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Resumo Liliane França

Compreender a relevância da Educação Ambiental para o processo de desenvolvimento das crianças na Educação Infantil, no que diz respeito aos estudos sobre preservação do meio ambiente, de acordo com a proposta dos teóricos

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TCC: A EDUCAÇÃO INFANTIL E OS ESTUDOS SOBRE MEIO AMBIENTE: ALGUMAS PROPOSIÇÕES TEÓRICAS Liliane da Silva França* 1. INTRODUÇÃO A natureza é o bem mais precioso que o homem tem, já que é ela a fonte da sobrevivência da humanidade. Talvez por esse motivo, recaia sobre as gerações contemporâneas o dever de ensinar as próximas gerações como preservar os recursos naturais e minimizar os impactos da ação do homem. O meio ambiente vem sendo constantemente agredido. A falta de conscientização da população mundial é um forte agravante deste fato. Dessa forma, a educação ambiental se mostra uma extrema necessidade para promover a sobrevivência do homem na terra. Com vistas à educação para a preservação ambiental, o interesse por esse objeto de estudo surgiu a partir da observação das atividades educativas ligadas à conservação do meio ambiente, desenvolvidas com crianças no decorrer do estágio na disciplina Prática na Educação Infantil, componente do currículo do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Federal do Pará. Outra motivação foram leituras de teóricos da educação ambiental, da educação infantil e, fundamentalmente, pela preocupação com a fragilidade dos projetos governamentais no que tange ao estímulo da consciência ambiental nas escolas. Não somente como tema transversal (como sugerem os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN), mas por meio de uma ação emancipadora, "para que a Educação ambiental seja compreendida não apenas como um instrumento de mudança cultural ou comportamental, mas também como um instrumento de transformação social para se atingir a mudança ambiental" (Loureiro, 2006, p.12). Parto do pressuposto de que atividades ligadas a projetos de preservação do meio ambiente desenvolvidas no espaço da educação infantil valorizavam a criatividade da criança, curiosidade, auto-estima, bem como a motivação de todos os envolvidos fortalecendo, sobretudo, o compromisso de cada um com a natureza e despertando o sentimento de realização individual. A escolha de crianças como público alvo do projeto, deve-se ao fato destas tornarem-se reprodutores desse tipo de conhecimento na sociedade, isto é, as crianças possuem facilidade em transmitir aquilo que aprendem. A educação vem se projetando desde o primeiro momento da vida do ser humano, ou seja, a infância. Entretanto, nem todas as crianças conseguem alcançar um nível satisfatório de esclarecimento sobre os fenômenos naturais, sobre a vida, suas o poder da ação do homem sobre o meio ambiente e, principalmente, sobre as conseqüências dessa ação. O homem vem degradando a natureza desde as primeiras civilizações, com pouca (ou nenhuma) preocupação com o legado que deixa para as próximas gerações. Ao indagar uma criança urbana sobre a origem do leite, das frutas, do arroz, da água e dos ovos, por exemplo, pode chocar com a possível resposta comum a todos os produtos: supermercado. O homem vive sob a busca constante de se apropriar da natureza e não se deixar reconhecer como filho dela. Entretanto, para satisfazer as ditas "necessidades" de consumo, a natureza é transformada em simples recursos para serem utilizados hoje e descartados no futuro. Uma das questões que motivaram à inserção do meio ambiente como tema transversal no currículo da educação infantil do país foi percepção da necessidade de um trabalho vinculado aos princípios da dignidade humana, da participação, da co-responsabilidade e da eqüidade. A escola tem o poder de nortear tais princípios por meio de ações e propostas pedagógicas numa perspectiva interdisciplinar, ou seja, contra a fragmentação do conhecimento e criando possibilidades para o desenvolvimento da Educação Ambiental como um todo, e também contornando as dificuldades que se encontram na aplicação das propostas sugeridas em projetos pedagógicos em diferentes contextos escolares. Orientando uma prática que, segundo os PCN, reflita que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores e com o ensino-aprendizagem de habilidades e procedimentos. No primeiro capítulo, contextualizo toda a temática abordada, como contribuição à relevância da Educação Ambiental para o currículo escolar, em especial da Educação Infantil, bem como para a geração de maior qualidade no ensino básico e para uma transformação significativa no ambiente educacional e natural. Nesta perspectiva, Loureiro (2006, p.18) acrescenta que: "Tem esperança que os fundamentos da Educação Ambiental Emancipatória se incorporem no cotidiano de cada um dos educadores ambientais do país, pela força da coerência entre os princípios da Educação Ambiental e os referenciais teóricos-conceituais e metodológicos da educação como um instrumento de transformação social". Ainda segundo o autor, dessa forma somos capazes de promover o senso de inserção social, conscientizando não somente as crianças, mas a comunidade escolar, a família e a sociedade em geral, não mais por mera obrigação, mas por uma realização individual ou em conjunto, resultando num bem maior para o futuro. As atuais políticas ambientais mundiais são exemplos de como programas de preservação do meio ambiente passar por uma situação crítica. Os avanços tecnológicos têm chegado a níveis de um exagero fortemente influenciado pelo entusiasmo no âmbito científico. Polêmicas não ficam à parte das questões que envolvem a educação ambiental. Se de um lado a opinião pública clama que medidas penais rigorosas sejam aplicadas aos agentes poluidores, por outro lado, a legislação abre cada vez mais "brechas" legais para que esses criminosos recorram das penas e garantam o direito de poluir. A ausência e/ou carência de políticas públicas efetivas que enfatizem a abordagem das questões ambientais com mais intensidade nas escolas de Educação Infantil provoca esse déficit na formação de uma consciência ambiental e na construção de um cidadão comprometido com a preservação do bem mais precioso que tem, o seu habitat. Para se trabalhar a Educação ambiental nas escolas, é preciso estudar os diversos fatores utilizados na interação criança-natureza, pois ajudará na formação sócio-cultural de homens e mulheres conscientes da importância que a natureza representa para a existência da vida no planeta Terra. Nesse sentido, Guimarães (1995, p.76) ressalta que "hoje, mais do que uma realidade, a Educação Ambiental (EA), tornou-se uma grande necessidade". Deve-se considerar o meio ambiente em sua totalidade (aspectos sociais, biológicos, políticos, econômicos, científicos, técnicos, etc), transcendendo as áreas tradicionais de conhecimento trabalhadas na escola. Para que isso ocorra, o trabalho de apenas informar e dar conceitos é insuficiente. Um trabalho basilar mais efetivo seria mostrar como atitudes simples são capazes de mudar pensamentos e, a partir disso, formar valores, com o ensino e a aprendizagem de habilidades e procedimentos, buscando a criação de novos modelos de conhecimento e responsabilidade ética nos indivíduos. De acordo com Ruscheinsky (2002, p.38): "Atualmente, a Educação Ambiental assume um caráter mais realista, embasado na busca de um equilíbrio entre o homem e o ambiente, com vista à construção de um futuro pensado e vivido numa lógica de desenvolvimento e progresso. Neste contexto, a Educação Ambiental é ferramenta de educação para o desenvolvimento sustentável (apesar de polêmico, o conceito de desenvolvimento sustentável, tendo em vista ser o próprio 'desenvolvimento' o causador de tantos danos sócio-ambientais)". A Educação Ambiental é aceita, cada vez mais, como sinônimo de educação para o desenvolvimento sustentável ou de educação para a sustentabilidade. Por esse motivo, é imprescindível a inserção de um projeto de Educação Ambiental no currículo escolar, de maneira interdisciplinar em todas as práticas cotidianas das escolas de Educação Infantil, buscando a formação de uma sociedade consciente em face de um desenvolvimento sustentável. A Educação Infantil teve origem com as mudanças sociais e econômicas, causadas pela Revolução Industrial no século XVIII, que se alastravam pelo mundo todo. Naquele momento, as mulheres deixaram os lares, a criação dos filhos e os deveres domésticos, além dos cuidados com os maridos, para ingressar no mercado de trabalho. Assim, Kuhlmann (1995, p.25) acrescenta que: "Atrelado a estes acontecimentos, sob pressão dos trabalhadores urbanos, que viam nas creches um direito deles e de seus filhos, portanto, a luta por melhores condições de vida, deu-se início ao atendimento da educação infantil no Brasil, referente ao atendimento de crianças de zero a seis anos". Faz-se necessário a retomada da Educação Infantil, do ponto de vista histórico e social, para que se tenha uma visão mais significativa da importância dessa etapa, seu percurso e transformações ao longo do tempo. E por ser essa fase da vida (infância) tão importante para o desenvolvimento físico, social e intelectual do homem, ressalta-se a questão ambiental como necessária para o fortalecimento dos laços humanos com a natureza. Pois é, sobretudo, inviável a sobrevivência e permanência do mesmo no mundo se não houver a conscientização e a preservação dos recursos naturais do planeta. Ligado a isto, Rocha (1999, p.67) ressalta que: "(...) a educação infantil é a primeira etapa da formação intelectual da criança. Educação esta que se constitui em parte integrante da educação básica, e destina-se ao atendimento de crianças da pré-escola, podendo também considerar as primeiras séries do ensino fundamental. Este sistema educacional procura proporcionar à criança o bem-estar