n t a s d e a s s e n t a m e n t o As j u n t a s em a m a r r a ç ã o facilitam a r e d i s t r i b u i ç ã o de t e n s õ e s p r o v e n i e n t e s d e cargas verticais ou introduzidas por deformações estruturais e movimentações h i g r o t é r m i c a s ; as j u n t a s a p r u m a d a s n ã o p r o p i c i a m o e s p a l h a m e n t o d a s t e n s õ e s , t e n d e n d o as p a r e d e s a t r a b a l h a r e m c o m o u m a s u c e s s ã o d e " p i l a r e t e s " . Embora desejável a d e f a s a g e m de 1 / 2 b l o c o e n t r e fiadas sucessivas, s o b r e p o s i ç õ e s não i n f e riores a 1 / 3 d o b l o c o são aceitáveis. As juntas poderão ser " t o m a d a s " (retirada da argamassa expulsa para fora da parede pela pressão do assentamento) ou "frisadas", situação característica das alvenarias aparentes. N a s f a c h a d a s , o f r i s a m e n t o das juntas, além de criar d e p r e s s õ e s que f a v o r e c e m o descolamento das lâminas de água, p r o m o v e m melhor compactação da argamassa, favor e c e n d o a i m p e r m e a b i l i d a d e das juntas. A ausência dc argamassa nas juntas verticais ("juntas secas") repercute em maiores ou m e n o r e s prejuízos à resistência ao cisalhamento da alvenaria, à resistência ao togo, ao d e s e m p e n h o termoacústico, à resistência a cargas laterais e à capacidade de redistribuição das tensões desenvolvidas nas paredes. Dessa f o r m a , nào se r e c o m e n d a cm n e n h u m a circunstância a adoção de "juntas secas" nas alvenarias estruturais. d) Encontros entre paredes N o s encontros entre paredes ("I " T " ou cruz) é sempre desejável as juntas cm amarra- ção; recomenda-se o e m p r e g o de blocos especiais, c o m c o m p r i m e n t o s ou formas adaptados para essas ligações, c o n f o r m e Figuras 67 e 68 anteriores. Q u a n d o optar-se p o r encontros entre paredes com juntas aprumadas, uma série de cuidados deverá ser prevista: maior rigidez dos apoios, disposição dc ferros ou telas metálicas nas juntas dc assentamento, e m b u t i m e n t o de tela no revestimento, cuidados redobrados na compactação da argamassa das juntas horizontais e verticais. N o caso de apoios com pequena dcslocabilidade, para os encontros entre paredes internas (relativamente protegidas das oscilações de temperatura) a inserção de ganchos OJ ferros nas juntas de a s s e n t a m e n t o , e / o u o e m b u t i m e n t o de tela de e s t u q u e na argamassa de revestimento p o d e m evitar os destacamentos. N o s encontros entre paredes externas com juntas a p r u m o , em f u n ç ã o da intensa solicitação térmica, recomenda-se a inserção dos ferros de amarração (garantindo a ancoragem mecânica entre paredes) e o tratamento da junta com selante flexível, garantindo acabamento e estanqueidade (Figura 74). c) J u n t a s d c c o n t r o l e A fim de evitar-se a o c o r r ê n c i a de fissuras e d e s t a c a m e n t o s p r o v o c a d o s p o r movim e n t a ç õ e s h i g r o t é r m i c a s d o s m a t e r i a i s , de a c o r d o c o m t r a b a l h o a n t e r i o r deste autor 1 5 9 r e c o m e n d a - s e a i n s e r ç ã o dc j u n t a s dc c o n t r o l e s e m p r e q u e h o u v e r m u d a n ç a s u u • ü • • B D D Q p g l á ^ ü o c j selante flexível O Figura 74 Juntas a prumo: ligações com íerros embutidos nas juntas de assentamento e rejuntamento externo com selante flexível. na d i r e ç ã o ou na e s p e s s u r a d a s alvenarias, ou s e m p r e q u e as p a r e d e s f o r e m m u i t o longas; n e s t e caso, s u g e r e - s e que n ã o sejam u l t r a p a s s a d o s os d i s t a n c i a m e n t o s e n t r e j u n t a s i n d i c a d o s na Tabela 40. Tabela 40: Espaçamentos máximos para juntas de controle em alvenarias (Thomaz150) Blocos ou tijolos Comprimento máximo da parede ou distância máxima (D) assentados com entre juntas de controle (em metros) argamassa mista; Paredes internas Paredes externas paredes revestidas/ impermeabilizadas sem aberturas com aberturas sem aberturas com aberturas b > 14 b < 14 b > 14 b < 14 b > 14 l>< 14 l>> 14 b < 14 barro cozido 15 12 12 10 11 9 9 8 cerâmica 12 10 10 8 9 8 8 7 concreto, sílica-cal 10 8 9 7 8 7 7 6 concreto celular 9 7 8 6 7 6 6 5 solo-cimento 7 6 6 5 5 4 4 4 Obs: • b = largura do bloco em cm • se as paredes forem dotadas de telas ou armaduras contínuas, em todas as juntas de assentamento, as distâncias acima |xxlerào ser acrescidas em 50% • existindo junta na estrutura, deverá haver junta correspondente na parede • nos casos gerais, recomenda-se que a distância máxima entre elementos contrawntantes ao longo da parede (pilaretes, paredes perpendiculares ele) não ultrapasse 0,9 D"7'' (paredes internas) ou 0,8 D"-" (paredes externas) É também r e c o m e n d á v e l a i n t r o d u ç ã o dc juntas dc c o n t r o l e nas p a r e d e s muito e n f r a q u e c i d a s pela p r e s e n ç a de v ã o s de p o r t a s ou janelas. Para o b t e r - s e a n c o r a g e m mecânica entre os trechos de parede contíguos p o d e m ser empregados ganchos 5 m m a cada 40 ou 50cm, c o n f o r m e Figura 75. O p r e e n c h i m e n t o da junta deve ser realizado c o m material d e f o r m á v e l (poliestireno ou p o l i u r e t a n o e x p a n d i d o , ccrtiça) e seu a c a b a m e n t o p o d e ser realizado com selante flexível ou mata-junta. E O 5m-ri c/40 2c 41 moleld dciornóvel 1 Figura 75 Execução de junta de controle em alvenaria f) L a j e s d e c o b e r t u r a As alvenarias d o último pavimento são em geral muito solicitadas pelas movimentações térmicas das lajes dc cobertura; neste aspecto, cuidados como sombreamento, ventilação dos áticos e isolação térmica da laje de cobertura poderão minimizar a ocorrência de problemas. Soluções mais eficazes exigem a inserção de juntas de dilatação na laje ou mesmo a adoção de apoios deslizantes (neoprene, teflon, manta asfáltica, camada dupla de chapas mclamínicas ou mantas dc PVC) entre laje dc cobertura e alvenaria, conforme Figura 76. Pode-se também recorrer ao seccionamento das paredes do último pavimento, mediante introdução dc juntas ou adoção de portas com bandeiras (parede naturalmente seccionada pelo vão). Para evitar grandes solicitações às paredes em função da retração do concreto da laje dc c o b e r t u r a , caso n ã o sejam previstas juntas de dilatação definitivas p o d e r á ser adotada junta de retração provisória, também representada na Figura 76. Nesta circunstância, dc sete a dez dias após a concretagem da laje seria c o m p l e m e n t a d o o lançamento dc concreto no espaço originalmente reservado para a junta provisória. Impermeabilização isolação térmica / " junta de retração provisória ^ / concretagem após 7 dias 0 Figura 76 Apoio deslizante e junta de retração provisória em laje de cobertura, g) E m b u t i m e n t o de instalações O s projetos das instalações devem preceder o p r o j e t o executivo da alvenaria. A paginação das paredes deverá indicar o p o s i c i o n a m e n t o de t u b o s e eletrodutos, caixas de luz ou t e l e f o n e , p o n t o s dc t o m a d a etc. De p r e f e r ê n c i a , as caixas de p e q u e n a s d i m e n s õ e s devem ser previamente embutidas e c h u m b a d a s nos blocos, o que deverá estar previsto no projeto. Prumadas de água e esgoto devem obrigatoriamente estar alojadas em shafts, evitando o e n f r a q u e c i m e n t o das p a r e d e s resistentes. Ramais de distribuição dc água ou coleta de e s g o t o de banheiros, cozinhas etc devem ser e m b u t i d o s em " p a r e d e s hidráulicas", sem f u n ç ã o e s t r u t u r a l . E s p a ç o s no d o r s o de b a t e n t e s de p o r t a s p o d e m p r e s t a r - s e para o alojamento de fios elétricos e instalação dc tomadas e interruptores. h) Fixação dc caixilhos A paginação das paredes deve indicar c o m precisão p o s i c i o n a m e n t o s e dimensões dos vãos (c não d o s caixilhos) a serem inseridos na alvenaria. C o m base nessas dimensões, devem ser previstos gabaritos metálicos indeformáveis para garantia das dimensões lineares e d o s ângulos. N o caso d o e m p r e g o de c o n t r a m a r c o s , estes d e v e m ser f i x a d o s d u r a n t e a própria elevação da parede, d i s p e n s a n d o - s e o b v i a m e n t e os gabaritos. O p r o j e t o da alvenaria estrutural deverá ser a c o m p a n h a d o p o r m e m ó r i a de cálculo e memorial descritivo da c o n s t r u ç ã o ; devem ser a p r e s e n t a d o s t o d o s os detalhes gráficos necessários, tais c o m o : - planta da I a c 21 fiadas, paginação das paredes / c o o r d e n a ç ã o dimensional; - posição de vergas, cintas, grauteamentos e o u t r o s dispositivos estruturais; - posições de portas, janelas, equipamentos, insertos para fixação de contramarcos; - eixos de eletrodutos, posições de caixas de luz, tomadas e outros; - detalhes construtivos gerais (detalhes arquitetônicos das fachadas; cintas, vergas e contravergas; e n c o n t r o s e n t r e paredes; a r m a d u r a s , f e r r o s de arranque; juntas de controle, juntas deslizantes, tratamento de juntas com selantes flexíveis). D e v e r á t a m b é m e s p e c i f i c a r d e t a l h a d a m e n t e t o d o s os materiais a s e r e m e m p r e g a d o s : meio-blocos, canaletas, blocos "J", ganchos de ligação, selantes, apoios, materiais isolantes térmicos, concreto, argamassas e grautes. O memorial descritivo da construção deve c o m p r e e n d e r t o d o o p r o c e s s o dc execução das paredes, relativamente à marcação dos cantos, e s c o r a m e n t o provisório de paredes (ação do vento durante a construção), prazo para início da c o n s t r u ç ã o das paredes sobre os e l e m e n t o s da f u n d a ç ã o e outros. O projeto estrutural deve basear-se na correta avaliação da resistência à compressão das paredes, a partir da realização de ensaios de prismas; deve ainda c o m p r e e n d e r a correta especificação d o s blocos, a adequada seleção d o f o r n e c e d o r e o eficiente concrole da resistência característica dos b l o c o s (f | V ). O d i m e n s i o n a m e n t o das f u n d a ç õ e s , vigas de transição, lajes, cintas c outros elementos em concreto a r m a d o deve ser compatível com o f u n c i o n a m e n t o da alvenaria, em t e r m o s de resistência e d e s l o c a m e n t o s admissíveis. K u r d j i a n 1 " analisa de f o r m a sistematizada as interações entre as f u n d a ç õ e s e as paredes estruturais, influências das aberturas nas paredes, f o r m a s de contraventamento e demais KtRDJIAN.J. K. Cálculo Estrutural d c Alvenarias. In Manual T é c n i c o d c Alvenarias. p p 177-210. Projeto Editores Assocüilos, S i o Paulo. lyyo. 2 1 5 detalhes necessários à boa qualidade do p r o j e t o estrutural. G o m e s 1 1 faz diversas consi- derações sobre esbeltez de paredes e pilares em alvenaria, rigidez relativa das paredes, inserção de a r m a d u r a s e o u t r o s detalhes. O s traços de grautes e argamassas de assentamento deverão ser estabelecidos a partir das necessidades da estrutura em questão e de ensaios de prismas ocos e cheios. Q u a n t o à = resistência à compressão da argamassa, especifica-se em geral f 0,7 f bk ; na reali- dade, o traço da argamassa deverá ser estabelecido em f u n ç ã o das diferentes exigências de aderência, impermeabilidade da junta, poder de retenção de água, plasticidade requerida para o assentamento, m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o da argamassa e outros. Relativamente ao assentamento, recomendam-se as argamassas mistas, c o m p o s t a s p o r cimento e cal hidratada. O cimento exercerá papel importante na aderência entre argamassa e c o m p o n e n t e de alvenaria, na resistência mecânica da parede e na estanqueidade à água das juntas. A cal, cm f u n ç ã o de seu p o d e r de r e t e n ç ã o dc água, implicará cm m e n o r m ó d u l o dc d e f o r m a ç ã o das paredes, com maior potencial de a c o m o d a r movimentações resultantes de recalques, variações higrotérmicas etc. Tango 1 2 analisa em profundidade a influência da qualidade dos materiais (granulometria das areias, pureza da cal), p r o p o n d o ainda f o r m a s corretas de dosagem de grautes c argamassas de assentamento. S e m p r e c o n s i d e r a n d o a r g a m a s s a s mistas, a A S T M 1 3 recomenda os traços incicativos a p r e s e n t a d o s na Tabela 41; o b v i a m e n t e que os traços deverão ser a j u s t a d o s em função das características dos materiais disponíveis. A n o r m a recomenda ainda que a aplicação das argamassas com maior resistência (tipos M ou S) seja reservada para situações especiais, c o m o arrimos, e m b a s a m e n t o s em c o n t a t o com o solo etc. 2 15 CiOMES. N. S. Normalização Técnica dc Alvenarias. In .Manual T é c n i c o d c Alvenarias. p p 211-246. Projeto Editores Associados. São Paulo. I W ) . ''-"TANGO; C. li. S Materiai-v Tecnologia e Controle In Manual T é c n i c o d c Alvenarias. p p l -15.176. Projeto Hdilores Associados. Sào Paulo, I9*X» AMERICAN SOCIFTY FORTEST1NC. AND MATERIALS. Standard Specfflcation for Mortar for Unit Masonry ASTM C. 27046b. In Annual Book of ASTM Standards. Iliiladclphia. 1987. Tabela 41: Traços indicativos para argamassas de assentamento (ASTM) Traço em volume Tipo de Resistência média argamassa cimento cal hidratada" areia aos 28dias (MPa) M 1 0,25 2,8 a 3,8 17,2 S 1 0,25 a 0,5 2,8 a 4,5 12,4 N 1 0,5 a 1,25 3,4 a 6,8 5,2 O 1 1,25 a 2,5 5,0 a 10,5 2,4 K 1 2,5 a 4,0 7,9 a 15,0 0,5 <*) cal hidratada em pó ou pasta de cal virgem Existe hoje no mercado a disponibilidade dc argamassas dc a s s e n t a m e n t o industrializadas ou p r é - d o s a d a s , f o r n e c i d a s a granel, para as quais são válidas todas as indicações anteriores. Algumas argamassas são dosadas sem a introdução dc cal hidratada, compensando-se essa ausência com a introdução de aditivos plastificantes, incorporadores de ar c retentores de água. O resultado final, em temos de aderência, m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o e o u t r o s requisitos, deve ser o mesmo. O p t a n d o - s e p o r assentamento com bisnaga (tipo bisnaga de confeiteiro, ou "biscoiteira" c o n f o r m e designação em algumas regiões do país), a argamassa de assentamento deverá ser constituída p o r areia um p o u c o mais fina, com enriquecimento d o traço. A execução das alvenarias deverá seguir fielmente as indicações do projeto, referentes a materiais, detalhes construtivos (juntas, cintas) e processo executivo (forma de assentamento, ferramentas, escoramentos provisórios c outros). Sabbatini'" 4 sugere diversas medidas referentes à execução racionalizada das alvenarias não armadas; no Capítulo VI do presente trabalho (item 6.3.2) sugere-se modelo de ficha para controle da execução de alvenarias estruturais. '*' SABBATINI. F. II O Processo Construtivo d c Edifícios dc Alvenaria Estrutural Sílico-Calciria 29S pau Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (dissertação de mestrado). Sio Paulo. 1 W Í . De f o r m a geral, os controles de execução das alvenarias estruturais devem considerar: - integridade, regularidade dimensional e resistência dos blocos; - locação das paredes, ângulos, modulação dos blocos, amarrações entre paredes; - p o s i c i o n a m e n t o dc vãos, vcrticalidadc das ombreiras; - p r u m o e planeza das paredes, nível, espessura e p r e e n c h i m e n t o das juntas; - assentamento de blocos "J", apoio de lajes, execução de apoios deslizantes; - bitola e disposição de armaduras verticais e horizontais; - g r a u t c a m c n t o de pilarctcs, p r e e n c h i m e n t o de cintas, vergas c contravcrgas; - passagem de eletrodutos, p o s i c i o n a m e n t o de caixas de luz; - instalação de caixilhos, r e j u n t a m e n t o s entre marcos de janelas e alvenarias; - traços de argamassas, grautes e concretos. Só devem ser e m p r e g a d o s blocos c o n v e n i e n t e m e n t e curados, o n d e a retração inicial dc secagem já se desenvolveu completamente. A fim de evitar-se retração higroscópica dos b l o c o s nas p a r e d e s acabadas, p r o v e n i e n t e da sua s a t u r a ç ã o p o r incidência de chuvas, recomenda-se a proteção d o s estoques nos pátios das fábricas e nos canteiros de obra. E s p e c i a l a t e n ç ã o deverá ser d a d a ao c o n t r o l e d o p r u m o das p a r e d e s , espessura c nivelamento das fiadas. I n d e p e n d e n t e m e n t e d o processo, a argamassa de assentamento sempre deverá ser aplicada em excesso; o bloco será c o n d u z i d o à sua posição definitiva mediante f o r t e pressão para baixo e para o lado (Figura 77), atingindo-se a espessura desejada das juntas c f a z e n d o - s e refluir a argamassa cm cxccsso. I m p o r t a n t e t a m b é m controlar-se com t o d o cuidado a colocação de caixilhos. A fixação dc m a r c o s ou c o n t r a m a r c o s p o d e r á ser feita c o m g r a p a s ( c h u m b a d a s d i r e t a m e n t e na alvenaria), com parafusos e buchas dc náilon diretamente introduzidas nas alvenarias, ou com parafusos fixados em tacos de madeira (chumbados previamente na alvenaria). Para caixilhos de g r a n d e s d i m e n s õ e s , ou p o r t a s sujeitas a i m p a c t o s , r e c o m e n d a - s e que os 218 insertos sejam fixados cm blocos tipo canaleta preenchidos com micro-concrcto. P Figura 77 Encabeçamento dos blocos, pressão no assentamento, controle do nível das liadas e do prumo das paredes. 3.3.3 Qualidade no projeto e na execução de alvenarias de vedação A qualidade final de uma alvenaria de vedação estará intimamente associada à qualidade da estrutura, seja em t e r m o s de regularidade geométrica (vãos, ângulos, p r u m o , nível), seja cm termos dc c o m p o r t a m e n t o mecânico. Apoiadas sobre vigas, lajes ou outros comp o n e n t e s e s t r u t u r a i s , interligadas com pilares ou p a r e d e s e s t r u t u r a i s , as alvenarias dc v e d a ç ã o n ã o se d e s t i n a m a s u p o r t a r c a r r e g a m e n t o s , e m b o r a lhes seja cada vez mais c o m u m a transmissão de tensões oriundas de d e f o r m a ç õ e s impostas (flechas, recalques dc f u n d a ç ã o , m o v i m e n t a ç õ e s térmicas). Face à irreversível tendência da flexibilização das e s t r u t u r a s dos edifícios, evidenciada acima de tudo nas estruturas pilar-laje, resta compatibilizar as deformações impostas com 219 os materiais / sistemas construtivos das paredes, p r o c u r a n d o - s e evitar, desde a fase d o p r o j e t o , as fissuras, os d e s t a c a m e n t o s e o u t r a s anomalias. E m o u t r a s palavras, deve-se prever uma série de dispositivos (juntas, e n c u n h a m e n t o s e outros) que possibilitem o trabalho h a r m ô n i c o c solidário entre estruturas mais flexíveis c paredes m e n o s flexíveis. As d i s p o s i ç õ e s gerais previstas n o item a n t e r i o r (arquitetura das fachadas, juntas de c o n t r o l e , fixação de caixilhos), t a m b é m se aplicam às alvenarias de vedação. Detalhes específicos devem c o n t u d o ser considerados, c o n f o r m e alíneas seguintes: a) D i s p o s i ç ã o d a s p a r e d e s e m r e l a ç ã o a o s p i l a r e s As p a r e d e s de vedação p o d e r ã o ser p r o j e t a d a s de f o r m a a c o n c o r r e r e m de d i f e r e n t e s maneiras com os pilares: eixos coincidentes com os eixos dos pilares, alinhadas por uma das faces dos pilares, p a s s a n d o fora dos pilares. D e a c o r d o c o m o I P T 1 5 , no e s t u d o da disposição das paredes devem ser considerados: - p a r e d e s p a s s a n d o fora d o s pilares (pilares r e e n t r a n t e s cm relação à fachada) e v i t a m p r o b l e m a s de d e s t a c a m e n t o s e n t r e as alvenarias e o s pilares; em contrapartida, as flechas desenvolvidas nas extremidades dos balanços p o d e r ã o afetar as paredes; algumas alvenarias resultarão m u i t o extensas, exigindo a inserção de juntas de controle; — em função da disposição das paredes em relação aos pilares, ocorrerá maior ou m e n o r incidência de recortes nos pisos e nos forros. b) L i g a ç õ e s c o m p i l a r e s Nas ligações das alvenarias com a estrutura deverão ser consideradas as diferentes propriedades térmicas entre o concreto estrutural e o material constituinte dos blocos, os gradientes 220 INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS - I I T Paredes d c Vedação c m Blocos Cerâmicos - Manual dc Execução. Publicação IIT 1767.SÍO Paulo, 1988. térmicos nas fachadas, as dimensões dos panos e a flexibilidade da estrutura; para estruturas muito flexíveis, deverão ser observados os detalhes indicados na alínea " g " seguinte. C o m o regra geral, as ligações c o m os pilares p o d e r ã o ser e x e c u t a d a s c o m f e r r o s d c espera introduzidos na concretagem do pilar (ferros dobrados, faceando a f ô r m a internamente), ou com " f e r r o s cabelo" posteriormente colados em furos executados com brocas de vídea <> | 8mm (colagem com resina epoxy); recomenda-se adotar dois ferros Q 6mm a cada 40 ou 50cm, c o m transpasse cm t o r n o de 50cm. Canaletas assentadas na posição dos " f e r r o s cabelo" (Figura 78), posteriormente preenchidas com micro-concreto, produzem ligações fortes e absorvem diferenças no posicionamento dos ferros em relação às fiadas. A ligação poderá ainda ser reforçada com a inserção de tela metálica na argamassa dc revestimento. 0 Figura 78 Ligações entre alvenarias e pilares com auxílio de blocos ti[X) canaleta e tela metálica. As faces internas dos pilares devem receber chapisco 1 : 3 ou argamassa colante, aplicada com desempenadeira denteada. N o assentamento, os blocos deverão ser fortemente pressionados contra o pilar, resultando refluxo de argamassa e total compacidade tia junta. c) E n c u n h a m e n t o s N o s e n c u n h a m e n t o s com lajes ou vigas superiores, após aplicação de chapisco ou argamassa colante n o c o m p o n e n t e e s t r u t u r a l , r e c o m e n d a - s e o a s s e n t a m e n t o inclinado de tijolos de barro cozido, e m p r e g a n d o - s e argamassa relativamente fraca ("massa podre"). Cria-se assim uma espécie de "colchão deformável", amortecedor das deformações estruturais que seriam transmitidas à parede. N o s projetos modulados, onde a última fiada de blocos praticamente faceia o componente estrutural, deve-se com muito mais razão empregar argamassa fraca em cimento. Nessa situação, tratando-se de blocos vazados, a última fiada pode ser composta por canaletas ou mcio-blocos assentados com f u r o s na horizontal (Figura 79), facilitando-se sobremaneira a execução d o e n c u n h a m e n t o . N o caso de estruturas muito deformáveis, paredes m u i t o extensas e / o u m u i t o e n f r a q u e c i d a s pela presença de aberturas, r e c o m e n d a - s e a adoção de ligações flexíveis, c o n f o r m e alínea " g " seguinte. v/ào/, : .j T , 1 1 1 1 1 I 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 I T - 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 131 1 1 Í 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 I I i i i 1; 1 i i i i •- 1 | | | 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 i 1 1 1 1 1 1 1 1 l l l l ! I 1 ^ i 0 Figura 79 Encunhamento de parede com o emprego de tijolos de barro cozido, meio blocos ou blocos tipo canaleta. Para que nào ocorra transmissão de carregamentos entre os sucessivos pavimentos, recomenda-se o máximo retardamento entre a elevação das alvenarias c o e n c u n h a m e n t o das paredes. Transcorrido certo prazo após a elevação, pode-se adotar o e n c u n h a m e n t o cm pavimentos alternados; nessa hipótese, para abrir frentes de trabalhos internos {revestim e n t o s , instalações), encunham-se dois pavimentos e pula-se o próximo, e assim sucessivamente. d) Ligações c o m estrutura metálica E m função das acentuadas diferenças entre as propriedades físicas dos aços e dos materiais constituintes das alvenarias (módulo de d e f o r m a ç ã o , coeficiente de condutibilidade térmica), particularmente nas paredes dc fachada rccomcnda-sc sempre a introdução de juntas elásticas nos e n c o n t r o s c o m c o m p o n e n t e s verticais ou horizontais da estrutura, c o n f o r m e alínea " g " seguinte. As a n c o r a g e n s p o d e r ã o ser e x e c u t a d a s c o m i n s e r t o s dc aço s o l d a d o s na e s t r u t u r a c c h u m b a d o s na p a r e d e , s e g u i n d o - s e os m e s m o s p r e c e i t o s e s t a b e l e c i d o s nas alíneas a n t e r i o r e s (bitolas, e s p a ç a m e n t o s , transpasses, e m p r e g o de m e i o - b l o c o s , canaletas, telas de r e f o r ç o no revestimento). A fim de minimizar-se o risco de fissuras, advindas dc movimentações higrotérmicas diferenciadas entre aço c alvenaria, todos os espaçamentos entre juntas de controle indicados na Tabela 40 anterior deverão ser reduzidos em 20%. e) Vergas, c o n t r a v e r g a s e c i n t a s dc a m a r r a ç ã o Com a finalidade de absorver tensões que se concentram nos contornos dos vãos, oriun- das de d e f o r m a ç õ e s impostas, devem ser previstas vergas e contravergas com tmnspasse mínimo de 40cm para cada lado do vão. N o caso de vãos sucessivos, as vergas e contravergas devem ser contínuas; cm casos especiais (janelas ou portas de grandes dimensões, paredes muito altas), vergas e contravergas devem ser dimensionadas c o m o vigas. N o caso de paredes com altura superior a 3m, devem ser previstas cintas de amarração intermediárias, dimensionadas sobretudo para absorver a ação de cargas laterais. Acima dos 5m de altura, as paredes devem ser calculadas de acordo com os preceitos das alvenarias estruturais. Vergas, c o n t r a v e r g a s e c i n t a s de a m a r r a ç ã o d e v e m ser c o n v e n i e n t e m e n t e armadas, r c c o m e n d a n d o - s e pelo m e n o s 2 0 6 m m ; p o d e m ser c o n s t r u í d a s com c o n c r e t o n o r m a l , ou m i c r o - c o n c r e t o , no caso d o p r e e n c h i m e n t o de canaletas. A prática d e a d o t a r - s e coxins laterais de distribuição (Figura 80), ao invés de contravergas contínuas, deve ser evitada: tais e l e m e n t o s n ã o têm p o d e r de redistribuir t e n s õ e s p r o v o c a d a s por movim e n t a ç õ e s térmicas, retração ou d i s t o r ç õ e s das alvenarias no p l a n o das paredes. II II II ^40 40, lU 1 n ~ir~i ii ii ii ii m u n a ZXZKZDCZirDIIZKII II IIZ D O O z i n c ii i 0 Figura 80 Vergas, contravergas e coxins de distribuição no contorno de vãos de janelas f) A l v e n a r i a s d o ú l t i m o pavimento E m função das movimentações térmicas da laje de cobertura, no último pavimento deverão ser redobrados os cuidados referentes às alvenarias de vedação, projetando-se encunhamentos deformáveis (alínea " g " seguinte), reforços mais cuidadosos nos vértices das aberturas etc. E m o u t r o t r a b a l h o d e s e n v o l v i d o p o r este autor 1 '' são sugeridos diversos detalhes para prevenir as patologias das alvenarias do último p a v i m e n t o (que p o d e r ã o ser a d o t a d o s i s o l a d a m e n t e ou de f o r m a associada, cm f u n ç ã o da i n t e n s i d a d e das m o v i m e n t a ç õ e s ) , c o n f o r m e relação seguinte. Alguns desses detalhes são r e p r e s e n t a d o s na Figura 81. • s o m b r e a m e n t o da laje; • ventilação do ático; • pintura da face superior das telhas com tinta branca ou reflexiva; • isolação térmica da laje dc c o b e r t u r a ; • inserção de juntas de dilatação na laje (solução mais eficiente); '"'THOMAZ. F.. Fissuras c m Alvenarias: Causas, Prevenção c R e c u p e r a ç ã o In Seminário Patologia y (k-Mión tle Calklad cn Ia ConNlnxxión Montevidco. 1998. • dimensionamento de cintamentos em concreto armado (antieconômicos); • adoção dc armaduras nas juntas de assentamento das últimas fiadas; • adoção de reforços mais eficientes nos vértices dos vãos de janelas; • emprego de rejuntamento flexível entre alvenaria c estrutura; • inserção de juntas de controle nas paredes do último pavimento (portas com bandeira); • inserção de tela metálica no revestimento, no encontro alvenaria / estrutura; • adoção dc apoios deslizantes entre laje de cobertura c vigamento. [j Figura 81 Último pavimento: detalhes construtivos para evitar ocorrências de fissuras e destacamentos nas paredes. 