Transcript
Casa Ecológica
Sol e vento
Segredos da casa auto-suficiente
Captação e reaproveitamento de Energia
A falta de interesse dos compradores por itens que reduzam o impacto ao
meio ambiente é a principal justificativa das construtoras.
"No caso das edificações comerciais, esses itens já representam valor
agregado, e várias empresas até exigem certificação", diz Joaquim Rondon,
gestor sócio-ambiental da construtora JHSF, responsável pelo Parque Cidade
Jardim, na zona sul, cujas torres comerciais contarão com uma série de
recursos para receber o selo verde.
A tecnologia para captar energia eólica, solar térmica e fotovoltaica está
disponível no mercado brasileiro. Entenda como funciona cada uma, os prós e
os contras e veja o que dizem os especialistas.
Módulos fotovoltaicos, coletores solares e turbinas eólicas são alguns dos
equipamentos que provêm energia sem poluir. Bem-vindo ao mundo das energias
alternativas. Limpas e renováveis, elas se utilizam de fontes teoricamente
infinitas, como o sol e o vento, e são geradas sem deixar resíduos e sem
causar grandes impactos no ambiente. Por meio delas, acendem-se lâmpadas,
ligam-se eletrodomésticos e aquece-se toda a água usada na casa. Para as
regiões em que os ventos e dias claros não são constantes, uma combinação
dessas energias constitui uma saída inteligente. Contudo, apesar dos
avanços nas tecnologias, esses equipamentos ainda representam um
investimento muito alto para o consumidor. Mesmo que a economia na conta de
luz compense o custo dos aparelhos, o alto preço assusta muita gente.
"Deixamos de aproveitar muita energia solar e de outras fontes renováveis
por falta de políticas de incentivo do governo", fala Francisco Vecchia,
professor e pesquisador da Escola de Engenharia da Universidade de São
Carlos (UFSCar).
Energia Eólica
Vento em popa
O equipamento eólico consiste em uma torre, aerogeradores ou turbinas,
painel de controle e um conjunto de baterias. Existem vários tipos de
aerogeradores e isso dificulta a regulamentação do mercado. O modelo mais
usado em casas é o de três pás, que possui um rápido movimento rotatório.
Os ventos acionam o aerogerador, que está acoplado a um gerador elétrico
instalado dentro da torre. Este transforma a energia cinética do vento em
energia elétrica. Ela segue em corrente contínua (azul) para o painel de
controle e fica armazenada em baterias. Antes de ser usada, é transformada
pelo inversor em corrente alternada (vermelho
Nesse caso, o equipamento gera energia a partir da força dos ventos,
matéria-prima limpa e de custo zero. Em locais não abastecidos pela rede
elétrica, como as cidades ribeirinhas, esse tem sido um investimento mais
econômico e ecológico do que geradores elétricos movidos a diesel.
Ventos fracos, entretanto, não conseguem movimentar as turbinas. Por isso,
o primeiro passo é conhecer sua força: eles devem soprar a uma velocidade
média acima de 6 m/s (a medição pode ser feita pelas empresas que vendem o
equipamento ou por meio de um anemômetro portátil). Além disso, as torres
eólicas devem estar longe de montanhas, matas fechadas ou prédios.
"Apesar de ser mais barato que o sistema fotovoltaico, o eólico pode exigir
uma complementação da rede elétrica ou de outras fontes de energia por
causa da inconstância dos ventos", diz a engenheira Eliane Amaral Fadigas,
do departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétrica da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).
Embora o Brasil tenha potencial eólico, com destaque para as regiões
litorâneas e os pampas gaúchos, essa fonte de energia ainda está para ser
reconhecida. Isso já acontece na Alemanha, Dinamarca, Inglaterra e nos
Estados Unidos, onde o governo incentiva a construção de usinas eólicas
particulares. "Aqui, essa tecnologia tem sido mais viável em áreas
afastadas, com pequenas demandas de energia", diz Fadigas.
Serviço
Altercoop (Cabo Frio, RJ) - Kit completo com capacidade para gerar 500
watts (turbina, inversor, baterias, controlador e torre de 6 m): R$ 7,6
mil.
Enersud (São Gonçalo, RJ) - Turbina e controlador para gerar de 250 a 1000
watts:
de R$ 1,8 mil a R$ 4,9 mil, sem acessórios (o sistema completo, com
baterias, inversor e torre, dobra esse preço).
Pesquisas apontam outros sistemas e fontes de energia
Hidrogênio - Abundante na natureza, produz eletricidade por meio de células
de combustível.
Energia geotérmica - Obtida com o calor das rochas do interior da Terra,
que emerge nas fontes termais e áreas vulcânicas.
Metano - Produzido por restos de matéria orgânica de diversas origens, como
bagaço de cana e lixo doméstico. De acordo com Sabetai Calderoni,
especialista ambiental
e autor do livro Os Bilhões Perdidos no Lixo (Ed. Humanitas), "se a parte
orgânica de todo o lixo domiciliar brasileiro fosse utilizada para
produzir energia elétrica, poderíamos implantar usinas termelétricas com
potência significativa".
