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INSTITUTO MACAPAENSE DE ENSINO SUPERIOR
CURSO DE PSICOLOGIA
THAYNA RAYSA COSTA E SILVA
PERSPECTIVAS PARA CONCEITUAÇÃO DE DEFICIÊNCIA
MACAPÁ-AP
2011
INSTITUTO MACAPAENSE DE ENSINO SUPERIOR
CURSO DE PSICOLOGIA
THAYNA RAYSA COSTA E SILVA
PERSPECTIVAS PARA CONCEITUAÇÃO DE DEFICIÊNCIA
Trabalho apresentado à
disciplina de Psicologia e Portadores
de Necessidades Especiais, da turma
P10NA, como requisito de avaliação
parcial do SAB, sob orientação da
professora Adriana Ribeiro.
MACAPÁ-AP
2011
CONCEITUANDO A DEFICIÊNCIA
Na área da deficiência existem imprecisões dos conceitos, com
variações relacionadas ao modelo médico e ao modelo social. A preocupação
dos profissionais na área da saúde em estabelecer uma classificação das
doenças é desde o século XVIII, mas somente na VI Revisão da Classificação
Internacional de Doenças (CID-6) que foram feitas tais referências.
Ao rever vários conceitos de deficiência, duas tendências apresentam-
se de um modo destacado. Um dos conceitos mais tradicionais e influentes
como o da American Association on Mental Retardation, nas suas várias
revisões refere-se exclusivamente á deficiência mental e caracteriza como
algo que está na pessoa deficiente.
"Mesmo com a introdução dos critérios de comportamento adaptativo, a
partir da revisão de Heber (1961), ainda a deficiência é vista como
localizada na pessoa deficiente. (OMOTE, p. 127)"
A concepção da deficiência como algo que está inerente presente no
organismo e no comportamento da pessoa identificada como deficiente e sua
delimitação em função de áreas supostamente distinta de comprometimento
implicam automaticamente um modo especifico de se lidar com as
deficiências. Cria–se a ilusão de homogeneidade entre membros pertencentes
a uma mesma categoria e de muita diferença entre eles e os membros de
qualquer categoria.
Os portadores da síndrome de Down podem ser visto sendo
muito parecidos uns com os outros e, o que pior, vistos
como tendo basicamente as mesmas necessidades e
possibilidades, o que até pode ser usado para justificar a
padronização de atendimentos a eles dispensados. (OMOTE,
p. 129)"
A audiência passa a se configurar como uma parte integrante e crítica
do próprio fenômeno das deficiências. Uma presença imprescindível para
definir uma condição como sendo deficiente é a audiência. A definição de
deficiência perde o caráter oficial e universal, passa a ser
contingencional. As pessoas começam a compreender que alguém é deficiente
somente em um contexto temporal, espacial e socialmente determinado,
começam a compreender que é necessário especificar os critérios os quais
ele é deficiente.
"As posições teóricas que insiste em localizar a
deficiência do individuo têm dificuldade para lidar com as
disparidades entre o conceito de deficiência, concebida
como redução em alguma capacidade ou desempenho, e as
características efetivamente apresentadas por pessoas
identificadas e tratadas como deficientes.(OMOTE 1994 apud
OMOTE, p. 129)"
Pelo fato de que essas pessoas com necessidades especiais necessitam
de maiores cuidados, recursos e de estruturas que possibilitem a eles uma
vida mais digna, não significa que são inferiores às demais pessoas, e que
por isso estão em desvantagens, eles necessitam desses recursos para que
aos poucos e com o apoio de todos se tornem independentes, e possam ter uma
melhor convivência no meio social.
Na IX assembléia da OMS em 1976 surgiu uma conceituação, sendo sua
tradução a Classificação Internacional de deficiências, incapacidades e
desvantagens: Um manual de classificação das conseqüências das doenças
(CIDID) publicada em 1989. Que estabelece com objetividade, abrangência e
hierarquia de intensidades, uma escala de deficiências com níveis de
dependência, limitação e seus respectivos códigos.
Deficiência: perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente. Incluem-se nessas a
ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda de um membro, órgão, tecido ou
qualquer outra estrutura do corpo, inclusive das funções mentais.