225 g) Estruturas flexíveis Sempre que as estruturas forem intencionalmente flexíveis, detalhes construtivos apropriados deverão ser adotados nos encontros das alvenarias com as vigas ou lajes, conforme Figura 82. A ancoragem superior das paredes, nesse caso, p o d e ser feita com insertos de aço (ferro •<7"; Laje flexível i\ 1 - moldura e gesso 3 - selante flexível 2 - material deformável 4 - ganchos de aço O 5 ou 6 mm 0 Figura 82 Detalhes de ligação das alvenarias com viga ou laje muito deformável. T a m b é m nos e n c o n t r o s c o m pilares d e v e r ã o ser a d o t a d a s juntas flexíveis, tanto para limitar a introdução de tensões na alvenaria pelas d e f o r m a ç õ e s da estrutura, como para evitar destacamentos em função de movimentações higrotérmicas do material. A ancoragem das paredes deve ser executada com " f e r r o s cabelo", p r o c e d e n d o - s e o acabamento com selante flexível; a Figura 83 ilustra algumas soluções construtivas para essas juntas. h) J u n t a s d c a s s e n t a m e n t o / a r g a m a s s a s d c a s s e n t a m e n t o C o n f o r m e comentário anterior, a ausência de argamassa nas juntas verticais ("juntas secas") r e p e r c u t e cm m a i o r e s ou m e n o r e s p r e j u í z o s ao d e s e m p e n h o das p a r e d e s ; nas alvenarias de vedação, há potencial risco de fissuras na argamassa de revestimento, nas © @ O' © .• • d ] solanto a) pilar revestido com tijolos cerâmicos d) junta aparente no corpo da parede E 3 maioria! doformíivol b) junta aparente na borda do pilar e) mata-juntas fixados nos pilares c) junta encaixada nc pilar f) cantoneira lixada n:> pilar D Figura 83 Ligações entre alvenarias e pilares, recomendadas para estruturas flexíveis. posições das "juntas secas", tanto cm f u n ç ã o dc eventuais d e f o r m a ç õ e s impostas c o m o em decorrência da própria retração da argamassa dc revestimento. Essa técnica de assentamento poderá entretanto ser adotada em situações específicas (paredes internas, panos com pequenas dimensões), p o d e n d o - s e também recorrer a dispositivos que contrabalancem p a r c i a l m e n t e as p e r d a s a p o n t a d a s ( i n t r o d u ç ã o dc tela metálica na argamassa dc revestimento ou introdução de barras ou treliças dc arame nas juntas de assentamento). Na p r e p a r a ç ã o de chapiscos r e c o m e n d a - s e evitar utilização de c i m c n t o s dc alto f o r n o (CP III) ou p o z o l â n i c o (CP IV); pelo fato d o chapisco ser aplicado cm fina camada, o c o r r e rápida evaporação da água dc amassamento, não havendo t e m p o para as reações dc hidratação da escória e da pozolana. Na aplicação de chapisco com rolo (normalmente traço 1:2, substituição de 20 a 30% da água dc a m a s s a m e n t o p o r resina vinílica ou acrílica), ou m e s m o cm qualquer circunstância que sc adicione as m e n c i o n a d a s resinas ao chapisco, r e c o m e n d a - s e que a aplicação preceda i m e d i a t a m e n t e a elevação da alvenaria; caso contrário, poderá ocorrer polimerização superficial da resina ("peeling"), pre- judicando a aderência entre chapisco e argamassa de a s s e n t a m e n t o (juntas no e n c o n t r o c o m pilares e vigas ou lajes). Relativamente à cal hidratada, faz-se um alerta para a presença no mercado brasileiro de p r o d u t o s mais baratos, pretensamente "substitutos da cal", constituídos na realidade p o r uma mistura de cal e filito argiloso; tais p r o d u t o s , que c o n f e r e m g r a n d e plasticidade às argamassas recém preparadas (argila é material muito plástico), trazem grandes prejuízos às argamassas, c o m o r e d u ç ã o da aderência, considerável a u m e n t o da retração de secagem e perda do p o d e r de d e f o r m a ç ã o . As areias devem ser lavadas e bem granuladas, recomendando-se areias grossas para chapisco e micro-concrcto (módulo de finura em t o r n o de 4) c areias médias para assentamento ( m ó d u l o de finura em t o r n o de 3); para c o n f e c ç ã o de m i c r o - c o n c r e t o deve-se utilizar pedrisco (dimensão máxima característica = 9,5mm). Areias com porcentagens consideráveis de material silto-argiloso (conhecidas no Brasil com diversos nomes: "saibro", "caulim", "arenoso", "areia dc estrada", "areia de barranco" etc) poderão ser utilizadas nas argamassas de assentamento, s o m e n t e em paredes que serão revestidas e impermeabilizadas. Assim mesmo, recomenda-se que esse material seja utilizado apenas na elevação de paredes internas, evitando-se seu e m p r e g o em e n c u n h a m e n t o s e ligações com pilares. O s traços adequados de chapiscos, concretos e argamassas só poderão ser estabelecidos a partir das características dos materiais a serem empregados em cada obra, incluindo-se aí os próprios blocos (com diferentes rugosidades, absorção dc água etc), e dos processos executivos a serem adotados (assentamento com colher de pedreiro ou com bisnaga, c h a p i s c o aplicado c o m colher, r o l o ou e q u i p a m e n r o de p r o j e ç ã o ) . Para os p r o c e s s o s tradicionais de construção, considerando-se as granulometrias das areias acima indicadas, r e c o m e n d a m - s e os seguintes traços indicativos: Tabela 42: Traços indicativos de argamassas para execução de alvenarias de vedação Natureza/destinação do material C o m p o s i ç ã o e m v o l u m e - materiais na u m i d a d e natural cimento cal hidratada "saibro" areia ped risco Chapisco 1 - - 3 - argamassa de assentamento* 1 2 - 9 a 12 - argamassa de assentamento 1 - 4a6 - argamassa de encunhamento 1 3 - 12 a 15 - micro-concreto 1 0,1 - 2,5 2 2 <*) para alvenarias aparentes, esse traço deverá ser alterado para 1:1 :{6 a 8) O traço da argamassa deverá ser estabelecido em f u n ç ã o das d i f e r e n t e s exigências de aderência, impermeabilidade da junta, poder de retenção de água, plasticidade requerida para o a s s e n t a m e n t o c m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o (propriedade ainda mais i m p o r t a n t e nas alvenarias de vedação, frente ao risco dc sobrecarga pelas d e f o r m a ç õ e s impostas). Para argamassas de a s s e n t a m e n t o pré-dosadas são válidas as m e s m a s exigências. O projeto das alvenarias de vedação deverá ser compatível com os projetos dc fundações e estruturas (previsão d o s recalques diferenciados e dos deslocamentos de vigas e lajes, rigidez c prazos dc retirada de cimbramentos c escoramentos residuais, plano / seqüência d e elevação das alvenarias); sempre que necessário, deverão ser previstas ligações flexíveis ou o u t r o s detalhes construtivos que assegurem c o m p o r t a m e n t o h a r m ô n i c o entre as partes. N o rcccbimcnto d o projeto das alvenarias dc vedação (modelo dc lista dc verificação no Anexo) mencionada compatibilidade deverá ser examinada. F.m linhas gerais, o p r o j e t o deverá a p r e s e n t a r especificação dc t o d o s os materiais dc c o n s t r u ç ã o necessários (incluindo traços indicativos das argamassas de a s s e n t a m e n t o e e n c u n h a m e n t o ) , memorial descritivo da c o n s t r u ç ã o (forma de locação das paredes, execução dos cantos, escoramentos provisórios frente a ação d o vento, prazos entre execu- ção da estrutura / elevação das paredes / encunhamentos, forma de fixação de marcos c contramarcos) e t o d o s os elementos gráficos necessários, ou seja: - planta da I a e 2;' fiadas, coordenação dimensional com a estrutura; - c o o r d e n a ç ã o dimensional com caixilhos, caixas de ar c o n d i c i o n a d o e outros; - coordenação / estudos das interferências c o m os projetos de estruturas, instalações, impermeabilização e o u t r o s ; - posições relativas de todas as paredes, espessuras, ângulos; - eventual necessidade de cintas ou pilaretes dc reforço (paredes altas c / o u longas); - paginação das paredes, indicando f o r m a e espessura das juntas de assentamen- to, posições e dimensões dos vãos, instalações, juntas de controle; - detalhes c o n s t r u t i v o s em geral (detalhes a r q u i t e t ô n i c o s das f a c h a d a s , ügações com pilares, e n c o n t r o s entre paredes, e n c u n h a m e n t o s , vergas, contravergas, cintas de amarração, acabamentos das juntas, presença de peitoris, fixação de caixilhos, e m b u t i m e n t o de tubulações). A execução das alvenarias deverá seguir fielmente as indicações d o projeto, referentes a materiais, detalhes construtivos (juntas, cintas e outros) e processo executivo (forma de a s s e n t a m e n t o , f e r r a m e n t a s , e s c o r a m e n t o s provisórios). E m outra publicação deste autor 159 são estabelecidas diversas r e c o m e n d a ç õ e s para a execução; no Anexo p r o p õ e - s e m o d e l o de lista de verificação para o controle da qualidade das alvenarias. E m linhas gerais, devem ser o b s e r v a d o s os seguintes cuidados: a) locação das paredes: previa conferência das posições dos c o m p o n e n t e s da estrutura, locação pelos eixos ou faces dos pilares e vigas, de a c o r d o com o projeto; b ) nível da primeira fiada: d e m a r c a ç ã o vertical das fiadas ("escantilhão"), o b e d e c e n d o m o d u l a ç ã o a d o t a d a no p r o j e t o e m a n t e n d o folga para o e n c u n h a m e n t o ; acerto da cota com argamassa ou micro-concrcto (espessura > 3cm); c) locação da cota c p o s i ç ã o dc vãos dc caixilhos, vergas e c o n t r a v e r g a s , tubulações verticais e horizontais; d ) ferros-cabelo, insertos e chapisco: locar nos pilares as posições dos ferros-cabelo e, nas vigas ou lajes, as posições d o s insertos eventualmente previstos no projeto; c) fixação d o s ferros-cabelo, a t e n t a n d o - s e para a p r o f u n d i d a d e e limpeza do furo (ar c o m p r i m i d o ) antes da aplicação da resina epoxv; f) aplicação do chapisco nas faces de pilares, vigas ou lajes: deve-se previamente limpar a superfície, r e m o v e n d o t o t a l m e n t e resquícios dc d e s m o l d a n t e s eventualmente empregados (remoção por lixamento, apicoamento ou hidrojateamento}; após u m e d e c i m e n t o d o concreto, o chapisco poderá ser aplicado com colher de pedreiro, rolo de lã ou e q u i p a m e n t o de projeção; g ) após locação das paredes e das fiadas, fixação de insertos, cura do chapisco e eventual correção do nível da laje, inicia-se o assentamento da primeira fiada, cuja exatid ã o influenciará toda a qualidade e p r o d u t i v i d a d e d o serviço; a s s e n t a m - s e inicialm e n t e os blocos das extremidades de paredes, os b l o c o s dos e n c o n t r o s entre paredes, e os blocos que delimitarão juntas de controle; h) no caso de b l o c o s vazados, a partir da segunda fiada a argamassa de a s s e n t a m e n t o deve ser aplicada em cordões, posicionados sobre as paredes longitudinais dos blocos; p r o m o v e r elevação das paredes simultaneamente em todos os vãos da estrutura, ou de acordo com indicações do projeto; i) n o s e n c o n t r o s c o m pilares, mais d o que em q u a l q u e r o u t r a p o s i ç ã o , é vital a compactação e o refluxo da argamassa; sempre que o ferro-cabelo, previsto para ser embutido na junta, cair fora da junta de assentamento, recomenda-se assentar canalcta (Figura 78 anterior), ao invés de se d o b r a r a armadura; j) durante a elevação da alvenaria, a cada 50 ou 60cm, e obrigatoriamente nas posições das cintas, vergas e contravergas, deverá ser verificado o n i v e l a m e n t o e p r u m o da parede; o p r u m o deverá sempre ser verificado cm três ou quatro posições ao longo da parede, e em todas as faces (ombreiras) dos vãos de portas e janelas; nas paredes de fachada, o p r u m o deverá ser verificado pela face externa da parede; k) nas posições das janelas e portas, caso as vergas e contravergas sejam constituídas p o r canalctas, a p ó s p o s i c i o n a m e n t o das a r m a d u r a s e c o n v e n i e n t e u m e d c c i m c n t o , estas deverão ser totalmente preenchidas c o m o micro-concreto especificado; 1) constitui excelente prática o chapiscamento das faces externas das paredes de fachada, e x e c u t a d o logo após a elevação da alvenaria, p r o t e g e n d o - a c o n t r a a incidência das chuvas c evitando posteriores problemas dc fissuras c destacamentos; m) e n c u n h a m e n t o s : os e n c u n h a m e n t o s rígidos d e v e m ser e x e c u t a d o s c o m o m á x i m o r e t a r d o possível a p ó s a c o n c l u s ã o das alvenarias em cada p a v i m e n t o , nunca antes dos dez dias; além da observância desse prazo, é recomendável que o e n c u n h a m e n t o das paredes dc um pavimento só sejam executados após instalação de todas as cargas mortas mais importantes do pavimento superior (paredes, regularização de lajes etc); n) no caso de encunhamento flexível (sem aplicação de chapisco na base da viga ou laje), o material deformávcl (poliestireno expandido, cortiça) deve ser introduzido na junta sob pressão, devendo para tanto apresentar espessura um pouco maior do que a folga; o ) juntas de c o n t r o l e : inserir nas juntas especificadas os f e r r o s de ligação, c o n t r o l a r regularidade e abertura da junta, introduzir o material de enchimento; acabamento de acordo com o projeto. Relativamente aos controles durante a execução das alvenarias, pode-se apontar: - rigidez, posicionamento e prazos de retirada dos cimbramentos residuais da estrutura; - prazo entre concretagcm da laje d o pavimento e início das alvenarias; - verificação das posições das paredes, dos eventuais e n c h i m e n t o s nas suas bases e da adequação das folgas para e n c u n h a m e n t o ; - verificação do posicionamento das juntas de controle, dos vãos de caixilhos e das instalações, cm estrita obediência ao p r o j e t o executivo; - traços dc argamassas, chapiscos e micro-concretos; - posições e bitolas dos ferros-cabelo e outros insertos; - a m a r r a ç ã o , espessura, regularidade, c o m p a c t a ç ã o , a l i n h a m e n t o , nível e p r u m o das juntas dc a s s e n t a m e n t o ; - amarração, ângulo c presença de a r m a d u r a s nos e n c o n t r o s entre paredes; - p r u m o das paredes, p r u m o , nível e ângulos entre os requadros dos vãos; - posições de vergas, contravergas e cintas de amarração; - a r m a d u r a s , u m e d e c i m c n t o c c o n c r e t a g e m de vergas, c o n t r a v e r g a s c cintas dc amarração; - verticalidade dos caixilhos e correta fixação na alvenaria; - compactação da argamassa ou micro-concreto nos e n c o n t r o s com pilares; - prazo decorrido entre o t e r m i n o da alvenaria c seu e n c u n h a m c n t o ; - c o m p a c t a ç ã o d o material no e n c u n h a m c n t o ; - largura das juntas de controle, correta inserção do material dc enchimento e dos ferros de ligação; - aplicação dc selante em juntas de controle, nos e n c u n h a m e n t o s flexíveis c nas juntas a p r u m a d a s dc paredes externas. 3.4 | Qualidade no projeto e na execução de revestimentos em argamassa N o s p r o j e t o s arquitetônicos d o s edifícios c c o m u m e n c o n t r a r - s e a especificação, ou o simples registro cm pranchas específicas, dc "revestimento cm argamassa". Como sc houvesse uma única argamassa, única f o r m a dc acabamento, bases sempre iguais, obras executadas sempre n o m e s m o local, pintadas sempre com a mesma tinta, idênticas condições dc exposição interna e e x t e r n a m e n t e à edificação. D e fato, os recursos de um material moldável, em semelhança ao concreto, têm sido mal e x p l o r a d o s nas soluções arquitetônicas; exceção feita aos p r o c e s s o s relativamente c o n - 233 vencionais da massa raspada e do "travertino" com o e m p r e g o de argamassas industrializadas, p o u c o se tem visto no que tange ao a p r o v e i t a m e n t o dos recursos plásticos do material. Algumas iniciativas consistem na e s t a m p a g e m d o revestimento (detalhes em baixo relevo, c o m o no c o n c r e t o e s t a m p a d o ) , na i n s e r ç ã o dc calotas salientes ou na moldagem de fasquias ("dente de serra"), c o n f o r m e representado na Figura 84. • • •!1 l 1 ••;"•.h.' i , " i •• • •• .I Cal x Aditivos O r g â n i c o s Tcchne - ReviMa d c Tecnologia tia Qmvtrução n ' 11 Fxlüor» Pini.São Paulo, jul/ago 199 í. — a r g a m a s s a s no e s t a d o e n d u r e c i d o : as a r g a m a s s a s aditivadas a p r e s e n t a m menor m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o , m e n o r a b s o r ç ã o / d i f u s ã o de água, m e n o r retração de secagem; para c o n s u m o s razoáveis de c i m e n t o (1:5 ou 1:6, p o r exemplo) n ã o o c o r r e d i m i n u i ç ã o sensível da aderência, em relação às argamassas mistas; já p a r a t r a ç o s c o m p o u c o c o n s u m o d e c i m e n t o (1:9), a d i m i n u i ç ã o na aderência c o m o s u b s t r a t o (blocos c e r â m i c o s ou b l o c o s de concreto} é bastante significativa. E m função d o grande n ú m e r o de variáveis em jogo, é relativamente difícil o estabelecim e n t o de traços indicativos para as argamassas de revestimento, posição que foi assumida na n o r m a l i z a ç ã o técnica brasileira q u e rege o a s s u n t o . Lejeune 1 8 0 explica q u e na França, de acordo com o D T U (Documcnt Téchnique Unifée) 26.1 emitido pelo CSTB Centre Scientifique et 7'echnique du Batiment para argamassas de revestimento, e consid e r a n d o granulometrias específicas das areias, os traços r e c o m e n d a d o s para revestimento tradicional, em três camadas (chapisco, e m b o ç o e reboco), sào aqueles indicados na Tabela 43 a seguir: Tabela 43: Traços recomendados para argamassas de revestimento (Fonte: CSTB) Camada Características Consumo de aglomerante (kg/ms) cimento Chapisco 500 / 600 1 : 0 : (2,1 a 2,6) - 200 / 350 100/150 1 : (0,5 a 1,3): (4,3 a 8,3) 100/250 50/150 1 : (0,4 a 2,7): (6,4 a 16) Argamassa mista (250 a 350 kg/m1) 240 (cimento : cal : areia) Argamassa mista (350 a 450 kg/m») Relx>co n Argamassa simples (500 a 600 kg/m1) Emboço cal hidratada Traço em volume O SU|>ondo: y,.„ = 3,1 g/cm'; Y E R U Tipo de Massa Módulo de Resistência Retenção argamassa específica elasticidade à tração de água (kg/m») (MPa) (MPa) (%) (g/dm\min) 1 < 1.200 < 5.000 < 1,5 < 78 < 1/5 2 1.000 a 1.400 3.500 a 7.000 1,0 a 2,0 72 a 85 1,0 a 2,5 3 1.200 a 1.600 5.000 a 10.000 1,5 a 2,7 80 a 90 2,0 a 4,0 4 1.400 a 1.800 7.500 a 14.000 2,0 a 3,5 86 a 94 3,0 a 7.0 5 1.600 a 2.000 12.000 a 20.000 2,5 a 4,0 91 a 97 5,0 a 12,0 6 > 1.800 > 16.000 >3,0 95 a 100 > 10.0 C Capilaridade <•) «i aparente contradição entre os valores de massa específica e capilaridade (maior massa específica, maior capilaridade) deve-se à introdução de aditivos incoqx>radores de ar nas argamassas. Assim, as argamassas com maior teor de ar incorporado (bolhas oclusas), com menor massa es|>ecííica aparente, apresentam-se menos jjermeáveis. C o m base nas características a p r e s e n t a d a s na Tabela 44, passíveis dc serem atingidas mediante estudos de dosagem, o CSTB recomenda que as argamassas sejam empregadas de acordo com as indicações da Tabela 45: O d e s e m p e n h o das argamassas de revestimento dependerá sobremaneira das condições da base (limpeza, porosidade etc) e da f o r m a de execução d o s serviços; a aplicação de uma camada de ancoragem (chapisco) é vital para que seja otimizada a aderência c o m superfícies muito lisas ou materiais p o u c o higroscópicos; além disso, o chapisco tem a capacidade dc regularizar as p r o p r i e d a d e s higroscópicas das alvenarias (diferenças nas p r o p r i e d a d e s físicas das argamassas de a s s e n t a m e n t o e d o s c o m p o n e n t e s de alvenaria). Tabela 4 5 : Argamassas de revestimento recomendadas para os diferentes tipos d e obras (Fonte: C S T B ) Tipo de aplicação ou condições climáticas Característica da parede Condições climáticas Argamassa recomendada (classificação MERUC) Fachadas expostas à chuva C - 1 ou C - 2 Paredes sujeitas a impactos E - 3 ou R - 3 Paredes em contato com solo M - 4 , R - 3 ou C - 2 Tempo quente ou com vento U - 5 ou U - 6 Clima trio M - 5 ou M - 6 Acabamento raspado M - 5 ou M - 6 na aplicação Para m e l h o r a r a a d e r ê n c i a d o r e v e s t i m e n t o c o m as bases, e t r a d i ç ã o o e m p r e g o dc chapisco no traço 1 : 3; recentemente, vem se utilizando na construção brasileira chapisco aplicado com rolo de lã ou rolo para textura ("chapisco rolado"), com a adição quase que i n d i s c r i m i n a d a d e resina acrílica, resina PVA e o u t r a s . Candia 1 8 2 desenvolveu estudo experimental sobre a aderência dc uma argamassa f r e q ü e n t e m e n t e utilizada nos canteiros de obra (traço 1 : 1 : 6) e de uma argamassa industrializada (massa única), aplicadas sobre três bases distintas: blocos de concreto, blocos cerâmicos c concreto estrutural. As aplicações foram feitas diretamente sobre as bases (ora sccas, ora úmidas), sobre chapisco convencional (traço 1 : 3) e sobre chapisco rolado, e m p r e g a n d o - s e três resinas distintas adquiridas no m e r c a d o . O s e s t u d o s de Candia c o n f i r m a r a m a maior aderência dos revestimentos aplicados cm blocos dc concreto (f , f = 0,4 MPa para a argamassa industrializada), situação cm que a presença ou ausência de chapisco e a pré-umidificação ou não d o s blocos praticamente não teve influência. Para os b l o c o s cerâmicos c para o c o n c r e t o estrutural, ainda com base nos resultados obtidos para a argamassa industrializada (melhor desempenho que a 242 CANDIA. M . O : FRANCO. L.S Contribuição ao Estudo d a s T é c n i c a s d c Preparo da Base n o D e s e m p e n h o d o s Revestimentos d c Argamassa Escola Politécnica da Universidade d c Sck> Paulo. Boletim Técnico BT/1X:C/22.V S i o Paulo, 1WK. argamassa 1 : 1 : 6), a aplicação de chapisco convencional a u m e n t o u consideravelmente a aderência entre o revestimento e a base (f aderência não foi satisfatória (f |cr k = 0,3 MPa). Para os chapiscos rolados a = 0,15 MPa), chegando em alguns casos a ser inferior à aderência desenvolvida pela argamassa aplicada d i r e t a m e n t e s o b r e a base. Carasek 1 *' realizou abrangente trabalho sobre a aderência de argamassas de revestimento, pesquisando a influência das composições (6 argamassas, três produzidas no laboratório c três industrializadas), d o tipo de bloco (concreto, cerâmico estrutural, cerâmico de vedação, sílica-cal, concreto celular e concreto leve) e do teor de umidade dos blocos por ocasião da aplicação do revestimento (blocos secos, blocos c o m umidade entre 1 e 10%, blocos com umidade superior a 20%). As principais conclusões obtidas no estudo foram: a) todas as variáveis testadas a p r e s e n t a m diferenças significativas, c o m interações importantes na maioria das vezes; b ) o principal fator que rege a aderência é o c o n s u m o de cimento da argamassa; c) para qualquer tipo de bloco, os melhores resultados de aderência foram obtidos com os b l o c o s secos; Carasek a f i r m a e n t r e t a n t o que " o e f e i t o geral da m o l h a g e m d o s substratos é positivo para o a u m e n t o da extensão da aderência"; d ) os melhores resultados de aderência foram verificados para os blocos de concreto c cerâmico estrutural; c o n c r e t o celular, c o n c r e t o leve e sílica-cal apresentaram valores intermediários; o pior resultado foi obtido com o bloco cerâmico de vedação, não se e n c o n t r a n d o justificativas plausíveis para o fato; e) pela observação da interface argamassa x parede d o bloco, com técnicas dc raios X, verificou-se penetração da fase líquida da pasta de aglomerante nos p o r o s da cerâmica, c o m p r o f u n d i d a d e variável entre 100 e 160Ü|im; CARASEK. H.: DJANIKIAN.J.G. Aderência d e Argamassas a Base dc C i m c n l o Portland a Unidades d c Alvenaria Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Boletim Técnico BT/l*CC/l79.São Paulo. 1997. f) c o m base em o b s e r v a ç õ e s ao m i c r o s c ó p i o eletrônico d e varredura, a autora afirma que "a aderência é um f e n ô m e n o mecânico decorrente do intertravamento de cristais de etringita no interior dos p o r o s do substrato cerâmico". Fiorito 51 efetuou avaliação da retração de argamassas de cimento e areia (traços 1:3, 1:4, 1:5 e 1:6), e de argamassas de cimento, cal e areia (traços 1:0,5:5 e 1:3:12), concluindo que todas apresentam aproximadamente a mesma retração, ou seja, da ordem de 0,06%. Dessa f o r m a , a ocorrência dc fissuração nas argamassas dc revestimento estaria diretamente associada ao seu m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o , ou seja, argamassas mais rígidas estariam mais p r o p e n s a s às fissuras de retração. Joisel 1 " 4 apresenta formulação para a previsão da a b e r t u r a e d i s t a n c i a m e n t o das fissuras de r e t r a ç ã o nas argamassas, em f u n ç ã o d o índice dc r e t r a ç ã o , d o m ó d u l o de d e f o r m a ç ã o da a r g a m a s s a c da e f e t i v i d a d e da sua aderência c o m a base. A a d e r ê n c i a c a r e t r a ç ã o , talvez as p r i n c i p a i s p r o p r i e d a d e s das a r g a m a s s a s de rev e s t i m e n t o , n ã o d e p e n d e m a p e n a s das p r o p r i e d a d e s d o m a t e r i a l : c o m o já foi o b s e r v a d o , i n f l u e m d e c i s i v a m e n t e as c o n d i ç õ e s a m b i e n t a i s ( v e n t o s , sol) e as caracter í s t i c a s da b a s e . D e t r i c h e 1 8 5 r e a l i / o u pesquisas m u i t o interessantes c o m argamassas dc r e v e s t i m e n t o , i n v e s t i g a n d o o s m e c a n i s m o s c as c o n s e q ü ê n c i a s da p e r d a da água de a m a s s a m e n t o das argamassas, tanto para a base c o m o para o ambiente. No estudo foram utilizadas argamassas dosadas em volume, aplicadas com espessura de 1 2 m m s o b r e u m a m a n t a d e p l á s t i c o ( a r g a m a s s a de r e f e r ê n c i a ) , b l o c o s de c o n c r e t o ou b l o c o s c e r â m i c o s (uma c e r â m i c a c o m d i â m e t r o m é d i o d o s capilares equiv a l e n t e a 0 , 2 6 | i m , e a o u t r a c o m d i â m e t r o e q u i v a l e n t e a 2 , 5 0 f i m ) . As p r i n c i p a i s observações foram: 244 JOISHL.A. Fisuras y (írietas c n M o n c r o s y Hormlgoncs: s u s Causas y Remédios P Kdicio, Editores Técnicos Associados. Barcelona. 19"5. DETR1C.HE,C. H.; MASO.J. C. DifTcrential Hydration in Rcndcring Mortars Cernem and Oincrete Research.Volume 16. pp 429-Í39. I V y a n u m Press Ud. IW6. a) relativamente à c o m p o s i ç ã o da argamassa, a perda de água é regida pelas propriedades d o aglomerante (poder de retenção) e pelo traço: q u a n t o maior a quantidade de areia, maior a velocidade e quantidade da água evaporada ou a b s o r v i d a pela base; b ) variações da espessura da camada dc revestimento influenciam sobremaneira a evaporação da água de amassamento, c o n f o r m e se p o d e visualizar na Figura 88: argamassa espessura 7,5 mm D Figura 88 Secagem das argamassas: influência da espessura da camada do revestimento c) o diâmetro dos poros capilares do material da base é o principal fator que determina a velocidade inicial de secagem das argamassas, s e n d o muito importantes os ensaios dc absorção dc água inicial (IRA); c o n f o r m e Figura 89, ocorre variação muito acentuada em f u n ç ã o da natureza da base; , cmfc>o<;ç> cva 2$ concrolo cfrtf»;o cu-a L Secagem por absorção capilar: influência da espessura da parede do bloco. Detriche conclui que o processo de secagem das argamassas é o fator mais importante a determinar as suas propriedades, tanto nas primeiras idades c o m o nas idades mais avançadas: " u m a mesma argamassa, aplicada sob condições diferenciadas de secagem durante as primeiras horas após a aplicação, deve ser considerada c o m o dois materiais distintos, c o m propriedades físicas e mecânicas muito distintas". Previamente à execução dos revestimentos em argamassa, deve-se conferir a regularidade das paredes, a verticalidadc dos marcos dc portas c janelas, o embutimento dc tubulações e dutos de eletricidade, das caixas de tomadas c interruptores, enfim, de todos equipamentos previstos para serem embutidos nas paredes. O s testes de estanqueidade de tubulações de água fria, água quente, esgotos e águas pluviais também já deverão ter sido realizados. A boa execução dos revestimentos em argamassa inicia-se pela correta seleção e conrrole dos materiais a serem empregados. Areias muito finas, com distribuição granulométrica descontínua, areias c o n t e n d o excesso de material argiloso ou m e s m o pirita (manchas de ferrugem nas fachadas) não devem ser utilizadas; muitos p r o d u t o s oferecidos no mercado c o m o substitutos da cal não passam de filito argiloso moído, com todas as propriedades indesejáveis das "areias de estrada", a n t e r i o r m e n t e comentadas. Q u a n t o ao preparo, os materiais devem ser bem homogeneizados, utilizando-se betoneiras ou argamassadeiras. N a mistura é s u m a m e n t e i m p o r t a n t e a correção da umidade da areia: umidades entre 3 e 6 % c o r r e s p o n d e m em geral a coeficientes de inchamento em t o r n o de 25%; se esta correção não for considerada, certamente estaremos p r o d u z i n d o argamassas ricas em a g l o m e r a n t e e água, c m u i t o ricas t a m b é m no q u e diz respeito à retração e às fissuras. A prévia preparação e o p r a z o de descanso das argamassas dosadas c o m cal são i n d i s p e n s á v e i s para q u e o c o r r a total a p r o v e i t a m e n t o da c a p a c i d a d e plastificantc d o material. As bases muito absorventes ou ressecadas sempre requerem prévio umedecimento, c o m cuidados especiais no chapiscamento; n ã o é raro observar-se chapiscos onde, pela rápida e v a p o r a ç ã o da água, a h i d r a t a ç ã o d o c i m e n t o foi a p e n a s i n c i p i e n t e m e n t e iniciada ("chapisco q u e i m a d o " , no jargão das obras). Revestimentos dc fachadas executados sob f o r t e insolação, ou em dias c o m ocorrência de v e n t o , exigem p r o c e s s o de cura úmida. Para que se d e s e n v o l v a razoável aderência c o m o c o n c r e t o e s t r u t u r a l ( p r o b l e m a s de d e s c o l a m e n t o s em tetos são relativamente f r e q ü e n t e s ) é vital a c o m p l e t a r e m o ç ã o de dcsmoldantcs; a prévia cscarificação d o c o n c r e t o constitui excelente prática. A execução dos revestimentos requer cuidados especiais nos r e q u a d r a m e n t o s dos vãos, no c o r r e t o c a i m c n t o dos peitoris, na execução das e m e n d a s ou juntas de trabalho, na f o r m a c no t e m p o dc d c s c m p c n a m c n t o (em excesso, p r o v o c a e x s u d a ç ã o da nata d e a g l o m e r a n t e para a superfície do revestimento, g e r a n d o micro-fissuras superficiais). A b o a técnica exige ainda aplicação em camadas de p e q u e n a espessura (em média 2cm), ligeira cscarificação entre camadas sucessivas, respeito aos pra/.os necessários para que o c o r r a m o e n d u r e c i m e n t o e a retração da camada anterior. Lejeune 1 *" adverte que as patologias dos revestimentos em argamassa geralmente ocorrem p o r desrespeito ao n ú m e r o de camadas c / o u execução m u i t o rápida d o s serviços, bases e x c e s s i v a m e n t e ressecadas (água da a r g a m a s s a chega a e v a p o r a r na aplicação), sem n e n h u m cuidado de cura, pelo e m p r e g o de materiais ou de traços inadequados. 