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Relatório Estágio Na Aqualit Saneamento S.a.

Relatório de estágio em laboratório físico-químico de análise de águas.

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LETÍCIA LIMA DAS CHAGAS Relatório de estágio realizado na empresa AQUALIT Tecnologia em Saneamento S/S LTDA. Química Agroindustrial Goiânia Mar/2012 RESUMO O estágio curricular obrigatório foi realizado no laboratório físico- químico da empresa AQUALIT Tecnologia em Saneamento por um período de seis meses. As atividades desenvolvidas nesse período foram a realização de ensaios laboratoriais em amostras de água que auxiliam na determinação da qualidade da mesma. Foi possível vivenciar a rotina de um laboratório, a limpeza e organização das bancadas, vidrarias, equipamentos, reagentes e amostras, assim como a forma correta de manuseá-los de forma a não comprometer resultados e evitar acidentes. O período de realização de estágio foi importante para adquirir experiência profissional contribuindo não só para o desenvolvimento intelectual, mas também pessoal. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2 2. IDENTIFICAÇÃO 2 1.1. Identificação do aluno 2 1.2. Identificação da empresa 3 3. OBJETIVOS 3 4. HISTÓRICO DA EMPRESA 3 5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 4 1.3. Teor de cloreto 5 1.4. Oxigênio dissolvido 6 1.5. Alcalinidade 6 1.6. Dureza total 7 1.7. Teor de ferro total e solúvel 7 1.8. Teor de flúor 8 1.9. Turbidez 8 1.10. Cor verdadeira e aparente 8 1.11. Valor de pH 9 1.12. Condutividade 9 6. REFERENCIAL TEÓRICO 9 7. CONCLUSÃO 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15 INTRODUÇÃO O estágio constitui uma das etapas mais importantes durante uma graduação. Como ressalta o 2º parágrafo do artigo 1º da Lei do estágio, por meio dele é possível integrar ao estudante o aprendizado de competências próprias da atividade profissional juntamente com a contextualização curricular (BRASIL, Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, 2008). O presente relatório descreve as atividades desenvolvidas durante o estágio curricular obrigatório realizado na empresa AQUALIT Tecnologia em Saneamento S/S LTDA durante o período entre 01 de agosto a 22 de dezembro do ano de 2011, totalizando uma carga horária de 400 horas que é requisito para aprovação e obtenção do diploma do curso superior de Tecnologia em Química Agroindustrial oferecido pelo Instituto Federal de Goiás (IFG) – Campus Goiânia. O estágio em questão foi realizado, especificamente, no laboratório físico-químico onde é feito análises de amostras de água. IDENTIFICAÇÃO 1. Identificação do aluno Nome: Letícia Lima das Chagas Endereço: rua 6, qd 810, lt 14, C-1, Setor Vila Santa Isabel, Goiânia- GO. Telefone: (62) 3261-2048 Período: 7º período com previsão de término do curso para 2013/1 ___________________________________________ Letícia Lima das Chagas 2. Identificação da empresa Nome: Aqualit Tecnologia em Saneamento S/S LTDA CNPJ: 01.657.265/0001-20 Endereço: rua 203, qd I, lt 35, nº187, Setor Leste Universitário, Goiânia-GO. Telefone: (62) 3218-6245 Site: http://www.aqualit.com.br Responsável: Thaissa Machado Elias ___________________________________________ Thaissa Machado Elias OBJETIVOS O objetivo geral deste relatório está em descrever as atividades desenvolvidas durante o estágio realizado no laboratório físico-químico da empresa AQUALIT. Os objetivos específicos são: mostrar um pouco da trajetória assim como também informações relevantes a respeito da empresa; descrever o laboratório físico-químico, mostrando quais análises foram realizadas, assim como também o seu procedimento; mencionar as medidas de segurança seguidas para o manuseio de reagentes e realização de análises. HISTÓRICO DA EMPRESA A empresa AQUALIT Tecnologia em Saneamento atua desde 1997 em sede própria localizada