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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
SITUAÇÃO DAS PASTAGENS BRASILEIRA E OPÇÕES DE MANEJO Mestre: Jucinei Souza Fernandes
Dourados, 13/04/2016
Roteiro de apresentação Uso da terra no Brasil; Importância das pastagens; Situação das pastagens brasileiras; Classificação das pastagens; Classificação quanto a qualidade das pastagens; Principais forrageiras; Processo de degradação das pastagens; Tomada de decisão; Opções de manejo; Conclusões; Referências.
Uso da terra Brasil Distribuição de no área no Brasil Brasil = 851 milhões de ha
61%
519 milhões de ha
11,3%
96,1 milhões de ha
27,7%
Fonte: IBGE (2009) e Embrapa (2009).
vegetação nativa
cidades, infraestrutura e outros
236 milhões de ha
0,8% Agricultura, Pecuaria e Florestas Plantadas Florestas plantadas
Fonte: IBGE (2009); Embrapa (2009); Agrianual & Agripec (2010)
Importância das pastagens As pastagens são as principais fontes de nutrientes na nutrição de ruminantes;
Das forragens provêm a fibra necessária nas rações para promover a mastigação, ruminação e saúde do rúmen; Na formulação de dietas para bovinos, a qualidade e a quantidade de forragens é o primeiro fator a ser analisado no atendimento das exigências nutricionais e de fibra (Teixeira e Andrade, 2001).
A pastagem é o principal componente da exploração da Pecuária de corte e leite; Em segundo lugar vem o animal (genética e sanidade); O ganho animal é diretamente proporcional a quantidade e qualidade da pastagem.
A pecuária de corte brasileira caracteriza-se pela exploração extensiva das pastagens, com baixos índices zootécnicos, em comparação aos países exportadores de carne;
O Brasil é o maior exportador mundial de carne.
Situação das pastagens brasileiras Total 180 milhões de hectares de pastagens;
Cultivadas 117 milhões de hectares; Degradadas mais de 70% das pastagens das cultivadas; Em condições ótimas ou adequadas abaixo de 20%.
Figura 1: Área degradada com formações de voçorocas em solo desprotegido. Coxim – MS, 2011. Fonte: Kichel
Fonte: Kichel (2003)
Figura 2: Área degradada com formações de voçorocas em solo arenoso. Alcinópolis – MS, 2003.
ormações de voçorocas em solo arenoso. Alcinópolis – MS, 2003. Figura 2: Área degradada com f
Figura 3: Pastagem degradada devido ao manejo inadequado da área. Coxim – MS, 2013. Fonte: Fernandes.
ormações de voçorocas em solo arenoso. Alcinópolis – MS, 2003.
Figura 4: Pastagem degradada devido ao manejo inadequado da área. Campo Grande – MS, 2006.
Figura 2: Área degradada com f
Fonte: Zimmer.
C
B
Figura 5: Animais sob péssimas condições de alimentação, devido as pastagens degradadas (A, B e C). Rio Negro – MS, 2006. Fonte: Zimmer.
A
Classificação das pastagens • O Brasil possui pastagens que podem ser divididas em três categorias: • Natural é uma pastagem onde a vegetação original (vegetação clímax) é composta principalmente de espécies herbáceas (gramíneas e não gramíneas) e arbustos.
Figura 6: Pastagem natural encontrada na África. Fonte: A. A. Schneider 2008.
• Nativa é a vegetação nativa espontânea de algum valor forrageiro, que surge após a destruição parcial ou total da vegetação original, como savana, campo cerrado, agreste, caatinga, etc. B Figura 7: Pastagem nativa encontrada no nordeste brasileiro (A e B). Fonte: Leve Camp 2008
A
• Cultivada são pastagens estabelecidas com espécies exóticas ou nativas onde a vegetação original foi excluída.
B Figura 7: Pastagem cultivada sob ótimas condições de cultivo (A e B). Campo Grande – MS, 2011. Fonte: Kichel.
A
Classificação quanto a qualidade das pastagens Pastagens: Boa, em degradação e degradada. Pastagem degradada: É aquela que esta produzindo abaixo de 50% do seu potencial produtivo em relação as condições de clima, solo e espécie ou cultivar da forrageira e sem capacidade de recuperação natural.
Curva da degradação
Figura 8: Esquema mostrando a curva de degradação das pastagens. Fonte: Rally da pecuária, 2012.
• Solo degradado: E aquele que esta comprometido as suas funções naturais;
• Área degradada: É aquela em que os recursos naturais e o meio ambiente estão degradados.
