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MINI-CURSO: SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM – SAE
PROFESSOR: RAIMUNDO JÚNIOR
PROGRAMA:
PARTE I
1) EVOLUÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO MUNDO
2) ASPECTOS CONCEITUAIS E LEGAIS DA SAE
3) SAE: ETAPAS DO PROCESSO (ANEXO 01)
PARTE II
1) ESTUDO DE CASO: EXEMPLIFICANDO A SAE
2) DISCUSSÃO/DEBATE
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"ENFERMAGEM NO MUNDO "
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ASPECTOS CONCEITUAIS E LEGAIS DA SAE
Atualmente, a assistência de enfermagem, de forma sistematizada, vem
fundamentando o processo de trabalho de enfermagem e, cada vez mais,
recebe grande enfoque da literatura de enfermagem, fazendo parte da
maioria dos currículos das escolas de enfermagem. (Farias, 2007, p.43)
Diversos conceitos, teorias e modelos específicos à enfermagem foram e
estão sendo desenvolvidos, com a finalidade de prestar uma assistência, ou
seja, planejar as ações, determinar e gerenciar o cuidado, registrar tudo
o que foi planejado e executado e, finalmente, avaliar estas condições,
permitindo assim gerar conhecimentos a partir da prática, realizando assim
o processo de enfermagem (Friedlander, 1981).
Entende-se por Processo de Enfermagem, "a dinâmica das ações
sistematizadas e inter-relacionadas visando à assistência ao ser humano"
(Horta, 1979).
Após a promulgação da lei 7.498, de 25 de junho de 1986, referente ao
exercício da enfermagem, dispõe o artigo 11, como atividades exclusivas do
enfermeiro: a consulta de enfermagem; prescrição da assistência de
enfermagem; cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de
vida; cuidados de enfermagem de maior complexidade e que exijam
conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas.
A consulta de enfermagem é uma atividade privativa do enfermeiro (Art.
8º, da Lei de Exercício Profissional – Lei 7.498/86)
A implementação da SAE, deverá ser registrada formalmente no prontuário do
paciente devendo ser composta por (COREN, 1999; COREN, 2000).
ETAPAS DO PROCESSO DE ENFERMAGEM
(VER ANEXO 01)
ESTUDO DE CASO: EXEMPLIFICANDO O PROCESSO DE ENFERMAGEM
CASO 01:
IDENTIFICAÇÃO
O.P.S., 37 anos, sexo feminino, branca, casada, com 2 filhas (7 e 5 anos).
É católica praticante, brasileira, curso primário completo, é natural e
procedente de São Paulo. Foi admitida pelo ambulatório, é a segunda
internação no hospital. Diagnóstico médico: Incontinência Urinária.
Expectativas e percepções
Tem medo de morrer e deixar as filhas; procurou deixar tudo em ordem
em casa antes de ser internada. Gosta do hospital, embora não tenha ficado
satisfeita com o atendimento proporcionado por algumas "atendentes" quando
esteve internada pela primeira vez. Como teve muita dor de estômago e
retenção urinária, as "atendentes" disseram-lhe que era 'manha' de sua
parte. Atribui sua doença ao último parto.
Necessidades básicas
Sono agitado, acorda de 3 a 4 vezes durante a noite, faz repouso durante o
dia, logo após o almoço.
Antes de casar trabalhava como tecelã, hoje só se dedica ao lar; os
exercícios físicos necessários `a realização das atividades domésticas são
os únicos que faz. Tem apetite, come diariamente: feijão, arroz, carne,
verduras cruas e cozidas, frutas, leite, pão. Gosta de todos alimentos,
embora sinta dor de estômago após as refeições. Ingeria muito liquido mas
agora os restringe voluntariamente, em virtude do problema urinário. Faz 4
refeições ao dia: desjejum às 7h, almoço às 11h, lanche às 15h e jantar às
19h.
Mora em casa própria, a casa é servida pela rede de abastecimento de água e
esgoto. É membro da irmandade religiosa das zeladoras do Sagrado Coração de
Jesus e freqüenta muito a igreja. Vai à missa todos os domingos.
Evacua a cada dois dias, fezes secas e duras; emissão involuntária de urina
aos pequenos esforços como tosse, espirro, e abaixar-se. Sente dor à
micção. Toma banho diário pela manhã e às vezes banho de assento quando
sente estrangúria.
Exame físico
Temperatura 36.8ºC; pulso radial e apical: 97, com características normais;
respiração: 34, com características normais; PA = 115 x 70mmHg. Não é
alérgica a drogas ou alimentos; não fuma nem usa bebidas alcoólicas.
