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Relatório 3 - Hidrólise Do Acetato De Etila (monyque Rosa E Monique Trindade)

Relatório de Prática de Cinética Química

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10 Método Polinomial ln CA ln (-dCA/dt) lnk x 1/T 1/T lnK CA x t Tempo CA Diferenças Finitas ln CA ln(-dCA/dt) Segunda Ordem Tempo 1/CA - 1/CA0 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia CAMPUS SALVADOR CINÉTICA DA HIDRÓLISE DO ACETATO DE ETILA EM MEIO ALCALINO EM UM REATOR TANQUE AGITADO DESCONTÍNUO DOCENTE: Iara Santos DISCENTES: Monique Eva de Jesus Trindade Monyque Rosa Costa Leal CURSO: Engenharia Química DISCIPLINA: Laboratório de Engenharia Química 1 SALVADOR 31 de Julho de 2013 SUMÁRIO OBJETIVOS 3 INTRODUÇÃO 3 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA 4 MATERIAIS 7 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 8 CÁLCULOS E ANÁLISES DE RESULTADOS 9 CONCLUSÃO 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22 OBJETIVOS Determinar a constante da taxa da reação de hidrólise do acetato de etila em meio alcalino a diferentes temperaturas, o fator de frequência e a energia de ativação da reação, verificando a validade do modelo proposto. INTRODUÇÃO O Acetato de Etila é um solvente orgânico oxigenado, um éster líquido à temperatura ambiente, incolor, volátil, de polaridade moderada, sendo instável na presença de bases fortes e ácidos aquosos. As reações de hidrólise podem ser definidas por reações de quebra de uma molécula por água. Na Química Orgânica, hidrólise inclui reações de saponificação de ácidos graxos e ésteres, inversão de açúcares e quebra de proteínas. A hidrólise do acetato é uma reação complexa, chamada reação não elementar, que possui uma série de etapas intermediárias de reações elementares. Quando se estuda a cinética de uma reação, observa-se que a ordem de reação nem sempre coincide com a estequiometria. A cinética de reação, neste caso, não é representada simplesmente por uma única etapa, mas envolve várias etapas intermediárias do processo. As equações de taxa precisam ser testadas frente a dados experimentais. Os métodos cinéticos consistem em maneiras de análise e correlações de dados cinéticos, tendo em vista a identificação da lei de velocidade de uma dada reação química. Portanto, trata-se de procedimentos para testar equações de taxa contra dados experimentais. Comumente, são empregados seis diferentes tipos de métodos de análise dos dados coletados: o método integral, o método diferencial, o método de meias-vidas, o método das velocidades iniciais, o da regressão linear, e o método de regressão não-linear. Os métodos diferencial e integral são utilizados principalmente na análise de dados de reator em batelada. O método integral de análise é o mais utilizado e o de uso mais simples. Ele é empregado mais frequentemente quando a ordem da reação é conhecida e se deseja calcular a velocidade específica da reação a diferentes temperaturas, tendo em vista a determinação da energia de ativação. Normalmente, nesse método, supõe-se uma ordem de reação e integra-se a equação diferencial utilizada para modelar o sistema em batelada. Se a suposta ordem de reação for a correta, o gráfico correspondente dos dados de concentração-tempo deve ser razoavelmente linear. O método diferencial de análise é o mais usado nas situações complexas. Ele é aplicado diretamente na equação diferencial da velocidade a ser testada e permite avaliar todos os termos da equação. Geralmente, deve ser empregado quando o método integral não apresentar resultados satisfatórios. Neste método, define-se um modelo cinético e ajusta-se diretamente os dados à correspondente expressão da velocidade. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A hidrólise de um éster em meio aquoso alcalino pode ser representada pela seguinte equação global: Éster + OH- álcool + ânion ácido (1) A + B produtos (1.a) Esta reação, embora representada de forma aparentemente simples, é na realidade uma reação complexa, pois possui uma série de etapas intermediárias de reações elementares. A partir do mecanismo de reação apresentado na literatura, obtem-se a expressão da taxa da reação dada por: r = k.CA.CB (2) onde r é a velocidade de reação e CA e CB representam as concentrações molares dos reagentes A e B, respectivamente. A constante da taxa da reação, k, pode ser considerada como uma função da temperatura. Assume-se que é válida a Lei de Arrhenius, segundo a qual a constante da taxa apresenta uma variação exponencial com a temperatura: k=k0exp-EA(RT) (3) onde k0 é o fator de frequência, EA é a energia de ativação, R a constante universal dos gases e T a temperatura medida em escala absoluta. Se os reagentes são radicais livres que reagem imediatamente quando entram em colisão, não há geralmente uma energia de ativação. No entanto, a maioria dos átomos e das moléculas necessita de uma energia de ativação para reagir. Duas são as razões para isto acontecer: As moléculas necessitam de energia para distorcer ou alongar suas ligações, para quebrá-las e depois formar novas ligações. As forças de repulsão estéricas e eletrônicas devem ser superadas à medida que as moléculas reagentes se aproximam. A energia de ativação pode ser interpretada como uma barreira à transferência de energia (de energia cinética para energia potencial) entre as moléculas reagentes, a qual deve ser vencida. Uma forma de interpretar a barreira à reação é pelo uso das coordenadas de reação. Essas coordenadas traduzem a energia potencial do sistema em função do avanço da reação, à medida que caminhamos dos reagentes para um intermediário e, logo após, aos produtos. Para testar o modelo proposto para a equação da taxa da reação e determinar os parâmetros cinéticos, pode-se utilizar um reator tanque descontínuo operando isotermicamente. A análise dos resultados experimentais para este tipo de reator é feita de acordo o modelo de mistura perfeita, que conduz a seguinte equação de balanço de massa: dnj/dt = V rj = V ⱱj r (4) onde, nj é o número de moles do componente "j" presente no reator no instante t, V é o volume da massa reacional, rj é a taxa de formação do componente j e ⱱj é o coeficiente estequiométrico do componente j na reação. Nos casos em que a massa específica da massa reagente não se altera significativamente (permanece constante), a equação (4) se torna: dCj/dt = ⱱj . r (5) Para acompanhar a progressão da reação com o tempo, recorrer-se-á, nesta experiência à medida da concentração dos íons ácidos ao longo do tempo, empregando-se a titulação volumétrica. A descrição cinética representa a variação de consumo dos reagentes ou de formação dos produtos com o decorrer da reação e pode ser representada graficamente pela chamada curva cinética. A tangente a esta curva indica como varia a velocidade de reação, de consumo ou formação, com o decorrer da reação. Experimentos mostram que a taxa de reação é influenciada pela composição e pela energia do material, ou seja, temperatura. O mecanismo de uma reação consiste na sequência detalhada de etapas que levam reagentes a produtos. Para explicar a cinética de reações elementares, admite-se que uma série de reações intermediárias elementares está ocorrendo. Nestas etapas intermediárias, ocorre formação de intermediários ativos, que estão em pequenas quantidades, de modo que sua velocidade global é nula. Para testar a veracidade de um mecanismo teórico envolvendo uma sequência de reações elementares devemos comparar as expressões teóricas da velocidade com as relações empíricas obtidas. A reação pode apresentar mais de um mecanismo ou mais de um mecanismo pode ser consistente com os dados cinéticos, o que podem ser problemas que dificultem a busca do mecanismo correto de reação. Algumas aplicações dos reatores descontínuos, ou reatores batelada, podem ser citadas, como: Pequena escala; Processos difíceis de converter em operações contínuas; Fabricação de produtos caros; Testar novos processos, em desenvolvimento. Esta classe de reatores apresentam as seguintes características: Alcance de altas conversões, prolongando o tempo de residência do reagente no reator; Altos custos de operação; Dificuldade de produção em larga escala; Variabilidade de produtos de batelada a batelada. MATERIAIS Um reator tanque cilíndrico de vidro, com cerca de 2 litros de capacidade; Dois beckers com capacidade para 500 mL; Um becker com capacidade