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Sistematização Da Assistência De Enfermagem No Iam

Procedimentos da SAE ao paciente vítima de Infarto Agudo do Miocárdio

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI CAMPUS SENADOR HELVIDIO NUNES DE BARROS - CSHNB BACHARELADO EM ENFERMAGEM DISCIPLINA: CURRICULAR II SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO TALITHA ALVES DE ALENCAR PICOS 2013 TALITHA ALVES DE ALENCAR SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Trabalho elaborado à disciplina Curricular II como pré-requisito parcial de avaliação no Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí – UFPI, CSHNB, PICOS, PIAUÍ. PICOS 2013 1 INTRODUÇÃO Popularmente conhecido como ataque cardíaco, o infarto agudo do miocárdio (IAM) ocorre quando há redução do fluxo sanguíneo das artérias coronárias para o coração. Esse processo pode levar à necrose de forma rápida (aguda) do músculo cardíaco pela ausência de fornecimento adequado de nutrientes e oxigênio. A obstrução é causada com mais frequência pela formação de um coágulo (ou trombo) sanguíneo sobre uma placa aterosclerótica. O pico de ocorrência do primeiro IAM costuma ser aos 55 anos de idade nos homens e aos 65 anos nas mulheres. De modo geral, o IAM ocorre quando há interrupção súbita e intensa do fluxo de sangue através de uma artéria coronária que irriga uma região do coração, provocando a morte de parte do tecido cardíaco. Geralmente a causa desta interrupção do fluxo sanguíneo é o rompimento de uma placa de ateroma, ou seja, ruptura de uma placa de gordura. Esta ruptura acarreta a formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo neste local da artéria. O IAM é uma das manifestações da doença arterial coronariana, caracterizada pela formação de ateromas na parede das artérias coronárias. Outras causas menos comuns incluem uso de drogas ilícitas (cocaína), aneurismas das artérias coronárias, dissecção aórtica aguda, vasculites (inflamação das artérias coronárias), embolização por um coágulo que sai da cavidade cardíaca e se aloja na coronária ou, ainda, por uma vegetação que se desprende de uma válvula acometida por endocardite infecciosa. Curiosamente, uma pequena parte dos pacientes que sofrem um IAM apresenta artérias coronárias aparentemente normais no cateterismo cardíaco e na cineangiocoronariografia. Embora o IAM possa ocorrer sem sintomas (infarto do miocárdio silencioso), fato mais comum em idosos, na maioria das vezes cursa com: * Dor fixa no peito, que pode variar de fraca a muito forte, ou sensação de compressão no peito que geralmente dura cerca de trinta minutos; * Ardor no peito, muitas vezes confundido com azia, que pode ocorrer associado ou não à ingestão de alimentos; * Dor no peito que se irradia pela mandíbula e/ou pelos ombros ou braços (mais frequentemente do lado esquerdo do corpo); * Ocorrência de suor, náuseas, vômito, tontura e desfalecimento; * Ansiedade, agitação e sensação de morte iminente. 2 OBJETIVOS 2.1 GERAL:  Operacionalizar a assistência de enfermagem de acordo com a Teoria do Autocuidado de Dorothea E. Orem. 2.2 ESPECÍFICOS:    Buscar detectar os principais diagnósticos de enfermagem segundo a taxonomia da NANDA; Estabelecer metas de cuidado; Traçar um plano assistencial para melhorar as condições de saúde e bem-estar do cliente. 3 METODOLOGIA Estudo de caso com abordagem qualitativa, aplicando-se a entrevista semiestruturada. A amostra foi constituída por um paciente adulto, portador de Infarto Agudo do Miocárdio, escolhido aleatoriamente durante o estágio da disciplina Curricular II, internado na unidade de cuidados semi-intensivos de um hospital público na cidade de Picos-PI. Este estudo operacionalizou a assistência de enfermagem utilizando a Teoria do Autocuidado de Dorothea E. Orem, sendo aplicada em todas as etapas da assistência de enfermagem. Esta teoria é desenvolvida em três partes relacionadas: autocuidado, déficit do autocuidado e sistemas de enfermagem. O autocuidado (AC) inclui a ação, a capacidade e as exigências terapêuticas de autocuidado, bem como os seus requisitos. O AC é a prática de atividades executadas pelos indivíduos, em seu próprio benefício, para a manutenção da vida, da saúde e do bem-estar, que depende de fatores internos e externos ao indivíduo, como: idade, sexo, estado de saúde, fatores socioculturais, padrão de vida, disponibilidade de recursos, entre outros. O déficit de AC é a condição e circunstância que colocam as pessoas em situações de cuidados de saúde. Os conceitos fundamentais dessa teoria são: agente de autocuidado, demanda de autocuidado e déficit de autocuidado. Já o sistema de enfermagem, é a capacidade do cliente em desempenhar as ações do AC. Existem três sistemas de enfermagem: o totalmente compensatório (incapacidade de realizar AC); o parcialmente compensatório (ação limitada no autocuidado, enfermeiro e indivíduo executam cuidados); e o sistema de apoio-educação (paciente tem potencial para executar e deve aprender a executar ações de autocuidado). Os dados foram agrupados e trabalhados segundo o processo de enfermagem proposto por Orem e submetidos a uma análise que levou à identificação de diagnósticos de enfermagem e à formulação de um plano de cuidados. 