3.5 0 Qualidade no projeto e na execução de revestimentos cerâmicos C o m relação aos pisos, c o n f o r m e analisado no Capítulo I, os problemas mais freqüentes são as irregularidades g e o m é t r i c a s ( e m p o ç a m e n t o s , c a i m e n t o s invertidos), pisos m u i t o rústicos ou muito escorregadios, fissuras de retração em pisos cimentados, infiltração de água nos e n c o n t r o s c o m p a r e d e s e d e s c o l a m e n t o de revestimentos cerâmicos 'pisos c paredes). I n d e p e n d e n t e m e n t e d o material de a c a b a m e n t o , este autor 18 '" relembra que no p r o j e t o dos pisos devem ser considerados antes de mais nada: • definição da rugosidade do piso: por exemplo, superfícies lisas o n d e a principal exigência é a higiene (centros cirúrgicos, laboratórios) e pisos a n t i d e r r a p a n t e s em escadarias, cozinhas industriais, pisos externos, rampas c o m declividade superior a 3%; • compatibilizaçao das dimensões dos pisos com as dimensões das placas cerâmi- cas, p r o c u r a n d o - s e evitar recorte de peças; • diferenciação de cor entre pisos c o n t í g u o s c o m diferenças de cota de até 2 ou 3cm, ou pelo m e n o s identificação visual da mudança dc cota através do emprego de soleiras; • especificação dos caimentos e das cotas dos pisos, cotas de soleiras e de ralos, c o t a s dc bacias sanitárias c de o u t r o s a p a r e l h o s , c o n s i d e r a n d o espessura das camadas de separação, a s s e n t a m e n t o , regularização e impermeabilização. Q u a n t o aos caimentos, verifica-se usualmente: Tabela 4 6 : Caimentos recomendados para os pisos das edificações Tipo de ambiente / dependência Ambientes de estar Caimentos usuais 0 a 0,5% Banheiros e cozinhas 0,5 a 1 , 0 % Box de chuveiro 1,0 a 2 , 0 % Pisos externos 0,5 a 1 , 5 % Terraços / lajes de col>ertura 1,0 a 2 . 0 % E m qualquer caso, o p r o j e t o deve a p r e s e n t a r t o d o s os c o r t e s e detalhes c o n s t r u t i v o s necessários, além dos desenhos de paginação das placas nos pisos: deverão ser indicadas larguras e tolerâncias das juntas entre as placas, das juntas de dessolidarização e das '"THOMAZ.E..HACWC.H V F. C o m o Construir Piso Cerâmico Téclme - RcviMa de Tecnologia da Construção N" l . p p SI-S4. Editora Pini.Sã» Paulo, nov/ dez 1992. eventuais juntas de m o v i m e n t a ç ã o . T a m b é m os detalhes para a execução d o piso n o s e n c o n t r o s c o m ralos e c o m o b s t á c u l o s verticais (Figura 92), i n d i c a n d o - s e claramente o n d e deverão ser assentadas as peças recortadas no caso em que não ocorra coordenação dimensional entre as dimensões dos pisos c das placas, ou mesmo quando a coordenação é impossível em f u n ç ã o de irregularidades geométricas da obra (estrutura e alvenarias). hall d o s I2.$4 • quartos banheiro 12.91 ^ rodapés taimen» ce 2% box do chuveiro banheiro 1.0 ralo sifonado O ponto vaso sanilário isopor espessura 1 c m rejuntamento com selante cerâmica: 29.5 x29,5cm •—^ Junta: 5mm sentido do assentamento caimento do piso Q Figura 92 Exemplo de paginação de piso, com indicação de cotas, caimentos, pontos de esgoto, juntas de dessolidar zação e sentido do assentamento das placas. As c a m a d a s de s e p a r a ç ã o (papel k r a f t , p a p e l ã o b e t u m a d o , filme de polietileno) sào necessárias s e m p r e que f o r e m previstas d e f o r m a ç õ e s a c e n t u a d a s para as lajes dc suporte (flechas acima de L / 3 5 0 , por exemplo), retração ou movimentações higrotérmicas c o n s i d e r á v e i s d o p i s o ; a p r e s e n ç a de c a m a d a d e i m p e r m e a b i l i z a ç ã o , r e c o b e r t a c o m p a p e l k r a f t ou f i l m e de p o l i e t i l e n o , já c o n f i g u r a a s e p a r a ç ã o m e c â n i c a e n t r e laje e 250 revestimento. Para evitar-se o d e s t a c a m e n t o das placas de cerâmica, além da eventual introdução de camada de s e p a r a ç ã o entre o piso e lajes de s u p o r t e , é r e c o m e n d a d a a introdução de j u n t a s de d e s s o l i d a r i z a ç ã o e n t r e o p i s o e o b s t á c u l o s verticais (pilares, paredes, p l a t i b a n d a s ) , c o n f o r m e Figura 93, s e m p r e q u e a d i m e n s ã o d o p i s o e x c e d e r 8m em a m b i e n t e s i n t e r n o s ou 5m no caso de pisos e x p o s t o s às intempéries. Q Figura 93 Junta de dessolidarização no encontro com obstáculos verticais. A i n t r o d u ç ã o d e j u n t a s i n t e r m e d i á r i a s d e m o v i m e n t a ç ã o t a m b é m é essencial p a r a evitar os d e s t a c a m e n t o s , p r i n c i p a l m e n t e n o c a s o de p i s o s e x t e r n o s d e g r a n d e s dim e n s õ e s ; c o n s i d e r a n d o o eventual r e f o r ç o c o m tela metálica da c a m a d a de regulariz a ç ã o e / o u a s s e n t a m e n t o (por e x e m p l o aço ({) 3 , 2 m m - m a l h a lOxlOcm), r e c o m e n d a m se os e s p a ç a m e n t o s m á x i m o s i n d i c a d o s na T a b e l a 47. Para a e x e c u ç ã o d e s s a s juntas p o d e r ã o ser a d o t a d o s p e r f i s p r é - f o r m a d o s de material resiliente ou acabamento c o m s e l a n t e s e l a s t o m é r i c o s p o l i m e r i z a d o s n o local, c o n f o r m e F i g u r a 94, s e n d o obrigatória a disposição de juntas em p o s i ç õ e s coincidentes c o m as juntas estruturais eventualmente presentes. Tabela 47: Pisos - distâncias máximas recomendadas entre juntas de movimentação Camada de regularização e/ou assentamento Com camada de separação Sem camada de separação Piso interno Piso Externo Piso Interno Piso Exterro Com tela metálica 7,5m 6,0m 6,0m 4,5m Sem tela metálica 5,0m 4,0m 4,0m 3,0m 10 a 20mm o o. o . o o '." o o primer e fundo de junla QO -O. O O ** "o proteção loferal/rejunte com selante 0 Figura 94 Juntas de movimentação intermediárias em pisos. E m edifícios multi-piso, a presença dc camada dc impermeabilização nos pisos molháveis é imprescindível, principalmente em d e p e n d ê n c i a s com continuada presença de água (box de chuveiro, lavanderia, terraços); recorda-se que os pisos em cerâmica não são impermeáveis (infiltrações dc água através do rejunte, particularmente nas pequenas depressões d o piso) e o c o n c r e t o t a m b é m n ã o é i m p e r m e á v e l ; m e s m o cjue o f o s s e , s e m p r e haveria possibilidade de infiltrações através de fissuras que viessem a ocorrer nas lajes. O s encontros com ralos ou outros p o n t o s de esgoto sempre merecem atenção especial; nos encontros c o m p a r e d e s é s e m p r e recomendável a i n t r o d u ç ã o dc r o d a p é no piso molhávcl. N o caso de pisos cerâmicos, c o n s i d e r a n d o a g r a n d e diversidade de materiais prevista na n o r m a NBR 13.818 1 * 7 ( G L - esmaltados e U G L - não esmaltados; prensados e extrudados, d i f e r e n t e s classes de a b s o r ç ã o dc água, d i f e r e n t e s classes dc resistência à abrasão), há 252 ABNT - Associação Brasileira dc Normas Técnicas. Placas c c r â m i c a s para Janeiro. 1997. revestimento - Especificação c m é t o d o s d c ensaio • NBR 15HIX/V7, Rio d e necessidade de especificar-se em detalhes o tipo de placas cerâmicas, a d a p t a n d o - a s às necessidades d o recinto (intensidade d o tráfego, eventual presença de p r o d u t o s químicos, altas ou baixas temperaturas). C o m base nas classificações adotadas pela referida n o r m a , e nos respectivos m é t o d o s dc ensaio, recomenda-se a especificação dos seguintes tipos d e placas cerâmicas: Tabela 48: Recomendações para a especificação de placas cerâmicas para piso. Absorção Dureza Resistência à abrasão Resist. Resist. de água Mohs CL UGL a manchas química máx. 1 0 % 2:6 PEI £ 3 £ 600mm J £ 3 máx. 6 % >6 PEI > 3 < 500mm* >3 min. C máx. 3 % £ 7 PEI £ 3 £ 500mm J £ 3 min. C máx. 6 % >7 PEI > 4 < 400mm* >4 min. B máx. 3 % 2:8 5 £ 200mm» 2:4 min. 8 máx. 3 % >8 5** < 50mm J >4 min. B máx. 1 % >8 PEI > 4 < 200mm> 5 A máx. 1 % >8 5** < 50mm J 5 A Residências • Dormitórios, salas - de estar • Cozinhas, banheiros. corredores • Pisos externos, garagens Escritórios, pequenas lojas, hotéis Repartições públicas, bancos, padarias Shoppings, metrô, aero|X>rtos, escolas 1 lospitais, laboratórios, bares, restaurantes Ambientes industriais agressivos" <•) laticínios, destiladas, galvanoplastia, curtumes, conservas, produtos químicos e farmacêuticos etc. <**) rm corredores essoas, ou em ambientes industriais muito agressivos, utilização «le empilhadeiras etc, não se recomenda o emprego de pisos esmaltados. 253 Relativamente à resistência ao i m p a c t o das placas cerâmicas, a n o r m a NBR d e f i n e e n s a i o s c o m e s f e r a de aço de 0 13.818/97 19mm, a b a n d o n a d a da altura de l m , o que c o r r e s p o n d e à energia de aproximadamente 0,42J; a norma não estabelece o valor mínim o do coeficiente dc restituição (indicando que este deva ser acordado entre fornecedor e c o n s u m i d o r , em f u n ç ã o da aplicação específica da placa cerâmica), a d m i t i n d o ainda que, s o b ação do impacto, p o s s a m o c o r r e r lascamentos e " r a c h a d u r a s radiais menores que 2 m m " . Considera-se a solicitação de 0,42) muito pequena, sendo que o IPT 188 estabelece para os pisos em geral que: " s o b ação dc impactos de c o r p o duro com energia de 5J (altura de queda de 50cm de esfera de aço com massa de lOOOg) não devem ocorrer fissurações, estilhaçamentos, escamações ou o u t r o s d a n o s similares". Ainda c o m o elementos dc projeto recomenda-se para as placas cerâmicas a especificação d o s seguintes p a r â m e t r o s : coeficiente de atrito das placas cerâmicas: • caimento até 1,5% —» coeficiente de atrito > 0,3 • caimento entre 1,5 c 3% —» coeficiente • caimento > 3% de atrito > 0,5 —> "placas cerâmicas anti-derrapantes"; • coeficiente de expansão higroscópica < 0 , 3 m m / m ou 0,03% (a despeito da norma NBR 13.818 indicar o valor dc 0 , 6 m m / m c o m o limite a partir d o qual poderão o c o r r e r patologias); • para pisos sujeitos a solicitações mecânicas importantes (garagens, empilhadeiras): placas cerâmicas com espessura > 8mm e Módulo tle Resistência à Flexão > 22 MPa; • atmosferas agressivas ou ambientes industriais: revestimento e rejuntamer.to antiácido; • ao nível do t e r r e n o , execução d o piso s o b r e lastro de brita e / ou camada de impermeabilização, visando prevenir a f o r m a ç ã o de eflorescências; 254 "" Instituto dc- IVsquisasTecnológicos d o Estado ck- s i o Paulo - IIT. Critérios Mínimos dc D e s e m p e n h o para Habitações T é r r e a s d c Interesse Social São Paulo. 1997. • no caso dc cores m u i t o escuras em pisos e x t e r n o s , r e d o b r a r a t e n ç ã o c o m as juntas de assentamento e as juntas de dessolidarização / movimentação; • em f u n ç ã o d o t a m a n h o da placa, a d o t a r juntas de a s s e n t a m e n t o c o m largura mínima dc: piso interno externo - peças 15xl5cm: 3mm 4mm - peças 20x20cm: 4mm 6mm 5mm 8mm. - lado > 20cm: Relativamente à execução dos pisos cerâmicos, cujas deficiências p o d e r ã o também causar diferentes patologias, os principais cuidados r e c o m e n d a d o s são: a) empregar na obra, ou pelo menos no mesmo ambiente, peças procedentes d o m e s m o lote de f a b r i c a ç ã o ( m e s m o c ó d i g o em cada caixa); c o n f e r i r d a d o s de p r o d u ç ã o em cada caixa de placas cerâmicas (cor, tonalidade, código de p r o d u ç ã o , tamanho); b) antes do início do a s s e n t a m e n t o c o n f e r i r tipo c q u a n t i d a d e disponível da cerâmica; recusar lotes cujas placas a p r e s e n t e m excesso de cinzas ou e n g o b c no tardoz, o que viria a prejudicar a aderência, ou placas cerâmicas cujo r e c o b r i m e n r o do esmalte nos b o r d o s das placas n ã o atinjam 2 a 3 m m ( p o d e n d o causar m a n c h a s p o r absorção de água); c) o c o r r e n d o p e q u e n a s d i f e r e n ç a s nas d i m e n s õ e s m o d u l a r e s estabelecidas no p r o j e t o , estas poderão ser redistribuídas nas juntas entre as placas (utilizando-se número inteiro de peças) e nos e n c o n t r o s com as paredes (sob rodapés); d) antes do início do serviço, proceder teste de cstanqucidadc de impermeabilizações (box de chuveiro, etc) e de instalações hidráulicas; certificar-se de que estão executadas e corretamente posicionadas todas as instalações que resultarão embutidas no piso; e) antes d o início d o a s s e n t a m e n t o providenciar c o n f e r ê n c i a de níveis e cotas (mesmo no caso de lajes "zero"), do posicionamento de ralos c outros eventuais equipamentos; f) aguardar pelo m e n o s 10 dias entre c o n c r c t a g e m de lajes / execução de camadas de regularização e o a s s e n t a m e n t o das placas cerâmicas; antes do a s s e n t a m e n t o , limpar e umedecer a base; para bases muito lisas, apicoar a superfície e / ou aplicar chapisco 1:3; g) no caso dc cerâmica com absorção de água superior a 6%, submergir as peças durante em água 5 a 10 minutos, deixando escorrer bem antes do assentamento; para placas com dimensões excedendo 20x20cm, chapiscar previamente o tardo/, das peças; h) iniciar a s s e n t a m e n t o nos cantos indicados no projeto, ou nas posições das eventuais juntas dc dcssolidarização c m o v i m e n t a ç ã o , c o n s t i t u i n d o guias; a largura d e referidas juntas p o d e r á ser g a r a n t i d a c o m a i n t r o d u ç ã o de s a r r a f o s de madeira ou placas de poliestireno expandido; i) empregar linhas esticadas e espaçadores entre as placas cerâmicas, demarcando fiadas; utilizar régua dc alumínio para manter a perfeita linearidade das juntas; para assentamento com argamassa —» traço indicativo 1 : 4 (cimento e areia média lavada, em volume); j) no assentamento, polvilhar c i m e n t o sobre a argamassa ou aplicar pasta de cimento e areia fina traço 1:1 em v o l u m e , p r e p a r a d a com antecedência de a p r o x i m a d a m e n t e 30 minutos; prover " b a t i m e n t o " das peças c o m martelo de borracha e / o u desempenadeira de madeira, a fim de atingir perfeita coplanaridade entre as mesmas; k) a d o t a r f e r r a m e n t a s a p r o p r i a d a s para os cortes necessários das peças, inclusive n o s e n c o n t r o s com ralos (serras tipo c o p o ou dispositivos semelhantes); I) logo a p ó s o a s s e n t a m e n t o , limpar c o m p a n o ú m i d o ou saco de e s t o p a a nata de c i m e n t o refluída para a face do piso; no caso de placas c o m superfícies rugosas (piso a n t i - d e r r a p a n t e ) , friccionar c o m p e q u e n a q u a n t i d a d e de areia, b e m fina e bem seca, nunca utilizando na limpeza palha dc aço ou p r o d u t o s ácidos; m) a p ó s 3 ou 4 dias d o a s s e n t a m e n t o , examinar a presença de peças soltas (sem cavo q u a n d o percutidas); substituir placas eventualmente soltas e rejuntar, utilizando rejunte industrializado ou c i m e n t o e areia fina (neste caso recomenda-se adicionar = 2 0 % de resina acrílica na água dc amassamento), observando-se os seguintes traços indicativos: • juntas < 2 m m —» 3 : 1 (cimento e areia) • juntas entre 2 e 5mm — > 1 : 1 (cimento e areia) • juntas > 5mm —» 1 : 2 (cimento e areia); n) proteger o piso recém executado contra o tráfego por 7 ou mais dias; no caso de pisos e x t e r n o s , m a n t ê - l o s u m e d e c i d o s p o r 3 ou 4 dias a p ó s o a s s e n t a m e n t o da cerâmica (sacos de estopa u m e d e c i d o s ou recursos semelhantes). Para assentamento com argamassa colante, recomenda-se espalhá-la em áreas de no má- ximo 2m 2 (piso i n t e r n o ) ou l , 5 m 2 (piso e x t e r n o ) , 30 m i n u t o s a p ó s p r e p a r a ç ã o c o m a quantidade de água recomendada pelo fabricante, utilizando-se desempenadeira com dentes de 8 m m . N o a s s e n t a m e n t o não deverá ocorrer em n e n h u m a hipótese polimerização inicial dos aditivos empregados na formulação da argamassa (efeito de "peeling"), o que viria a prejudicar a aderência entre a argamassa e a cerâmica. N o caso de cerâmicas muito porosas (absorção dc água > 15%), recomenda-se o prévio umedccimento das peças. As fichas de controle da qualidade dos pisos, tanto para o projeto c o m o para a execução, d e v e r ã o levar em conta t o d o s os aspectos a p o n t a d o s . E x e m p l o s de fichas de controle para pisos cerâmicos e n c o n t r a m - s e inseridos no Anexo. Relativamente aos r e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s de paredes, t a m b é m são válidos t o d o s os c u i d a d o s gerais r e c o m e n d a d o s para os pisos. C o n s i d e r a n d o certas peculiaridades das p a r e d e s , d e v e r ã o ser o b s e r v a d o s : a) nos d e s e n h o s de paginação d e v e r ã o ser c o n s i d e r a d o s p o n t o s de água e esgoto, de gás, tomadas e interruptores, t a m p o de pia e frontão, além de outros; na Figura 95 a seguir ilustra-se a paginação dc uma parede dc cozinha; G3 Inltrrcptc» / t o m a d a o p o r l o d e á g u a ou g á s • ponto d« «sgoío 0 Figura 95 Exemplo de paginação de revestimento cerâmico de parede, com indicação de tampo de pia, pontos de água, esgoto e energia. b ) relativamente ao material cerâmico, recomenda-se a adoção de placas com absorção de água < 3 % (box de chuveiros, lavanderias e fachadas, prédios comerciais, fachadas de obras em locais com invernos rigorosos); além disso, valem todas as demais condições indicadas para os pisos: resistência ao g r e t a m e n t o , resistência ao choque térmico (fachadas), resistência ao c o n g e l a m e n t o (câmaras frigoríficas) e expansão p o r umidade < 0,03% (a despeito da n o r m a brasileira citar 0,06%); c) q u a n t o às juntas de m o v i m e n t a ç ã o , r e c o m e n d a - s e inseri-las, cm: - revestimentos internos com área > 32m 2 , ou extensão maior que 8m, ou q u a n d o houver m u d a n ç a na direção ou espessura da parede (no máximo a cada 4m); — fachadas: juntas horizontais a cada 3m ou ao nível dc cada laje, juntas verticais no máximo a cada 5m. Q u a n t o aos procedimentos dc execução (modelo apresentado no Capítulo 6, item 6.2.6), deve-se atentar em primeiro lugar para a correta p r e p a r a ç ã o da base. N o assentamento sobre elementos em concreto, particularmente em fachadas, deve-se remover totalmente o d e s m o l d a n t e e, de preferência, escarificar o concreto. A execução deve ser precedida de r o d o s os c u i d a d o s p r e v i s t o s a n t e r i o r m e n t e para os pisos, incluindo fixação de m a r c o s ou c o n t r a m a r c o s de caixilhos, teste das instalações hidráulicas, conferência dos p o n t o s de água, esgoto e outros; os revestimento internos s o m e n t e deverão ser executados após a c a b a m e n t o dos tetos. Constitui boa prática o prévio umedecimento de bases m u i t o ressecadas, ou quando os serviços f o r e m executados sob c o n d i ç õ e s adversas de v e n t o ou insolação. Mitidieri 1 * 9 recomenda a prévia imersão das placas cerâmicas nas condições indicadas na Tabela 49. Tabela 49: Imersão recomendada para peças cerâmicas Material de assentamento Tempo de imersão em água para placas cerâmicas com absorção de água: AA < 3 % Argamassa convencional - Argamassa colantc - 3 % < AA < 6 % AA > i>% 5 minutos 15 minutos - 1 minuto N o r e v e s t i m e n t o de f a c h a d a s com utilização de a r g a m a s s a tradicional deve-se evitar o e m p r e g o de cal hidratada, para p r e v e n i r a f o r m a ç ã o de eflorescências: ao invés da cal, p o d e m ser e m p r e g a d o s aditivos plastificantes, i n c o r p o r a d o r e s de ar e r e t e n t o r e s d e água. N o a s s e n t a m e n t o com argamassas colantes deve-se espalhar a argamassa em áreas de no máximo 2m 2 (paredes internas) ou l , 5 m 2 (paredes externas). Mitidicri 1 * 9 esclarece q u e a argamassa colantc p o d e r á ser aplicada d i r e t a m e n t e sobre a alvenaria sempre que os desvios de planaridade sejam inferiores a 3 m m em relação a uma régua com 2m de c o m p r i m e n t o ; caso c o n t r á r i o , a superfície deverá receber c a m a d a de regularização. MrnniERI F1IJIO.C.V: CAVAM. G. R C o m o Construir Revestimento C e r â m i c o d e Paredes Téchne - Revista deT«molotya iU Construção N* 7. l>p-í7-50. Editora Pini. Silo Paulo, nov/dez 1995. Relativamente às argamassas eolantes, as principais características dizem respeito ao poder de r e t e n ç ã o de água ( d i t a d o pela n a t u r e z a e teor d o aditivo r e t e n t o r ) , p o d e r de aderência e t e m p o em aberto. Recomenda-se: • tempo cm aberto > 20 minutos (revestimentos internos) ou > 30 minutos (fachadas); • resistência de aderência aos 28 dias > 0,4MPa (a despeito do p r o j e t o de n o r m a brasileira citar 0,5MPa); • peças com área de até 250cm 2 : utilização de desempenadeira com dentes de 6mm; • peças com área maior que 250cnr c fachadas: desempenadeira com dentes dc 8mm; N o r e v e s t i m e n t o de p a r e d e s a i m p o r t â n c i a d o s e s p a ç a d o r e s de plástico (cruzetas) é maior que nos pisos: servem para sustentar as peças cerâmicas durante o assentamento. A largura correta das juntas (idênticas às dos pisos) previne destacamentos. O material de r e j u n t a m e n t o , p r i n c i p a l m e n t e n o caso de f a c h a d a s , deve ser c o m p o s t o c o m aditivos fungicidas, e ainda ser estável às radiações: rejuntamentos de cor escura (verde, azul etc) tendem geralmente ao esmaecimento da cor, às vezes de f o r m a muito rápida. 3.6 | Qualidade no projeto e na execução de impermeabilizações com manta asfáltica N o p r o j e t o da impermeabilização Picchi " recomenda estudar p r e l i m i n a r m e n t e todas as interferências possíveis com os demais projetos e prever t o d o s os detalhes construtivos necessários. Compatibilizaçòes entre os p r o j e t o s devem ser providenciadas no caso de plantas muito recortadas, canaletas muito estreitas, tubulações embutidas ou sobrepostas a paredes nas regiões de dobra da impermeabilização, espaços insuficientes para as camadas de regularização, sacadas sem a presença dc paredes ou saliências nas extremidades. N o caso de lajes de cobertura deve-se prever no projeto a disposição da isolação térmica e da p r o t e ç ã o mecânica da impermeabilização; G i a m p a g l i a l w recomenda que a camada de 1 " GlAMPACiUA. 11 Impermeabilizações c o m Mamas A s f ü t í c a s T c e h n e - Resista de Tecnologia ila Construção N° S. p p SS-S7. Editora l»ini. sã» Paulo, 1993- isolação resulte sempre s o b a camada de impermeabilização, já que as propriedades isolantes dos materiais variam sensivelmente com o ganho de umidade. N o caso da disposição de janelas em vigas (passagem de d u t o s etc), deve-se considerar nas dimensões das janelas as alturas necessárias para as camadas de regularização e / o u isolação térmica. O principal r e q u i s i t o para o b o m d e s e m p e n h o das i m p e r m e a b i l i z a ç õ e s é o e f i c i e n t e sistema de d r e n a g e m da água, o que repercute na necessidade da a d o ç ã o de caimentos a d e q u a d o s para as lajes; Pirondi 1 9 1 recomenda caimento m í n i m o de 1% para lajes de cobertura ou lajes de piso. Na impermeabilização com mantas sempre devem ser adotados cantos a r r e d o n d a d o s (Figura 96), de f o r m a a evitar fissuração ou rasgamento da manta; nas emendas, as sobreposições deverão ser realizadas no sentido do caimento (manta a m o n t a n t e recobre a manta a jusante), respeitando-se sobreposição > lOcm. V-/ o. • 0 0 .' ' o . 0 e.. • '• o 0 ' " c- . . 0 ' " c- 1 Figura 96 Arredondamento de cantos c sentido da sobreposição cm sistema de impermeabilização constituído |*>r mintas préfabricadas. As infiltrações dc água através das impermeabilizações com mantas asfálticas o c o r r e m principalmente nas regiões dc dobras, concordâncias e emendas das mantas em degraus, soleiras e outros obstáculos. Assim sendo o projeto da impermeabilização devera prever t o d o s os detalhes c o n s t r u t i v o s de soleiras, t u b o s emergentes, rodapés, e n c o n t r o s com ralos c grelhas, encontro com platibandas c outros, ilustrando-sc na Figura 97 alguns dos detalhes c o n s t r u t i v o s r e c o m e n d a d o s . ' " IMKONOI. Z Manual Prático d c Impermeabilização c Isotaçio T é r m i c a Editora Pini. Segunda edição. Sào Paulo. I W 2 . ) fi 1° etapa ; • o o • •o: ' 0 0 ° j o 2 etapa 0 Figura 97 Encontros da impermeabilização respectivamente com tubo emergente, ralo, soleira e base dc antena ou pára-raios instalados em laje de cobertura. O b s e r v e - s e na figura a n t e r i o r q u e para as hastes instaladas na laje d e c o b e r t u r a , b e m c o m o para q u a i s q u e r o u t r o s e q u i p a m e n t o s ( t o r r e s d e r e f r i g e r a ç ã o d e ar c o n d i c i o n a d o etc) deverão ser previstas bases apropriadas, de f o r m a a evitar-se o p u n c i o n a m e n t o e / o u a p e r f u r a ç ã o da m a n t a resultantes da p o s t e r i o r instalação desses e q u i p a m e n t o s ; observese que a instalação de bases d e a n t e n a s , p á r a - r a i o s e i l u m i n a ç ã o d e sinalização é causa c o m u m da infiltração de água nas lajes de c o b e r t u r a d o s prédios. Para o e m b u t i m e n t o da m a n t a e m p a r e d e s n o r m a l m e n t e necessita-se de cavidade c o m altura de 30cm e 2cm de p r o f u n d i d a d e ; s e m p r e q u e possível deve-se utilizar nas primeiras fiadas c o m p o n e n t e s de alvenaria c o m m e n o r largura, a fim de criar-se m e n c i o n a d a cavidade, c o n f o r m e ilustrado na Figura 98. N o s e n c o n t r o s da i m p e r m e a b i l i z a ç ã o c o m platibandas, em lajes e x p o s t a s , especial atenç ã o d e v e r á ser d a d a às j u n t a s d e m o v i m e n t a ç ã o e às j u n t a s d e d c s s o l i d a r i z a ç ã o n o s e n c o n t r o s c o m as paredes, c o n f o r m e i l u s t r a d o na Figura 99. Tais juntas deverão evitar q u e a dilatação t é r m i c a d o p i s o d e s l o q u e as p a r e d e s laterais, i n d u z i n d o r a s g a m e n t o ou d e s c o l a m e n t o da m a n t a . I 11 I • • • • .o. •. •>• . •ô . ^ . o . <=* ."Á • ar' : à/ ° o. P .