Transcript
LETÍCIA LIMA DAS CHAGAS
Relatório de estágio realizado na empresa AQUALIT Tecnologia em Saneamento
S/S LTDA.
Química Agroindustrial
Goiânia
Mar/2012
RESUMO
O estágio curricular obrigatório foi realizado no laboratório físico-
químico da empresa AQUALIT Tecnologia em Saneamento por um período de seis
meses. As atividades desenvolvidas nesse período foram a realização de
ensaios laboratoriais em amostras de água que auxiliam na determinação da
qualidade da mesma. Foi possível vivenciar a rotina de um laboratório, a
limpeza e organização das bancadas, vidrarias, equipamentos, reagentes e
amostras, assim como a forma correta de manuseá-los de forma a não
comprometer resultados e evitar acidentes. O período de realização de
estágio foi importante para adquirir experiência profissional contribuindo
não só para o desenvolvimento intelectual, mas também pessoal.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 2
2. IDENTIFICAÇÃO 2
1.1. Identificação do aluno 2
1.2. Identificação da empresa 3
3. OBJETIVOS 3
4. HISTÓRICO DA EMPRESA 3
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 4
1.3. Teor de cloreto 5
1.4. Oxigênio dissolvido 6
1.5. Alcalinidade 6
1.6. Dureza total 7
1.7. Teor de ferro total e solúvel 7
1.8. Teor de flúor 8
1.9. Turbidez 8
1.10. Cor verdadeira e aparente 8
1.11. Valor de pH 9
1.12. Condutividade 9
6. REFERENCIAL TEÓRICO 9
7. CONCLUSÃO 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15
INTRODUÇÃO
O estágio constitui uma das etapas mais importantes durante uma
graduação. Como ressalta o 2º parágrafo do artigo 1º da Lei do estágio, por
meio dele é possível integrar ao estudante o aprendizado de competências
próprias da atividade profissional juntamente com a contextualização
curricular (BRASIL, Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, 2008).
O presente relatório descreve as atividades desenvolvidas durante o
estágio curricular obrigatório realizado na empresa AQUALIT Tecnologia em
Saneamento S/S LTDA durante o período entre 01 de agosto a 22 de dezembro
do ano de 2011, totalizando uma carga horária de 400 horas que é requisito
para aprovação e obtenção do diploma do curso superior de Tecnologia em
Química Agroindustrial oferecido pelo Instituto Federal de Goiás (IFG) –
Campus Goiânia.
O estágio em questão foi realizado, especificamente, no laboratório
físico-químico onde é feito análises de amostras de água.
IDENTIFICAÇÃO
1. Identificação do aluno
Nome: Letícia Lima das Chagas
Endereço: rua 6, qd 810, lt 14, C-1, Setor Vila Santa Isabel, Goiânia-
GO.
Telefone: (62) 3261-2048
Período: 7º período com previsão de término do curso para 2013/1
___________________________________________
Letícia Lima das Chagas
2. Identificação da empresa
Nome: Aqualit Tecnologia em Saneamento S/S LTDA
CNPJ: 01.657.265/0001-20
Endereço: rua 203, qd I, lt 35, nº187, Setor Leste Universitário,
Goiânia-GO.
Telefone: (62) 3218-6245
Site: http://www.aqualit.com.br
Responsável: Thaissa Machado Elias
___________________________________________
Thaissa Machado Elias
OBJETIVOS
O objetivo geral deste relatório está em descrever as atividades
desenvolvidas durante o estágio realizado no laboratório físico-químico da
empresa AQUALIT.
Os objetivos específicos são:
mostrar um pouco da trajetória assim como também informações
relevantes a respeito da empresa;
descrever o laboratório físico-químico, mostrando quais análises foram
realizadas, assim como também o seu procedimento;
mencionar as medidas de segurança seguidas para o manuseio de
reagentes e realização de análises.
HISTÓRICO DA EMPRESA
A empresa AQUALIT Tecnologia em Saneamento atua desde 1997 em sede
própria localizada na rua 203 no Setor Leste Universitário em Goiânia-GO na
prestação de serviços de ensaios laboratoriais químicos, físicos e
biológicos para análises de diferentes tipos de amostras para a
determinação da qualidade de alimentos, água, efluente, entre outros.