físico, afetivo, social e cultural, por meio de atividades lúdicas que procuram desenvolver e estimular a coordenação motora da criança, a fim de despertar a curiosidade, a espontaneidade e a harmonia no processo de iniciação ao aprendizado". A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (LDB 9394/96, Art. 29). O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990) ratifica a importância dessa etapa quando diz que "é dever do estado assegurar à criança e ao adolescente... Parágrafo IV: Atendimento em creches e pré-escolas as crianças de 0 a 6 anos de idade" (Art. 54). Promover e viabilizar o acesso à educação para toda e qualquer criança é dever do Estado previsto em lei. Atrelado a todos esses fatos históricos e sociais da educação ambiental e educação infantil, alguns teóricos afirmam que a educação ambiental apresenta uma nova dimensão a ser incorporada ao processo educacional, trazendo toda uma discussão ainda embrionária sobre questões ambientais e as consequentes transformações de conhecimento, valores e atitudes diante de uma nova realidade a ser construída. Nesse enfoque que a EA aparece no currículo da escola básica brasileira, segundo os PCNs, como tema transversal relativo ao meio ambiente, entre outros temas ou dimensões curriculares. Essa proposta diretiva, oficiosa, é de plena validade e atualidade nesse aspecto. Com efeito, ela pressupõe a complexidade das questões ambientais, na medida em que abre caminho para uma contribuição conjunta das ciências naturais e sociais na análise e na busca de compreensão das questões de meio ambiente, desde a escolarização básica. Nesse sentido, as reflexões e experiências educativas, metodologicamente, devem ser proporcionais em abrangência e profundidade de conteúdos a nível de desenvolvimento e condições de aprendizagem dos alunos. Observa-se que na atual conjuntura, existem muitos projetos voltados para a preservação do meio ambiente, sendo trabalhada na educação infantil ou em qualquer área do conhecimento. Entretanto, a grande maioria acaba não alcançando o seu objetivo. "Conscientizar" é um trabalho desenvolvido a longo prazo e a infância é a primeira fase deste processo. No entanto, nem todos os envolvidos estão realmente comprometidos com o meio em que vivem. Daí a necessidade de chamar a atenção de todos para essa questão. Conforme a abordagem acima descrita, são lançados questionamentos que possam dar conta da realidade em que se vive. Assim sendo, busco nesta pesquisa, elucidar os seguintes problemas: de acordo com a proposta dos teóricos, por que a Educação Ambiental é relevante para a Educação Infantil no processo de desenvolvimento das crianças nesta etapa? Qual a importância da educação infantil, enquanto fase inicial da aprendizagem, para a adoção de hábitos e posturas de preservação do meio ambiente? O fato de se compreender a relevância da Educação Ambiental para o processo de desenvolvimento das crianças na Educação Infantil, segundo a proposta dos teóricos, significa uma supervalorização desta etapa da vida, uma missão a ser concluída por meio da criança. Analisar e avaliar a proposta dos teóricos sobre a relevância da Educação Ambiental para a Educação Infantil no processo de desenvolvimento das crianças nessa etapa e a importância da Educação Infantil, enquanto fase inicial da aprendizagem, para a adoção de hábitos e posturas de preservação do meio ambiente, se torna um desafio, que compete a essas duas categorias da educação, enquanto práticas de construção para o bem do planeta e desconstrução do comodismo em que ambas ainda se encontram. A partir do levantamento bibliográfico, se obteve algumas informações acerca da teoria do objeto de estudo escolhido, pois o mesmo consiste numa pesquisa bibliográfica. Essa etapa é um importante estágio na elaboração do projeto de pesquisa, pois se alcançou a harmonia entre as idéias principais da proposta de alguns teóricos da Educação Ambiental e da Educação Infantil, no que diz respeito ao tema abordado. Dessa forma, Barros e Lehfeld (2003, p.37) acrescentam que, "deve-se realizar no início a etapa investigatória exploratória, em seguida, serão traçadas as estratégias que conduzirão à implementação e à execução do projeto de pesquisa". Esta pesquisa se fundamenta no paradigma qualitativo, pois de acordo com Barros e Lehfeld (2003, p.49) "envereda por uma visão holística dos fenômenos, considerando todos os componentes de uma situação em suas interações e recíprocas influências". Partindo deste pressuposto, consegue- se obter o tempo necessário, recolhendo as informações pertinentes no universo desta pesquisa. Em seguida, faz-se a análise e descrição dos conteúdos acerca da proposta dos teóricos no âmbito das seguintes perspectivas: a) Da Educação Ambiental, enquanto ações efetivas relevantes para o currículo escolar das séries iniciais; b) Da Educação Infantil, enquanto base do desenvolvimento das crianças e para a prática de preservação do meio ambiente nas escolas. O método utilizado é o fenomenológico, pois o fenômeno estudado é o objeto de investigação da pesquisa, compreendendo-o pela sua descrição e interpretação. Sendo assim, Ponty (1973, p. 25-26) acrescenta que: "(...) a fenomenologia consiste, em suma, numa lógica do conteúdo: a organização lógica dos fatos não provém de uma forma que lhes seria superposta, mas é o conteúdo mesmo desses fatos que é suposto ordenar-se espontaneamente de maneira a tornar-se pensável. Uma fenomenologia é a vontade dupla de coligir todas as experiências concretas do homem e não somente suas experiências de conhecimento, como ainda suas experiências de vida de civilização, tais como se apresentam na história, e de encontrar, ao mesmo tempo, neste decorrer dos fatos, uma ordem espontânea, um sentido, uma verdade intrínseca, uma orientação tal que o desenvolver-se dos acontecimentos não apareça como simples sucessão". Com a apropriação das teorias e conceitos para estudar os fenômenos ambientais acerca da Educação Infantil, descreve-se também as informações relevantes sobre o que outros pesquisadores e autores pensam a respeito da temática escolhida. A partir da abordagem descrita, Rudio (2004, p. 56) enfatiza que "descrever é narrar o que acontece, para descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los, e assim conhecer a sua natureza sua composição e os processos que os constituem ou que neles se realizam". A pesquisa aqui problematizada é bibliográfica, uma vez que através da localização e da consulta das diversas informações escritas (livros e artigos), se extraiu os dados gerais e específicos a respeito desta temática. Sobre este parágrafo, Lima (1997, p. 21) afirma que "referenciais teóricos auxiliam a reforçar, justificar, demonstrar, esclarecer, explicar o fenômeno estudado; deve-se explorá-lo a fim de se dê credibilidade ao que está sendo produzido em termos de produção acadêmico-científica". Por fim, nessa última etapa, será abordada a análise dos conteúdos, onde se buscou trazer à luz os conteúdos implícitos e explícitos das mensagens dos teóricos. Sendo tecidas algumas considerações relevantes acerca da temática abordada e, assim sendo, obtendo-se respostas significativas para a carência de projetos dessa natureza e de trabalhos, cujos objetivos estejam pautados na questão ambiental, não mais como tema transversal dos PCNs, mas, sobretudo, efetivada e legalizada no currículo escolar da educação infantil. No primeiro capítulo, serão abordadas algumas considerações sobre a criança e suas representações de meio ambiente, discutidas a partir do desenvolvimento infantil segundo a teoria Piagetiana; sobre a adoção da perspectiva interacionista e o conceito de natureza como suporte para o desenvolvimento infantil. Dando embasamento para a o desfecho do segundo capítulo, que terá como abordagem a educação ambiental no contexto da educação infantil; aspectos teóricos, metodológicos e práticos desse processo, a importância da educação ambiental para a educação infantil e uma avaliação geral sobre a questão ambiental. O terceiro e último capítulo tratará da análise e do desfecho deste trabalho a partir do que dizem as formulações teóricas quanto ao desenvolvimento da Educação Infantil e Educação Ambiental, foco na discussão Piagetiana. 2. CRIANÇA E SUAS REPRESENTAÇÕES DE MEIO AMBIENTE As discussões sobre Educação Ambiental no mundo contemporâneo estão relacionadas com a preocupação sobre os mais diversos setores da sociedade, refletida na atividade de intervenção e transformação do homem com a natureza. A partir desta análise, ressalta-se a importância de se desvelar as representações das crianças da Educação Infantil sobre o meio ambiente. Trata-se da questão ambiental através de uma crise profunda, que nas últimas décadas, tem afetado a vida do homem em todos os âmbitos. Sobretudo na área educacional, que pelo seu caráter formativo e por ser uma via de transformação da sociedade e da cultura em geral, vêm exigindo uma nova abordagem educativa, muito além da dimensão biológica de natureza, mas de uma visão contextualizada da realidade ambiental, levando o homem a refletir a partir do seu cotidiano, que valores e atitudes devem se tomar para alcançar a sustentabilidade ambiental? "[...] a Educação Ambiental (EA) depende da concepção das pessoas (crianças) sobre o meio ambiente para que se possa iniciar um programa de construção de conhecimento que fomente a necessidade de modificação de valores e de condutas pró-ambientais de forma crítica e responsável" (REIGOTA, 2004, p.11). A representação social permite a compreensão da leitura que o sujeito faz do meio ambiente, do mundo, da construção e atribuição de significados às suas ações, experiências e projetos pessoais. Porém, isso não significa que essas representações expliquem a sua conduta, ou que exclua por si a utilização de outros componentes que possam elucidar os fenômenos sociais. Do mesmo modo que o termo "meio