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T2 - Zanoni, Yuba, Trujillo, Milani E Zanoni R2

Levantamento e caracterização das edificações em terra crua no Estado de MS

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LEVANTAMENTO E CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA DE CONSTRUÇÕES EM TERRA CRUA NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL Raí Zanoni1, Andrea Naguissa Yuba2, Juliana Couto Trujillo3, Ana Paula da Silva Milani4, Vanda Alice Garcia Zanoni5 (1) Graduando, DEC/CCET/UFMS, Cid. Universitária, CP:549, Campo Grande/MS, 79070-900, [email protected] (2) Docente, DEC/CCET/UFMS, Cid. Universitária, CP:549, Campo Grande/MS, 79070-900, 67 3345 7377, [email protected] (3) Docente, DEC/CCET/UFMS, Cid. Universitária, CP:549, Campo Grande/MS, 79070-900, 67 3345 7377, [email protected] (4) Docente, DEC/CCET/UFMS, Cid. Universitária, CP: 549, Campo Grande/MS, 79070-900, 67 3345 7478, [email protected] (5) Docente, UNIDERP, Av. Ceará, 333, Campo Grande/ MS, 67 3351 7044, [email protected] Palavras-chave: Sustentabilidade, terra crua, patrimônio, técnica construtiva, Mato Grosso do Sul RESUMO A pesquisa de técnicas de construção vernácula e materiais ambientalmente menos impactantes pode ser uma forma de agregar mais sustentabilidade à produção de novas edificações. A terra crua é um material que vem sendo cada vez mais estudado, por ser disponível e abundante, não poluente, reciclável e cujas técnicas de construção são parte da própria história dos assentamentos humanos. No contexto de Mato Grosso do Sul, os raros exemplares remanescentes dessas construções estão suscetíveis a diversos fatores adversos, como clima, negligência, preconceito, desconhecimento de sua importância histórica e a falta de registro da tecnologia. Por essas razões, este trabalho tem o objetivo de realizar um levantamento e a caracterização técnica de parcela das construções remanescentes em terra crua, focalizando o detalhamento do seu método construtivo e a ocorrência de patologias, com vistas à melhoria da técnica. O método consistiu num levantamento bibliográfico e consulta a órgãos (IPHAN, museus) e pesquisadores da área, levantamento fotográfico e métrico in loco, registro e elaboração de dados sobre as edificações analisadas. Da bibliografia, foram obtidos o registro de seis edificações, sendo que no levantamento in loco, dois exemplares haviam sido demolidos (no todo ou em parte), restando apenas quatro, dos quais, um não foi possível localizar. Apenas o exemplar de Campo Grande, que hoje é um museu, apresentou bom estado de conservação e quantidade de informações satisfatória. Os resultados mostram que a técnica, apesar de bem difundida, foi pouco preservada, em razão de patologias causadas principalmente por umidade e ataque de insetos, a falta de conhecimento técnico dos construtores da época e de ações de “saneamento como a realizada em Campo Grande. As patologias encontradas nas edificações analisadas indicam a necessidade de manutenções mais frequentes, associadas à uma política de valorização e preservação da técnica, sem as quais, a tendência será o progressivo abandono, desconfiguração e desaparecimento dos exemplares ainda existentes. 1 A AGREGAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE DAS TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO EM TERRA A terra como matéria-prima na elevação de alvenarias abobadadas e outros elementos construtivos tem sido empregada desde o período pré-histórico. Na Turquia, Assíria e em outros lugares no Oriente Médio foram encontradas construções com terra apiloada ou moldada, datando de entre 9000 e 5000 a.C. (Minke apud Pisani, 2007). Com o tempo as técnicas de construção com terra foram sendo modernizadas e sofrendo influências de outras culturas (Pisani; Canteiro, 2006, p. 2). No Brasil, os negros e indígenas influenciaram a forma de execução de taipas no período colonial, pois ambos conheciam processos construtivos que utilizavam a terra como matéria-prima. O uso da terra crua nas construções se dava por ser o material mais disponível no local em que era aplicado ou por falta de mão-de-obra que soubesse empregar outra técnica, fatores esses, também determinantes para o uso da terra nas primeiras construções na cidade de Campo Grande/MS no início da sua colonização, que eram erigidas em taipa com barro proveniente do Córrego Bandeira e cobertas com telha de barro ou palha de bacuri. Essa tipologia arquitetônica foi muito útil, pois os tropeiros que chegavam precisavam de uma residência de rápida e fácil execução. As propriedades propaladas mais comumente como vantagens do uso da terra crua são o fato de ser um material natural, reciclável, ecológico e sustentável, com características acústicas que absorvem o som e massa térmica que retarda a transmissão de calor, além de ser utilizada aproximadamente, por um terço da população