A empresa conta com uma equipe técnica especializada, formada por
profissionais da área de bioquímica, química, engenharia de alimentos,
biologia, gestão ambiental, saneamento, administração e marketing, e com
uma estrutura laboratorial com mais de 400 m² de área construída
especialmente preparada para abrigar um laboratório. A empresa conta ainda
com parcerias com Instituições de Ensino Superior onde acolhe estagiários
nessa área de atuação onde permite que os alunos possam aprender e adquirir
experiência profissional.
A Aqualit realiza os serviços de coleta e análise da qualidade da água
para os seguintes fins (http://www.aqualit.com.br/site/Index.do):
Comprovar a potabilidade da água para consumo humano
Caracterização da águas para ser envasadas e utilizado para fabricar
gelo
Controle microbiológico de qualidade de águas minerais e naturais
Controle da qualidade da água para o uso em diálise
Comprovar a potabilidade e a Purificação de Água para uso Magistral
Caracterizar as condições de balneabilidade
Avaliação e monitoramento da qualidade da água superficial para o
enquadramento de corpos d'águas
Avaliação e monitoramento dos impactos ambientais em ecossistemas
aquáticos.
Avaliação do potencial mineral de minas e poços artesianos.
Determinar a dosagem adequada de produto químico para definição de
Tratamento de Água.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O laboratório físico-químico da empresa AQUALIT é responsável pela
realização de ensaios em amostras de água. A realização desses ensaios se
faz necessário para a comprovação da qualidade da água verificando se
atendem normas e portarias conforme a utilização que se pretende destinar.
O laboratório físico-químico é equipado com diversos aparelhos de
qualidade para o uso em análises, vidrarias, reagentes e itens de
segurança, como capela para manusear reagentes perigosos, lava-olhos, etc.
O acesso ao laboratório é apenas para pessoal autorizado e munido de
equipamentos de proteção individual (EPI's) como jaleco, luvas de látex,
óculos e máscaras quando necessário.
O estágio realizado consistia em desenvolver essas análises em
diferentes tipos de amostras, podendo ser brutas ou tratadas, coletadas de
corpos d'água (rios, córregos, mananciais, poços, etc.), caixas d'água,
bebedouro, águas industriais, água de piscina, água de osmose reversa
(farmácia, hemodiálise), entre outras.
Geralmente, os ensaios realizados eram a série físico-química completa
que consistia nas seguintes análises:
Teor de cloreto;
Oxigênio dissolvido.
Alcalinidade;
Dureza;
Teor de ferro (total e/ou solúvel);
Flúor;
Turbidez;
Cor aparente/verdadeira;
pH;
Condutividade;
Para esses tipos de ensaios as amostras eram coletadas e armazenadas
em frascos físico-químicos de 1000 mL feitos de material polietileno e
refrigeradas para a preservação das amostras, logo após que chegavam, as
análises eram executadas.
Os ensaios realizados obedecem a rígidos padrões de qualidade,
certificado pela norma NBR ISO 17.025 e seguem metodologias validadas e
reconhecidas internacionalmente pelo Standard Methods for the Examination
of Water and Wastewater. (AQUALIT, 2012).
3. Teor de cloreto
Para a obtenção do teor de cloreto presente na amostra era feito uma
titulação com nitrato de prata (AgNO3) em presença de cromato de potássio
(K2CrO4) como indicador. A metodologia consistia em medir 100 mL da amostra
em uma proveta transferindo esse volume para um erlenmeyer. Em seguida
pipetava-se 1 mL do indicador cromato de potássio e titulava com nitrato de
prata a 0,0141M até a mudança de cor de amarelo para um vermelho cor
tijolo. O volume gasto de nitrato de prata era anotado para futuros
cálculos.
4. Oxigênio dissolvido
A análise de oxigênio dissolvido é uma determinação indireta da
presença de matéria orgânica que é obtido baseado na quantidade de oxigênio
necessária para oxidar a matéria orgânica presente na amostra. Para isso
era analisada a quantidade de permanganato de potássio (KMnO4) oxidado em
meio ácido catalisado pelo calor.
Para a realização desse ensaio é medido 100 mL da amostra em uma
proveta transferindo em seguida para um erlenmeyer. Pipeta-se 3 mL de ácido
sulfúrico 1:3 com mais 3 mL de permanganato de potássio 0,0125N o que
confere à amostra uma cor fúcsia. Em seguida, deixa-se a amostra digerindo
por 30 minutos em banho-maria, após esse tempo, pipeta-se 3 mL de oxalato
de sódio 0,0125N. A amostra que antes tinha uma cor fúcsia, após a adição
do oxalato de sódio retorna a cor transparente. Então, titulava-se a
amostra com permanganato de potássio até atingir uma coloração rosa claro
anotando o volume gasto de reagente.