Força dos oceanos - Gera energia a partir das diferenças de altura das
marés.
Energia solar térmica
A água quente usada na cozinha e nos banheiros responde pelo maior consumo
elétrico em casa. Por isso, os coletores solares, implantados geralmente no
telhado, conseguem uma economia imediata na conta de luz. Mas cada caso
requer um estudo. "Se uma árvore faz sombra no coletor, sua potência
diminui. É preciso uma análise detalhada da região, da inclinação do
telhado, da média de consumo da família, e só então avaliar se o
investimento compensa", diz Oscar Terada, pesquisador na área de energia do
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).
O ideal é que o sistema seja previsto no projeto, mas numa casa pronta a
instalação ocorre sem grandes reformas hidráulicas, desde que a construção
já tenha aquecimento central. "Os coletores solares permitem mais economia
no consumo elétrico do que as placas fotovoltaicas ou turbinas eólicas",
acredita Terada.
Serviço
Em média, para aquecer um boiler de 500 litros com cinco coletores de 1 m2,
gastam-se de R$ 2,5 mil a R$ 3,4 mil (sem acessórios hidráulicos). Quem
fornece:
Heliotek (Barueri, SP)
Soletrol (São Paulo)
Transen (Birigüi, SP)
Energia solar fotovoltaica
Ideal para regiões em que a rede elétrica não chega e onde o sol não cansa
de brilhar, esse sistema transforma a luminosidade em energia elétrica por
meio de placas fotovoltaicas (módulos à base de cristais nos quais a
incidência de raios solares causa uma reação de elétrons, que gera corrente
elétrica).
Uma limitação desse sistema é a inconstância, já que a produção varia de
acordo com a luminosidade e com a quantidade armazenada nas baterias. Em
dias um pouco encobertos, por exemplo, a produção atinge até 60% do
rendimento, enquanto em dias nublados poderá cair a menos de 10%.
Se a casa já estiver ligada à rede elétrica pública, dá para adaptar e
combinar os sistemas. "O retorno depende muito de onde e como será
utilizada a energia", diz o engenheiro eletricista Airton Dudzevich. As
placas duram em média 20 anos.
Água quentinha
O aquecimento solar de água se baseia na transmissão de calor. Dois itens
fundamentais compõem o sistema: o reservatório térmico (boiler) e o coletor
solar (placas). Dentro da placa coletora existem pequenos tubos em forma de
zigue-zague por onde a água circula bem devagar. Depois de aquecida, ela
segue para o boiler (reservatório de alumínio por fora e de cobre ou aço
inox por dentro), que mantém a água quente.
Serviço
O módulo para gerar 100 watts custa em média R$ 3 mil. Além disso, há o
resto do sistema (suporte metálico, controlador de carga, baterias,
inversor e fiação de cobre), que é calculado em função da quantidade de
energia que se quer captar, e varia de R$ 200 a R$ 50 mil. Quem fornece:
Iem (Porto Alegre)
Suprinter (São Paulo)
Melhor de dois
Regiões onde o vento não é constante o ano inteiro e o sol não aparece
todos os dias pedem um sistema híbrido, que combina energia solar e eólica.
Para dimensioná-lo, realiza-se uma análise detalhada. "São muitos os
fatores em jogo, desde o perfil da família até as variações geográficas e
climáticas da região", diz Ronald Thomé, da empresa Energia Pura, de
Paraty, RJ. Para iluminar uma casa que usa três lâmpadas tipo PL, cada uma
de 9 watts, acesas quatro horas por dia, o custo de instalação do sistema
fica em torno de R$ 1,5 mil. Acrescentando mais uma lâmpada e uma televisão
também por quatro horas de uso, o custo sobe para R$ 3,5 mil. Se
adicionarmos a esse conjunto uma geladeira, o investimento pode chegar a R$
20 mil, pois o compressor do aparelho funciona em média 12 horas por dia,
exigindo mais placas fotovoltaicas e mais baterias.
E fez-se a eletricidade
Três conjuntos formam o sistema fotovoltaico: geração, armazenamento e
consumo. A geração ocorre com a captação dos raios solares. A corrente
contínua resultante pode ser de 12 ou 24 volts (azul). Depois de absorvida,
essa energia passa por um controlador de carga (espécie de cérebro que
regula a tensão da bateria) e segue para as baterias, onde fica armazenada.
Finalmente, passa por um inversor, que converte a corrente contínua em
alternada de 110 ou 220 volts (vermelho).
*Seis idéias para uma casa ecológica
Casa com conceitos da arquitetura verde, em Sorocaba, no interior paulista
lar verde lar
6 idéias para uma casa ecológica
A primeira vista, a casa abaixo parece comum, mas no Brasil existem ainda
poucas como ela. Trata-se de uma construção que obedece aos preceitos da
nova arquitetura verde. Seu objetivo é causar o mínimo possível de
prejuízos ao meio ambiente
Por Monica Weinberg
Revista Veja - 06/06/2007
É um conceito do século XXI, a era do aquecimento global, em que a questão
ambiental deixou de estar circunscrita às rodas de ecologistas para ocupar
as pranchetas de arquitetos em países da Europa e nos Estados Unidos - e
preocupar gente como a matemática paulista Cecília Bugan.
