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Relatório De Campo Análise Geológica Do Supergrupo Espinhaço

Relatório de Campo: Disciplina Geologia 1

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RELATÓRIO DE CAMPO: ANÁLISE GEOLÓGICA DO SUPERGRUPO ESPINHAÇO Marcos Ferreira de Oliveira Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES [email protected] RESUMO O presente relatório apresenta resultados do trabalho de campo realizado pelos professores Ms. Wallace Magalhães Trindade e Vivian Hermano juntamente com os acadêmicos do 1º e 7º períodos do curso de Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES, Campus Pirapora – MG, nos dias 13,14 e 15 de novembro de 2011. O roteiro compreendeu as cidades de Brumadinho (Companhia Vale do Rio Doce) e Ouro Preto (Parque Municipal das Andorinhas) na região central do Estado, sendo Pirapora a cidade de origem localizada na mesoregião norte. O objetivo central do presente estudo, proposto pelo professor Ms. Wallace Magalhães Trindade foi conhecer os processos de extração de Minérios de Ferro e analisar a Geologia do Supergrupo Espinhaço, buscando entender os processos que desencadearam as formações Geológicas dessa região, aperfeiçoando os conhecimentos obtidos em sala de aula pertinente a disciplina Fundamentos de Geologia. Palavras Chave: Trabalho de campo, Minérios de Ferro, Super Grupo Espinhaço, Geologia. INTRODUÇÃO “O termo geologia vem do grego ge, que significa terra, e logos, palavra, pensamento, ciência. A geologia, como ciência, procura decifrar a historia geral da terra, desde o momento em que se formaram as rochas ate o presente.” (LEINZ, 1998, p. 03) As ciências geológicas originaram-se das civilizações mais antigas, pois estas sofriam os efeitos dos terremotos e observando as atividades dos vulcões, contemplavam o trabalho incessante das ondas e dos mananciais de águas em relação a outros efeitos. Desde que o homem aprendeu a se aproveitar das rochas e minerais, iniciou-se, no sentido lato o estudo da geologia. São interessantes as ideias dos antigos gregos, muitas vezes de pleno acordo com os conceitos atuais. Tais ideias demonstram, contudo, a falta de experimentação e pouca observação direta no campo, sendo o fruto da inteligência fértil e especulativa. (AMARAL, 1998, p. 04) Hoje podemos observar que o seu estudo esta de uma forma mais complexa, pois abrange várias áreas, sobretudo a crosta terrestre e seus variados aspectos físicos. A geologia e dividida em três aspectos: a geologia geral que e entendida como o estudo da composição, da estrutura e dos fenômenos formadores da crosta terrestre. A geologia histórica relaciona-se ao tempo, ou seja, datar cronologicamente as evoluções, as modificações estruturais, geográficas e biológicas ocorridas na historia da terra. A geologia ambiental e o estudo dos problemas geológicos decorrentes da relação que existe entre homem e a superfície terrestre. As alterações do ambiente onde vivemos provocadas pelas atividades humanas. OBJETIVO GERAL Este trabalho teve como principal objetivo concretizar a importância da relação existente entre teoria-prática na formação do docente e produção de conhecimento sobre a evolução Geológica, através da leitura da paisagem e dos fatores que influenciam na formação do relevo, como: o clima, vegetação dentre outros. Assim, estabelecer uma mediação entre o conhecimento prévio (teoria) e os registros e fazer a fusão dos dois, num processo dialético para o entendimento daquele espaço e dinâmica, até então estudada só por meios teóricos e não práticos. O roteiro escolhido tem relevância por sua Geologia diversificada, composta pelo Super Grupo Espinhaço. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ► Promover a integração entre o conhecimento adquirido em classe e a observação em Loco; ► Observar e descrever a paisagem; ► Compreender o processo evolutivo Geológico; ► Produção de relatório científico; METODOLOGIA Para o desenvolvimento do projeto foram seguidas algumas etapas, que pode ser visualizada no esquema abaixo: METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO 1º Etapa – Planejamento do Trabalho: escolha de roteiro, materiais e métodos. Pesquisa bibliográfica 2º Etapa exploratória: campo. – Pesquisa Trabalho de 3º Etapa: Descrição e interpretação de dados e elaboração do relatório final. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A área de estudo, está compreendida, dentre as cidades Pirapora – Ouro Preto sendo Pirapora - MG o ponto de partida. A cidade de Pirapora-MG, localiza-se nas coordenadas, latitude 17° 21’ 55’’ Sul e longitude 44º 56’ 59’’ Oeste, está inserida na Mesoregião Norte do Estado de Minas Gerais, no segmento Alto/Médio São Francisco a margem direita. O município de Brumadinho localiza-se entre as coordenadas 20° 7′ 6″ de latitude Sul e 44° 12′ 4″ longitude Oeste, distante 50 kilômetros da capital Belo Horizonte. Sua população de acordo com Istituto Brasieleiro de Geografia e Estatistica é de 33.973 mil habitantes (IBGE, 2010). Possui cota altimétrica em torno de 720 metros. O clima é Cwa subtropical úmido segundo a classificação climática de Köppen-Geiger. O município de Ouro Preto encontra-se entre as coordenadas 20º 23' 28" de latitude Sul e 43º 30' 20" longitude Oeste. De acordo com o último censo, 2010 do IBGE sua população é constituída por 70.281 mil habitantes. Possui 1.150 metros acima do nível do mar. Segundo a classificação climática de Köppen-Geiger o clima é o temperado húmido com Inverno seco e Verão chuvoso. Figura 01: Localização da área pesquisada no contexto do Estado de Minas Gerais Fonte: IGAM, 2009 Org: GONÇALVES, S. P. P. S. (2011) CLIMA DE MINAS GERAIS As características climáticas predominantes no Estado de Minas Gerais e na área de estudo, caracteriza-se como tropical úmido AW, segundo a classificação de Koppen, com duas estações bem definidas: inverno seco e verão chuvoso. A vegetação do Estado está dividida em quatro biomas principais: Cerrado, Mata Atlântica, Campos de Altitude ou Rupestres e Mata Seca. Cerrado é o maior bioma do Estado, A vegetação é composta por gramíneas, arbustos e árvores; A Mata Atlântica é o segundo maior bioma em Minas. A vegetação é densa e permanentemente verde, e é grande o índice pluviométrico nessas regiões. Os Campos de Altitude ou Rupestres se caracterizam por uma cobertura vegetal de menor porte com uma grande variedade de espécies, com predomínio da vegetação herbácea em que os arbustos são escassos e as árvores raras e isoladas. É encontrado nos pontos mais elevados das serras da Mantiqueira, Espinhaço e Canastra. A Mata Seca aparece no Norte do Estado, no vale do rio São Francisco. As formações vegetais desse bioma se caracterizam pela presença de plantas espinhosas, galhos secos e poucas folhas na estação seca. No período de chuvas apresenta grandes folhagens. A caatinga está localizada no Norte do Estado e ocupa cerca de 3,48 do território mineiro. É um bioma único no mundo, ou seja, grande parte das espécies de animais e plantas dessa região não é encontrada em nenhum outro lugar do planeta. (IEF) PONTO 01: COMPANHIA VALE DO RIO DOCE A Vale é a segunda maior empresa mineradora do mundo e a maior das Américas. São os maiores produtores mundiais de minério de ferro e pelotas e ocupa o segundo lugar na produção de níquel. Está ainda entre os maiores produtores mundiais de manganês e de ferro ligas. Também pesquisa, produz e comercializa cobre, carvão, potássio, fertilizantes, cobalto, metais do grupo da platina e metais preciosos. Além disso, atua nos segmentos de Logística, Energia e Siderurgia. O trabalho de campo ficou restrito à Mina Córrego do Feijão, com 163,3 hectares, está em operação desde 1940 e se localiza no Município de Brumadinho-MG. A visita ao local propiciou a visualização dimensional da cava e a maneira como é extraído e transportado o Minério de Ferro. Figura 02: Cava da Mina Córrego do Feijão Org: OLIVEIRA, M.F. (2011) Figura 03: Planta de Processamento do Minério de Ferro e a Logística de Transporte. Org: OLIVEIRA, M.F. (2011) PONTO 02: PARQUE NATURAL MUNICIPAL DAS ANDORINHAS O Parque Natural Municipal das Andorinhas localiza-se na cidade de Ouro Preto e foi criado em 1989 com objetivo de proteger as nascentes do Rio das Velhas, que contribui para o abastecimento da região Metropolitana de Belo Horizonte. O parque é administrado pela Secretaria de Meio Ambiente de Ouro Preto. A APA e as florestas são gerenciadas pelo IEF. A entrada ao PNMA é gratuita e o passeio é devidamente acompanhado por um guia, porém ainda não há uma estrutura especifica para visitação (placas informativas, setas de localização, esquema de proteção à nascentes, etc). De acordo com a guia local os lugares mais procurados dentro do parque são a Cachoeira das Andorinhas, a Pedra do Jacaré e a Cachoeira conhecida como “Véu da Noiva”, de cerca de 40m de altura. A área apresenta um relevo bastante acidentado, os processos intempéricos favoreceram o surgimento de estrias, fendas, acomodações rochosas, mirantes, cachoeiras e pequenas corredeiras. Toda essa área fica de certa forma restrita. Figura 04: Paisagem do Parque Natural Municipal das Andorinhas. Org: OLIVEIRA, M.F. (2011) SUPERGRUPO ESPINHAÇO A cordilheira do Espinhaço