Condições dos segmentos: pele íntegra, sem lesões, limpa, turgor e umidade
normais, panículo adiposo normal. Apresenta sujidade no couro cabeludo e
pequena quantidade de caspa. Cavidade bucal com dentes limpos, sem mau
hálito; usa prótese total na arcada superior, poucos dentes na arcada
inferior.
Usa óculos, tem dificuldade para ver de perto e de longe. Músculos e rede
venosa para medicação parenteral em boas condições.
Queixas: referiu ter dores de cabeça, estomago e à micção. Emissão
involuntária de urina ao tossir, espirrar, assuar o nariz, abaixar-se e ao
carregar qualquer objeto mais pesado; diz ser muito nervosa.
Impressões do entrevistador
Paciente tensa, falando muito e em tom lastimoso. Durante toda a entrevista
mostrou-se preocupada com a saúde, as filhas, a casa.
PROBLEMAS DE ENFERMAGEM
Incontinência, 2ª internação. Medo de morrer e deixar as filhas. Na
primeira internação não gostou do tratamento recebido por algumas
atendentes. Sono agitado, acorda 3 a 4 vezes e custa a dormir. Não faz
exercícios físicos alem das atividades domésticas. Dor de estômago após as
refeições. Restringe líquidos por causa da incontinência. Evacua a cada
dois dias, fezes secas e duras. Dor à micção. Perde urina aos pequenos
esforços. Lava a cabeça 1 x por semana, tem caspa e sujidade. Dispareunia.
Corrimento vaginal branco amarelado. Dismenorréia. É zeladora do Sagrado
Coração de Jesus. Postura corporal sofrível. Cefaléia. Tensa. Preocupação
com a saúde, as filhas e a casa. Verminose: enterobíase.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM (Com base na Taxonomia da NANDA)
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IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM
Necessidades humanas básicas:
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EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM
27/X – Admitida às 13h, plano prescrito executado; não evacuou, levantou 2
vezes a noite e foi urinar. Aparentemente adaptada às companheiras de
enfermaria e ambiente hospitalar. Informou ter tido cefaléia durante a
noite.
28/X – Será operada amanhã, cabeça limpa, sem caspas após o banho; recebeu
cuidados pré-operatórios e colaborou; lavagem intestinal com eliminação de
grande quantidade de fezes; levada à capela para rezar. Aceitou bem dieta
prescrita. Ainda demonstrando tensão quanto à cirurgia, foi novamente
reorientada.
29/X – Cuidados pré-operatórios, acompanhada até S.O.; aparentemente
tranqüila, sob a ação de pré-anestésico. Sinais vitais dentro da
normalidade durante todo o P.O. imediato; pálida. Está com sonda Folley.
Consciente, reforçados os aspectos psicológicos de segurança e atenção.
Recebeu visita do marido.
....
2/XI – Informa ter dormido toda a noite. Sente mais apetite e aceitou parte
da dieta geral nas refeições. Disúria. Sente dor no hipocôndrio D após a
refeição. Orientada sobre sono, exercícios, nutrição e utilização dos
recursos da comunidade. Iniciado preparo para alta.
REFERÊNCIAS
- ALMEIDA, MCP. O trabalho de Enfermagem. São Paulo: Cortez, 1997.
296p.
- CAMPEDELLI, M.C. O processo de enfermagem na prática. São Paulo:
Ática, 1989.136p.
- CARPENITO, L.J. Diagnósticos de enfermagem: aplicação à prática
clínica. 8 ed. Porto Alegre, Artmed, 2002.
- _______ Compreensão do Processo de Enfermagem: Mapeamento de Conceitos
e Planejamento do cuidado para estudantes. Porto Alegre, Artmed, 2007.
- HORTA, W.A. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU Editora Pedagógica
Universitária, 2005, 99p.
- WESTPHALEN, Mary E.A. Metodologias para a assistência de Enfermagem.
Goiânia: AB, 2001. 148p.
- BRASIL. Lei 7.498 de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a
regulamentação do exercício da enfermagem e dá outras providências.
- COFEN – CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. RESOLUÇÃO COFEN Nº 159 de 19
de abril de 1993. Dispõe sobre a consulta de enfermagem.
- COFEN – CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. RESOLUÇÃO COFEN Nº 272 de 27
de agosto de 2002. Dispõe sobre a sistematização da Assistência de
Enfermagem – SAE nas Instituições De Saúde Brasileiras.