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Universidade Estadual de Goiás
Unidade de Ciências Exatas e Tecnológicas- Unucet
Curso de Licenciatura em Química
Química Inorgânica Experimental II
Aula 01- 1ª Parte
Preparação Comercial do Nitrato de Potássio e de Uréia
Anápolis, março de 2011
2)Introdução
Em 1928, Friedrich Wöhler mostrou que era possível através da síntese
orgânica reproduzir em laboratório substâncias que só podiam ser fabricadas
pelos seres vivos. Wöhler converteu o sal inorgânico cianeto de chumbo em
uréia, um produto orgânico do metabolismo de proteínas em mamíferos, os
humanos excretam cerca de 30g de uréia por dia.
Síntese de Wöhler da Uréia
O
II
Pb(OCN)2 + 2 H2O + 2 NH3 2 H2NCNH2 + Pb(OH)2
Após repetir o experimento várias vezes e confirmar as propriedades
físicas do composto obtido, Wöhler chegou a conclusão que tinha
transformado sais inorgânicos em uma substância orgânica.[1]
A uréia é muito utilizada como fertilizante nitrogenado, e o seu uso
tem aumentado muito, pois sua molécula apresenta alto teor de nitrogênio, é
solúvel, não é corrosiva, pode ser misturada a outros fertilizantes e, não
sendo de natureza iônica, causa poucos danos à pressão osmótica nas
células.
Desde o tempo de Wöhler, muitos milhões de substâncias orgânicas
diferentes já foram sintetizadas a partir de materiais mais simples,
orgânicos e inorgânicos. Estas substâncias incluem muitas que também
ocorrem na natureza, como, por exemplo os antibióticos da classe das
penicilinas e outras completamente novas.
O nitrato de potássio é obtido industrialmente pela reação entre NaNO3
e KCl sob aquecimento, é um sal muito utilizado na fabricação de pólvora,
vidros e, principalmente como fertilizante.
3)Objetivo
Obter nitrato de potássio através do processo utilizado na indústria e
demonstrar o experimento de Wöhler.
4) Materiais e Métodos
4.1- Materiais e Equipamentos
- Espátula
- 3 béqueres com capacidade de 100 mL
- Pêra de borracha
- Termômetro
- Sistema de filtração a vácuo
- Pisseta
- Proveta com capacidade de 50 mL
- Pipetas graduadas de 5, 10 e 25 mL
- Erlenmeyer com capacidade de 250 mL
- Bureta com capacidade de 25 mL
- 5 tubos de ensaio
- Suporte universal
- Argola e funil
- Papel de filtro quantitativo
4.3- Reagentes e Soluções
- Cloreto de potássio (KCl)
- Nitrato de sódio ( NaNO3)
- Solução 0,1 mol/L de FeSO4 ( recentemente preparada)
- Ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado
4.4- Procedimento Experimental
- Foi pesado 3,5 g de KCl e 4 g de NaNO3 em um béquer com capacidade de 100
mL.
- Foram adicionados 20 mL de água e aquecido sem levar a ebulição e
agitando a mistura com um bastão de vidro.
- Após dissolução completa, o sistema foi mantido em ebulição até reduzir o
seu volume pela metade, para supersaturar a solução e induzir a
precipitação do sal.
- A solução foi submetida a uma filtração simples a quente, o funil foi
aquecido com água quente antes da filtração para evitar choque térmico.
- O precipitado denominado como sólido A foi guardado para testes
- O filtrado foi resfriado e submetido a uma filtração a vácuo, foi
observado à formação dos cristais no líquido.
- Após a filtração o sólido denominado sólido B foi guardado para testes.
- Os sólidos A e B foram testados da seguinte maneira:
- Em tubos de ensaio, foi dissolvido uma ponta de espátula de cada um dos
sólidos em 1 mL de água.
- Aos tubos de ensaio foram adicionados 0,5 mL de uma solução recentemente
preparada de
FeSO4.
- O tubo foi agitado e foi adicionado H2SO4 concentrado cuidadosamente
pelas paredes do tubo. Foi observada a formação de um anel marrom na
interface entre o ácido e a solução.
5) Resultados e Discussões
Foi testado a presença de íons Cl – no sólido A para que o mesmo fosse
identificado, ao adicionar FeSO4 e H2SO4 concentrado obteve –se uma
coloração verde pálido o que indica a presença de íons cloreto no sólido,
segundo a reação:
NaCl + FeSO4 + H2SO4 FeCl2 . 4 H2O + Na2SO4
O segundo teste foi para identificar a presença de NO3- , ao ser adicionado
FeSO4 e H2SO4 concentrado foi observado a formação de um anel marrom na
interface entre o ácido e a solução, o que indicou a presença de íons
nitrato no sólido testado, segundo a reação:
KNO3 + FeSO4 + H2SO4 [Fe(H2O)6NO) + K2SO4
6) Conclusões
Pode-se observar então que o sólido A era o sal NaCl e o sólido B o sal
KNO3, foi possível observar também a diferença na forma dos cristais os
cristais de NaCl eram mais opacos e finos, os cristais de KNO3 eram mais
brilhantes e pontiagudos.
O sal NaCl é solúvel em água e precipitou à quente, os sal de KNO3 é
solúvel em água e se precipita á frio.
7) Anexos
Questionário
1)O que poderia ser feito para melhorar a separação entre os sais?
Aumentar a temperatura da chapa aquecedora e não permitir a troca de calor
entre a solução e o papel filtro na filtração simples.
2)Os sais poderiam ser identificados pela forma dos cristais?
Sim, os cristais de cloreto de sódio eram mais finos e opacos, os de
nitrato de potássio mais pontiagudos e brilhantes.
3)Qual sal se precipita na solução quente? Porque?
O sal cloreto de sódio, porque o teste com o sólido A foi positivo para
íons cloreto.
4)Qual sal se precipita na solução fria? Como ocorreu a comprovação?
O sal nitrato de potássio, pois quando foi feito o teste com o sólido B foi
positivo para íons nitrato.
8) Bibliografia
[1] Peter Volhardt – Quimica Organica Bookmam