• o ; . tf" ° . o'- P 0 Figura 98 Blocos com menor largura nas primeiras fiadas, para embutimento das mantas. leia de viveiro galvanizada m a n t a asfáltica . O , à fi O-, ã f*-. \â p junla de dessolidarização c a m a d a de regularização (canto arredondado) | Figura 99 Encontro da impermeabilização com platibanda. N o s encontros com buzinotes ou ralos, chama-se atenção cjue nas tubulações de pequeno diâmetro a dobra da impermeabilização p o d e o b t u r a r parte i m p o r t a n t e da seção d o tubo, situação relativamente freqüente no caso da drenagem de jardineiras; assim s e n d o r e c o m e n d a - s e a a d o ç ã o de t u b o de queda com bitola superior ao d i â m e t r o d o ralo ou introdução de um alargador na extremidade d o tubo ("redução"), c o n f o r m e ilustrado na Figura 100. redução 0 Figura 100 Alargamento na entrada da prumada, para evitar redução da seção do tulx>. C u i d a d o s maiores deverão ainda ser o b e d e c i d o s na impermeabilização de marcuiscs, a fim de evitar-se a infiltração de umidade na seção do seu engastamento na estrutura, com o conseqüente risco de c o r r o s ã o das a r m a d u r a s a p o n t a d o no Capítulo I. Neste sentido, recomenda-se adotar detalhes construtivos especiais, indicados na Figura 101. tela metálica Q Figura 101 Detalhe dn impermeabilização no encontro de marquise com a estrutura. N a s r e g i õ e s de juntas de dilatação da e s t r u t u r a d e v e r ã o ser a d o t a d a s p o n t e s na impermeabilização, dc f o r m a que as m o v i m e n t a ç õ e s sejam redistribuídas cm áreas maio r e s (Figura 102); s e g u n d o Picchi 3 7 , m e s m o r e c u r s o p o d e r á ser a d o t a d o na eventual presença de fissuras nas lajes a serem impermeabilizadas. selante cola fundo de junta 0 Figura 102 Ponte na camada de impermeabilização, sobre junta de dilatação da estrutura. N o caso de jardineiras, além dos cuidados mencionados para evitar estreitamento cio tubo de drenagem, é recomendável o e m p r e g o de mantas anti-raiz (adição de herbicidas que inibem o desenvolvimento das raízes e a conseqüente danificação da manta), sendo que a impermeabilização deverá ultrapassar pelo m e n o s 20cm a altura prevista para a terra. A execução da impermeabilização s o m e n t e deverá ser iniciada após certificar-se da correta e total instalação de tubulações, ralos, caixas, janelas de passagem e apoios para hastes ou equipamentos a serem instalados nas lajes de cobertura. As bases deverão estar c o n v e n i e n t e m e n t e preparadas, ou seja: curadas, limpas e secas, sem a presença de p o n tas de ferro ou outras irregularidades p e r f u r a n t e s ou cortantes. Deverão ser previamente conferidos os caimentos cm direção aos pontos de drenagem, os rasgos para embutimento da manta cm pilares c paredes, o a r r e d o n d a m e n t o dos cantos nesses encontros, o diâmetro e a posição das tubulações de drenagem. As mantas pré-fabricadas devem atender as especificações normalizadas, dando-se preferencia a fornecedores com processos dc certificação da c o n f o r m i d a d e ; deverão ser estocadas em local a b r i g a d o de radiações, calor, u m i d a d e e ações mecânicas. O trabalho deverá ser realizado por equipes treinadas, d i s p o n d o - s e de todas as ferramentas e equip a m e n t o s necessários (maçaricos, butijões de gás, esfregões, espátulas, rolos para cantos e para emendas, réguas, estiletes ou facas); os trabalhadores deverão estar convenientemente protegidos por botas de segurança e luvas. Relativamente à cxecução da impermeabilização, r e c o m e n d a m - s e os seguintes cuidados: a) executar c a m a d a s de regularização c o m argamassa de areia e c i m e n t o (traço básico 1:4, c i m e n t o e areia média em v o l u m e ) , a r r e d o n d a n d o c a n t o s n o s e n c o n t r o s c o m paredes e pilares; conferir cuidadosamente cotas, níveis e caimentos, de acordo com o projeto; b) n i n h o s e v e n t u a l m e n t e p r e s e n t e s na laje d e v e r ã o ser p r e v i a m e n t e corrigidos c o m a mesma argamassa; fissuras deverão ser reparadas com ponte ( c o n f o r m e Figura 102) ou com massa asfáltica elastomérica; c) a p ó s cura úmida ( a p r o x i m a d a m e n t e sete dias) c c o m p l e t a secagem da camada de regularização, p r o v e r limpeza da base; evitar trabalhos dc impermeabilização q u a n d o estiverem s e n d o executados serviços que geram poeira, que pela ação d o vento poderão atingir a impermeabilização; d) isolar a área de s e r v i ç o c aplicar material dc i m p r i m a ç ã o e s p e c i f i c a d o n o p r o j e t o (solução ou material b e t u m i n o s o e m u l s i o n a d o em água), da maneira mais u n i f o r m e possível e r e s p e i t a n d o c o n s u m o indicado no p r o j e t o ; p r o t e g e r a imprimação c o n t r a poeira, umidade e trânsito de pessoas ou carrinhos; c) a p ó s e v a p o r a ç ã o d o s o l v e n t e ou cura da i m p r i m a ç ã o c o n s t i t u í d a p o r emulsão ("cracking"), iniciar aplicação das mantas pelas partes mais baixas da laje; posicionar a primeira manta, realizando previamente os cortes eventualmente necessários para concordância com soleiras, pilares, tubulações c obstáculos em geral; f) c o m o m a ç a r i c o d e ar q u e n t e a q u e c e r l i g e i r a m e n t e t a n t o a i m p r i m a ç ã o c o m o o asfalto da face inferior da manta (até o p o n t o de início de f u s ã o , caracterizado pela f o r m a ç ã o de p e q u e n a s b o l h a s e início de d e s p r e n d i m e n t o de gases); a manta deve ser desenrolada c aquecida s i m u l t a n e a m e n t e , s e n d o pressionada f o r t e m e n t e contra a base pelo c a m i n h a m e n t o do trabalhador e / ou pela passagem de rolo; g) p o s i c i o n a r s e g u n d a m a n t a ( r e c o b r i n d o n o m í n i m o lOcm a b o r d a da m a n t a aplic a d a ) , r e a l i z a n d o os e v e n t u a i s c o r t e s n e c e s s á r i o s p a r a c o n c o r d â n c i a , de f o r m a que a m a n t a a m o n t a n t e r c c u b r a a manta a jusante ( c o n f o r m e Figura 96 anterior); p r o v e r a q u e c i m e n t o da i m p r i m a ç ã o e d a s m a n t a s ( f u s ã o c o m p l e t a d o f i l m e d e p o l i e t i l e n o e a m o l e c i m e n t o d o a s f a l t o na b o r d a da m a n t a i n f e r i o r ) , p r e s s i o n a n d o f o r t e m e n t e a e m e n d a c o m r o l o a p r o p r i a d o , de f o r m a que o c o r r a ligeiro r e f l u x o do asfalto aquecido; h) nos e n c o n t r o s com pilares e paredes, reforçar c o n t a t o da m a n t a , c o m aplicação de quantidade adicional de asfalto; se necessário, e m p r e g a r p e q u e n o s g r a m p o s metálicos para fixação da manta, r e d o b r a n d o o cuidado no seu p r e s s i o n a m e n t o ; i) nos e n c o n t r o s c o m tubos, c o n f o r m e Figura a seguir: 1 - marcar p o s i ç ã o d o t u b o c e f e t u a r c o r t e s na m a n t a p a r a e n c a i x e ; 2 - colar as p o n t a s r e c o r t a d a s da m a n t a na p a r e d e d o t u b o ; 3— p r e p a r a r m a n c h ã o e colar na p a r e d e d o t u b o , s o b r e a manta da base; 0 Figura 1 0 3 Arremate da impermeabilização no encontro com tubo emergente j) nos e n c o n t r o s com ralos obedecer seqüência anterior; neste caso as p o n t a s da manta serão viradas para baixo (coladas na parede da tubulação), introduzindo-se o manchão com as "línguas" voltadas para cima; k) no caso de tubos em aço galvanizado, promover prévia preparação da parede do tubo c o m " w a s h p r i m e r " ; em qualquer caso (ralos ou t u b o s e m e r g e n t e s ) , a colagem das mantas deve ser realizada com imprimação c a q u e c i m e n t o das mantas; I) para execução da impermeabilização nos e n c o n t r o s c o m marquises, soleiras, jardineiras, canaletas, janelas e outros elementos construtivos obedecer as indicações do projeto e as r e c o m e n d a ç õ e s gerais anteriores; m) concluído o t r e c h o d e impermeabilização, p r o m o v e r teste dc estanqueidade p o r 72 horas (coluna d'água com 4 ou 5cm, preenchimento total de jardineiras); verificar base da laje e s u p e r f í c i e / e m e n d a s das mantas para detectar a presença de bolhas ou outras anomalias. A p ó s retirada da água pisar s o b r e as m a n t a s , nas regiões das e m e n d a s , verificando f o r m a ç ã o de bolhas; em caso positivo, restaurar emendas nos trechos afetados; n) verificada a e s t a n q u e i d a d c da i m p e r m e a b i l i z a ç ã o , aplicar s o b r e a m e s m a filme dc polierileno ou papel k r a f t e p r o c e d e r execução da p r o t e ç ã o mecânica, e m p r e g a n d o argamassa de cimento c areia com traço básico de 1 : 4 (cimento e areia média lavada), camada com espessura igual ou superior a 2,5cm; conferir cuidadosamente os caimentos da camada de proteção em direção aos ralos; o) nas dobras da impermeabilização, nos e n c o n t r o s com paredes e pilares, a camada de argamassa deverá ser reforçada com tela de arame galvanizada (tela de estuque ou tela com malhas hexagonais, abertura cm t o r n o dc lem); p) na c a m a d a de p r o t e ç ã o d e v e r ã o ser inseridas juntas de m o v i m e n t a ç ã o (largura em t o r n o de l,5cm), f o r m a n d o quadros com dimensões que não superem 1,5 x l,5m; tais juntas poderão ser formadas com guias de policstircno expandido ou ripas de madeira, caso cm que deverá ser aplicado d c s m o l d a n t c nas guias; q) após cura úmida da camada de p r o t e ç ã o ( a p r o x i m a d a m e n t e sete dias) e retirada das guias, p r o m o v e r preenchimento das juntas c o m areia aglutinada com emulsão b e t u m i n o s a ou o u t r o material especificado no projeto. As fichas para c o n t r o l e da q u a l i d a d e das i m p e r m e a b i l i z a ç õ e s c o m m a n t a s asfálticas p r é - f a b r i c a d a s , t a n t o para o p r o j e t o c o m o para a execução, d e v e r ã o levar em c o n t a t o d o s os aspectos a p o n t a d o s . E x e m p l o s dessas fichas de controle e n c o n t r a m - s e inserid o s no A n e x o . COORDENAÇÃO DE PROJETOS DE EDIFÍCIOS De a c o r d o c o m 4 Ceragioli 1 9 2 , a racionalização da c o n s t r u ç ã o d e p e n d e sobretudo de incrementar-se a fase de projeto c experimentação: significa assumir a metodologia normalmente adotada nos projetos industriais. Significa aumentar-se o nível de organização dos processos, prevendo-se operações e formas de controle nas diferentes tarefas cjue se c o n t r a p o n h a m à p e q u e n a q u a l i f i c a ç ã o e v e n t u a l m e n t e o b s e r v a d a para a m ã o - d e - o b r a , sem descuidar-se do controle da qualidade d o p r o d u t o acabado. Linha semelhante dc estratégia é defendida por Campagnac 193 : "dc forma geral, pode-se dizer que a matriz da qualidade, dos custos e das horas improdutivas d e p e n d e muito mais da gestão das interfaces entre as diferentes etapas dos processos, desde a concepção até a execução da obra, que da produtividade individual de cada um dos processos. N u m contexto onde as características do mercado não permitem explorar as economias de escala, a busca dc ganhos dc produtividade depende da coordenação das etapas, da qualidade das articulações e da coerência dos planos de construção". A professora defende ainda que a pré-fabricação ou pré-montagem d o maior número possível de componentes em usina ou no canteiro de obra (vergas e contravergas, contramarcos de portas e janelas, kits hidráulicos e elétricos) ajuda a aludida racionalização do processo executivo, facilita a seqüência das etapas, reduzindo as "horas improdutivas", c ainda colabora para o melhor controle dimensional da obra. C a r d o s o 1 9 4 afirma que a " m o d e r n i z a ç ã o " de uma empresa c o n s t r u t o r a d e p e n d e antes de t u d o do e s t a b e l e c i m e n t o dc uma estratégia que, a g r o s s o m o d o , parta da definição ''-• CHKAC.IOI.I. <;., CWAQJÃ. ('.. Svlluppo nelta Tecnologia dei Proccssl C o n s m m i v i in Italla In "Avanços cni Tccnofcigu c Ocstão da Produção Edificações • ENTAC 93". Anais, p p I9-25.ANTAC - Associação Nacional d c Tecnologia d o Ambiente G>nM ruído. São Paulo. 1993. ' " CAMPAC.NAC K Mutations des Marchés et Évolutlons des Systèmcs dc Productlon e t dcTravall d a n s lc Bâtimcnt c n France et cn Europc In "Avanços c m Tecnologia c íícMão i ü Produção d e Edificações • ENTAC. 93". Anais, p p 27-10. ANTAC. - Assoc iação Nacional d c Tecnologia d o Ambiente Construído. S i o Paulo. 1993. < "ARI X ) M >. E E Novos Enfoques sobre a G C S J Í O tia Produção - C o m o Melhorar o Desempenho das Empresas d e Construção Civil I n "Avanç« >S onTccnok via c Gestão da Produção ik- Edificações. ENTAC93*.AnaKpp S57 • 569.ANTAC - Associação National deTevnokigu do Ambiente Construído. São lUuk». 1993- dc 269 d o s objetivos a serem atingidos ( n ú m e r o d e obras, área c o n s t r u í d a , f a t u r a m e n t o ) , d o s c r i t é r i o s de e f i c i ê n c i a a s e r e m p e r s e g u i d o s e das m a n e i r a s c o n c r e t a s de avaliar ou medir tais critérios: n ú m e r o de h o m e n s . hora por m e t r o quadrado construído, c o n s u m o real de materiais / c o n s u m o dc materiais p r e v i s t o s nos p r o j e t o s , c o u t r o s . C a r d o s o menciona ainda que " n u m quadro de crise econômica não se deve pensar em mudanças t é c n i c a s que exijam g r a n d e s i n v e s t i m e n t o s : n e s t e caso, a política de m o d e r n i z a ç ã o deve obrigatoriamente incluir a ç õ e s q u e agirão s o b r e o c a n t e i r o em si e s o b r e a organização c o m o um t o d o " . M e n c i o n o u - s e a n t e r i o r m e n t e que os edifícios ficaram m u i t o c o m p l e x o s , a u m e n t a n d o m u i t o o n ú m e r o d e p r o j e t o s de d i f e r e n t e s d i s c i p l i n a s , d e s d e p a i s a g i s m o até r e d e s d e i n f o r m á t i c a . M e s e g u e r 5 5 l e m b r a q u e as f a l h a s mais i m p o r t a n t e s na c o n s t r u ç ã o o c o r r e m p o r i n d e f i n i ç õ e s o u s o l u ç õ e s mal f o r m u l a d a s n a s i n t e r f a c e s e n t r e o s diferentes projetos. I n c r c m e n t a ç ã o da fase de p r o j e t o e d o nível de organização d o s p r o c e s s o s (Ccragioli), gestão das interfaces desde a c o n c e p ç ã o até a execução da obra (Campagnac), mudanças técnicas que não exijam grandes investimentos (Cardoso) e equacionamento das interfaces entre os diferentes projetos (Mcscguer) são temas que requerem uma atividade especializada na construção: a coordenação de projetos. Esta não deve ser confundida com o "controle da qualidade" de um projeto, onde os analistas de projetos deverão aplicar conhecimentos específicos de técnicas, modelos e aplicativos restritos ao tema em análise. D e f o r m a parecida àquela c o m e n t a d a no item anterior para a c o n s t r u ç ã o francesa, na c o n s t r u ç ã o brasileira verifica-se ainda grande n ú m e r o de problemas o r i u n d o s de falhas na execução / d e t a l h a m e n t o de projetos, bem c o m o na falta de h a r m o n i z a ç ã o entre os diferentes projetos. E m p e s q u i s a realizada p o r Fruet 6 % c o n s t a t o u - s e q u e na q u a s e t o t a l i d a d e das vezes as tratativas e n t r e c o n s t r u t o r a s e p r o j e t i s t a s são f e i t a s de m a n e i r a i n f o r m a l , a t r a v é s de v i s i t a s ou c o n t a t o s t e l e f ô n i c o s ; a p e n a s 11% d a s e m p r e s a s a d o t a v a m comunicações p o r e s c r i t o . Mais d c 9 0 % d a s e m p r e s a s e f e t u a v a m m o d i f i c a ç õ e s d u r a n t e a e x e c u ç ã o da o b r a , s e n d o que 2 2 % delas revelaram q u e as o b r a s eram iniciadas antes da conclusão d o s p r o j e t o s e x e c u t i v o s . O s p r o b l e m a s mais c o m u n s identificados nessa pesquisa, relativos aos p r o j e t o s , sào i n d i c a d o s na T a b e l a 50 a s e g u i r : Tabela 50: Falhas típicas de projetos apontados por empresas construtoras (Fruet65) Tipo de problema Percentual Incompatibilidades entre diferentes projetos 53 Erros ou diferenças de cotas, níveis, alturas 53 Especificação falha de materiais e componentes 26 Falta dc especificação dc materiais e componentes 47 Detalhamento inadequado dos projetos 47 Falta de detalhamento dos projetos 48 Outras falhas apontadas: atrasos na entrega dc projetos, inadequação dc memoriais descritivos, soluções técnicas inadequadas, falia de interesse de projetistas em conhecer elementos da obra, revisões feitas |x>r técnicos não habilitados A a t u a ç ã o d o c o o r d e n a d o r d c p r o j e t o s d e v e e s t e n d e r - s e d u r a n t e t o d o o p e r í o d o de e x e c u ç ã o da o b r a . M e l h a d o ' l e m b r a q u e na e t a p a de e x e c u ç ã o , e m b o r a i n d e s e j á v e i s , p o d e m o c o r r e r alterações nas e s p e c i f i c a ç õ e s , c r o n o g r a m a s , m é t o d o s c o n s t r u t i v o s e até m e s m o n o p r o j e t o , e n v o l v e n d o p o r t a n t o a participação d e toda a e q u i p e d c p r o j e t o . D c a c o r d o c o m M e l h a d o , " o t r a b a l h o d e c o o r d e n a ç ã o na e l a b o r a ç ã o d c p r o j e t o s c o n s t i t u i - s e em t a r e f a c o m p l e x a e de cuja eficiência d e p e n d e r á a q u a l i d a d e d o p r o j e t o resultante, justificando-se p o r t a n t o a adoção de p r o c e d i m e n t o s metodologicamente e s t a b e l e c i d o s , que visem o r i e n t a r simultânea e c o n j u n t a m e n t e os vários p r o f i s s i o n a i s c estabelecer a d e q u a d o fluxo de i n f o r m a ç õ e s entre eles, além de c o n d u z i r as decisões a serem t o m a d a s no d e s e n v o l v i m e n t o do p r o j e t o " . A c o o r d e n a ç ã o p r e s s u p õ e o fluxo de i n f o r m a ç õ e s , a u n i f o r m i z a ç ã o da l i n g u a g e m c d o s o b j e t i v o s d o s p r o j e t i s t a s , sua p r o f u n d a interação com a p r o d u ç ã o e a devida c o n s i d e r a ç ã o de t o d o s os p a r â m e t r o s que n o r t e i a m a implantação de um e m p r e e n d i m e n t o , situação ilustrada na Figura 104 seguinte. 4 0 Figura 104: Coordenação dc projetos: desenvolvimento simultâneo dos projetos, interação entre os projetistas e interação com a produção (adaptado de Melhado75). O s projetos, e a c o n s t r u ç ã o c o n s e q u e n t e m e n t e , constituem uma rede, o n d e o estímulo aplicado a um p o n t o pode redundar na oscilação dc t o d o o c o n j u n t o ; assim sendo, uma alteração procedida num particular p r o j e t o p o d e repercutir cm inadequações cm o u t r o projeto: a coordenação de projetos deve ter acuidade suficiente para detectar tais situações, e recorrer aos conhecimentos necessários para equacioná-las da melhor forma possível. A c o o r d e n a ç ã o dc p r o j e t o s deve considerar os fatores espaço e tempo: deve prever as possíveis interferências entre as atividades ao longo d o desenvolvimento da obra (espaços dc m a n o b r a s de e q u i p a m e n t o s , t e m p o s r e q u e r i d o s para cura e e n d u r e c i m e n t o de c o n c r e t o s e argamassas, s o b r e p o s i ç ã o dc s u b e m p r e i t e i r o s numa m e s m a área de trabalho). Deve interagir fortemente com os setores dc planejamento c o r ç a m e n t o e, mais d o 272 que tudo, com os c o o r d e n a d o r e s de obras e gerentes de produção. C o m base em considerações estabelecidas pela ASCE 1 9 *, por Franco 1 9 6 e por Novaes 1 9 , os principais objetivos da c o o r d e n a ç ã o de projetos são: a) definir, de f o r m a clara para os d i f e r e n t e s atores, t o d o s os requisitos e p a r â m e t r o s que n o r t e a r ã o o d e s e n v o l v i m e n t o d o s vários p r o j e t o s ( p r o g r a m a dc necessidades, p a d r õ e s d e a c a b a m e n t o , limitação de c u s t o s , p r a z o de c o n s t r u ç ã o , tecnologias de construção); b) definir, de f o r m a clara, o conteúdo esperado de cada projeto (nível de detalhamentos, memórias de cálculo, quantificação de materiais e insumos) e as atividades previstas para os diferentes projetistas (reuniões de c o o r d e n a ç ã o , visitas ao t e r r e n o e à o b r a , revisões de projeto / "as built" e outros); c) definir a padronização da forma dc apresentação das i n f o r m a ç õ e s , inclusive a padronização das representações gráficas; d) definir softwares e outras ferramentas de informática que facilitem a troca de informações técnicas entre os projetistas / análise simultânea de p r o j e t o s / alimentação de dados a partir dos diferentes projetos; e) prover aos diferentes projetistas todos os levantamentos necessários (planoaltimétrico, cadastral, clima, sondagens); definir uma única referência de nível a ser adotada em todos os projetos; f) garantir a máxima agregação dc tecnologia c a máxima racionalização dos processos construtivos; g) definir, em c o n j u n t o c o m projetistas e p r o d u ç ã o , as soluções para as interferências entre os diferentes projetos, buscando sempre a melhor f o r m a técnica e econômica; ASCE - American Socicty of Civil Enginccrs. Quality in t h c C o n s t r u c t c d Projcct: a Guidclinc for O w n c r s , Designers a n d C o n s m i c t o r s New Yortc, 1988. ''*• FRANCO. L. S; AGOPYAN. V. I m p l e m e n t a ç ã o da Racionalização Construtiva na Fase d c Projeto. Escola Politécnica da Universidade Jc São Paulo. Boletim Técnico HT/PCOW. São Paulo. 1993. "* NOVAES. C. C; FRANCO. I.. S Diretrizes para Garantia d a Qualidade d o P r o j e t o na P r o d u ç ã o d c Ediíícios Habitacionais Escola Folitccnica ila Universidade de São Paulo. Boletim Técnico BT/PCC/IB9. São Paulo. 1997 h) efetuar, em c o n j u n t o c o m os projetistas, análise de riscos de engenharia (ação d o vento, inundações, incêndios ou o u t r o s e v e n t o s semelhantes na fase de construção); i) garantir a troca de i n f o r m a ç õ e s e a perfeita c o m u n i c a ç ã o entre os diferentes atores ( e m p r e e n d e d o r , projetistas, e n g e n h e i r o s dc p r o d u ç ã o , f o r n e c e d o r e s ) ; j) c o n d u z i r as decisões a serem tomadas no desenvolvimento d o projeto; k) d e f i n i r c r o n o g r a m a / p r a z o s para d e s e n v o l v i m e n t o d o s p r o j e t o s p e l o s d i f e r e n t e s projetistas (atraso num projeto, c o m p r o m e t e o desenvolvimento dos demais projetos); I) convocar reuniões c o m os projetistas para análise / liberação de fases dos projetos; m) garantir a integração entre o projeto e a obra, incentivando a inserção nos projetos de sugestões c definições da engenharia de p r o d u ç ã o ; n) ativar a contribuição dos setores de planejamento, o r ç a m e n t o , compras, custos; o) garantir a coerência entre o p r o d u t o p r o j e t a d o c a f o r m a de produção, considerando as tecnologias que serão adotadas c a "cultura construtiva" da empresa construtora; p) garantir, em c o n j u n t o com a produção, integração entre as diferentes etapas da obra; q) controlar a qualidade em todas as etapas de desenvolvimento dos projetos, tendo em vista os requisitos e condicionantcs previamente definidos; r) encarregar-se pelo controle dc r e c e b i m e n t o / aceitação dos projetos contratados; s) observar a constante atualização dos projetos executivos distribuídos para a obra; t) c o o r d e n a r o a c o m p a n h a m e n t o das obras pelos projetistas, desenvolver cm c o n j u n t o s c o m os m e s m o s avaliações d o p r o j e t o e da construtibilidade; c o o r d e n a r revisões nos projetos e respectivos registros ("as built"); u) criar uma sistemática dc avaliação c retroalimentação dos problemas ocorridos durante o desenvolvimento dos projetos; registrar todos os eventos importantes, dc forma a 274 constituir uma memória técnica que auxiliará f u t u r o s processos semelhantes. Com base em levantamentos efetuados junto a seis escritórios de projetos de arquitetura, B a í a m relaciona algumas das dificuldades inerentes à atividade de coordenação de projetos: • no início do projeto, em função da característica do empreendimento, a empresa construtora pode ainda não estar contratada, ou seja, fica difícil agregar-se contribuições de engenheiros da p r o d u ç ã o ; • a contratação dos projetistas de estruturas, fundações e sistemas prediais o c o r r e n o r m a l m e n t e s o m e n t e na fase de p r o j e t o pré-executivo; t a m b é m fica difícil a contribuição desses profissionais na fase dc c o n c e p ç ã o da obra; • falta de participação ativa da construtora ou de profissionais com visão da produção nas etapas iniciais de desenvolvimento dos projetos; • ocorrência de m o d i f i c a ç õ e s nos projetos acarretadas p o r exigências das municipalidades ou concessionárias dc serviços públicos, interferências entre os p r o j e t o s , c o n d i c i o n a n t e s e c o n ô m i c a s , ou m e s m o p o r " m u d a n ç a s de idéia" d o proprietário da obra. O c o o r d e n a d o r de p r o j e t o s deve cuidar para que seja atendida a " f i l o s o f i a " do p r é d i o ou d o e m p r e e n d i m e n t o . T e m que s a b e r o que cada p r o j e t i s t a está f a z e n d o , q u a n t o t e m p o levará para fazer, em q u e a s p e c t o s cada um d e p e n d e d o o u t r o . N e c e s s á r i o o perfeito conhecimento do local da obra; das restrições do loteamento; das características d o t e r r e n o , d o s o l o , d o s m a t e r i a i s d i s p o n í v e i s no c o m é r c i o , da f o r ç a d e t r a b a l h o local; da d i s p o n i b i l i d a d e de l o c a ç ã o de e q u i p a m e n t o s para c o n s t r u ç ã o . N e c e s s á r i o t a m b é m estar a par das exigências da Municipalidade, do C o r p o de B o m b e i r o s local, das c o n c e s s i o n á r i a s de s e r v i ç o s p ú b l i c o s ; da n e c e s s i d a d e d c p r o t e ç ã o a m a n a n c i a i s ; da p r o x i m i d a d e de escolas, indústrias e a e r o p o r t o s ; das c o n d i ç õ e s climáticas do local da o b r a (UR, d i r e ç ã o e v e l o c i d a d e d o v e n t o , p l u v i o s i d a d e , o c o r r ê n c i a s de g r a n i z o , BAÍA.J. I.; MEDIADO. S. B Implantação d c um Sistema d c G c s t J o da Qualidade em Empresas dc Arquitetura. Escola Politécnica IÜ USP. Boletim Técnico BT/PCC/221. São Paulo. 