na rua 203 no Setor Leste Universitário em Goiânia-GO na prestação de serviços de ensaios laboratoriais químicos, físicos e biológicos para análises de diferentes tipos de amostras para a determinação da qualidade de alimentos, água, efluente, entre outros. A empresa conta com uma equipe técnica especializada, formada por profissionais da área de bioquímica, química, engenharia de alimentos, biologia, gestão ambiental, saneamento, administração e marketing, e com uma estrutura laboratorial com mais de 400 m² de área construída especialmente preparada para abrigar um laboratório. A empresa conta ainda com parcerias com Instituições de Ensino Superior onde acolhe estagiários nessa área de atuação onde permite que os alunos possam aprender e adquirir experiência profissional. A Aqualit realiza os serviços de coleta e análise da qualidade da água para os seguintes fins (http://www.aqualit.com.br/site/Index.do): Comprovar a potabilidade da água para consumo humano Caracterização da águas para ser envasadas e utilizado para fabricar gelo Controle microbiológico de qualidade de águas minerais e naturais Controle da qualidade da água para o uso em diálise Comprovar a potabilidade e a Purificação de Água para uso Magistral Caracterizar as condições de balneabilidade Avaliação e monitoramento da qualidade da água superficial para o enquadramento de corpos d'águas Avaliação e monitoramento dos impactos ambientais em ecossistemas aquáticos. Avaliação do potencial mineral de minas e poços artesianos. Determinar a dosagem adequada de produto químico para definição de Tratamento de Água. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS O laboratório físico-químico da empresa AQUALIT é responsável pela realização de ensaios em amostras de água. A realização desses ensaios se faz necessário para a comprovação da qualidade da água verificando se atendem normas e portarias conforme a utilização que se pretende destinar. O laboratório físico-químico é equipado com diversos aparelhos de qualidade para o uso em análises, vidrarias, reagentes e itens de segurança, como capela para manusear reagentes perigosos, lava-olhos, etc. O acesso ao laboratório é apenas para pessoal autorizado e munido de equipamentos de proteção individual (EPI's) como jaleco, luvas de látex, óculos e máscaras quando necessário. O estágio realizado consistia em desenvolver essas análises em diferentes tipos de amostras, podendo ser brutas ou tratadas, coletadas de corpos d'água (rios, córregos, mananciais, poços, etc.), caixas d'água, bebedouro, águas industriais, água de piscina, água de osmose reversa (farmácia, hemodiálise), entre outras. Geralmente, os ensaios realizados eram a série físico-química completa que consistia nas seguintes análises: Teor de cloreto; Oxigênio dissolvido. Alcalinidade; Dureza; Teor de ferro (total e/ou solúvel); Flúor; Turbidez; Cor aparente/verdadeira; pH; Condutividade; Para esses tipos de ensaios as amostras eram coletadas e armazenadas em frascos físico-químicos de 1000 mL feitos de material polietileno e refrigeradas para a preservação das amostras, logo após que chegavam, as análises eram executadas. Os ensaios realizados obedecem a rígidos padrões de qualidade, certificado pela norma NBR ISO 17.025 e seguem metodologias validadas e reconhecidas internacionalmente pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. (AQUALIT, 2012). 3. Teor de cloreto Para a obtenção do teor de cloreto presente na amostra era feito uma titulação com nitrato de prata (AgNO3) em presença de cromato de potássio (K2CrO4) como indicador. A metodologia consistia em medir 100 mL da amostra em uma proveta transferindo esse volume para um erlenmeyer. Em seguida pipetava-se 1 mL do indicador cromato de potássio e titulava com nitrato de prata a 0,0141M até a mudança de cor de amarelo para um vermelho cor tijolo. O volume gasto de nitrato de prata era anotado para futuros cálculos. 