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Relatório De Alvenaria Estrutural Aplicada Na Engenharia Civil

Relatorio elaborado para matéria de Sistemas Construtivos enfocado no sistema de alvenaria estrutural.

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ALVENARIA ESTRUTURAL ACADÊMICOS: Herman Piccinin Pagotto RA: 810312 Paula Jarreta Lima RA: 810452 Ricardo Vinícius Sartori RA: 810355 Vinícius Antonioli RA: 710131 Trabalho apresentado na disciplina SISTEMAS CONSTRUTUVOS, na área de concentração Construção Civil, do Curso de Engenharia Civil. Bauru/SP Setembro de 2011 Faculdade de Engenharia de Bauru - Departamento de Engenharia Civil Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01 17033-360 BAURU - SP tel. +55 (14) 3103-6112 [email protected] www.feb.unesp.br TÍTULO DO TRABALHO Herman Piccinin Pagotto PAGOTTO, H. P. Paula Jarreta Lima LIMA, P. J. Ricardo Vinícius Sartori SARTORI, R. V. Vinícius Antonioli ANTONIOLI, V. RA: 810355 RA: 810452 RA: 810355 RA: 710131 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 1.1 O SISTEMA CONSTRUTIVO ALVENARIA ESTRUTURAL .............................. 1 1.2 BREVE DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO........................................................ 2 1.3 NORMAS BRASILEIRAS ........................................................................................ 5 1.3.1 ESPECIFICAÇÃO E CONTROLE DOS COMPONENTES........................ 5 1.3.2 PROJETO ....................................................................................................... 6 1.3.3 EXECUÇÃO .................................................................................................. 6 1.4 DEFINIÇÕES ............................................................................................................ 7 1.5 CLASSIFICAÇÃO .................................................................................................... 8 1.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DA ALVENARIA ESTRUTURAL ...................................................................................................................... 8 2 3 4 MATERIAIS E COMPONENTES UTILIZADOS NA ALVENARIA ESTRUTURAL . 9 2.1 UNIDADES DE ALVENARIA ................................................................................ 9 2.2 ARGAMASSAS ...................................................................................................... 10 2.3 GRAUTE ................................................................................................................. 11 2.4 ARMADURAS ........................................................................................................ 12 FATORES QUE INFLUENCIAM NA RESISTÊNCIA DA ALVENARIA .................. 12 3.1 RESISTÊNCIA DA ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO................................ 13 3.2 RESISTÊNCIA DO BLOCO ................................................................................... 13 3.3 FORMA DE ASSENTAMENTO ............................................................................ 14 3.4 QUALIDADE DA MÃO DE OBRA ...................................................................... 15 MODULAÇÃO ................................................................................................................ 15 4.1 MODULAÇÃO HORIZONTAL ............................................................................. 17 4.1.1 TIPOS DE AMARRAÇÕES........................................................................ 17 4.1.1.1 AMARRAÇÃO DIRETA .................................................................. 18 4.1.1.2 AMARRAÇÃO INDIRETA .............................................................. 22 4.2 MODULAÇÃO VERTICAL ................................................................................... 23 4.2.1 MODULAÇÃO VERTICAL DE PISO A TETO ........................................ 23 4.2.2 MODULAÇÃO VERTICAL DE PISO A PISO ......................................... 24 5 CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO ........................................................................... 25 5.1 DADOS INICIAIS DO PROJETO E FLUXO DE INFORMAÇÕES .................... 26 5.1.1 TIPO DE FUNDAÇÃO ............................................................................... 26 5.1.2 TIPO DE BLOCO ........................................................................................ 27 5.1.3 MODULAÇÃO ............................................................................................ 27 5.1.4 POSICIONAMENTO DAS PAREDES NÃO ESTRUURAIS ................... 27 5.1.5 INSTALAÇÕES PREDIAIS ....................................................................... 27 5.1.5.1 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS .......................................................... 28 5.1.5.2 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS .................................................... 29 5.1.6 LAJES .......................................................................................................... 30 5.1.7 ESCADAS.................................................................................................... 31 6 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS ...................................................................... 31 6.1 MATERIAIS ............................................................................................................ 31 6.2 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS ................................................................. 32 6.3 PRODUÇÃO DA ALVENARIA ............................................................................ 33 6.3.1 MARCAÇÃO E ELEVAÇÃO ..................................................................... 33 6.3.1.1 MARCAÇÃO DA ALVENARIA ..................................................... 33 6.3.1.2 ELEVAÇÃO DA ALVENARIA ....................................................... 34 6.3.1.3 CONFECÇÃO DAS VERGAS E CONTRAVERGAS..................... 36 6.3.1.4 GRAUTEAMENTO .......................................................................... 37 6.3.1.5 CINTAS DE AMARRAÇÃO ............................................................ 38 6.3.2 CUIDADOS COM A LAJE DE COBERTURA ......................................... 38 7 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 39 8 BIBLIOGAFIA................................................................................................................. 39 1 1.1 INTRODUÇÃO O SISTEMA CONSTRUTIVO ALVENARIA ESTRUTURAL A Norma Brasileira NBR 10837/89 (Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto) classifica Alvenaria Estrutural como “processo construtivo no qual os elementos que desempenham a função estrutural são de alvenaria, sendo os mesmos projetados, dimensionados e executados de forma racional”. Mundialmente, a alvenaria estrutural é reconhecida como durável, esteticamente agradável, de bom desempenho térmico e acústico. Quando bem projetado, o sistema construtivo em alvenaria estrutural traz grande número de vantagens, como ganho em agilidade na construção, diminuição de desperdícios e custo competitivo no mercado. Em síntese, implica em racionalização da obra. Apesar de todas essas vantagens e do atual uso extensivo do sistema, é escassa a bibliografia sobre conceitos de projeto de alvenaria estrutural, o que contribui para o pouco conhecimento sobre o assunto. Infelizmente, ainda hoje se encontra engenheiros civis que realizam projeto ou execução de obras sem saberem ao menos o significado de um prisma de alvenaria. Embora a Alvenaria Estrutural seja utilizada de forma racionalizada no Brasil desde a década de 1960, apenas em 1977 foi formada a primeira comissão para a criação de uma norma brasileira para projeto de alvenaria estrutural. Pesquisas sobre alvenaria estrutural tiveram início no IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo no final da década de 70 e, na década de 80, na Escola Politécnica da USP – Universidade de São Paulo. No final da década de 80 e início da década de 90, o sistema construtivo ganhou força e as parcerias entre Universidades e empresas permitiram o surgimento de materiais e equipamentos nacionais para a produção de alvenaria. É a partir daí que podemos dizer que a alvenaria estrutural (dimensionada a partir de conceitos técnicos e detalhada de forma racional) substitui no Brasil a estrutura de alvenaria (onde as paredes servem de suporte estrutural, mas são projetadas e construídas de forma empírica, apesar de existir com relativo sucesso há mais de 10.000 anos). O uso da alvenaria não armada ou parcialmente armada passou a ser corrente. Estudos comparativos chegam à conclusão de que, prédios residenciais com vãos moderados e de baixa e média altura, a opção pela alvenaria estrutural poderia levar à considerável redução do custo. 1 Hoje o sistema é extensivamente utilizado em todas as regiões do país e é um ramo reconhecido da Engenharia Civil, sendo que as melhores universidades brasileiras têm a disciplina na grade curricular do curso de Engenharia Civil. Assim, com o envolvimento de pesquisadores, projetistas, associações, construtores, fornecedores, presenciamos no momento uma indústria de alvenaria em avançado grau de desenvolvimento. É comum verificar-se o uso de alvenaria estrutural e empreendimentos habitacionais de larga escala, onde as exigências de racionalização, planejamento, controle, rapidez e custo são melhor contempladas pela opção do sistema da alvenaria estrutural. Inúmeros edifícios são hoje construídos em alvenaria estrutural, especialmente os residenciais. O sistema construtivo é usualmente indicado quando não há a previsão de alterações na arquitetura e quando essa possibilidade é limitada à alteração de algumas paredes apenas. Na cidade de Bauru, algumas construtoras já vêm desenvolvendo empreendimentos utilizando o sistema construtivo da alvenaria estrutural, dentre elas, têm destaque a MRV e a Construtora Casa Alta. Em relação à altura do edifício, a opção por alvenaria estrutural é mais econômica em edifícios de poucos andares, com até 12 pavimentos. Para edifícios de altura moderada, a adequação de alvenaria não armada está relacionada com a boa resistência à compressão da alvenaria. Nos casos em que a ação horizontal é predominante, torna-se viável o uso de protensão ou alvenaria armada. 1.2 BREVE DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO A alvenaria é uma forma de construção milenar, onde as técnicas foram sendo passadas de geração em geração, com base na experiência anterior. Na Antiguidade, as construções persas e assírias a 10.000 AC já eram feitas com tijolos secos ao sol. No ano 3.000 AC já se empregavam tijolos queimados em fornos. Estas técnicas foram aplicadas na construção do Farol de Alexandria, com 165 m de altura (destruído em 1.300 DC por um terremoto) e do Coliseu (terminado em 82 DC), por exemplo. 2 Figura 1 – Farol de Alexandria e Coliseu Fonte: http://faroldealexandria.com.br/, 10 de setembro de 2011. Um exemplo marcante é o edifício Monadnock, em Chigaco (1891), com 16 pavimentos (65 metros de altura), construído em Alvenaria Estrutural. Suas paredes na base mediam 1,80m de espessura e, se fosse construído com os conhecimentos e a tecnologia de hoje para projeto de alvenaria estrutural suas paredes teriam apenas 30 cm. Figura 2 – Edifico Monadnock (Chicago) nos dias atuais. Fonte: http://faroldealexandria.com.br, 10 de setembro de 2011. 3 No início do século XX, com o avanço do concreto armado, a alvenaria estrutural estagnou e só voltou a ressurgir em 1951 com Paul Haller, um suíço que, com base em ensaios e pesquisas, projetou e construiu um edifício de alvenaria não-armada com 13 pavimentos e paredes de 37,5 cm de espessura. Como exemplo significativo de edifício projetado e construído com o conhecimento científico desenvolvido no século passado pode-se destacar o Hotel Excalibur, em Las Vegas, USA , com 28 pavimentos e blocos de 19 cm de espessura em suas paredes estruturais, suportando toda a carga do edifício, do 1º ao 28º andar. Figura 3 – Hotel Excalibur, em Las Vegas. Fonte: http://www.lasvegas-wallpaper.de/bilder1280.htm, 10 de setembro de 2011. No Brasil, a Alvenaria Estrutural surgiu em 1966 com a construção de edifícios de quatro pavimentos, e em 1972 com quatro edifícios de 12 pavimentos, em São Paulo. A partir dos anos 80 ocorreu uma disseminação da alvenaria estrutural na construção de conjuntos habitacionais para as populações de baixa renda, sendo reconhecida como processo construtivo muito eficiente e racional. No entanto, as patologias se tornaram muito comuns. Até 1995, o maior edifício em alvenaria estrutural no Brasil é o “Solar dos Alcântaras”, com 24 pavimentos em alvenaria armada. 