ambiente" não tem uma única definição, logo as suas representações estão associadas ao conjunto de significados que o sujeito compreende sobre a questão. A Educação Ambiental aqui não é o foco principal da discussão, mas os aspectos conceituais que dizem respeito às questões sobre o meio onde vivem o homem, os valores de proteção e melhoria da vida do planeta. No ambiente escolar, esse significado é resultado da ligação que o aluno estabelece entre o que aprende e a sua realidade cotidiana, e da possibilidade de utilizar as representações dessa aprendizagem em outras situações. No caso do trabalho escolar com crianças, essas representações ganham um reforço de significados a partir da percepção que as mesmas têm do mundo em que vivem e do ambiente que elas interagem. É a partir da teoria piagetiana, foco principal desta discussão, que é dado como necessário o entendimento de como a criança pensa e conhece o mundo, perpassando essencialmente, pelo entendimento sobre os processos sócio-cognitivos da mesma, pois, é através destes que ela incorpora as estruturas do pensamento de sua comunidade, adquirindo assim, um lugar como participante competente e funcional nesse meio. 2.1. O desenvolvimento infantil: Jean Piaget Jean Piaget (1896-1980) - Psicólogo e Filósofo suíço, conhecido pelo seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Piaget passou grande parte da sua carreira profissional interagindo com crianças e estudando o seu processo de raciocínio. Os seus estudos tiveram um grande impacto sobre os campos da Psicologia e Pedagogia. Convém aqui esclarecer que as teorias da Piaget têm comprovação em bases científicas. Ou seja, ele não somente descreveu o processo de desenvolvimento da inteligência humana, mas, experimentalmente, comprovou suas teses. Para Piaget o comportamento dos seres vivos não é inato, nem resultado de condicionamentos. Para ele, o comportamento é construído numa interação entre o meio e o indivíduo. 2.2. Adoção da perspectiva Interacionista A importância da interação entre os fatores hereditários e ambientais na determinação do desenvolvimento do indivíduo, tem sido reconhecida pelas mais diversas áreas da psicologia contemporânea. Entretanto, esta compreensão não chega, muitas vezes, a produzir uma metodologia de investigação que realmente reflita sobre isto. Os trabalhos tendem a se concentrar na análise de variáveis hereditárias ou de variáveis ambientais e embora esta concentração não represente, necessariamente, um obstáculo ao estudo do desenvolvimento, a adoção de uma perspectiva interacionista mais plena, sugerindo novas vertentes de pesquisa, promovendo maior rigor metodológico na interpretação dos resultados e levando à tentativa de integração de dados aparentemente incompatíveis. Este trabalho não se torna uma preferência por determinada área de investigação. Em qualquer das áreas específicas de interesse no estudo do desenvolvimento humano, mesmo aqueles extremistas da genética ou do ambientalismo. Entretanto, a natureza do fenômeno humano exige uma perspectiva interacionista mais plena, que nada mais é do que uma compreensão integrada dos efeitos dos fatores hereditários e ambientais, com o reconhecimento da complexidade da indissociabilidade entre eles. A adoção da perspectiva interacionista deve se fundamentar no reconhecimento dos efeitos da seleção natural sobre o comportamento, e, portanto, da "necessidade de admitir algum nível de controle genético do comportamento, uma vez que a seleção natural atua através da seleção de genes" Carvalho (1998, p.199) O impacto desta idéia, portanto, pode ser neutralizado dependendo de como é interpretada a expressão "algum nível de controle genético": uma aparente ausência de consenso a respeito da grandeza e da complexidade do efeito dos genes sobre o comportamento pode até funcionar como obstáculo. Freqüentemente, o próprio conceito de determinação genética do comportamento é mal compreendido. Carvalho (1998) analisa esta questão, elaborando pontos essenciais para o seu esclarecimento. Controle genético não exclui efeitos de experiência. A associação comum com padrões esteriotipados e independentes do meio justificam-se apenas em parte dos casos. O controle genético produz efeito oposto ao de exclusão da influência ambiental, acarretando de fato uma regulação e potenciação dos efeitos da experiência ao produzir sensibilidade diferencial aos estímulos, ao alterar a força de tendências motivacionais, ao modificar a susceptibilidade a certos tipos de experiência por meio de períodos sensíveis e através da pré-organização de alguns processos de aprendizagem. Um recém-nascido percebe nitidamente certos estímulos, presta atenção diferencial em rostos e vozes, exibindo, entre outras, preferência típica pelos estímulos provenientes de um adulto afetuoso, a exemplo voz da mãe, do olhar dirigido, sendo esses estímulos os mais eficientes para a evocação de um sorriso nas primeiras semanas de vida (por exemplo). Desde o nascimento, os bebês reagem seletivamente às estimulações sociais, comunicando-se e interagindo. Nesse período, apresenta forte tendência ao reconhecimento individual e à formação de vínculos afetivos. A ampliação do conceito de controle genético acaba deixando claro que qualquer instância particular de comportamento decorre, ao mesmo tempo, de efeitos de genes e dos fatores ambientais. Embora até possa ser metodologicamente possível separar os efeitos dos genes e dos fatores ambientais sobre o comportamento, estas demonstrações de efeitos especificados não servem para excluir quaisquer dos fatores e muito menos para classificar o produto fenotípico comportamental. Conforme a argumentação de Carvalho (1998), a própria separação gene-ambiente pode representar um equívoco conceitual. O gene contém uma informação química que será traduzida fenotipicamente dentro do ambiente em que esta tradução ocorrer. Genes e ambiente são componentes inseparáveis e complementares de um sistema sobre o qual se exercem as pressões seletivas. A análise da evolução humana com base em dados filogenéticos e comparativos mostra uma inseparabilidade análoga entre a evolução natural e a evolução cultural. O modo de vida cultural criou um contexto específico de seleção, dentro do qual se exerceu uma sistemática pressão seletiva, favorecendo o comportamento cultural. Os efeitos dessa pressão podem ser constatados não apenas no crescimento do cérebro e da inteligência: em contraste com o padrão primata ancestral, verificam-se alterações gerais nas ligações sócio-afetivas e, em especial, nas estratégias de desenvolvimento ontogenéticos. A intensificação dos comportamentos lúdicos e exploratórios, tanto na fase infantil quanto na fase adulta, ilustra essa tendência evolutiva. Quanto às estratégias de desenvolvimento, pode-se dizer de um modo geral, que houve um aumento da sobreposição de gerações, da dependência das crianças, da vinculação ao apego no grupo familiar, dos cuidados parentais e do estabelecimento no jovem de uma tendência para a educabilidade e para a busca de referências no adulto significativo. A partir da abordagem acima mencionada, retoma-se a importância da adoção da perspectiva interacionista como parte do processo de desenvolvimento da criança e sua representação de meio ambiente para o desfecho deste capítulo. Sobretudo, no que diz respeito às etapas desse processo. Em decorrência de uma perspectiva evolucionária do ambiente natural e atual de desenvolvimento do indivíduo, que devem ser considerados cuidadosamente. O desenvolvimento do indivíduo inicia-se no período intra-uterino e vai até aos 15 anos ou 16 anos. Piaget (1982), diz que a Embriologia humana evolui também após o nascimento, criando estruturas cada vez mais complexas. A construção da inteligência dá-se em etapas sucessivas, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras. É importante, sobretudo, ressaltar essas etapas as quais Piaget (1982) descreve cuidadosamente, uma vez que ao se trabalhar com a questão ambiental nas escolas de Educação Infantil, o profissional da educação possa perceber as particularidades de cada criança, conforme sua faixa etária, para que haja relação entre a idade e a capacidade psicomotora no desenvolvimento de cada um. De acordo com Piaget (1982), a ausência da função semiótica é a principal característica do período Sensório-Motor (do nascimento até os dois anos de idade). A inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das ações (motor) através dos deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência eminentemente prática. Sua linguagem vai da ecolalia (repetições de sílabas) à palavra-frase ("água" para dizer que quer beber água) já que não representa mentalmente o objeto e as ações. Sua conduta social, neste período, é de isolamento e indiferença (o mundo é ele). Nesta primeira fase, a atividade cognitiva da criança, principalmente, na experiência imediata através dos sentidos em que há interação com o meio, ou seja, esta é uma atividade prática. Na ausência de linguagem para designar as experiências e assim recordar acontecimentos e idéias, as crianças ficam limitadas a uma experiência imediata, e assim vêem e sentem o que está a acontecer, mas não têm forma de categorizar a sua experiência. Nesse sentido, pode-se afirmar que quase não existe experiência entre a criança e o meio, pois a organização mental da criança encontra-se em estado bruto, de tal forma que a qualidade da experiência raramente é significativa, assim, o que a criança aprende e a forma como o faz permanecerá como uma experiência imediata tão vivida como qualquer primeira experiência. Assim, não se pode ainda caracterizar neste período, uma interação entre a criança e a natureza. Já no período simbólico (de dois a quatros anos) surge a função semiótica que permite os primeiros sinais de linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, etc. Podendo criar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação é o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico. Com a capacidade de formar imagens mentais pode transformar o objeto numa satisfação de seu prazer (uma caixa de fósforo em carrinho, por exemplo). É também o período em que o indivíduo "dá alma" (animismo) aos objetos ("carro do papai foi 'dormir' na garagem"). A linguagem está em nível de monólogo coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as argumentações dos outros. Duas crianças "conversando" dizem frases que não têm relação com a frase que o outro está dizendo. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do coletivo. Não há liderança e os pares são constantemente trocados. Existem também outras características do pensamento simbólico, dentre as idéias de Piaget até aqui sintetizadas, como por exemplo, o nominalismo (dar nomes às coisas das quais ainda nem se sabe o nome); super determinação ("teimosia"); e egocentrismo (tudo é "meu"). Este período é também chamado de "pensamento intuitivo", portanto, fundamental para o desenvolvimento da criança. Apesar de ainda não conseguir efetuar operações, a criança já usa a inteligência e o pensamento. Este é organizado através dos processos de assimilação, acomodação e adaptação. Nesse estágio, a criança já consegue representar as suas vivências e sua realidade, através de diferentes situações e atividades do cotidiano. Daí a necessidade de se desenvolver atividades de representação de um meio ambiente mais significativo para a criança, pois é a partir desta fase que ela começa a perceber o mundo em que vive. O intuitivo, período que vai de quatro a sete anos, já existe um desejo de explicação dos fenômenos. É a idade dos "porquês", pois a criança pergunta o tempo todo. Distingue a fantasia do real, podendo dramatizar a fantasia sem que acredite nela. Seu pensamento continua centrado no seu próprio ponto de vista. Já é capaz de organizar coleções e conjuntos sem, no entanto, incluir conjuntos menores em conjuntos maiores (rosas no conjunto de flores, por exemplo). Quanto à linguagem não mantém uma conversação longa, mas já consegue nesta fase, adaptar suas respostas às palavras do companheiro. Entre os 4 e os 7 anos, podemos considerar como períodos que vão do intuitivo ao pré-conceptual. A partir dos 4 anos a criança já consegue resolver determinados problemas, mas este pensamento é irreversível, ou seja, a criança ainda está sujeita à configurações preceptivas sem compreender a diferença entre as transformações reais e aparentes. Já no pensamento pré-conceptual, a criança já domina um pensamento "mágico", da fantasia, da construção de sua própria imaginação. O lúdico e o imaginário da criança, nesta fase, podem ter uma alta contribuição para o processo de delineação de uma consciência mais crítica em relação à natureza, pois apesar de fantasiarem muito neste período, é a partir dele que o pensamento crítico vai sendo desenvolvido gradativamente. Até os 11 anos, a criança vive o período operatório concreto. É o período em que o indivíduo consolida as conservações de número, substância, volume e peso. Sendo capaz de ordenar elementos por seu tamanho (grandeza), incluindo conjuntos, organizando então o mundo de forma lógica ou operatória. Sua organização social é a de bando, podendo participar de grupos maiores, chefiando e admitindo a chefia. Já podem compreender regras, sendo fiéis a ela, e estabelecer compromissos. A conversação torna- se possível (já é uma linguagem socializada), sem que, no entanto, possam discutir diferentes pontos de vista para que cheguem a uma conclusão comum. Nesta etapa, já ocorre verdadeiramente uma reorganização do pensamento, pois a partir da retrospectiva do que fora citado anteriormente, as crianças nas fases intuitivas e pré-conceptuais eram muito sonhadoras, imaginativas e criativas. Entretanto, é a partir deste estágio operatório-concreto, que elas começam a ver o mundo e o ambiente em que vivem com mais realismo, deixam de confundir o real com a fantasia. A partir daí, as crianças já conseguem entender como as coisas funcionam, qual a importância de se viver bem, num ambiente agradável, limpo e sustentável. Elas já começam a ter uma real preocupação neste sentido, é quando começam a contribuir de fato para a sua sobrevivência e permanência no meio em que vivem. O período operatório abstrato (a partir dos 11 anos) é o ápice do desenvolvimento da inteligência do sujeito, que corresponde ao nível de pensamento hipotético-dedutivo ou lógico-matemático. É quando o indivíduo está apto a calcular uma probabilidade, libertando-se do concreto em proveito de interesses orientados para o futuro. É, finalmente, a "abertura para todos os possíveis". A partir desta estrutura de pensamento é possível a dialética, que permite que a linguagem se dê em nível de discussão para se chegar a uma conclusão. Sua organização em grupo pode estabelecer relações de cooperação e reciprocidade. A transição para os estágios das operações abstratas é bastante evidente, dados as notáveis diferenças que surgem nas características do pensamento. É neste estágio, também conhecido como formal, que a criança realiza raciocínios abstratos, não recorrendo ao contato com a realidade. A criança deixa o domínio do concreto para passar às representações abstratas. É nesta fase que a criança desenvolve sua própria identidade, podendo haver neste período, problemas existenciais e dúvidas entre o certo e o errado. As crianças manifestam outros interesses e ideais que defende segundo os seus próprios valores e naquilo que acreditam. A importância de se definir estes períodos do desenvolvimento da inteligência humana reside no fato de que, em cada um, o sujeito adquire novos conhecimentos ou estratégias de sobrevivência, de compreensão e interpretação da realidade. A compreensão deste processo é fundamental para que os professores possam também compreender como e com quem estarão trabalhando. A obra de Piaget não oferece aos educadores em especial, um método específico sobre como desenvolver a inteligência do aluno (criança). Piaget nos mostra que cada fase de desenvolvimento apresenta características e possibilidades de crescimento da maturação ou de aquisições. O conhecimento destas possibilidades faz com estes educadores possam assim, oferecer estímulos adequados para um maior desenvolvimento dos sujeitos. Desta forma, Lima (1980, p.131) acrescenta que: "Aceitar o ponto de vista de Piaget, portanto, provocará turbulenta revolução no processo escolar (o professor transforma-se numa espécie de 'técnico do time de futebol' perdendo o seu ar de ator no palco). (...) Quem quiser segui-lo tem de modificar, fundamentalmente, comportamentos consagrados, milenarmente (aliás, é assim que age a ciência e a pedagogia começa, começa a tornar-se uma arte apoiada, estritamente, nas ciências biológicas, psicológicas e sociológicas). Onde houver um professor 'ensinando'... aí não está havendo uma escola piagetiana!" A natureza, neste período, já passa a ser motivo de conscientização, se desenvolvida de forma permanente e lúdica com as crianças. Elas, por conta própria é que começam a incentivar a escola, a família e a comunidade para esta questão, que se bem trabalhada, torna-se uma meta a ser cumprida há curto prazo. A criança à medida que evolui, vai-se ajustando à realidade circundante, e superando de modo cada vez mais eficaz, as múltiplas situações com que se confronta. E a exemplo de configuração deste objeto de estudo, se uma criança de 3 anos resolve determinado problema, suscitado pelo meio, que não conseguia aos 2 anos, é porque possui, a partir de agora uma determinada estrutura mental diferente da anterior e, de certo modo, porque lhe permite resolver novos problemas e ajustar-se à situação. Os sucessivos ajustamentos da criança ao meio que se vão manifestando, ao longo do seu desenvolvimento, devem interpretar-se em função desses mesmos estágios. Piaget refere-se a estágios não numa perspectiva global, não comportando todas as funções mentais, fisiológicas, sociais e afetivas, mas somente em funções específicas. Assim, considera a existência de estágios diferentes relativamente à inteligência, à linguagem e à percepção da criança. Para ele, a criança deve ser estimulada e motivada para que consiga superar o atraso do seu desenvolvimento. Nesse sentido, a discussão acerca do desenvolvimento de atividades de preservação do meio ambiente torna-se evidente nesse contexto, pois de acordo com as fases descritas por Piaget a criança tão somente consegue universalizar há longo prazo a importância dessa discussão, bem como trabalhá-la de forma consciente no presente e no futuro. 