4. Oxigênio dissolvido A análise de oxigênio dissolvido é uma determinação indireta da presença de matéria orgânica que é obtido baseado na quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica presente na amostra. Para isso era analisada a quantidade de permanganato de potássio (KMnO4) oxidado em meio ácido catalisado pelo calor. Para a realização desse ensaio é medido 100 mL da amostra em uma proveta transferindo em seguida para um erlenmeyer. Pipeta-se 3 mL de ácido sulfúrico 1:3 com mais 3 mL de permanganato de potássio 0,0125N o que confere à amostra uma cor fúcsia. Em seguida, deixa-se a amostra digerindo por 30 minutos em banho-maria, após esse tempo, pipeta-se 3 mL de oxalato de sódio 0,0125N. A amostra que antes tinha uma cor fúcsia, após a adição do oxalato de sódio retorna a cor transparente. Então, titulava-se a amostra com permanganato de potássio até atingir uma coloração rosa claro anotando o volume gasto de reagente. 5. Alcalinidade A determinação da alcalinidade é uma análise que indica a quantidade de íons capazes de neutralizar um ácido até um certo valor de pH. Portanto, o ensaio consiste em uma reação de neutralização com a utilização de dois tipos de indicador ácido-base. A metodologia desse ensaio consistia em medir 100 mL da amostra em uma proveta e transferir para um erlenmeyer e adicionar duas gotas de fenolftaleína. A fenolftaleína é um indicador que confere uma coloração rosa-choque à solução aquosa que possui o pH maior que 8,3. Por isso, após a adição da fenolftaleína, certas amostras ficavam com coloração rosa e outras não. As que ficavam eram tituladas com ácido sulfúrico 0,02N até que a coloração desaparecesse ficando incolor a amostra e anotava-se o volume de ácido gasto nessa primeira titulação. Em seguida, adicionavam-se duas gotas de verde de bromocresol. O verde de bromocresol é um indicador que confere a amostra uma cor azul quando em soluções com pH maior que 4,5. Então, titulava-se novamente a mesma amostra com ácido sulfúrico 0,02N até a mudança de cor de azul para uma cor salmão e anotava-se o volume de ácido gasto. Nas amostras que não coloriam após a adição da fenolftaleína (pH < 8,3), era adicionado o verde de bromocresol e feito apenas a segunda titulação. A soma do volume de ácido gasto nas duas titulações corresponde ao volume total de ácido necessário para neutralizar a amostra. 6. Dureza total A dureza total corresponde a concentração de íons de cálcio e magnésio presentes na água. Para determinação da dureza é feito uma titulação utilizando EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético) com auxílio do indicador negro de eriocromo. Um volume de 50 mL da amostra era medido em uma proveta e transferido para um erlenmeyer, era adicionado uma pitada do indicador negro de eriocromo e 1 mL de solução-tampão, conferindo uma coloração roxo-vinho, em seguida titulava-se a amostra com EDTA 0,01M até a mudança de cor para azul e anotava-se o volume gasto de reagente. 7. Teor de ferro total e solúvel A concentração de ferro em água podia ser feito por dois métodos bastante similares, onde um era obtido o teor total de ferro e o outro o teor dissolvido. O método de ambas consiste na redução do ferro ao estado ferroso por ebulição com ácido clorídrico e hidroxilamina e tratados com fenantrolina em um pH de 3,2 a 3,3. Para essa análise era medido 25 mL da amostra na proveta e transferido para um béquer que era levado uma chapa aquecedora e adicionados: 1 mL de ácido clorídrico P.A. e 0,5 mL de solução de hidroxilamina, deixando a amostra reduzir para ¼ do seu volume. Após essa etapa de ebulição, deixava a amostra resfriar e adicionava-se 5 mL da solução-tampão de acetato de amônio e 2 mL de 1,1 fenantrolina monoidratada e diluía esse volume para 25 mL. A amostra ficava com uma coloração laranja-avermelhado, sendo que quanto maior a concentração de ferro na amostra, maior a intensidade da coloração. A leitura da concentração (dado em mg.L-1) era feita diretamente em um espectrofotômetro em um comprimento de onda de 510 nm, no qual era calibrado com o branco que consistia em uma amostra de água destilada que passou pelos mesmos procedimentos de uma amostra normal. Para a análise do teor de ferro solúvel a amostra era filtrada em um papel filtro 0,45 µm e então um volume de 25 mL passava pelos mesmos procedimentos da análise de ferro total. 