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Sustentabilidade 2

Sustentabilidade na Caatinga, formato Word.

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Sustentabilidade 2 A caatinga, por ser marcada por um clima semi-árido, esta envolvida pela ideia de improdutividade, porém esta afirmação é estereotipada, pois a caatinga fornece recursos madereiros e medicinais, e pela alta exploração dos recursos foi necessária a implantação da proteção total das áreas remanescentes. Para se obter sucesso em projetos sustentáveis é necessario o apoio das populações locais. As ciencias que estudam e contribuem com informações sobre como lidar com estas situações são a etnobiologia e a etnoecologia, que muitas vezes corroboram a idéia de que a prática local de algumas comunidades são ecologicamente sustentável e podem fornecer alternativas para as práticas importadas pelos cientistas que não sabem a realidade local. Existem 2 caminhos a serem seguidos para administração das áreas abaladas, o primeiro consiste em afastar a comunidade das áreas protegidas e limitar ou evitar acesso aos recursos locais, o segundo é chegar na comunidade com as ideias propostas construídas que vão além das reais necessidades e interesses das pessoas. Entretanto, as pessoas não trazem apenas malefícios para a área, como nas comunidades indígenas, por exemplo, há o beneficiamento e o manejo dos recursos naturais, podendo até contribuir para o progresso da ecologia evolutiva. O município de estudo do trabalho analisado é Alagoinha, situado no agreste pernambucano, com clima semi-árido, quente e vegetação natural de caatinga arbórea hiperxerófila e descíduas. Com o estudo da vegetação natural e de como a população interage com a mesma, percebeu-se que a manipulação de plantas pelas pessoas dependem de vários fatores, como a disponibilidade temporal dos recursos ou o grau de interesse por um recurso especial. As plantas podem ser coletadas a partir de uma prática extrativista amplamente disseminada, como o caso do umbu e da aroeira, outras plantas são toleradas, mas não muito comuns e outras são protegidas. O estudo analisado envolve espécies que são toleradas em áreas de cultivo ou ao redor de casas e que não foram eliminadas por alguma razão especial, como suas propriedades medicinais ou pelo fornecimento de fruta e sombra, como é feito em relação ao mulungu, além de algumas que tem muita importância para o semi-árido como a palma. Com a analise dessas relações é possível verificar o impacto das práticas locais sobre a vegetação e as melhores formas de intervenção local. Geralmente as comunidades locais possuem atitudes conservacionistas sobre os recursos, porém é crescente as alterações neste modo de ver por resultado de pressões externas como interesses econômicos, êxodo, etc. Por isso muitas comunidades possuem práticas altamente agressivas. A apropriação dos recursos da caatinga se dá por várias formas: A extração de produtos da floresta: varia de intensidade de acordo com a utilidade e disponibilidade do recurso, exemplos: a jurema e o angico. Recursos comestíveis: a quantidade é muito maior do que poderia se imaginar numa área semi-árida. Encontram-se plantas frutíferas e as que fornecem raízes e folhas. Esses recursos comestíveis poderiam ser melhor aproveitados para garantir as pessoas meios de sobrevivência, poderiam ser desenvolvidas técnicas para melhor aproveitamento dos mesmos, ampliando as possibilidades de desenvolvimento local. Recursos medicinais: é bastante atingindo pela pressão extrativista tanto pelo seu uso local como pelo amplo mercado consumidor que se estende por Pernambuco, muitas vezes a coleta desses recursos podem agredir as populações vegetais, pois não as técnicas adequadas. Exemplos, aroeira, baraúna, imburana-de-cheiro, etc. Para se evitar a escassez de recursos e até extinção dos mesmos é necessário a percepção das pessoas locais sobre seu relacionamento com a área natural. Para o sertanejo todas as plantas da caatinga são consideradas úteis, mesmo que tenham utilização indireta das pessoas. A maneira como as pessoas obtêm seus recursos, incluindo suas preferências e suas técnicas de manejo, refletem adaptações ecológicas, culturais, sociais e econômicas, situações flutuantes relacionadas a pressões ambientais ou de mercado. Alguns produtos são coletados durante todo ano, mas muitos estão fortemente relacionados com a sazonalidade, durante a estação seca (que pode durar até oito meses) a uma forte redução das atividades diárias e cresce a busca de alternativas alimentares já que as pessoas dispõe de troncos e ramos de árvores, estabelecendo-se o extrativismo oportunistico. As práticas agrícolas e o modo de vida da população estão sendo fortemente ameaçados, sendo possível ver o progresso crescente dos processos de conversão ambiental, além da pobreza na área. Com a falta de incentivo e apoio, as práticas tradicionais se veem ameaçadas, os pequenos produtores estão utilizando técnicas irracionais impostas por uma forte pressão econômica. Quando se consideram sustentabilidade ecológica é preciso lembrar de sua heterogeneidade e que a dominância de determinadas espécies depende do local. No município estudado, alagoinhas, as pessoas tem percebido que muitos produtos declinaram com o tempo e isto estaria relacionado mais com a deflorestação do que com a sobre-exploração. Conclusão Apesar da ampla variedade de recursos há uma pressão extrativista sobre uma minoria de espécies, enquanto outras são negligenciadas. Os recursos são usados na satisfação das necessidades básicas do grupo, ocasionalmente alguns são comercializados em feira livre. Quando observadas as áreas de vegetação nativa e comparadas com as perturbadas, conclui-se que há diferenças etnoflorísticas tanto na composição florística quando no uso desses dois locais.