mundial que habita regiões rurais para a construção de suas casas (Correia, 2006, p. 12). Embora apresente tantas qualidades, a terra crua, hoje em dia, deixou de ser um material de uso difundido na construção civil, devido o preconceito, falta de profissionais que conheçam o uso correto da técnica e necessidade de maiores cuidados quando comparada com outros materiais mais resistentes e populares, e passou a ser um material alternativo ao qual se recorre na busca do aumento do grau de sustentabilidade ao edifício, com exceção das ocasiões em que é aplicada na arquitetura vernacular de forma, muitas vezes, arcaica. As técnicas de construção em terra tem uma variação bem extensa e o Centre Internacional de la Construcion em Terra (CRATerre) as divide em três grandes famílias que englobam 18 sistemas antigos e modernos (Fernandes, 2006, p. 20): • Monolítica e portante: não existe separação entre material e técnica construtiva sendo o produto já definitivo no próprio local. É onde se enquadra a taipa-de-pilão, o COB e o super-adobe. • Alvenaria portante: onde há manufatura prévia de unidades em terra que depois de secas, podem ser usadas na construção de paredes, arcos, cúpulas e abobadas. Inclui o adobe e o bloco de terra comprimido (solo-cimento). • Enchimento de uma estrutura de suporte: aqui a terra é elemento secundário usado no enchimento ou revestimento de outras estruturas. É o caso da taipa de mão. 2 O USO DE TERRA CRUA NO MATO GROSSO DO SUL No Mato Grosso do Sul são relatados por diversos autores, entre eles Congro (1919), Trubiliano; Martins Jr (2008), Arruda (1995) e Vieira de Arruda (2003), os usos, principalmente das técnicas de adobe e taipa de mão, que podem ter sido utilizadas devido à facilidade de execução e/ou o conhecimento limitado a essas duas técnicas. Das edificações analisadas nesta pesquisa, as de adobe são situadas nas cidades de Nioaque e Miranda e a taipa de mão em Ladário, Anastácio e Campo Grande, essa última influenciada pelo conhecimento dos imigrantes mineiros que provavelmente reproduziram a arquitetura produzida em Minas Gerais, resultando em obras de grande valor cultural do ponto de vista histórico e arquitetônico. A fundação de Campo Grande ocorreu em 1872 e a colonização iniciada em 1875, com a chegada do grupo de bandeirantes de Minas Gerais, conduzida por José Antônio Pereira (Congro, 1919), fixando-se às margens do Córrego Prosa. A taipa foi a primeira alternativa utilizada nas edificações e na Capela de Santo Antônio de Campo Grande, erguida em 1879. A Capela foi inicialmente coberta com palha e posteriormente foi substituída por telhas de barro, das ruínas de um templo jesuíta de Camapuã. Em 1889, Campo Grande possuía cerca de 12 casas de esteio cobertas de telha e outras 30 cobertas de palha, todas às margens dos Córregos Prosa e Segredo. Gomes apud Vieira de Arruda (2003) diz que “em 1906 eram mais ou menos duas dúzias de ranchos de dois metros de altura, à moda das construções do interior de Goiás e Minas, plantados em formidáveis esteios de aroeira, com janelas de meio metro, paredes de barro, com o reboque de excremento de gado”. Até 1910, a técnica de taipa dominava as construções, pela falta de outras matérias-primas e mão-de-obra especializada. “Construída com a pequena riqueza dos migrantes mineiros e paulistas, a casa original de Campo Grande não é um casarão nem palacete, mas uma edificação rústica, rural, de taipa, com piso em barro socado e apiloado, instalação sanitária, quando havia, na parte externa, como convinha à cultura e às necessidades locais” (Vieira de Arruda, 2003). A produção de construções em terra de Campo Grande passam a ser ameaçadas com a introdução do Código de Posturas da Vila de Santo Antônio de Campo Grande, de 1905, que tinha como intenção a divisão social através do ordenamento e controle do espaço da cidade. Regras de higiene, limpeza e ordenamento para as áreas públicas, regulamentação na conduta moral e social, denominadas “operações de embelezamento e saneamento”, foram impostas para modificar o aspecto “ainda sertanejo” dos moradores (Trubiliano; Martins Jr, 2008). Esse código não cumpriu o seu papel, sendo modificado diversas vezes. Porém, o novo Código, de 1921, determina a demolição das construções de taipa na área urbana central e substituição por construções de alvenaria de tijolos (Vieira de Arruda, 2003). Arruda (1995), citado por esses autores, relata a consequente expulsão dos mais pobres, proprietários dessas construções, que não tinham condições de executar as reformas exigidas. 