1998. t o r m e n t a s ) , dc picos de t e m p e r a t u r a s m u i t o baixas ou m u i t o altas; das c o n d i ç õ e s dc a g r e s s i v i d a d e d o meio. O inteiro d o m í n i o das c o n d i ç õ e s dc execução da o b r a , f a t o r e s d e t e r m i n a n t e s para o c o r r e t o d e s e n v o l v i m e n t o dos p r o j e t o s , r e c o m e n d a ainda a o b t e n ç ã o de c o n h e c i m e n t o s s o b r e o s c o s t u m e s locais ( f e r i a d o s , festas p o p u l a r e s ) ; c o n d i ç õ e s de i m p l a n t a ç ã o d o c a n t e i r o ; acessos à o b r a e t r â n s i t o local (largura e c a l ç a m e n t o das ruas, travessia de e s c o l a r e s , p o s s i b i l i d a d e s dc c o n g e s t i o n a m e n t o d o t r á f e g o ) ; nível d o lençol f r e á t i c o , c o n d i ç õ e s de d r e n a g e m das águas de c h u v a d o local e p o s s i b i l i d a d e de i n u n d a ç õ e s ; exigências legais ( C O N D E P H A A T , conselhos estaduais de defesa do patrimônio, IBAMA, S P H A M , C E T E S B , M i n i s t é r i o s da M a r i n h a e A e r o n á u t i c a ) ; d i s p o n i b i l i d a d e de água p o t á v e l , c o n d i ç õ e s de f o r n e c i m e n t o dc energia n o local da o b r a (picos de d e m a n d a , q u e d a s ou i n t e r r u p ç õ e s no f o r n e c i m e n t o ) . L e v a n t a m e n t o s cadastrais d e v e r ã o indicar com exatidão tipo de fundações das edificações vizinhas; presença de cortinas, gigantes ou tirantes nas edificações vizinhas; presença de f o s s a s e p o ç o s ; de aterros anteriormente lançados. O c o o r d e n a d o r de p r o j e t o s d e v e r e u n i r c o n h e c i m e n t o s e e x p e r i ê n c i a s u f i c i e n t e n o t i p o de e m p r e e n d i m e n t o q u e será e x e c u t a d o , c o n t a n d o c o m t o d a a c o n f i a n ç a d o e m p r e e n d e d o r ou da e m p r e s a c o n s t r u t o r a ; s e m p r e q u e p o s s í v e l , d e v e r á p a r t i c i p a r d i r e t a m e n t e da escolha dos projetistas ou e m p r e s a s que d e v e r ã o c o m p o r a equipe de p r o j e t o . O c o o r d e n a d o r d e p r o j e t o s p o d e r á ser o p r ó p r i o a u t o r d o p r o j e t o d e a r q u i t e t u r a , um p r o f i s s i o n a l e x p e r i e n t e da e m p r e s a c o n s t r u t o r a ou u m c o n s u l t o r especialmente contratado. Considerando análises efetuadas p o r Baía 198 , pode-se indicar na Tabela 51 seguinte algumas vantagens e desvantagens das diferentes possibilidades da contratação d o coordcna- d o r de projetos; esta tabela reúne obviamente características observadas n o geral, extrem a m e n t e d e p e n d e n t e s d o perfil h u m a n o , tia f o r m a ç ã o técnica e da experiência do profissional que vier a ser cogitado. Tabela 51: Características das diferentes modalidades de coordenação de projetos Coordenador de projetos Vantagens Desvantagens Arquiteto ou escritório • visão sistêmica do projeto • não conhece bem a "cultura" de arquitetura • facilidade de detectar interferências • imparcialidade entre técnica e custos da construtora • |x>uca familiaridade com produção • formação tecnológica insuficiente Profissional ligado à construtora Consultor ex|)eriente (projeto e obra) • conhece a "cultura" da construtora • influenciável por "vícios" da construtora • maior experiência na produção • tendência de favorecer custos • melhor ligação entre projeto e obra • pouco domínio das técnicas de projeto • visão multidisciplinar • não conhece bem a "cultura" da constmtora • maior conhecimento tecnológico • eventuais barreiras junto a projetistas • imparcialidade entre técnica e custos e engenheiros da produção • honorários relativamente elevacos N o atual estágio dc desenvolvimento da construção, não se pode mais dispensar o auxílio dos c o m p u t a d o r e s no planejamento, p r o j e t o , gerenciamento c a c o m p a n h a m e n t o das obras. Assim sendo, um n ú m e r o imenso de softwares vem sendo desenvolvido para cada uma dessas diferentes atividades, convergindo sempre para o m e s m o p o n t o : melhoria da qualidade e a u m e n t o da produtividade na ação dc construir. O s programas dc computador estão evoluindo para os chamados "sistemas neurais", onde cada decisão ou operação ("input") passa pelo crivo de informações armazenadas ("outputs" gerados pela experiência d o p r o j e t i s t a , d a d o s da n o r m a l i z a ç ã o técnica, exemplos armazenados a partir de processamentos anteriores). G a a r s l e v m elucida que esta memória técnica pode ser constituída por imagens, modelos matemáticos ou dados numéricos. Por exemplo, no campo do cálculo estrutural, uma viga projetada com taxa de armadura de 3% poderia ser a u t o m a t i c a m e n t e c o m p a r a d a com o u t r a , dc p r o j e t o similar, projetada anteriormente com taxa de 4%. A partir da comparação, o projetista poderia detectar com maior facilidade eventual falha n u m ou n o u t r o p r o j e t o , o r d e n a n d o as m o d i f i c a ç õ e s necessárias. Após a modificação, o "cérebro artificial" reprocessaria todas as informações, buscando novos paradigmas no banco de dados. Dessa forma, a importância do projetista fica ainda maior: um " c é r e b r o " alimentado com i n f o r m a ç õ e s falsas ou dados incorretos poderia ratificar uma série e n o r m e de erros, tornando-se um péssimo conselheira Pohl 2 " 0 exemplifica o desenvolvimento de um sistema inteligente d e n o m i n a d o 1CADS (Intelligent Building Design System), baseado s e g u n d o ele nos seguintes princípios: a) qualquer p r o c e s s o projetual deve reunir o c o n h e c i m e n t o de diversas especialidades, disponíveis para os projetistas em ambiente C A D ; b) o sistema inteligente deverá ter possibilidade de acesso "on-line" a bases dc dados, bases de c o n h e c i m e n t o s tecnológicos, bases de c o n h e c i m e n t o s experimentais sobre o processo dc c o n s t r u ç ã o e ferramenta! inteligente de projetos, c o n j u n t o dc recursos capaz de validar as decisões de projeto; c) a s o l u ç ã o evoluída do p r o j e t o deve c o n s u b s t a n c i a r - s e n u m c o n j u n t o de o b j e t o s h a r m o n i c a m e n t e relacionados, em t e r m o s de características geométricas c não geométricas; d) o projetista exerce o importante papel de um orquestrador, maximizando a utilização dos recursos disponíveis a partir das bases dc d a d o s c bases dc conhecimentos. 2 78 < iAAKRSLEV.A. Ncural N e t w o r k s - T c c h n i q u c T c s t e d o n Classlcal Bldding Stratcgy Data Sct. In '.Management Quality and Economics in Building'.pp 11X9 - 1-Í97. Editcd bv Artur Be/elga and IVicr Brandon. E «c FN Spor.Londun. 1991. 1'OIIL.J C.. ICADS - an Intellegent Building Design System In "Management Quality and Economics in Building*. p p IS>6 - IS.VT. Editcd b y A r t u r Bezclga and Petcr Brandon. Ii X FN Spor. London. 1991. A arquitetura d o sistema idealizado p o r Pohl encontra-se esquematicamente representada na Figura 105 a seguir. | Figura 105 Conceito do ICADS - "Intelligent Building Design System" (Pohl). Karstila 2 0 1 p o n d e r a que o desenvolvimento de sistemas inteligentes (ou redes neurais) no c a m p o da c o n s t r u ç ã o p o d e resolver diversos tipos de problema, c o m o p o r exemplo: — a t e n d i m e n t o às prescrições da n o r m a l i z a ç ã o técnica, c ó d i g o s de obras, leis e regulamentos; — p r o d u ç ã o de a n t e p r o j e t o s e d e s e n h o s preliminares; — seleção de soluções técnicas; — diagnóstico de falhas nos projetos. Karstila a f i r m a ainda que os s i s t e m a s i n t e l i g e n t e s d e v e r ã o ser c o m p a t í v e i s c o m os sistemas C A I ) , p o s s i b i l i t a n d o m e l h o r g e r e n c i a m e n t o c r e s o l u ç ã o d o s p r o b l e m a s cm relação aos p r o g r a m a s C A D convencionais. Aponta também que os sistemas i n t e l i g e n t e s facilitarão o d e s e n v o l v i m e n t o d e p r o d u t o s , o t r e i n a m e n t o de p r o j e t i s t a s n o v a t o s , a análise de riscos, a seleção de p r o c e s s o s e dc e q u i p a m e n t o s , as análises J " KARSTII.A cl alli Expert Systems in Design, C o n s t r u c t i o n and llousing Administration In 'Managcmcni Quality and 1498 - 1507. Ediicd bv Artur Bczclga and 1'ctcr Hrandon. li & FN Spor. London. 1991. FOHIIWUÍCN in Building', p p 2 79 dc construtibilidade, a elaboração dc c r o n o g r a m a s c o a c o m p a n h a m e n t o físicofinanceiro das obras. O maior benefício que os sistemas inteligentes ou as redes neurais trarão à c o n s t r u ç ã o será sem dúvida a compatibilização entre os diferentes projetos. N u m f u t u r o próximo, a a l i m e n t a ç ã o de uma m á q u i n a c o m os d i f e r e n t e s p r o j e t o s , e l a b o r a d o s na m e s m a linguagem p o r d i f e r e n t e s projetistas, em d i f e r e n t e s locais, possibilitará a visualização quase que imediata das incompatibilidades c interferências entre os distintos projetos: a u s ê n c i a d e janela para a p a s s a g e m de u m a d e t e r m i n a d a t u b u l a ç ã o , p e r f u r a ç ã o da i m p e r m e a b i l i z a ç ã o para fixação de uma haste de pára-raios, i n c o m p a t i b i l i d a d e s e n t r e as d e f o r m a ç õ e s da e s t r u t u r a e as d e f o r m a ç õ e s a d m i t i d a s p o r alvenarias de v e d a ç ã o etc. N e s s e dia, c m p o u c a s r e u n i õ e s e n t r e o s p r o j e t i s t a s , c o n s t r u t o r e s c e v e n t u a i s c o n s u l t o r e s t o d o s os p r o b l e m a s d o p r o j e t o p o d e r ã o ser s o l u c i o n a d o s , p o s s i b i l i t a n d o a i n d a a cada a t o r o m a i o r c o n h e c i m e n t o global da c o n s t r u ç ã o . O h o m e m todavia, c o m o o r q u e s t r a d o r do a p a r a t o t e c n o l ó g i c o , jamais será s u b s t i t u í d o . O s sistemas inteligentes s e m p r e d e p e n d e r ã o da análise crítica d o p r o j e t o , da análise da c o n s t r u t i b i l i d a d e , da r e a l i m e n t a ç ã o a p a r t i r de v e r i f i c a ç õ e s d u r a n t e a e x e c u ç ã o da o b r a , d o s c u s t o s e p r a z o s r e a l m e n t e i n c o r r i d o s , da n e c e s s i d a d e de m o d i f i c a ç õ e s d u r a n t e o t r a n s c u r s o da o b r a , d o s c o m e n t á r i o s c i n t e g r a ç ã o d e n o v o s itens n o s " c h e c k - l i s t s " d o s i s t e m a i n t e l i g e n t e . E n q u a n t o e s s e s s i s t e m a s n ã o se e n c o n t r a m t o t a l m e n t e d e s e n v o l v i d o s , r e s t a - n o s r e c o r r e r a listas de verificação, à acuidade dos coordenadores de projeto; o cruzamento à experiência e sistematizado das c a r a c t e r í s t i c a s d o s d i f e r e n t e s p r o j e t o s é um r e c u r s o valioso, exemplificf.ndo-sc p o s s í v e i s i n t e r f e r ê n c i a s na T a b e l a 52 a seguir. 7 7 7 7 8 1" Coberturas 7 15 mH,-ão*n" l i . pp30-32. Sindicato d i IndúMria ila Construção Civil d o Estado d e São Paulo. São Paulo. 19W. Diversos materiais, processos e equipamentos têm sido desenvolvidos ao longo do tempo, v i s a n d o d o t a r o p r o c e s s o c o n s t r u t i v o de m a i o r racionalidade, c o l a b o r a n d o pata a e c o n o m i a de insumos, para a redução do dispêndio de força física pelos trabalhadores, para otimização da relação entre insumos c o n s u m i d o s e benefícios alcançados. N o presente capítulo sào expostas algumas tecnologias mais avançadas para a construção, algumas delas chegando ao Brasil e outras que estarão chegando num futuro muito próximo. 5.1 Q Avanços tecnológicos nos materiais e processos de construção 5 . 1 . 1 . Aço e componentes metálicos O emprego de produtos metálicos na construção passa por uma nova fase, principalmente no que diz respeitos aos acessórios e acabamentos, o n d e a cada dia sào mais empregados o bronze, o latão e até mesmo o ouro (acabamento de metais sanitários, decoração de azulejos). O cobre, tradicionalmente e m p r e g a d o nos c o n d u t o r e s elétricos, tem seu uso cada vez maior nas tubulações de água quente e mesmo água fria, na confecção de calhas e condutores. Brevemente, os telhados cm cobre começarão ganhar maior projeção. C o m base em m o d e r n o s processos de tratamentos térmicos e mecânicos (revenido, estabilização, p a t e n t e a m e n t o ) a resistência mecânica d o s aços vêm s e n d o g r a d a t i v a m e n t e a u m e n t a d a , f a b r i c a n d o - s e h o j e p r o d u t o s para c o n c r e t o p r o t e n d i d o c o m resistência à tração da ordem de 2.000 MPa, com relaxações extremamente baixas. A indústria siderúrgica têm d e s e n v o l v i d o aços c o m m a i o r resistência à c o r r o s ã o (aços aclimáveis, aços inox), aços soldáveis, telas c l c t r o s s o l d a d a s e o u t r o s c o m p o n e n t e s . D e s e n v o l v e u - s e o p r o c e s s o de solda por explosão, a fabricação de g r a n d e s perfis sem costura, de chapas laminadas de reduzidíssima espessura e de ourros p r o d u t o s indicados na Tabela 53. Edifícios com estrutura metálica, tão c o m u n s no Japão ou na América do Norte, comc- ç a m a g a n h a r força n o país, verificando-se hoje a c o n s t r u ç ã o de g r a n d e s edifícios comerciais p a r t i c u l a r m e n t e em São Paulo e Belo H o r i z o n t e . O e m p r e g o das e s t r u t u r a s mistas a ç o / c o n c r e t o c o m e ç a a g a n h a r i m p o r t â n c i a p r i n c i p a l m e n t e no caso de lajes d e g r a n d e s dimensões, situação cm q u e as chapas de aço p o d e m atuar simultaneamente c o m o f ô r m a , a r m a d u r a e a c a b a m e n t o d o teto (Figura 106). Tabela 53: Avanços na tecnologia dos aços (perfis, chapas e vergalhões) NOVOS MATERIAIS NOVOS PRODUTOS ou PROCESSOS aços aclimáveis • solda ã explosão aços inoxidáveis • telas eletrossoldadas para concreto armado aços soldaveis • treliças eletrossoldadas para concreto armado perfis sem costura • emendas com luvas tulíos de aço sem costura • vigas treliçadas em aço, pré-fabricadas, para cobertura cabos, apoios e ancoragens para pontes estaiadas de edifícios armaduras galvanizadas • reservatórios para água em aço inox armaduras protegidas com epoxy (deposição • gradis eletroíundidos eletrostática de resina em pó), adequadas para ambiente marinho (ataque de cloretos) e para estruturas submetidas à ação de sais de degelo. O tratamento ainda é caro, requerendo maiores • pisos elevados • forros e painéis em aço inox escovado ou aço comum com pintura eletrostática estudos relativamente à ação do togo. Implica ainda em maior comprimento nas emendas por transpasse e nas ancoragens • telhas térmicas em aço, compostas com poliestireno expandido na face inferior. • coberturas com lâminas de aço em bobinas (sistema "roll-on", conforme Figura 107) • painéis sanduíche de aço galvanizado, faces pntadas com fluorcarbono, miolo cm espuma de isocianureto (plástico termoacústico e incombustível), conforme Figura 107 Q Figura 1 0 6 Estrutura mista ÜÇO / concreto: chapas com função dc fôrma, armadura e acabamento; instalações embutidas nos vazios das chapas dobradas (Fonte: Centria - EUA). | Figura 107 Painéis sanduíche: faces pintadas com fluorcarljono, miolo em espuma de isDcianureto. Bobinas de chapas galvanizadas de aço para cobertura (sistema "roll-on"). N o c a m p o do alumínio têm sido desenvolvidas diversas ligas (alumínio-magnésio-silício ou a l u m í n i o - c o b r e - m a g n é s i o - s i l í c i o ) , c o n s t i t u i n d o o c h a m a d o duralumínio, material com maior resistência mecânica c maior resistência â corrosão atmosférica pela colaminação de alumínio p u r o na superfície das peças. As esquadrias e f a c h a d a s - c o r t i n a e s t r u t u r a d a s com p e r f i s de alumínio são largamente 290 utilizadas, tendo-se otimizado os processos dc proteção anódica ou pintura clctrostática a pó. Existem hoje no mercado várias opções de painéis de alumínio com anodizaçâo ou pintura eletrostática para composição de fachadas ou telhados. Uma das últimas novidades neste setor, c o m e ç a n d o a ganhar impulso no país, são as folhas ou painéis de alumínio c o m p o s t o , folhas duplas coladas com resina dc polietileno ("Alucobond", " R e y n o b o n d " etc), destinadas ao revestimento das fachadas de edifícios. 5.1.2. Estruturas de concreto E m cerca dc dez anos, o avanço na tecnologia d o concreto superou tudo que se havia conseguido nos q u a s e cem a n o s d e s d e o a d v e n t o d o material. O d e s e n v o l v i m e n t o da sílica ativa, das adições e dos aditivos colocam-nos d e f r o n t e a um n o v o material. P e s q u i s a s mais a v a n ç a d a s t r a t a m de a r m a d u r a s e r e f o r ç o s c o m fibras sintéticas, p a r t i c u l a r m e n t e as fibras de carbono c as fibras acrílicas. Na Alemanha estuda-se atualmente a adoção de cabos de p r o t e n s ã o em fibra de vidro ("Polystal", da Bayer, com E = 5 0 . 0 0 0 MPa e resistência à tração na casa d e 1670 MPa), a n t e v e n d o - s e a possibilidade dc se [ Figura 108 introduzir nas barras sensores c r i a n d o - s e tirantes " i n t e l i g e n t e s " . *> dc fibras óticas, Edifício Plaza Centenário - São Paulo; fachadas totalmente revestidas com painéis d ? ; 1 ' u m í n i ° com,>osto (Fonte: Revis;a Téchne n° 22 - maio/junho 1996) O s processos de b o m b e a m e n t o vêm s e n d o aprimorados. Elevar-se o concreto a 150 ou 200m de altura através dc mangotes já se tornou realidade. Surgiram os concretos b o m b e a d o s , os painéis e x t r u d a d o s e tantas o u t r a s inovações r e s u m i d a s na Tabela 54. N o c a m p o das estruturas convencionais, houve considerável avanço nos sistemas de f ô r m a s industrializadas, c o m o d e s e n v o l v i m e n t o dc a p o i o s t c l c s c ó p i c o s , e s c o r a m e n t o s leves c o n s t i t u í d o s p o r vigas e a p o i o s dc a l u m í n i o , vigas mistas de aço e m a d e i r a , caixões p e r d i d o s em poliestireno e x p a n d i d o , caixões recuperáveis em p o l i p r o p i l e n o e outros. Tabela 54: Avanços na tecnologia das estruturas de concreto NOVOS MATERIAIS NOVOS PRODUTOS ou PROCESSOS cimcntos ARI, cimentos resistentes a sul fatos, • escoramentos metálicos cimentos para alvenaria, cimentos aluminosos / • cimbramentos com vigas mistas de aço e madeira refratários, cimentos para injeção • fôrmas metálicas/fôrmas para paredes monolíticas aditivos plastificantes • fôrmas leves em alumínio e madeira compensada aditivos super ou hiper fluidificantes aditivos inibidores de corrosão aditivos reguladores de pega resinada, apoios telescópicos; • fôrmas de PVC expandido, fôrmas leves em poliestireno exlrudado adições minerais • fôrmas voadoras, fôrmas deslizantes sílica ativa • caixões perdidos de |X>liestireno expandido adesivos e|>óxy ou à base de |X>liéster • caixões recuperáveis dc polipropileno concreto auto-adensável • concreto bombeado grautes auto-adensáveis, não retrateis • concreto projetado concreto reforçado com fibras metálicas • concreto rolado (compactado com rolo) concreto reforçado com fibras de • distanciadores / lensores / espaçadores ajustáveis de polipropileno, fibras de carbono, fibras acrílicas plástico (bitolas e cobrimentos) concreto reforçado com fibras de vidro • desmoldantes / películas de cura resistente aos álcalis do cimento • painéis pré-fabricados para paredes painéis pré-fabricados concretados junto com revestimento (granito, cerâmica, etc) painéis alveolares extrudados para lajes ou paredes pré-lajes / lajes pré-fabricadas protendidas sistemas não aderentes de protensão (pós-tensão) realizada no local apoios deslizantes, aparelhos de apoio de neoprene fretado apoios anti-vibratórios (em plástico) È O Figura 1 0 9 Fôrmas para estruturas cie concreto: chassi cie alumínio e apoios telescópicos. Caixões recuperáveis em PVC (Fontes: Topec e Atex, respetivamente). Lvm relação aos processos construtivos, foram desenvolvidos nos últimos anos sistemas de moldagem e içamento de painéis em local contíguo ao da parede (processo "tilt up"), pré-fabricação leve e sistemas de c o n s t r u ç ã o em paredes monolíticas, concretadas simultaneamente com as lajes ("Precise", " O u t i n o r d " , c o n f o r m e Figura 110). 1• 2 3 • 45- Painel horizontal Painel vertical Escora de luva Perna de estabilidade Rolete de deslocamento 6• 78 • 910- Macaco de regulagem Painel de fundo Focho do laje o focho do muro Molde do arranque Negativos 0 Figura 1 1 0 Fôrma para concretagem simultânea de paredes e lajes (sistema túnel - Fonte: Construtora Sergus). A p r é - f a b r i c a ç ã o v e m g a n h a n d o g r a n d e i m p u l s o c o m a gradativa utilização de g r u a s em nossas o b r a s e c o m a p r o d u ç ã o de peças em c o n c r e t o p r o t e n d i d o , particularmente painéis alveolarcs para lajes (Figura 111). Painéis p r é - f a b r i c a d o s em c o n c r e t o a r m a d o ou p r o t e n d i d o tem sido utilizados n o f e c h a m e n t o s dc e s t r u t u r a s dc aço ou concreto, já se i n c o r p o r a n d o m u i t a s v e z e s a o s p a i n é i s o s p r ó p r i o s m a t e r i a i s de a c a b a m e n t o (pedras ornamentais, cerâmica, granilite, "Fulget"). Com o a p r i m o r a m e n t o dos p i g m e n t o s inorgânicos, começa a g a n h a r intensidade a p r o d u ç ã o de c o n c r e t o colorido na p r ó p r i a massa. 0 Figura 1 1 1 Içamento de painel pré-fabricado para paredes e painel extrudado de concreto para pisos (Fontes: International Iron and Steel Inst. e Premo). E m r e l a ç ã o às lajes m o l d a d a s n o l o c a l , p r i n c i p a l m e n t e e m f u n ç ã o da c o n t i n u a d a a d o ç ã o das estruturas pilar-laje, tem-se observado o desenvolvimento dos sistemas dc protensão, recorrendo-se a cordoalhas engraxadas n o interior de dutos de PVC (Figura 112). A execução dc lajes tem passado p o r diversos processos dc modernização, incluindo-se aí as lajes niveladas c o m u m c n t e d e n o m i n a d a s "lajes z e r o " . N e s t e p r o c e s s o emprega-se Fôrma plástica para ancoragem intermediária Suporto para apoio rx>soto Cordoalha engraxada e plastificada Ancoragem intermediária Macaco hidráulico Fôrma plástica Cunhas Nicho Ancoragem Corte da ancoragem fundida 4 cm x 90» 5 ou 6.5 cm x 90» 4 cm X 45° 5 ou 6.5 cm x 30® ca Postiças a 0 Figura 1 1 2 Pós-tensão de laje com sistema não aderente (Fonte: Siderúrgica Belgo-Mineira) concreto com fluidez relativamente acentuada (slump da ordem de 12 a 15cm), rccorrendo-sc n o r m a l m e n t e a réguas vibratórias c a acabadoras motorizadas ("helicóptero") para regularização c alisamento da superfície das lajes. 0 Figura 1 1 3 Desempenadeira de cabo longo e acabadora giratória para lajes de concreto (Fontes: Construtora BKO e Construtora Sinco). 2 9 5 C o m o o g r a n d e d e s e n v o l v i m e n t o d o s aditivos s u p e r f l u i d i f i c a n t c s , existem n o m e r c a d o grautes e microconcretos auto-adensáveis, não retrateis (combinação com aditivos e x p a n s o r e s ) , p r e p a r a d o s nas o b r a s c o m relação á g u a - c i m e n t o g e r a l m e n t e da o r d e m d e 0,35. E s s e s materiais, e m p r e g a d o s cm bases, c h u m b a m e n t o s c o b r a s d e r e p a r o , m e s m o c o m a baixa relação a / c a p r e s e n t a m - s e m u i t o fluídos (Figura 114). | Figura 1 1 4 Graule industrializado não retrátil (Fonte: Fosroc / Reax). 5 . 1 . 3 . Fundações e estruturas de contenção M u i t o s s i s t e m a s de f u n d a ç ã o t ê m sido d e s e n v o l v i d o s n o s ú l t i m o s t e m p o s , p o d e n d o - s e citar as e s t a c a s escavadas ( " e s t a ç õ e s " , estacas b a r r e t e , estacas hélice, hélice c o n t í n u a , O m c g a ) , estacas p r e n s a d a s , estacas raiz ctc. F o r t e tendência c verificada na c o n j u g a ç ã o d c f u n d a ç õ e s superficiais c o m f u n d a ç õ e s p r o f u n d a s , com a p r o v e i t a m e n t o simultâneo da p r e s s ã o d e c o n t a t o c d o atrito lateral d o s o l o a t u a n d o n o s f u s t e s d o s elementos, o q u e deu origem aos radiers s o b r e estacas, às estacas " T " e à " e s t a p a t a " (Figura 115). Grande avanço vem sendo verificado no processo de monitoramento da cravação de estacas, ou mesmo no processo de execução de estacas escavadas (estaca hélice contínua com monitoração eletrônica); os ensaios dc carregamento dinâmico, com base na teoria da equação de onda, conseguem estimar com razoável precisão 296 a capacidade de carga da estaca (PDA — "Pile Driving Analyser") ou simplesmente sua integridade (PIT - "Pile Integrity Testing"). (b) (c) Q Figura 115 Elementos de fundação que associam a resistência superficial com o atrito lateral (a - radier sobre estacas, b - estaca "T", c - "estapata", onde o atrito lateral do fuste só é mobilizado após ocorrer certo recalque da sapata). Relativamente às obras de contenção, diversos sistemas têm sido desenvolvidos, incluindo cortinas atirantadas, paredes-diafragma, "solo grampeado", solo reforçado com g e o s s i n t é t i c o s , "crib-walls", terra a r m a d a , m u r o s em g a b i õ e s e o u t r o s . Alguns desses sistemas encontram-se ilustrados na Figura 116 a seguir. (C) s uinaieta Pinçadores Coocreio _ i projetado «J Dreno raso \ ^ Rcatcrro Dreno do areia Barbacás (d) (e) Canaleta Trecbo livre Drenos curto» (barbacás) Berma — D Figura 1 1 6 (f) Secç&o IrnnsvorsAl (s) Contenções: a) Gabiões; b) Sacos preenchidos com concreto ou solo-cimcnto; c) Pre-moldados dc concreto; d) Cortina cravada; e) Tela metálica + concreto projetado; í) Cortina atirantada; g) Parede diafragma (fonte: Revista Téchne 37) 5 . 1 . 4 . Paredes e divisórias Além dos tradicionais tijolos e blocos de cerâmica ou concreto, alguns materiais têm sido desenvolvidos para execução de alvenarias, podendo-se citar os blocos de concreto celular autoclavado, os blocos sílico-calcários, os componentes em solo estabilizado com cimento ou cal. D o ponto de vista do desenho industrial, foram desenvolvidos blocos auto-encaixáveis e os blocos intertravados através de tarugos de concreto ou pinos em náilon ou polipropileno. Concretos de maior resistência mecânica, e equipamentos de produção dc melhor desempenho, têm propiciado a fabricação de blocos vazados de concreto com paredes mais finas, produtos mais leves e com menor consumo de material. A Associação Brasileira da C o n s t r u ç ã o Industrializada - A B C I 2 0 3 , e m e s m o o Instituto d e Pesquisas T e c n o l ó g i c a s - I P T 2 0 4 , relacionam vários sistemas inovadores dc c o n s t r u ç ã o de paredes, destacando-se os painéis pré-fabricados e m c o n c r e t o ou c o n c r e t o celular, painéiss a n d u í c h e (madeira sarrafeada / f i b r o c i m e n t o , reticulado de a ç o / argamassa polimérica, p o l i e s t i r e n o e x p a n d i d o / argamassa a r m a d a , blocos c e r â m i c o s / m i c r o c o n c r e t o ) , p a r e d e s monolíticas cm c o n c r e t o normal ou c o n c r e t o celular e o u t r o s sistemas. N a última década, tem-se verificado o d e s e n v o l v i m e n t o de sistemas de paredes utilizando c o m o f ô r m a s placas ou p e ç a s d e p o l i e s t i r e n o e x p a n d i d o , t a n t o b l o c o s cncaixávcis (posteriormente preenchidos com c o n c r e t o ou argamassa), c o m o painéis pré-fabricados de E P S c o m p o s t e r i o r p r e e n c h i m e n t o e / o u r e v e s t i m e n t o com argamassa ou m i c r o c o n c r e t o p r o j e t a d o (Figura 117). Para as fachadas, além das fachadas-cortina a n t e r i o r m e n t e c o m e n t a d a s e d o s sistemas em painéis p r é - f a b r i c a d o s de c o n c r e t o , alumínio ou aço, c o m e ç a m a ser p r o d u z i d o s painéis 205 298 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIAI JZA DA - AIKJ C a d e r n o T é c n i c o Sistemas Construtivos Industrializados FJitora Tini São Paulo. 1993Instituto ik- Pçsquixis Tecnológicas tio Estado dc São IMulo - IPT.Catálogo d c Processos c Sistemas Construtivos para Habitação Publicação 11*1' n° 2515. São Paulo. 1998. Capa de compressão Estrutura de pilares e vigas Poliestireno expandido (EPS) Norvura pró-moldada Painel de gesso ' acartonado Guia para montagem roconcreto projetado Alma de EPS com vazios para inserção depilares Tela de aço (100 x 100mm; 3 mm de espessura) 0 Figura 117 Sistema construtivo em painéis de EPS, telas metálicas e microconcreto projetado (Fonte: Dragados Plaslbau Espanha). cm PRFV, poliéstcr reforçado com fibra de vidro, com cuidadosa formulação do gcl-coat ( i n t r o d u ç ã o de aditivos estabilizadores e a b s o r v c d o r e s de radiações ultravioleta). T e n dência verificada na E u r o p a e nos E s t a d o s U n i d o s , a c o n s t r u ç ã o brasileira começa a introduzir nas fachadas blocos de concreto decorativos (blocos rústicos, blocos "split", blocos coloridos na massa). Outra tendência é a execução das chamadas "fachadas ventiladas", constituídas n o r m a l m e n t e p o r um reticulado metálico e placas de a c a b a m e n t o em concreto pré-fabricado, rochas ornamentais ou placas cerâmicas (Figura 118). Neste caso, há necessidade dc cuidados especiais para prevenção contra a corrosão dos insertos e dos reticulados metálicos. Para as divisórias internas existe f o r t e tendência das c o n s t r u t o r a s utilizarem cada vez mais as paredes construídas a seco ("drv walls"), situação cm que vêm s e n d o empregadas e s t r u t u r a s reticuladas dc aço g a l v a n i z a d o c painéis em g e s s o a c a r t o n a d o (Figura 119). A utilização das " d r y walls" em p a r e d e s hidráulicas v e m s e n d o favorecida pela introdução das tubulações flexíveis de polietileno, c o n f o r m e analisado no item 5.1.10. 299 O Figura 1 1 8 Estrutura reticulada de perfis metálicos e fixação de painéis de concreto, rocha ou cerâmica, constituindo a fachada ventilada (Fonte: Marazzi - Itália). 0 Figura 1 1 9 Divisória "dry wall" em estrutura metálica e painéis de gesso acartonado (Fonte: Lafarge). 5 . 1 . 5 . Revestimentos e pinturas As argamassas tradicionais têm sido parcialmente substituídas p o r argamassas pré-dosadas ou argamassas industrializadas, fornecidas em sacos ou, mais recentemente, em silos. As cales vêm sendo parcialmente substituídas por aditivos plastificantes ou incorporadores de ar, p a r t i c u l a r m e n t e sais de c o l o f ô n i o (resíduo dc destilação dc resinas d o p i n h o ) . Aditivos t a m b é m têm sido i n t r o d u z i d o s para a u m e n t a r a aderência das argamassas de revestimento, basicamente resinas fenólicas, acrílicas e vinílicas. C o m a maior u n i f o r m i d a d e geométrica d o s c o m p o n e n t e s de alvenaria, pastas de g e s s o 300 vêm sendo largamente empregadas c o m o material de revestimento de paredes internas e tetos. Vários processos de projeção de argamassa e m e s m o de gesso têm sido desenvolvidos, c o n f o r m e ilustrado na Figura 120. D Figura 1 2 0 Revestimento de paredes com projeção mecânica de argamassa ou gesso (Fontes: Matrix e Putzmeister, respectivamente). Com o desenvolvimento dos pigmentos inorgânicos (oxido de ferro sintético, micropulverizado), utilizados n o r m a l m e n t e na faixa de 3 a 5% d o peso d o cimento, têm surgido argamassas coloridas para revestimento, c o m diversas possibilidades dc acabam e n t o : massa " b a t i d a " , massa raspada c diversas m o d a l i d a d e s dc texturas, c o n f o r m e Figura 121. O u t r o sistema que vem g a n h a n d o muito c a m p o no revestimento de paredes é o c h a m a d o " q u a r t z o pigmentado", constituído pela aglomeração com resina acrílica de agregados minerais finamente britados (principalmente quartzo, dolomita c granito); este sistema também encontra-se ilustrado na Figura 121. 