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Resumo Noé 2011

resumo da iniciação

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LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO E TRIAGEM FITOQUIMICA DE PLANTAS MEDICINAIS DA COMUNIDADE QUILOMBOLA "NAZARÉ DO BRUNO" CAXIAS, MARANHÃO, BRASIL Orientado: Noé Nonato dos Santos Filho – bolsista FAPEMA/UEMA Acadêmico do Curso de Química Licenciatura - CESC/UEMA Orientador: Francisco Alberto Alencar MIRANDA – Prof. M. Sc. Departamento de QUIMICA e BIOLOGIA/CESC-UEMA. Nas últimas décadas, houve um ressurgimento do interesse nas plantas como fontes de novos agentes terapêuticos. Grandes companhias farmacêuticas aumentaram a pesquisa em extratos de plantas para descobrir novas substâncias ativas. Existem na terra aproximadamente 350.000 espécies de plantas, mas apenas uma pequena porcentagem foi investigada do ponto de vista fitoquímico, e um número ainda menor de frações derivadas dessas plantas foi analisado do ponto de vista farmacológico. Por outro lado, sabendo-se que uma planta pode conter uns milhares de diferentes metabólitos secundários e os estudos fitoquímico podem nos dar apenas uma pequena idéia desta complexa mistura. As plantas têm enorme reservatório de moléculas farmacologicamente ativas a serem descobertas. A botânica, a química e a farmacologia abrangem conhecimentos indispensáveis para a utilização segura do uso de plantas medicinais. Sendo que a etnobotânica recolhe dados junto à população sobre a utilização, forma de uso, dose preconizada, indicação terapêutica, etc. (SIMÕES, et al, 2001). Contudo, a etnobotânica não se refere apenas ao estudo de plantas medicinais, mas abrange também o uso de espécies vegetais para diversos outros fins (PRANCE, 1987). A transmissão desse conhecimento, bem como pesquisas acerca dos usos terapêuticos de vegetais, vem como reforço contra a ameaça de extinção de inúmeras espécies, muitas destas ainda desconhecidas pela ciência (AGRA, 1994). O presente trabalho teve como objetivo realizar testes qualitativos com avaliação quantitativa aproximada, para as seguintes classes de metabólicos secundários: Esteróides/ triterpernóides, flavonóides, alcalóides, saponinas e taninos, nas plantas medicinais da Comunidade Quilombola "Nazaré do Bruno" Caxias, Maranhão, Brasil. Foram realizadas entrevistas em forma de questionários (contendo oito questões) sobre o conhecimento e o uso de plantas encontrada na comunidade quilombola "Nazaré do Bruno"; Localizada a 67m de altitude, tem sua posição geográfica determinada pelo paralelo de 4º 51' 32'' de latitude ao Sul, em sua interseção com o meridiano de 43º 21' 2'' de longitude Oeste (IBGE, 2005). O levantamento Etnobotânico foi feito nos meses de agosto e setembro de 2010. Coletas de plantas foram realizadas no período de outubro 2010 a março de 2011. Após a coleta parte do material coletado foi seca à temperatura ambiente e moída em moinho artesanal, reduzida a pó fino. Posteriormente, foram pesados 40g suspensos em 200 mL de etanol 92,8%, levados a extração por 48 horas depois filtradas em um pano fino, logo após em papel filtro. Os testes para Esteróides/triterpenóides, Flavonóides, Taninos, Saponinas e Alcalóides foram realizados segundo a metodologia de Matos (1997), Honda et al.(1990), com modificações(Tabela 2.). Os resultados etnobotânicos a partir das entrevistas foram, quanto ao grau de escolaridade dos entrevistados sobre o levantamento etnobotânico na Comunidade Quilombola "Nazaré do Bruno no município de Caxias, Maranhão. 