4 1.3 NORMAS BRASILEIRAS O projeto e a execução de obras de blocos de concreto e cerâmicos e a especificação e o controle dos componentes da alvenaria são padronizados pelas prescrições das seguintes normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas: 1.3.1 ESPECIFICAÇÃO E CONTROLE DOS COMPONENTES a) Blocos cerâmicos: - Componentes cerâmicos – Parte 1 - Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação – Terminologia e requisitos – NBR 15270-1, Rio de Janeiro 2005. - Componentes cerâmicos – Parte 2 - Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural – Terminologia e requisitos – NBR 15270-2, Rio de Janeiro 2005. - Componentes cerâmicos – Parte 3 - Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação – Métodos de ensaio – NBR 15270-3, Rio de Janeiro 2005. b) Blocos de concreto: - Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural – NBR 6136. - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – Determinação da resistência à compressão – NBR 7184. - Prismas de Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural – NBR 8215. c) Argamassa: - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Preparo da mistura e determinação do índice de consistência – NBR 13276. Rio de Janeiro, 2005. - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da retenção de água – NBR 13277. Rio de Janeiro, 2005. 5 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado – NBR 13278. Rio de Janeiro, 2005. - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão – NBR 13279. Rio de Janeiro, 2005. - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da densidade de massa aparente no estado endurecido – NBR 13280. Rio de Janeiro, 2005. d- ) Graute: - Ensaio à compressão de corpos-de-prova cilíndricos de concreto – NBR 5739. Rio de Janeiro, 2007. e) Parede: - Paredes de alvenaria estrutural – Determinação da resistência ao cisalhamento – NBR 14321. Rio de Janeiro, 1999. - Paredes de alvenaria estrutural – Verificação da resistência à flexão simples ou à flexocompressão – NBR 14322. Rio de Janeiro, 1999. - Paredes de alvenaria estrutural – Ensaio à compressão simples – NBR 8949. Rio de Janeiro, 1985. 1.3.2 PROJETO - Alvenaria estrutural – Blocos cerâmicos Parte 1 – Projetos NBR 15812-1. Rio de Janeiro, 2010. - Cálculo da Alvenaria Estrutural em Blocos Vazados de Concreto – NBR 10837. 1.3.3 EXECUÇÃO - Alvenaria Estrutural - Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto – NBR 8798. Rio de Janeiro, 1985. - Alvenaria estrutural – Blocos cerâmicos Parte 2 – Execução e controle de obras NBR 15812-2. Rio de Janeiro, 2010. 6 1.4 DEFINIÇÕES A NBR 10837 define alguns conceitos básicos de forma a permitir melhor compreensão de termos que deverão ser empregados ao longo do texto e que são freqüentemente encontrados na literatura: Componente: ente que compõe os elementos da obra: blocos, argamassa, graute, armaduras. Elemento: é a parte da obra suficientemente elaborada, constituída da reunião de dois ou mais componentes (Ex: parede, coluna e laje). Parede resistente: parede que tem por função resistir às ações atuantes na estrutura, além de seu peso próprio, desempenhando também as funções de vedação. Parede de contraventamento: parede resistente que além de resistir às ações verticais, tem por função resistir às ações horizontais, segundo seu plano, seja da ação de vento, de desaprumo da estrutura ou sísmicas, conferindo rigidez necessária à estrutura. Parede de Fechamento: parede para resistir somente ao seu peso próprio e desempenhar as funções de vedação. Pilar ou coluna: elemento para absorver ações verticais em que a relação de seus lados seja inferior a cinco. Verga: elemento estrutural colocado sobre os vãos de aberturas com a finalidade de transmitir as ações verticais para as paredes adjacentes. Contraverga: elemento estrutural colocado sob os vãos de aberturas com a finalidade de absorver tensões de tração nos cantos. Coxim: elemento estrutural não contínuo, apoiado na parede, com a finalidade de distribuir cargas verticais. Cinta: elemento estrutural apoiado continuamente na parede, ligado ou não às lajes, vergas ou contra vergas, com a finalidade de uniformizar a distribuição das ações verticais e servir de travamento e amarração. Enrijecedores: elementos estruturais vinculados a uma parede resistente com a finalidade de produzir um enrijecimento na direção perpendicular ao plano da parede. Diafragma: elemento estrutural laminar admitido como totalmente rígido em seu próprio plano e sem rigidez na direção perpendicular, sendo normalmente o caso das lajes maciças. 7 1.5 CLASSIFICAÇÃO A alvenaria estrutural pode ser classificada quanto ao processo construtivo empregado, quanto ao tipo de unidades ou ao material utilizado, como segue: Alvenaria Estrutural Armada: é o processo construtivo em que, por necessidade estrutural, os elementos resistentes (estruturais) possuem uma armadura passiva de aço. Essas armaduras são dispostas nas cavidades dos blocos que são posteriormente preenchidas com micro-concreto (Graute). Alvenaria Estrutural Não Armada: é o processo construtivo em que nos elementos estruturais existem somente armaduras com finalidades construtivas, de modo a prevenir problemas patológicos (fissuras, concentração de tensões, etc.). Alvenaria Estrutural Parcialmente Armada: é o processo construtivo em que alguns elementos resistentes são projetados como armados e outros como não armados. De uma forma geral, essa definição é empregada somente no Brasil. Alvenaria Estrutural Protendida: é o processo construtivo em que existe uma armadura ativa de aço contida no elemento resistente. Alvenaria Estrutural de Tijolos ou de Blocos: função do tipo das unidades. Alvenaria Estrutural Cerâmica ou de Concreto: conforme as unidades (tijolos ou blocos) sejam de material cerâmico ou de concreto. 1.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DA ALVENARIA ESTRUTURAL A experiência tem demonstrado que o conveniente emprego da alvenaria estrutural pode trazer as seguintes vantagens técnicas e econômicas: a) Redução de custos: a redução de custos que se obtém está intimamente relacionada à adequada aplicação das técnicas de projeto e execução, podendo chegar, segundo a literatura, até a 30%, sendo proveniente basicamente da: - Simplificação das técnicas de execução; - Economia de formas e escoramentos. b) Menor diversidade de materiais empregados: reduz o número de subempreiteiras na obra, a complexidade da etapa executiva e o risco de atraso no cronograma de execução em função de eventuais faltas de materiais, equipamentos ou mão de obra. 8 c) Redução da diversidade de mão-de-obra especializada: necessita-se de mão-de-obra especializada somente para a execução da alvenaria, diferentemente do que ocorre nas estruturas de concreto armado e aço. d) Maior rapidez de execução: essa vantagem é notória nesse tipo de construção, decorrente principalmente da simplificação das técnicas construtivas, que permite maior rapidez no retorno do capital empregado. e) Robustez estrutural: decorrente da própria característica estrutural, resultando em maior resistência a danos patológicos decorrentes de movimentações, além de apresentar maior reserva de segurança frente a ruínas parciais. Tem-se como principal inconveniente, a limitação do projeto arquitetônico pela concepção estrutural, que não permite a construção de obras arrojadas. Outra desvantagem é a impossibilidade de adaptação da arquitetura para um novo uso. 2 MATERIAIS E COMPONENTES UTILIZADOS NA ALVENARIA ESTRUTURAL Os principais componentes empregados na execução de edifícios de alvenaria estrutural são as unidades (tijolos ou blocos), a argamassa, o graute e as armaduras (construtivas ou de cálculo). É comum também a presença de elementos pré-fabricados como: vergas, contravergas, coxins, e assessórios, entre outros. Em relação aos componentes, apresentam-se as principais funções de cada um deles e suas características desejáveis: 2.1 UNIDADES DE ALVENARIA As unidades (blocos e tijolos) são os componentes mais importantes que compõe a alvenaria estrutural, uma vez que são eles que comandam a resistência à compressão e determinam os procedimentos para aplicação da técnica da coordenação modular nos projetos. Os principais tipos e as mais importantes características estão indicados abaixo: Quanto à forma: podem ser maciços ou vazados. São considerados tijolos maciços aqueles que possuem um índice de vazios de no máximo 25% de sua área transversal total. Se o índice for superior a 25% tem-se o bloco vazado. Quanto ao material: podem ser de concreto, cerâmicos ou sílico-calcáreos. Neste relatório, será dada especial atenção aos cerâmicos e de concreto. 9 c) Propriedades: resistência à compressão, estabilidade dimensional, vedação, absorção adequada, trabalhabilidade e modulação. Figura 4 – Formatos dos blocos de concreto e cerâmico. Fonte: CAMACHO, 2006, 10 de setembro de 2011. 2.2 ARGAMASSAS É o componente utilizado na ligação entre os blocos, evitando pontos de concentração de tensões, sendo composta de cimento, agregado miúdo, água e cal, sendo que algumas argamassas podem apresentar adições para melhorar determinadas propriedades. Algumas argamassas industrializadas vêm sendo utilizadas na construção de edifícios de alvenaria estrutural. As principais funções das argamassas são: transferir e uniformizar as tensões entre as unidades e solidarizar as unidades. Além disso, a argamassa deve ser capaz de absorver 10 pequenas deformações, impedir a entrada de água e vento na edificação, compensar as pequenas variações dimensionais das unidades e proporcionar efeitos arquitetônicos. Para o bom desempenho de suas funções, as argamassas devem possuir boas características de trabalhabilidade, resistência, plasticidade e durabilidade. Outra característica muito importante é a capacidade de retenção de água, pois quando colocadas em contato com blocos de alto poder de sucção, as argamassas pouco retentivas perdem muita água, tornandose pulverulentas e diminuindo a sua resistência de compressão e, principalmente a aderência. Podem ainda provocar expansões indesejáveis nos blocos. A resistência da argamassa à compressão não é muito importante para a resistência da parede de alvenaria estrutural à compressão. Passa a ser importante se a resistência da argamassa for menor que 40% da resistência do bloco. Ou seja: uma argamassa forte não produz necessariamente uma alvenaria forte. Por exemplo: para uma parede confeccionada com blocos de resistência de 7 MPa, ao se aumentar a resistência da argamassa de 6,5 MPa para 16,5 MPa, a resistência da parede aumenta apenas 6%. Porém, argamassas mais fortes (só de cimento e areia) não são recomendadas, pois são muito rígidas e têm baixa capacidade de absorver deformações. A espessura da junta horizontal é um fator muito importante e depende exclusivamente do operário que confecciona a parede. Não deve ser muito pequena, para as faces dos blocos não se tocarem e assim evitar concentração de tensões. A NBR 10837 especifica que a espessura das juntas entre os blocos deve ser igual a 1,0 cm. 2.3 GRAUTE O graute é um concreto com agregado fino e alta plasticidade. É utilizado para preencher vazios dos blocos em pontos onde se quer aumentar a resistência localizada da alvenaria, por exemplo, nos furos verticais, para aumentar a área da seção transversal dos blocos ou promover a solidarização com as armaduras dispostas nos septos dos blocos e também preenchimento das canaletas e peças similares, como bloco J e compensadores. Com sua aplicação, consegue-se aumentar a capacidade da alvenaria à compressão ou possibilitar que as tensões de tração sejam resistidas pela armadura. O graute deve aderir-se aos blocos e envolver as armaduras de modo a formar um conjunto monolítico, que trabalhe junto, resistindo aos esforços solicitantes. 