3 OBJETIVOS E MÉTODO O objetivo desta pesquisa foi realizar um levantamento e caracterização de construções em terra crua no Estado do Mato Grosso do Sul, tendo como enfoque o registro das soluções técnicas adotadas. Os objetivos específicos são (1) identificar os materiais, soluções técnicas e estado de conservação e (2) analisar as patologias e relacioná-las com a forma, entorno imediato e grau de motivação dos usuários para a conservação das edificações (3) identificar os fatores determinantes para modificação do cenário atual. O trabalho foi iniciado com o estudo do histórico das construções em terra no Estado, a partir dos dados da colonização por mineiros, paulistas e gaúchos, tendo sido consultados os dados do Arquivo Histórico de Campo Grande e do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul. A identificação dos remanescentes das construções foi feita com base em Marques (2001), para a realização das visitas e levantamento de dados in loco. Marques (2001) em seu levantamento relata seis edificações em terra: (a) Campo Grande Museu José Antônio Pereira, (b) Miranda – Casa Colonial, (c) Nioaque - Residência Rui Alves Lima, (d) Ladário – Residência Ananias José Pereira, (e) Anastácio – Residência João Vicente Hermínio Amorim e (f) Nioaque – Bar Matogrossense. Dada a amplitude do trabalho realizado por esse autor, os dados coletados sobre as edificações em terra crua são superficiais, o que reforçou a necessidade do levantamento em campo. As visitas foram feitas em 3 etapas: (1) fevereiro/2009: Campo Grande, (2) dezembro/2009: Anastácio, Miranda e Ladário e (3) abril/2010: Nioaque. Nas visitas, foi realizado o levantamento fotográfico do exterior e interior das edificações, com atenção para as patologias e detalhes construtivos, medição das paredes, entrevista com os usuários (conhecimento sobre as técnicas construtivas, hábitos de conservação, percepção sobre conforto ambiental) e caracterização do entorno (edificações, vegetação, declividade e outras possíveis condições geradoras de patologias). Os dados coletados foram sistematizados para a geração de desenhos representativos do sistema construtivo de cada edificação e identificação dos materiais utilizados na construção. A análise das patologias mostraram os pontos vulneráveis nas edificações, 3 causadas por equívocos na execução ou por agentes externos e nortearam as possíveis maneiras de combatê-las. 4 RESGATE HISTÓRICO E TÉCNICO DOS EXEMPLARES NO MATO GROSSO DO SUL O levantamento foi satisfatório e ocorrido como planejado nas 3 primeiras (a, b e c), na edificações (d e e) o levantamento foi parcial e (f) não foi localizado. Os resultados são apresentados a seguir: 4.1 Museu José Antônio Pereira - Campo Grande O Museu José Antônio Pereira está localizado na Fazenda Bálsamo, av. Guaicurus, s/ n° em Campo Grande/MS. É uma edificação construída pelo processo de taipa de mão, em 1873, por José Pereira, para um de seus filhos, Antônio Luiz Pereira. A estrutura portante em madeira de aroeira, executada pelos homens e reboco e as telhas, pelas mulheres (Ferraz apud Vieira de Arruda, 2003) (Figura 1a). A sede da antiga fazenda fica distante 8 km do centro da cidade, constituído de 3 edificações: a casa com 6 cômodos (98 m2), a casa do monjolo e cozinha caipira (42m2), local para guardar o carro de boi e moenda (Figura 1b e 1c). Esse é o único edifício ainda existente que retrata essa época (SPHAN, 1984). A Fazenda foi doada em 1966 por sua neta (D. Carlinda) para a Prefeitura Municipal de Campo Grande e foi inaugurado como museu em 1999 para festejar o centenário da emancipação administrativa da Cidade (FUNDAC, s.d.). Após a doação, o prédio passou por uma reforma que a descaracterizou e somente em 1979, foi feito um trabalho de restauro, que recuperou algumas de suas características originais (SPHAN, 1984). Outras obras de restauro foram realizadas em 1984, após ter sido tombado como patrimônio Histórico de Campo Grande e em 1998, quando o prédio foi aberto à visitação como museu. Desde então passa por manutenções periódicas. A intervenção de 1984 foi executada pelo Arq. José Marco da Fonseca (Marco Arquitetura, Engenharia, Construção e Comércio Ltda). A intervenção de 1998 ficou a cargo do empreiteiro Gregório Correa e foi coordenada pela Arquiteta Zuleide Higa. As decisões tomadas durante as intervenções realizadas nas reformas e restaurações sempre tiveram a orientação e o acompanhamento da equipe técnica do IPHAN. Ao longo dos diversos momentos de abandono e apropriação do bem histórico, ficaram poucos registros das informações sobre os processos construtivos adotados nas intervenções e o entendimento sobre o comportamento do sistema construtivo de taipa-de-mão. Poucas são as informações sistematizadas e confiáveis sobre os procedimentos e materiais utilizados nas intervenções. No restauro de 1998, o princípio adotado foi o de manter ao máximo a técnica e arquitetura original, interferindo apenas o necessário para manter a conservação do prédio. (a) Edificação principal (Zanoni, 2009a) (b) Implantação e vegetação do entorno (Zanoni, 2009a) (c) Planta das 3 edificações (PMCG, 1983) Figura 1. Museu José Antonio Pereira, Campo Grande/MS 4 O terreno é relativamente plano, com ligeira