4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS 4.1 HISTÓRICO DE ENFERMAGEM A. J. dos S., 80 anos, sexo masculino, pardo, casado, católico, aposentado, natural do município de Campo Grande – PI, foi admitido dia 21 de março de 2013, às 10:20 AM, em um hospital público, em caráter de atendimento de urgência, com diagnóstico médico inicial de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Repousa na semi-intensiva sob monitorização, estando em venóclise no MSD. Residente em área urbana, casa de tijolos, com presença de saneamento básico. Apresenta-se asseado; concilia sono e repouso; não praticante de exercícios físicos; sedentário, tabagista; nega doença crônica; não faz uso de álcool; não possui lazer nem recreação; refere alimentação à base de arroz, feijão, carne e frituras. Relata fazer quatro refeições diárias. Sem alergia medicamentosa. Eliminações vesicointestinais presentes e normais. Aos fatores psicossociais, o paciente possui comunicação verbal efetiva, interação social normal; toma decisões rapidamente na resolução de seus problemas; possui crença religiosa; utiliza exclusivamente hospitais conveniados do SUS. Precisa de auxílio para atividades de autocuidado, e desconhece os fatores de risco para sua enfermidade. Está otimista com o tratamento. 4.2 EXAME FÍSICO Ao exame físico apresenta-se consciente, orientado, pele/tecidos sem alterações; crânio sem anormalidades; visão e audição normais; nariz, boca e pescoço sem anormalidades. Não aceita a dieta oferecida. Tórax sem alteração anatômica; apresentando dificuldade respiratória. Em oxigenoterapia com cateter tipo óculos (O2 úmido, 3ml/min). Ausculta pulmonar normal. Coração com ritmo normal; abdome normal; membros superiores e inferiores com sensibilidade e força motora preservada em todas as extremidades. Dificuldade de deambulação referindo algia no MIE. Pés hidratados e pulsos presentes. Aos sinais vitais encontra-se normotenso, normocárdico, taquipnéico, normotérmico. SSVV: P.A. 110x80mmHg, P. 94bpm, R. 29rpm, T. 36,2°C. 4.3 EXAMES REALIZADOS        Hemograma completo; Glicose; Uréia; TGO; TGP; RPK.MB; Creatina. 4.4 MEDICAMENTOS  Em uso - no serviço:  S.F 0,9%;  Complexo B;  Ácido Acetil Salicílico;  Isordil;  Anlodipino;  Sinvastatina;  Propanolol dimorfi;  O2.  Não utiliza nenhum medicamento em casa. 5 PROBLEMAS INTERDEPENDENTES:  Idade;  Sedentarismo;  Tabagismo;  Hábitos alimentares inadequados;  Padrão respiratório alterado;  Dificuldade para autocuidado;  Diferença entre a base de conhecimentos e o estilo de vida que aumenta o risco de infarto;  Desconhecimento sobre os fatores de risco para sua enfermidade. 6 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM  Padrão respiratório ineficaz caracterizado por taquipneia;  Déficit de autocuidado;  Risco para intolerância à atividade. 7 PLANEJAMENTO  Auxiliar na melhoria do padrão respiratório;  Investigar sinais e sintomas;  Identificar possíveis fatores causadores e contribuintes;  Realizar educação em saúde; 8 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM  Manter o cliente sentado, na posição vertical para permitir uma maior expansão pulmonar;  Ensiná-lo a inalar pelo nariz e, respirar profundamente para dilatar as vias aéreas e melhorar a troca gasosa respiratória;  Escutar as queixas;  Explicar sobre a enfermidade e seus riscos;  Discutir as prováveis causas e corrigir as informações errôneas;  Orientar o cuidador quanto ao estilo de vida atual do cliente e seus hábitos, que podem agravar o estado clínico;  Apresentar medidas para prevenir possíveis complicações;  Orientar sobre a dieta adequada, autocuidado, possibilidade de atividades físicas como caminhadas e sua importância para a saúde;  Explicar sobre os malefícios do tabagismo, apresentando a estratégia do Programa Nacional de Controle ao Tabagismo, e sugerir sua procura.  Indicar um acompanhamento em UBS, e consultas com nutricionista. 9 EVOLUÇÃO Espera-se que, com as intervenções de Enfermagem, o cliente possa sentir-se mais confortável, apresentando melhoras consideráveis em relação ao padrão respiratório; possua um nível de atividade aumentado, desenvolvendo maior aceitação às atividades físicas, bem como melhoria de seus hábitos alimentares; utilize os medicamentos conforme prescrição médica; realize as medidas de autocuidado de maneira apropriada; evolua sem apresentar complicações e que, somado às intervenções médicas, possa alcançar a cura para seus problemas. 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluiu-se que o autocuidado deve constituir um dos objetivos da assistência de enfermagem, por possibilitar a participação ativa do paciente no seu tratamento, dividindo com o profissional de enfermagem a responsabilidade na implementação da assistência e nos resultados. Verificouse que a aplicação da SAE possibilitou identificar e compreender o cliente na sua realidade, reconhecer suas necessidades de saúde e planejar a assistência na promoção, manutenção e restauração de sua autonomia. A aplicação da SAE, à luz do referencial de autocuidado de Orem, possibilitou o engajamento do cliente e de seus familiares no autocuidado, permitindo assim uma assistência individualizada e de qualidade, e demonstrando que não é somente a medicina que proporciona a cura, e que a enfermagem tem fundamental importância ao oferecer subsídios para a realização desse objetivo. REFERÊNCIAS CARPENITO, M.; LYNDA J.; Diagnósticos de enfermagem: aplicação à prática clínica. 10 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. POTTER P. A; PERRY G. Grande tratado de enfermagem prática: conceitos básicos, teoria e prática hospitalar. 3ª ed. São Paulo: Santos; 2002. Revista LSF. Disponível em: . Acesso em 24 de março de 2013, às 16:40h. VARELLA DRÁUZIO. Doenças e sintomas. . março de 2013, às 20:10h. Disponível em: Acesso 25 de