11 Além disso, o graute aumenta a resistência das paredes a forças laterais, propagação do som e ao fogo. O Graute é composto de cimento, areia e pedrisco; possui alta fluidez com slump entre 20 e 28 cm, e por isso alta relação entre água/cimento, podendo chegar até 0.9. Para garantir a fluidez e plasticidade do graute e também diminuir sua retração, é aconselhável a utilização de cal até o volume máximo de 10% do volume de cimento. O ideal é que a resistência da parede grauteada seja prevista a partir de resultados de ensaios de prismas. Recomenda-se que a resistência do graute não seja inferior a 15 MPa, sendo esse valor mínimo obrigatório em pontos com armadura para garantir a aderência. No caso com blocos de concreto, sendo o graute e o bloco materiais muito semelhantes, o graute representa um simples aumento de área líquida do bloco, sendo o acréscimo de capacidade estrutural da parede quantificado de maneira simples. 2.4 ARMADURAS As armaduras são, geralmente, as mesmas utilizadas nas construções convencionais de concreto armado. E são colocadas ou nos septos dos blocos (ou nos blocos canaleta) que são, posteriormente, preenchidos com graute ou são usadas como reforço nas juntas de argamassa. A NBR 10837 especifica as tensões máximas que podem ser aplicadas nas armaduras. São tensões baixas, e por isso sua capacidade é pouco aproveitada, procurando-se assim evitar uma possível fissuração excessiva, e garantir a aderência entre a armadura e o graute/argamassa. Portanto, não é economicamente interessante utilizar armadura para aumentar a resistência à compressão de paredes. 3 FATORES QUE INFLUENCIAM NA RESISTÊNCIA DA ALVENARIA Além das funções de vedação – conforto térmico e acústico, estanqueidade, resistência ao fogo, durabilidade – a alvenaria estrutural tem a função de absorver e transmitir ao solo, ou à estrutura de transição, todos os esforços a que o edifício possa ser submetido. De modo geral, a resistência à compressão da alvenaria depende de diversos fatores, entre os quais se destacam: 12 3.1 RESISTÊNCIA DA ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO Como já foi citado no item 2.2 deste relatório, devido ao estado triaxial de tensões em que é submetida, a resistência da argamassa não é um fator determinante na resistência à compressão da parede, apesar de poder ter grande influência em outros fatores (resistência ao cisalhamento e à tração). 3.2 RESISTÊNCIA DO BLOCO A resistência à compressão de uma parede de alvenaria é altamente dependente do tipo de bloco a ser utilizado. É importante a determinação da resistência à compressão de paredes de cada tipo de bloco existente no mercado, estabelecida pelos ensaios de parede, prisma e bloco. O ensaio de parede (Figura 5) serve para identificar de maneira segura a resistência desse elemento e deve ser realizado sempre que for lançado um novo tipo de prisma no mercado. Ou seja, considera-se importante haver pelo menos um ensaio de tempos em tempos. Os ensaios de prisma (Figura 6) são uma estimativa de resistência da parede. A determinação da relação entre a resistência do prisma e bloco é importante para que se possa definir a resistência do bloco a ser utilizado. Figura 5 – Ensaio de parede. Fonte: Arquivo: Prof. Paulo Bastos, 10 de setembro de 2011. 13 Figura 6 – Ensaio de prisma de três blocos. Fonte: Arquivo: Prof. Paulo Bastos, 10 de setembro de 2011. 3.3 FORMA DE ASSENTAMENTO O tipo de assentamento dos blocos, espalhando argamassa apenas nas laterais ou sobre toda sua face de assentamento (Figura 7) pode influenciar na resistência à compressão de uma parede. A escolha do tipo de assentamento deve levar em conta diferentes fatores, tais como: resistência à compressão, produtividade, equipamentos a serem utilizados,, forma do bloco, permeabilidade, dentre outros. Figura 7 – Forma de assentamento: (A) apenas nas laterais; (B) em toda a face. Fonte: selectablocos.com.br, 10 de setembro de 2011. 14 A diminuição da resistência à compressão de uma parede construída com argamassa apenas nas laterais é usualmente da ordem de 20% quando comparada com a resistência à compressão de elementos construídos com argamassa sobre toda a área do bloco. 3.4 QUALIDADE DA MÃO DE OBRA A qualidade da mão-de-obra empregada na confecção da alvenaria tem grande influência na sua resistência final. Os principais fatores relacionados à mão-de-obra e que devem ser controlados durante a montagem da alvenaria são: a) Controle da argamassa: o traço da argamassa deve ser mantido o mesmo durante toda a construção, ou variar conforme especificação de projeto; b) Juntas: devem-se preencher completamente as juntas, evitando reentrâncias. A espessura deve ser mantida a mais uniforme possível; c) Assentamento: deve-se evitar a perturbação das unidades logo após o assentamento, o que poderá alterar as condições de aderência entre unidade e argamassa; d) Prumo da parede: paredes construídas com desaprumo ou não alinhadas em pavimentos consecutivos estão sujeitas às excentricidades adicionais de carregamento, introduzindo solicitações não previstas na fase de projeto. 4 MODULAÇÃO Em um projeto de alvenaria, seja estrutural ou de vedação, não se deve permitir a quebra de blocos. Para tanto, é necessário que as dimensões arquitetônicas sigam o padrão modular dos blocos, ou seja, tenham medidas múltiplas da dimensão padrão. Desta forma, será possível o ajuste perfeito dos blocos na planta arquitetônica. Modular um arranjo arquitetônico significa acertar suas dimensões em planta e também o pé-direito da edificação, em função das dimensões das unidades, de modo a eliminar os cortes ou ajustes necessários à execução das paredes. A modulação é fundamental para a alvenaria estrutural resulta econômica e racional. A modulação evita corte dos blocos, enchimento e uso de peças para preenchimento de espaços livres entre os blocos. A NBR 6136 especifica duas larguras nominais padronizadas: 15 cm e 20 cm. Os comprimentos nominais são 30 e 40 cm e as alturas são 20 cm. 15 A dimensão real do bloco é a espessura nominal menos 1 cm, que é a espessura considerada para a junta de argamassa. Assim, na modulação longitudinal e 15 cm são utilizados blocos com 14 cm e comprimentos 14, 29 ou 44 cm. Figura 8 – Modulação 15 (Largura 14): meio-bloco, bloco inteiro e bloco especial. Fonte: selectablocos.com.br, 10 de setembro de 2011. Na modulação longitudinal de 20 cm, os blocos usuais têm comprimento de 39 cm, nas larguras 14 ou 19 cm. Para as larguras de 14 cm é freqüente o uso do bloco especial com comprimento de 34 cm. Figura 9 – Modulação 20 (Largura 14): meio-bloco, bloco inteiro e bloco especial. Fonte: selectablocos.com.br, 10 de setembro de 2011. 16 Além das figuras mostradas, ainda existe a Modulação 20 (Largura 19) e Modulação 20 (Largura 11,5) que são menos utilizadas. É muito importante para o sistema estrutural que os vãos de portas e janelas sejam perfeitamente resolvidos durante o desenvolvimento do projeto. Normalmente, são escolhidos vãos de janelas e portas de acordo com a família dos blocos adotados. Por exemplo, para a família de 15x30, a dimensão horizontal das janelas deve ser múltipla de 15 cm (60 cm, 120 cm, 150 cm). Para a família de 40, a dimensão horizontal das janelas deve ser múltipla de 20 cm. No caso de vãos de portas, nem sempre isso é possível e, nesse caso, pode-se utilizar blocos de ajuste de 4 cm ou misturar as famílias. Figura 10 – Exemplo de bloco compensador. Fonte: selectablocos.com.br, 10 de setembro de 2011. 4.1 MODULAÇÃO HORIZONTAL 4.1.1 TIPOS DE AMARRAÇÕES Na fase da coordenação modular deve-se atentar para a formação de juntas verticais à prumo, que devem ser evitadas sempre que possível, uma vez que é senso comum que elas podem representar pontos de fraqueza e de surgimento de patologias, comumente na forma de fissuras. Comumente as dimensões de referência são de 15 ou 20 cm, cabendo salientar que o ideal é que se tenham unidades que apresentem o comprimento como sendo o dobro de sua largura, pois desse modo a quantidade de blocos especiais na obra é bastante reduzida. De 17 qualquer forma, sem a utilização de um bloco especial para o encontro de três paredes (T), haverá pelo menos três fiadas com junta a prumo. 4.1.1.1 AMARRAÇÃO DIRETA Na amarração da alvenaria nos cantos, o procedimento que melhor satisfaz a transmissão de esforços entre paredes e a simplicidade da execução, seria o de alternar um bloco de cada parede a cada fiada na intersecção entre elas. O uso de blocos modulados (blocos cujo comprimento é igual ao dobro da espessura), gera uma racionalização maior no projeto e principalmente na fase de construção, pois se pode trabalhar com uma malha reticulada, com dimensão modular (15 cm ou 20 cm). É o exemplo das modulações onde se emprega blocos de dimensões nominais 19x19x39 cm ou 14x19x29 cm. Utilizando esses tipos de bloco não se necessita de peças especiais para modulação, sendo utilizado apenas o bloco inteiro, o meio-bloco quando necessário, os blocos 19x19x44 cm ou 14x19x44 cm para amarração no encontro de paredes em formato de “T” e os blocos canaletas. Na figura 11 é apresentada uma malha reticulada empregada em blocos modulares. Figura 11 – Malha reticulada em blocos modulares. Fonte: KALIL - PUC-RS, 10 de setembro de 2011. Na adoção deste procedimento normalmente têm-se algumas alternativas: 18 A mais simples entre elas é a amarração de “meio bloco”, na qual o comprimento nominal do bloco corresponde a duas vezes sua largura mais a espessura de uma junta vertical. Este tipo de amarração tem como vantagem só precisar-se de dois componentes para permitir a coordenação completa entre os componentes da parede: bloco e meio bloco. Sua desvantagem é que só possibilita a amarração tipo “L”, Figura 11. Figura 12 – Amarração de meio-bloco (encontro em L). Fonte: FRANCO, 2010, 10 de setembro de 2011. Neste tipo de ligação, as fiadas pares sempre ficam defasadas de meio-bloco de comprimento das fiadas ímpares, como pode ser verificado na Figura 13. Figura 13 – Defasagem entre as fiadas. Fonte: Apostila EESC, 10 de setembro de 2011. A seguir, apresenta-se uma foto tirada em obra, pelo Professor Doutor Paulo Sérgio dos Santos Bastos, titular da disciplina “Alvenaria Estrutural” na FEB, na construção do 19 Edifício Trisul, em Araraquara, construído em alvenaria estrutural com blocos de concreto. Na foto, observa-se a utilização de meios-blocos no fim da parede, devido à defasage, mostrando na prática o que foi exposto nas Figuras 12 e Figura 13. Figura 14 – Amarração de meio-bloco (Edifício Trisul). Fonte: Arquivo: Prof. Paulo Bastos, 10 de setembro de 2011. A próxima situação apresentada é a mais comum entre elas e refere-se ao bloco cerâmico de dimensões modulares de 150 x 200 x 300 (largura, altura, comprimento). Neste caso, as dimensões do componente permitem a amarração de “meio bloco”, mas para solucionar todos os tipos de encontros entre paredes é necessário empregar o bloco especial, Figura 14. Figura 15 – Amarração com bloco especial (bloco e meio) nos encontros em “X” e “L”. Fonte: FRANCO, 2010, 10 de setembro de 2011. Ainda existe uma terceira, muito pouco utilizada graças à falta de componentes no mercado que correspondam a esse padrão. É a amarração de “terço”, na que o 20 comprimento do bloco corresponde a três vezes sua largura mais duas espessuras de junta vertical. Este outro padrão de amarração tem como vantagem a possibilidade de fazer amarrações em “L”, “T” e “X”. Sua desvantagem é que se precisa de três componentes para permitir a coordenação completa entre os componentes da parede: bloco inteiro, bloco “1/3” e bloco “2/3”, Figura 13. Figura 16 – Amarração de terço (Encontros em “X”, L” e “T”). Fonte: FRANCO, 2010, 10 de setembro de 2011. É importante dizer que nos septos de sobreposição das ligações deve ser prevista em projeto uma barra de aço transpasssando-os e o furo deve ser grauteado, como pode ser muito bem observado na foto a seguir, retirada da construção do Edifício Trisul. Figura 17 – Barra de aço ao longo dos furos de ligação. Fonte: Arquivo: Prof. Paulo Bastos, 10 de setembro de 2011. 