2.3. O conceito de Natureza como suporte para o desenvolvimento infantil Essa pesquisa nasceu da intenção de se desenvolver uma relação entre a degradação das condições ambientais do planeta e a desatenção às necessidades de se trabalhar esta perspectiva com crianças na educação infantil, segundo as experiências e as leituras feitas no decorrer da minha atividade acadêmica. Assim sendo, ainda persiste um incômodo frente aos espaços das salas de aula da educação infantil, distantes, quase sempre, do mundo natural, agravado pela degradação das condições da existência na terra. Parti-se do pressuposto de que fadadas à rotina de longos períodos em espaços fechados e intermináveis esperas, não são consideradas, muitas vezes, suas vontades e necessidades físicas e naturais. As estratégias de desenvolvimento e a intensificação do comportamento lúdico e exploratório da criança, somente entrarão presentes no seu repertório, a partir do trabalho contínuo dos mesmos. Assim, diante dessa perspectiva e sobre a teoria do método científico de Jean Piaget (2001, p.19) apud Freitag (1986) compreende que: "Em cada momento do diálogo ele (pesquisador) precisa ter uma hipótese de trabalho clara, para compreender adequadamente as justificativas (verbais) que a criança dá para as suas ações e estar em condições de fazer as perguntas certas, que permitam maior aproximação à estrutura cognitiva da criança. No método clínico, o q importa é que as crenças e representações espontâneas da criança sejam corretamente captadas, a fim de se obter aquelas respostas que – do ponto de vista da teoria e do interesse científico – sejam realmente relevantes". A interpretação dessa afirmativa vai além de uma teoria simplesmente, pois Piaget não somente ressalta a questão da linguagem na estrutura do pensamento infantil, como também a ação da criança para a definição, extremamente importante, enquanto via de acesso à reflexão da mesma. É, sobretudo, por meio da linguagem que a criança justifica suas ações, afirmações e negações e, ainda, é através dela que se pode verificar a existência ou não de reciprocidade entre ação e pensamento, estabelecendo assim, "o desenvolvimento cognitivo da criança". Na perspectiva de desenhar um quadro das condições de vida das espécies no planeta e sobre as relações entre homem e natureza, Tiriba (2007) acrescenta que "o movimento foi o de uma volta no tempo, buscando compreender como se concretizou a separação entre os mesmos, operada ao longo da história, objetivando a compreensão das origens históricas, filosóficas e culturais do estilo de vida do homem ocidental". Um processo de constituição de um modelo de desenvolvimento que produz, ao mesmo tempo, desigualdade social, desequilíbrio ambiental e sofrimento pessoal. Tiriba (2007) também ressalta a hipótese de que as crianças são afastadas de um convívio mais íntimo com o mundo natural, porque, do ponto de vista da construção da racionalidade instrumental, este convívio não interessa. As relações com a natureza, vitais e constitutivas do homem, seriam pouco valorizadas porque o homem moderno é um ser que foi se desgarrando de suas origens animais, sensitivas e corpóreas em razão de um afastamento relacionado à valorização dos processos "superiores da mente". Traz também a hipótese de que o paradigma do ocidente se esgotou justamente por sua logicidade deslocada da vida em sua expressão natural. O corpo – o que identifica o ser humano com a natureza – ocuparia um plano secundário na escala de valores da sociedade. Por isto, nas escolas, o homem continuaria emparedado, quieto, colocado a serviço da mente. As crianças declaram sua preferência pelos espaços abertos, em contato com a natureza, porque são modos de expressão desta mesma natureza. Mas as rotinas as mantêm distanciadas: mesmo que se deslocando de um espaço para o outro a maior parte do tempo, permanecem emparedadas, contribuindo para que não se vejam e não se sintam como parte do mundo natural. Dessa forma, faz-se necessário a compreensão de tal importância para a evolução de se trabalhar o conceito de natureza com as crianças na educação infantil. Uma vez que o próprio tema desta pesquisa: "A educação infantil e os estudos sobre meio ambiente: Algumas proposições teóricas"; trata a questão ambiental com prioridade para a permanência do homem na terra. Contudo, servindo também de suporte para outros pesquisadores e, futuros trabalhos ligados ao mesmo. 3. A Educação Ambiental no Contexto da Educação Infantil É necessário analisar o conteúdo ambiental que esta sendo trabalhado nas escolas de Educação Infantil. Entende-se que o saber educativo contribui para construção da sociedade, com isso, é necessário um trabalho de qualidade sobre Educação Ambiental com crianças, para que sejam auxiliadas de maneira correta na prevenção do meio ambiente. Este trabalho consiste, portanto, em associar a educação ambiental ao conhecimento escolar sobre a realidade social das crianças e do ambiente em que vivem, além de envolver a comunidade escolar em ações ambientais através de projetos com estes objetivos. A Educação Ambiental pressupõe modificar o conceito de conservação do meio ambiente nos participantes envolvidos no processo educacional, construindo novos conhecimentos, principalmente das crianças, que necessitam crescer com ideais de preservação dos recursos naturais, e sua utilização no dia- a- dia, como matéria-prima para a sustentabilidade do planeta. Pensar em educação ambiental nos dias de hoje, é pensar numa educação voltada para aprendizagens significativas ao mundo globalizado. É proporcionar perspectivas que criem idéias inovadoras e que permitam formar um cidadão crítico, reflexivo e participativo, apto a tomar decisões e contribuir para o desenvolvimento das ações humanas. A Educação Ambiental promove a transformação dos conhecimentos teóricos e práticos, fundamentada numa perspectiva determinada à construção de um espaço inovador. A incorporação do meio ambiente à educação formal possibilita o contato direto dos educadores e alunos com a realidade complexa dos processos de preservação e conservação da natureza, social e ecológica, trazendo uma compreensão de mundo através dos diferentes processos, desde a formação intelectual da criança na educação infantil até a fase adulta. A Educação Ambiental prepara o indivíduo para a vida enquanto membro da biosfera, fazendo-o compreender, saber lidar com sistemas ambientais de maneira global gerenciando melhor as relações sociais e ambientais, aumentando a produtividade, evitando desperdícios e danos à natureza. Fundamentalmente, é uma educação para um futuro harmônico e, a chave para isto é o aprimoramento do próprio homem. Perceber a história do ambiente em que se vive, as fontes de satisfação e insatisfação é de fundamental importância, pois só assim, conhecendo cada aluno (criança), será possível a realização de um trabalho com bases locais, partindo da realidade para ação, não somente com o objetivo de promover a sensibilização, mas o desenvolvimento do sistema de percepção e compreensão do ambiente por crianças. 3.1. Educação Ambiental: aspectos teóricos, metodológicos e práticos As mais recentes discussões acerca da educação ambiental como instrumento de preservação e conservação do meio ambiente, recaem no problema que reside exatamente em determinados conceitos e categorias teórico-metodológicas, passando de tão comuns e recorrentes na fundamentação dos projetos, programas e ações que se esvaziaram de sentido. Assim, Loureiro (2006, p.19) complementa o raciocínio ressaltando que: "A ilusão que propicia esse tipo de consenso produzido pela baixa problematização teórico-prática é a de que todos os educadores ambientais se pautam em uma única visão de mundo, falam a mesma coisa, possuem os mesmos objetivos no tratamento da 'questão ambiental', mudando apenas de setor social em que atuam (escolas, comunidades, unidades de conservação, meios de comunicação, empresas etc.). Esse é um falso consenso de que precisa ser explicitado, analisado e superado". Nas últimas décadas do século XX e nesse início de século o debate sobre a questão ambiental ganhou uma extraordinária dimensão, principalmente no âmbito das políticas públicas, uma vez que a grande maioria dos governantes sentiu-se pressionada a desenvolver propostas e ações adequadas aos apelos sociais sobre a natureza, frente aos inúmeros problemas criados pelos próprios desmandos do modelo acelerado de desenvolvimento econômico, fruto de uma inserção passiva e tardia no capitalismo e suas formas de produção tecnicista. De acordo com Leff (2003, p. 15-16): "A crise ecológica é a crise do nosso tempo. O risco ecológico questiona o conhecimento do mundo. Esta crise se apresenta a nós como um limite no real que re-significa e re-orienta o curso da história: limite do crescimento econômico e populacional; limite dos desequilíbrios ecológicos e das capacidades de sustentação da vida; limite da pobreza e da desigualdade social. Mas também crise do pensamento ocidental: da 'determinação metafísica' que, ao pensar o ser como ente, abriu a via da racionalidade científica e instrumental que produziu a modernidade como uma ordem coisificada e fragmentada, como formas de domínio e controle sobre o mundo". A abordagem da educação para o meio ambiente aparece primeiramente, em 1972, na Conferência das Nações Unidas para o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, Suécia. A Recomendação 96, da Declaração de Estocolmo, indicava a necessidade de realizar uma educação ambiental, como instrumento estratégico na busca da melhoria da qualidade de vida e na construção do desenvolvimento Reigota (2004). Em 1975, a UNESCO, seguindo as recomendações da Conferência de Estocolmo, promove o Encontro de Belgrado, Iugoslávia, onde foram formulados alguns princípios básicos para um programa de educação ambiental. Dois anos depois, em 1977, novamente a UNESCO e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA promovem, em Tbilisi, Geórgia, ex-URSS, a primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental. Este encontro tem sido considerado um dos eventos decisivos nos rumos que a educação ambiental vem tomando, sobretudo porque figura como marco conceitual no novo campo. Nessa Conferência foram elaborados os objetivos, princípios, estratégias e recomendações para a educação ambiental. Entre os resultados da reunião emergiram critérios orientadores para o desenvolvimento da proposta que sugerem que a educação deve: a) ser atividade contínua, acompanhando o cidadão em todas as fases de sua vida; b) ter caráter interdisciplinar, integrando o conhecimento de diferentes áreas; c) ter um perfil pluridimensional, associando os aspectos econômicos, políticos, culturais, sociais e ecológicos da questão ambiental; d) ser voltada para a participação social e para a solução dos problemas ambientais; e) visar a mudança de valores, atitudes e comportamentos sociais Em 1987, a Unesco organizou em Moscou a II Conferência Mundial para tratar da Educação Ambiental. Nessa oportunidade, foram reforçados os princípios tirados na I Conferência (Tbilisi – 1977), traçados planos de