8. Teor de flúor A análise para a determinação do teor de flúor era feita principalmente em amostras de água tratada. A metodologia consistia em medir 10 mL em uma pipeta graduada e transferir esse volume para um tubo de ensaio onde era adicionado 2 mL do reagente (tinta de zircônio) medidos em uma pipeta volumétrica, que conferia a amostra uma cor vermelha. A concentração de flúor é inversamente proporcional à cor produzida, assim quanto mais clara a amostra ficar maior será a concentração de flúor. A leitura do teor de flúor (dado em mg.L-1) é feita diretamente no espectrofotômetro em um comprimento de onda de 570 nm após a calibração com o branco, no qual é utilizada água destilada que passou pelos mesmos procedimentos de uma amostra normal. 9. Turbidez A turbidez é um parâmetro físico no qual é possível medir a qualidade da água quanto a redução de sua transparência devido a presença de matéria suspensa ou coloidal e microorganismos microscópicos. Para a determinação da turbidez agitava-se a amostra e colocava-se uma quantidade em uma cubeta limpa. A leitura da turbidez era feita diretamente em um turbidímetro no qual é a unidade é expressa em UNT (unidade nefelométrica de turbidez). 10. Cor verdadeira e aparente A cor na água resulta da presença de metais, algas, resíduos industriais. A cor verdadeira consiste na eliminação da turvação, enquanto que a aparente não, portanto, para a análise de cor verdadeira, um volume da amostra era filtrado em um papel filtro 0,45 µm. Assim, um pequeno volume da amostra é colocado em uma cubeta e a leitura é feita em um espectrofotômetro em um comprimento de onda de 455 nm, com a unidade expressa em Pt-Co (unidade de platina de cobalto). 11. Valor de pH O pH é uma medida que expressa a acidez ou alcalinidade de um meio aquoso. Para a realização dessa análise utiliza-se um pHmetro, um volume da amostra era colocado em um béquer, em seguida mergulhava-se o eletrodo e aguardava a estabilização do aparelho e era feito a leitura. O pH é dado em uma escala que vai de 0 a 14, sendo 0 pH < 7 considerado ácido, 7 neutro e 7 < pH 14 considerado básico. 12. Condutividade A determinação da condutividade permite conhecer a capacidade da amostra em conduzir corrente elétrica. A análise é feita a partir de um condutivímetro, um volume da amostra é colocado em um béquer onde se mergulha o eletrodo, após a estabilização do aparelho anota-se o valor medido na unidade µS/cm. REFERENCIAL TEÓRICO O conhecimento do teor de cloretos na água tem por finalidade obter informações sobre o seu grau de mineralização ou indícios de poluição, como esgotos domésticos e resíduos industriais. O ânion cloreto (Cl-) pode ser determinado método volumétrico, como o método de Mohr que consiste na determinação direta do íon cloreto (REZENDE, 2012). No método de Mohr, os íons cloreto são titulados com solução padronizada de nitrato de prata (AgNO3), na presença de cromato de potássio (K2CrO4) como indicador. O ponto final da titulação é identificado quando todos os íons Ag+ tiverem se depositado sob a forma de AgCl (reação 1), logo em seguida haverá a precipitação de cromato de prata (Ag2CrO4) de coloração marrom-avermelhada (reação 2), pois, o cromato de prata é mais solúvel que o cloreto de prata (REZENDE, 2012). Reação 1: NaCl + AgNO3 AgCl + NaNO3 