80% deles não estudam, 20% disseram que sim; Quanto à utilização das plantas com fins medicinais, 80% dos entrevistados usam as plantas para a cura de doença e 20% disseram que não; quanto ao uso das plantas, a maioria deles 63% usavam freqüentemente, 31% esporadicamente e somente 6% estavam usando associado à homeopatia; foram perguntados quem indicou o uso das plantas medicinais, 45% disseram que por tradição e afirmam que são curados, 20% que foram através de vizinhos, 9% os erveiros, 9% foram indicados pelos os médicos e 17% outras indicações; foram perguntados qual a parte da plantas eram mais utilizadas pela comunidade Quilombola "Nazaré do Bruno" Caxias, Maranhão, que 74%, ou seja, a maioria dos moradores da comunidade utilizam as folhas com fins terapêuticos, 23% usam as cascas e 3% as raízes, queremos afirmar das 14 plantas coletadas com um dos moradores da comunidade foram 12 cascas e 2 raízes; quando foram perguntados sobre a existência de substâncias químicas nas plantas, os entrevistados 91% disseram não conhecer nenhum substância química, somente 9% conhece e muito pouco mas afirmam que as plantas curam; quando entrevistados o por quê de não saberem a existência de substâncias químicas 66% responderam não ter informação a respeito de substâncias químicas, 17% falta de leitura e 17% falta de interesse sobre as substâncias nas plantas medicinais, os resultados sobre a indicação terapêutica está representado no gráfico 1. Conforme dados do presente trabalho, a partir da determinação taxionômica dos espécimes vegetais, foram coletadas 14 plantas medicinais foram listadas e analisadas, 8 famílias distribuídas em 9 gêneros e 10 espécies. Listam-se algumas espécies analisadas Tabebuia áurea(Manso) Benth. Hook. F. ex. S. Moore, Annona Crassiflora Mart. Terminalia fagifolia Mart, e outras(Tabela 1.) No estudo florístico sobre as famílias estão melhor representados no gráfico 2. Podemos então observar que os metabólitos secundários estão bem distribuídos nas plantas medicinais nativas na área estudada, utilizados pela população com fins terapêuticos tais como: antiinflamatória, regulador de menstruação, gastrite, diabete e antídoto, entre outros. Figura 1–Preparação de extrato etanólico (92,8%) Figura 2– Testes fitoquímicos segundo Matos (1997). Tabela 1- Plantas coletadas na Comunidade Quilombola "Nazaré do Bruno" Caxias, Maranhão, sua indicação terapêutica, parte utilizada, preparo e uso. "Família/Nome científico/Nome "Indicação "Parte "Preparo " "vulgar "terapêutica "Utiliza"e uso " " " "da " " "Caesalpiniaceae / Copaifera "antiinflamatório, "Casca "Garrafada " "longdorffi Desf. (Podoi) "próstata " " " "Opiliaceae /Agonandra "coceira "Casca "Garrafada " "brasiliensis Miers. (Malfim) " " " " "Bignociaceae /Tabebuia "regulador de "Casca "Garrafada " "áurea(Manso) Benth. Hook. F. "menstruação "(Leite)" " "ex. S. Moore(Caroba) " " " " "Bignociaceae /Tabebuia "antiinflamatório "Casca "Garrafada " "avellanedae Lorentz & Griseb." " " " "(Paudarco roxo) " " " " "Desconhecido / (Pra tudo) "Coceira e "Raiz "Banho " " "antiinflamatório " " " "Annocaceae /Annona "Veneno (antídoto) "Casca "Pó (Casca)" "Crassiflora Mart.(Araticum) " " " " "Apocynaceae /Hancornia "gastrite "Casca "Garrafada " "speciosa Gómez.(Mangabeira) " " " " "Desconhecido / Quarenta- "antiinflamatório e "Raiz "Garrafada " "Galhas "intoxicação " " " " "alimentar " " " "Mimosaceae /Parkia "antiinflamatório "Casca "Pó (Casca)" "platycephala Benth. " " " " "(Faveira) " " " " "Desconhecido (Salva Tudo) "antiinflamatório "Casca "Garrafada " "Desconhecido (Açoita - "hepatite "Casca "Garrafada " "Cavalo) " " " " "Combretaceae /Terminalia "diabete "Casca "Garrafada " "fagifolia Mart.(Chapada) " " " " "Olacaceae/Ximenia americana "antiinflamatório "Casca "Garrafada " "L.(Ameixa) " " " " "Mimosaceae "antiinflamatório "Casca "Garrafada " "/Plthymenia reticulada " " " " "Benth.