Ela e o marido gastaram 40% do orçamento destinado à obra de sua casa em
Sorocaba, a 90
quilômetros de São Paulo, para fazê-la segundo o figurino ecologicamente
correto - até os tijolos lá seguem o padrão verde.
Especialistas ouvidos por VEJA avaliaram em detalhes seis das medidas
adotadas nesse caso.Eles afirmam que nem sempre é preciso gastar muito para
aplicar em casa soluções mais amigáveis ao meio ambiente - em alguns casos,
uma decisão ecológica pode até representar economia ao bolso.
1. TIJOLO DE SOLO-CIMENTO
Por que é ecológico: seca ao sol - sem precisar ir ao forno a lenha. Numa
casa como a de Cecília, a opção por esse tipo de tijolo poupou a queima de
sessenta árvores
Quanto custa*: 380 reais (1 000 tijolos), o dobro do preço da versão comum
Comentário dos especialistas: vale a pena investir no tijolo ecológico.
Como dispensa acabamento com massa corrida, na ponta do lápis não onera em
nada o orçamento da obra
2. MADEIRA COM CERTIFICAÇÃO DE ORIGEM
Por que é ecológica: vem com um selo que atesta que a madeira foi extraída
sem degradar
o solo nem o ambiente de onde foi retirada
Quanto custa*: 2 500 reais (o ipê, por metro cúbico) - 15% mais cara do que
a mesma madeira sem a certificação
Comentário dos especialistas: circula a idéia de que a madeira ecológica
tem melhor qualidade, mas não é verdade. Sua única diferença para as outras
está no processo de extração
3. SISTEMA DE ENERGIA SOLAR PARA AQUECER A ÁGUA
Por que é ecológico: com essa "miniusina" caseira gasta-se 30% menos
energia elétrica
Quanto custa*: 5 000 reais
Comentário dos especialistas: com a economia na conta de luz, o
investimento se paga em dois anos. Uma ressalva: o sistema não dá conta das
baixas temperaturas, quando é necessário recorrer ao aquecimento elétrico
4. SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA
Por que é ecológico: numa região chuvosa, como Sorocaba, a metade da água
necessária
à família vem desse sistema
Quanto custa*: 2 500 reais (para uma casa de 100 metros quadrados)
Comentário dos especialistas: compensa investir no sistema. Além de ajudar
a economizar
na conta, é garantia de abastecimento de água para o futuro, quando esse
pode se tornar um
item mais escasso - e caro
5. ESTAÇÃO DOMÉSTICA DE TRATAMENTO DE ESGOTO
Por que é ecológica: permite reaproveitar a água para tarefas do dia-a-dia,
como a limpeza
da casa (como não fica 100% limpa, deve-se evitar usá-la no banho ou para
beber)
Quanto custa*: 6 000 reais
Comentário dos especialistas: na comparação com o sistema de captação de
água da chuva, é mais caro e de uso mais restrito - se for escolher entre
os dois, fique com o outro
6. LÂMPADA FLUORESCENTE
Por que é ecológica: consome 80% menos energia do que uma lâmpada
incandescente e dura dez vezes mais
Quanto custa*: 15 reais (a de 20 watts) - seis vezes mais do que as
lâmpadas comuns Comentário dos especialistas: compensa por ter vida útil
infinitamente mais longa do que a das lâmpadas convencionais - e ainda
poupar energia
A PALAVRA DE QUEM TESTOU
A matemática Cecília Bugan conta dois segredos de sua casa ecológica. Fala
ainda sobre dois de seus sonhos de consumo "verdes" - eles ficaram de fora
do projeto original por serem caros demais.
O que funcionou em Sorocaba
- As telhas à base de embalagens de leite recicladas (do tipo Tetra Pak).
São ainda 10% mais baratas do que as de tijolo comum. Cecília faz apenas
uma ressalva: como o acabamento é mais "grosseiro", melhor fazer uso dessa
alternativa apenas para o forro do telhado
- Uma gigantesca paineira encravada no meio do terreno. Durante o verão,
sua sombra proporciona à sala temperatura mais amena
Extravagancias que ficaram de fora
- Painéis de energia solar do tipo "fotovoltaico", capazes de abastecer a
casa inteira de luz. Custariam 17 000 reais, no caso de Cecília
- Cano de propileno, um plástico mais leve cuja fórmula leva menos
petróleo. Sai por 14 reais
(com capacidade para 20 ml), o dobro do preço do cano comum
*Preços médios
A primeira vista, a casa acima parece comum, mas no Brasil existem ainda
poucas como ela. Trata-se de uma construção que obedece aos preceitos da
nova arquitetura verde. Seu objetivo é causar o mínimo possível de
prejuízos ao meio ambiente
É um conceito do século XXI, a era do aquecimento global, em que a questão
ambiental deixou de estar circunscrita às rodas de ecologistas para ocupar
as pranchetas de arquitetos em países da Europa e nos Estados Unidos - e
preocupar gente como a matemática paulista Cecília Bugan.
