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Resumo Do Tratado De Fisiologia Médica. Autor: Guyton

Resumo do livro do guyton

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Tudo sobre AIDS " " " " " Aids " "Sinonímia " "Sida, síndrome de imunodeficiência adquirida " "Conceito " "Representa um estado avançado de imunodepressão, causado pelo vírus HIV, " "cujo mecanismo principal é a queda da contagem de linfócitos T CD4+ (CD4), " "para níveis inferiores a 20% do valor normal (ou seja, < 200 cels/mm3) " "Período de incubação " "Para a aids: 6-10 anos se não houver tratamento anti-retroviral. " "Agente Etiológico " "O vírus HIV pertence à família retroviridae, composta por quatro virús, " "HTLV I, II, III e IV. O HTLV III é o mesmo que HIV. Posteriormente, " "descobriram-se dois tipos de HIV (1 e 2) com predominâncias geográficas " "distintas e cada um deles com subtipos A, B, C, D e E. É constituído por um" "genoma RNA com capsídeo protéico e envoltório lipoproteico no interior do " "capsídeo. No RNA viral encontramos enzimas: a transcriptase reversa, a " "protease e outras responsáveis pela multiplicação viral, sobre as quais se " "baseiam os fundamentos da terapia antiretroviral atual. O envelope contem " "duas glicoproteinas – Gp120 e Gp41, que garantem a ligação do vírus à " "célula hospedeira. O HIV tem tropismo pelos linfócitos T helper, macrófagos" "e células dendrídicas. " "Manifestações Clínicas " "Primeira viremia (síndrome da soroconversão): ocorre, em média, da 2a. a " "4a. semana após a contaminação e em cerca de 30 a 35% das pessoas " "contaminadas e dura de 1 a 3 semanas. Pode manifestar-se como uma síndrome " "mononucleose-like, (sintomas de uma síndrome viral aguda: febre, adenopatia" "cervical, axilar e occipital, faringite eritematosa, rash cutaneo-mucoso, " "mialgia, artralgia, diarréia, cefaléia, náuseas, vômitos e " "hepatoesplenomegalia. As lesões cutaneo-mucosas são pequenas úlceras " "aftosas que podem ser observadas na boca, ânus e genitália. Junto com a " "viremia há uma queda abrupta do linfócito CD4 . Uma leucopenia transitória " "com linfopenia e posterior inversão CD4/CD8, pode ocorrer. A seguir, pela " "própria resposta biológica do organismo, o CD4 volta a subir e a " "multiplicação viral cai, permanecendo constante todos os dias e para " "sempre. O nível de multiplicação viral vai ditar a progressão (rápida ou " "lenta) para o que chamamos aids. " "Fase assintomática ou latente: 3 a 12 semanas do inicio da infeção, a " "maioria dos pacientes soroconverte (sorologia +). A imunidade humoral " "anti-HIV contem parcialmente a replicação viral fazendo a viremia cair e os" "níveis de CD4 aumentar, porém nunca aos níveis anteriores normais. Essa " "fase pode durar de 2 a 20 anos (em média 10 anos) e geralmente a contagem " "do CD4 é maior que 350 cels/mm3. " "Fase sintomática: Surge com a continuação da replicação viral que aumenta a" "viremia e faz o CD4 cair para valores entre 200-500 cels/mm3. Se " "caracteriza por imunodepressão leve a moderada com surgimento de algumas " "doenças oportunistas, afecções não-infecciosas ou neoplasias, durando, em " "média, de 2 a 3 anos. Caso o paciente não tenha acesso ao tratamento, a " "progressão piora. E, há uma queda ainda maior do CD4 para menos de 200 " "cels/mm3, determinando imunodepressão severa e surgimento de infecções " "oportunistas graves que culminam com a morte do paciente. Tem duração " "variável. " "Diagnóstico laboratorial " "Feito pela sorologia, ou seja pesquisa de anticorpos circulantes. A " "positividade sorológica geralmente ocorre entre 6 a 12 semanas da " "contaminação. Quase todos os pacientes infectados apresentarão sorologia " "positiva após 6 meses do contágio. Pode haver um período de janela " "imunológica, que corresponde aos primeiros 3 a 6 meses da