5. Alcalinidade
A determinação da alcalinidade é uma análise que indica a quantidade
de íons capazes de neutralizar um ácido até um certo valor de pH. Portanto,
o ensaio consiste em uma reação de neutralização com a utilização de dois
tipos de indicador ácido-base.
A metodologia desse ensaio consistia em medir 100 mL da amostra em uma
proveta e transferir para um erlenmeyer e adicionar duas gotas de
fenolftaleína. A fenolftaleína é um indicador que confere uma coloração
rosa-choque à solução aquosa que possui o pH maior que 8,3. Por isso, após
a adição da fenolftaleína, certas amostras ficavam com coloração rosa e
outras não. As que ficavam eram tituladas com ácido sulfúrico 0,02N até que
a coloração desaparecesse ficando incolor a amostra e anotava-se o volume
de ácido gasto nessa primeira titulação.
Em seguida, adicionavam-se duas gotas de verde de bromocresol. O verde
de bromocresol é um indicador que confere a amostra uma cor azul quando em
soluções com pH maior que 4,5. Então, titulava-se novamente a mesma amostra
com ácido sulfúrico 0,02N até a mudança de cor de azul para uma cor salmão
e anotava-se o volume de ácido gasto. Nas amostras que não coloriam após a
adição da fenolftaleína (pH < 8,3), era adicionado o verde de bromocresol e
feito apenas a segunda titulação. A soma do volume de ácido gasto nas duas
titulações corresponde ao volume total de ácido necessário para neutralizar
a amostra.
6. Dureza total
A dureza total corresponde a concentração de íons de cálcio e magnésio
presentes na água. Para determinação da dureza é feito uma titulação
utilizando EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético) com auxílio do
indicador negro de eriocromo. Um volume de 50 mL da amostra era medido em
uma proveta e transferido para um erlenmeyer, era adicionado uma pitada do
indicador negro de eriocromo e 1 mL de solução-tampão, conferindo uma
coloração roxo-vinho, em seguida titulava-se a amostra com EDTA 0,01M até a
mudança de cor para azul e anotava-se o volume gasto de reagente.
7. Teor de ferro total e solúvel
A concentração de ferro em água podia ser feito por dois métodos
bastante similares, onde um era obtido o teor total de ferro e o outro o
teor dissolvido. O método de ambas consiste na redução do ferro ao estado
ferroso por ebulição com ácido clorídrico e hidroxilamina e tratados com
fenantrolina em um pH de 3,2 a 3,3.
Para essa análise era medido 25 mL da amostra na proveta e transferido
para um béquer que era levado uma chapa aquecedora e adicionados: 1 mL de
ácido clorídrico P.A. e 0,5 mL de solução de hidroxilamina, deixando a
amostra reduzir para ¼ do seu volume. Após essa etapa de ebulição, deixava
a amostra resfriar e adicionava-se 5 mL da solução-tampão de acetato de
amônio e 2 mL de 1,1 fenantrolina monoidratada e diluía esse volume para 25
mL. A amostra ficava com uma coloração laranja-avermelhado, sendo que
quanto maior a concentração de ferro na amostra, maior a intensidade da
coloração. A leitura da concentração (dado em mg.L-1) era feita diretamente
em um espectrofotômetro em um comprimento de onda de 510 nm, no qual era
calibrado com o branco que consistia em uma amostra de água destilada que
passou pelos mesmos procedimentos de uma amostra normal. Para a análise do
teor de ferro solúvel a amostra era filtrada em um papel filtro 0,45 µm e
então um volume de 25 mL passava pelos mesmos procedimentos da análise de
ferro total.
8. Teor de flúor
A análise para a determinação do teor de flúor era feita
principalmente em amostras de água tratada. A metodologia consistia em
medir 10 mL em uma pipeta graduada e transferir esse volume para um tubo de
ensaio onde era adicionado 2 mL do reagente (tinta de zircônio) medidos em
uma pipeta volumétrica, que conferia a amostra uma cor vermelha. A
concentração de flúor é inversamente proporcional à cor produzida, assim
quanto mais clara a amostra ficar maior será a concentração de flúor. A
leitura do teor de flúor (dado em mg.L-1) é feita diretamente no
espectrofotômetro em um comprimento de onda de 570 nm após a calibração com
o branco, no qual é utilizada água destilada que passou pelos mesmos
procedimentos de uma amostra normal.