ação para a década de 1990 e avaliou-se o que foi realizado na década que passou (1977/1987). Foram reafirmados em Moscou, com bastante ênfase, os princípios preconizados em Tbilisi para a Educação Ambiental. Alguns são destacados a seguir: - A Educação Ambiental resulta uma dimensão do conteúdo e da prática da educação orientadora para a resolução dos problemas concretos, embasados pelo meio ambiente, graças a um enfoque interdisciplinar e a uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade. - Atualmente se sabe que a chave destes problemas apóia-se em boa medida nos fatores sociais, econômicos e culturais que os provocam e que não será possível, por conseguinte, preveni-los ou resolvê-los com meios exclusivamente tecnológicos. - A Educação Ambiental se concebe como um processo permanente em que os indivíduos e a coletividade tomam consciência de seu meio e adquirem os conhecimentos, os valores, as competências, as experiências e, também, a vontade capaz de fazê-los atuar, individualmente e coletivamente, para resolver os problemas atuais ou futuros do meio ambiente. - Entre os elementos que contribuem para a especificidade da Educação Ambiental, talvez o mais importante seja seu enfoque orientado para a solução de problemas concretos do meio ambiente humano. Daqui se depreende outra de suas características fundamentais, a saber: a perspectiva interdisciplinar, em que se inscreve para tomar ciência da complexidade dos problemas ambientais e da multiplicidade dos fatores que se explicam. No início da década de 1990, com a organização da Unced 92 no Rio de Janeiro, também conhecida por ECO 92, Rio 92, a Educação Ambiental estabeleceu se perante a sociedade brasileira, criando uma forte demanda institucional. Muitos projetos em EA estão sendo desenvolvidos, ainda de forma pouco sistematizada. A expressão educação Ambiental se massificou, mas seu significado ainda é pouco claro entre os educadores e, principalmente, entre a população em geral, sendo muitas vezes confundido com o ensino da ecologia. A construção de argumentos e o desenvolvimento de categorias conceituais em educação ambiental acabam por sinalizar para determinada compreensão crítica daquilo que define a sua identidade. Ou seja, a própria teoria permite compreendê-la em seu sentido educativo e transformador. No campo dos debates em educação ambiental e seus conceitos teóricos, existe de fato o senso comum, isso implica na questão da generalização pouco reflexiva sobre tais conceitos. Isso dificulta a compreensão de como a educação ambiental se inserirá na reprodução de uma sociedade contemporânea sustentável por exemplo. Esses tipos de questionamentos não negam a relevância do trabalho individual, para o que acredita-se e faz-se para mudar, no que se refere ao sentido primordial deste contexto. Nesse sentido, Loureiro (2006, p.29) acrescenta que "a educação ambiental promove a conscientização e esta se dá na relação entre o 'eu' e o 'outro', pela prática social-reflexiva e fundamentada teoricamente". A educação ambiental é, por definição, apontada como portadora de processos individuais e coletivos que contribuem segundo Loureiro (2006, p.31), com: 1- A redefinição do ser humano como ser da natureza, sem que este perca o senso de identidade e pertencimento a uma espécie que possui especificidade histórica; 2- O estabelecimento, pela práxis, de uma ética que repense o sentido da vida e da existência humana; 3- A potencialização das ações que resultem em patamares distintos de consciência e de atuação política, buscando superar e romper com o capitalismo globalizado; 4- A reorganização das estruturas escolares e dos currículos em todos os níveis do ensino formal; 5- E a vinculação das ações educativas formais, não formais e informais em processos permanentes de aprendizagem, atuação e construção de conhecimentos adequados à compreensão do ambiente e problemas associados. No discurso dos processos instituintes, a educação ambiental nasce da sensibilidade de aliar conhecimento científico, tecnológico, artístico e cultural com uma nova consciência de valores de respeito aos seres humanos e aos recursos naturais, com perspectivas de ajudar a formar uma mentalidade impulsionadora da construção de um novo paradigma emancipador e sustentável para a vida no planeta. Com perspectivas de formar uma consciência ambiental através da difusão de novos valores resultando talvez numa dimensão culturalmente consciente de atitudes ecológicas. A partir desta análise, Quintas (2000, p. 79) aborda que: A prática da EA deve ter como um de seus pressupostos, o respeito aos processos culturais característicos de cada país, região ou comunidade. (...) Isto significa reconhecer que há diferentes modos de relacionamento homem-homem e homem-natureza. Na sociedade brasileira esses diferentes modos de relacionamento determinam a existência de conhecimentos, valores e atitudes que devem ser considerados na formulação, execução e avaliação da prática da EA. A Educação Ambiental deve estar presente em todos os ambientes: escolas, praças, família e comunidade. Atualmente os eventos que tratam da temática ambiental são importantes espaços de discussão e realização de atividades formativas através de cursos, grupos de trabalhos, oficinas etc. Em uma dimensão maior (teórico-metodológica-prática), a EA vem despertar para a conscientização da capacidade que se tem de assumir as estratégias de desenvolvimento diferentes das que se tem hoje, estratégias éticas que integrem crescimento econômico com justiça social, que desencadeie num desenvolvimento sustentável a partir dos processos educacionais de que se tem alcance. 3.2. A Importância da Educação Ambiental para o Desenvolvimento da Educação Infantil Gonçalves (1990), no trabalho intitulado "a Educação Ambiental e o ensino básico", apresenta algumas definições que serão destacadas como relevantes nesse processo: - A Educação Ambiental deve ser entendida como um tipo especial. Trata-se de um processo longo e contínuo de aprendizagem, de uma filosofia de trabalho participativo em que todos estarão envolvidos, família, escola e comunidade. - É um processo de aprendizagem centrado no aluno, gradativo, contínuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade. Deve ser um processo crítico, criativo e político com preocupação de transmitir conhecimentos a partir da discussão e avaliação feitas pelo aluno, da sua realidade individual e social, na comunidade em que vive. Para Gonçalves (1990), a escola deverá cumprir a função de Educação Ambiental "extrapolar seus muros", permitindo a participação de todos, pois ressalta ainda que a Educação Ambiental é um processo de aprendizagem longo e contínuo. A Educação Ambiental pressupõe modificar os esquemas cognitivos dos participantes envolvidos no processo educacional, construindo novos conhecimentos, principalmente das crianças que necessitam crescer com uma visão mais ampla sobre recursos naturais, e sua utilização no dia-a-dia, como matéria-prima e sua forma de preservação. Pensar em Educação Ambiental nos dias de hoje é pensar numa educação voltada para aprendizagens significativas ao mundo globalizado. É proporcionar perspectivas que criem idéias inovadoras e permitam formar um cidadão crítico, reflexivo e participativo, apto a tomar decisões e contribuir para o desenvolvimento das ações humanas. Sobre Educação Ambiental, Gonçalves (1990) ainda conceitua que: - Procura aclarar conceitos e fomentar valores éticos, de forma a desenvolver atitudes racionais, responsáveis, solidárias entre os homens; - Visa instrumentalizar os indivíduos, dotando-os de competência para agir consciente e responsavelmente sobre o meio ambiente, através da interpretação correta da complexidade que encerra a temática ambiental e da inter-relação existente entre essa temática e os fatores políticos, econômicos e sociais. A Educação Ambiental promove a transformação dos conhecimentos teóricos e práticos fundamentando uma perspectiva determinada à construção de um espaço inovador. A incorporação de temas sobre meio ambiente à educação formal, possibilita o contato direto dos educadores e alunos, no caso da Educação Infantil, com a realidade complexa de processos de conservação da natureza, social e ecológica, trazendo uma compreensão do mundo através de diferentes processos desde a formação de nível básico até a formação do superior. Assim, a Educação Ambiental prepara o individuo para a vida enquanto membro da biosfera, fazendo-o compreender, saber lidar com sistemas ambientais de maneira global, gerenciando melhor as relações sociais e ambientais, aumentando a produtividade e evitando desperdícios e danos a natureza. Fundamentalmente, é uma educação para um futuro harmônico, a chave para o aprimoramento do ser humano. Perceber a história do ambiente em que se vive, as fontes de satisfação e insatisfação é de fundamental importância, pois só assim, conhecendo a cada um, será possível a realização de um trabalho com bases locais, partindo da realidade para ação, o objetivo é promover a sensibilização, bem como desenvolvimento do sistema de percepção e compreensão do ambiente a começar pelas crianças da Educação Infantil. De acordo com Gadioli e Santana (2007), atualmente a questão ambiental revela-se como grande preocupação de diferentes instituições. Muitas empresas, organizações não-governamentais (ONGs) e escolas afirmam fazer Educação Ambiental. E segundo recentemente circularam informações sobre os resultados de uma pesquisa do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) sobre as práticas de Educação Ambiental nas escolas a partir do censo escolar 2001/2004. Os resultados desta pesquisa podem mostrar certo modismo, já que aproximadamente 90% das escolas brasileiras assumem fazer EA. Entretanto, não se sabe ao certo qual EA tem sido feita e de que maneira isto ocorre. Tampouco se o número revelado nesta pesquisa do INEP