infecção, onde o " "paciente pode transmitir o vírus mas sua sorologia ainda é negativa. A " "triagem é feita pelo método Elisa, que tem alta sensibilidade porém tem " "falhas de especificidade, devido a reações cruzadas com outros antígenos, " "possibilitando resultados falso-positivos. O teste confirmatório é o " "Western-Blot, com alta sensibilidade e altíssima especificidade, que " "permite determinar os casos verdadeiro-positivos. " "Avaliação dos métodos diagnósticos " "Elisa: fácil execução e menor preço, com especificidade e sensibilidade > " "99%. Resultados falso-negativos podem ocorrer no período imediatamente após" "a infeção e, raramente , em estágios muito avançados. Resultados positivos " "tem valor preditivo positivo próximo a 100% em indivíduos com quadro " "clínico e/ou história epidemiológica compatíveis. " "Imunofluorescência: simples realização, porém de difícil padronização, com " "sensibilidade equivalente a do Western-Blot. A positividade da IF tem valor" "preditivo positivo próximo a 100% quando mais de um Elisa é positivo. Porém" "está sujeito a viés de observador. " "Western-Blot: permite a identificação de anticorpos específicos contra " "diferentes proteínas virais. Seu valor preditivo positivo é praticamente de" "100% quando há anticorpos contra pelo menos uma proteína de cada um dos " "três principais genes de HIV. O resultado é indeterminado quando somente " "são identificados anticorpos contra produtos de um ou dois genes, embora a " "probabilidade de falso-positivo diminua quando ao menos um dos anticorpos é" "reativo contra uma das proteínas do envelope viral (gp41, gp120, gp160). " "Exame Especificidade % " "Sensibilidade % " "Elisa 99 " "99,5 " "Western-Blot 99,7 " "> 99 " "Imunofluorescência 99 " "> 99 " "Tratamento " "Pode ser feito através da associação de diferentes classes de drogas " "antiretrovirais – inibidores da transcriptase reversa análogos de " "nucleosídeos, inibidores da transcriptase reversa não-análogos de " "nucleosideos e inibidores de protease. As duas primeiras classes de " "anti-retrovirais agem inibindo a transcriptase reversa, impossibilitando " "assim que o RNA viral se transforme em DNA e se integre ao genoma celular, " "ou seja, o vírus não consegue mais infectar a célula. Os inibidores de " "protease impedem a maturação das proteínas virais – a partícula viral " ""filha" não é mais capaz de infectar outras células. A terapia deve sempre " "ser começada com três drogas, de classes variadas. Todavia, sabe-se hoje " "que seu início não é uma emergência. " "Complicações " "São decorrentes da imunodepressao ocasionada pela infecção viral (infecções" "oportunistas, neoplasias, síndrome consuptiva) e pelas reações adversas a " "terapia com os antiretrovirais (hepatotoxicidade, neuropatias, " "pancreatites, etc) " "Diagnóstico diferencial " "Deve ser feito com todas as doenças capazes de se manifestarem como uma " "síndrome de mononucleose: citomegalovirose, rubéola, toxoplasmose, " "hepatite, sífilis (principalmente na fase de roséolas). " "Observações " "* A transmissão pode ocorrer por transfusão sangüínea, acidente com " "material perfuro-cortante, uso compartilhado de seringas e agulhas, contato" "sexual e perinatal (transplantária, durante o parto e durante o aleitamento" "materno) " "* A transmissão materno-fetal pode ser diminuída drasticamente se terapia " "antiretroviral for feita na gravidez, principalmente no momento do " "nascimento. A cesárea eletiva é hoje a melhor via de parto. Pois, baixa " "mais ainda a transmissão para o feto. O Aleitamento materno é formalmente " "contra-indicado. " "* Como em toda e qualquer ação médica, o aconselhamento para pré e pós " "teste e adesão ao tratamento, não podem ser esquecidos. " "* Na página www.aids.gov.br pode-se consultar a lista das doenças " "definidoras de aids, as principais doenças oportunistas, consensos " "terapêuticos, procedimentos na gravidez... " "* O tratamento deve ser conduzido por médico experiente, preferencialmente " "integrado em equipe multidisciplinar. " "* Candidíase oral, mesmo que pequena, em pessoa HIV + , qualquer que seja a" "quantidade de CD4, merece iniciar anti-retrovirais. " Vítimas ilustres Rock Hudson (1925-1985) Galã de cinema que espantou o mundo ao assumir que era gay Herbert de Souza (1935-1997) Betinho, como era conhecido, lutou pelos direitos dos portadores Renato Russo (1960-1996) Vocalista do Legião Urbana nunca assumiu que tinha Aids Freddie Mercury (1946-1991) Líder do Queen foi considerado uma das melhores vozes do rock Como salvar o bebê Drogas evitam contaminação O risco de transmissão do vírus da Aids da mãe para o filho diminuiu para 8% depois que se descobriu o tratamento com remédios. Sem o AZT, o risco é de 20% a 25%, diz Marinella Della Negra, do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. Os médicos aconselham todas as mulheres grávidas a fazer exame de HIV. E pedem para aquelas contaminadas pelo vírus pensar muito antes de engravidar. "O risco é menor com o remédio, mas ainda existe", diz Marinella. Anote Para navegar http://www.aids.gov.br http://www.unaids.org Para ler Manual de HIV/Aids, Márcia Rachid e Mauro Schechter. Revinter. Rio de Janeiro. 1999 Aids Doctors: Voices from the Epidemic, Ronald Bayer e Gerald M. Oppenheimer. Oxford University Press. 2000 The River: A Journey to the Source of HIV, Edward Hooper. Back Bay Books. 1999 Para assistir Filadélfia (Philadelfia), EUA, 1993, Jonathan Demme (diretor) E a Vida Continua (And the Band Played On), EUA, 1993, Roger Spottiswoode (diretor) Verdades e mentiras Muita coisa já se disse sobre a Aids, mas nem todas têm fundamento. Veja alguns mitos comuns Beijo na boca transmite Aids Mentira Não há evidências concretas que provem que a saliva seja um meio transmissor do HIV. A saliva contém substâncias, como enzimas e anticorpos, que eliminam a pouca quantidade de vírus que se encontra na região da boca Mulheres são mais vulneráveis ao vírus do que homens Verdade A mulher tem um risco maior de contrair HIV do parceiro do que o contrário. A mulher recebe o sêmen do homem e tem uma mucosa vaginal (tecido que reveste a região) maior. A mucosa feminina também é mais absorvente do que a do homem. O risco de uma mulher contrair o vírus é quatro vezes maior que no homem durante uma relação heterossexual O vírus da Aids muda tanto que nunca se poderá obter uma vacina Mentira Isso apenas dificulta a fabricação de uma vacina. O truque é usar como alvo do imunizante uma parte do vírus que não muda. Há outras estratégias que estão sendo usadas, como a fabricação de anticorpos que inibem o receptor CCR5, característica que tem sido observada em pessoas resistentes ao HIV Quem doa sangue corre o risco de se contaminar com o HIV Mentira Não há possibilidade de uma pessoa contrair o HIV durante a doação de sangue. O risco de doar é o mesmo e retirar amostras de sangue para um exame clínico. Se o material usado durante o procedimento for estéril, não há perigo. Pessoas que recebem transfusão podem se contaminar com sangue infectado, caso o material não tenha sido testado pelos bancos de sangue Pode demorar anos até a pessoa perceber que foi contaminada pelo vírus da Aids Verdade Uma pessoa infectada pelo HIV-1 pode levar de 9 a 11 anos para desenvolver Aids. Felizmente, hoje, com o grau de informação, as pessoas são testadas e descobrem que são portadoras pouco depois de se infectarem. O HIV-2, encontrado principalmente na África e em alguns países da Europa, leva cerca de 20 anos para causar o colapso do sistema de defesa e desenvolver Aids Existe a possibilidade de o HIV não ser a causa da Aids Mentira