21 4.1.1.2 AMARRAÇÃO INDIRETA A amarração indireta entre as paredes caracteriza por não haver a sobreposição dos blocos com defasagem nas ligações, com juntas a prumo, Figura 18. Ela tem a desvantagem de não unir totalmente as paredes, trazendo prejuízo ao comportamento estrutural das paredes, pois há uma redução da rigidez nos carregamentos laterais e também uma pior distribuição das cargas verticais. A Figura 19 traz alguns detalhes construtivos que devem ser empregados caso aconteça este tipo de amarração, que a princípio deve ser evitada, especialmente no caso de edifícios de mais de 4 pavimentos. Figura 18 – Exemplo de junta a prumo. Fonte: FRANCO, 2010, 10 de setembro de 2011. Figura 19 – Ligação com reforços metálicos. Fonte: FRANCO, 2010, 10 de setembro de 2011. 22 4.2 MODULAÇÃO VERTICAL A modulação vertical tem o objetivo de definir distâncias verticais como a altura da porta, a altura da janela, a altura do pé-direito, etc. Como na modulação horizontal, as distâncias verticais devem ser múltiplas de uma dimensão do bloco, no caso da modulação vertical a unidade-base é 20 cm (altura do bloco mais a espessura da junta de argamassa). Portanto o ideal é que todas as medidas verticais do projeto sejam múltiplas de 20 cm. Existem duas formas de se realizar essa modulação. A primeira é aquela onde a distância modular é aplicada de piso a teto e a segunda é aquela onde a distância aplicada é de piso à piso. Sempre a última fiada das paredes será composta pelos blocos “U” ou “J” dependendo da espessura da laje e da posição da parede (externa ou interna). 4.2.1 MODULAÇÃO VERTICAL DE PISO A TETO Quando se utiliza essa forma de modulação vertical, a última fiada das paredes externas será composta por blocos “J” (uma de suas laterais é maior que a outra, com isso acomoda a altura da laje). No caso das paredes internas a última fiada será composta pelos blocos canaleta (bloco “U”). Figura 20 – Paredes externas (uso de canaleta e pé-direito múltiplo de 20 cm). Fonte: KALIL - PUC-RS, 10 de setembro de 2011. 23 Figura 21 – Paredes internas (uso do bloco “U” e pé-direito múltiplo de 20 cm). Fonte: KALIL - PUC-RS, 10 de setembro de 2011. 4.2.2 MODULAÇÃO VERTICAL DE PISO A PISO No caso da modulação vertical de piso à piso, a última fiada das paredes externas será composta pelos blocos “J”, de forma a acomodar a altura da laje. Nas paredes internas a última fiada será composta ou por blocos compensadores ou blocos canaleta cortados com muito cuidado no canteiro, por meio de uma ferramenta adequada. Figura 22 – Paredes externas (uso de canaleta e distância enre pisos de 20 cm). Fonte: KALIL - PUC-RS, 10 de setembro de 2011. 24 Figura 23 – Paredes externas (uso de blocos compensadores e distância entre pisos de 20 cm). Fonte: KALIL - PUC-RS, 10 de setembro de 2011. Figura 24 – Exemplo de bloco “J” e bloco compensador. Fonte: selectablocos.com.br, 10 de setembro de 2011. 5 CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO O processo de desenvolvimento de projetos de edificações pode acontecer de várias maneiras. Em alguns projetos, o grupo de projetistas envolvidos se preocupa em resolver os mais variados detalhes executivos, havendo uma forte interação entre eles e uma grande preocupação e resolver as interferências entre a arquitetura, estrutura e instalações. O 25 resultado desse processo é um projeto bem resolvido e com um grande nível de detalhamento das soluções executivas. Esses são denominados projetos racionalizados. Em outros casos, o processo se desenvolve de maneira distinta, não havendo grande interação entre os projetistas, nem preocupação em resolver as interferências entre os subsistemas, deixando boa parte das soluções executivas para a própria obra. Isso caracteriza projeto não racionalizado. Edifícios em alvenaria estrutural têm como característica possuir elementos que funcionam ao mesmo tempo como vedação e estrutura. Desta forma, as paredes devem atender aos requisitos arquitetônicos e estruturais simultaneamente, havendo uma forte interação entre esses dois subsistemas. Da mesma forma, soluções para as instalações hidráulicas e elétricas, que incluem a execução de rasgos nas paredes ou improvisos, não são possíveis, pois comprometem a segurança da edificação. Outras soluções devem ser pensadas, sendo necessárias consultas aos projetistas de instalações desde o início do projeto. Projetos em alvenaria estrutural têm, portanto, uma forte vocação para serem racionalizados desde a sua concepção. A seguir são identificadas as informações necessárias para o início de um projeto de alvenaria estrutural e o fluxo das informações, além de ser comentadas as vantagens, as desvantagens e as dificuldades de um projeto bem racionalizado. 5.1 DADOS INICIAIS DO PROJETO E FLUXO DE INFORMAÇÕES Diferentes fatores estão envolvidos nas escolhas a serem feitas durante a execução do projeto. Geralmente essas escolhas são feitas em uma reunião entre os projetistas de arquitetura, estrutura, hidráulica, elétrica e fundações, o gerente da obra e o proprietário do empreendimento. Dentre as informações necessárias e escolhas feitas nessa primeira reunião, pode-se destacar: 5.1.1 TIPO DE FUNDAÇÃO A opção por fundações superficiais ou profundas fica a cargo do projetista estrutural. Deve ser levado em consideração a qualidade do solo onde será executada a edificação, a disposição e os valores das cargas nas fundações e os aspectos técnicos e econômicos impostos pelo mercado ou pelo cliente. 26 Como na alvenaria estrutural as paredes são os elementos portantes, as cargas chegam às fundações de forma distribuída ao longo do comprimento das mesmas, favorecendo o emprego de fundações contínuas. Normalmente empregam-se sapatas contínuas, mas isso vai depender do tipo de solo onde se localiza a edificação. Uma alternativa para solos com baixa capacidade portante seria o uso de estacas alinhadas espaçadas entre si no máximo 3 m, onde sobre elas é executada uma viga baldrame para a distribuição das cargas. Em obras de pequeno porte são comumente empregadas sapatas isoladas ao invés de sapatas contínuas ou até radiers. 5.1.2 TIPO DE BLOCO A escolha do tipo de bloco depende da altura da edificação, existência de fornecedores locais, custo, tradição da construtora, entre outros. No caso de blocos cerâmicos, seu uso é mais comum em edifícios de até 5 pavimentos, apesar de se encontrar, no Estado de São Paulo, edifícios de até 10 pavimentos. Acima disso, devem-se usar blocos de concreto. 5.1.3 MODULAÇÃO É comum a utilização de blocos com 14 cm na construção de prédios, exceto em casos excepcionais de edifícios mais altos e quando há pilares de alvenaria, onde se utilizam blocos de 19 cm. 5.1.4 POSICIONAMENTO DAS PAREDES NÃO ESTRUURAIS Pode haver necessidade de se prever paredes não estruturais para a passagem de instalações hidráulicas ou para possibilitar alterações em planta de arquitetura. 5.1.5 INSTALAÇÕES PREDIAIS O projeto do subsistema de instalações sempre tem uma forte relação com os elementos de alvenaria. É por isso que é necessário prestar especial atenção às soluções dadas a este subsistema para conseguir um resultado que satisfaça todos os requisitos envolvidos. 27 Do ponto de vista estrutural, deve-se velar pela adoção de soluções que não prejudiquem a capacidade resistente dos elementos com esta função, enquanto que do ponto de vista da racionalização, o objetivo seria minimizar as interferências que podem existir entre a execução da alvenaria e este subsistema, minimizando assim os desperdícios de tempo, mão-de-obra e materiais. A análise das soluções que contemplem estes objetivos deve começar desde as primeiras definições do estudo preliminar, devendo-se estudar tantas variantes como possíveis. Dada as implicações que estas análises têm na concepção arquitetônica e estrutural, a coordenação de projeto tem um papel essencial. 5.1.5.1 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Como regra geral, as tubulações devem caminhar sempre na vertical, utilizando os vazados dos blocos para as passagens das mangueiras e não sendo permitidos cortes horizontais para a interligação dos pontos. Os eletrodutos horizontais devem ser embutidos nas lajes ou nos pisos. As caixas de tomadas e interruptores podem ser previamente fixadas nos blocos, que, por sua vez, serão assentadas em posições predeterminadas, conforme indicado nas plantas de elevação das paredes. Após a elevação da alvenaria deve ser feita a passagem das mangueiras furando-se o fundo da canaleta e introduzindo-se a mangueira com o uso de uma guia metálica. A distribuição horizontal das instalações elétricas é geralmente feita dentro da laje, ficando os eletrodutos embutidos dentro dos furos dos blocos. Em hipótese alguma se deve fazer rasgos na parede. 28 Figura 25 – Detalhamento de instalação elétrica. Fonte: selectablocos.com.br, 10 de setembro de 2011. 5.1.5.2 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS A passagem da prumada vertical de tubos hidráulicos e sanitários nas paredes tem que constar nas plantas de elevação das paredes (paginação). Segundo a NBR 10837 – Cálculo da Alvenaria estrutural de Blocos Vazados de Concreto é proibida a passagem de tubulações que conduzam fluídos dentro das paredes com função estrutural. Por esse motivo, para a passagem da tubulação hidráulica são utilizadas paredes de vedação, as chamadas paredes hidráulicas. Os trechos verticais de água fria e quente devem descer pelos furos dos blocos até o ponto desejado. Já o trecho horizontal da instalação a passagem da tubulação é feita por baixo da laje de teto e o forro. No caso de prumadas de esgoto, são previstos “shafts” para abrigar as tubulações, devido ao grande diâmetro dessas tubulações. Os “shafts” são espaços destinados à concentração de prumadas hidro-sanitárias, elétricas e de telefonia. Com adoção deles, consegue se retirar parte significativa, quando não a totalidade das instalações hidro-sanitárias das paredes. A ausência dos “shafts” e as instalações no interior das paredes obrigam, em muitos casos, a desconsiderar tais paredes como elemento estrutural, ou lançar mão de enchimentos. 29 Os “shafts” podem ser executados de duas formas: interrompendo-se a parede para a passagem da tubulação ou passando junto à parede estrutural. As áreas frias da edificação devem ser projetadas o mais próximo possível uma das outras, com o objetivo de agrupar as instalações reduzindo o número de “shafts”. O box do banheiro é a localização mais adequada para o “shaft” de hidráulica. Figura 26 – Exemplo de uso de “shaft”. Fonte: FRANCO, 2010, 10 de setembro de 2011. 5.1.6 LAJES As lajes desempenham um importante papel em uma edificação em alvenaria estrutural, sendo que nelas as cargas são uniformizadas e transferidas às paredes portantes da edificação. Portanto, o ideal seria a execução de lajes maciças, pois garantem uma melhor transmissão e uniformização de cargas, podendo ser moldadas in loco ou pré-fabricadas, podendo ser armadas em uma ou duas direções. As lajes maciças pré-fabricadas são mais aplicadas em edifícios altos, pois necessitam de gruas de grande capacidade de carga para içá-las, além da grande densidade de armaduras que contém essas peças, pois são dimensionadas para um esforço de içamento além das cargas previstas para a edificação. 30 As lajes maciças executadas in loco são muito utilizadas, principalmente em edifícios de pequeno e médio porte. Porém se perde nos quesitos limpeza da obra, racionalização, gastos com materiais e tempo, além da necessidade de outros tipos de profissionais na obra, devido a serem executadas no sistema tradicional de construção. 5.1.7 ESCADAS As escadas podem ser executadas moldadas in loco ou pré-fabricadas, sendo que deve ser evitado o uso de escadas moldadas in loco, devido às mesmas desvantagens que se têm quando utilizamos lajes executadas na obra. O uso de escadas pré-fabricadas é extremamente conveniente, sendo disponibilizados para a região Sul e Sudeste do Brasil dois tipos de escadas, cabendo ao projetista estrutural escolher a melhor opção para sua obra. São eles: - Escadadas pré-fabricas tipo jacaré: São aquelas onde os degraus se apóiam em peças fixadas as paredes através de buchas e parafusos. As peças de fixação são executadas em micro-concreto, apresentando uma de suas faces dentadas. - Escadas pré-fabricadas sustentadas por estruturas metálicas. 