inclinação para o fundo. A vegetação próxima não apresenta folhagem densa que possa contribuir para a geração de pontos de umidade. Estrutura: composta por pilares (esteios), viga baldrame e frechais (vigas superiores) que, originalmente, eram de aroeira e cumbaru. Os esteios de aroeira são roliços, desbastados em algumas partes e enterrados diretamente no solo, não sendo possível identificar se possuem o nabo (continuação do tronco do esteio, crestado a fogo, segundo Pisani, 2007). Nos esteios, acima da superfície do solo, são encaixadas as vigas baldrames. O recurso é adotado para evitar a umidade do solo, embora em determinadas partes da edificação o piso cubra a viga baldrame. Os frechais são encaixados sobre os esteios aprumados, com reentrâncias ou encaixe macho-fêmea, formando a “gaiola”. A cobertura é formada por duas águas com madeiramento de mangue, pindaíva, cumbaru, pau-vidro, louro branco em estrutura convencional de quatro águas. A telhas originais são de coxa. As paredes são de taipa de pau-a-pique com madeiramento de guariroba, bocaiúva e bambu (madeira roliça diferente da taquara). Na construção da parede, são fixados os bambus ao baldrame e ao frechal e ortogonalmente ao bambu, ripas que formam uma trama que serve de base para a massa de terra crua. Na reforma de 1998, foram feitas algumas substituições das peças estruturais por ipê, faveiro, pau-terra da folha larga e eucalipto tratado (ver Figura 3a e 3c). Na cobertura, foram acrescentadas peças de eucalipto e as telhas de coxa, precisaram ser repostas e foram trazidas de outra cidade, sendo lavadas e banhadas em corante. Para evitar perdas de peças por escorregamento, foram furadas nas extremidades e amarradas com fios de cobre à estrutura. Algumas paredes que haviam sido feita de tijolinho no restauro de 1984 foram reconstruídas por paredes de taipa de mão. Na reforma, o traço adotado foi 1:2:2:1 de barro forte de olaria (argila), barro de várzea, areia de várzea e esterco fresco (Correa, 2009). (a) Distribuição das peças estruturais (b) Solução para ventilação do baldrame (c) Encaixes das vigas e madeiramento da cobertura Figura 2. Sistema construtivo do Museu José Antônio Pereira, Campo Grande/MS (Zanoni, 2009a) A manutenção, feita anualmente, consiste de retoques no reboco e pintura a cal. Alguns hábitos de limpeza do local são questionáveis, como a lavagem do piso interno, que contribui para aumentar a umidade das paredes. Melhoria da técnica: na reforma de 1998, o beiral foi aumentado para proteger a taipa das intempéries e ao longo dos baldrames no abrigo da carroça foi executada valeta preenchida com pedra britada para ajudar no processo de ventilação e redução da umidade ascendente do local, visando a preservação das peças (Figura 2b). Porém, percebeu-se que a solução da valeta não foi totalmente compreendida pela equipe de manutenção, já que em reformas posteriores, o piso em torno dos baldrames foi refeito. 5 A análise desse exemplar mostra que a técnica originalmente empregada era deficiente em relação ao emprego de soluções para garantir a durabilidade e que hoje, apesar de existirem materiais e soluções tecnologicamente melhorados, houve a opção pela realização de manutenções constantes utilizando as mesmas técnicas e materiais rudimentares da época, influenciada principalmente pela sua importância como patrimônio histórico. Um questionamento possível acerca dessa situação é se a manutenção do aspecto original necessariamente está atrelada ao uso dos mesmos materiais e se novos materiais seriam admitidos se houvesse a garantia de que a aparência possa ser mantida. A realização de ensaios do solo local, pesquisa sobre traços de argamassa para revestimento mais adequado, a adição de produtos tecnologicamente mais recentes e o rebaixamento do nível do piso externo, seriam soluções a buscar que poderiam contribuir para a redução da frequência das manutenções, com vistas à redução de custos. Analisa-se que esse impasse (preservar uma técnica com deficiências ou descaracterizar um edifício original) demanda a consideração do contexto em que se insere, pois se há dificuldade para a alocação de recursos para a manutenção constante de uma edificação, é provável que a melhor opção seja a de executar uma reforma substancial, que a preserve, para não haver o risco de enfrentar oscilações na manutenção e consequente danificação do patrimônio. Essa consideração parte do pressuposto de que a dependência de aporte externo de recursos é uma fragilidade e de que a realização de manutenções constantes também podem ser prejudiciais à edificação. 