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Relatório De Tração

Relatório de ensaio de tração da materia de ciências dos materiais

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    December 2018
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Curso de Engenharia Mecatrônica RELATÓRIO SOBRE ENSAIO DE TRAÇÃO CONVENCIONAL Turma: EA4W01 - Laboratório: "G" Orientador: Prof. Alcindo São Paulo, 21 de Abril de 2009 1) OBJETIVO Determinação das propriedades mecânicas de um metal utilizando tabela de "força x comprimento de deformação" informada em sala de aula. Também determinar através do gráfico de "tensão x deformação" o modulo de elasticidade, limite de escoamento (0,2%), limite de resistência, limite de ruptura e dutilidade (ductilidade) em termos de variação e comprimento de área. 2) INTRODUÇÃO 2.1) Ensaio de Tração Em um ensaio de tração, um corpo de prova é submetido a um esforço que tende a alongá-lo ou esticá-lo até à ruptura. Geralmente, o ensaio é realizado num corpo de prova de formas e dimensões padronizadas, para que os resultados obtidos possam ser comparados ou, se necessário, reproduzidos. Este é fixado numa máquina de ensaios que aplica esforços crescentes na sua direção axial, sendo medidas as deformações correspondentes. Os esforços ou cargas são mensurados na própria máquina, e, normalmente, o ensaio ocorre até a ruptura do material. Figura 6.2 do Callister Com esse tipo de ensaio, pode-se afirmar que praticamente as deformações promovidas no material são uniformemente distribuídas em todo o seu corpo, pelo menos até ser atingida uma carga máxima próxima do final do ensaio e, como é possível fazer com que a carga cresça numa velocidade razoavelmente lenta durante todo o teste, o ensaio de tração permite medir satisfatoriamente a resistência do material. A uniformidade da deformação permite ainda obter medições para a variação dessa deformação em função da tensão aplicada. Essa variação, extremamente útil para o engenheiro, é determinada pelo traçado da curva tensão-deformação a qual pode ser obtida diretamente pela máquina ou por pontos. A uniformidade termina no momento em que é atingida a carga máxima suportada pelo material, quando começa a aparecer o fenômeno da estricção ou da diminuição da secção do provete, no caso de matérias com certa ductilidade. A ruptura sempre se dá na região mais estreita do material, a menos que um defeito interno no material, fora dessa região, promova a ruptura do mesmo, o que raramente acontece. A precisão de um ensaio de tração depende, evidentemente, da precisão dos aparelhos de medida que se dispõe. Com pequenas deformações, pode-se conseguir uma precisão maior na avaliação da tensão ao invés de detectar grandes variações de deformação, causando maior imprecisão da avaliação da tensão. Mesmo no início do ensaio, se esse não for bem conduzido, grandes erros pode ser cometidos, como por exemplo, se o provete não estiver bem alinhado, os esforços assimétricos que aparecerão levarão a falsas leituras das deformações para uma mesma carga aplicada. Deve-se portanto centrar bem o corpo-de-prova na máquina para que a carga seja efetivamente aplicada na direção do seu eixo longitudinal. Em um ensaio de tração, obtém-se o gráfico tensão-deformação, na qual é possível analisar o comportamento do material ao longo do ensaio. Do início do ensaio, até a ruptura, os materiais geralmente passam pelas deformações elásticas e plásticas. Gráfico coleta da Wikipedia 2.1.1) Deformação Elástica Para a maioria dos metais que são solicitados em tração e com níveis de tensão relativamente baixos, a tensão e a deformação são proporcionais de acordo com a relação abaixo. Esta é a conhecida