1 Figura 1 2 1 Revestimentos de parede: argamassas texturizadas e quartzo pigmentado (Fontes: Ibratin, Revplast e Kleiden, respectivamente). Q u a n t o aos r e v e s t i m e n t o s cerâmicos, m e n c i o n a - s e a notável e v o l u ç ã o d o s esmaltes e d o s p r o c e s s o s de p r o d u ç ã o das placas cerâmicas ( m o n o q u e i m a em f o r n o s contínuos), dispondo-se de produtos com absorção de água quase nula (porcelanatos, grés cerâmico), c o m excelente d e s e m p e n h o f r e n t e à ação dc baixas t e m p e r a t u r a s , agentes químicos c outros meios agressivos. Destaca-se também o surgimento dos rejuntes coloridos, providos de aditivos impermeabilizantes e fungicidas, e das "argamassas colantes flexíveis", c o m p o s t a s em geral c o m aditivos plastificantes, retentores de água (hidroxietilcelulose ou mctilcclulosc) c resinas acrílicas ou vinílicas; tais argamassas são especialmente indicadas para o revestimento de fachadas, com solicitações higrotérmicas muito consideráveis. Vários revestimentos em material plástico têm sido desenvolvidos, na f o r m a de placas, mantas ou réguas cncaixáveis ("sidings", r e p r e s e n t a d o s na Figura 122, e m p r e g a n d o - s e adições ou filmes absorvedores de radiações UV para aumentar a durabilidade do material). Vêm sendo desenvolvidos plásticos ignífugos, mediante intromissão nas cadeias poliméricas dc átomos dc halogênios (F, Cl, br), dc metais ou outros elementos ignífugos. De acordo c o m F l e u r y 2 0 5 , os poliorganos-siloxanos metálicos p o r exemplo podem resistir a temperaturas até da ordem dc 1000° C. | Figura 1 2 2 Revestimento do fachada com "sidings" de PVC estabilizado com aditivos absorvedores de raios UV e elementos ignífugos (Fonte: Madex / Wallrevest). 2üS 302 FLEURY, G. A Síntese d o Novo Tcchnc Kcvbta dc Tecnologia da Construção n ' -í. p p 29-34. Editora Pini. São Paulo. 1995. Ainda para o revestimento de paredes, tem sido desenvolvidos painéis isolantes constituídos por plásticos alveolares (espumas fenólicas), utilizados p o r exemplo em saunas ou fachadas f o r t e m e n t e insoladas. T a m b é m para o revestimento de fachadas, uma das últimas n o v i d a d e s é a p r o d u ç ã o dc painéis c o n s t i t u í d o s p o r lâminas delgadas de rochas, coladas à estrutura de lâminas de alumínio em f o r m a de colmeia. Q u a n t o aos materiais e sistemas de pintura, verifica-se atualmente a tendência de substituição dos solventes por tintas base água, com vantagens inegáveis d o p o n t o dc vista da segurança (toxidez e risco de ignição d o s solventes) e da facilidade de preparação das tintas; nesse p o n t o , relativamente às emulsões, destaca-se que o mercado começa dispor de tintas acrílicas fornecidas em pó. D e s e n v o l v i m e n t o considerável tem sido o b s e r v a d o na f o r m u l a ç ã o de tintas isolantes térmicas, c o m p o s t a s basicamente por resinas vinílicas com plaquetas de cerâmica sintética cm emulsào, ou resinas alquídicas com microlâminas metálicas cm suspensão (tintas reflexivas). Com especial atenção para a proteção de estruturas metálicas contra ação d o fogo, têm sido desenvolvidas tintas entumescentes e tintas retardadoras de chama, constituídas basicamente por silicones modificados, plásticos expansíveis, partículas metálicas e óxidos cerâmicos. Avanço considerável t a m b é m tem sido n o t a d o nas p r o t e ç õ e s anti-corrosivas, o n d e se destacam as tintas à base de poliuretano alifático ou borracha clorada e as tintas epóxy formuladas com oxido de zinco (proteção galvánica), e nos vernizes para concreto aparente (resinas acrílicas, poliuretano, silano-siloxano, siliconas modificadas, etc). Além do que foi mencionado, dispõe-se hoje de uma série e n o r m e de p r o d u t o s e sistemas de pintura, c o m o p o r exemplo: • tintas acrílicas, epoxy ou borracha clorada para pintura de pisos; • tintas para pintura de azulejos; • pinturas anti-derrapantes para pisos; • pinturas f o n o - a b s o r v c n t c s (texturizaçào e / ou introdução dc partículas dc plástico alveolar, que c o l a b o r a m para diminuir a reverberação). Com a moderna tendência do "grafittismo", verificada a nível mundial, vêm sendo desenvolvidos sistemas anti-grafitti cada vez mais eficientes, onde a pixação p o d e ser removida c o m água q u e n t e s o b pressão (80°C, 80 Bars) e / ou solventes c o m o o metil isobutil cetona, o acetato de etilglicol e o cloreto de metileno. Deve-se frisar que existem basicamente dois tipos de proteção anti-grafitti, ou seja: - sistemas formadores dc filme, formulados geralmente com poliuretano, poliuretano fluorado, emulsão de b o r r a c h a de silicone ou c o p o l í m e r o s fluorados, que alteram as condições de permeabilidade ao vapor e modificam o aspecto e o brilho do substrato, p o d e n d o ainda s o f r e r a m a r c l e c i m c n t o c calcinação sob ação dos raios ultravioleta; — sistemas reversíveis (removíveis c o m solventes), a t u a n d o na o b t u r a ç ã o superficial dos p o r o s d o substrato, geralmente constituídos p o r acrílicos, polimetilmetacrilato, siloxanos ou ceras sintéticas. Sob o aspecto estético das pinturas, muitos pigmentos inorgânicos vem s e n d o desenvolvidos, c o m incontáveis possibilidades de f o r m u l a ç ã o de cores; q u a n t o à preparação de cores, destacam-se os sistemas tintométricos computadorizados, hoje disponíveis até mesmo em lojas especializadas. Q u a n t o à estética, o n d e o e m p r e g o de diferentes ferramentas possibilita a o b t e n ç ã o de variados acabamentos, destaca-se c o m o uma das últimas n o v i d a d e s a f o r m u l a ç ã o de emulsòes acrílicas c o m pigmentos encapsulados, aplicadas com revólver e f o r m a n d o películas marmorizadas multicoloridas, c o n f o r m e ilustrado na Figura 123. | Fig.123 Emulsão acrílica com pigmentos enca|>sulados (Fonte: Coral / Fractalis) 5 . 1 . 6 . Caixilhos e envidraçamentos Com o aprimoramento das ligas metálicas e dos plásticos de construção, ao lado do desenvolvimento dos processos de fabricação dos vidros planos, das proteções anti-corrosivas e dos acessórios em metal ou plástico, existem inúmeras opções para a construção das caixilharia e envidraçamentos dos edifícios, resumindo-se na Tabela 55 os principais avanços neste setor. Relativamente aos caixilhos, c h a m a especial a t e n ç ã o o g r a n d e d e s e n v o l v i m e n t o da indústria do PVC, sendo cjue as janelas fabricadas com este material praticamente já dominam os m e r c a d o s de países da A m é r i c a d o N o r t e e E u r o p a , c o m ê n f a s e especial na França e na Alemanha. Frente a eventuais dúvidas que ainda poderiam pairar quanto à d u r a b i l i d a d e d o material, Hachich 2 0 6 realizou i m p o r t a n t e trabalho levando cm conta as condições brasileiras de exposição aos agentes climáticos degenerativos. Janelas tipo veneziana, em aço, alumínio ou mesmo madeira (Figura 125) permitem hoje a regulagcm das palhetas, com maior possibilidade de ventilação c iluminação dos cômodos. " , l 6 HACHICH. V. F. Critérios Mínimos para Avaliação Expedita da Durabilidade dc Produtos d c PVC Rígido para Uso Exterior nas Edificações São Paulo, 1999. lVíip.Tesc d c Doutorado apresentada á Escola l*olitécnica ila Universidade d e São Paulo. 305 Tabela 55: A v a n ç o s na tecnologia dos caixilhos e envidraçamentos CAIXILHOS / FACHADAS-CORTINA • janelas e portas em PVC • caixilhos com alma de alumínio e revestimento em madeira laminada VIDROS • vidros reflexivos / serigrafados, para controle da entrada de raios solares • vidros difusores de luz, com filme plástico entre • venezianas com palhetas orientáveis duas placas de vidro para propiciar a difusão • persianas e venezianas motorizadas / • vidros duplos, com introdução de gás inerte comando à distância • perfis extrudados à base de borracha vulcanizada, entre as placas para que não ocorra condensação do vapor de água policloropreno, EPT - etileno-propileno-terpolímero, • vidros termo-refletores EPDM - etileno-propilenodieno-monômero, • vidros termo-absorventes para gaxetas e vedações • vidros coloridos na massa • pintura eletrostática a |>ó (ferro e alumínio) • poliuretano expandido no local, para fixação de marcos ou contramarcos • cola de silicone estrutural - montagem de vitrais e de • vidros laminados, placas coladas com película do polibutirato dc vinila (conhecido também por butiral-polivinila) • películas reflexivas / películas de controle solar fachadas-cortina, fabricação de vidro duplo • fechaduras acionadas |X>r cartão magnético e até impressão digital • acessórios em teflon, polioximetileno, náilon e poliamidas • pastas neutras para limpeza do alumínio anodizado 0 Figura 124 Caixilhos de PVC: cortes em janela de correr e janela de enrolar (Fontes: Bellevue e Soprofen - França) As caixilharias de alumínio ganharam notável desenvolvimento nos últimos anos, aprimorando-se os processos de a n o d i z a ç ã o / s e l a g c m e pintura eletrostática a pó; já existem janelas dc e n r o l a r m o t o r i z a d a s c o m c o m a n d o à distância (Figura 126), e o p ç õ e s de caixilhos c o m alma de alumínio e revestimento em madeira laminada. 0 Figura 125 A indústria do vidro desenvolveu-se notavelmente, c o m a . colocaçao i i i no m e r c a d o de diversos • i i i tipos e m o d e l o s de Janela veneziana em madeira, com mecanismo em alumínio permitindo regulagem das j M | h e t a s (Fonte: Ventilar?) vidros planos, particularmente os vidros temperados. Esses p r o d u t o s , a s s o c i a d o s c o m as colas e s t r u t u r a i s de silicone possibilitam a execução de e x t e n s a s f a c h a d a s " p e l e dc v i d r o " , g e r a l m e n t e c o m o e m p r e g o dc v i d r o s reflexivos ( F i g u r a 127) p a r a d i m i n u i ç ã o da c a r g a t é r m i c a n o s a m b i e n t e s . O x i d o s metálicos a p l i c a d o s nas s u p e r f í c i e s das p l a c a s p o s s i b i l i t a m a v i s ã o a p e n a s a p a r t i r do l a d o menos iluminado. do tita para janola o porta integradas Motor para janela integrada Q Figura 126 D Figura 127 Janela de enrolar em alumínio, motorizada (Fonte: Alumínio Belmetal) Fachada "pele de vidro", com vidro laminado reflexivo (Fonte: Blindex). A t e c n o l o g i a d o s v i d r o s d u p l o s ( F i g u r a 128) t a m b é m v e m se d e s e n v o l v e n d o m u i t o , t e n d o esses p r o d u t o s inegáveis v a n t a g e n s q u a n t o a o d e s e m p e n h o t é r m i c o e acústico. N a França vêm sendo desenvolvidos estudos v i d r o de visando a inserção e n t r e as placas d e acrogcl d c sílica, material t r a n s p a r e n t e c o m g r a n d e resistência t é r m i c a , c o m aumento considerável d o isolamento térmico do vidro duplo. Q Figura 1 2 8 Vidro duplo, para isolamento termoacústico (Fonte: Santa Marina) Ainda neste país, e n c o n t r a m - s e cm fase d e d e s e n v o l v i m e n t o os vidros e l c t r o c r ô m i c o s , cuja c o r é m o d u l á v e l através de c o r r e n t e elétrica ( s e n d o possível p o r t a n t o regular-se a lua incidente nos ambientes); t a m b é m se estuda o isolamento dinâmico, com possibilidade de circulação de ar entre as placas de vidro. Há ainda a possibilidade de revestir-se u m a das placas c o m película r e f l e t o r a . 5 . 1 . 7 . Pisos A considerável redução na altura das lajes, possível com os n o v o s sistemas de p r o t e n s ã o c c o m os c o n c r e t o s d c alta resistência mecânica, tem r e p e r c u t i d o cm considerável diminuição da isolação acústica, p r o b l e m a que p o d e ser resolvido com os sistemas flutuantes d e piso. M u i t o s s i s t e m a s de piso (alto-nivelantes, alta resistência a p r o d u t o s ácidos), e diferentes materiais de acabamento têm sido lançados ao longo dos últimos anos, c o n f o r m e 308 listagem a seguir. Tabela 56: Avanços na tecnologia dos pisos NOVOS MATERIAIS E PROCESSOS NOVOS PRODUTOS • pisos suspensos • carpetes de madeira • pisos "flutuantes" (camada de piso sobre • chapas melamínicas (Térmica") isolação acústica - poliestireno ou • placas dc lx>rrncha natural ou EPDM poliuretano) • lajotas de concreto intertravadas, inclusive com • pisos condutores de eletricidade, para salas cirúrgicas • pisos de |)oliuretano, polipropileno + coloração na massa • placas de polietileno de alta densidade • placas cerâmicas e rejuntes anti-ácidos l>olielileno, polisoprene, EPDN ou SBR • porcelanatos ("grama sintética" ou mantas para pistas fie • rejuntes coloridos, com adição de impermeabilizantes e atletismo e quadras e$|X>rtivas) • pisos industriais de concreto, com ou sem barras de transferência • concreto estampado • endurecedores de superfície (silicato de sódio, etc) • argamassas poliméricas alto nivelantes fungicidas • adesivos para assentamento de cerâmica sobre revestimento já existente • elementos pré-formados para juntas, em poliisobutileno ou butil • mastiques para juntas moldadas no local: acrílcos, butílicos, poliuretano, silicones, polissulíctos (mono ou bi-componentes) • perfis extrudados para fundo de junta (PVC, polietileno, poliester) A a r q u i t e t u r a d o s n o v o s e s c r i t ó r i o s (sistemas " a b e r t o s " d e divisórias), e a n e c e s s i d a d e cada vez maior de instalações, inclusive redes de i n f o r m á t i c a , têm levado ao a u m e n t o da utilização d o s pisos s u s p e n s o s , que possibilitam a flexibilização d o s cabeamencos e instalação de caixas (Figura 129). O s pisos alto-nivelantes, c o n s t i t u í d o s p o r resinas epoxy, p o l i e s t e r e o u t r a s , c o m e ç a m a ter seu e m p r e g o a m p l i a d o em i n d ú s t r i a s dc a l i m e n t o s , h o s p i t a i s etc; t a m b é m a r g a m a s s a s a l t o - n i v e l a n t e s (Figura 129), p a r a r e g u l a r i z a ç ã o d e c o n t r a p i s o s , têm s i d o d e s e n v o l v i d a s . Pisos s i n t é t i c o s para r e c i n t o s e s p o r t i v o s e p i s o s c o l o r i d o s em c o n c r e t o e s t a m p a d o ou placas intertravadas são o u t r a s o p ç õ e s (Fig. 130). \\ Figura 1 2 9 Piso suspenso e argamassa alto-nivelante (Fontes: Paciíic PSI e Decapan). 0 Figura 1 3 0 Piso esjxjrtivo em manta de |>oliuretano e placas intertravadas coloridas na massa (Fontes: Lisonda e Bayer) 5 . 1 . 8 . Telhados e forros Novas telhas de encaixe coloridas vem sendo produzidas cm cerâmica (telhas esmaltadas), argamassa e ate em p o l i p r o p i l e n o ; telhas em argamassa ou m i c r o - c o n c r c t o vêm s e n d o produzidas p o r extrusao. O s acrílicos, o PMMA- polimetacrilato de metila e as telhas e d o m o s de policarbonato têm possibilitado a execução de coberturas c o m elevada transparência, c o n f o r m e ilustrado na Figura 131. Para evitar o problema de respingamentos de água ("goteiras"), relativamente freqüentes 310 nas c o b e r t u r a s c o n s t i t u í d a s p o r telhas de encaixe, f o r a m d e s e n v o l v i d o s sistemas de O Figura 1 3 1 Cobertura em chapas de policarbonato curvadas a trio (Fonte CE Plaslics). subcoberturas, constituídas por mantas de polietileno com elevada resistência ao rasgamento; em alguns casos (Figura 132), a subcobertura é também utilizada c o m o elemento d e isolação térmica. Outras opções, como telhas translúcidas de PVC, estruturas pré-fabricadas em aço, treliças de madeira com ligações cm chapas d e n t a d a s ("gang-nail") c isolantcs t é r m i c o s (là de r o c h a , fibra de vidro, plásticos e x p a n d i d o s ) têm sido oferecidas para as coberturas. 0 Figura 1 3 2 Relativamente aos f o r r o s , elementos que vêm g a n h a n d o Subcobertura em plástico alveolar (Fonte: Isolant do Brasil) grande importância com a adoção dos " p l e n u n s " para ar c o n d i c i o n a d o e outras instalações, existe grande variedade de materiais e acabamentos, p o d e n d o - s e citar: • componentes cm a l u m í n i o , aço e s c o v a d o , aço ou a l u m í n i o c o m eletrostática; • perfis extrudados de PVC (Figura 133); • painéis em vermiculita, là dc vidro, là de rocha; • forro acústico tipo colmeia, em EPS; pintura • f o r r o s acústicos: lã de rocha sobre placas perfuradas dc metal, plástico etc; • placas f o n o absorventes, com cunhas anecóicas, em poliuretano expandido (Figura 133); • placas dc gesso c o m diferentes f o r m a s e ressaltos ou texturas, inclusive placas curvas. 0 Figura 1 3 3 Perfis extrudados em PVC para forro e placas com cunhas anecóicas para absorção acústica (Fontes: Trikem e lllbruck) 5 . 1 . 9 . Impermeabilizações O d e s e m p e n h o dos sistemas rígidos de impermeabilização vêm s e n d o muito melhorados c o m o s u r g i m e n t o dos materiais cristalizantes e d o s c i m e n t o s poliméricos "flexíveis", c o m p o s i ç õ e s à base de cimento, aditivos e elastômeros. O s sistemas flexíveis sofreram notável desenvolvimento nos últimos anos, com o advento das mantas asfálticas modificadas com elastômeros (APP - polipropileno atático e SBS - estireno-butadieno-estireno), mantas de butil, P V C ou R P D M v u l c a n i z a d o . T a m b é m obtiveram consideráveis avanços tecnológicos os sistemas m o l d a d o s no local, constituídos p o r e l a s t ô m e r o s em solução, como as emulsões clorossulfonado); acrílicas, neoprene mais r e c e n t e m e n t e , (policloropreno) foi l a n ç a d o um e hvpalon produto (polietileno monocomponente constituído por poliuretano c b e t u m e modificado ("liquid rubbcr"). Ainda no c a m p o das impermeabilizações, têm surgido sistemas ou c o m p o n e n t e s para as áreas mais expostas à ação da água, p o d e n d o - s e citar os pisos de plástico para box de chuveiro ("piso-box"), as piscinas em PRFV c as mantas de PVC para piscinas (solda do filme por indução); nesse último caso, incorporam-se ao PVC fungicidas e absorvedores de raios UV, garantindo a maior durabilidade do plástico. Diversos acessórios têm sido desenvolvidos para facilitar o acoplamento dos sistemas de impermeabilização com ralos, tubos emergentes e outras singularidades (colarinhos, golas, prolongadores etc). Uma das últimas novidades no mercado brasileiro é o "dispositivo antiinfiltração" para ralos, provido dc gola para recolhimento da água que venha a penetrar entre a impermeabilização e o ralo, c o n f o r m e Figura 134. Grelha Anti Segmento de tubo Caixa 0 Figura 1 3 4 Dispositivo antiinfiltração, no encontro com ralo (Fonte: Akros). 5 . 1 . 1 0 . Sistemas prediais de água Diversas inovações nos processos de projeto e novos c o m p o n e n t e s têm sido desenvolvidos para a execução das instalações de água fria, água quente, esgotos e águas pluviais. A Tabela 57 relaciona as principais inovações no setor. Um d o s a v a n ç o s mais significativos n o c a m p o d o s sistemas p r e d i a i s de água é sem dúvida a possibilidade de utilização dc tubulações flexíveis de polietileno para condução de água fria ou água quente, c o m sistema de engate rápido entre os tubos, as conexões e os aparelhos; nas tubulações encamisadas, c o n f o r m e Figura 135, há toda uma mudança 313 Tabela 57: Avanços na tecnologia dos sistemas prediais d e água ÁGUA FRIA E ÁGUA QUENTE ESGOTOS • caixas de descarga embutidas / acopladas densidade - água fria / água quente) • bacia de saída horizontal • tubos de polietileno reticulado (PEX) • vasos sanitários "VDR" (volume de descarga • tubulações flexíveis de PAD (polietileno de alta encamisados por dutos de PVC corrugado ou reduzido) - máximo de 6L em diversos países onde CPVC (PVC clorado) para água quente a substituição das bacias antigas vêm sendo • torneiras misluradoras mono-comando (controle procedida (México, Canadá, EUA, Japão) • bacias VDR á vácuo • torneiras com acionamento eletrônico: abertura • bacias elevadas e fechamento por célula fotoelétrica, energizada • sensores de coloração (turvamento da água. mono de vazão e temperatura) acionamento da descarga) à pilha, com dispositivo para fechamento automático contra vandalismo (2 a 3 minutos) • calefatores em espuma de polietileno • dispositivo anti-retorno de espuma • pressurização de instalações prediais de esgoto, com redução do diâmetro dos tubos (abraçando tubos de água quente) • pressurizador compacto para reservatório • domiciliar com pouca pressão manométrica • reservatórios em fiberglass ou poliolefinas esgotos sanitários • • válvulas fluxíveis de pressão em PVC rígido. fechamento progressivo para evitar gol|)e de aríete • silenciador hidrodinâmico para válvulas fluxíveis válvulas de admissão de ar para sistemas de peças sanitárias, tampos e cubas de pias em plásticos: acrílico, epóxy ou poliéster • piso de • carenagem para shafts - polipropileno revestido IKÍX elevado em plástico (ABS acrílico) com filme acrílico de c o n c e p ç ã o d o sistema, p a s s a n d o o s d u t o s a trabalharem n o interior de bainhas (PVC c o r r u g a d o ) , a e x e m p l o d o s fios e c a b o s elétricos. C o m a c r e s c e n t e n e c e s s i d a d e da e c o n o m i a d e á g u a , t o r n e i r a s "economizadoras" v ê m s e n d o desenvolvidas, o c o r r e n d o o f e c h a m e n t o a u t o m á t i c o através de câmara de c o m p e n s a ç ã o ou o a c i o n a m e n t o (abertura e f e c h a m e n t o ) através de células 314 f o t o e l é t r i c a s . Para as c a s a s t é r r e a s , o n d e a r e d u z i d a p r e s s ã o m a n o m é t r i c a é c a u s a 1 Figura 135 Caixa de distribuição ("Manifold") e tubos de polietileno 110 interior de bainhas em PVC corrugado (Fonte: Giacomini - Itália). comum foram do mal funcionamento desenvolvidos aos reservatórios de a p a r e l h o s ( c h u v e i r o s e d u c h a s pequenos domiciliares. pressurizadores A automáticos, particularmente), a serem fabricação destes reservatórios c o m acoplados poliolefinas contribui para a diminuição do peso próprio do equipamento, maior facilidade instalação e na limpeza. N o t o c a n t e aos sistemas dc e s g o t o , a a d o ç ã o dc sistemas p r e s s u r i z a d o s , válvulas de admissão de ar e colunas auto-ventiladas têm possibilitado a r e d u ç ã o do diâmetro das tubulações, a simplificação e a economia nessas instalações. Diversos modelos de caixas de descarga e bacias sanitárias têm sido d e s e n v o l v i d o s , d e s t a c a n d o - s e as bacias c o m saída horizontal (dispcnsando-sc cm conseqüência os rebaixos em lajes) c as bacias V D R — bacias com volume de descarga reduzido; versões dessas bacias com dispositivos de vácuo permitem utilizar apenas 4 ou 5 litros em cada descarga. O s problemas dc r e t o r n o dc espuma cm instalações de e s g o t o (prumadas com tanques e / ou m á q u i n a s de lavar) vem s e n d o s a t i s f a t o r i a m e n t e resolvidos a nível de projeto. T a m b é m com essa finalidade, foi lançado r e c e n t e m e n t e n o m e r c a d o brasileiro interessante dispositivo que visa impedir o a f l o r a m e n t o de e s p u m a nos andares mais baixos (Figura 136). 315 Relativamente aos sistemas de águas pluviais, Gonçalves 2 0 relata o desenvolvimento de sistema sifônico de captação, reduzindo a admissão de ar no sistema e p e r m i t i n d o a u m e n t o da capacidade Anel de vedação Funil Canaieta Trava dc vazão da rede (Figura 137). Possibilita também o e m p r e g o dc t u b u l a ç õ e s p r a t i c a m e n t e em nível, v a n t a g e m inegável para as Rebaixo lajes planas de cobertura. A i n d a para o sistema d c c a p t a ç ã o e coleta dc águas pluviais, c o m o n o v i d a d e s existem as m a n t a s d r e n a n t e s c o m núcleo de polietileno de alta densidade, revestido com manta geotêxtil, e D Figura 136 Dispositivo anti-retorno de espuma {Fonte: Akros). diversos componentes em PVC: calhas, rufos e grelhas (Fig. 138); neste caso, o PVC recebe aditivos termoestabilizadores c absorverdores dc radiações UV, o t i m i z a n d o sua durabilidade. 315 [Figura 137 | Figura 1 3 8 Coletor sifônico de águas pluviais (Fonte: Gonçalves207) Grelha em PVC (Fonte: Supra - Itália) GONÇALVES.O. M Sistema» Prediais - AvançosTecnológicos e Conceituais Tcchnc - Revista dc'Tecnologia de Construção. N° 12. Editora Pini.São Paulo, set/out 1994. 5 . 1 . 1 1 . Sistemas prediais de energia elétrica Relativamente à segurança das instalações elétricas, há que se destacar o desenvolvimento de dispositivos detetores de corrente diferencial - residual (disjuntor "DR"), com capacidade de desativar circuitos nos quais ocorrem diferenças entre a corrente que entra c a corrente que saí, em função de correntes de fuga, falhas na blindagem / isolação de aparelhos ou outras anomalias. As maiores novidades dizem respeito aos sistemas de gerenciamento de energia elétrica, à medição remota d o c o n s u m o (central na portaria d o prédio), a t o m a d a s inteligentes (capacidade de detectar e desativar circuitos c o m sobretensão), a interruptores com possibilidade de rcgulagem d o fluxo l u m i n o s o ( " d i m m c r s " ) e a s e n s o r e s fotoelétricos de presença ( a c i o n a m e n t o ou desativação de lâmpadas e a p a r e l h o s pela d e t e c ç ã o ou n ã o de p e s s o a s n o a m b i e n t e ) ; existem inclusive l u m i n á r i a s já c o m o s e n s o r de p r e s e n ç a e m b u t i d o (lâmpadas e c o n o m i z a d o r a s de energia). Verdadeira revolução vem o c o r r e n d o na fabricação de lâmpadas c luminárias, ou seja: • lâmpadas e c o n o m i z a d o r a s de energia (incandescentes halógenas, dicróicas), lâmpadas fabricadas com multivapores metálicos; • l â m p a d a s m i n i f l u o r c s c c n t c s , c o m v a p o r de s ó d i o a baixa pressão, com p o d e r de iluminamento p o r Watt muitas vezes maior que as lâmpadas incandescentes comuns; • lâmpadas fluorescentes com reatores eletrônicos, que redundam cm consumo de energia da o r d e m da metade daquela verificada nas lâmpadas c o m reatores eletromagnéticos; • lâmpadas fluorescentes constituídas p o r xenônio, sem os inconvenientes do flúor ou do mercúrio (toxidez dos gases metálicos / proteção à camada dc ozônio da atmosfera); • luminárias " a n t i - r e f l e x i v a s " (luz d i f u s a , sem reflexões ou brilho excessivo das superfícies iluminadas). N o c a m p o da g e r a ç ã o / e c o n o m i a de energia elétrica nos edifícios, as pesquisas têm evoluído para a otimização d o s coletores solares, para a cogeração (geração de energia e l é t r i c a , p o r e x e m p l o , c o m g e r a d o r e s a gás n a t u r a l ) e p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o da e n e r g i a f o t o v o l t a i c a . N e s s a t e c n o l o g i a v ê m s e n d o e m p r e g a d o s p a i n é i s de silício cristalino ou silício a m o r f o hidrogenado: a luz incidente no silício provoca instabilidade d o s e l é t r o n s a t i n g i d o s p e l o s f ó t o n s , c o m g e r a ç ã o de p e q u e n a c o r r e n t e contínua, a c u m u l a n d o - s e a energia n u m b a n c o de b a t e r i a s . D Figura 1 3 9 Coletor solar domiciliar e painel de silício para energia totovoltaica (Fontes: Soletrol e Revista Téchne N° 41 - pp 37). 5.2 0 Avanços tecnológicos relativos aos equipamentos 5 . 2 . 1 . Ferramentas e equipamentos para a construção de edifícios Um sem n ú m e r o de ferramentas e equipamentos vêm s e n d o desenvolvidos para a construção de edifícios, c o m utilização direta nos processos ou c o m o instrumentos de apoio à construção. N a Tabela 58 indicam-se alguns desses equipamentos. Na construção moderna, a força braçal vem sendo rapidamente substituída por guinchos, guindastes, elevadores, g r u a s e p e q u e n o s e q u i p a m e n t o s para escavação e m o v i m e n t a ção de materiais a granel (Figura 140). Tabela 58: Equipamentos e ferramentas para a construção de edifícios Equipamentos para os processos Equipamentos de a|X>io / transporte • betoneiras / centrais de dosagem • gruas e mini-gruas • usinas e miniusinas dc concreto • andaimes tubulares, torres metálicas • centrais de argamassa (silos + equipamentos de • andaimes motorizados (plataformas, bombeamento) • misturadores contínuos acoplados com bombas de projeção de argamassa balancins, cadeiras), balancins elétricos com velocidades de até 30m/min e alcance de 100m de altura • íresadora para concreto (pisos) • elevadores de obras • rom|)edores / marteletes portáteis • braços mecânicos / guinchos / monta-cargas • vibro-acabadora para pisos e lajes • distribuidor de concreto com comandos hidráulicos e controle a laser do nivelamento e planicidade telescópicos • plataformas / elevadores com cremalheira e pinhão • réguas / desem[>enadeiras vibratórias • mini |x>ntes rolantes • desem|>enadeira circular motorizada - acabadora de • esteiras rolantes superfície ou "helicóptero" • palieis, carrinhos porta-pallets • equipamentos para |X>limento do concreto • plataformas aéreas (até 45m de altura) • equipamentos para lx>ml)eamonto de concreto • caminhões com caçamba basculante • equipamentos de hidrodemolição "tríplice": material pode ser descarregado pela • dobradeira de estribos motorizada traseira ou qualquer uma das laterais. • perfuratrizes / equipamentos de corte • microescavadoras (larguras 58 e 8lcn) • minitratores, micro-escavadeiras, jjcquenas pás carregadeiras Q Figura 140 Microescavadora e mini pá carregadeira, para abertura de pequeias valas e movimentação de material a granai (Fontes: Komatsu e Ramrcd). 