4.2 Casa Colonial – Miranda A ocupação do interior de Mato Grosso do Sul, como no caso de Miranda, está relacionada à prevenção de invasões dos espanhóis que podiam se aproximar pelos rios da região, Miranda e Aquidauana. A primeira ocupação oficial de Miranda se deu com a construção de um presídio em 1778. O IBGE relata que, mesmo com o isolamento, em 1797 já haviam 40 casas em pau-a-pique e adobe, cobertas de telhas, alocadas na atual Rua do Carmo, que atingia o Rio Miranda, e uma população de 500 pessoas, incluindo indígenas (IBGE, s.d.). A Casa Colonial, registrada no livro Trilogia do Patrimônio Histórico Sul Matogrossense (Marques, 2001) está localizada na Rua Aníbal B. Toledo, nº 132 e é uma construção originalmente em adobe. Desde o levantamento, realizado por Marques, algumas modificações foram realizadas: construção de um banheiro em um dos quartos e vedação de portas e janelas. As ampliações foram executadas em tijolo maciço e tanto essas como as paredes de adobe são revestidas com argamassa de cimento. Encontra-se em um estado de conservação razoável a ruim e nunca foi restaurada, sofrendo apenas reformas (Figura 3a e 3b). A técnica utilizada na construção dessa residência consiste em uma estrutura de madeira com paredes em blocos de adobe e cobertura cerâmica. A estrutura é feita em aroeira, conformando esteios, baldrames e frechais que são unidas por meio de encaixes ou simples apoio (Figura 3c). Apesar de antigos e sem cuidados de manutenção, as vigas e pilares apresentam boa resistência, graças às características naturais de durabilidade da aroeira. Não foi possível verificar a técnica de construção da fundação, mas o embasamento segue o modelo da Figura 3d. O piso construído acima do nível do solo é de pedra coberto por um piso de cimento queimado. A viga baldrame não aparenta ter função estrutural e está apoiada sobre o embasamento de pedra. Na cobertura, o telhado é formado por tesouras, caibros e ripas em madeira. Os esteios são encaixados no frechal cortado à meia madeira ou simplesmente apoiados sem encaixe e servem de apoio para os caibros. A parede, não portante, é feita com adobe unidos por uma argamassa de terra e recobertos por reboco, aparentemente de argamassa de cimento. Não foram obtidas informações sobre traços utilizados para os adobes, mas na observação, foi possível verificar a presença de fibra vegetal e algumas pedras. 6 (a) Fachada (b) (d) Detalhe do embasamento Implantação da Casa Colonial (e) Estrutura (c) Planta da atual da Casa Colonial (f) Encaixe da viga com o pilar Figura 3. Casa Colonial, Miranda/MS (Zanoni, 2009b). Trata-se de uma casa para temporadas(1), sendo utilizada eventualmente pelo proprietário e ocupada atualmente pelo zelador e sua família, como uma estratégia para evitar roubos e invasões. Não há indícios de realização de manutenção significativa da casa que tenha sido executada pelo proprietário (reforçado pelas informações da entrevista) e nem dos anteriores, visto a situação precária em que se encontra. Nessa edificação, percebe-se que as patologias foram causadas em parte pelo desgaste natural e em parte pelas escolhas equivocadas para a realização das reformas. Atualmente, em alguns pontos da estrutura e das paredes de terra, é possível perceber o ataque de insetos (Figura 4a), desencadeado pela umidade na base dos esteios de aroeira (Figura 4b) e no revestimento da parede em praticamente todo o entorno da edificação (Figura 4c). Estima-se que essa umidade excessiva, por sua vez, foi causada pelos beirais curtos (cerca de 40cm) e pela execução de revestimento de argamassa de cimento nas paredes (cobrindo até mesmo os esteios, baldrames e frechais de madeira) e no piso em volta da casa que rachou ou destacou (devido a recalques na fundação e diferenças de movimentação entre os materiais) (Figura 4d), e prejudicou ainda mais a evaporação da água infiltrada. A execução incorreta de um banheiro interno, o fechamento de vãos de janela e portas (Figuras 4e e 4f), o descaso com infiltrações na cobertura e a execução de beirais muito curtos resultaram em um interior úmido, denotado pelo odor de mofo. Essa situação é agravada pelos maus hábitos de uso da edificação (falta de limpeza, ambientes escuros) que resultam em uma aparência desagradável e que podem contribuir para depor contra o material. A análise global desse exemplar mostra que as reformas e ampliações realizadas são de baixa qualidade (sem grandes preocupações com as interfaces entre os materiais existentes e os novos, criação de espaços insalubres, uso de materiais convencionais que chocam com as características originais), não demonstrando preocupação com a preservação da técnica de construção em terra crua. Apesar disso, os moradores reconhecem as qualidades da construção com terra e consideram-na “mais fresca” do que outras casas, demonstrando reconhecer alguma vantagem desse material em relação a outros. 