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REVISÃO I UNIDADE:
1. Tipo de locomoção dos parasitas de acordo com seus filos:
Sarcomastigophora:
Mastigophora: flagelos. Ex.: T. cruzi, T. vaginalis, G. lamblia;
Sarcondíneo: pseudópodes.
Apicomplexa: conóide de penetração
Ciliophora: cílios. Único representante: Balantidium coli.
2. Formas morfológicas dos parasitas:
Trofozoítos: forma ativa dos protozoários, em que se reproduzem e se
alimentam;
Cisto e oocistos: forma de resistência, forma de transmissão.
OBS.: oocistos são provenientes da reprodução assexuada (ex.: malária)
MALÁRIA – trofozoítos e oocistos
TRICOMONÍASE – trofozoítos
GIARDIA – trofozoítos e cistos
DOENÇA DE CHAGAS – amastigota, tripomastígotas, epimastígota
esferomastígota.
Gameta: macrogameta e microgameta de reproduzem sexuadamente formado o
ovo ou zigoto. Ocorre no filo Apicomplexa, por exemplo no ciclo da
Malária (o ciclo ocorrido no Anopheles).
3. Tipos de reprodução:
Assexuada:
Divisão binária: ocorre na tricomoníase, giardíase;
Esquizogonia: divisão do núcleo e citoplasma dando origem a vários
merozoítos. Ocorre nos ciclos pré-eritrocítico (hepatócitos) e eritrocítico
(hemácia) da Malária.
Sexuada:
Sigamia ou fecundação: micro+macrogameta=ovo ou zigoto (ocorre dentro do
Anopheles na Malária).
Esporogonia: semelhante a esquizogonia, mas dá origem a esporozoítos.
OBS.: Os merozoítos são produto da reprodução assexuada por esquizogonia.
Já os esporozoítos são produto da reprodução sexuada por esporogonia.
4. CICLOS EVOLUTIVOS:
Giardia lamblia: monoxênico (só parasita um horpedeiro – o homem) e
extenoxênico (só parasita uma espécie – humana)
Normalmente a infecção se dá pela ingestão dos cistos que são expelidos
juntos com as fezes. Ao serem ingeridos, no trajeto do tubo digestivo o
cisto vai perdendo sua membrana cística e completa o desencistamento no
intestino delgado, transformando-se em trofozoítos que agora aderem a
mucosa intestinal (jejuno e duodeno) e se multiplicam por divisão binária
colonizando-a. Ao passarem para o intestino grosso, perdem o flagelo e
encistam-se novamente para serem expelidos pelas fezes. E assim o ciclo
recomeça.
OBS.: "Período negativo": caso seja solicitado um parasitológico de fezes
neste período, provavelmente dará negativo, pois é o período que o parasita
demora para se encistar novamente, que vai de 6 a 7 dias (é difícil
encontrar a forma trofozoítica nas fezes, a não ser que o trânsito
intestinal esteja muito acelerado). O cisto sobrevive de 20 a 60 dias no
meio ambiente.
A técnica do MIF (Merthiolate/Iodo/Formol) é uma metodologia que
possibilita o achado de estruturas de resistência de helmintos e
protozoários. As amostras de fezes devem ser coletadas em 3 dias distintos,
num recipiente contendo o conservante MIF. Esse conservante contém formol,
razão pela qual as fezes não necessitam de conservação em geladeira.
É também muito útil em crianças, por apresentar um alto índice de
positividade para Giardia lamblia, protozoário que tem um ciclo biológico
com período sem eliminação de cistos que pode chegar a 15 dias.
Plasmodium sp: heteroxênico (anopheles – hospedeiro intermediário ;
hoem – hospedeiro definitivo) e eurixênico ( parasita mosquito e
homem)
CICLO ASSEXUADO NO HOMEM: O inseto do gênero Anopheles (a fêmea que é a
hematófoga) faz a hematofagia e em sua saliva irá ter esporozoítos, que são
arrastados pela corrente sanguínea até penetrarem os hepatócitos (células
do fígado), tem-se início então do CICLO PRÉ-ERITROCÍTICO OU TISSULAR:
Ao penetrarem os hepatócitos os esporozoítos se diferenciam em criptozoítos
e se multiplicam por esquizogonia dando origem a vários merozoítos.