6 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS A correta execução e controle da alvenaria é fator importante para que se atinja o máximo de eficiência no sistema construtivo. Certos princípios devem ser rigorosamente seguidos, entre eles, resistência a compressão do bloco cerâmico composição da argamassa e sua resistência, forma de assentamento, espessura de assentamento, amarração das paredes e posicionamento das aberturas. 6.1 MATERIAIS Trabalhar com materiais dentro da tolerância de normas facilita tanto a execução da alvenaria pela mão de obra como resulta e maior produtividade no assentamento. As características dos materiais a serem utilizados no sistema construtivo bem como as normas as quais eles devem respeitar já foram discutidas no capítulo 2 deste relatório. 31 6.2 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS A qualidade da alvenaria depende, em grande parte, das condições que são dadas para a sua execução. As ferramentas sugeridas têm a função de garantir obtenção das tolerâncias esperadas para o prumo, nível, alinhamento e planicidade, com economia e produtividade. As ferramentas tradicionais são: colher de pedreiro, prumo de face, linha de nylon, fio traçante, trena de aço de 30 m, brocha, marreta de ½ kg, vassoura com cabo, pá de bico com cabo, balde plástico, esquadro metálico, talhadeira e protetor de andar. As ferramentas específicas para a alvenaria estrutural são: andaime regulável, bisnaga, carriola para paletes, colher de meia-cana, escantilhão, fio traçador, nível alemão, paleta, régua de prumo e nível, carrinho porta-masseira, balde para graute, gabaritos de portas e janelas e suporte regulável para masseiras. As figuras de 27, 28, 29 e 30 mostram algumas destas ferramentas específicas. Figura 27 – Escantilhão Figura 28 – Bisnaga Fonte: equipaobra.com.br, 10 de setembro de 2011. Figura 29 – Gabarito Regulável de Janela Figura 30 – Carrinho de Paletas Fonte: equipaobra.com.br, 10 de setembro de 2011. 32 6.3 PRODUÇÃO DA ALVENARIA Antes do início de qualquer atividade, deve-se verificar a existência e as perfeitas condições dos esquipamentos de segurança individual e coletivo. É importante apresentar aos operários o traalho a ser realizado, enfatizando as vantagens do processo construtivo, e explicar detalhadamente os componentes do projeto. No projeto de alvenaria estrutural deve-se encontrar todos os componentes quantificados por pavimento. Desse modo, poderão ser projetadas áreas no canteiro de obras para armazenar o “kit” de componentes necessário àquele pavimento, poupando assim espaços de armazenagem. Para garantir as tolerâncias dimensionais especificadas, é recomendado o emprego de controle no recebimento dos materiais, uso de equipamentos adequados e ferramentas específicas que permitam a execução e a garantia da qualidade da alvenaria durante a execução. 6.3.1 MARCAÇÃO E ELEVAÇÃO Dois serviços distintos fazem parte do processo executivo de alvenarias estruturais: a marcação da primeira fiada e a elevação das demais fiadas. 6.3.1.1 MARCAÇÃO DA ALVENARIA A) Liberação do pavimento: Quando a edificação de alvenaria estrutural começar do térreo, o contrapiso deverá estar concretado. Em todos os casos, as instalações que caminharão pela alvenaria e os arranques das armaduras verticais, nos pontos indicados no projeto estrutural, também deverão estar locados em suas corretas posições, para que seja feita a liberação dos pavimentos. B) Medidas e esquadro da primeira fiada: A marcação da alvenaria define a precisão geométrica do conjunto. No momento de verificar as medidas e o esquadro do pavimento, deverá ser utilizada a planta da primeira fiada. Para a verificação do esquadro, se a planta for regular, é necessário comparar as medidas diagonais, que deverão ser idênticas. 33 C) Blocos estratégicos: Os blocos estratégicos são aqueles de cantos, de encontro de parede e os blocos determinantes das aberturas das portas. São os primeiros a serem assentados e servem de referência para o assentanto dos demais blocos. Figura 31 – Locação dos blocos estratégicos. Fonte: equipaobra.com.br, 10 de setembro de 2011. Após locar os blocos estratégicos, deve-se concluir a execução da primeira fiada, assentando os demais blocos. Depois, devem-se assentar os escantilhões, fazendo coincidir a primeira marca com o nível da primeira fiada dos blocos. Figura 32 – Conclusão da primeira fiada e usos do escantilhão. Fonte: selectablocos.com.br, 10 de setembro de 2011. 6.3.1.2 ELEVAÇÃO DA ALVENARIA O serviço da elevação da alvenaria é iniciado a partir da execução da segunda fiada. Dependendo da necessidade de mais ou menos detalhes, a planta de segunda fiada pode ser encontrada no projeto de alvenaria. De maneira geral, a ausência dessa última planta não 34 compromete a execução da segunda fiada, pois eventuais dúvidas se resolvem com os desenhos das elevações das paredes Convém lembrar que, ainda nessa etapa, já se assentam os blocos com caixas elétricas destinadas, entre outros fins, a tomadas e interruptores, cujas posições são também indicadas no desenho de elevação das paredes. Os blocos devem ser posicionados enquanto a argamassa ainda estiver trabalhável e plástica, fazendo-se o mínimo possível de ajuste. Em caso de necessidade de reacomodação do bloco, a argamassa deve ser removida e o componente assentado novamente de forma correta. As juntas verticais e horizontais devem ter espessura de 10 mm, co variação máxima permitida de ± 3 mm. A aplicação da argamassa nos blocos pode ser feita de duas maneiras, segundo observação do projetista, conforme mostra a figura a seguir. Figura 33 – Forma de aplicação da argamassa de assentamento sobre os blocos. Fonte: selectablocos.com.br, 10 de setembro de 2011. É importante que o projetista aprove a forma de colocação da argamassa, pois, se a opção for de filetes apenas nas paredes longitudinais do bloco, as resistência da parede estará sendo diminuída em aproximadamente 20%. Os equipamentos utilizados para aplicação da argamassa são aqueles que melhor controlam o volume de argamassa a ser aplicado e aqueles que são mais bem aceitos pela mão de obra. Cada operário tem preferência por um dos equipamentos: bisnaga de confeiteiro, paleta ou colher de meia cana. A sequência para elevação das alvenarias é, em primeiro lugar, assentar blocos até a altura do peitoril das janelas. O excesso de argamassa deve ser retirado com colher logo após o assentamento dos blocos, de maneira a compor o plano da parede e sem apresentar rebarbas ou saliências. A 35 argamassa retirada em excesso das juntas pode ser remisturada à argamassa fresca, porém as argamassas em contato com o chão ou andaime não devem ser reaproveitadas. Alvenarias recém elevadas devem ser protegidas da chuva, evitando remoção da argamassa das juntas e também que o excesso de umidade através dos vazados dos blocos venham a provocar problemas com eflorescências. O cuidado em verificar tolerância quanto ao prumo, nível, planicidade, alinhamento e espessura das juntas horizontais da alvenaria de maneira constante deve ser tomado durante todo o processo de elevação da alvenaria. Figura 34 – Verificação do prumo, nível e alinhamento. Fonte: selectablocos.com.br, 10 de setembro de 2011. Sempre observando o projeto de elevação de cada parede, deve-se verificar a localização dos blocos com caixas de tomadas e interruptores previamente fixados. 6.3.1.3 CONFECÇÃO DAS VERGAS E CONTRAVERGAS As aberturas são espaços nos quais as tensões se perturbam e se concentram. Portanto, a quantidade, o tamanho e a posição as aberturas influenciam diretamente no desempenho da parede como elemento estrutural. As vergas e contravergas em vãos de janelas e portas devem ser executadas com canaletas preenchidas com graute e armadura, conforme especificação em projeto, com apoio lateral mínimo de 30 cm para cada lado da abertura. 36 Figura 35 – Verga e contraverga com bloco canaleta Fonte: selectablocos.com.br, 10 de setembro de 2011. 6.3.1.4 GRAUTEAMENTO A execução do grauteamento horizontal e vertical deve ser feita após posicionar as armaduras de forma correta. O lançamento do graute, efetuado após a limpeza dos furos, deve ser feito após 24 horas do assentamento dos blocos. A altura máxima do lançamento do graute, desde que ele seja devidamente aditivado, e garantida a coesão sem segregação, é de 2,8 m. No entanto, recomenda-se que o lançamento seja feito em duas etapas com alturas não superiores a 1,6m. O adensamento deve ser feito concomitantemente com o lançamento do graute. A armadura fiada anteriormente não deve ser usada como ferramenta de compactação. Para o adensamento manual, deve-se empregar outra haste de 10 mm ou 15 mm de diâmetro, devendo esta ter um comprimento tal que possa atingir o fundo do furo a preencher. Nos locais previstos para grauteamento, os furos devem estar perfeitamente desobstruídos através da limpeza das rebarbas da argamassa. Para a correta limpeza do fundo do furo a ser grauteado, deve-se prever a abertura lateral no bloco da primeira fiada, afim de que se possa limpá-lo e posteriormente ao grauteamento, inspecionar se não houve “bixeiras”. 37 Figura 36 – Detalhes do grauteamento. Fonte: selectablocos.com.br, 10 de setembro de 2011. 6.3.1.5 CINTAS DE AMARRAÇÃO Na finalização das paredes de um pavimento (ou até a meia-altura), deve ser executada uma cinta de respaldo contínua, solidarizando todas as paredes. Esta cinta pode ser executada com blocos canaletas ou blocos “J”, deve conter armadura horizontal e ser grauteada. 6.3.2 CUIDADOS COM A LAJE DE COBERTURA A fim de evitar fissuras nas paredes do último pavimento, provocadas pela movimentação térmica da laje, devem ser adotados os seguintes procedimentos: -Isolamento da última laje da parede de apoio com manta asfáltica, borrrachas apropriadas, neopreme, etc. -Divisão das lajes em partes menores; - Previsão de beiral na laje de cobertura; -Proteção térmica; -Ventilação do telhado; 38 7 CONCLUSÃO Construções de edificações em alvenaria estrutural não são recentes: edifícios com cinco ou mais pavimentos são construídos com esse sistema há mais de 2000 anos. Em contrapartida, estudos detalhados sobre o tema são relativamente recentes, acontecendo apenas a partir de 1950. A alvenaria estrutural requer muitos cuidados na fase de projeto, principalmente na questão de “projeto de paredes”. Deve ser detalhada cada parede, as locações das fiadas pares e ímpares, a localização das cintas de amarração, o posicionamento das vergas e contravergas, as dimensões dos vãos de janelas e portas e a indicação da posição dos blocos que receberão caixas de tomadas e interruptores. Isso deve ser levado para obra e executado de forma exata para que a alvenaria estrutural cumpra seu papel de sistema racionalizado, evitando disperdícios. Hoje, a alvenaria estrutural ocupa lugar de destaque na construção civil brasileira e apresenta grandes vantagens em relação aos demais sistemas construtivos. Uma delas é a notável limpeza das obras e a não necessidade de existirem fôrmas e escoramentos de madeira, tornando o sistema ecologicamente correto e sustentável, o que, nos tempos atuais é de importância imensurável. 8 BIBLIOGAFIA PARSEKIAN, G.A.; SOARES, M.M. Alvenaria Estrutural em Blocos Cerâmicos: projeto, execução e controle. São Paulo: O Nome da Rosa, 2010. BASTOS, P.S.S. Alvenaria Estrtural: Notas de aula. Faculdade de Engenharia de Bauru, UNESP, Departamento de Engenharia Civil, 2010. CAMACHO, J.S.C. Projetos de Edifícios de Alvenaria Estrutural. NEPAE – Núcleo de Ensino e Pesquisa de Alvenaria Estrutural, UNESP – Ilha Solteira, Departamento de Engenharia Civil, 2006. KALIL, S.M.B. Alvenaria Estrutral, Mescla de Apostila de sala de aula e Trabalho de Conclusão de Curso de Vinicius Bonacheski, PUCRS. FRANCO, L.S; VILATÓ, R.R. Racionalização do projeto de edifícios em alvenaria estrutural. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia da Construção Civil, São Paulo, 2000. 