lei de Hooke uniaxial e a constante de proporcionalidade "E" é o módulo de elasticidade, ou módulo de Young. As deformações elásticas não são permanentes, ou seja, quando a carga é removida, o corpo retorna ao seu formato original. No entanto, a curva tensão-deformação não é sempre linear, como por exemplo, no ferro fundido cinzento, concreto e polímeros. Até este ponto, assume-se que a deformação elástica é independente do tempo, ou seja, quando uma carga é aplicada, a deformação elástica permanece constante durante o período em que a carga é mantida constante. Também é assumido que após a remoção da carga, a deformação é totalmente recuperada, ou seja, a deformação imediatamente retorna para o valor zero. 2.1.2) Deformação Plástica Acima de uma certa tensão, os materiais começam a se deformar plasticamente, ou seja, ocorrem deformações permanentes. O ponto na qual estas deformações permanentes começam a se tornar significativas é chamado de limite de escoamento. Para metais que possuem transição gradual do regime elástico para o plástico, as deformações plásticas se iniciam no ponto na qual a curva tensão-deformação deixa de ser linear, sendo este ponto chamado de limite de proporcionalidade (ou tensão limite-elasticidade). No entanto, é difícil determinar este ponto precisamente. Como conseqüência, criou-se uma convenção na qual é construída uma linha reta paralela à porção elástica, passando pela deformação de 0,2% da deformação total. A tensão correspondente à intersecção desta linha com a curva tensão-deformação é o limite de escoamento (ou tensão de cedência). A magnitude do limite de escoamento é a medida da resistência de um material à deformação plástica e pode variar muito, como por exemplo, entre 35 MPa para uma liga de alumínio de baixa resistência até 1400 MPa para um aço de alta resistência. Durante a deformação plástica, a tensão necessária para continuar a deformar um metal aumenta até um ponto máximo, chamado de limite de resistência à tração (ou tensão de ruptura), na qual a tensão é a máxima na curva tensão-deformação de engenharia. Isto corresponde a maior tensão que o material pode resistir; se esta tensão for aplicada e mantida, o resultado será a fractura. Toda a deformação até este ponto é uniforme na seção. No entanto, após este ponto, começa a se formar uma estricção, na qual toda a deformação subseqüente está confinada e, é nesta região que ocorrerá ruptura. A tensão corresponde a fractura é chamada de limite de ruptura. Assim, é possível obter o gráfico tensão-deformação, que varia conforme o material analisado. Por exemplo, os materiais frágeis, como cerâmicas e concreto, não apresentam um limite de escoamento. Já os materiais dúcteis, como o alumínio, não apresentam o limite de escoamento bem definido. "Diagrama tensão-deformação para uma"Diagrama tensão-deformação para um " "liga típica de alumínio: "material frágil: " "1. Tensão máxima de tração "1. Tensão máxima de tração " "2. Limite de escoamento "2. Ruptura " "3. Tensão limite de " " "proporcionalidade " " "4. Ruptura " " "5. Deformação "offset" (tipicamente" " "0,002). " " 2.1.3) Módulo de Elasticidade (E) Esta é uma propriedade específica de cada metal e corresponde à rigidez deste. Quanto maior o módulo menor será a deformação elástica. Esta propriedade pode ser obtida através da fórmula do módulo de elasticidade, que é E = σ / ε (Lei de Hooke) , onde σ é a tensão dada por Força/ Área e "ε" é a deformação dada por ΔL / L0. Graficamente podemos achar E pela tangente da reta que representa a deformação elástica do corpo. 