Ela e o marido gastaram 40% do orçamento destinado à obra de sua casa em
Sorocaba, a 90
quilômetros de São Paulo, para fazê-la segundo o figurino ecologicamente
correto - até os tijolos lá seguem o padrão verde.
Especialistas ouvidos por VEJA avaliaram em detalhes seis das medidas
adotadas nesse caso.Eles afirmam que nem sempre é preciso gastar muito para
aplicar em casa soluções mais amigáveis ao meio ambiente - em alguns casos,
uma decisão ecológica pode até representar economia ao bolso.
1. TIJOLO DE SOLO-CIMENTO
Por que é ecológico: seca ao sol - sem precisar ir ao forno a lenha. Numa
casa como a de Cecília, a opção por esse tipo de tijolo poupou a queima de
sessenta árvores
Quanto custa*: 380 reais (1 000 tijolos), o dobro do preço da versão comum
Comentário dos especialistas: vale a pena investir no tijolo ecológico.
Como dispensa acabamento com massa corrida, na ponta do lápis não onera em
nada o orçamento da obra
2. MADEIRA COM CERTIFICAÇÃO DE ORIGEM
Por que é ecológica: vem com um selo que atesta que a madeira foi extraída
sem degradar
o solo nem o ambiente de onde foi retirada
Quanto custa*: 2 500 reais (o ipê, por metro cúbico) - 15% mais cara do que
a mesma madeira sem a certificação
Comentário dos especialistas: circula a idéia de que a madeira ecológica
tem melhor qualidade, mas não é verdade. Sua única diferença para as outras
está no processo de extração
3. SISTEMA DE ENERGIA SOLAR PARA AQUECER A ÁGUA
Por que é ecológico: com essa "miniusina" caseira gasta-se 30% menos
energia elétrica
Quanto custa*: 5 000 reais
Comentário dos especialistas: com a economia na conta de luz, o
investimento se paga em dois anos. Uma ressalva: o sistema não dá conta das
baixas temperaturas, quando é necessário recorrer ao aquecimento elétrico
4. SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA
Por que é ecológico: numa região chuvosa, como Sorocaba, a metade da água
necessária
à família vem desse sistema
Quanto custa*: 2 500 reais (para uma casa de 100 metros quadrados)
Comentário dos especialistas: compensa investir no sistema. Além de ajudar
a economizar
na conta, é garantia de abastecimento de água para o futuro, quando esse
pode se tornar um
item mais escasso - e caro
5. ESTAÇÃO DOMÉSTICA DE TRATAMENTO DE ESGOTO
Por que é ecológica: permite reaproveitar a água para tarefas do dia-a-dia,
como a limpeza
da casa (como não fica 100% limpa, deve-se evitar usá-la no banho ou para
beber)
Quanto custa*: 6 000 reais
Comentário dos especialistas: na comparação com o sistema de captação de
água da chuva, é mais caro e de uso mais restrito - se for escolher entre
os dois, fique com o outro
6. LÂMPADA FLUORESCENTE
Por que é ecológica: consome 80% menos energia do que uma lâmpada
incandescente e dura dez vezes mais
Quanto custa*: 15 reais (a de 20 watts) - seis vezes mais do que as
lâmpadas comuns Comentário dos especialistas: compensa por ter vida útil
infinitamente mais longa do que a das lâmpadas convencionais - e ainda
poupar energia
A PALAVRA DE QUEM TESTOU
A matemática Cecília Bugan conta dois segredos de sua casa ecológica. Fala
ainda sobre dois de seus sonhos de consumo "verdes" - eles ficaram de fora
do projeto original por serem caros demais.
O que funcionou em Sorocaba
- As telhas à base de embalagens de leite recicladas (do tipo Tetra Pak).
São ainda 10% mais baratas do que as de tijolo comum. Cecília faz apenas
uma ressalva: como o acabamento é mais "grosseiro", melhor fazer uso dessa
alternativa apenas para o forro do telhado
- Uma gigantesca paineira encravada no meio do terreno. Durante o verão,
sua sombra proporciona à sala temperatura mais amena
Extravagancias que ficaram de fora
- Painéis de energia solar do tipo "fotovoltaico", capazes de abastecer a
casa inteira de luz. Custariam 17 000 reais, no caso de Cecília
- Cano de propileno, um plástico mais leve cuja fórmula leva menos
petróleo. Sai por 14 reais
(com capacidade para 20 ml), o dobro do preço do cano comum
*Preços médios
É um conceito do século XXI, a era do aquecimento global, em que a questão
ambiental deixou de estar circunscrita às rodas de ecologistas para ocupar
as pranchetas de arquitetos em países da Europa e nos Estados Unidos - e
preocupar gente como a matemática paulista Cecília Bugan.