39 Sítio da internet: www.selectablocos.com.br – acessado em 28/08/2011. Sítio da internet: http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo - acessado em 30/08/2011 40 1 DISCIPLINA 2135A 2 INTRODUÇÃO ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCOS CERÂMICOS E COM BLOCOS DE CONCRETO Definição da NBR 10837/89: “processo construtivo no qual os elementos que desempenham a função estrutural são de alvenaria, sendo os mesmos projetados, dimensionados e executados de forma racional”. DEC - Departamento de Engenharia Civil Discentes Herman Piccinin Pagotto Paula Jarreta Lima Ricardo Vinícius Sartori Vinícius Antonioli RA: 810312 RA: 810452 RA: 810355 RA: 710131 BAURU-SP SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 3 INTRODUÇÃO - Escassa Bibliografia; - 1977: formada a primeira comissão para a criação na Norma Brasileira; - Décadas de 70 e 80: pesquisas do IPT e Poli – USP; - Década de 90: parceria entre Universidade e surgimentos dos primeiros equipamentos e materiais nacionais para produção de alvenaria; - A partir daí a estrutura de alvenaria se transforma em alvenaria estrutural; - Hoje é extensivamente utilizada em todas as regiões do Brasil e as melhores universidades brasileiras têm a disciplina na grade do curso de Engenharia Civil; - Muito comum o uso do sistema em conjuntos habitacionais de larga escala; SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 5 INTRODUÇÃO - Inúmeros edifícios residenciais construídos com o uso deste sistema. - Em Bauru-SP: SISTEMAS CONSTRUTIVOS 4 INTRODUÇÃO 6 INTRODUÇÃO - A construção em Alvenaria é uma técnica milenar, passada de geração em geração; - 10000 A.C.: tijolos secos ao sol; - 3000 A.C.: tijolos queimados em fornos; - Exemplos de construções da Antiguidade: Farol de Alexandria e Coliseu. SISTEMAS CONSTRUTIVOS 1 7 INTRODUÇÃO - Farol de Alexandria (280 A.C.): 165 metros de altura, destruído em 1300 D.C por um terremoto. Figura 1 – Farol de Alexandria. Fonte: http://faroldealexandria.com.br/, 10 de setembro de 2011 - Coliseu (Roma): 48 metros de altura, terminado em 82 D.C., Capacidade: 50.000 pessoas. Figura 2 – Coliseu. Fonte: http://faroldealexandria.com.br/, 10 de setembro de 2011 SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 9 INTRODUÇÃO - Edifício Monadnock (Chigaco): terminado em 1893, 16 pavimentos e 65 metros de altura, paredes de 1,80 m de espessura na base. Figura 3 – Hotel Excalibur, em Las Vegas. Fonte: http://www.lasvegas-wallpaper.de/bilder1280.htm, 10 de setembro de 2011. 10 INTRODUÇÃO - DEC - Universidade de Aveiro – Portugal (1997): construção mista de estruturas metálicas e alvenaria estrutural. Figura 4 – Universidade de Aveiro. Fonte: Antonioli, V. 10 de setembro de 2011 Figura 3 – Edifico Monadnock (Chicago) nos dias atuais. Fonte: http://faroldealexandria.com.br, 10 de setembro de 2011 SISTEMAS CONSTRUTIVOS INTRODUÇÃO 8 INTRODUÇÃO SISTEMAS CONSTRUTIVOS 11 - Hotel Excalibur (Las Vegas): terminado em 1990, 28 pavimentos, paredes de 19 cm de espessura. 12 INTRODUÇÃO - No Brasil: - Surgimento da Alvenaria Estrutural em 1966 com edifícios de 4 pavimentos; - Em 1972 foi construído em São Paulo um edifício de 12 pavimentos; - Até 1995, o maior edifício em Alvenaria Estrutural era o “Solar dos Alcântaras”, com 24 pavimentos; Figura 5 – Hotel Excalibur, em Las Vegas. Fonte: http://www.lasvegas-wallpaper.de/bilder1280.htm, 10 de setembro de 2011. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 2 13 INTRODUÇÃO - Edifício Residencial Solar dos Alcântaras (São Paulo): 1995, 24 pavimentos. 14 INTRODUÇÃO - Especificação e controle dos componentes: >Blocos cerâmicos; >Blocos de concreto; >Argamassa; >Graute; >Parede; - Projeto - Execução Figura 6 – Edifício Residencial em São Paulo. Fonte: http://www.lasvegas-wallpaper.de/bilder1280.htm, 10 de setembro de 2011. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 15 INTRODUÇÃO 16 INTRODUÇÃO - Parede resistente: tem por função resistir às ações atuantes na estrutura, além de seu peso próprio, desempenhando também as funções de vedação; - Parede de contraventamento: parede resistente que além de resistir às ações verticais, tem por função resistir às ações horizontais (vento, desaprumo, abalos sísmicos) - Parede de fechamento: parede para resistir somente ao seu peso próprio e desempenhar as funções de vedação - Verga: elemento estrutural colocado sobre os vãos de aberturas com a finalidade de transmitir as ações verticais para as paredes adjacentes; - Contra-verga: elemento estrutural colocado sob os vãos de aberturas com a finalidade de absorver tensões de tração nos cantos; SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS Fissuras: 17 INTRODUÇÃO - Verga e contraverga: 18 INTRODUÇÃO - Cinta: elemento estrutural apoiado continuamente na parede, ligado ou não às lajes, vergas ou contra vergas, com a finalidade de uniformizar a distribuição das ações verticais e servir de travamento e amarração; Figuras 7 e 8 – Vergas e Contravergas. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. Figuras 9 e 10 – Cintas de amarração. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 3 19 INTRODUÇÃO - Alvenaria Estrutural Armada: armaduras estruturais dispostas nas cavidades dos blocos que são posteriormente preenchidas com graute. 20 INTRODUÇÃO Alvenaria Estrutural Armada: - Alvenaria Estrutural Não Armada: existem somente armaduras com finalidades construtivas, de modo a prevenir problemas patológicos (fissuras, concentração de tensões, etc.). - Alvenaria Estrutural Protendida: é o processo construtivo em que existe uma armadura ativa de aço contida no elemento resistente Figura 11 – alvenaria estrutural armada. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 21 INTRODUÇÃO - Redução dos custos: 22 INTRODUÇÃO - Sistema ecologicamente correto: - Técnicas de execução simples; - Economia das fôrmas de escoramento; - Menor diversidade de materiais: - Menor número de sub-empreitas; - Menos problemas com atrasos de entrega; - Redução da diversidade da mão de obra: - Mão-de-obra especializada apenas para a alvenaria; - Rapidez na execução: - Simplicidade da execução; - Rapidez no retorno do capital empregado; Figura 12 – Alvenaria Estrutural. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 23 INTRODUÇÃO - Sistema ecologicamente correto: 24 INTRODUÇÃO - Limpeza da obra: Figura 13 – alvenaria estrutural. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. Figuras 14, 15 e 16 – Limpeza da obra. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 4 25 INTRODUÇÃO - Limitação do projeto arquitetônico: 26 INTRODUÇÃO - Principais Componentes: - não permite a construção de obras arrojadas; - Limite de altura, dependendo do bloco; >Unidades (blocos e tijolos); >Argamassa; >Graute; >Armaduras (de cálculo ou construtivas); >Pré-fabricados (vergas, contravergas, escadas...) - Impossibilidade de adaptação da arquitetura: - Não se deve quebrar as paredes estruturais; SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 27 INTRODUÇÃO UNIDADES DE ALVENARIA - Blocos podem ser maciços ou vazados: 28 INTRODUÇÃO - Blocos podem ser classificados quanto ao material: cerâmicos ou de concreto. Figuras 17 e 18 – Tipos de blocos. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. Figuras 19 e 20 – Tipos de blocos. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 29 INTRODUÇÃO 30 INTRODUÇÃO - Tipos de blocos quanto ao formato: - Outras características importantes: >resistência à compressão; >estabilidade dimensional; >vedação; >absorção; >trabalhabilidade; >modulação ; -Bloco inteiro: - Bloco especial: -Meio bloco: - Bloco canaleta: Figuras 21,22,23 e 24 – Tipos de blocos. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 5 31 INTRODUÇÃO - Tipos de blocos quanto ao formato: -Bloco jota: 32 INTRODUÇÃO ARGAMASSA - Mesma argamassa das construções convencionais: - Bloco elétrico: - Cimento; - Agregado miúdo; - Cal; -Bloco compensador: - Bloco hidráulico: Figuras 25,26,27 e 28 – Tipos de blocos. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. Figura 29– Argamassa. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 33 INTRODUÇÃO - Principais funções: - - Características básicas: Transferir e uniformizar tensões entre as unidades; Solidarizar as unidades; Absorver pequenas deformações; Impedir a entrada de água e vento na edificação; Compensar as pequenas variações dimensionais das unidades; - Trabalhabilidade; Resistência; Plasticidade; Durabilidade; Capacidade de retenção de água; SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 35 INTRODUÇÃO - A NBR 10837 especifica que as juntas entre os blocos devem ter espessura de 1,0 cm. 34 INTRODUÇÃO 36 INTRODUÇÃO GRAUTE - Composto por areia, cimento e pedrisco; - Relação água/cimento = 0,9; - Abatimento entre 20 cm e 28 cm; Figura 30 – Juntas entre blocos. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. Figuras 31 e 32 – Graute. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 6 37 INTRODUÇÃO Principais funções: 38 INTRODUÇÃO ARMADURA - Preencher os furos e aumentar a seção transversal dos blocos; - Mesma armadura das construções convencionais de concreto armado; - São colocadas ou nos septos dos blocos, ou no interior das canaletas, que são, posteriormente, preenchidos com graute; - Ou são usadas como reforço nas juntas de argamassa. >aumento da resistência à compressão; - Promover a solidarização dos blocos com a armadura; >Aumento da resistência a tração; - Preenchimento de blocos canaleta e blocos jota; >Aumento da resistência à flexão; SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 39 INTRODUÇÃO RESISTÊNCIA DA ALVENARIA 40 1. RESISTÊNCIA DA ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO 2. RESISTÊNCIA DO BLOCO 3. FORMA DE ASSENTAMENTO 4. QUALIDADE DA MÃO DE OBRA Figuras 33, 34 e 35 – Armadura. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. SISTEMAS CONSTRUTIVOS RESISTÊNCIA DA ALVENARIA SISTEMAS CONSTRUTIVOS 41 1. RESISTÊNCIA DA ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO RESISTÊNCIA DA ALVENARIA 42 2. RESISTÊNCIA DO BLOCO  Não exerce grande influência.  Uma parede confeccionada com blocos de resistência de 7 MPa, ao se aumentar a resistência da argamassa de 6,5 MPa para 16,5 MPa, a resistência da parede aumenta apenas 6%.  Resistência à compressão de uma parede de alvenaria é altamente dependente do tipo de bloco a ser utilizado.  Sua resistência não deve ser menor que 40% da resistência do bloco. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 7 RESISTÊNCIA DA ALVENARIA 43 RESISTÊNCIA DA ALVENARIA 44 Ensaios para a determinação da resistência do bloco. I. Ensaio de Prisma.  Os prismas são elementos formados por três blocos interligados por juntas de argamassa assentadas sobre os septos transversais e paredes longitudinais.  As juntas têm espessura de 10±3 mm.  Os ensaios com prismas apresentam a vantagem de serem mais rápidos e econômicos do que os ensaios de paredes, além de não exigirem estrutura laboratorial muito sofisticada quanto estas, entretanto não se obtém o real comportamento da alvenaria. Figura 36 – Resistência característica da alvenaria em função da resistência das unidades. SISTEMAS CONSTRUTIVOS RESISTÊNCIA DA ALVENARIA SISTEMAS CONSTRUTIVOS 45 RESISTÊNCIA DA ALVENARIA 46 II. Ensaio de Parede  Consiste na construção de uma pequena parede, onde seu comprimento deve ser de 2 blocos inteiros e 1 meio bloco. Sua altura pode variar, porém quanto mais alta maior será se custo.  Deve ser realizado sempre que for lançado um novo tipo de prisma no mercado. Figura 37 – Ensaio de prisma de 3 blocos. SISTEMAS CONSTRUTIVOS RESISTÊNCIA DA ALVENARIA SISTEMAS CONSTRUTIVOS 47 RESISTÊNCIA DA ALVENARIA 48  Esse ensaio é o que melhor representa alvenaria estrutural, contudo devido a fatores como custo e equipamentos necessários, aliados à dificuldade de se controlar a excentricidade, os ensaios com paredes são caros e de difícil execução. Figura 38 – Ensaio de parede. INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA SISTEMAS CONSTRUTIVOS 8 RESISTÊNCIA DA ALVENARIA 49 RESISTÊNCIA DA ALVENARIA 50 3. FORMA DE ASSENTAMENTO  Argamassamento total: É aquele em que todas as paredes do bloco, em sua secção transversal, são preenchidas com argamassa.  