Reação 2: 2 AgNO3 + K2CrO4 Ag2CrO4 + 2 KNO3 A quantidade de oxigênio consumido é útil para definir alterações na qualidade da água, indicar a eficiência do processo do tratamento aplicado, alem de indicar o desenvolvimento de microrganismo nas unidades de tratamento. È uma analise que ajuda a determinar o nível de poluição orgânica em um curso d'água devido o decréscimo da concentração de oxigênio dissolvido e/ou pela concentração de matéria orgânica em termos de concentração de oxigênio necessário para oxidá-la. A determinação do oxigênio consumido determina a quantidade de material orgânico, que é oxidado na amostra de água. Este método se baseia na reação de oxidação por parte do permanganato de potássio (KMnO4) em meio acido, neste caso, utiliza-se o acido sulfúrico (H2SO4), pois o íon sulfato não é oxidado pelo permanganato (PORTAL TRATAMENTO DE ÁGUA, 2008b). O objetivo é oxidar quantitativamente as substâncias oxidáveis, por isso, é necessário adicionar o permanganato em excesso e trabalhar a quente. A seguir adiciona-se uma solução redutora, neste caso, utiliza-se o oxalato, em quantidade estequiométrica, ou equivalente a permanganato adicionado anteriormente (PORTAL TRATAMENTO DE ÁGUA, 2008b). Dessa forma, haverá um excesso de oxalato, pois parte do permanganato foi consumido pelas substancias oxidáveis contidas na amostra. O excesso de oxalato será titulado com permanganato sendo que, o volume gasto será igual ao consumido pela amostra (PORTAL TRATAMENTO DE ÁGUA, 2008b). Entre as impurezas encontradas na águas, existem aquelas que são capazes de reagir com ácidos, podendo neutralizar certa quantidade desses reagentes. Essas impurezas conferem às águas uma característica alcalina. Para medir alcalinidade em laboratório, utiliza-se ácido sulfúrico. A alcalinidade é devida principalmente à presença de bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos (OLIVEIRA, 2007). Os compostos mais comuns são os seguintes: hidróxidos de cálcio ou de magnésio; carbonatos de cálcio ou de magnésio; bicarbonatos de cálcio ou de magnésio; bicarbonatos de sódio ou de potássio. Mesmo as águas com pH inferior a 7,0 podem e, em geral, apresentam alcalinidade, pois normalmente contém bicarbonatos (OLIVEIRA, 2007). Dependendo do pH da água, podem ser encontrados os seguintes compostos: valores de pH acima de 9,4: hidróxidos e carbonatos (alcalinidade cáustica); valores de pH entre 8,3 e 9,4: carbonatos e bicarbonatos; valores de pH entre 4,4 e 8,3: apenas bicarbonatos. Ao se iniciar a adição de solução ácida à amostra, irá ocorrer primeiramente a reação com o íon mais básico e a seguir com os mais fracos. Sendo a ordem de basicidade: hidróxido, carbonato e bicarbonato (PORTAL TRATAMENTO DE ÁGUA, 2008a): H2SO4 + 2 OH- 2 H2O + SO42- H2SO4 + 2CO32- 2 HCO3- + SO42- H2SO4 + 2 HCO33- 2 H2O + SO42-+ 2 CO2 A dureza de uma água é a soma das concentrações de cálcio e magnésio. O cálcio e magnésio estão presentes na água, principalmente nas seguintes formas (OLIVEIRA, 2007): bicarbonatos de cálcio e de magnésio; sulfatos de cálcio e de magnésio. Os bicarbonatos de cálcio e de magnésio, que também são responsáveis pela alcalinidade, causam a dureza chamada temporária, que pela ação de calor ou de substâncias alcalinas geram a precipitação dos carbonatos destes íons. Os sulfatos e outros compostos (cloretos, por exemplo), conferem à água a dureza denominada permanente (OLIVEIRA, 2007). A determinação da dureza com a utilização do EDTA ocorre em um pH em torno de 10, por isso é adicionada à solução-tampão. O EDTA reage com íons bivalentes formando complexos, quando todos os íons causadores da dureza tiverem sido complexados a solução muda da coloração roxo-vinho para azul (FERNANDES e OLIVEIRA, 2012a). Concentrações de Ferro em água potável, superiores a 1 mg.L-1, conferem sabor desagradável e causam manchas superfícies e