9. Turbidez
A turbidez é um parâmetro físico no qual é possível medir a qualidade
da água quanto a redução de sua transparência devido a presença de matéria
suspensa ou coloidal e microorganismos microscópicos. Para a determinação
da turbidez agitava-se a amostra e colocava-se uma quantidade em uma cubeta
limpa. A leitura da turbidez era feita diretamente em um turbidímetro no
qual é a unidade é expressa em UNT (unidade nefelométrica de turbidez).
10. Cor verdadeira e aparente
A cor na água resulta da presença de metais, algas, resíduos
industriais. A cor verdadeira consiste na eliminação da turvação, enquanto
que a aparente não, portanto, para a análise de cor verdadeira, um volume
da amostra era filtrado em um papel filtro 0,45 µm. Assim, um pequeno
volume da amostra é colocado em uma cubeta e a leitura é feita em um
espectrofotômetro em um comprimento de onda de 455 nm, com a unidade
expressa em Pt-Co (unidade de platina de cobalto).
11. Valor de pH
O pH é uma medida que expressa a acidez ou alcalinidade de um meio
aquoso. Para a realização dessa análise utiliza-se um pHmetro, um volume da
amostra era colocado em um béquer, em seguida mergulhava-se o eletrodo e
aguardava a estabilização do aparelho e era feito a leitura. O pH é dado em
uma escala que vai de 0 a 14, sendo 0 pH < 7 considerado ácido, 7 neutro
e 7 < pH 14 considerado básico.
12. Condutividade
A determinação da condutividade permite conhecer a capacidade da
amostra em conduzir corrente elétrica. A análise é feita a partir de um
condutivímetro, um volume da amostra é colocado em um béquer onde se
mergulha o eletrodo, após a estabilização do aparelho anota-se o valor
medido na unidade µS/cm.
REFERENCIAL TEÓRICO
O conhecimento do teor de cloretos na água tem por finalidade obter
informações sobre o seu grau de mineralização ou indícios de poluição, como
esgotos domésticos e resíduos industriais. O ânion cloreto (Cl-) pode ser
determinado método volumétrico, como o método de Mohr que consiste na
determinação direta do íon cloreto (REZENDE, 2012).
No método de Mohr, os íons cloreto são titulados com solução
padronizada de nitrato de prata (AgNO3), na presença de cromato de potássio
(K2CrO4) como indicador. O ponto final da titulação é identificado quando
todos os íons Ag+ tiverem se depositado sob a forma de AgCl (reação 1),
logo em seguida haverá a precipitação de cromato de prata (Ag2CrO4) de
coloração marrom-avermelhada (reação 2), pois, o cromato de prata é mais
solúvel que o cloreto de prata (REZENDE, 2012).
Reação 1: NaCl + AgNO3 AgCl + NaNO3
Reação 2: 2 AgNO3 + K2CrO4 Ag2CrO4 + 2 KNO3
A quantidade de oxigênio consumido é útil para definir alterações na
qualidade da água, indicar a eficiência do processo do tratamento aplicado,
alem de indicar o desenvolvimento de microrganismo nas unidades de
tratamento. È uma analise que ajuda a determinar o nível de poluição
orgânica em um curso d'água devido o decréscimo da concentração de oxigênio
dissolvido e/ou pela concentração de matéria orgânica em termos de
concentração de oxigênio necessário para oxidá-la.
A determinação do oxigênio consumido determina a quantidade de
material orgânico, que é oxidado na amostra de água. Este método se baseia
na reação de oxidação por parte do permanganato de potássio (KMnO4) em meio
acido, neste caso, utiliza-se o acido sulfúrico (H2SO4), pois o íon sulfato
não é oxidado pelo permanganato (PORTAL TRATAMENTO DE ÁGUA, 2008b).
O objetivo é oxidar quantitativamente as substâncias oxidáveis, por
isso, é necessário adicionar o permanganato em excesso e trabalhar a
quente. A seguir adiciona-se uma solução redutora, neste caso, utiliza-se o
oxalato, em quantidade estequiométrica, ou equivalente a permanganato
adicionado anteriormente (PORTAL TRATAMENTO DE ÁGUA, 2008b). Dessa forma,
haverá um excesso de oxalato, pois parte do permanganato foi consumido
pelas substancias oxidáveis contidas na amostra.
O excesso de oxalato será titulado com permanganato sendo que, o
volume gasto será igual ao consumido pela amostra (PORTAL TRATAMENTO DE
ÁGUA, 2008b).