7 (a) Ataque de insetos na estrutura de madeira e nos adobes (b) (d) Rachaduras e destacamento do reboco aplicado sobre estrutura e paredes Impermeabilização do piso e umidade na estrutura (e) Execução inadequada de banheiro interno (c) Umidade na base da edificação (f) Vãos de janela vedados Figura 4. Patologias da Casa Colonial, Miranda/MS (Zanoni, 2009b) Melhoria da técnica: os dados coletados apontam que a longevidade dessa edificação pode ser atribuída à boa qualidade da madeira utilizada na estrutura (aroeira) e à proteção dos adobes dada pelo revestimento de argamassa. Os maiores problemas encontrados estão nas interfaces entre estrutura-paredes, paredes-revestimento e paredes-cobertura, para as quais soluções de desenho para aumentar a estanqueidade e um beiral maior seriam suficientes para eliminar boa parte das patologias. 4.3 Residência Rui Alves Lima – Nioaque Essa residência foi construída em 1897 e já abrigou o Cartório do 1º ofício (1964-2000). O uso atual é residencial e, da mesma forma como a edificação anterior, não é ocupada pelo proprietário(2). A casa foi construída originalmente com paredes de adobe e estrutura de madeira. A fundação, aparentemente é de pedra e estrutura independente de madeira (aroeira, piúva e cedro, segundo Lima, 2010). Os esteios são fixados à fundação e as vigas encaixadas sobre os esteios à meia madeira. As paredes são de adobes, com tamanho aproximado de 5x10x20cm e aparência arenosa (Figura 5e). A cobertura é de telha cerâmica tipo capa-canal, com estrutura de madeira e sem forro. As aberturas possuem quadro e vedo de madeira, com um tamanho médio de 1,2x1,5m. O pé direito da casa varia, sendo que nos fundos é baixo (1,7m) (Figura 5d), o que contribui para tornar o espaço desconfortável, já que não conta com forro. Desde o levantamento realizado por Marques (2001), a habitação sofreu alteração na planta com o acréscimo de um banheiro e a colocação de uma esquadria metálica na cozinha. Atualmente, está tendendo a perder as características originais à medida que os adobes deteriorados são substituídos por alvenaria de tijolo cerâmico, como já aconteceu em algumas partes (Figura 5f). 8 (a) (d) Fachada Pé direito baixo nos fundos (b) (e) Disposição dos esteios, vigas e paredes Adobe arenoso (f) Substituição dos materiais originais (c) (g) Vegetação e entorno Comprometimento dos topos das peças da cobertura Figura 5. Residência Rui Alves Lima, Nioaque/MS (Zanoni, 2010) A condição dessa edificação é precária, apresentando muitas patologias. Foram identificados variados pontos de infiltração de água na cobertura, ocasionado pelo deslocamento das telhas e que estão provocando o excesso de umidade nas peças de madeira – topo e ao longo da seção – com consequente ataque de insetos. As infiltrações estão presentes também nas paredes, pelos destacamentos e rachaduras do reboco, que cobre equivocadamente os adobes e a estrutura de madeira. A umidade também propicia o crescimento de plantas nas rachaduras, piorando ainda mais a sua condição. Nas paredes, percebe-se que a fachada voltada para Sul apresenta mais sinais de deterioração do que a fachada Norte. Essa condição pode ter sido influenciada pelo melhor tratamento dado à fachada principal (visão da rua), a orientação em relação ao sol e agravada pelo beiral curto (cerca de 40cm). Nesse exemplar, percebe-se que o morador não tem afinidade alguma com a realização de manutenções, o que determina a condição de abandono. Destaca-se o nível de deterioração da estrutura de madeira da cobertura, considerada na avaliação a parte da edificação mais comprometida e que demanda mais urgência de intervenção. 4.4 Residência Ananias José Pereira – Ladário Essa construção em taipa de mão, localizada na Rua do Porto, n° 25, em Ladário/MS, caracterizada como uma arquitetura colonial, possuía estrutura com baldrame, esteios, frechais e cobertura de madeira aparente (Marques, 2001). Entretanto, na visita realizada no dia 21 de dezembro de 2009, verificou-se que a residência havia sido demolida, dando lugar às obras para construção de uma nova edificação em alvenaria de blocos cerâmicos. Segundo informações fornecidas pelo mestre de obras, a edificação já era bastante deteriorada e as poucas partes da casa que restavam foram destruídas por um vendaval em 2009. O único elemento que ainda restava no início da nova obra era um esteio, retirado no dia em que a visita foi realizada. 9 A casa era situada rente à uma encosta, na zona portuária, com vegetação densa. Nas laterais, há presença de outras edificações, sem recuos. E, em frente, o Rio Paraguai. (a) Casa original (Marques, 2001) (b) Edificação em construção no local (Zanoni, 2009c) (c) Esteio remanescente (Zanoni, 2009c) Figura 6. Residência Ananias José Pereira, em Ladário/MS Evidentemente, a falta de manutenção foi a principal causa da destruição, mas outros fatores como a posição da edificação em relação à encosta, a presença de umidade do rio e da vegetação e a falta de recuos podem ter contribuído para acelerar esse processo. 