Ela e o marido gastaram 40% do orçamento destinado à obra de sua casa em
Sorocaba, a 90
quilômetros de São Paulo, para fazê-la segundo o figurino ecologicamente
correto - até os tijolos lá seguem o padrão verde.
Especialistas ouvidos por VEJA avaliaram em detalhes seis das medidas
adotadas nesse caso.Eles afirmam que nem sempre é preciso gastar muito para
aplicar em casa soluções mais amigáveis ao meio ambiente - em alguns casos,
uma decisão ecológica pode até representar economia ao bolso.
1. TIJOLO DE SOLO-CIMENTO
Por que é ecológico: seca ao sol - sem precisar ir ao forno a lenha. Numa
casa como a de Cecília, a opção por esse tipo de tijolo poupou a queima de
sessenta árvores
Quanto custa*: 380 reais (1 000 tijolos), o dobro do preço da versão comum
Comentário dos especialistas: vale a pena investir no tijolo ecológico.
Como dispensa acabamento com massa corrida, na ponta do lápis não onera em
nada o orçamento da obra
2. MADEIRA COM CERTIFICAÇÃO DE ORIGEM
Por que é ecológica: vem com um selo que atesta que a madeira foi extraída
sem degradar
o solo nem o ambiente de onde foi retirada
Quanto custa*: 2 500 reais (o ipê, por metro cúbico) - 15% mais cara do que
a mesma madeira sem a certificação
Comentário dos especialistas: circula a idéia de que a madeira ecológica
tem melhor qualidade, mas não é verdade. Sua única diferença para as outras
está no processo de extração
3. SISTEMA DE ENERGIA SOLAR PARA AQUECER A ÁGUA
Por que é ecológico: com essa "miniusina" caseira gasta-se 30% menos
energia elétrica
Quanto custa*: 5 000 reais
Comentário dos especialistas: com a economia na conta de luz, o
investimento se paga em dois anos. Uma ressalva: o sistema não dá conta das
baixas temperaturas, quando é necessário recorrer ao aquecimento elétrico
4. SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA
Por que é ecológico: numa região chuvosa, como Sorocaba, a metade da água
necessária
à família vem desse sistema
Quanto custa*: 2 500 reais (para uma casa de 100 metros quadrados)
Comentário dos especialistas: compensa investir no sistema. Além de ajudar
a economizar
na conta, é garantia de abastecimento de água para o futuro, quando esse
pode se tornar um
item mais escasso - e caro
5. ESTAÇÃO DOMÉSTICA DE TRATAMENTO DE ESGOTO
Por que é ecológica: permite reaproveitar a água para tarefas do dia-a-dia,
como a limpeza
da casa (como não fica 100% limpa, deve-se evitar usá-la no banho ou para
beber)
Quanto custa*: 6 000 reais
Comentário dos especialistas: na comparação com o sistema de captação de
água da chuva, é mais caro e de uso mais restrito - se for escolher entre
os dois, fique com o outro
6. LÂMPADA FLUORESCENTE
Por que é ecológica: consome 80% menos energia do que uma lâmpada
incandescente e dura dez vezes mais
Quanto custa*: 15 reais (a de 20 watts) - seis vezes mais do que as
lâmpadas comuns Comentário dos especialistas: compensa por ter vida útil
infinitamente mais longa do que a das lâmpadas convencionais - e ainda
poupar energia
A PALAVRA DE QUEM TESTOU
A matemática Cecília Bugan conta dois segredos de sua casa ecológica. Fala
ainda sobre dois de seus sonhos de consumo "verdes" - eles ficaram de fora
do projeto original por serem caros demais.
O que funcionou em Sorocaba
- As telhas à base de embalagens de leite recicladas (do tipo Tetra Pak).
São ainda 10% mais baratas do que as de tijolo comum. Cecília faz apenas
uma ressalva: como o acabamento é mais "grosseiro", melhor fazer uso dessa
alternativa apenas para o forro do telhado
- Uma gigantesca paineira encravada no meio do terreno. Durante o verão,
sua sombra proporciona à sala temperatura mais amena
Extravagancias que ficaram de fora
- Painéis de energia solar do tipo "fotovoltaico", capazes de abastecer a
casa inteira de luz. Custariam 17 000 reais, no caso de Cecília
- Cano de propileno, um plástico mais leve cuja fórmula leva menos
petróleo. Sai por 14 reais
(com capacidade para 20 ml), o dobro do preço do cano comum
Moradas Sustentáveis
seu lugar
Moradas Sustentáveis
Em meio à cinzenta paisagem de São Paulo, surgem algumas construções
afinadas aos princípios da sustentabilidade. São prédios e casas que
consomem menos água e energia elétrica, trazem qualidade de vida aos
moradores e diminuem os prejuízos ambientais para as gerações futuras
Michele Silva
Revista Arquitetura & Construção - 02/2009
Para viver em harmonia com a natureza, não basta reciclar o lixo e fechar a
torneira na hora de escovar os dentes. As construções de casas e prédios
sustentáveis também têm papel fundamental no palco de um planeta que
queremos: viver com uma qualidade de vida mais saudável. Em São Paulo, por
enquanto, esse cenário ainda não é dos mais animadores. Principalmente no
segmento das edifi cações residenciais.