2.1.4) Limite de Escoamento (σe) O escoamento corresponde a transição entre a deformação elástica e a plástica. O limite de escoamento superior é a tensão máxima durante o período de escoamento. Essa tensão é seguida por uma queda repentina da carga que representa o início da deformação plástica. Após isso a curva se estabiliza e o valor desta tensão equivale ao limite de escoamento inferior. Tais resultados não dependem apenas do material, mas também de outros fatores como a geometria e as condições do corpo de prova. O limite de escoamento pode ser obtido pela intersecção da curva tensão x deformação com uma reta paralela a parte que representa a deformação elástica do gráfico deslocada de 0,2%. 2.1.5) Limite de Resistência Mecânica (σu) Corresponde a tensão máxima obtida durante o ensaio de tração tendo pouca importância na resistência dos metais dúcteis. 2.1.6) Limite de Ruptura (σr) O limite de ruptura corresponde à tensão na qual o material se rompe. 2.1.7) Módulo de Tenacidade (UT ) Tenacidade de um metal é a sua habilidade de absorver energia na região plástica. Já o módulo de tenacidade é a quantidade de energia absorvida por unidade de volume até a fratura. Esse valor corresponde à área total abaixo da curva de Tensão x Deformação. 2.1.8) Módulo de Resiliência (UR) Resiliência de um metal é a sua capacidade de absorver energia e depois descarregá-la quando deformado elasticamente. Já o módulo de resiliência é a energia de deformação por unidade de volume necessária para tensionar o metal até o final da região elástica. Esse valor corresponde a área total abaixo do gráfico até o final da região elástica. 2.1.9) Alongamento Total (A) Corresponde ao aumento percentual de comprimento na região útil do corpo de prova observado até a ruptura do corpo de prova. Pode ser determinado pela expressão: A = ( Lf – L0) / L0 x 100 2.1.10) Estricção (() É uma medida do estrangulamento da seção. Também pode caracterizar a ductilidade do material, pois quanto maior for a estricção mais dúctil será o metal. É obtida pela fórmula: ( = (S0 – Sf) / S0 x 100 3) MATERIAIS UTILIZADOS Devido ao problema ocorrido na maquina de tração da universidade não foi possível fazer o levantamento dos dados e também descrever como realizar o ensaio, porém o Prof. Alcindo passou um levantamento utilizado anteriormente para aplicação neste relatório, portanto os materiais utilizados e o procedimento informado abaixo fazem parte da pesquisa. - Corpo de prova conforme figura abaixo: Figura 6.2 do Callister - Maquina de tração conforme exemplo abaixo: Figura Telecurso 2000, aula 4 4) PROCEDIMENTO O primeiro procedimento consiste em identificar o material do corpo de prova. Corpos de prova podem ser obtidos a partir da matéria-prima ou de partes específicas do produto acabado. Depois, deve-se medir o diâmetro do corpo de prova em dois pontos no comprimento da parte útil, utilizando um micrômetro, e calcular a média. Por fim, deve-se riscar o corpo de prova, isto é, traçar as divisões no comprimento útil. Num corpo de prova de 50 mm de comprimento, as marcações devem ser feitas de 5 em 5 milímetros. Figura Telecurso 2000, aula 4 Assim preparado, o corpo de prova estará pronto para ser fixado à máquina de ensaio. Fixa-se o corpo de prova na máquina por suas extremidades, numa posição que permite ao equipamento aplicar-lhe uma força axial para fora, de modo a aumentar seu comprimento. A máquina de tração é hidráulica, movida pela pressão de óleo, e está ligada a um dinamômetro que mede a força aplicada ao corpo de prova. A máquina de ensaio possui um registrador gráfico que vai traçando o diagrama de força e deformação, em papel milimetrado, à medida em que o ensaio é realizado. 