4.5 Residência João Vicente Hermínio Amorim – Anastácio Localizada na av. Manuel Murtinho, n°806 em Anastácio/MS, essa construção consta em Marques (2001, p.134) como original em taipa de mão e ampliação acantoada posterior. No levantamento realizado em 2009, Amorim (2009), o proprietário(3), informou que as paredes originais foram substituídas há duas gerações por tijolos cerâmicos maciços. (a) Fachada Sudeste (Zanoni, 2009d) (b) Planta (Marques 2001, p.137) Figura 7. Residência João Vicente Hermínio Amorim, Anastácio/MS. A edificação atualmente está fechada, sendo utilizada em temporadas. Essa situação contribui para que infestações de cupins se instalem no madeiramento restante. Está bastante alterada nas suas paredes e cobertura. Apesar de manter a forma, os materiais vêm sendo substituídos, revelando a falta de interesse do proprietário para a manutenção da técnica. 5 CONCLUSÕES Embora muitas construções em terra crua tenham sido produzidas no Estado de Mato Grosso do Sul, poucas são as remanescentes. É provável que seja resultado, primeiramente, de técnicas pouco eficazes que, com o tempo se deterioraram até a ruína e, posteriormente, da própria preferência dos construtores por materiais padronizados como o tijolo cerâmico e rejeição às técnicas rudimentares de terra crua. Em Campo Grande, o Código de Posturas de 1921, que exigiu a demolição de todas as construções em taipa da área central da cidade, em nome da “salubridade, higiene e embelezamento”, foi determinante para confirmar que a técnica era considerada desprovida de estética e propícia a proliferar doenças. 10 Das edificações avaliadas, nenhuma apresenta um perfil arquitetônico elaborado, com elementos que a tornem uma referência, pois foram construídos com a tecnologia rudimentar disponível e com alguns equívocos que propiciaram a ocorrência de patologias. Apesar disso, têm importância histórica por representar uma tipologia arquitetônica empregada no início da ocupação do Estado e são símbolos desse período. A preservação desses tipos arquitetônicos, especificamente, demanda, antes de qualquer atividade de restauro, uma conscientização por parte dos proprietários sobre o valor social das técnicas e das edificações. Por um lado, as universidades e institutos de pesquisa buscam o aprimoramento e evolução tecnológica para o uso de terra crua e, por outro, o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, através do Programa Monumenta(4) e de outras ações relacionadas à educação patrimonial, busca cumprir o papel de preservação e conservação dessas técnicas empregadas no passado, mas que ainda estão bastante relacionadas com as construções de porte, geralmente relacionadas com a antiga elite. A falta de um porte significativo de edificações como a Residência José Ananias (Ladário), que dificilmente tornariam-se museus ou centros culturais, tendem à ruína, por desconhecimento da população e pela falta de políticas de preservação de exemplares da arquitetura vernacular. A condição das edificações e o atual perfil dos seus ocupantes demandaria um esforço praticamente unilateral, por parte do governo, para a recuperação e manutenção, como feito no Museu José Antonio Pereira. Entretanto, questiona-se se essa seria a melhor forma de atuação e se não haveriam outras formas, que agregassem um maior grau de sustentabilidade à ação. As políticas de incentivo à recuperação, com abatimentos nos impostos são possibilidades, associados à uma mudança do perfil dos ocupantes das edificações. Entende-se que a falta de manutenção, o mau uso e a condição de pobreza de seus ocupantes contribuem para piorar a aparência dessas edificações atualmente. Nessa situação, é compreensível que ocorra a associação entre pobreza, insalubridade, baixa qualidade e o material, que geram a rejeição à técnica da terra crua. Ponto crucial dessa política é garantir a ocupação, e que os ocupantes sejam os proprietários, para que os gastos com as manutenções sejam entendidos como “investimentos”. Há fatores não técnicos que também influenciam no cenário e que precisam ser considerados para a busca de soluções mais sustentáveis: a prática popular de autoconstrução, a falta de conhecimento técnico na realização de reformas e ampliações, a ausência de incentivos à valorização de construções antigas e a pobreza. Há indícios da existência de outras construções remanescentes em terra crua no Mato Grosso do Sul, nas cidades de Bela Vista, Coxim, Rio Brilhante, Guia Lopes da Laguna, entre outras. Em Iguatemi há relatos populares sobre os “ranchos” dos primeiros moradores, assim como uma igreja, construídos de taipa, cobertos de capim e cascas de palmeiras e em Costa Rica, a primeira igreja construída era de pau-a-pique. Essas indicações retratam a oportunidade de realização de novos levantamentos que poderão ser realizados no Estado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMORIM, J. V. H. Entrevista [dezembro de 2009]. Entrevistadores: A. Yuba, R. Zanoni. Anastácio. ARRUDA, G. (1995). A Ferrovia Noroeste do Brasil: o último trem para o sertão. Cadernos de Estudos Urbanos. Campo Grande: Conselho Regional de Construtores de Imóveis, nº 3, p. 43. CONGRO, R. (1919). O Município de Campo Grande. Campo Grande: Intendência Geral. CORREA, G. (2009). Entrevista [março de 2009].Entrevistadores: A. Milani, A. Ventura, A. Yuba, R. Zanoni. Campo Grande. CORREIA, M. (2006). Universalidade e diversidade da arquitectura de terra. In: Forma de construir, 10ª mesa redonda de primavera. Lisboa: Argumentum; Escola Superior Gallaecia. p.12-19. 