Mas, há sinais de que tudo caminha para mudar. Pelo menos, as construtoras
estão de olho em projetos que contemplem equipamentos redutores do consumo
de água e de energia, entre outros itens. "É uma tendência que cresce
conforme as pessoas ficam mais conscientes da importância de morar num
espaço que contribua para reduzir o impacto ambiental", diz Alberto Du
Plessis, vice-presidente de Tecnologia e Relações de Mercado do Sindicato
da Habitação (Secovi-SP). Alguns condomínios residenciais já rezam a mesma
cartilha dos prédios comerciais, na questão da sustentabilidade.
10 ITENS EM QUE PRESTAR ATENÇÃO
Menos de 20% dos empreendimentos que aguardam a certifi cação LEED
(Leadership in Energy and
Environmental Design), a mais importante para construções sustentáveis, é
residencial. A falta de interesse dos compradores por itens que reduzam o
impacto ao meio ambiente é a principal justifi cativa das construtoras.
"No caso das edificações comerciais, esses itens já representam valor
agregado, e várias empresas até exigem certificação", diz Joaquim Rondon,
gestor sócio-ambiental da construtora JHSF, responsável pelo Parque Cidade
Jardim, na zona sul, cujas torres comerciais contarão com uma série de
recursos para receber o selo verde.
1 Placas captadoras de energia solar para aquecimento de água e iluminação.
2 Telhado ecológico. Coberto com vegetação, permite maior conforto térmico
ao reduzir a necessidade de ar condicionado.
3 Medidor individual de água, gás e energia.
4 Aquecimento de água a gás.
5 Reúso da água do chuveiro para irrigação do jardim e válvula com controle
de água na descarga da bacia sanitária.
6 Nas áreas comuns, sensores de presença que ativam a iluminação e lâmpadas
econômicas (como as fluorescentes).
7 Motores de alta performance para os elevadores.
8 Lixeiras para coleta seletiva (metal, papel, plástico, material
orgânico).
9 Sistema de captação e aproveitamento da água da chuva.
10 Área verde preservada no empreendimento.
MANUTENÇÃO EM CONTA
Enquanto as construções ecológicas residenciais caminham a passos lentos,
os prédios comerciais disparam na frente quando se trata de
sustentabilidade. Estas edificações costumam contar com elevadores que
consomem até 40% menos energia elétrica, vidros isotérmicos para otimizar a
iluminação natural sem elevar a temperatura no interior dos espaços e área
verde compatível com o tamanho do empreendimento, entre outros recursos.
Existem cerca de 90 prédios ecológicos no Brasil, grande parte na cidade de
São Paulo, segundo Nelson Kawakami, diretor-executivo do GBC Brasil
(Green Building Council), órgão que concede os certificados verdes LEED.
Destes, aproximadamente, 80% são comerciais.
A justificativa da quantidade ser maior do que as construções residenciais
se refere à economia com a manutenção. Como as construtoras de edificações
comerciais, geralmente,
são as responsáveis pela administração do empreendimento, elas priorizam na
obra itens que reduzam o gasto mensal durante o uso. A taxa de condomínio
cai até 30%. E por que essa lógica não
é aplicada às moradias? "Porque é preciso mudar o comportamento dos
consumidores, e isso leva tempo", afirma Nelson. O preço dos imóveis também
pode ser um ponto que assuste. Mas se engana quem pensa que são muito mais
caros. "Custam, em média, 5% mais que os prédios comuns, porém o imóvel
sofre grande valorização depois de pronto", acrescenta Nelson. Não custa
tanto ficar de bem com a natureza.
EXEMPLOS DE SUCESSO
Primeira construção no Brasil a obter o LEED, em 2007, o prédio onde
funciona a agência do banco Real, na Granja Viana, em São Paulo, foi
construído com cimento de resíduos de fornos siderúrgicos, britas
recicladas, tintas sem solventes e madeira certificada. Além disso, a
agência conta com sistemas de reutilização de água e captação de energia
solar.
A nova sede do laboratório Delboni Auriemo, na zona norte, obteve
certificação em
2008. A construção utilizou materiais reciclados e certificados, implantou
programas para
redução do consumo de água e energia e de reciclagem de lixo.
Em meio à cinzenta paisagem de São Paulo, surgem algumas construções
afinadas aos princípios da sustentabilidade. São prédios e casas que
consomem menos água e energia elétrica, trazem qualidade de vida aos
moradores e diminuem os prejuízos ambientais para as gerações futuras
Para viver em harmonia com a natureza, não basta reciclar o lixo e fechar a
torneira na hora de escovar os dentes. As construções de casas e prédios
sustentáveis também têm papel fundamental no palco de um planeta que
queremos: viver com uma qualidade de vida mais saudável. Em São Paulo, por
enquanto, esse cenário ainda não é dos mais animadores. Principalmente no
segmento das edifi cações residenciais.