Entre as impurezas encontradas na águas, existem aquelas que são
capazes de reagir com ácidos, podendo neutralizar certa quantidade desses
reagentes. Essas impurezas conferem às águas uma característica alcalina.
Para medir alcalinidade em laboratório, utiliza-se ácido sulfúrico.
A alcalinidade é devida principalmente à presença de bicarbonatos,
carbonatos e hidróxidos (OLIVEIRA, 2007). Os compostos mais comuns são os
seguintes:
hidróxidos de cálcio ou de magnésio;
carbonatos de cálcio ou de magnésio;
bicarbonatos de cálcio ou de magnésio;
bicarbonatos de sódio ou de potássio.
Mesmo as águas com pH inferior a 7,0 podem e, em geral, apresentam
alcalinidade, pois normalmente contém bicarbonatos (OLIVEIRA, 2007).
Dependendo do pH da água, podem ser encontrados os seguintes
compostos:
valores de pH acima de 9,4: hidróxidos e carbonatos (alcalinidade
cáustica);
valores de pH entre 8,3 e 9,4: carbonatos e bicarbonatos;
valores de pH entre 4,4 e 8,3: apenas bicarbonatos.
Ao se iniciar a adição de solução ácida à amostra, irá ocorrer
primeiramente a reação com o íon mais básico e a seguir com os mais fracos.
Sendo a ordem de basicidade: hidróxido, carbonato e bicarbonato (PORTAL
TRATAMENTO DE ÁGUA, 2008a):
H2SO4 + 2 OH- 2 H2O + SO42-
H2SO4 + 2CO32- 2 HCO3- + SO42-
H2SO4 + 2 HCO33- 2 H2O + SO42-+ 2 CO2
A dureza de uma água é a soma das concentrações de cálcio e magnésio.
O cálcio e magnésio estão presentes na água, principalmente nas seguintes
formas (OLIVEIRA, 2007):
bicarbonatos de cálcio e de magnésio;
sulfatos de cálcio e de magnésio.
Os bicarbonatos de cálcio e de magnésio, que também são responsáveis
pela alcalinidade, causam a dureza chamada temporária, que pela ação de
calor ou de substâncias alcalinas geram a precipitação dos carbonatos
destes íons. Os sulfatos e outros compostos (cloretos, por exemplo),
conferem à água a dureza denominada permanente (OLIVEIRA, 2007).
A determinação da dureza com a utilização do EDTA ocorre em um pH em
torno de 10, por isso é adicionada à solução-tampão. O EDTA reage com íons
bivalentes formando complexos, quando todos os íons causadores da dureza
tiverem sido complexados a solução muda da coloração roxo-vinho para azul
(FERNANDES e OLIVEIRA, 2012a).
Concentrações de Ferro em água potável, superiores a 1 mg.L-1,
conferem sabor desagradável e causam manchas superfícies e materiais
têxteis. A concentração de Ferro interfere na turbidez e cor da água. Altas
concentrações em águas superficiais podem indicar a contaminação por
efluentes industriais ou efluentes de minerações. Em sistemas que utilizam
encanamentos de Ferro, uma alta concentração desse elemento pode indicar
corrosão
O Fe3+ é reduzido para Fe2+, para isso mantém-se a solução em um pH
entre 3,2 e 3,3. Assim, o Fe2+ reage com 1,10-fenantrolina para formar um
complexo alaranjado de intensidade de cor em proporção direta com a
concentração de Ferro que pode ser lido no espectrofotômetro (ABNT, 1997).
A presença do flúor na água potável é importante para a redução da
cárie dentária. Entretanto, a fluorose, o excesso de íons fluoreto na água
causa manchas nos dentes e desfiguramento do esmalte, por isso, analisar a
quantidade de íons fluoretos se faz necessário (BANDINI, 2003).
O corante zircônio possui uma coloração vermelho, os íons fluoretos
reagem com o corante de zircônio formando um complexo aniônico sem cor
(ZrF62-) que diluem a cor inicial vermelho, assim a cor se torna mais clara
quando a concentração de fluoreto aumenta (BANDINI, 2003).
A turbidez e a cor da água são características físicas que indicam e
auxiliam o controle de poluição da água e de verificação do parâmetro
físico para que sejam consideradas potáveis (PORTAL TRATAMENTO DE ÁGUA,
2008c).
A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de
intensidade que a luz sofre ao atravessá-la, isto é, devido à presença de
sólidos dissolvidos, principalmente material em estado coloidal orgânico e
inorgânico parte da luz é absorvida por esses compostos.