realmente significa um avanço. Além disso, a referida pesquisa restringe-se ao ensino fundamental, não abordando informações sobre os outros níveis de ensino da educação básica, como a Educação Infantil. Quando se olha para a Educação Ambiental na Educação Infantil, concorda-se que há certa falta de compromisso com relação ao desenvolvimento da EA neste nível de ensino. Isso pode ser percebido, por exemplo, no Referencial Curricular Nacional para a EI (RCNEI) que, apesar de trazer um eixo de trabalho denominado Natureza e Sociedade, composto por temas que dizem respeito à relação da sociedade com a natureza, não apresenta, em momento algum, os princípios, objetivos e metas da EA para a EI. Encontram-se muitas escolas de educação infantil desenvolvendo atividades consideradas pelos professores como sendo de EA. No entanto, não há dados sobre como a EA está sendo realizada de fato. Os professores da EI, na maioria das vezes, não possuem orientação nem material para este trabalho. A temática ambiental dificilmente está presente nos cursos de formação de professores de EI. Os cursos de formação continuada, geralmente são destinados aos professores de Ensino Fundamental e Médio, bem como os materiais produzidos e disponibilizados. A escola e os professores de EI não possuem recursos financeiros para a aquisição de livros e, ao mesmo tempo, possuem dificuldades técnicas para a produção de seus próprios materiais. A maioria das instituições de Educação Infantil desenvolve atividades consideradas pelos professores como sendo de Educação Ambiental, porém ainda faltam pesquisas na área sobre tais atividades, que desvelem o verdadeiro sentido das mesmas. Avaliar a importância da Educação Ambiental para o desenvolvimento da Educação Infantil, segundo o contexto abordado anteriormente por vários autores, nos remete, mais uma vez, a questão da proposta destes teóricos em relação a esta etapa da educação básica, considerada a mais importante no contexto educacional. Não é fácil analisar e compreender tal importância, pois a EI, enquanto etapa inicial da aprendizagem deve perpassar a discussão da concepção das pessoas (crianças) sobre o meio ambiente, para que então se possa iniciar um processo de construção de conhecimento que "fomente a necessidade da modificação de valores e de condutas pró-ambientais de forma crítica e responsável" Reigota (2004, p.11). 3.3. A Questão Ambiental: uma avaliação geral Conforme já indicamos, a questão ambiental emerge como problema significativo, a nível mundial, em torno dos anos 70, expressando um conjunto de contradições entre o modelo dominante de desenvolvimento econômico-industrial e a realidade socioambiental. Essas contradições, engendradas pelo desenvolvimento técnico-científico e pela exploração econômica, se revelaram na degradação dos ecossistemas e na qualidade de vida das populações, levantando, inclusive, ameaças à continuidade da vida no longo prazo. De acordo com Lima (1999), os reflexos desse processo podem ser observados nas múltiplas faces das crises, social e ambiental e têm gerado reações sociais, em escala mundial, e despertado a formação de uma consciência e sensibilidade novas em torno das questões ambientais. Nacional e internacionalmente, embora de formas diferenciadas, essa consciência ecológica cresceu e, gradualmente, foi se materializando no seio da opinião pública, nos movimentos sociais, nos meios científicos, nas agências e políticas públicas, nos veículos de comunicação social, nos organismos e bancos internacionais, nas organizações não-governamentais e nas iniciativas empresariais, entre outros. Os últimos anos têm testemunhado o caráter problemático que reveste a relação entre a sociedade e o meio ambiente. A questão ambiental, neste sentido, define, justamente, o conjunto de contradições resultantes das interações internas ao sistema social e deste com o meio envolvente. São situações marcadas pelo conflito, esgotamento e destruição que se expressam nos limites materiais ao crescimento econômico exponencial; na expansão urbana e demográfica; na tendência ao esgotamento de recursos naturais e energéticos não-renováveis; no crescimento acentuado das desigualdades sócio-econômicas intra e internacionais, que alimentam e tornam crônicos os processos de exclusão social; no avanço do desemprego estrutural; na perda da biodiversidade e na contaminação crescente dos ecossistemas terrestres, entre outros. São todas realidades que comprometem a qualidade da vida humana, em particular, e ameaçam a continuidade da vida global do planeta. De fato, a questão ambiental revela o retrato de uma crise pluridimensional que aponta para a exaustão de um determinado modelo de sociedade que produz, desproporcionalmente, mais problemas que soluções e, onde as soluções propostas, por sua parcialidade, limitação, interesse ou má fé terminam se constituindo em nova fonte de problemas. A questão ambiental, por outro lado, agrega à realidade contemporânea um caráter inovador: por sua capacidade de relacionar realidades, até então, aparentemente desligadas; de mostrar a universalidade - embora com variações regionais - dos problemas socioambientais contemporâneos e, por alertar para a necessidade de promover mudanças efetivas que garantam a continuidade e a qualidade da vida no longo prazo. Isto significa que, às ameaças sócio-políticas e econômicas de sempre se acrescem os imperativos ambientais, de como administrar e garantir recursos vitais e finitos como o solo, a água e a energia- para citar os mais óbvios- em um sistema social caracterizado pela desigualdade e insustentabilidade. Além disso, o fato de problematizar a destruição potencial da sociedade industrial e a finidade dos recursos naturais traz à tona a fragilidade e a brevidade do complexo vital e nos remete a uma reflexão mais profunda, e abrangente sobre o valor de nosso modelo civilizatório, despertando novos sentidos e oportunidades de vida e mudança. A própria natureza da crise ambiental, que coincide com outras mutações históricas significantes nos campos econômico, do trabalho, tecnológico, cultural e político tem propiciado curiosas oportunidades de reflexão e ação orientadas para novas sínteses que articulam economia e ecologia, ética e política, ciência e religião, cultura e natureza, ciências naturais e sociais, entre outras dicotomias. O momento, portanto, sugere um movimento de transição, um clima de incertezas, um desgaste de velhas fórmulas sociais, uma apreensão angustiada com o futuro e uma possibilidade de novas sínteses. Por essas razões, a questão ambiental tem gradualmente conquistado o reconhecimento social e suscitado debates que buscam compreendê-la e encontrar respostas compatíveis com a magnitude do problema. Mais especificamente, o presente estudo tem por objeto um recorte dessa questão sócio-ambiental mais abrangente, concentrando-se em uma análise da relação entre a educação e o meio ambiente. Neste sentido, se propõe a debater a relação entre educação e questão ambiental através de uma análise das concepções políticas e éticas subjacentes às principais propostas educacionais dirigidas ao meio ambiente. A opção de articular a educação e o meio ambiente se deve a uma série de motivos associados. Figura, em primeiro lugar, a importância da educação enquanto instrumento privilegiado de humanização, socialização e direcionamento social. Está claro que, como toda prática social, ela guarda em si as possibilidades extremas de promover a liberdade ou a opressão, de transformar ou conservar a ordem socialmente estabelecida. Nesse sentido, embora não seja o único agente possível de mudança social, é um dentre outros processos onde essa potencialidade se apresenta (Aranha,1989; Brandão b, 1995). Não entendo a educação como uma panacéia capaz de solucionar todos os problemas sociais, mas também, considero não ser possível pensar e exercitar a mudança social ou sem integrar a dimensão educacional. Analisando a crise ambiental e seus impasses, a sugestão de Vernier (1994) é que um conjunto de caminhos que, articulados, podem gerar respostas aos problemas ambientais. Esses caminhos apontam para: o estabelecimento de normas e princípios legais; os estímulos econômicos e fiscais; a mobilização dos cidadãos, da opinião pública e associações civis; a educação para o ambiente; a contribuição da pesquisa científica; a iniciativa dos organismos internacionais e a coordenação das políticas públicas favoráveis à qualidade e à defesa da vida. A questão educacional, como já foi mencionada, comporta uma dualidade e pode ser conduzida de uma forma libertadora ou opressora, a depender da luta entre concepções de valores e práticas sociais dos grupos que dividem e disputam o mesmo campo. Assim, tanto a educação quanto a educação ambiental, apesar das múltiplas dimensões que envolvem são, no meu entendimento, questões essencialmente políticas que, comportam visões de mundo e interesses diversificados. 