materiais têxteis. A concentração de Ferro interfere na turbidez e cor da água. Altas concentrações em águas superficiais podem indicar a contaminação por efluentes industriais ou efluentes de minerações. Em sistemas que utilizam encanamentos de Ferro, uma alta concentração desse elemento pode indicar corrosão O Fe3+ é reduzido para Fe2+, para isso mantém-se a solução em um pH entre 3,2 e 3,3. Assim, o Fe2+ reage com 1,10-fenantrolina para formar um complexo alaranjado de intensidade de cor em proporção direta com a concentração de Ferro que pode ser lido no espectrofotômetro (ABNT, 1997). A presença do flúor na água potável é importante para a redução da cárie dentária. Entretanto, a fluorose, o excesso de íons fluoreto na água causa manchas nos dentes e desfiguramento do esmalte, por isso, analisar a quantidade de íons fluoretos se faz necessário (BANDINI, 2003). O corante zircônio possui uma coloração vermelho, os íons fluoretos reagem com o corante de zircônio formando um complexo aniônico sem cor (ZrF62-) que diluem a cor inicial vermelho, assim a cor se torna mais clara quando a concentração de fluoreto aumenta (BANDINI, 2003). A turbidez e a cor da água são características físicas que indicam e auxiliam o controle de poluição da água e de verificação do parâmetro físico para que sejam consideradas potáveis (PORTAL TRATAMENTO DE ÁGUA, 2008c). A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de intensidade que a luz sofre ao atravessá-la, isto é, devido à presença de sólidos dissolvidos, principalmente material em estado coloidal orgânico e inorgânico parte da luz é absorvida por esses compostos. O método nefelométrico para determinação da turbidez é baseado na comparação da intensidade de luz espalhada pela amostra com a intensidade da luz espalhada por uma suspensão considerada padrão (PORTAL TRATAMENTO DE ÁGUA, 2008c). O turbidímetro, aparelho utilizado para a leitura, é constituído por um nefelômetro que consta de um fonte de luz, para iluminar a amostra e um detector fotoelétrico com um dispositivo para indicar a intensidade da luz espalhada em ângulo reto ao caminho da luz incidente (PORTAL TRATAMENTO DE ÁGUA, 2008c). Quanto maior a intensidade da luz espalhada maior será turbidez da amostra analisada. O pH, potencial hidrogeniônico, é um parâmetro que precisa ser monitorado em diversos processos físico-químicos tanto naturais quanto industriais. A precipitação de compostos químicos tóxicos, por exemplo, como metais pesados ocorrem apenas quando o pH é elevado. O pH influencia diretamente na solubilidade de nutrientes, exerce efeito sobre a presença de microorganismos no sistema, determinando a eficiência do tratamento em meios aeróbios e anaeróbios, capacidade corrosiva, etc. (PROGRAMA ÁGUA AZUL, 2012). O método mais avançado e preciso para determinação do pH é fundamentado na medição da força eletromotriz (f.e.m.) de uma célula eletroquímica que contém uma solução de pH desconhecido como eletrólito, e dois eletrodos. Um dos eletrodos, denominado eletrodo indicador, adquire um potencial que depende do pH da solução (FERNANDES e OLIVEIRA, 2012b). O segundo eletrodo, por sua vez, deve ter um potencial constante independente do pH da solução, com o qual, portanto, o potencial do eletrodo indicador pode ser comparado em várias soluções; daí este segundo eletrodo ser denominado eletrodo de referência. Os eletrodos são conectados aos terminais de um voltímetro eletrônico. Quando convenientemente calibrado com uma solução-tampão de pH conhecido, pode-se ler diretamente na escala do aparelho o pH da solução. A f.e.m. de uma célula eletroquímica pode ser definida como o valor absoluto da diferença de potenciais de eletrodo entre os dois eletrodos (FERNANDES e OLIVEIRA, 2012b). Uma solução iônica ou eletrolítica é aquela que é capaz de conduzir corrente elétrica. Esse fenômeno ocorre devido a