Incapacidade: restrição, resultante de uma deficiência, da habilidade
para desempenhar uma atividade considerada normal para o ser humano.
Desvantagem: prejuízo para o indivíduo, resultante de uma deficiência
ou uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho de papéis de acordo
com a idade, sexo, fatores sociais e culturais Caracteriza-se por uma
discordância entre a capacidade individual de realização e as expectativas
do indivíduo ou do seu grupo social.
Rieser (1995), analisou as diferenças entre o modelo médico e o social
de incapacidade. Apontou que: o modelo médico enfatiza a dependência,
considerando a pessoa incapacitada como um problema, e o modelo social
atribui as desvantagens individuais e coletivas das pessoas com deficiência
principalmente à discriminação institucional. Sugeriu que a solução para a
incapacidade estaria na reestruturação da sociedade.
A limitação funcional descreve a alteração em uma função sem se
importar com o seu propósito e intenção. A incapacidade envolve as
diferenças culturais em sua determinação, ou seja, uma dada limitação
funcional pode ser considerada ou não uma incapacidade dependendo do
contexto cultural.
"Torna-se pertinente a proposta de Stephens & Hétu de incluir na
avaliação da condição de incapacidade as impressões do indivíduo sobre suas
dificuldades, que podem ser apreendidas por meio de entrevistas,
questionários, testes ou outros instrumentos. (AMIRALIAN, p. 101)"
O conceito de desvantagem tem sido o mais problemático. Um dos motivos
é que ele difere dos conceitos propostos por classificações do tipo CID,
pois os seus itens não estão centrados prioritariamente no indivíduo ou em
seus atributos, mas nas condições do meio social que o afetam.
Não se conhece, no Brasil, propostas alternativas em relação à CIDID,
entendendo-se que ela foi aceita integralmente
"Considera-se importante que as discussões e propostas não
se restrinjam à terminologia, mas possam avançar, conforme
sugerido por Chamie4, tanto na orientação quanto no uso da
CIDID para diversos modelos teóricos e tipos de
deficiências, incapacidades e desvantagens. (AMIRALIAN, p.
101)"
A terminologia científica é importante e necessária para que o grupo
de pessoas que apresenta deficiências receba maior atenção. A deficiência
seria definida em relação a atividades especificas e a redução da
deficiência poderia ser buscada mediante o aumento da capacidade pessoal e
ou/ a redução da demanda. Não significa reduzir os níveis de exigência, mas
adequar a atividade ás condições de realização da pessoa, em vez de apenas
exigir que as pessoas identificadas como deficiente se ajuste ao ambiente,
procura-se ajustar o ambiente também a natureza deles.
São utilizadas muitas terminologias por meio de preconceitos,
discriminações, estigmas, rotulações, segregações, que são direcionadas a
essas pessoas por obterem algum tipo de deficiência. Desta forma são
consideradas fora do padrão "normal" de ser humano.
Pessoas com necessidades educativas especificas são seres humanos
capazes e dotados de inúmeras possibilidades, com um grande potencial a ser
trabalhado. Não devem ficar isolados das outras pessoas, mas para isso de
fato acontecer, a sociedade tem que saber "mais"a respeito das pessoas com
necessidades especificas, ter mais informações sobre suas limitações e suas
capacidades assim tirar o rotulo de coitadinhos que nada podem fazer e os
pré-conceitos serem eliminados.
É muito importante que as grades curriculares das instituições de
ensino superior incluam principalmente nas áreas de saúde e educação a
disciplina de pessoas com necessidades especificas, para desde já as
profissionais tenham o conhecimento e mude os pré-conceitos, e percebam a
importância de sua atuação com as pessoas com necessidades especificas
dentro da sua área escolhida.
REFERÊNCIAS
AMIRALIAN, Maria. et al. Conceituando Deficiência. vol.34 n.1. São Paulo:
Revista de Saúde Pública, 2000.
OMOTE, Sadao. Perspectivas Para Conceituação De Deficiência. Londrina:
Revista Brasileira de Educação Especial, 1996.