O método nefelométrico para determinação da turbidez é baseado na
comparação da intensidade de luz espalhada pela amostra com a intensidade
da luz espalhada por uma suspensão considerada padrão (PORTAL TRATAMENTO DE
ÁGUA, 2008c).
O turbidímetro, aparelho utilizado para a leitura, é constituído por
um nefelômetro que consta de um fonte de luz, para iluminar a amostra e um
detector fotoelétrico com um dispositivo para indicar a intensidade da luz
espalhada em ângulo reto ao caminho da luz incidente (PORTAL TRATAMENTO DE
ÁGUA, 2008c). Quanto maior a intensidade da luz espalhada maior será
turbidez da amostra analisada.
O pH, potencial hidrogeniônico, é um parâmetro que precisa ser
monitorado em diversos processos físico-químicos tanto naturais quanto
industriais. A precipitação de compostos químicos tóxicos, por exemplo,
como metais pesados ocorrem apenas quando o pH é elevado. O pH influencia
diretamente na solubilidade de nutrientes, exerce efeito sobre a presença
de microorganismos no sistema, determinando a eficiência do tratamento em
meios aeróbios e anaeróbios, capacidade corrosiva, etc. (PROGRAMA ÁGUA
AZUL, 2012).
O método mais avançado e preciso para determinação do pH é
fundamentado na medição da força eletromotriz (f.e.m.) de uma célula
eletroquímica que contém uma solução de pH desconhecido como eletrólito, e
dois eletrodos. Um dos eletrodos, denominado eletrodo indicador, adquire um
potencial que depende do pH da solução (FERNANDES e OLIVEIRA, 2012b). O
segundo eletrodo, por sua vez, deve ter um potencial constante independente
do pH da solução, com o qual, portanto, o potencial do eletrodo indicador
pode ser comparado em várias soluções; daí este segundo eletrodo ser
denominado eletrodo de referência.
Os eletrodos são conectados aos terminais de um voltímetro eletrônico.
Quando convenientemente calibrado com uma solução-tampão de pH conhecido,
pode-se ler diretamente na escala do aparelho o pH da solução. A f.e.m. de
uma célula eletroquímica pode ser definida como o valor absoluto da
diferença de potenciais de eletrodo entre os dois eletrodos (FERNANDES e
OLIVEIRA, 2012b).
Uma solução iônica ou eletrolítica é aquela que é capaz de conduzir
corrente elétrica. Esse fenômeno ocorre devido a presença de íons positivos
(cátions) e íons negativos (ânions), assim, quanto maior a concentração de
íons, maior a capacidade da solução em conduzir eletricidade (KOTZ, 2002).
Analisar a condutividade de uma solução é importante para determinar a
concentração de uma solução de composição conhecida ou para detectar o grau
de contaminação de uma solução sem, porém, indicar qual o contaminante.
O condutivímetro é um aparelho que possui dois eletrodos, um indicador
e outro de referência, que mede a resistência elétrica da solução em que
está imersa. A condutividade e a resistência se relacionam por meio da
equação: C = K/R. Onde C é a condutividade, K a constante da célula e R, a
resistência. Como a condutividade varia com a temperatura, os
condutivímetros têm acoplado um termistor para que seja compensado a
variação de temperatura (SENAI-SP, 2007).
CONCLUSÃO
O estágio compreende uma etapa importante na graduação, pois por meio
dele é possível vivenciar o que se aprende em sala de aula. O período do
estágio foi o momento em que pude vivenciar como as diferentes substâncias
interagem entre si, pude entrar em contato com instrumentos analíticos,
reforçar sobre a importância do cuidado e do uso de EPI's e EPC's em um
laboratório, manusear de forma segura amostras e reagentes e
principalmente, pude associar a importância da química laboratorial para a
sociedade. Amostras de água apesar de visualmente parecerem idênticas, por
meio dos ensaios é possível perceber que as propriedades químicas e físicas
são diferentes e isso que determina a qualidade da água.
A vivência do estágio proporcionou ainda uma visão sobre o
funcionamento de um ambiente de trabalho, sobre o relacionamento e
convivência entre funcionários, além de permitir a aprendizagem com pessoas
que possuem mais experiências contribuindo não só para o desenvolvimento
intelectual, mas também pessoal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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. Acesso em 17 ago. 2012.
BANDINI, Thiago B. et al. Utilização do método colorimétrico SPADNS para
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