Abarrotados de merozoítos os hepatócitos se rompem, caem na corrente
sanguínea e invadem, preferencialmente hemácias jovens (os blastos da
medula). Podem ainda penetrar novos hepatócitos ou serem seuqestrados pelos
macrófagos e levados ao baço para serem degradados. Dentro da hemácia jovem
inicia-se então o CICLO ERITROCÍTICO OU SANGUÍNEO:
Os merozoítos começam a ingerir a hemoglobina das hemácias e se diferenciam
em trofozoítos jovens, que por sua vez transformam-se em trofozoítos
maduros, estes sobre fragmentação do citoplasma e dão origem a esquizontes,
que irão se multiplicar por esquizogonia dando origem a rosácea ou merócito
(conjunto de merozoítos). Cheia de merozoítos a hemácia se rompe, estes
caem na corrente infectando hepatócitos ou hemácias jovens da medula óssea,
e ao serem liberados novamente na corrente sanguínea, quando o Anopheles
realizar nova hematofagia, ele irá ingerir as hemácias infectadas com
gametócitos. O ciclo continua dentro do inseto.
CICLO SEXUADO NO ANOPHELES: no tubo digestório do inseto ocorre a
fecundação do macro com o microgameta dando origem ao oocineto (ovo ou
zigoto da malária) , quando este se adere a mucosa intestinal passa a se
chamar oocisto, que se multiplica por esporogonia dando origem a
esporozoítos, que podem tanto estar presentes no tubo digestório quanto em
sua glândulas salivares. Reiniciando o ciclo.
OBS.: Os gametócitos são a forma de transmissão para o Anopheles, já os
esporozoítos são a forma de transmissão para o homem.
Trypanosoma cruzi: extenoxênico (cico vertebrado – homem ; ciclo
invertebrado – inseto triatomíneo) e eurixênico
Diferente da malária tanto a fêmea quanto o macho do inseto triatomíneo
podem realizar hematofagia e infectar o homem com sua forma parasitária
tripomastígota cíclica, esta se diferencia em amastígota, que possue
flagelo rudimentar (imbutido), é esférica e possui um núcleo, é a forma de
multiplicação do hospedeiro vertebrado, reproduzindo-se por divisão binária
e estará presente nos tecidos de maior oxigenação (sistema nervoso,
cardíaco). Quando se multiplicam dão origem a forma tripomastígota
sanguínea, encontrada no sangue circulante (possui cinetoplasto, flagelo e
se locomovem no sentido do flagelo), seram divididas em delgadas e largas.
As delgadas vão ter preferência pelo sistema mononuclear fagocitária, sendo
chamadas de macrofagotrópicas. As largas terão preferência pelo tecido
muscular, sendo chamadas de miofagotrópicas, estas sim é que estarão mais
presentes no sangue circulante.
Então quando o triatomíneo faz a hematofagia ele ingere as tripomastígotas
sanguíneas largas. No tubo digestivo do inseto, se diferenciam em
esferomastígotas (semelhantes as amastigotas). Quando o inseto realiza
digestão destas, enzimas irão atuar "puxando" o flagelo para fora,
transformando-as em epimastígotas, sendo esta a forma de multiplicação no
invertebrado, se diferencia da tripomastígota porque o cinetoplasto é
anterior ao núcleo e elas se locomovem no sentido inverso ao do flagelo,
podem ser curtas ou longas. As longas não se dividem, compõem a fase de
manutenção ou dormência. As curtas se dividem e se transformam em
tripomastígota metacíclica, que é a forma de transmissão para o homem.
Reinicia-se o ciclo.