Mas, há sinais de que tudo caminha para mudar. Pelo menos, as construtoras
estão de olho em projetos que contemplem equipamentos redutores do consumo
de água e de energia, entre outros itens. "É uma tendência que cresce
conforme as pessoas ficam mais conscientes da importância de morar num
espaço que contribua para reduzir o impacto ambiental", diz Alberto Du
Plessis, vice-presidente de Tecnologia e Relações de Mercado do Sindicato
da Habitação (Secovi-SP). Alguns condomínios residenciais já rezam a mesma
cartilha dos prédios comerciais, na questão da sustentabilidade.
10 ITENS EM QUE PRESTAR ATENÇÃO
Menos de 20% dos empreendimentos que aguardam a certifi cação LEED
(Leadership in Energy and
Environmental Design), a mais importante para construções sustentáveis, é
residencial. A falta de interesse dos compradores por itens que reduzam o
impacto ao meio ambiente é a principal justifi cativa das construtoras.
"No caso das edificações comerciais, esses itens já representam valor
agregado, e várias empresas até exigem certificação", diz Joaquim Rondon,
gestor sócio-ambiental da construtora JHSF, responsável pelo Parque Cidade
Jardim, na zona sul, cujas torres comerciais contarão com uma série de
recursos para receber o selo verde.
1 Placas captadoras de energia solar para aquecimento de água e iluminação.
2 Telhado ecológico. Coberto com vegetação, permite maior conforto térmico
ao reduzir a necessidade de ar condicionado.
3 Medidor individual de água, gás e energia.
4 Aquecimento de água a gás.
5 Reúso da água do chuveiro para irrigação do jardim e válvula com controle
de água na descarga da bacia sanitária.
6 Nas áreas comuns, sensores de presença que ativam a iluminação e lâmpadas
econômicas (como as fluorescentes).
7 Motores de alta performance para os elevadores.
8 Lixeiras para coleta seletiva (metal, papel, plástico, material
orgânico).
9 Sistema de captação e aproveitamento da água da chuva.
10 Área verde preservada no empreendimento.
MANUTENÇÃO EM CONTA
Enquanto as construções ecológicas residenciais caminham a passos lentos,
os prédios comerciais disparam na frente quando se trata de
sustentabilidade. Estas edificações costumam contar com elevadores que
consomem até 40% menos energia elétrica, vidros isotérmicos para otimizar a
iluminação natural sem elevar a temperatura no interior dos espaços e área
verde compatível com o tamanho do empreendimento, entre outros recursos.
Existem cerca de 90 prédios ecológicos no Brasil, grande parte na cidade de
São Paulo, segundo Nelson Kawakami, diretor-executivo do GBC Brasil
(Green Building Council), órgão que concede os certificados verdes LEED.
Destes, aproximadamente, 80% são comerciais.
A justificativa da quantidade ser maior do que as construções residenciais
se refere à economia com a manutenção. Como as construtoras de edificações
comerciais, geralmente,
são as responsáveis pela administração do empreendimento, elas priorizam na
obra itens que reduzam o gasto mensal durante o uso. A taxa de condomínio
cai até 30%. E por que essa lógica não
é aplicada às moradias? "Porque é preciso mudar o comportamento dos
consumidores, e isso leva tempo", afirma Nelson. O preço dos imóveis também
pode ser um ponto que assuste. Mas se engana quem pensa que são muito mais
caros. "Custam, em média, 5% mais que os prédios comuns, porém o imóvel
sofre grande valorização depois de pronto", acrescenta Nelson. Não custa
tanto ficar de bem com a natureza.
EXEMPLOS DE SUCESSO
Primeira construção no Brasil a obter o LEED, em 2007, o prédio onde
funciona a agência do banco Real, na Granja Viana, em São Paulo, foi
construído com cimento de resíduos de fornos siderúrgicos, britas
recicladas, tintas sem solventes e madeira certificada. Além disso, a
agência conta com sistemas de reutilização de água e captação de energia
solar.
A nova sede do laboratório Delboni Auriemo, na zona norte, obteve
certificação em
2008. A construção utilizou materiais reciclados e certificados, implantou
programas para
redução do consumo de água e energia e de reciclagem de lixo.
Para viver em harmonia com a natureza, não basta reciclar o lixo e fechar a
torneira na hora de escovar os dentes. As construções de casas e prédios
sustentáveis também têm papel fundamental no palco de um planeta que
queremos: viver com uma qualidade de vida mais saudável. Em São Paulo, por
enquanto, esse cenário ainda não é dos mais animadores. Principalmente no
segmento das edifi cações residenciais.