PRODUÇÃO DA PASTAGEM
O PROCESSO DE DEGRADAÇÃO DAS
PASTAGENS
FASE DE MANUTENÇÃO
FASE PRODUTIVA
PERDA DE VIGOR, -N PRODUTIVIDADE - N,- P,etc PERDA DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE INVASORAS PRAGAS DEGRADAÇÃO DOENÇAS
DA PASTAGEM
COM PACTAÇÃO EROSÃO
DEGRADAÇÃO DO SOLO TEMPO
Figura 8: Esquema mostrando a curva de degradação das pastagens. Fonte: Macedo e Vilela, 2006.
-N
Vigor e produtividade
-N, P...
Qualidade e produtividade
FASE DE MANUTENÇÃO
Baixo
Invasoras Cobertura de solo DEGRADAÇÃO M.O. DA PASTAGEM Compactação Custo de recuperação e Infiltração Impacto ambiental Erosão Alto Tempo DEGRADAÇÃO DO SOLO E AMBIENTE
Figura 9: Esquema mostrando a curva de degradação das pastagens. Fonte: Macedo e Vilela, 2006.
Principais Forrageiras
Mais utilizadas
Mombaça
Figura 10: Pastagem panicum maximum Cv. Mombaça sob ótimas condições de produção, Campo Grande – MS, 2012. Fonte: Kichel.
Mombaça
Figura 11: Pastagem panicum maximum Cv. Mombaça sob ótimas condições de produção, Campo Grande – MS, 2012. Fonte: Kichel.
Tanzânia
Figura 12: Pastagem panicum maximum Cv. Tanzânia sob ótimas condições de produção, Campo Grande – MS, 2012. Fonte: Kichel.
Massai
Figura 13: Pastagem panicum maximum cv. Massai sob ótimas condições de produção, Campo Grande – MS, 2012. Fonte: Kichel.
Massai
Figura 14: Pastagem panicum maximum Massai sob ótimas condições de produção, Campo Grande – MS, 2012. Fonte: Kichel.
Brachiaria briz.cv Xaraés
Figura 15: Pastagem brachiaria briz. Cv. Xaraés sob ótimas condições de produção, Campo Grande – MS, 2012. Fonte: Kichel.
Brachiaria briz.cv Xaraés
Figura 16: Pastagem brachiaria briz. Cv. Xaraés sob ótimas condições de produção, Campo Grande – MS, 2012. Fonte: Kichel.
Brachiaria briz.cv Xaraés B A
Brachiaria humidicola Figura 17: Pastagem de brachiaria humidícula (A) e brachiaria briz. Cv Xaraés (B) em área experimental, Embrapa, CG – MS, 2012. Fonte: Kichel.
Brachiaria briz. Cv. Piatã
Figura 18: Pastagem brachiaria briz. Cv Piatã sob ótimas condições de produção, Campo Grande – MS, 2012. Fonte: Kichel.
Brachiaria briz cv. Marandu
Figura 19: Pastagem brachiaria briz. Cv. Marandu sob ótimas condições de produção, Campo Grande – MS, 2012. Fonte: Kichel.
Brachiaria decumbens
Figura 20: Pastagem brachiaria decumbens Cv. Urocloa sob ótimas condições de produção, Campo Grande – MS, 2012. Fonte: Kichel.
Brachiaria decumbens
Figura 21: Pastagem brachiaria decumbens sob ótimas condições de produção, Campo Grande – MS, 2012. Fonte: Kichel.
Brachiaria Ruzizienses
Figura 22: Pastagem brachiaria Ruzizienses sob ótimas condições de produção, Campo Grande – MS, 2012. Fonte: Kichel.
Brachiaria humidicola cv tupi
Figura 22: Pastagem brachiaria humidicula cv tupi sob ótimas condições de produção, Campo Grande – MS, 2012. Fonte: Kichel.
PASTAGENS MAIS UTILIZADAS
Panicum Xaraés
Piatã Marandu Decumbens Dictyoneura Humidicola
-
Maior Fertilidade do solo
- Maior produção de pasto
- Maior ganho de peso - Maior ganho por área
E O MANEJO?
Altura de entrada pré pastejo das principais forrageiras utilizadas no Brasil (Teixeira e Paulino, 2009) .
Altura de saída pós pastejo das principais forrageiras utilizadas no Brasil (Teixeira e Paulino, 2009) .
COMO AVALIAR PASTAGENS DEGRADADAS E TOMAR A MELHOR DECISÃO QUANTO A SUA RECUPERAÇÃO OU REFORMA?
QUANDO A POPULAÇÃO DA FORRAGEIRA É BOA (>70% DA ÁREA) E ESTÁ DISTRIBUIDA UNIFORMEMENTE NA ÁREA, A ESTRATÉGIA É A RECUPERAÇÃO
OPÇÕES DE MANEJO
Principais estratégias
Figura 23: Estratégias para a recuperação da produtividade de pastagens degradadas. Fonte: Dias e Filho, 2007
Implantação do SAF´s nas pastagens Componente fundamental para a melhor ambiência dos animais; Benefícios, como a conservação do solo;
As espécies arbóreas possuem raízes mais profundas; Há espécies arbóreas, como as leguminosas, fixadoras de nitrogênio.