3^9 Para a m o v i m e n t a ç ã o vertical de cargas, além das tradicionais g r u a s e elevadores, têm sido desenvolvidos monta-cargas e mini-gruas, c o n f o r m e Figura 141. Q Figura 1 4 1 Monta-cargas telescópico e mini-grua (Fontes: Hermann Paus e Wiskehr's) Para o transporte vertical dos trabalhadores, p l a t a f o r m a s hidráulicas c novas versões de plataformas motorizadas (balancins elétricos) têm surgido no mercado, ampliando a segurança de operação e agilizando o transporte; os balancins elétricos, por exemplo, chegam a desenvolver velocidade dc até 10 ou 12 m e t r o s / m i n u t o , dispondo de travas de segurança que imobilizam automaticamente o equipamento sob queda da energia elétrica. [] Figura 1 4 2 Balancim elétrico e plataforma hidráulica, para trans|>orle vertical de trabalhadores (Fontes: Pórtico Real e Mills). E q u i p a m e n t o s para a u t o m a ç ã o d o s p r o c e s s o s c o n s t r u t i v o s t ê m s i d o d e s e n v o l v i d o s em diferentes países d o m u n d o , c o m especial destaque para o Japão. Muro 2 " 8 relata acioçào de diversas f e r r a m e n t a s a u t o m á t i c a s na c o n s t r u ç ã o japonesa, bem c o m o o d e s e n v o l v i m e n t o de r o b ô s para e s p a l h a m e n t o e a c a b a m e n t o dc c o n c r e t o , soldagcm de estruturas metálicas, assentamento de pedras e azulejos etc; f o r a m ainda desenvolvidos r o b ô s para a montagem de paredes c o m painéis pré-fabricados de concreto, c o n f o r m e ilustrado na Figura 143. 0 Figura 1 4 3 Robô para a montagem de painéis pré-fabricados (Fonte: Muro?C6) Relativamente aos trabalhos com concreto ou argamassa, uma série de equipamentos já são utilizados com certa rotina em praticamente todas as partes do mundo: equipamentos dc projeção ou bombeamento, réguas vibratórias, acabadoras giratórias e outros, conforme ilustrado na Figura 144. MURO. i : j a p â o : o Horizonte da Técnica. Tcchnc - Revista dcTccnologia da Construção N 13. p p 22-26. Editora Pinl.Sio Paulo, nov/iez I W . Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção | Ercio Thomaz O p r o c e s s o de b o m b e a m e n t o do c o n c r e t o g a n h o u i m p u l s o considerável n o s últimos anos. Levy 209 cita que, através de equipamentos com pistões hidráulicos, os recordes vêm s e n d o batidos sucessivamente, tanto em altura c o m o em distância; equipamentos chegam a bombear 2 0 0 m 7 h , embora os mais comuns têm capacidade dc b o m b e a m e n t o dc 3 0 m 7 h. Em termos de altura de lançamento, Levy cita o recorde de 316m, com vazão de 4 6 m V h, na o b r a de e x p a n s ã o da Biblioteca C e n t r a l de Los Angeles. N o Brasil, mais especificamente na cidade de São Paulo, na c o n s t r u ç ã o do C e n t r o Empresarial Nações Unidas - Torre N o r t e , atingiu-se 160m na altura de b o m b e a m e n t o do concreto. 1234- Bombeamento de concreto Rógua vibratória Desempenadeira giratória Projeção de argamassa 0 Figura 1 4 4 Equipamentos para projeção, bombeamento e acabamento de concreto ou argamassa (Fonte: Betomaq). Q u a n t o à movimentação de cargas, as o b r a s brasileiras paulatinamente passam a incorp o r a r o uso da grua, e m b o r a ainda haja certa prevenção a esse respeito. C o n s i d e r a n d o p o r e x e m p l o o t r a n s p o r t e vertical dos materiais mais p e s a d o s e de maior c o n s u m o na c o n s t r u ç ã o de edifícios, relativamente à possibilidade dc o p ç ã o por gruas, elevadores ou g u i n c h o s , Souza 2 1 " aponta os indicadores registrados na Tabela 59. 322 ">'lo L E V Y - S : M A Y O R . A . V . Para C h e g a r a o T o p o . Técluie - Revista d c Tecnologia i ü ConMruçào N 23. Editora Pini. São Paulo, jti/ago 1996. " SOUZA. U. E. L.: FRANCO. L. S Definição d o Layout d o Canteiro d c O b r a s Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento d e Engcnliaria d c Construção Civil. Boletim Técnico BT/PCC/177. S i o Paulo, 1997. Tabela 59: Indicadores "grosseiros" para o transporte vertical d e materiais Equipamento Duração Capacidade de transporte por ciclo do ciclo concreto argamassa aço alvenaria Elevador de obra 5 minutos 250 litros 130 litros 100 kg 1 nV Grua 5 minutos 500 litros 250 litros 200 kg 8 nv' Guincho de coluna 6 minutos - 40 litros - - Ainda q u a n t o à p o s s i b i l i d a d e de o p ç ã o e n t r e e l e v a d o r d e carga ou g r u a , c o m base n o trabalho d e Souza, apresenta-se na Tabela 60 a seguir indicadores que possam nortear as análises c a e s c o l h a da p o s i ç ã o d e s s e s e q u i p a m e n t o s . Nessa escolha d e v e m ser c o n s i d e r a d o s os d a d o s f o r n e c i d o s pelos f a b r i c a n t e s ou locatários d o s e q u i p a m e n t o s ( t o r q u e , carga m á x i m a na e x t r e m i d a d e da lança, o p e r a ç õ e s d c m a n u t e n ç ã o p r e v e n t i v a , c o m b u s t í v e i s , l u b r i f i c a n t e s etc), d e v e n d o - s e s e m p r e c o n s i d e r a r o e s t a d o dc c o n s e r v a ç ã o d o s e q u i p a m e n t o s a s e r e m c o m p r a d o s ou locados. A escolha d o s e q u i p a m e n t o s d e t r a n s p o r t e vertical de cargas n o r m a l m e n t e estará vinculada ainda à organização geral d o canteiro, aos espaços disponíveis para a instalação c às características d o s d e m a i s p r o c e s s o s . Por e x e m p l o , a g r u a é u m e q u i p a m e n t o excelente p a r a t r a n s p o r t a r c a ç a m b a s d e c o n c r e t o a t é o local d o l a n ç a m e n t o ; se f o r a d o t a d o b o m b e a m e n t o d o concreto, esta vantagem deixa de existir. O elevador dc cargas não c o equipamento ideal para t r a n s p o r t a r c o n c r e t o ; cm c o m p e n s a ç ã o , leva v a n t a g e n s s o b r e a g r u a n o q u e se r e f e r e ao t r a n s p o r t e de janelas, p o r t a s , c o m p o n e n t e s d e alvenaria e m pallets. N o geral, p o d e - s e dizer que na c o n s t r u ç ã o dc edifícios a c o m b i n a ç ã o de gruas e e l e v a d o r e s d e carga c a q u e p o d e p r o d u z i r m e l h o r resultado. Diversos o u t r o s e q u i p a m e n t o s têm sido i n t r o d u z i d o s n o s canteiros dc obras, p o d e n d o - s e citar os alojamentos pré-fabricados, os t u b o s coletores de entulho, aparelhos de comuni- Tabela 60: Considerações para escolha e posicionamento de elevadores e gruas PARÂMETROS DE ANÁLISE Q. O "55 '5 cr cc • Possibilidade de transporte de peças de grandes dimensões • Distância do ponto dc recebimento ou dos estoques de materiais • Distância dos |x>ntos intermediários de processamento • Distância dos "pontos de entrega" • Facilidade de montagem e desmontagem • Estabilidade / facilidade de fixar e contraventar o equipamento (ação do vento) • Segurança dos trabalhadores quanto à queda de materiais • Facilidade de manutenção / custo de manutenção / assistência técnica • Facilidade de montagem / manutenção das instalações elétricas • Facilidade / custo do transporte até o local da obra • Custo da aquisição ou do aluguel • Custo de operação (operadores especializados, energia e outros) cação (radiocomunicaçâo, telefonia móvel, "trunking"). Destaque especial vem merecend o a i n t r o d u ç ã o de e q u i p a m e n t o s para o c o n t r o l e da qualidade dos serviços (alguns representados na Figura 145), p o d e n d o - s e citar: • e q u i p a m e n t o s d c m o n i t o r a m e n t o eletrônico na cravação dc estacas; • p a c ô m e t r o s / detetores de metais; • d e t e t o r e s eletrônicos de v a z a m e n t o s ; • nível alemão (reservatório e mangueiras transparentes); • rcgua dc nível eletrônica (emissão de sinal s o n o r o q u a n d o na posição dc nível ou verticalidade); • trena digital / nível digital. 0 Figura 145 Equipamentos para controles geométricos: nível alemão, nível / esquadro para arestamentos, nível laser, nível e trena digital (Fontes: Anvi, Swiss Levei e Starret). O s equipamentos de nivelamento a laser, com nivelamento automático do aparelho (sem bolhas de óleo), vêm s e n d o m u i t o d i f u n d i d o s em nossas obras, m i n i m i z a n d o uma das falhas mais consideráveis em nossas c o n s t r u ç õ e s , ou seja, os desvios geométricos. Para as lajes niveladas (lajes " z e r o " ) e para os pisos em c o n c r e t o , além das guias c a p o i o s industrializados para controle do nível na concretagem, foi desenvolvido pequeno equipamento portátil (F-Number), capaz de registrar a planicidade e o nivelamento dos pisos com g r a n d e sensibilidade (Figura 146). Munido de um perfilômetro, o aparelho registra simultaneamente os índices F | ; (flatness = planicidade) e F, (levelness = nivelamento), c o m base em medidas sucessivas a cada 30cm. 5 . 2 . 2 . Equipamentos e instalações especiais para edifícios Os novos edifícios requerem um sem número de e q u i p a m e n t o s e instalações especiais, c o m o centrais de c o n d i c i o n a m e n t o de ar, detetores de gás, gerenciadores de energia, sistemas internos dc TV etc. Um dos avanços mais significativos vem o c o r r e n d o no campo do projeto e construção de elevadores, verificando-se o d e s e n v o l v i m e n t o de: • elevadores de g r a n d e velocidade, com aceleração e f r e n a g e m mais suaves, c o m controle i n f o r m a t i z a d o dc a t e n d i m e n t o : c o m p u t a d o r e s definem qual elevador atende cada chamada, o 1 Figura 1 4 6 Aparelho F - Number (Fonte: LPE Engenharia) elevador que atende despacha o r d e m cancelando chamada dos o u t r o s elevadores, q u a n d o se atinge d e t e r m i n a d a carga t r a n s f e r e c h a m a d a p a r a c a r r o mais próximo. Além disso, o sistema examina se a cabina está no nível do pavimento; caso contrário manda renivelar. O s m o d e r n o s elevadores são providos de sistema de segurança eletromecânico: se a cabina ultrapassar d e t e r m i n a d a velocidade, desliga a u t o m a t i c a m e n t e os m o t o r e s e trava a cabina nas guias da caixa de c o r r i d a , f a z e n d o - a deslocar-se até o p a v i m e n t o mais p r ó x i m o para liberar os passageiros; • elevadores com corrente alternada, com tensão e freqüência variáveis, com controle da velocidade d o m o t o r : s e g u n d o Galdino 2 1 1 , esses elevadores são mais silenciosos, o c o n s u m o de energia é reduzido em até 35% e há menor necessidade de manutenção. Velocidade atinge n o r m a l m e n t e 1 8 0 m / m i n , s e n d o que poderia atingir até 8 0 0 m / m i n . Pela carga das pessoas na cabina, regula a energia de 326 GALDINO. I. Elevadores - Uma Visão d o s Sistemas dc Controle Lógico e A c i o n a m e n t o Tecline - Revista d c Tecnologia da G>nstnição N° 30. Editora fini Süo Paulo, set/out 1997. acionamento do motor, com maior economia de energia (corrente alternada com variação dc voltagem, variação de freqüência c controle de fluxo); • elevadores hidráulicos, c o m pistões m o n o l í t i c o s ou telescópicos, velocidade de até 6 0 m / m i n , o que o r e c o m e n d a para edifícios com até 20m de altura. Ainda c o n f o r m e G a l d i n o , esses elevadores a p r e s e n t a m m e n o r p r e ç o dc aquisição c menor custo de manutenção; as cargas são transmitidas diretamente para a fundação, d i s p e n s a m c o n t r a p e s o s , o q u e r e d u n d a na p o s s i b i l i d a d e dc caixas d c menores dimensões. Q u a n t o às inovações no c a m p o do transporte vertical dc passageiros destacam-se ainda o s elevadores panorâmicos e os elevadores c o m sistema de autodiagnóstico (ao detectarem alguma irregularidade no f u n c i o n a m e n t o , " m o d e m " instalado no elevador comunica-sc, via discagem automática, c o m central de assistência técnica). E m f u n ç ã o de necessidades operacionais, c o m u n i c a ç õ e s mais rápidas, segurança e econ o m i a de água ou energia, m u i t o s e q u i p a m e n t o s v ê m s e n d o ainda i n c o r p o r a d o s aos edifícios, p o d e n d o - s e citar: • g e r e n c i a d o r e s d o c o n s u m o de energia elétrica; • s e n s o r e s de t e m p e r a t u r a e luminosidade; • c o n t r o l a d o r e s de c o n s u m o e v a z a m e n t o s em instalações de água ou gás; • sistemas internos de T V ( p o d e n d o incluir elevadores); • p o r t õ e s eletrônicos; • d e t e c t o r e s anti intrusão; • centrais de gás; • a p a r e l h o s d c ar c o n d i c i o n a d o , a q u e c e d o r e s d c p a s s a g e m , l a v a - l o u ç a s , secadoras e o u t r o s e l e t r o d o m é s t i c o s a c i o n a d o s p o r gás n a t u r a l ( m u i t o e m v o g a n o J a p ã o ) ; • insufladores / renovadores de ar (banheiros sem ventilação direta); • e q u i p a m e n t o s para t e l e c o n f c r ê n c i a s ; • centrais digitais dc PBX; • pré-cablagem ou c a b e a m e n t o estruturado: interligação de sinais elétricos dc baixa intensidade, c o m o telefonia, imagens (videoconferência), informática e gestão técnica do edifício (automação de sistemas de segurança patrimonial, segurança ao fogo etc). N o c a m p o do c o n d i c i o n a m e n t o artificial do ar, o n d e o e m p r e g o de v i d r o s especiais m e n c i o n a d o s n o item 5 . 1 . 6 t e m c o l a b o r a d o p a r a a m e l h o r i a d o d e s e m p e n h o d o s s i s t e m a s c para a r e d u ç ã o no c o n s u m o dc energia, d e s t a c a m - s e os sistemas de i n s u f l a m c n t o VAV - v o l u m e d e ar variável. A t r a v é s de t e r m o s t a t o s instalados n o s a m b i e n t e s registra-se a d i f e r e n ç a e n t r e a t e m p e r a t u r a d o a m b i e n t e e a t e m p e r a t u r a p r é - a j u s t a d a p e l o u s u á r i o , e n v i a n d o - s e a i n f o r m a ç ã o a um c o n t r o l a d o r e l e t r ô n i c o que regula a vazão do ar c o n d i c i o n a d o n o a m b i e n t e , a fim de m a n t e r a t e m p e r a t u r a c o n s t a n t e . Tais sistemas p o d e m f u n c i o n a r ainda a c o p l a d o s a s e n s o r e s de m o v i m e n t o , o c o r r e n d o a i n s u f l a ç a o d o ar c o n d i c i o n a d o s o m e n t e c o m a p r e s e n ç a de pessoas n o ambiente. Relativamente à geração do ar frio, a par dos aparelhos portáteis que vêm sendo desenv o l v i d o s (sem a n e c e s s i d a d e de a b e r t u r a s nas p a r e d e s ) , d e s t a c a m - s e os sistemas de termoacumulação, que pressupõe a reserva de gelo ou de água resfriada durante a noite, vindo a reserva a ser utilizada durante o dia, diminuindo-se o c o n s u m o de energia nos picos de d e m a n d a . R e l a t i v a m e n t e à g e r a ç ã o d c água q u e n t e , d e s t a c a - s e a c o n t i n u a d a s u b s t i t u i ç ã o d c c h u v e i r o s e t o r n e i r a s e l é t r i c a s p o r a q u e c e d o r e s de p a s s a g e m a gás. N o s g r a n d e s edifícios, já v e m s e n d o instaladas b o m b a s de calor e centrais de água q u e n t e , que a g r o s s o m o d o p o d e r i a m ser c o m p a r a d a s c o m a q u e c e d o r e s de p a s s a g e m d e g r a n d e p o r t e , a c i o n a d o s p o r gás. Finalmente, no campo dos sistemas prediais de segurança contra incêndios, tem surgido uma série de e q u i p a m e n t o s detetores de gás, de fumaça ou de a u m e n t o da temperatura (detectores iônicos, ópticos ou térmicos), com informações analógicas endereçáveis; tais detetores são normalmente conectados a uma central na entrada do edifício, visualizandose rapidamente no quadro de comando onde ocorreu o princípio de incêndio. Nos edifícios mais altos, tem se recorrido ainda a sistemas de pressurização de escadas enclausuradas. 5.3 • Racionalização da construção A r a c i o n a l i z a ç ã o da c o n s t r u ç ã o passa o b r i g a t o r i a m e n t e pela c o r r e t a coordenação dimensional dos c o m p o n e n t e s e pela racionalização dos p r o j e t o s , ocasião em que será possível prever para o edifício a inclusão de shafts visitáveis, plenuns, pisos suspensos, c o m p o n e n t e s p r é - m o l d a d o s , centrais de a q u e c i m e n t o dc água c o u t r o s avanços. T a m b é m no que se r e f e r e à racionalização d o p r o c e s s o c o n s t r u t i v o o p r o j e t o é cie suma importância, p o d e n d o - s e recorrer às inúmeras inovações tecnológicas listadas nos itens p r e c e d e n t e s ; assim sendo, a nível de materiais, p r o c e s s o s ou e q u i p a m e n t o s , as definições do projeto é que determinarão a maior ou menor eficiência da forma de construir, a maior ou m e n o r agregação de tecnologia ao o b j e t o construído. Na c o n s t r u ç ã o m o d e r n a , balizada quase s e m p r e p o r imperativos f i n a n c e i r o s e p r a z o s exíguos, é imprescindível a utilização de equipamentos para b o m b e a m e n t o de concretos e argamassas, de sistemas industrializados de fôrmas, de kits hidráulicos e elétricos, de e q u i p a m e n t o s m o t o r i z a d o s para movimentação de cargas e de o u t r o s recursos técnicos. N o s países mais adiantados, p o r exemplo, é relativamente comum as operações dc montagem de cozinhas e banheiros (gabinetes, através de engates rápidos, são acoplados aos sistemas hidráulicos), de p o r t a s e janelas pré-montadas (retira-se da embalagem e aparafusa-se o marco no contramarco), de estruturas pré-fabricadas para paredes, coberturas e pisos (incluindo-se carcnagcm dc shafts, pisos dc box acoplados etc). N o s sistemas tradicionais de c o n s t r u ç ã o , p e q u e n a s e variadas f e r r a m e n t a s vêm s e n d o desenvolvidas, visando atender aos requisitos e r g o n ô m i c o s dos trabalhadores e a u m e n tar a produtividade dos serviços: gabaritos para o p o s i c i o n a m e n t o de vãos, colheres em " V ê " para o a s s e n t a m e n t o dc b l o c o s vazados, d e s e m p e n a d e i r a s para c a n t o s c quinas, rolos de e s p u m a para aplicação de chapisco, apoios para caixas de massa, niveladores para c o n c r e t a g e m de lajes, fitas adesivas c o m m a r c a ç ã o das fiadas (substituindo escantilhão), padiolas e carrinhos adaptados para as características dos materiais a serem transportados (Figura 147). 0 Figura 147 Caixas fie massa encaixáveis e carrinho para transporte fias caixas; carrinho projetado para o trans|>orte de blocos cerâmicos em pallets (Fontes: Metalúrgica Desterro e Selecta). C o m o providências na direção da racionalização da c o n s t r u ç ã o pode-se ainda apontar o f o r n e c i m e n t o de materiais em e m b a l a g e n s a d e q u a d a s (pallets, p r o t e ç ã o c o m filme de polietileno), a a d o ç ã o de centrais para c o r t e e d o b r a m e n t o de a r m a d u r a s ( l e m b r a n d o que já existem f o r n e c e d o r e s de a r m a d u r a s pre-montadas), as centrais de preparação dc kits das instalações elétricas e hidráulicas, as centrais dc argamassa e a pré-moldagem em canteiro: contramarcos, peitoris, vergas e contra-vergas, escadas, placas em argamassa armada para fechamento de shafts, meio-fios, canalctas, lajotas e outros componentes. GESTÃO DA QUALIDADE NA EMPRESA CONSTRUTORA § 6.1 | Organização do sistema da qualidade Um "sistema" pode ser entendido como o conjunto de procedimentos (o que fazer, como fazer, quando fazer, como verificar), responsabilidades (quem faz) c recursos (com que fazer), visando a gestão aperfeiçoada e o controle de todas as atividades do negócio ou do empreendimento. A implantação de sistemas da qualidade nas empresas c o n s t r u t o r a s visa, portanto: • regulamentar / documentar; • controlar de f o r m a planejada e sistematizada as atividades de projeto; • c o n t r o l a r de f o r m a planejada e sistematizada as atividades de construção; • assegurar, em t e m p o hábil, a adequação d o s recursos necessários à construção, incluindo equipes, materiais, e q u i p a m e n t o s e o u t r o s insumos; • melhorar a p r o d u t i v i d a d e e a qualidade dos serviços; • reduzir os custos do e m p r e e n d i m e n t o ; • otimizar as relações c o m os clientes; • melhorar a imagem da empresa / obter maior e melhor participação no mercado. De acordo com Flovd 212 , sistemas da qualidade devem ser vistos como ferramentas gerenciais integrais, implicando um "overhead" mínimo e contribuindo positivamente para o sucesso dos empreendimentos da empresa. D c acordo com o mesmo autor, se a empresa não tiver em sua rotina procedimentos administrativos e de controle sistematizado da qualidade, só o c o r r e r ã o mudanças sensíveis num p e r í o d o de 18 a 20 meses. Calavera 42 afirma que os resultados importantes do sistema da qualidade só aparecerão em 5 anos. •>12 " " FI.OYD, I.. W. Quality Management Practice for M é d i u m and Smaller Companie*. Publicado cm "Management Quali(> Building". pp 396 a 601. editcd bv Artur Hc7elga and Pcicr Krandon. I:. & l ; N Spon. l.ondon, 1991. and F.conomks in C o m vistas a i m p l e m e n t a ç ã o d o s i s t e m a , Floyd 2 1 2 r e s u m e a n e c e s s i d a d e d e criação d e q u a t r o á r v o r e s , c o n f o r m e tabela seguinte: Tabela 61: Organização do Sistema da Qualidade em Construtoras (Floyd) ÁRVORES CARACTERÍSTICAS • ALTA DIREÇÃO FUNÇÕES • GERENTES, COORDENAÇÃO D O SISTEMA DA QUALIDADE • COORDENADORES DE OBRAS, ENGENHEIROS • MESTRES, ENCARREGADOS • FUNCIONÁRIOS • ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS • FLUXOG RAMAS GERENCIAMENTO • PROCEDIMENTOS POR ESCRITO • NORMAS OPERACIONAIS • PLANOS DE CONTROLE • RELAÇÕES INTERDEPARTAMENTAIS • COORDENAÇÃO DE PROJETOS INTERFACES • RELAÇÕES C O M FORNECEDORES • RELAÇÕES C O M SUBEMPREITEIROS • RESPONSABILIDADES • MANUAL DA QUALIDADE • PROCEDIMENTOS DE OPERAÇÃO D O S.Q. DOCUMENTAÇÃO • PLANILHAS DE CONTROLE • AUDITORIAS INTERNAS • ARQUIVO E DISTRIBUIÇÃO DE DOCUMENTOS Si0holt2B enfatiza a importância dc que o sistema da qualidade, c os decorrentes p l a n o s d a q u a l i d a d e p a r a as o b r a s , s e j a m d e l i n e a d o s p o r p e s s o a l d a p r ó p r i a 332 empresa, SI0IIOI.T, O. Norwcgian Quality Muiiujjciitcni System Rcady for u*c in EIíC. Publicado cm "Management t^iuliiy atui llconomio in Building", pp W>2 a 899. edited b> Artur Bilclga and Pcier Brandon. l i & I- \ Spo». laiiwlon. 1991. c o n h e c e d o r e s de t o d a s suas c a r a c t e r í s t i c a s . A u t i l i z a ç ã o das n o r m a s I S O 9.000 ou o u t r o s m o d e l o s d e v e m servir a p e n a s de a p o i o para e s t r u t u r a r o s i s t e m a , c o n f o r m e Figura 148. 1 Figura 148 Montagem do sistema da qualidade pela empresa. C o m o premissa, o sistema da qualidade deverá ser aderente com as realidades estruturais e c o n j u n t u r a i s da e m p r e s a . M o d e l o s e u r o p e u s ou j a p o n e s e s , m u i t o t e ó r i c o s c m u i t o formais, certamente não se adaptam à g r a n d e maioria das nossas empresas de construção. Parece-nos que nossa capacidade de resolver problemas ("jeitinho brasileiro") e, até certo p o n t o , de improvisar, é uma característica positiva que deva ser explorada. N o entanto, haverá de existir o mínimo de organização, de método, de planejamento, de a c o m p a n h a m e n t o e de burocracia. Por o n d e iniciar o processo de melhoria da qualidade e da p r o d u t i v i d a d e ? A n t e s de tudo, o alto escalão da e m p r e s a deverá decidir se esse processo é ou não necessário. Nesse sentido, e se possível com prévia leitura dos capítulos precedentes, sugere-se que os diretores ou acionistas p o n d e r e m a situação geral da empresa, p o r exemplo com o p r e e n c h i m e n t o da Tabela 62 a seguir (para cada atributo, deverá ser atribuído conceito dc 1 a 5, c o r r e s p o n d e n d o 1 à pior e 5 à melhor situação). Tabela 62: Tomada de decisão sobre necessidade de programa de gestão ATRIBUTOS CONCEITOS 5 4 1. Nossa empresa conhece muito bem o mercado em que atua, o perfil dos consumidores, a força das empresas concorrentes 2. Nossa organização define com precisão as responsabilidades, as funções, os fluxos e as interfaces entre departamentos e setores 3. Nossos empreendimentos são baseados em estudos de mercado, análise de riscos, avaliação tle tecnologias e tle processos 4. Só assumimos riscos calculados, sem prejuízos significativos ã qualidade, segurança, prazos e saúde financeira dos projetos 5. Nossos sistemas de gerenciamento são modernos, informatizados, com planejamento e acompanhamento tios custos e da produção 6. Nossa política de RH é muito boa: nossos trabalhadores são bem remunerados, bem treinados, com grau elevado de motivação 7. Nossos engenheiros e técnicos estão atualizados com modernas tecnologias e materiais, conhecem perfeitamente os processos 8. Nossos processos produtivos são muito racionalizados, com apoio de equipamentos modernos c bom grau de automação 9. Nossos projetos tle produção são adequados: quantificação e orçamentação de insumos, cronogramas, planos de controle 10. As condições das obras são excelentes: layouts dos canteiros, alojamentos, boas condições de higiene e segurança no trabalho 11. Nossos projetistas e nossos projetos são excelentes: bem coordenados, bem detalhados, com memoriais e especificações corretas 12. Controlamos adequadamente a atualização dos projetos executivos nos canteiros; concluída a obra, o "as built" está pronto 13. Nossos processos de compra são bem conduzidos: cotações, especificações claras, critérios para recebimento de materiais 14. Temos excelente sistema dc seleção dc fornecedores: fazemos um histórico dc preços, prazos tlc entrega, qualidade, prontidão 15. Nossa documentação é muito boa: procedimentos executivos, normas para compras e subcontratações, listas de verificação, etc 16. Nosso sistema tle informação é bom: canais formais, protocolos, mensagens claras, certeza fie que foram recebidas o entendidas 17. O sistema tle arquivo é bom: no máximo em 5 minutos conseguimos recuperar qualquer documento ou arquivo informatizado 18. Ao final de cada obra efetuamos exaustiva análise crítica: projetos, construtibilidade, processos, equipes, fornecedores 19. As patologias que ocorrem em nossas obras são desprezíveis; ademais, sua catalogação serve para evitar a repetição tle falhas 20. A produtividade é boa, o preço é competitivo. Nossa margem de lucro está otimizada, não há mais nada que possa ser feito. 