4. EDUCAÇÃO INFANTIL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O QUE DIZEM AS FORMULAÇÕES TEÓRICAS A construção do conhecimento segundo Piaget (1996), partiu da idéia que "os atos biológicos são atos de adaptação ao meio físico e organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um equilíbrio" Piaget (1996, p.35). Entretanto, Piaget não oferece aos educadores uma metodologia específica sobre como desenvolver a inteligência do aluno ou da criança. Piaget (1996) mostra que cada fase de desenvolvimento apresenta características e possibilidades de crescimento da maturação ou de aquisições. O conhecimento dessas possibilidades faz com que os educadores possam oferecer estímulos adequados a um maior desenvolvimento do aluno. Seguindo o conceito de Piaget (1975), a escola deve partir dos esquemas de assimilação da criança, propondo atividades desafiadoras que provoquem desequilíbrios e reequilíbrios, promovendo assim a descoberta e a construção do conhecimento. A criança possui uma curiosidade natural de entender tudo ao seu redor, principalmente quando ocorrem as interações com o ambiente circundante. Nesse momento, a criança formula uma série de questões relacionando-as com aquilo que está presente em sua vivência. A Educação Ambiental, assim como qualquer outra atividade das escolas de educação infantil, sendo aplicada de forma que desperte o interesse da criança, as tornariam pequenas multiplicadoras de consciências crítica e ecológica, portanto, mais perceptivas e interessadas no tema ministrado. Lembrando ainda que, a educação é um ato inserido dentro do ambiente em que se vive. As discussões sobre Educação Ambiental no mundo hoje, estão relacionadas às preocupações sobre os mais variados setores da sociedade, refletida na atividade interventora e transformadora do homem em sua relação com a natureza. Partindo destas considerações, o presente trabalho consiste em investigar, através das mais diferentes idéias dos teóricos aqui abordados, as representações das crianças da Educação Infantil sobre o conceito de preservação/conservação do meio ambiente, num cruzamento com a Educação Ambiental, tendo como foco principal e embasador a teoria piagetiana. A Educação Ambiental aqui é tratada de maneira prioritária por serem levados em consideração os aspectos conceituais que dizem a respeito às questões relativas ao meio ambiente, e os valores referentes à sua proteção e melhoria de vida no planeta. Isto sugere atribuir significado àquilo que se apreende sobre o ambiente e sobre si mesmo. No ambiente escolar, esse significado é resultado da ligação que o aluno (criança) estabelece entre o que aprende e a sua realidade cotidiana, e da possibilidade de utilizar as representações dessa aprendizagem em outras situações.No entanto, realizar esta tarefa não é fácil, pois de acordo com Reigota (2004, p.76): "A compreensão do meio ambiente, enquanto interação complexa de configurações sociais, biofísicas, políticas, filosóficas e culturais parece distante de grande parte dos professores, visto a impossibilidade de estes incorporarem espontaneamente questões que perfazem a totalidade da problemática." É mais um grande desafio para os educadores que têm como objetivo trabalhar a Educação ambiental nas escolas de Educação Infantil. Nesse sentido, se por um lado existem os professores que associam a EA a uma disciplina específica, por outro, há os que a percebem como um projeto pedagógico conscientizador. A representação "conscientizadora" conferida a EA, não aparece aqui com a tarefa de introjetar nos alunos (crianças), apenas e indistintamente, a consciência que possibilite a preservação do meio ambiente, também entendida como preservação da natureza, mas de se tratar a EA como aborda Loureiro (2006), a partir de uma matriz que vê a educação como elemento de transformação social inspirada no diálogo, no exercício da cidadania, no fortalecimento dos sujeitos, na superação das formas de dominação capitalista e na compreensão do mundo em sua complexidade e da vida em sua totalidade. Através do cruzamento da EA com a EI, pretende-se compreender a formação de processos individuais e coletivos que contribuirão segundo Loureiro (2006, p.31) para: - A redefinição do ser humano como ser da natureza, sem que este perca o senso de identidade e pertencimento a uma espécie que possui especificidade histórica; - O estabelecimento, pela práxis, de uma ética que repense o sentido da vida e da existência humana; - A potencialização das ações que resultem em patamares distintos de consciência e de atuação política, buscando superar e romper com o capitalismo globalizado; - A reorganização das estruturas escolares e dos currículos em todos os níveis do ensino formal; - A vinculação das ações educativas formais, não formais e informais em processos permanentes de aprendizagem, atuação e construção de conhecimentos adequados à compreensão do ambiente e problemas associados. Assim sendo, retoma-se mais uma vez a necessidade de se repensar a Educação Ambiental como algo possível de se alcançar, em qualquer espaço. Tudo que foi exposto aqui pode parecer um sonho idealista, talvez sem condições de se realizar, mas como diriam alguns autores clássicos da ecologia política nos anos 60 e 70, "devaneios ilusórios e ingênuos é imaginar ser possível vivermos eternamente fazendo ajustes e reformas em uma sociedade desumana, alienante, que coloca a natureza como uma externalidade e o outro como objeto de consumo, mercadoria". 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS As informações contidas no presente trabalho, em seus diferentes capítulos, remetem o leitor à compreensão não somente da Educação Infantil como ruptura das práticas rotineiras do espaço escolar, mas, sobretudo, em se constituir como espaço de relevância ambiental, e com profissionais qualificados à realização de atividades voltadas, impreterivelmente, para a preservação/conservação do meio ambiente. Sem, portanto, a pretensão de esgotar o tema, amplo de investigação, o trabalho poderá contribuir para futuras pesquisas relativas ao mesmo. Esse estudo foi muito gratificante pela aprendizagem obtida, pois através da fundamentação teórica e de forma integrada com o conteúdo explorado, se obteve as mais diversas e categóricas opiniões dos teóricos presentes neste processo. Outra experiência adquirida neste trabalho foi o reconhecimento das dificuldades de se trabalhar questões tão polêmicas e importantes para a futura sustentabilidade do planeta. O tema, porém, gerou algumas contradições do ponto de vista educacional, até então expressadas de forma subtendida, quanto a sua extrema necessidade. Ou seja, ainda não se dava a devida importância para a realidade ambiental. A partir do aprofundamento da Educação Ambiental, de seus efeitos sobre a Educação Infantil e da opinião dos teóricos aqui abordados, ficou mais clara a intenção e o objetivo do tema pesquisado. Nesse sentido, é plena a satisfação de poder contribuir para as possíveis pesquisas futuras, voltadas para realização e legalização deste. Acredita-se ser possível mobilizar e viabilizar projetos que possam dar conta de um problema muito mais sério que um simples olhar para a Educação Ambiental ou para o futuro da sociedade brasileira através das crianças simplesmente. Cabe aqui ressaltar que tanto a Educação Ambiental, como a Educação Infantil poderão contribuir, juntamente, para a superação de muitos dos problemas atuais da sociedade como um todo. O ponto de partida para a busca da efetivação desta proposta deve integrar a Educação Ambiental à Educação Infantil, sem jamais deixar de lado a pretensão de que se quer alcançar. Esta pesquisa busca, contudo, desvelar o significado da relação entre redimensionar o papel da Educação Infantil como coadjuvante das relações sociais futuras; e da Educação Ambiental com simples ideais de construção de uma sociedade ecologicamente prudente, socialmente justa, culturalmente diversa, politicamente atuante e economicamente viável por exemplo. A partir de todo o conteúdo aqui analisado, avaliado e discutido, continua a insistência de caminhar em direção a uma educação que por ser uma prática social, expressa o modo de vivência e organização em sociedade, da compreensão do ser como parte da natureza, manifestando e potencializando os questionamentos e reflexões sobre a realidade, num processo de crítica e auto-crítica, de ações políticas e de conscientização coletiva. A participação dos teóricos aqui abordados tem extrema importância no que diz respeito ao próprio tema deste trabalho. Sentir o prazer do dever cumprido é uma satisfação utópica, desejar o novo, conscientes do contexto em que se vive, é sonhar com os "pés no chão". Tão somente é um prazer trabalhar com Jean Piaget, por exemplo, que abre as portas do conhecimento científico através de suas idéias sobre desenvolvimento humano, como citar os demais autores da Educação Ambiental, que enriqueceram esta pesquisa com suas sugestivas contribuições. Pensar a Educação Ambiental no contexto da Educação Infantil é dá início a uma discussão das condições de viabilização da inserção da Educação Ambiental no ensino formal, vinculando os aspectos teóricos, metodológicos e práticos dos conteúdos à reflexão sobre a estrutura curricular existente. De como promover uma redefinição do papel da Educação Ambiental, quanto as suas prioridades e estratégias, estabelecendo uma práxis revolucionária, transformando a partir das crianças, os futuros indivíduos de uma sociedade, ecologicamente oprimida, e de um planeta, conscientemente frágil, levando em consideração tudo que foi proposto neste trabalho. Por fim, à luz de tudo que foi apresentado e teorizado, se deixa alguns pontos para serem pensados com base para ações propositivas e autônomas, procurando contribuir para a consolidação da Educação Ambiental no currículo das séries iniciais, buscando não uma receita pronta para o surgimento de uma nova sociedade a partir das propostas aqui apresentadas, mas de se conquistar a certeza de que ser sujeitos no processo de transformação social e, sobretudo, ambiental, que torna a vida algo maravilhoso. É válido que críticas podem e devem ser feitas a este trabalho, no entanto, isso não invalida todo o esforço para que haja de fato uma mudança substancial nesse sentido. 6. REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna, 1989. BARROS, Aidil de Jesus Paes de e LEHFELD, Neide aparecida de Souza. Projeto de Pesquisa: Propostas Metodológicas. Petrópolis-RJ. Vozes, 2003. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais : terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1998. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Em campo aberto. São Paulo: Cortez, 1995a. _________________________. O que é educação? São Paulo: Brasiliense, 1995b. BUSSAB, V. S. R. 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