Sistema silvipastoril É a combinação de árvores, pastagens e ou animais numa mesma área; A implantação pode ser em conjunto ou separada; A entrada de animais é determinada pela espécie a ser
trabalhada.
Figura 24: Animais em sistema silvipastoril proporcionando melhor conforto animal e qualidade da forrageira. Fonte: Fernandes, 2011
Componentes do Saf’s Arbóreos
As espécies mais utilizadas são geralmente espécies de valor comercial;
Espécies que podem constituir fonte de alimento, de alto valor nutricional, para o gado, em áreas de pastagens, onde
contribuem não só na alimentação, mas também na sombra para o pastejo; Os animais se beneficiam da melhoria na qualidade da forragem produzida.
Forrageiro
Depende de alguns fatores para o sucesso na produtividade desses sistemas: Identificação de espécies que resistam a sombras em
sua fase inicial de crescimento; As gramíneas tropicais apresentam metabolismo de fixação de carbono C4;
O espaçamento do componente arbóreo também deve levar em consideração a cultura a ser implantada; A produtividade de forrageiras está diretamente ligada à produção animal;
Garcia e Couto (1997) observaram que o sombreamento diminui a concentração de parede celular nas forragens, refletindo no aumento da sua digestibilidade.
Lavoura no sistema: Correção
e adubação;
Melhoram
os
aspectos
do
solo,
LAVOURA GERA RECEITA
aproveitados pela forrageira; Cobertura
e matéria orgânica.
Pecuária no sistema: Bem
estar e alimento de qualidade;
PASTOS FICAM FORMADOS
DIMINUI DÉFICIT DE FORRAGEM
Produtividade. Fonte: Matsuda
Vantagens agronômicas: recuperação e manutenção das características do solo.
que confere produtividade.
Vantagens econômicas: diversificação e aumento da produção e da oferta. que confere menor custo, maior rendimento e qualidade.
• Vantagens para o meio ambiente: maior e melhor cobertura do solo. Reduzindo microrganismos nocivos às espécies cultivadas; Levando a um menor uso de defensivos e menor erosão do solo.
• Vantagens sociais: maior distribuição de renda. Em função do aumento da atividade pecuária e de agricultura.
NOVO CENÁRIO
ILPFloresta Pastagem + eucalipto + boi
Soja por 2 ou 3 anos Leite a pasto
Milho + braquiárias
Bois a pasto na entressafra
Palhada para PD Conforto animal
de soja
Figura 24: Diferentes ambientess de produção animal com sistemas de integração. Fonte Kichel, 2009
Ovinos a pasto na entressafra
Figura 25: Sistema radicular de B. ruziensis, Safrinha oito meses de crescimento San Pedro – Paraguay, 2011. Fonte: Zirman.
140 cm
Principais entraves Cultura do produtor rural; Deficiência na integração entre a pesquisa e os
produtores; Falta de capacitações de funcionários e técnicos; Política para obter benefícios.
Conclusões O Brasil tem capacidade para aumentar sua área produtiva, porém os produtores devem lançar mão a ferramentas que estão a seu alcance. O que se busca com a recuperação de pastagens degradadas e sistemas de integração é um uso muito mais eficiente dos recursos produtivos:
menor gasto de insumos e energia; melhorar a sustentabilidade do sistema como um todo.
Referências bibliográficas • ALEXANDRINO, E.; NASCIMENTO Jr., D.; REGAZZI, A.J. et al. Características morfogênicas e estruturais da Brachiaria brizantha cv. Marandu submetida a diferentes doses de nitrogênio e frequência de corte. ActaSci., v.27, p.1724, 2005. • BATISTA, K.; MONTEIRO, F.A. Respostas morfológicas e produtivas do capim-marandu adubado com doses combinadas de nitrogênio e enxofre. Rev. Bras. Zootec., v.35, p.1281-1288, 2006. • BENETT, C.G.S.; BUZETTI, S.; SILVA, K.S. et al. Produtividade e composição bromatológica do capim-marandu a fontes e doses de nitrogênio. Cienc. Agrotec., v.32, p.1629-1636, 2008 • BONFIM-DA-SILVA, E.M.; MONTEIRO, F.A. Nitrogênio e enxofre em características produtivas do capim-braquiária proveniente de área de pastagem em degradação. Rev. Bras. Zootec., v.35, p.1289-1297, 2006.
Obrigado pela atenção!!
Engº Agrº Jucinei Souza Fernandes Contatos: 99496387 91225201
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