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Tarefa 5

Ensaio sobre cultura e percepção ambiental

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Percepção Ambiental, Educação e Ação Avaliar o pensamento ambiental Estudar os aspectos envolvidos na construção da "Percepção Ambiental" na contemporaneidade, considerando todos os paradigmas que diretamente interferem na educação ambiental, é um desafio que conjuga muitos esforços, e muito mais que re-significar (os significados óbvios banais), e simbolismos, este pensamento novo influi pragmaticamente na dinâmica do pensamento e ações ambientais, não somente no campo das políticas publicas, mas também na mudança comportamental de todos. Percepção Ambiental e Sociedade X Cultura A construção de valores pessoais e coletivos a cerca de qualquer tema, é resultado de construções culturais históricas, desenvolvidas ao longo de gerações com base em variados fatores como: costumes, mudanças naturais gradativas ou drásticas, experiências bélicas, catástrofes naturais, catástrofes humanas, descobertas e avanços da tecnologia, descobertas arqueológicas, desenvolvimento de afetividade com símbolos locais ou regionais e até mesmo internacionais, que possam de alguma maneira criar identidade, além de evoluções e mudanças de mentalidade ou "espírito de época", pois as mudanças são constantes. Numa visão holística, é possível prever e projetar determinados comportamentos, manipular informações, criar demandas por produtos ou imagens, estilos de vida, maneiras diferentes (imediatistas, alienadas) de se pensar a vida, etc. Com auxilio da indústria cultural, por exemplo, se criam/reciclam-se demandas absurdas por itens de consumo absurdamente fúteis e frívolos, só para ficarmos no campo do comportamento do consumidor. Definir, portanto o grau de percepção de algum tema é tarefa que deve considerar todo esse quadro de fatores históricos, regionais, temporais, e cognitivos. Avaliar isoladamente como um determinado grupo pensa de forma especifica algum tema, seja ele de relevância local ou não, tem que partir de sua perspectiva construída, buscar desconstruir esses valores pré- concebidos é indispensável para se inserir qualquer pensamento critico, que de alguma forma tenha conflito direto com a mentalidade estabelecida até o momento. Segundo o antropólogo estruturalista francês Claude Lévi-Strauss: "cultura é todo sistema simbólico de uma criação que se acumula na mente humana", sem nos aprofundarmos muito no campo antropológico dos conceitos de cultura, a cultura subjetiva que nos interessa neste ensaio, cabe justificar que esse conceito de cultura (subjetiva) pode num sentido mais amplo ser aplicado quando queremos nos referir ao conjunto de valores que construímos simbolicamente inclusive para designar a percepção de mundo, ou visão de mundo, seja numa escala proximal ou global. Sendo assim é correto afirmar que o estudo do Núcleo de Estudos de Percepção Ambiental trabalhou nos estudos apresentados no texto "Uso da Percepção Ambiental como instrumento de gestão em aplicações ligadas às áreas educacional, social e ambiental", com um "micro-cosmos" que apresenta o reflexo direto de seu contexto histórico-cultural, considerando o perfil/nível de escolaridade do público estudado/entrevistado, acesso a informações confiáveis sobre os temas relacionados às questões de sensibilização ambiental, a temática variada dos questionários, sua complexidade, identificação dos papeis na questão de educação ambiental abordada no questionario, sua grandeza matemática, e resultados, no entanto esta amostragem (limitada estatisticamente) da mentalidade deste grupo, não prejudica a aplicabilidade desta metodologia de analise do nível de percepção ambiental, pois é ferramenta de diagnostico prévio do publico alvo da Educação Ambiental, pois sem ter em mãos um embasamento cientifico para criar estratégias e planos de ação, a EA surtirá menor eficácia no campo pratico. Educação Ambiental e Gestão Ambiental Qualquer processo de gestão ambiental que não leve em consideração as diversas culturas, tem grande chances de fracasso, pois existem centenas de fatores que podem concorrer para perturbações de qualquer sistema de trabalho que vise implementar ações educativas, e de produção com preocupação ambiental. No mesmo espectro de alcance um estudo dessa natureza e porte, tem real importância como instrumentação pragmática de ações que tenham como publico alvo e objetivos estratégicos atingir a cultura local de forma a alterar, ou criar "ruídos" que descontinuem comportamentos nocivos ao meio, consequentemente as ações educativas, e os processos gerenciais que melhorem a qualidade ambiental terão maior impacto, e podem sim desta forma bem instrumentada ter um poder transformador que tanto se espera dos programas de EA e GA. Exemplos práticos de uso bem feito da metodologia de percepção ambiental em uma ação educativa/gestão ambiental, seria muito estranho criar um programa de gestão ambiental local em uma comunidade de pescadores, por exemplo, que use iscas explosivas, quando não se conhecem os motivos culturais que levaram o seu uso, quantos usam, quem fornece, o que os pescadores pensam e como vêem sua metodologia de trabalho frente aos impactos que causa, ou porque determinado tipo de pesca é mais atrativa em detrimento de outra atividade de subsistência (por menos impactante que sejam ao meio) possível na região. Será sempre inócua qualquer tentativa de ação ambiental que não leve em consideração a cultura local, e os valores dos patrimônios culturais intangíveis por exemplo. Por fim conclui-se que sem termos contato com a natureza da percepção ambiental que se tem em determinado grupo, não teremos grandes avanços no campo da mudança de comportamento, pois também é sabido que muitos não têm contato com conceitos científicos reais e confiáveis sobre as condições de nosso planeta ou mesmo que desdobramentos o consumo consciente e responsável teriam em nossa sociedade. A ação ambiental na fala do teólogo Leonardo Boff é uma questão (humanitária) de tomar contato com o problema (sua percepção), e buscar a participação no processo de mudança, pois se trata de uma condição comum a todos, saber-se membro de uma comunidade global, irmãos solidários em atender as diferenças econômicas e sociais, as negligencias que fazem possível a miséria, e só a união em torno das necessidades, a visão comunitária da mudança, cooperação e ação, podem reverter esse quadro. Não tem mudança segunda Boff, se não houver alianças sinceras, organizadas, em prol da melhoria, cidadania ativa e busca constante de uma percepção de que todos estão juntos e que o problema de um é de todos.