11 FERNANDES, M. Técnicas de construção em terra. Disponível em: Forma de construir, 10ª mesa redonda de primavera, 2006, p,20. FUNDAC, sd. Disponível em http://www.prefeituradecampogrande.com.br/fundac/canaisTexto? id_can=900. Acesso em 20 de fev de 2009. IBGE (s.d.) Miranda-MS. In: IBGE Cidades@. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/ painel/painel.php?codmun=500560#. Acesso em: 20 fev 2009. LIMA, R. A. (2010). Entrevista [abril de 2010]. Entrevistador: R. Zanoni. MARQUES, R. M. da C. (2001). Trilogia do patrimônio histórico e cultural sul-mato-grossense. Campo Grande: Ed. UFMS. PISANI, M. A. J. (2007). Taipas: A arquitetura de terra. Disponível em: http://www.azdoctips.com/doc/ 6661453/Bioconstrucao-Mariaaugustajustipisani-Taipas-Arquiteturade PISANI, M. A. J.; CANTEIRO, F. (2006). Taipa de mão: história e contemporaneidade. In: TERRA BRASIL, 1., 2006, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: Rede Ibero-americana PROTERRA. SPHAN (1984). Museu José Antônio Pereira. Boletim n 28 – jan-fev. TRUBILIANO, A. B.; MARTINS JR., C. (2008). O progresso chega ao sertão: transformações urbanas em Campo Grande no início do século XX. Revista de História Regional 13 (2). p. 246-262. Inverno. VIEIRA DE ARRUDA, A. M. (2003). A casa em Campo Grande: Mato Grosso do Sul, 1950-2000 – parte 1. Arquitextos, n 36. [mai. 2003]. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/ arquitextos/arq000/esp183.asp. Acesso em: 20 mar. 2010. ZANONI R. Imagens da Casa Colonial em Miranda. 2009b. 8 fotos. ZANONI R. Imagens da Residência Ananias José Pereira. 2009c. 2 fotos. ZANONI R. Imagens da Residência João Vicente Herminio Amorim. 2009d. 1 foto. ZANONI R. Imagens da Residência Rui Alves Lima. 2010. 5 fotos. ZANONI R. Imagens do Museu José Antonio Pereira. 2009a. 1 foto. NOTAS (1) Pertence a Remoaldo Bernardes, residente em Uberlândia/MG. Zeladores: Milton Lopes da Silva e Elizia Moraes de Oliveira. (2) Construída para Benedito Honório Barbosa. Atual proprietário: Rui Alves de Lima e ocupada por terceiros (sobrinho). (3) João Vicente Amorim, residente em Campo Grande/MS. (4) Programa Monumenta (IPHAN) ações de recuperação e preservação do patrimônio histórico com desenvolvimento econômico e social (http://www.monumenta.gov.br/site/?page_id=164). AUTORES Raí Zanoni – Graduando do Curso de Arquitetura e Urbanismo, UFMS. Andrea Naguissa Yuba – possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela USP, mestrado em Engenharia Civil pela UFRGS e doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental pela USP. Atualmente é docente da UFMS. Tem experiência na área de Desenvolvimento Sustentável na Construção Civil, atuando principalmente nos seguintes temas: arquitetura, sistemas construtivos em madeira de plantios florestais, sustentabilidade e habitação social. Juliana Couto Trujillo - Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UEL e mestrado em Estudos de Linguagens pela UFMS. Atualmente é professora assistente da UFMS. Ana Paula da Silva Milani - possui graduação em Engenharia Civil pela UNESP, mestrado e doutorado em Engenharia Agrícola pela UNICAMP. É professora adjunta da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Tem experiência na área de Engenharia de Construção Civil e Rural e Ambiência, com ênfase em materiais de construção e sistemas construtivos e atuando principalmente nos seguintes temas: materiais não-convencionais de construção (aproveitamento de resíduos industriais e agroindustriais), tecnologia apropriada das construções, desempenho térmico e eficiência energética de elementos e componentes construtivos. Vanda Alice Garcia Zanoni - graduada em Engenharia Civil pela UFMS e mestrado em Arquitetura pela UFRGS. É professora titular da UNIDERP e Coordenadora do curso de Engenharia Civil. Na Pós-Graduação da UNIDERP atua como professora e coordenadora do curso de Gerenciamento e Produção de Obras. Tem experiência na área de Engenharia Civil atuando principalmente nos seguintes temas: processos construtivos, avaliação pós-ocupação e patologia das construções. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Economia e Habitabilidade da Arquitetura, atuando principalmente nos seguintes temas: desempenho da construção, habitabilidade, conforto ambiental e habitação popular. Tem experiência na área da Construção Civil como profissional atuando na execução de obras. 12