presença de íons positivos (cátions) e íons negativos (ânions), assim, quanto maior a concentração de íons, maior a capacidade da solução em conduzir eletricidade (KOTZ, 2002). Analisar a condutividade de uma solução é importante para determinar a concentração de uma solução de composição conhecida ou para detectar o grau de contaminação de uma solução sem, porém, indicar qual o contaminante. O condutivímetro é um aparelho que possui dois eletrodos, um indicador e outro de referência, que mede a resistência elétrica da solução em que está imersa. A condutividade e a resistência se relacionam por meio da equação: C = K/R. Onde C é a condutividade, K a constante da célula e R, a resistência. Como a condutividade varia com a temperatura, os condutivímetros têm acoplado um termistor para que seja compensado a variação de temperatura (SENAI-SP, 2007). CONCLUSÃO O estágio compreende uma etapa importante na graduação, pois por meio dele é possível vivenciar o que se aprende em sala de aula. O período do estágio foi o momento em que pude vivenciar como as diferentes substâncias interagem entre si, pude entrar em contato com instrumentos analíticos, reforçar sobre a importância do cuidado e do uso de EPI's e EPC's em um laboratório, manusear de forma segura amostras e reagentes e principalmente, pude associar a importância da química laboratorial para a sociedade. Amostras de água apesar de visualmente parecerem idênticas, por meio dos ensaios é possível perceber que as propriedades químicas e físicas são diferentes e isso que determina a qualidade da água. A vivência do estágio proporcionou ainda uma visão sobre o funcionamento de um ambiente de trabalho, sobre o relacionamento e convivência entre funcionários, além de permitir a aprendizagem com pessoas que possuem mais experiências contribuindo não só para o desenvolvimento intelectual, mas também pessoal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT – Associações de Normas Brasileiras Técnicas. NBR 13934: Determinação de ferro – método colorimétrico da ortofenatrolina, 1 ed, Rio de Janeiro: ABNT, 1997. AQUALIT – Tecnologia em Saneamento. Disponível em . Acesso em 17 ago. 2012. BANDINI, Thiago B. et al. Utilização do método colorimétrico SPADNS para análises de fluoreto em águas de abastecimento em Juiz de Fora (MG). Revista Analytica, São Paulo, n. 4, mai. 2003. BRASIL. Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Significado ambiental e sanitário das variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem. São Paulo: CETESB, 2009. p. 14-15. Disponível em: . Acesso em: 08 ago. 2012. FERNANDES, Carlos; OLIVEIRA, Rui. Determinação da dureza total. João Pessoa, 2012a. Disponível em: . Acesso em: 08 ago. 2012. FERNANDES, Carlos; OLIVEIRA, Rui. Estudo e determinação do pH. João Pessoa, 2012b. Disponível em: < http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/PH.html>. Acesso em: 16 ago. 2012. KOTZ, J. C. et al. Química e Reações Químicas 2. 4 ed. Rio de Janeiro. LTC. 2002. OLIVEIRA, Aline Maxiline Pereira. Alcalinidade e Dureza das Águas. [São Paulo], 2007. Disponível em: . Acesso em: 25 jul. 2012. PORTAL TRATAMENTO DE ÁGUA. Determinação da alcalinidade. São Paulo, 2008a. Disponível em: . Acesso em: 25 jul. 2012. PORTAL TRATAMENTO DE ÁGUA. Determinação do oxigênio consumido. São Paulo, 2008b. Disponível em: . Acesso em: 16 ago. 2012. PORTAL TRATAMENTO DE ÁGUA. Determinação da turbidez. São Paulo, 2008c. Disponível em: . Acesso em: 16 ago. 2012. PROGRAMA ÁGUA AZUL. Potencial hidrogeniônico (pH). Natal, 2012. Disponível em: . Acesso em: 16 ago. 2012. REZENDE, Maria Olímpia de Oliveira. Aula Experimental n° 11: Determinação de Cloretos em Água (Método de Mohr). São Paulo, 2012. Disponível em: . Acesso em: 25 jul. 2012. SENAI-SP – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Instrumentação Analítica. São Paulo, 2007. p. 177-180.