Argamassamento longitudinal: É aquele onde são preenchidos os septos transversais dos blocos com argamassa A SISTEMAS CONSTRUTIVOS RESISTÊNCIA DA ALVENARIA B Figura 39: Bloco com preenchimento total dos septos com argamassa (A). Bloco com argamassamento longitudinal (B). SISTEMAS CONSTRUTIVOS 51 RESISTÊNCIA DA ALVENARIA 52 Alguns resultados da resistência à compressão (ensaio de prisma) Fatores que influenciam o tipo de assentamento:  Resistência à compressão  Produtividade  Forma do bloco  Permeabilidade  Equipamentos a serem utilizada Figura 40: Prisma de três blocos com argamassa de 5,1MPa. SISTEMAS CONSTRUTIVOS RESISTÊNCIA DA ALVENARIA Alguns resultados da resistência à compressão (ensaio de parede) INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA 53 RESISTÊNCIA DA ALVENARIA 54 1. QUALIDADE DA MÃO DE OBRA A qualidade da mão-de-obra empregada na confecção da alvenaria tem grande influência na sua resistência final. Alguns fatores relacionados à mão-deobra e que devem ser controlados durante a montagem da alvenaria são:  Controle da argamassa Figura 41: Prisma de três blocos com argamassa de 5,1MPa. SISTEMAS CONSTRUTIVOS  Juntas: devem-se preencher completamente as juntas, evitando reentrâncias. A espessura deve ser mantida a mais uniforme possível SISTEMAS CONSTRUTIVOS 9 RESISTÊNCIA DA ALVENARIA 55  Assentamento: deve-se evitar a perturbação das unidades logo após o assentamento, o que poderá alterar as condições de aderência entre unidade e argamassa;  Prumo da parede: paredes construídas com desaprumo ou não alinhadas em pavimentos consecutivos estão sujeitas às excentricidades adicionais de carregamento, introduzindo solicitações não previstas na fase de projeto. O que é modulação? - Modular um projeto de alvenaria significa acertar as dimensões horizontais e verticais em função do padrão modular dos blocos de modo a eliminar quebras na execução das paredes. SISTEMAS CONSTRUTIVOS O que é modulação? 56 SISTEMAS CONSTRUTIVOS 57 O que é modulação? 58 - A largura e o comprimento do bloco definem o módulo horizontal (módulo em planta). -O pé direito da edificação (módulo vertical) é definido pela altura do bloco. - Vãos de portas e janelas devem ser perfeitamente resolvidos durante o desenvolvimento do projeto. Figura 42 – Exemplo de planta de modulação Fonte: http://www.salema.com.br, 23 de setembro de 2011. SISTEMAS CONSTRUTIVOS O que é modulação? SISTEMAS CONSTRUTIVOS 59 60 Importância: -Fundamental para um sistema resultar econômico e racional. - A NBR 15873/10 - “Coordenação modular para edificações” - define modulação como sendo a distância entro dois planos consecutivos do sistema que origina o reticulado espacial modular de referência. SISTEMAS CONSTRUTIVOS - Evita cortes e preenchimento de espaços livres entre blocos. - Desempenho estrutural não satisfatório. SISTEMAS CONSTRUTIVOS 10 Conceitos Básicos: 61 -Dimensões dos blocos: Escolha da modulação: 62 Parâmetros considerados na escolha da modulação: -Estimar a largura do bloco mais adequada. -Adotar módulo igual à largura: • Módulo 15 cm → dimensões múltiplas de 15. • Módulo 20 cm → dimensões múltiplas de 20. Figura 43 – Dimensões de blocos. Fonte: http://www.fazfacil.com.br, 23 de setembro de 2011. - Fabricantes disponíveis. -Dimensões nominais: Dimensões + junta SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS Amarração entre paredes : 63 Amarração entre paredes : 64 -Amarração direta: -Amarração direta. - Amarração indireta. Figura 44 – Amarração direta. Fonte: http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/alv.estrutural, 23 de setembro de 2011 SISTEMAS CONSTRUTIVOS Amarração entre paredes : -Amarração direta: SISTEMAS CONSTRUTIVOS 65 Amarração entre paredes : 66 -Amarração indireta: Figura 45 – Amarração direta. Fonte: http://www.ceramicamatieli.com.br, 23 de setembro de 2011 Figura 46 – Armarração indireta. Fonte: http://www.ceramicamatieli.com.br, 23 de setembro de 2011 SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 11 Amarração entre paredes : 67 Modulação horizontal: Dimensões reias: -Bloco inteiro: 2M – J -Meio bloco: M - J -Amarração indireta: Figura 47 – Amarração indireta. Fonte: http://www.ceramicamatieli.com.br, 23 de setembro de 2011 Figura 48 – Dimensões reais horizontais. Fonte: http://www.set.eesc.usp.br, 23 de setembro de 2011. SISTEMAS CONSTRUTIVOS Modulação horizontal: 68 SISTEMAS CONSTRUTIVOS 69 Modulação horizontal: 70 - Exemplos: - Dimensões nominais: 15, 20, 30, 35, 45 cm. - Dimensões reais: 14, 19, 29, 34, 44 cm. -Dimensões reais entre faces de blocos podem ser: •nxM+J •nxM •nxM-J Figura 49 – Exemplos de modulação horizontal. Fonte: http://www.set.eesc.usp.br, 23 de setembro de 2011 SISTEMAS CONSTRUTIVOS Modulação horizontal: - As fiadas de blocos devem ser defasadas de uma distância M. SISTEMAS CONSTRUTIVOS 71 Modulação horizontal: 72 - Cantos: Figura 50 – Fiadas de blocos. Fonte: http://www.set.eesc.usp.br, 23 de setembro de 2011 Figura 51 – Modulação horizontal em cantos. Fonte: http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/alv.estrutural, 23 de setembro de 2011. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 12 Modulação horizontal: 73 - Bordas: Modulação horizontal: 74 - Bordas: Figura 52 – Modulação horizontal em bordas. Fonte: http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/alv.estrutural, 23 de setembro de 2011. Figura 53 – Modulação horizontal em bordas com blocos especias. Fonte: http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/alv.estrutural, 23 de setembro de 2011. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS Modulação horizontal: 75 - Exemplo: Modulação vertical: 76 -Modulação de piso à teto: Figura 54 – Exemplo de modulação horizontal. Fonte: http://www.set.eesc.usp.br, 23 de setembro de 2011 . Figura 55 – Modulação vertical. Fonte: http://www.set.eesc.usp.br, 23 de setembro de 2011 . SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS Modulação vertical: -Modulação de piso à teto sem bloco J: Figura 56 – Exemplo de bloco “J” e bloco compensador. Fonte: selectablocos.com.br, 10 de setembro de 2011. . SISTEMAS CONSTRUTIVOS 77 Modulação vertical: 78 -Modulação de piso à piso: Figura 57 – Exemplo de modulação horizontal. Fonte: http://www.set.eesc.usp.br, 23 de setembro de 2011 . SISTEMAS CONSTRUTIVOS 13 CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO 79 Em alguns projetos, o grupo de projetistas envolvidos se preocupa em resolver os mais variados detalhes executivos, havendo uma forte interação entre eles e uma grande preocupação e resolver as interferências entre a arquitetura, estrutura e instalações. O resultado desse processo é um projeto bem resolvido e com um grande nível de detalhamento das soluções executivas. Esses são denominados projetos racionalizados. CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO Edifícios em alvenaria estrutural têm como característica possuir elementos que funcionam ao mesmo tempo como vedação e estrutura, portanto devem atender aos requisitos estruturais e arquitetônicos. Dessa forma, soluções para as instalações hidráulicas e elétricas, que incluem a execução de rasgos nas paredes ou improvisos, não são possíveis, pois comprometem a segurança da edificação. Essas soluções devem ser pensadas no início do projeto. Projetos em alvenaria estrutural têm grande vocação para serem racionalizados desde sua concepção. SISTEMAS CONSTRUTIVOS CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO SISTEMAS CONSTRUTIVOS 81 CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO 82 TIPO DE BLOCO TIPO DE FUNDAÇÃO Alguns aspectos devem ser levados em consideração na escolha da fundação, como: a qualidade do solo onde será executada a edificação, a disposição e os valores das cargas nas fundações e os aspectos técnicos e econômicos impostos pelo mercado ou pelo cliente. Normalmente empregam-se:  Fundações continuas: Sapata corridas, viga baldrame.  Sapatas isoladas ou radiers para obras de pequeno porte A escolha do tipo de bloco depende de alguns fatores como:  Altura da edificação: No caso de blocos cerâmicos seu uso é mais comum em edifícios de até 5 pavimentos, apesar de se encontrar edifícios de até 10 pavimentos. Acima disso, devem-se usar blocos de concreto  Existência de fornecedores locais  Custo  Tradição da construtora INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA SISTEMAS CONSTRUTIVOS CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO 80 83 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO 84 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS  As tubulações devem caminhar sempre na vertical (vazados dos blocos)  Não são permitidos cortes horizontais para a interligação dos pontos.  Eletrodutos horizontais devem ser embutidos nas lajes ou nos pisos  As caixas de tomadas e interruptores podem ser previamente fixadas nos blocos (conforme plantas de elevação das paredes) SISTEMAS CONSTRUTIVOS Figura 58 – Detalhamento de instalação elétrica. SISTEMAS CONSTRUTIVOS 14 CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO 85 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS 86 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS  Segundo a NBR 10837 – Cálculo da Alvenaria estrutural de Blocos Vazados de Concreto é proibida a passagem de tubulações que conduzam fluídos dentro das paredes com função estrutural.  Trechos horizontais: a passagem da tubulação é feita por baixo da laje de teto e o forro.  Para a passagem da tubulação hidráulica são utilizadas paredes de vedação, as chamadas paredes hidráulicas.  Para prumadas de esgoto são previstos os “shafts” para abrigar tubulações de grande diâmetro. • Shafts” são espaços destinados à concentração de prumadas hidro-sanitárias, elétricas e de telefonia.  Trechos verticais: passagem da tubulação de água fria e quente pelos furos dos blocos até o ponto desejado (em paredes hidráulicas).  As áreas frias da edificação devem ser projetadas o mais próximo possível uma das outras, com o objetivo de agrupar as instalações reduzindo o número de “shafts”. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO 87 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS 88 LAJES O box do banheiro é a localização mais adequada para o “shaft” de hidráulica.  Desempenham um papel importante na transmissão das cargas para as paredes portantes da edificação.  O ideal é a utilização de lajes maciças podendo ser moldadas in loco ou pré-fabricadas.  Lajes executadas in loco são utilizadas em edifícios pequenos e de médio porte. Esse tipo de laje perde no quesito da limpeza da obra, racionalização, tempo. Figura 59– Exemplo de uso de “shaft”. SISTEMAS CONSTRUTIVOS CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO SISTEMAS CONSTRUTIVOS 89 Escadas  As escadas podem ser executadas moldadas in loco ou pré-fabricadas.  O uso de escadas pré-fabricadas é extremamente conveniente para a região Sul e Sudeste do Brasil. EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 90 • NBR 8798 - Execução e Controle de Obras em Alvenaria Estrutural de Blocos Vazados de Concreto (atualmente em revisão). • NBR 15812-2 Alvenaria estrutural – Blocos cerâmicos Parte 2 – Execução e controle de obras (2010). • Objetivo: “Esta Norma fixa as condições exigíveis que devem ser obedecidas na execução e no controle de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto, não armada, parcialmente armada e armada.” SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 15 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 91 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 92 • Providências Preliminares: 1. Verificação de projetos (planta de locação, furação elétrica e hidráulica, especificação de materiais e componentes). 