5 plenamente correto 4 correto 3 talvez 2 errado 1 totalmente errado 3 2 1 A tabela anterior é somente sugestiva: cada empresa poderá subtrair ou adicionar outros a t r i b u t o s , c o m o análise crítica de c o n t r a t o s , p l a n o s de i n v e s t i m e n t o , busca de a p o i o t e c n o l ó g i c o , p r o g r a m a s de d e s e n v o l v i m e n t o t e c n o l ó g i c o , a c o m p a n h a m e n t o das o b r a s pelos projetistas, p r o g r a m a s dc m a n u t e n ç ã o dc e q u i p a m e n t o s , m é t o d o s adotados para p r e v e n ç ã o de falhas, nível de s u b c o n t r a t a ç õ e s praticado pela e m p r e s a , habilidades d o s g e r e n t e s intermediários, recursos de assistência pós-venda, benefícios gerais antevistos com a implantação de um sistema da qualidade. A p o n t u a ç ã o crítica que sinalizará a n e c e s s i d a d e ou não dc um sistema da qualidade t a m b é m deverá ser d e f i n i d a em f u n ç ã o da realidade de cada e m p r e s a . C o m o simples i n s t r u m e n t o dc reflexão, c o n s i d e r a n d o os vinte a t r i b u t o s listados e a possibilidade dc p o n t u a ç ã o que varia dc 20 até 100, cstabclcccm-sc as seguintes observações: a) se houver, em muitos itens, grande disparidade entre a análise dc valor de cada sócio (um considera: 4 ou 5, o outro: 1 ou 2), provavelmente seja melhor alguém arrumar n o v o sócio; b) soma de p o n t o s igual ou superior a 75 pode significar que tudo vai muito bem na o r g a n i z a ç ã o ; ações localizadas na busca da melhoria c o n t í n u a p o d e r ã o ser tomadas; c) soma dc p o n t o s entre 50 c 75 p o d e significar que as coisas vão razoavelmente bem na organização; ações visando a melhoria da qualidade, entretanto, deverão ser tomadas; d) soma de pontos entre 25 e 50 sugere a imediata implementação de programas da qualidade, atacando-se c o m certa urgência os atributos com m e n o r pontuação; e) soma de p o n t o s abaixo de 25 pode significar que os sócios deveriam buscar u m novo r a m o de atividade; t) cm qualquer situação, pontuação 1 ou 2 significa que ações cmcrgcnciais deverão ser tomadas, independentemente de se pensar em sistema ou programa da qualidade. C o n c l u i n d o - s e pela n e c e s s i d a d e de um p r o c e s s o de g e s t ã o , a q u e s t ã o q u e surge c c o m o priorizar necessidades, estabelecer metas e estratégias, definir c detalhar ações. N e s s e p o n t o , p o d e - s e r e c o r r e r a u m a e x t e n s a r e l a ç ã o de p r o b l e m a s , e x i s t e n t e s ou p a s s í v e i s de o c o r r ê n c i a . E n e c e s s á r i o d i a g n o s t i c a r c o m e x a t i d ã o cada problema, analisando-se suas p o t e n c i a i s c o n s e q ü ê n c i a s no q u e se r e f e r e à: • qualidade / durabilidade / d e s e m p e n h o global da obra acabada ou do p r ó p r i o programa c o m o um todo; • segurança (dos trabalhadores, d o s usuários da obra ou de terceiros); • custos (tanto os diretos, c o m o aqueles relativos à m a n u t e n ç ã o ou c o r r e ç ã o de patologias); • programação / produtividade; • prazos. Assim, c o m base nos p r o b l e m a s i d e n t i f i c a d o s nos capítulos anteriores, e r e c o r r e n d o ainda à m e t o d o l o g i a da análise d o valor, sugere-se a a d o ç ã o d o seguinte sistema de análises: a) reunir os problemas em g r u p o s dc requisitos ou atributos; b) c o n s i d e r a n d o o tipo de e m p r e e n d i m e n t o , local da obra, condições de financiam e n t o e o u t r o s p a r â m e t r o s , classificar os problemas em f u n ç ã o d o s potenciais prejuízos ou conseqüências (graus 1 a 5), relativamente à qualidade, segurança, custos, produtividade e prazos; c) ainda considerando as características particulares da obra, poderão ser atribuídos pesos aos diferentes requisitos: p o r exemplo, peso 2 para qualidade e segurança, peso 1 para os demais fatores; d) c o m p u t a r p o n t u a ç ã o c estabelecer priorização dos problemas a serem atacados. A m e t o d i z a ç â o p r o p o s t a para análise dos p r o b l e m a s conduzirá a um diagnóstico mais preciso da situação da empresa, quesito fundamental para a tomada de decisões e correta inversão dc recursos. R e u n i n d o - s e os p r o b l e m a s em g r u p o s , e o u v i n d o e n g e n h e i r o s , gerentes, mestres e e n c a r r e g a d o s , sugere-se a utilização dc listas d e análise dc problemas, c o n f o r m e exemplos apresentados nas Tabelas 63 a 66 a seguir: Tabela 63: Lista de análise de problemas relativos aos recursos humanos PROBLEMAS Reflexo na: qualidade segurança custos produtiv. prazos soma 1. Desmotivação 2. Inabilidade 3. Absenteísmo 4. Dificuldade de entender ordens 5. Dificuldade de cumprir ordens 6. Operação inadequada de equipamentos 7. Desarmonia entre equipes 8. Elevado índice dc acidentes no trabalho 9. Produtividade em geral muito baixa TOTAL 5 muito importante 4 importante 3 médio 2 pequeno 1 desprezível Tabela 64: Lista de análise de problemas relativos à p r o d u ç ã o PROBLEMAS Reflexo na: qualidade segurança custos produtiv. prazos soma 1. Acompanhamento técnico deficiente 2. Falhas de programação/concatenação das etapas 3. Falhas de locação/irregularidades geométricas 4. Falta de modulação de blocos, caixilhos etc. 5. Des|)erdício de material, muita queixa de materiais 6. Excesso de paradas c esperas 7. Excesso de retrabalho 8. Excessivos engrossamentos em lajes e paredes 9. Quebra constante de equipamentos 10. Entrega errada de materiais 1 1 . Canteiros muito congestionados TOTAL 5 muito importante 4 importante 3 médio 2 pequeno 1 desprezível Tabela 65: Lista de análise de problemas relativos aos projetos Reflexo na: PROBLEMAS qualidade segurança custos produtiv. prazos soma 1. Muita demora no recebimento dos projetos 2. Muita demora no recebimento de modificações 3. Utilização de pranchas que foram substituídas 4. Falta de detalhamento dc alguns projetos 5. Projetistas não têm visitado a obra 6. Falta de projetos específicos 7. Projetos com tecnologias desatualizadas 8. Interferências entre projetos TOTAL 5 muito imporlante 4 importante 3 médio 2 pequeno 1 desprezível Tabela 66: Lista de análise - incidência freqüente de problemas patológicos Reflexo na: PROBLEMAS qualidade segurança custos produtiv. prazos soma 1. Fissuras em vigas recém desformadas 2. Destacamentos entre alvenarias e pilares 3. Destacamentos entre alvenarias e vigas 4. Entupimento de tubulações com calda dc cimento 5. Pisos com caimento invertido 6. Estrangulamento de tubos - dobra da impermeabil. 7. Descolamento de placas cerâmicas da fachada 8. Ruptura de braços de janelas projetantes 9. Fissuras no corpo da platibanda 10. Vazamentos de tubulações de esgoto 11. Manchas amareladas no revestimento de gesso 12. Descolamento da capa de |X>rtas de banheiro 13. Ruptura de curvas e "Tês" do kit hidráulico TOTAL 5 muito importante 4 importante 3 médio 2 pequeno 1 desprezível O e m p r e g o de tal metodologia possibilitará não só a identificação dos problemas principais, c o m o também a área da atividade mais problemática: projetos, p r o d u ç ã o , recursos h u m a n o s , etc. Poderão ser preparadas outras tabelas além daquelas exemplificadas (problemas nas c o m p r a s , p r o b l e m a s c o m s u b e m p r e i t e i r o s ) . As tabelas de análise p o d e r ã o ainda ser desdobradas em tabelas mais detalhadas, c o m o por exemplo: BAIXA P R O D U T I V I D A D E (alvenarias, contrapisos, telhado, instalação de água quente e outros elementos), D E S P E R D Í C I O D E MATERIAIS (cimento, concreto, telhas), QUEBRA D E EQUIPAMENTOS (betoneiras, vibradores, serra elétrica c outros). Identificados os problemas mais importantes, pode-se partir para o diagnóstico de cada um deles, recorrendo-se p o r exemplo às técnicas mencionadas no Capítulo II (diagrama d e Ishikawa, M A M P - M é t o d o de Análise c Melhoria de Processos, etc). Na análise das causas de cada problema deverão ser pesquisadas todas as variáveis relativas aos recursos h u m a n o s , gerenciamento e tecnologia. O u t r o b o m m é t o d o para investigar as causas dc falhas é aquele designado "5M + D"; ou seja, as falhas sempre estariam relacionadas a: - 1° M: Management (gerenciamento); - 2° M: Method (processo); - 3° M: Man (mão-de-obra); - 4" M: Machinc (equipamentos); - 5° M: Materials (materiais); - D: Design (projeto). C o m o alternativa ao gráfico de Ishikawa, p o d e m ser adotadas tabelas semelhantes àquela exemplificada a seguir; além da i d e n t i f i c a ç ã o das causas d o p r o b l e m a , d e v e r ã o ser estabelecidas as medidas necessárias para sua correção, indicando-se também responsáveis e r e c u r s o s necessários. E m r e s u m o , d e v e m ser r e s p o n d i d a s as p e r g u n t a s : O quê fazer? C o m o fazer? Q u a n d o fazer? Q u e m vai fazer? Com quais recursos fazer? Tabela 67: Roteiro para resolução de problemas (exemplo) PROBLEMA: Destacamentos entre alvenarias e pilares Diagnóstico dc causas relacionadas a: Soluções / providências 1. Processo - ferros cabelo muito espaçados - ferros cabelo de pequeno 0 - adotar ferro com 0 6mm, a cada 40cm, com arranque mínimo de 40cm na alvenaria, com penetração mínima de 6cm no concreto - engenheiro residente deve passar imediatamente esta instrução ao mestre e encarregados dc alvenarias 2. Mão-de-obra - furos com profundidade muito pequena - furos desbitolados (inclinação da broca) - pouco contato da argamassa com o pilar - mestre deve treinar operários para que a broca atue serrpre perpendicularmente ao pilar - ojx-rários devem adotar gabarito para verificação da profundidade dos furos: mestre deve providenciar gabarito - mestre deve instruir operários para que os blocos sejam encabeçados com excesso de argamassa, assentados com pressão contra o pilar, com refluxo de argamassa 3. Equipamentos - furadeira com pequena potência - substituir furadeiras |>or furadeiras de impacto - engenheiro residente requisita imediatamente ao setor cie compras duas furadeiras 4. Materiais - argamassa com traço muito pobre - cola epoxv com elevado tempo de cura - enriquecer o traço da argamassa com cimento, para os blocos em contato com pilares (cimento adicionado num canto da caixa de massa) - mestre passa essa instrução imediatamente para o encarregado - assim que terminar o estoque, engenheiro deve especificar no pedido de compra "cola À base de |X)liester" 5. Projeto - não previu detalhe construtivo - coordenador de obras deve comunicar projetista para irserir as técnicas de 1 a 4 nos próximos projetos e memoriais 6. Gerenciamento - Procedimento "Alvenarias de Vedação" não especifica este detalhe construtivo - alterar procedimento, introduzindo a exigência de previsão deste detalhe construtivo - CQ intensifica verificação do cumprimento do detalhe (no mínimo, 20% dos encontros) C o m m a i o r ou m e n o r a p r o x i m a ç ã o , os sistemas da qualidade deverão adotar estrutura s e m e l h a n t e àquela p r o p o s t a na I S O 9004 (engenharia de p r o d u t o s , s u p r i m e n t o s etc, c o n f o r m e Figura 42 no capítulo II deste trabalho). C o m o a f i r m o u Vela 54 , a política deve ser clara, os o b j e t i v o s a t r e l a d o s à realidade, a eficácia c o n s t a n t e m e n t e avaliada, c as equipes p e r m a n e n t e m e n t e treinadas e motivadas. O problema mais sério será a operacionalização cm si do Sistema: certa burocratização, c o n f l i t o dc responsabilidades, incertezas c i n d e f i n i ç õ e s . Especialistas 2 1 4 revelam que a contratação de uma consultoria p o d e ajudar, " m a s s ó a e m p r e s a p o d e r á f a z e r a q u a l i d a d e " . Q u a n t o à escolha da consultoria, são indicados oito itens a serem avaliados: • preço: a c o n t r a t a ç ã o pelo m e n o r preço está fadada ao insucesso; • histórico: • clientes-, quais foram os casos exitosos em consultorias semelhantes; a consulta a o u t r o s clientes do consultor é sempre recomendável (não só aqueles indicados pelo consultor); • profissionais: o c o n h e c i m e n t o d o currículo é f u n d a m e n t a l ; c u i d a d o para n ã o tratar a prestação d o serviço c o m um e ser a t e n d i d o p o r o u t r o s profissionais m e n o s qualificados; "contratar um consultor é c o m o contratar u m advogado: a empresa vai ter que revelar muitos segredos e vai ter que seguir orientações por caminhos que ela desconhece, tendo que confiar exclusivamente no consultor"; • amizade, este critério nào deve nortear a escolha (não sendo contudo impeditivo); • comprometimento-, se a empresa nào estiver decidida a seguir a orientação d o consultor, se nào houver c o m p r o m e t i m e n t o da alta administração, a tendência é o projeto fracassar; • responsabilidades-, diretores e representantes da empresa no Programa da Qua lidade devem e m p e n h a r - s e com toda a seriedade; • contrato: n ã o d e v e m ser aceitas multas pesadas p o r r o m p i m e n t o do c o n t r a t o ; tais multas p o d e m ser indício dc que a consultoria visa lucrar com o eventual fracasso do projeto. C O N C W Ç Â O , 1:_ Revista "Qualidade na Construção". Liberdade, Igualdade, Qualidade. Rdiçio n° 10, pp 22-.VJ, Sind. tia IndÚMria d.t Construção Civil do l u t a d o Planejamento J O^rtwi Projetos 4 IJerfl6c»;io da ecçrei» Compras S Aspectos g e r o s CONSIRUIORA SILVA ° MANUAL OA QUALIDADE P c i u i dt q-j»fedlde o vxião I (.Artflt) . - j-j;cf!i':r:p:íj iVúJjlc: o . Recurso* hunMow 3 o 7 á» oMliUir Deicnçlo do »«teir.» Projetos . Propjm.» de neceindjlet . Levcí4o*n:os . Estuda d? Tub&dade . Sutemu ccaubeu . Ankfcse de tecncü3j>u .Cunoi . fUáonair de pr«ess« . Ccer;xi:»>;òei 0 Entrega d a o b r a Plonejomcnto Administração r Produção i C*. u n i iram» 3 . Le jjtUç «3 / Ktmúz*; Io o .Aste-pcojeto» . Picjeto» executivo» . Anttie de nrco» 9 . Ccesole de doc\e*ntoj • Ctttero de oUis . Mrn>CTSi/e>peafic«t&ei 0 ftojetot . Gertis de coatiaiw . Scpnrtenwi . Ankiie de • St juroJ . Equpei . C«tór«t»;lo de jeejtta • Venda» . Mm» de cceaole . C«Ofíesu;i« de prcjc?os Produção Compras 3 .Qu«efi6e4tls/orc»roer>!o Entrega d a o b r a •Projete d» prodjçJo O . Docurcettos de cccçxi . Receboento de mtfen.» .STJJTÜ;! no trV>a . K Jo e . M >101x1 3 . t^mtttosJUrrxantu . V.xml do {rojortíno O . Recelenecto de semfO* . tUaet» de feojtte-s . Cceeolr dti nteifocei . Ainitàutt pO»-vrwl» . Medjçíe» .C»!usa de trcnecedores de c ç i m«»iUnf l» .Piccedmetioi de execuflo . Eíje«6c»gcmcni. des T r a n s p o m ct dc Ia Mcr. Paris. 1990. Tabela 68: Produção de informações num sistema eficiente de comunicação Exigências relativas a: Necessidades Natureza das informações Aderência geral com o sistema da qualidade ou plano da cjualidade do empreendimento Materiais e componentes: planos de inspeção, formação de amostras, controle geral dc recebimento Elencamento de pontos críticos e pontos imprescindíveis, visando os controles e sobretudo a prevenção dc falhas Elencamento de pontos críticos relativos às interfaces entre os diferentes projetos, serviços e equipes ou subempreiteiras Veiculação das informações Criação do "organograma de comunicações", com definição das responsabilidades dos diferentes intervenientes (emissão, distribuição, arquivo) Estabelecimento dos processos de emissão, modificação, substituição, arquivamento e conservação de documentos Avaliação do sistema de informações relativamente à identificação das mensagens (numeração, índice, assinaturas), clareza e correta relação dos destinatários Controle do recebimento das mensagens pelo pessoal interessado (sistema dc protocolo, por exemplo) Utilização das informações Verificação da real adoção das medidas e resoluções contidas nas mensagens (acompanhamentos) Verificação da atualidade das informações (projetos, circulares, etc) disponíveis em cada setor / cada interveniente a produção, e não o contrário. C o m o advento do Código de Defesa do Consumidor 1 1 7 , m u i t o cuidado com as p r o m e s s a s c a n ú n c i o s de c o r r e t o r e s desavisados: qualquer promessa d e v i d a m e n t e t e s t e m u n h a d a , m e s m o que descabida, deverá ser cumprida ou ressarcida pela construtora. Esta poderá ainda ser processada p o r "propaganda enganosa", c o r r e n d o o risco de variados ônus. 21 BRASll- Ixi n° 8078. dc 11/09/90. Código tle Defesa do Consumidor. Bra*ili». setembro dc 1990. Tabela 69: Lista de verificação para arquivamento de documentos (Meseguer55) Atendimento PROVIDÊNCIAS QUESITO SIM NÃO 1. Existe procedimento para guarda definitiva dos documentos da obra? 2. Existe arquivo apropriado na obra? 3. Existem instruções para utilização dos arquivos? localização / responsáveis relação de documentos arquivados sistema de atualização de documentos fluxos de distribuição de documentos 4. O proprietário da obra recebeu todos os documentos que constituem o arquivo definitivo? 5. A documentação encontra-se arquivada com a correta identificação? 6. Arquivos são convenientemente protegidos contra umidade e inundações fogo insetos e roedores 7. É adequado o sistema dc manutenção / preservação dos documentos? 8. Os arquivos são inspecionados / atualizados com a periodicidade devida? A g e s t ã o de c o n t r a t o s deve ser p r o c e d i d a c o m toda cautela, t a n t o c o m f o r n e c e d o r e s , subempreiteiros ou consumidores. N o s contratos de f o r n e c i m e n t o de material ou mãod e - o b r a d e v e m ser inseridas cláusulas relativas à garantia da q u a l i d a d e ; s e m p r e que praticável, deve-se exigir de f o r n e c e d o r e s de materiais e c o m p o n e n t e s p r o c e s s o s de certificação da conformidade, c o n f o r m e foi analisado no item 2.3 — Capítulo II. 350 N o s contratos com subempreiteiros deve-se recordar que, i n d e p e n d e n t e m e n t e das cláu- sulas c condições consagradas, as responsabilidades sobre acidentes no trabalho, prejuízos a terceiros, litígios trabalhistas e outras recairão em última instância sobre a construtora, que p o d e r á e n t r e t a n t o valer-se da faculdade da " r e s p o n s a b i l i d a d e solidária". Vale ainda l e m b r a r que o INSS 2 1 8 prevê diferentes condições de subcontratação, c no que se refere aos encargos trabalhistas, a responsabilidade solidária (inciso VI, artigo 30 da Lei 8 . 2 1 2 / 9 1 ) " s ó se aplica nos c o n t r a t o s de execução de obra p o r e m p r e i t a d a global, ou q u a n d o houver o repasse integral d o contrato nas mesmas condições pactuadas". N a s i n c o r p o r a ç õ e s , c o n f o r m e inciso IV d o a r t i g o 43 da lei específica 2 1 '', "é vsdado ao incorpora dor alterar e às partes o projeto, comuns, salvo autorização modificar unânime dos especialmente as no que especificações, interessados se refere à ou desviar-se ou exigência legar. unidade do plano do adquiretite da construção, Assim, muito cuidado c o m as decisões tomadas s o m e n t e em c o n s e n s o com a "Comissão de Representantes". N a s relações c o m os c o n s u m i d o r e s , o C ó d i g o de D e f e s a do C o n s u m i d o r 2 1 7 ( C D C ) p r o m o v e u alterações substanciais em relação ao C ó d i g o Civil (CC): este ditava que "ao acusador caberia o ônus da prova". Fala-se no CC em "responsabilidade subjetiva ou com culpa, r e p e r c u t i n d o no dever de indenizar de t o d o aquele que, p o r ação ou o m i s s ã o voluntária, imprudência, negligência ou imperícia, cause prejuízo a o u t r e m " . O n o v o C ó d i g o possibilita a " i n v e r s ã o d o ô n u s da p r o v a " , q u a n d o o juiz considerar verossímil a alegação ou q u a n d o r e c o n h e c e r i n c a p a c i d a d e financeira d o c o n s u m i d o r , p a s s a n d o a prevalecer a "responsabilidade objetiva": dever de indenizar de todo aquele que cause prejuízo a o u t r e m , i n d e p e n d e n t e m e n t e dc c o m p r o v a ç ã o da culpa prevista no artigo 159 do Código Civil. " i BRASIL Instituto Nacional d o Seguro Social. O r d e m de Serviço n° 209. Brasília, maio dc 1999. BRASIL. U i n° « 9 1 , de 16/12/64. L d d a s IncnrporaçAe*. Brasília, dc/cmbro dc 1.964. N o artigo 12 o C D C determina que: " o fabricante, o produtor, o construtor e o importador r e s p o n d e m , independentemente da existência de culpa, pela r e p a r a ç ã o dos d a n o s causados aos c o n s u m i d o r e s p o r defeitos d e c o r r e n t e s de projeto, fabricação, construção, m o n t a g e m , fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamcnto de produtos, bem c o m o por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos". N o artigo 47 da mesma lei fica estipulado que "as cláusulas contratuais serão interpretadas dc maneira mais favorável ao consumidor", ou seja, em dúvida, veredicto p r ó reciamante. Pelo CDC, artigo 39 inciso VIII, todo o acervo dc normas da A B N T resulta praticamente a n e x a d o à lei, ou seja, e m p r e g o obrigatório. N e s t e p o n t o , surge aparente controvérsia com a resolução 2 / 9 7 do C O N M E T R O , que faz a distinção entre "regulamento técnico" ( c u m p r i m e n t o obrigatório) e " n o r m a técnica" ( c u m p r i m e n t o facultativo); c o m o o texto d o C D C obriga o a t e n d i m e n t o a " n o r m a s técnicas", Grandiski 2 2 0 explica que prevalece o ditame d o C D C , que tem inclusive caráter dc lei d e o r d e m p ú b l i c a (são nulas cie pleno direito quaisquer cláusulas que contrariem esse tipo de lei). Q u a n t o ao d i r e i t o d e reclamar e de o b t e r r e s s a r c i m e n t o ( A r t i g o s 26 e 27 do C D C ) , considerando a diferença entre d e f e i t o s de construção (falhas que causam ou que possam vir a causar prejuízos à saúde e à segurança) e vícios de construção (falhas que implicam cm p r e j u í z o s f i n a n c e i r o s c / o u d e s e m p e n h o i n f e r i o r ao e s p e r a d o ) , c c o n c e i t u a n d o - s c ainda p r a z o d e d e c a d ê n c i a (limite a partir do qual o consumidor, ao reclamar, perde o direito da "inversão do ônus da prova") e p r a z o d e p r e s c r i ç ã o (decorrido este prazo, o f o r n e c e d o r não é mais obrigado a reparar, tendo culpa ou não), verifica-se: - para os vícios aparentes, o C D C prevê 90 dias c o m o prazo de decadência; c o m o é omitido o prazo de prescrição, tem sido admitido o mesmo prazo de 90 dias; - para os vícios ocultos (falhas em c o m p o n e n t e s enterrados, tubulações embutidas, impermeabilizações e n c o b e r t a s etc) valem os m e s m o s prazos acima indicados, 352 que todavia passam a ser c o n t a d o s a partir da constatação da falha; - para os defeitos (falhas aparentes ou ocultas que envolvam segurança ou solidez, tendo causado ou p o d e n d o vir a causar danos à saúde ou à segurança), Grandiski informa que existe jurisprudência firmando o prazo de decadência em 5 anos; conforme a Súmula 194/97 do STJ - Superior Tribunal de Justiça, a reparação dc defeitos pode ser exigida no prazo de 20 anos (portanto, prazo de prescrição = 20 anos). F i n a l m e n t e , deve-se ainda e n f a t i z a r q u e , no c a s o de o b r a s de e n g e n h a r i a , os p r a z o s acima referidos começam a ser contados a partir da data dc entrega das chaves, c não a partir da data d o " H a b i t e - s e " , c o m o q u e r e m i n t e r p r e t a r algumas c o n s t r u t o r a s m e n o s avisadas. Acrescente-se t a m b é m que a f r u i ç ã o desses p r a z o s cessa a u t o m a t i c a m e n t e a partir da data de reclamação formal do consumidor à construtora (de preferência, através d e carta registrada cm cartório), da data dc reclamação f o r m a l cm ó r g ã o dc defesa d o c o n s u m i d o r , ou da data de instauração de inquérito civil. 6.2.3. Planejamento Planejamento Planejamento compreende tanto ações estratégicas da companhia (planos de investimento, táticas para conquista de mercado, etc) como o planejamento em si dos empreendimentos e das obras. Embora as duas vertentes freqüentemente se interponham, o manual deve ocupar-se somente com os empreendimentos, ou seja, com os Planos da Qualidade. . Prfrgranv» de níc?HÍivieí . Ectudos de vutúhlí O . Anake it ttuiobgias .Racioiuk* depricesjcj . Aitiisí de nscoj ° • Cwleuo de oica: 3 . Sufrraen»: . Equipe) . Planos de contrcè N e n h u m sistema da qualidade será eficiente se não considerar todas os setores de uma empresa, atingindo t o d o s os colaboradores; da mesma forma, para uma obra específica, n e n h u m plano da qualidade trará os resultados esperados se não cobrir todas suas fases. Portanto, para cada e m p r e e n d i m e n t o específico deverão ser elaborados planos ce cons- GRANDISKI, P. Prazos tlc Garantia na Construção. Artigo publicado cm Tcchnc - Revista . 1993. Ministcrc dc l / P q u i p c m c n t c , du Logcmcnt ct des Transports. R c c o m c n d a t i o n s ci O u t l l s p o u r Gcrcr Ia Q u a l i t c dc Ia C o n s i o c t i o n . Club Construction & Qualitc. Paris, 1993 Tabela 70: Lista de verificação para a qualidade geral do empreendimento Requisitos Exigências / condicionantcs qualidade dc vida Estacionamentos áreas externas Rotas de pedestres Áreas verdes Iluminação pública Recreação infantil Portaria / vigia Acesso a deficientes Muros de divisa Volumetria envelope Paredes - estrutura Rircdcs - revesti mento Co!>ertura Terraços / balcões Caixilharia áreas comuns Halls / escadarias Elevadores Lixeiras Subsolos Estacionamentos instalações Reservatórios Inst. hidráulicas Instalações elétricas Instalações de gás Inst. telefone economia manutenção Alternativa segurança proposta 0 Figura 150 Concepção de empreendimentos - estudos prévios e fatores condicionantes Q u a n t o aos estudos de viabilidade técnica e financeira, o m e s m o órgão francês recomenda q u e os m e s m o s sejam repetidos p o r pelo m e n o s uma equipe i n d e p e n d e n t e daquela que está encarregada pelos projetos e planos da obra em questão. Nesses estudos, Ahmad 224 adverte que sejam considerados os potenciais riscos ao b o m d e s e m p e n h o financeiro d o e m p r e e n d i m e n t o , incluindo a possibilidade de atrasos, eventuais alterações nos projetos, falhas nos levantamentos, mudanças na legislação, variação cambial, inflação, características regionais e culturais, falhas em equipamentos, acidentes, erros e omissões, intempéries e motivos de força maior. M c K i m 2 2 ' explica que, na América do N o r t e , em função da prática de concorrências pelo " m e n o r preço", as construtoras, no ata de conseguirem os contratos, normalmente acabam desconsiderando ou subestimando os riscos de construção, o que tem gerado grandes pendências judiciais. Lembra que os riscos envolvem as duas partes, construtora c AIIMAD, I. Computcr-Aidcd Dccisiun and Risk Anais si* in Construction. C1B • Ccm»cil International du Batmxnt. CIB 92 - Congrrs Mondial du Batimcnt. Ana», pp 458-459. Montreal. 1992. " " ' McKIM. R. A. Ri*k Bchaviour, Ri«k Allocation and Contraci Stratcgy. Publicado cm "Management Quality and Ivconomics in BuiMing™, pp 199 a 206. edited by Artur Bc/elga and Pcicr Brandon. I:. & !•' \ Spon. I.ondon. 1991 Tabela 71 - Lista de verificação: "Identificação de riscos" PROVENIÊNCIA RISCOS POTENCIAIS Natureza Vento (rajadas, tormentas) Chuva, neve, granizo, descargas atmosféricas, neblina Estiagem, poeira, altas temperaturas Radiações Inundações, erosão, correnteza de água pluvial Avalanches, deslizamento de taludes Correnteza, objetos flutuantes Ressaca marítima Animais, microorganismos Estratificação do solo Nível do lençol freático, subpressão Solos expansíveis ou colapsíveis Recalques, liquefação do solo Sabotagem, vandalismo Incêndio, explosões Impactos, lançamentos, queda de objetos Choque elétrico Agentes químicos Arrombamentos, roubos Execução da obra Incêndio, curtos-circuitos Acidentes com veículos, equipamentos móveis Cruas, guinchos, elevador de obras, balancins Fornecimento, instalação de energia Queda de materiais a partir de lugar alto Ruptura ou tombamento dc fôrmas, escoramcntos, andaimes Atos perigosos de pessoas estranhas que adentrem a obra Ruína dc partes da construção pela instalação precoce de carga Entorno Cargas e sobrecargas Armazenagem dc materiais e combustíveis Vibrações e abalos (máquinas, ginásios) Impactos (barcos, automóveis, animais) Trnns|x>rte de mercadorias perigosas Fogo e explosões (mesmo em edifícios vizinhos) Riscos a obras adjacentes Modificações no nível do lençol freático Vibrações (estaqueamentos. compactação do solo por rolo vibrador) Recalques de estruturas adjacentes Fissuras em obras adjacentes Deslizamentos Prejuízos à comunidade local Ruído, poeira, trânsito de pedestres Trânsito de veículos Crianças Tubulações e redes Linhas elétricas públicas Redes dc água e esgoto Rede de telefone Rede de gás e m p r e e n d e d o r , r e c o m e n d a n d o q u e a m b o s façam uma pré-avaliaçào d o s riscos e d o s conseqüentes impactos e c o n ô m i c o s (diagrama de Pareto, p o r exemplo), definindo-se no c o n t r a t o as responsabilidades das partes. Ainda em relação aos riscos, não só enfocando a saúde financeira do empreendimento mas t a m b é m as condições de segurança no trabalho, operação d o canteiro, c u m p r i m e n t o de prazos e realização da obra, Meseguer " recomenda ações de planejamento no sentido de detectar c tomar medidas preventivas relativas aos riscos listados na Tabela 71, considerando apenas aqueles mais importantes em função d o tipo e localização da obra. D e acordo com Meseguer 5 5 , "planejar conseguir dos um objetivo; satisfatórios". e a base significa fundamental ordenar para previamente a obtenção os meios posterior dc para resulta- O p l a n e j a m e n t o n ã o se limita a d i m e n s i o n a r equipes, quantificar insumos, programar entregas, orçar, descobrir o caminho crítico num diagrama de Gantt. Planejar, m u i t o mais do que isso, é selecionar a melhor tecnologia, o b t e r o máximo dc r a c i o n a l i z a ç ã o de cada p r o c e s s o , o r d e n a r os p r o c e s s o s c as e q u i p e s , e q u a c i o n a r as interfaces. As m o d e r n a s tecnologias, p r o c e s s o s e e q u i p a m e n t o s , alguns discutidos no capítulo V, influenciarão t o d o s os aspectos d o p r o c e s s o c o n s t r u t i v o , c o n f o r m e Figura 151, repercutindo diretamente nos resultados técnicos e financeiros do empreendimento. A organização do canteiro de obras também é fundamental em termos da qualidade, da e c o n o m i a , da segurança e da produtividade. Layouts bem d e t e r m i n a d o s , materiais adeq u a d a m e n t e e s t o c a d o s , b a n c a d a s de p r e p a r a ç ã o de kits, c a n t e i r o dc p r é - m o l d a d o s c alojamentos decentes são p o n t o s vitais para a atividade de construção. O estudo prévio d o s fluxos de materiais e p e s s o a s , d o raio de ação de e q u i p a m e n t o s , da descarga de materiais, da m a n o b r a de caminhões, da d r e n a g e m e f o r m a de c o n s e r v a ç ã o des caminhos, sào também aspectos importantes.