A hipótese foi defendida pelo cientista Peter Duesberg, no começo dos anos 90, quando se sabia pouco sobre a doença. Hoje, já existem até fotos do HIV destruindo as células e fabricando novos vírus. Também já se pode contar o HIV no sangue e associá-lo ao progresso da infecção. São provas concretas e inquestionáveis de que o HIV é a causa da epidemia Algumas pessoas são resistentes ao vírus Verdade Há pessoas que não se infectam, mesmo quando são expostas ao HIV. Descobriu-se que isso acontece por não possuírem um receptor (proteína) chamado CCR5, um tipo de "fechadura" que fica na superfície das células de defesa. O HIV tem a chave para essa "fechadura" com a qual costuma entrar na célula. Sem o CCR5, ele "bate com o nariz na porta" e não dá início à infecção. Há outras razões que podem explicar a resistência ao vírus, mas ainda precisam ser mais bem estudadas Não existe Aids na África. O problema lá é causado pela fome, pobreza e outras doenças endêmicas Mentira A fome, a pobreza e doenças endêmicas apenas ampliaram o grau da epidemia de Aids que afeta a África. Não são a causa da epidemia. Tanto que a expectativa de vida depois da Aids caiu drasticamente.O mesmo não foi observado em situações de fome, pobreza e de doenças endêmicas que há vários anos atinge aquele continente Animais não são contaminados pelo vírus Mentira Há um tipo de vírus, uma cepa do HIV-1, que é encontrado em macacos Pan troglodytes troglodytes. Além do SIV, esses macacos também têm o HIV-1, porém não é o mesmo que infecta o homem. Imagina-se que o macaco passou para o homem o HIV-1 modificado, que evoluiu e assumiu a sua forma atual. Os macacos, não entanto, não desenvolvem a doença Consultores: Artur Kalichman- coordenador do Programa Estadual de DST-Aids de São Paulo Mauro Schechter- chefe do Laboratório de Pesquisa de Aids no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ Ricardo Sobhie Diaz - diretor do Laboratório de Retrovirologia da Universidade Federal de São Paulo 12/02/2009 - 17:09 HIV desaparece com transplante de medula (BR Press*) – Um norte-americano de 42 anos, infectado pelo HIV, o vírus da Aids, por uma década, está livre do mesmo, desde que foi submetido a um transplante de medula óssea há dois anos, em decorrência de leucemia. O homem é o primeiro a ser "curado" da Aids em todo o mundo e seu caso foi publicado nesta quinta (12/02), no The New England Journal of Medicine.   A publicação diz que "o caso aponta para um caminho inovador para que as pessoas se livrem do vírus e dos efeitos colaterais dos remédios". O transplante – de um doador aparentemente resistente genéticamente ao HIV – foi feito por médicos do hospital Charité Hospital, que fica em Berlim.   Complicado   Dr. Gero Hutter, hematologista que coordenou o transplante, disse que achar o doador certo de medula óssea e fazer o procedimento ainda são muito complicados e de alto risco para serem adotados como tratamento de rotina. No entanto, a descoberta traz a possibilidade de utilização da terapia genética para controle e erradicação do vírus.   Os antiretrovirais que o homem em questão tomou por quatro anos antes de ter leucemia – custam cerca de €70 mil por ano e o transplante cerca de €30 mil, na Europa. Dr Hutter declarou: "Quando eu comecei na medicina, o HIV era completamente intratável. Agora, a situação mudou completamente. Talvez nossa descoberta seja uma gota de esperança para o futuro."   (*) Com informações do jornal The Independent. As alucinantes noites dos camicases 01/10/08 Um novo perfil de paciente chega ao consultório dos infectologistas: jovens com menos de 25 anos que, embalados por álcool e drogas, deixam a camisinha de lado e se contaminam com o HIV O coquetel do dia seguinte 27/02/08 Jovens que fazem sexo sem proteção agora recorrem ao uso profilático de remédios contra a aids