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Resumo Aborto

aborto

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    December 2018
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Aborto 1- Considerações Gerais Inicialmente, o crime de aborto não era considerado uma pratica a que devesse ser repreendida pois o feto fazia parte do corpo da mulher e com esse entendimento tinha-se livre a intervenção na gravidez desde que os meios utilizados não fossem substancias capazes de prejudicar a saúde da mulher gestante adotando o principio, partus antequam edatur mullieris pars est vel vicerum. A pratica delitiva de aborto era freqüente. Com o reinado do imperador Septiminius Severus (193-211 d.C.) o aborto passou a ser censurado por se tratar da frustração de expectativas do homem à descendência. Nesse momento são aplicadas as seguintes penas considerando os agentes e os elementos subjetivos do tipo identificado: "Se praticado pela própria mãe "Desterro " "Por terceiro "Daminatio in metallum, desterro " " "relegatio ou confiscatio " "Com o propósito de lucro · "Morte " Sob a influência do Cristianismo, a reprovação ao crime de aborto aumenta consideravelmente, igualando-se ao crime de homicídio. É uma das formas de extinguir a vida humana. o direito canônico sustentava a reprovação do aborto pela perda da alma do nascituro que morria sem ser batizado. "Aborto <=> Homicídio " Na idade media, destacamos Santo agostinho e São Basílio com suas teorias teológicas aquele, animado pelos ensinamentos aristotélicos, compreendia que o aborto passaria a ser considerado crime se o feto fosse "animado" condição atingida por volta de quarenta ou oitenta dias após a concepção dependo do sexo, masculino ou feminino, São Basílio (374 d.C.) desconsidera o fato anímico e o aborto provocado sempre seria criminoso não havendo distinção entre o feto animado (foetus animatus) e o feto inanimado (foetus inanimatus). Em 1869 o papa Pio IX estabeleceu a não existência de diferença entre o animus fetal estabelecendo penas idênticas para o feto animado ou não. com o Iluminismo a equiparação do crime de aborto ao crime de homicídio abandonada sendo postulada a adequação da pena aplicável a essa espécie delituosa. Código Penal de 1830 O nosso código penal de 1830 não tipificava a modalidade de aborto provocado pela própria gestante ou auto - aborto nesse conjunto penal, o fornecimento de meios abortivos eram considerados delitos. Código Penal de 1890 No código de 1890 havia a distinção entre aborto provocado com a expulsão do feto do procedimento em que o feto não deixa o ventre materno, sendo aquele penalizado mais severamente, nesse diapasão, se dos meios utilizados ou causada a morte da mãe, as penas deveriam ser aumentadas. A pratica do auto – aborto é tipificada, porém se o aborto é provocado com o fim de ocultar desonra própria a pena é atenuada. Em Síntese o a) o feto é parte da mulher e esta pode dispor do produto da concepção; o b) a vida do feto não é um bem jurídico individual, mas um interesse da sociedade a ser protegido em alguns casos; o c) a pena não logra evitar as praticas abortivas; o d) o aborto é uma lei de exceção endereçada as classes sociais mais pobres; o e) é necessário proteger a vida e a saúde das numerosas mulheres que recorrem ao aborto clandestino. o f) atualmente grande parte das legislações do mundo tem o aborto como forma tipificada, porém em outros como Itália, está descriminalizada. 