(Candeia) " " " " " " " " " Fonte: Pesquisa de campo realizada na Comunidade Quilombola "Nazaré do Bruno" Caxias, Maranhão, 2010-2011. Legenda: Desconhecido: Família/Nome científico De acordo com os dados etnobotânicos obtidos com os erveiros da região, os maiores índices de indicação terapêutica foram de antiinflamatório, regulador de menstruação, antídoto, gastrite, hepatite, diabete, gráfico 1. Podemos inferir que, os metabólitos secundários analisados em cascas e raízes coletados na Comunidade Quilombola "Nazaré do Bruno" Caxias, Maranhão, possuem um número significativo de indicações terapêuticas. Tabela 2- Resultados da Triagem Fitoquímica com Plantas da comunidade Quilombola "Nazaré do Bruno" Caxias, Maranhão. "PLANTAS ESTUDADAS "CLASSE DE METABÓLITOS " "Nome "Nome científico "Partes "EST"ALC"FLA"TAN"SAP " "vulgar " " "/TR" " " " " " " " "I " " " " " "Podoi "Copaifera longdorffii Desf. "Casca "FP "P "FP "N "N " "Malfim "Agonandra Brasiliensis Miers. "Casca "N "FP "N "N "P " "Caroba "Tabebuia áurea(Manso) Benth "Casca "N "FCP"N "P "FCP " " "Hook. F. ex. S. Moore " " " " " " " "Paudarco"Tabebuia avellanedae Lorentz & "Casca "P "FCP"N "P "N " "roxo "Griseb " " " " " " " "Pra Tudo"* "Raiz "N "N "N "N "N " "Araticum"Annona Crassiflora Mart. "Casca "FP "FP "FCP"P "N " "Mangabei"Hancornia speciosa Gomez "Casca "P "FCP"P "P "FCP " "ra " " " " " " " " "Quarenta"* "Raiz "FP "P "N "P "N " "Galhas " " " " " " " " "Chapada "Plthymenia reticulada Benth. "Casca "N "FCP"FCP"N "N " "Salva "* "Casca "N "N "P "P "P " "Tudo " " " " " " " " "Faveira "Parkia platycephala Benth. "Casca "FCP"FCP"P "P "P " "Candeia "Plthymenia reticulada Benth. "Casca "N "FCP"P "N "N " "Ameixa "Ximenia americana L "Casca "FP "FP "P "N "P " "Açoita "* "Casca "FCP"FP "P "P "N " "Cavalo " " " " " " " " Fonte: Laboratório de Química CESC/UEMA Legenda: EST/TRI: Esteróides/ triterpenóides; ALC: Alcalóides; FLA: Flavonóides; TAN: Taninos; SAP: Saponinas; FP: Forte Positivo; FCP: Fracamente Positivo; P: Positivo; N: Negativo. * Não identificada. Os resultados das análises fitoquímicas estão representados na tabela 2. Os esteróides/triterpenóides apresentaram os percentuais: FP de 21,4%, FCP 21,4%, P 14,2% e N de 43% nas plantas pesquisadas respectivamente. Os esteróides possuem a função reguladora de hormônio no organismo humano. Os triterpenóides têm bastantes propriedades medicinais, com grandes potencialidades em atividades biológicas: são antiinflamatórios, bacterianos, fungicídicos, antivirais, analgésicos, cardiovasculares, antitumorais (PATOČKA, 2003). Para os alcalóides os resultados são de 43,1 % FCP, 14,2 % P 28,5 % FP e 14,2% N, respectivamente. Os alcalóides têm função sedativas, relaxantes, etc. Os flavonóides obtiveram um rendimento de 14,3% para FCP, 7,1 % para FP , 50 % para P e 28, 6 % para N respectivamente. Os fármacos produzidos à base de flavonóides tem efeitos terapêuticos antitumorais, antivirais, antihemorágicos, outros. Com relação aos taninos podemos observar no gráfico que 57 % dos testes deram P e 43% deram N. Algumas espécies destacaram-se com a presença de taninos condensados e taninos hidrolisáveis. Os taninos são utilizados no combate à hipertensão, feridas, diarréia, problemas renais, antiinflamatórios, etc. Com relação às saponinas podemos notar que 57% das plantas não apresentaram este metabolito, 28% apresentaram resultado P, 1% FP e 14% das plantas apresentaram FCP. As saponinas possuem atividade antiviral, hemolítica, antiinflamatória e outros. Palavras-chave: Etnobotânica, Fitoquímica, Plantas Medicinais REFERÊNCIAS AGRA, M.F. Contribuição ao estudo das plantas medicinais na Paraíba: Plantas medicinais dos Cariris Velhos.UFPB; João Pessoa,1994. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e estatística – IBGE, 2005. HONDA, Neli Kika. el. al. Estudo químico de plantas de Mato Grosso do Sul I: Triagem fitoquímica. Campo Grande – MS, EUFMS, 1990. MATOS, F.J de Abreu. Fortaleza, EUFC, 1999. 80 p. MATOS, F. J. Abreu; Introdução à Fitoquímica Experimental. 2a ed. – Fortaleza: Edições UFC, 1997. PRANCE, G. T. Etnobotânica de algumas tribos amazônicas. SUMA Etnológica Brasileira - Etnobiologia. 2ª.ed. Petrópolis, 1987. p. 119-134. SIMÕES, C. M. O. et. al. Farmacognosia: da planta ao medicamento.3 ed.Ed. da UFSC, Porto alegre.2001.