Trichomonas vaginalis: monoxênico e extenoxênico
Transmissão direta por trofozoítos através, geralmente, de relação sexual.
OBS.: Este gênero não produz cistos.
REVISÃO II UNIDADE:
1. AMEBAS:
Morfologia:
Pré-cisto: liberado junto com as fezes;
Cisto jovem (um núcleo): não tem capacidade infectante;
Cisto maduro (quatro núcleos): forma de transmissão;
Metacisto: divisão binária no intestino grosso;
Trofozoíto virulento: provoca ulcerações podendo invadir a circulação e
causar amebomas no fígado, pulmão, rim e cérebro;
Trofozoítos avirulentos: dá origem a novos cistos, é a forma de manutenção
da parasitose.
OBS.: E. coli possui de 6 a 8 núcleos, enquanto a histolytica possue de 2 a
4. O cisto da Entamoeba coli é maior do que o da histolytica.
O Ciclo: monoxênico e extenoxênico
O pré-cisto é eliminado junto com as fezes, elaborando uma membrana e
transformado-se em cisto jovem, este amadurece e transforma-se em cisto
maduro, ao ser ingerido, quando chega ao intestino grosso, dá origem aos
metacistos que se multiplicam por divisão binária dando origem a
trofozoítos, onde o virulento adere a mucosa intestinal provocando úlceras
e pode invadir a circulação e migrar para outros órgãos provocando os
amebomas ou abcessos amebianos.
OBS.: Nos quadros clínicos compatíveis com amebíase, nos quais o exame
parasitológico apresentou-se negativo, a literatura recomenda que seja
solicitada uma pesquisa de trofozoítos (formas vegetativas), por intermédio
de coloração das fezes diarréicas pela hematoxilina férrica. Nesses casos,
o material (fezes diarréicas) deve ser colhido em líquido conservante
(SAF), para que as formas vegetativas sejam preservadas, visto que os
trofozoítos se deterioram quase que imediatamente após a emissão.
2. Ascaris lumbricoides
Morfologia:
Ovos: férteis (arredondados, com membrana mamilar e larva) e inférteis
(alongado, com membrana mamilar, mas não fecundado pelo macho).
Larvas: L1 e L2 = rabiditóides (tubo digestório não formado), L3 =
filarióide (tubo digestório formado, forma infectante), L4 realiza o Ciclo
de Loss ou Ciclo Pulmonar e L5 é o verme adulto.
O Ciclo: exógeno (ambiente) e endógeno (homem)
CICLO EXÓGENO: O ovo é eliminado no ambiente através das fezes contendo L1
que sofre muda para L2 e L3, que é a forma infectante. CICLO ENDÓGENO: após
ingerida L3 sofre ação dos suco gástrico que digerem sua membrana
plasmática, quando chega ao intestino delgado eclode e L3 é liberada,
ultrapassa as paredes do intestino, cai nos vasos linfáticos, vai para
fígado, coração, veia cava, pulmão, onde se converte em L4, esta realiza o
Ciclo de Loss (migra para brônquios, bronquíolos, alvéolos, traquéia,
faringe, laringe, onde pode ser expelida ou deglutida), se deglutida a
larva vai para o estômago, depois intestino, transformando-se em L5. Após
40 dias atinge maturidade sexual e inicia sua copulação, onde irá haver
formação de novos ovos, que podem ser férteis ou não, para dar continuidade
ao ciclo.
3. Ancylostoma
A morfologia e o ciclo são os mesmos do Ascaris. A única diferença é que no
Ancylostoma a transmissão pode se dá tanto por ingestão da L3, quanto por
penetração pela pele e mucosa da L3. Caso haja penetração o verme realiza
já diretamente o Ciclo Pulmonar. Caso haja a ingestão o ciclo ocorre como
no Ascaris.
4. Enterobius vermicularis: O CICLO (monoxênico e extenoxênico)
A transmissão se dá pela ingestão de ovos embrionados com a larva L1 ou,
principalmente, pela de L2.