2. Equipamentos (segurança, ferramentas, blocos, pré-moldados, mão-de-obra). Figura 60 – Projeto de Alvenaria Estrutural. Fonte: http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/130. SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 93 • Segurança: • EPI e EPC. EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 94 • Equipamentos e ferramentas: Figura 61– EPIs. Fonte: Alvenaria Estrutural com Blocos de Concreto - ABCP, pág. 9 Figura 62 – EPC. Fonte: http://bandejadeprotecao.blogspot.com/ 2010/07/bandeja-cata-lixo.html SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS Figuras 64 e 65 – Escantilhão e Gabarito para Janela. Fontes: http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo/ verProduto.php?cdcatalogoproduto=17 e http://www.multiplaequipamentos.com.br/ s_produtos_detalhes.asp?id=27 SISTEMAS CONSTRUTIVOS Figura 63 – Equipamentos e Ferramentas. Fonte: Técnica de Execução de Alvenaria Estrutural (BERENGUER, F. S.) SISTEMAS CONSTRUTIVOS 95 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 96 Figuras 66 e 67 – Nível Alemão e Transportador de Pallets. Fontes: http://mplanindustria.com/2011/05/22/ nivel-alemao-escala-graduada/ e http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo/ verProduto.php?cdcatalogoproduto=9 SISTEMAS CONSTRUTIVOS 16 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 97 • Recebimento dos Materiais: EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 98 • Mão-de-obra: 1. Inspeção no recebimento e antes do uso. 2. Estocagem em superfície nivelada, de preferência na ordem de recebimento, sempre com identificação. 3. Proteger do solo e outros elementos que possam prejudicá-los. Figura 68 – Estocagem de Blocos. Fonte: http://www.tuboscopel.com.br/blocos-alvenaria.php. SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 99 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 100 • Marcação da Alvenaria: • Liberação do pavimento; • Verificação do nível (assenta-se um bloco no ponto mais alto); • Verificação do esquadro (se retangular, utilizar o critério da igualdade entre as diagonais); • Tolerância: 5mm de variação a cada 10 metros; • Marcação da direção das paredes (primeiro externas depois internas), vãos de portas, instalações e shafts. Figura 69 – Verificação do Esquadro. Fonte: Alvenaria Estrutural com Blocos de Concreto - ABCP, pág. 12. SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS Figura 70 – Marcação de Linhas de Referência. Fonte: Alvenaria Estrutural com Blocos de Concreto - ABCP, pág. 13. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 101 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 102 Figura 71 – Determinação da Referência de Nível. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_21b.html. SISTEMAS CONSTRUTIVOS 17 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 103 • Assentar, nivelar e aprumar os blocos estratégicos; • Umedecer a superfície do pavimento na direção da parede; • Criar referências. EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS • Conclusão da primeira fiada, e instalação dos escantilhões. Figura 72 – Blocos Estratégicos. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_22.html. Figura 73 – Conclusão da Primeira Fiada. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_22.html. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 105 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS Figura 74 – Instalação do Escantilhão. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_22.html. Figura 75 – Demonstração do Serviço de Marcação da Primeira Fiada. Fonte: Técnica de Execução de Alvenaria Estrutural (BERENGUER, F. S.) . SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 107 104 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 106 108 • Observar a amarração dos blocos conforme o projeto. Figuras 76 e 77 – Amarração dos Blocos. Fonte: Alvenaria Estrutural com Blocos de Concreto - ABCP, pág. 26. Figura 78 – Primeira Fiada Completa. Fonte: Construção em Alvenaria Estrutural de Bloco de Concreto (ESPINHEIRA, R. A. M.) . SISTEMAS CONSTRUTIVOS . SISTEMAS CONSTRUTIVOS 18 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 109 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 110 • Elevação: • Inicia-se a partir da segunda fiada; • Começa pelas paredes externas, executando os “castelos”; • Ficar atento aos blocos especiais de instalações; • Colocação dos gabaritos especiais para vãos; • Assentar até a altura do peitoril das janelas. Figura 79 – Exemplo de “castelos”. Fonte: Técnica de Execução de Alvenaria Estrutural (BERENGUER, F. S.) . SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 111 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 112 • A colocação da argamassa nos blocos pode ser feita de duas maneiras, segundo observação do projetista (manter a espessura das juntas o mais próximo de 1 cm). Figura 80 – Elevação. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. Figura 81 – Colocação de Argamassa nos Blocos. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 113 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 114 • Trabalhos técnicos têm mostrado que existe uma queda de 20% na resistência à compressão das paredes quando executadas com argamassa apenas nas juntas longitudinais, em relação às paredes com argamassa também nas juntas transversais e septos dos blocos. Figuras 82 e 83 – Colocação de Argamassa. Fonte: Alvenaria Estrutural com Blocos de Concreto - ABCP, pág. 28 e http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=920. . SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 19 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 115 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 116 • Chegando até o peitoril:  Grauteamento do primeiro lance de grautes verticais;  Posicionar as contravergas;  Posicionar os gabaritos das janelas. • Preparação para as demais fiadas:  Montagem dos andaimes ou cavaletes;  Aumento da altura das caixas de argamassa; • Execução da segunda metade das paredes:  Grauteamento da segunda metade das paredes;  Posicionar as vergas; • Execução da cinta de respaldo. Figuras 84 e 85 – Blocos Até o Peitoril. Fonte: http://www.abcp.org.br/conteudo/imprensa/noticias/ treinamento-de-alvenaria-estrutural-e-multiplicado-no-senaice e http://matriz.arq.br/Matriz/site/ Acompanhe%20a%20obra%20Vedacao/Acompanhe%20a%20obra%20Vedacao.htm . SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 117 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 118 • Confecção das vergas e contravergas: • Pequenas vigas de concreto armado; • Evita trinca nos cantos dos vãos; • Devem avançar no mínimo 20 cm de cada lado do vão; • Altura pode ser de 5 cm ou mais alta; • Podem ser: blocos canaletas preenchidos com concreto e barras de aço, ou pré-moldadas. Figura 86 – Alvenaria Estrutural. Fonte: Alvenaria Estrutural com Blocos de Concreto - ABCP, pág. 30. SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 119 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS Figuras 87 e 88 – Vergas e Contravergas. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. Figura 89 – Vergas e Contravergas. Fonte: http://construfacil.webnode.com/news/a-execucao-da-alvenaria/. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 120 20 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 121 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 122 • Grauteamento: Figuras 90 e 91 – Vergas e Contravergas Pré-Moldadas. Fonte: http://matriz.arq.br/Matriz/site/Acompanhe%20a%20obra%20Vedacao/ Acompanhe%20a%20obra%20Vedacao.htm e http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/boaspraticas/1/utilizacao-de-elementos-pre-fabricados.html . SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 123 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 124 • O lançamento do graute, efetuado após a limpeza do furo, deve ser feito no mínimo após 24 horas do assentamento dos blocos. • A altura máxima de lançamento é de 3m. Recomenda-se, no entanto, lançamento de alturas não superiores a 1,6m com graute autoadensável. • Para a correta limpeza do fundo do furo a ser grauteado, deve-se prever a abertura lateral no bloco da primeira fiada, afim de que se possa limpá-lo e posteriormente ao grauteamento, inspecionar se não houve “bixeiras”. Figuras 92 e 93 – Grauteamento. Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_23.html. SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS · Nos locais onde o projeto indicar, os furos ou as canaletas horizontais dos blocos devem receber ferragem e/ou graute. · A ferragem é colocada solta, verticalmente nos furos e horizontalmente nas canaletas dos blocos. · O graute é feito com cimento, areia e pedrisco e deve ter bastante água, para preencher todos os vazios. · O graute deve ser lançado nos furos dos blocos no máximo a cada 6 fiadas. · Nas canaletas, o graute é lançado de uma só vez em toda a fiada. SISTEMAS CONSTRUTIVOS 125 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS Figura 94 – Interior do Bloco Limpo. Fonte: Técnica de Execução de Alvenaria Estrutural (BERENGUER, F. S.) . Figuras 95 e 96 – Grauteamento. Fonte: Construção em Alvenaria Estrutural de Bloco de Concreto (ESPINHEIRA, R. A. M.) . SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 126 21 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 127 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 128 • Podem ser executadas em concreto armado ou com • Cintas de Amarração: • As cintas de amarração são elementos estruturais blocos canaleta e blocos “J” preenchidos com graute e armadura. Nas paredes externas são empregados os blocos “J” para evitar o uso de formas de madeira, já nas paredes internas a cinta de amarração é executada com os blocos canaleta tipo “U” quando o pé-direito; • O principal problema que temos na execução das cintas são os cantos e encontros de paredes, onde não há um encaixe entre os blocos, sendo necessário a utilização de formas de madeira ou ser executado um corte na aba da canaleta. apoiados sobre as paredes, com a função de distribuir e uniformizar as cargas atuantes sobre as paredes de alvenaria. São aplicadas em paredes onde há uma concentração de 2 ou mais aberturas, funcionando como uma verga contínua. Figura 97 – Cinta de Amarração em Blocos de Concreto. Fonte: http://dc238.4shared.com/doc/TWxjg2nH/preview.html. . SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 129 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 130 • Esquadrias: • Portas: As soluções mais freqüentes são as que fazem uso de batentes metálicos (aço ou aço galvanizado) e madeira. Figura 98 – Cinta de Amarração. Fonte: Alvenaria Estrutural (KALIL, S. M. B.). . Figura 99 – Fixação de Portas. Fonte: Racionalização do Projeto de Edifícios em Alvenaria Estrutural (VILATÓ, R.R. - 2000). . SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 131 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 132 • Esquadrias: • Janelas: As esquadrias de janelas de uso mais • Laje: freqüente são as de aço ou de alumínio. A técnica recomendada para a fixação é o emprego de parafuso e bucha plástica, evitando assim a quebra da alvenaria e o enchimento de vãos. •Para a montagem da laje é necessário que o escoramento esteja todo colocado, fazendo com que ele suporte o peso da laje sem que cause flexão após a concretagem; • Em seguida inicia-se o assoalhamento da laje, que é a colocação das chapas de madeirite; • A concretagem da laje finaliza o ciclo de um pavimento, é necessário atentar para os arranques que dão continuidade aos pavimentos superiores. SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS 22 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 133 EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 134 • Isolamento da última laje da parede de apoio com manta asfáltica, borrrachas apropriadas, neopreme, etc. • Divisão das lajes em partes menores; • Previsão de beiral na laje de cobertura; • Proteção térmica. Figura 100 –Escoramento. Fonte: Construção em Alvenaria Estrutural de Bloco de Concreto (ESPINHEIRA, R. A. M.) . Figura 101 – Fôrma Para Concretar a Laje. Fonte: Construção em Alvenaria Estrutural de Bloco de Concreto (ESPINHEIRA, R. A. M.) . SISTEMAS CONSTRUTIVOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS EXECUÇÃO E CONTROLE DE OBRAS 135 136 CONCLUSÕES • Muitos cuidados na fase de projeto; • Ocupa lugar de destaque na construção brasileira, por suas diversas vantagens. Figuras 102 e 103 – Lajes. Fonte: Construção em Alvenaria Estrutural de Bloco de Concreto (ESPINHEIRA, R. A. M.) . SISTEMAS CONSTRUTIVOS Figura 104 – Casa de Alvenaria. Fonte: http://colunistas.ig.com.br/ dicasdaarquiteta/tag/casas-de-praia/ . SISTEMAS CONSTRUTIVOS 23