situa-se no centro de Minas Gerais, antigamente aparecia com o nome de Serra Geral ou Serra de Minas. A denominação de Espinhaço foi lhe dada pelo barão de Eschwege, porque se assemelha a espinha e as vértebras de um animal. (COELHO, 2002). O Espinhaço emerge ao sul de Ouro Preto, e se estende na direção norte, onde declina para a depressão do rio São Francisco. A elevação dessa cordilheira varia de 750 metros em seus planaltos até mais de dois mil metros de altitude em seus picos, como o Itacolomi, Itambé , Caraça, Piedade e Itabirito. Figura 03: Distribuição geográfica da Serra do Espinhaço (em destaque) e da unidade estratigráfica que a sustenta, na região centro-oriental brasileira. Domínios geográficos: 1 - Supergrupo Espinhaço; 2 – Espinhaço Central; 3 – Espinhaço Setentrional; 4 – Chapada Diamantina. Fonte: SCIELO, 2009. A litologia do grupo Espinhaço é composta por arenitos, argilitos, filitos, conglomeráticas vulcânicas de caráter básico e ácido e principalmente por quartzitos, rochas bastante resistentes ao intemperismo, por isso, dificulta a evolução da pedogênese (Abreu, 1995). O Supergrupo Espinhaço se divide em quatro domínios geográficos, denominados de norte para sul, em Chapada Diamantina, Espinhaço Setentrional, Espinhaço Central e Espinhaço Meridional. A evolução da Serra do Espinhaço é resultado de uma seqüência de eventos geotectônicos, pontuados a seguir (Almeida Abreu & Pflug, 1994 apud Saadi, 1995): 1. rifteamento em torno de 1.752 Ma. (final do Paleoproterozóico), dando início à formação de uma bacia onde se acumularam mais de 5.000 m de sedimentos predominantemente areníticos do Supergrupo Espinhaço; 2. fechamento da bacia por esforços compressivos com transporte de E para W, gerando o Orógeno Espinhaço em torno de 1.250 Ma (Mesoproterozóico); 3. durante os 250 Ma seguintes, processou-se a sedimentação do Grupo Macaúbas, parcialmente glaciogênica e mais desenvolvida na parte setentrional; 4. em torno de 900 Ma (Neoproterozóico), um evento distensivo foi responsável por intenso magmatismo basáltico e a subsequente subsidência do Cráton do São Francisco, que permitiu a formação da bacia que acolheu os sedimentos pelíticocarbonáticos do Grupo Bambuí; 5. ao final do Neoproterozóico, o amalgamento do Supercontinente Gondwana induz uma reativação das estruturas nucleadas anteriormente, resultando em empurrões de E para W, impondo a superposição das seqüências do Supergrupo Espinhaço às dos grupos Macaúbas e Bambuí. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho de campo ajudou na assimilação do conteúdo trabalhado dentro de sala de aula. Além de um melhor entendimento da disciplina, o contato com as paisagens e as possíveis leituras feitas, facilitou a visualização de como é a dinâmica do processo de formação Geológica. Levando em conta que foi de suma importância o contato com Grupos diferentes (Grupo Bambui e Supergrupo Espinhaço), onde cada um possui suas particularidades, dentre elas, a mais evidente foi o relevo. Dessa forma ficou explicito que as ações práticas de campo, são importantes para a concretização da teoria-prática, fundamentais para o desenvolvimento de conhecimentos e competências na formação de um profissional bem capacitado. REFERÊNCIAS CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DE KÖPPEN. Disponível em: http://meteo12.nforum.biz/t17-classificacao-climatica-de-koppen. Acesso em 03/12/2011 INSTITUTO ESTADUAL DE FLORESTAS – IEF. Disponível em http://www.ief.mg.gov.br/component/content/117?task=view . Acesso em 03/12/2011 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidades. Acesso em 23/11/2011. SITE OFICIAL DA CIDADE DE BRUMADINHO. Disponível http://www.portaldebrumadinho.com.br/brumadinho.asp Acesso em: 03/12/2011. em: ABREU, A. P. A.. O Supergrupo Espinhaço da Serra do Espinhaço Meridional(Minas Gerais): o rifte, a bacia e orogéno. Geonomos. 3;1.1995,p.1-18. Disponível http://www.igc.ufmg.br/geonomos/PDFs/3_1_01_18_Abreu.pdf Acesso 03/12/2011 SITE OFICIAL DA VALE. Disponível em: http://www.vale.com.br/pt-br/o-que-fazemos/paginas/default.aspx. Acesso em: 04/12/2011. SAAD, A. A Geomorfologia da serra do Espinhaço de Minas Gerais e suas margens. Geonomos. 3;1.1995. Disponível em: < http://www.igc.fmg.br/geonomos/3_ 1_41_63_Saad.pdf >. Acesso em: 04/12/2011. GONÇALVES, S. P. P. S.; MENDONÇA, D. S.; SILVA, S. A. P. Paralelo Geomorfológico: Pirapora e Diamantina o Grupo Bambuí e Super Grupo Espinhaço. In ENCONTRO REGIONAL POVOS DO CERRADO DE PIRAPORA. Pirapora, 6.; Pirapora, 2011. LEINZ, V.; AMARAL, S. E. Geologia Geral. 13ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1998.