Os machos após fecundarem as fêmeas são eliminados nas fezes. As fêmeas
migram para região perianal (por isso o prurido noturno característico da
infecção) ou para vagina. Quando o bolo fecal passa ou quando coça-se a
região, as fêmeas abarrotadas de ovos estouram. Se o indivúduo coça a
região e leva a mão a boca tem-se a auto-infecção e a L1 evolui para L2 (
L3 ( L4 ( L5, que é o verme adulto. Lembrando que no ciclo deste
nematelminto não ocorre Ciclo Pulmonar e a infecção é benigna.
OBS.: Em crianças, a literatura relata um alto índice de contaminação com
Enterobius vermicularis, cuja fêmea realiza a oviposição durante a noite,
na região perianal. Nesses casos, o exame parasitológico costuma apresentar-
se negativo, e a técnica indicada é a fita gomada transparente, aderida a
uma lâmina, chamada de método de Graham.
5. Schistosoma mansoni: a musiquinha é suficiente para entender o Ciclo
deste helminto (heteroxênico – caramujo Biomphilaria e homem ; e
extenoxênico)
Estúpido Cupido
O caramujo vive lá no rio
Onde fezes o homem vai lançar
E nas fezes estão contidos os ovos
Que em miracídios vão se transformar
Hei hei é o fim...
Esquistossoma pra longe de mim!
O miracídio entra no caramujo
Pra cercaria poderem formar
Que penetra através da pela
Para o ciclo poder começar
Hei hei é o fim...
Esquistossoma pra longe de mim!
Assim o miracídio corresponde ao embrião encontrado no ovo, é a forma
infectante para o caramujo, tendo até 4h para encontrar o mesmo e iniciar a
produção de cercarias que pode chegar a 4000/dia, sendo esta a forma
infectante para o homem.
OBS.: Na pesquisa específica do helminto Schistosoma mansoni, o método mais
eficaz é o Kato-Katz, que permite uma avaliação da carga parasitária,
graças à contagem do número de ovos por grama de fezes. Ainda mencionando a
esquistossomose, autores citam que devem ser realizados pelo menos seis
exames de fezes com resultados negativos para que seja requisitada uma
biópsia retal. Nesse caso, o material é colhido pelo médico e remetido ao
laboratório para análise.
6. Complexo Teníase-Cisticercose
Morfologia:
Proglótide joven: curto e com aparelho reprodutor masculino;
Proglótide maduro: longo e com aparelho reprodutor feminino e masculino
(auto-fecundação)
Proglótide grávido: muitas ramificações uterinas e muitos ovos.
O CICLO DA TENÍASE: heteroxênico e eurixênico
Os proglótides são eliminados nas fezes no meio ambiente. O boi ou porco
ingere estes proglótides, se o homem comer da carne mal cozida ou mal
passada de um destes animais infectados ele desenvolverá a doença (ingestão
do cisticerco).
O CICLO DA CISTICERCOSE: monoxênico
Neste caso o homem é o hospedeiro acidental, pois o porco é quem deveria
fazer a ingestão dos ovos embrionados da Taenia solium, por água ou
alimentos contaminados. Então, após ingesta dos ovos, estes vão para o
estômago, sofrem ação das enzimas digestivas, o embrião eclode, cai nas
vilosidades do intestino, atinge a corrente sanguínea, o verme realiza
ciclo pulmonar (hexacanto), acompanhando o sangue arterial, chegando a
órgãos-alvo, geralmente olhos, SNC (neurocisticercose) e músculos.
OBS.: Para a pesquisa de helmintos como a Taenia sp., que elimina
proglotes, recomenda-se a tamização (simples peneiração das fezes) ou a
identificação de vermes, em que será feita a identificação dos proglotes de
Taenia sp. e de vermes adultos de outros helmintos
"AUMENTO DA FORMAÇÃO "
"Parasitas "
"Intestinais "