2- Bem Jurídico Protegido e Sujeitos do Delito O inicialmente, o homem na busca de satisfazer suas necessidades procurou associar-se a outros indivíduos. No principio buscava defender-se das dificuldades enfrentadas na disputa de espaço na natureza e buscando auto – satisfação, dando inicio as sociedades. Como nunca foi tranquila a vida em sociedade e em todos os momentos da historia podemos constatar esse evento, inclusive nos dias atuais, as disputas em defesa de seus bens é fundamental nesse contexto, o bem fundamental, vida, passou por inúmeras mudanças. Todos os seus bens o homem busca preservar. Dentre eles destacamos a vida humana como o bem mais importante e que precisa ser defendida, inclusive pelo uso dos mecanismos de auto defesa, se necessário for. A vida do ser humano em formação tem seus direitos garantidos desde o momento da concepção, Art. 20 CC02 segunda parte, também é uma garantia constitucional Art. 50 caput, CF, nesse sentido, quando nos deparamos com um crime de aborto tendemos a buscar logo fazer a identificação do bem jurídico atingido para em seguida com as ferramentas adequadas proteger o indivíduo indefeso e dependente diretamente de outro para completar seu estagio de formação. Crime material, na pratica de aborto apenas o produto da concepção não será sujeito ativo da relação, por conseguinte, a gestante será o sujeito ativo no caso de auto aborto ou aborto consentido transferida para o pólo passivo se for praticado sem seu consentimento, ponto que entra naquela relação direta que há entre a mãe e o filho a terceira forma tipificada, onde pessoa estranha interfere na gestação. A comunidade ou o Estado não são sujeitos passivos do crime de aborto. O bem jurídico protegido, a vida humana, merecendo a proteção dada, por excelência, é um bem individual. Bem Jurídico Protegido e Sujeitos do Delito: "Bem Jurídico "Vida " "Sujeito"O produto da concepção (logo após a "Auto - aborto " "passivo"nidação) " " " "Gestante e o feto "Aborto não " " " "consentido " "Sujeito"A gestante "Aborto consensual " "ativo " " " " "Terceiro que pratica o aborto "Aborto não " " " "consentido " " " "Aborto consentido " Tipicidade Objetiva O aborto consiste na morte do nascituro (vida inter ventrum), ou seja, importante que produto da concepção deve estar dentro do ventre materno, independente de a interferência ter operado no sentido de causar a expulsão do feto da cavidade uterina ou não, o aborto como crime material exige um resultando no mundo externo e sua consequência é o fim da vida intra- uterina. Se os meios utilizados forem aplicados para causar a morte do feto após o parto caracterizará outra espécie delitiva (infanticídio se causado pela mãe logo após o parto, obrigatoriamente ela deve estar em estado puerperal; homicídio causado por terceiro ou pela mãe, fora do estado puerperal). Imprescindível a prova da morte provocada ou melhor dizendo, que o feto estava vivo dentro do útero e que a gestação seja normal, independente de seu estágio de desenvolvimento, descartados os casos de gestação tubária, intersticial, ovárica ou tubo-ovárica. O objeto protegido é a vida, logicamente se o ser inter ventrum não encontra-se vivo ou se não é viável pela imaturidade de feto ou qualquer outra causa em que as manobras abortivas não atuaram decisivamente para extinguir a vida, encontraremos um caso de descriminalizante onde a ação não se amolda ao tipo aborto, por absoluta impropriedade do objeto. Requisitos da Tipicidade Objetiva: "Vida inter ventrum " "Gravidez normal ou viável " "Objeto material " "Nexo de causalidade " "Tempo "Qualquer "Aborto ovular (dois primeiros meses) " " "fase da " " " "gestação " " " " "Aborto embrionário (30 ao 40mês) " " " "Aborto fetal (50 mês de gravidez em diante) " "Termo inicial para a "Nidação " "pratica de aborto " " "Termo final "Início do parto " "Delito de forma livre " "Meios " "Químicos ou"Inorgânicos "Ácidos minerais, compostos de sódio, potássio, " "bioquímicos" "ferro, mercúrio etc. " "(induzidos " " " "no " " " "organismo) " " " " "Orgânicos "animais "Cantarída, pituitária. " " " "vegetais"Alcalóides, venenos hemáticos ou " " " " "purgativos etc. " "físicos "Mecânicos "Diretos "Curetagem, sucção uterina " " " "Indireto"Esforço físico, quedas " " " "s " " " "Térmicos "Gelo ou compressas de água quente " " "Elétricos "Choque elétrico por maquina estática " "Psíquicos "Sustos, sugestões, choques morais, provocação de terror etc. "