5) RESULTADOS O ensaio foi realizado em um corpo de prova em alumínio com diâmetro de 12.8mm e comprimento útil de 50.8mm, obtendo-se o diâmetro final de 6.4mm. Foram coletados os seguintes dados: "CARGA (N) "COMPRIMENTO "L" (mm) " "0 "50,8 " "7330 "50,851 " "15100 "50,902 " "30400 "51,003 " "41300 "51,816 " "44800 "52,832 " "46200 "53,848 " "47500 "54,880 " "44800 "57,658 " "36400 "59,182 (ruptura) " Através dos dados acima foi confeccionada a tabela abaixo de tensão(σ) x deformação(ε), obtendo-se os cálculos abaixo: "COMPRIMENTO "Alongamento "ε""CARGA (N) "σ (Mpa) " ""L" (mm) "(mm/mm) " " " "50,8 "0,0000 "0 "0 " "50,851 "0,0010 "7330 "57,0 " "50,902 "0,0020 "15100 "117,3 " "51,003 "0,0040 "30400 "236,2 " "51,816 "0,0200 "41300 "321,0 " "52,832 "0,0400 "44800 "348,2 " "53,848 "0,0600 "46200 "359,0 " "54,88 "0,0803 "47500 "369,1 " "57,658 "0,1350 "44800 "348,2 " "59,182 "0,1650 "36400 "282,9 " Segue abaixo a curva característica do material testado: Em um ensaio de tração, a primeira parte do diagrama apresenta-se como uma reta e é chamada de fase linear. O módulo de elasticidade (E) é o coeficiente angular desta reta e também pode ser escrito como o quociente entre a tensão e a deformação. Logo " E" é: 58,9 GPa Limite de Escoamento é determinado a partir da curva obtida no ensaio de deformação, traçando-se uma paralela ao regime elástico com início no ponto de deformação 0,002 e encontrando o ponto em que esta intercepta a curva. Logo "σe" é: 250 MPa O limite de resistência mecânica corresponde a tensão referente ao ponto máximo da curva obtida. Logo "σu" é: 369,1 MPa Para o limite de ruptura, esse corresponde a tensão referente no ponto de ruptura do corpo de prova, ou seja, "σu" é 282,9 MPa. A dutilidade pode ser expressa quantitativamente tanto como porcentagem de elongação quanto como porcentagem de redução de área. A porcentagem de elongação, %EL, é a porcentagem de deformação plástica na fratura: %EL = [(lf - lo) / lo] x 100 Porcentagem de Redução de Área %RA é definida como: %RA = [(Ao - Af)/Ao] x 100 Efetuando os cálculos acima obtemos: %EL = [(59,182-50,8)/50,8] x 100 = 16,5% (Alongamento Total) %RA = [(128,7-32,2)/128,7] x 100 = 75% (Estricção) 6) CONCLUSÃO Observando o gráfico do material ensaiado (alumínio) podemos observar que trata-se de um material dutil. O ensaio foi bastante útil para verificação como retirar de um corpo de prova todas as propriedades necessárias à engenharia de determinado material. Abaixo seguem os dados calculados e valores de propriedades mecânicas pesquisadas em diversos sites da internet. "Propriedades Mecânicas "Valor Experimental "Valor Pesquisado " " " "na Internet " "Módulo de Elasticidade "58,9 GPa "70 GPa " "Limite de Escoamento "250 MPa "255 MPa " "Limite de Resistência "369,1 MPa "320 MPa " "Limite de Ruptura "282,9 MPa "230 MPa " "Alongamento "16,5% "15% " "Estricção "75% "65% " 7) BIBLIOGRAFIA Sites: Portal CIMM HTTP://www.cimm.com.br – Materiais didáticos Acesso em 20/04/09 Wikipedia http://www.wikipedia.org.br - palavra chave: Ensaio de Tração Acesso em 20/04/09 University of Liverpool http://www.matter.org.uk – AluMatter Acesso em 21/04/09 Livros: Livro Telecurso 2000 - Mecânica – Ensaio de Materiais; aulas 2, 3, 4 e 5; editora Globo –10/2003 Callister, William D., Ciência e Engenharia dos materiais, Editora LTC, São Paulo, Brasil. 2000 Souza, Sérgio Augusto de; Ensaios Mecânicos em materiais metálicos,Editora Edgard Blucher Ltda, São Paulo, Brasil, 1974 Normas Técnicas ASTM E18-90a - Standard Test Methods for Tension Testing of Metallic Materials [Metric], EUA, 1989. ABNT NBR-6152; Determinação das Propriedades Mecânicas à Tração, 1980. ASTM E8 / E8M - Standard Test Methods for Tension Testing of Metallic Materials, EUA, 2008 ----------------------- Limite de Escoamento Limite de Resistência Mecânica