Mas, há sinais de que tudo caminha para mudar. Pelo menos, as construtoras
estão de olho em projetos que contemplem equipamentos redutores do consumo
de água e de energia, entre outros itens. "É uma tendência que cresce
conforme as pessoas ficam mais conscientes da importância de morar num
espaço que contribua para reduzir o impacto ambiental", diz Alberto Du
Plessis, vice-presidente de Tecnologia e Relações de Mercado do Sindicato
da Habitação (Secovi-SP). Alguns condomínios residenciais já rezam a mesma
cartilha dos prédios comerciais, na questão da sustentabilidade.
" "É o caso do loteamento do condomínio Gênesis "
" "2, da incorporadora Y. Takaoka, em Santana do "
" "Parnaíba, que adota energia solar para aquecer"
" "piscinas, tem estação própria de tratamento de"
" "esgoto e preserva a mata nativa. É ali que o "
" "engenheiro Maurício de Castro instalou sua "
" "casa. Toda ecológica. "
" "Na casa do engenheiro Maurício de Castro, "
" "panos de vidro captam a luz natural. Há "
" "sistema de aquecimento de água com energia "
" "solar. "
" "Em todos os banheiros, a válvula de descarga "
" "tem sistema dual para 3 ou 6 litros, o que "
" "pode diminuir em até 40% o consumo de água. "
" "Na cozinha, os resíduos de alimentos são "
" "triturados, diminuindo o lixo orgânico e "
" "gerando economia no armazenamento e no uso de"
" "materiais de limpeza. "
" "No residencial da Ecoesfera, a coleta do "
" "lixo é seletiva e a venda dos resíduos gera "
" "receita adicional para abater os custos com "
" "o condomínio, que tem apartamentos de 47 a "
" "207 m2. "
10 ITENS EM QUE PRESTAR ATENÇÃO
Menos de 20% dos empreendimentos que aguardam a certificação LEED
(Leadership in Energy and Environmental Design), a mais importante para
construções sustentáveis, é residencial.
Fontes:
*Mônica Weinberg
Revista Veja - 06/06/2007
Casa Ecológica
Sol e vento
Segredos da casa auto-suficiente
*Michele Silva
Revista Arquitetura & Construção - 02/2009
Alunos: Warlly martins
Liege Walter
Marcus Vinícius
Natália Prado
Vanderlene Braga
Prof: Júlio Fontenelle
Lar verde Lar
1 Placas captadoras de energia solar para aquecimento de água e iluminação.
2 Telhado ecológico. Coberto com vegetação, permite maior conforto térmico
ao reduzir a necessidade de ar condicionado.
3 Medidor individual de água, gás e energia.
4 Aquecimento de água a gás.
5 Reúso da água do chuveiro para irrigação do jardim e válvula com controle
de água na descarga da bacia sanitária.
6 Nas áreas comuns, sensores de presença que ativam a iluminação e lâmpadas
econômicas (como as fluorescentes).
7 Motores de alta performance para os elevadores.
8 Lixeiras para coleta seletiva (metal, papel, plástico, material
orgânico).
9 Sistema de captação e aproveitamento da água da chuva.
10 Área verde preservada no empreendimento.
MANUTENÇÃO EM CONTA
Enquanto as construções ecológicas residenciais caminham a passos lentos,
os prédios comerciais disparam na frente quando se trata de
sustentabilidade. Estas edificações costumam contar com elevadores que
consomem até 40% menos energia elétrica, vidros isotérmicos para otimizar a
iluminação natural sem elevar a temperatura no interior dos espaços e área
verde compatível com o tamanho do empreendimento, entre outros recursos.
Existem cerca de 90 prédios ecológicos no Brasil, grande parte na cidade de
São Paulo, segundo Nelson Kawakami, diretor-executivo do GBC Brasil
(Green Building Council), órgão que concede os certificados verdes LEED.
Destes, aproximadamente, 80% são comerciais.
A justificativa da quantidade ser maior do que as construções residenciais
se refere à economia com a manutenção. Como as construtoras de edificações
comerciais, geralmente,
são as responsáveis pela administração do empreendimento, elas priorizam na
obra itens que reduzam o gasto mensal durante o uso. A taxa de condomínio
cai até 30%. E por que essa lógica não
é aplicada às moradias? "Porque é preciso mudar o comportamento dos
consumidores, e isso leva tempo", afirma Nelson. O preço dos imóveis também
pode ser um ponto que assuste. Mas se engana quem pensa que são muito mais
caros. "Custam, em média, 5% mais que os prédios comuns, porém o imóvel
sofre grande valorização depois de pronto", acrescenta Nelson. Não custa
tanto ficar de bem com a natureza.
EXEMPLOS DE SUCESSO
Primeira construção no Brasil a obter o LEED, em 2007, o prédio onde
funciona a agência do banco Real, na Granja Viana, em São Paulo, foi
construído com cimento de resíduos de fornos siderúrgicos, britas
recicladas, tintas sem solventes e madeira certificada. Além disso, a
agência conta com sistemas de reutilização de água e captação de energia
solar.
A nova sede do laboratório Delboni Auriemo, na zona norte, obteve
certificação em
2008. A construção utilizou materiais reciclados e certificados, implantou
programas para
redução do consumo de água e energia e de reciclagem de lixo.