para 1000 mL; Um banho termostatizado; Um agitador mecânico; Solução de acetato de etila 0,02N; Solução padronizada de hidróxido de sódio 0,01N; Solução de hidróxido de sódio 0,02N; Solução de ácido clorídrico 0,01N; Dez erlenmmeyrs; Indicador (fenolftaleína); Duas buretas; Uma pera de sucção, Um termômetro; Uma pipeta de escoamento rápido de 25 mL. Uma pipeta de 5 mL. Figura 1. Esquema demonstrativo do experimento PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Encontram-se preparadas uma solução 0,02 M de NaOH padronizada, uma solução aquosa de acetato de etila 0,02 M, uma solução de HCl 0,01 M e uma solução padronizada de NaOH 0,01M. Realizar a experiência a três temperaturas diferentes: ambiente, abaixo da ambiente e acima da ambiente. Ligar o banho termostático na primeira temperatura desejada (deverá ser a menor delas, pois o processo de resfriamento é mais lento que o de aquecimento). Padronizar a solução de HCl com NaOH 0,01N, titulando 30 mL da solução ácida com a soda, usando fenolftaleína como indicador; Em cada um dos erlenmeyers disponíveis, adicionar 30 mL do HCl padronizado; Pré-aquecer 500 mL da solução de acetato de etila e 500 mL da solução de soda 0,02N em beckers separados, até a temperatura de reação desejada. Com o agitador ligado, misturar estas duas soluções no reator e acionar o cronômetro; Retirar amostras da solução do reator com uma pipeta de 25 mL e escoamento rápido, anotando o tempo de reação. Imediatamente a seguir, transferi-la para um dos erlemeyers contendo 30 mL de HCl 0,01N - ATENÇÃO - Esta operação deve ser a mais rápida possível. Os tempos de amostragem sugeridos são: 0, 2, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 40 e 50 minutos; Titulou-se as amostras acidificadas com soda padronizada 0,01M usando fenolftaleína como indicador; CÁLCULOS E ANÁLISES DE RESULTADOS A reação do acetato com o hidróxido de sódio mostrada abaixo foi realizada a temperatura de reação de 15°C: Ac-C2H5 + NaOH EtOH + Na+ + Ac- Para os cálculos posteriores é necessário fazer algumas suposições, são elas: A reação ocorre em meio isotérmico; Os reagentes são colocados simultaneamente; Não há reações paralelas; Sistema bastante misturado (homogêneo); Tempo de enchimento negligenciável; Durante o experimento, determinou-se o volume de NaOH padronizado por meio de uma titulação de retorno em cada tempo prescrito no roteiro, dessa forma, obteve-se a seguinte tabela: Amosta Tempo (s) VNaOH padrão (mL) CA (mol/L) 1 0 0 1,30E-02 2 120 7,2 9,85E-03 3 300 8,9 9,12E-03 4 600 11,2 8,12E-03 5 900 12,7 7,47E-03 6 1200 13,9 6,96E-03 7 1500 15,4 6,31E-03 8 1800 16,2 5,96E-03 9 2400 17,7 5,31E-03 10 3000 19,2 4,67E-03 Tabela 1. Dados obtidos no experimento A respeito da tabela acima, cabe ponderar algumas observações: Obs. 1: Em coerência com as orientações dadas no momento do experimento, não houve a preocupação de registrar os tempos exatos de coleta. A inexatidão dos tempos referenciados na tabela, apesar de não representarem fielmente o tempo de coleta, é tão pequena que julgamos não impactar nas análises e resultados obtidos. Obs. 2: Não foi realizada a titulação no tempo zero, portanto foi necessário considerar VNaOH padrão igual a zero para determinar a concentração nesse ponto. À medida que a reação se prosseguia, retirava-se uma a alíquota (25 mL) do reator nos tempos preestabelecidos. Esta alíquota foi colocada em um erlenmeyer contendo 30 mL de HCl cuja concentração era 0,0108 mol/L. No momento em que a reação de hidrólise básica chega ao fim, restarão os íons Na+, Acetato-, Cl- e excesso de H+. nHCl =nH+=nOH-+nHexc+ Gotejou-se o indicador fenolftaleína na solução contendo o excesso nHexc+e titulou-se com NaOH padronizado cuja concentração era 0,0108 mol/L. nNaOH=nOH_=nHexc+ Substituindo nHexc+na primeira equação, tem-se: nNaOH+nOH_=nHCl nOH_=nNaOH no meio=nAcetato nAcetato =nHCl - nNaOH CAcetato= nacetato no meioValíquota Logo, tem-se a seguinte equação para o cálculo da concentração do acetato: CAcetato=CHClVHCl- CNaOH VNaOH Valíquota Nas reações em fase líquida há uma pequena variação de massa específica com a reação, não havendo a necessidade de ser bastante apurada. Nos reatores em batelada com volume constante (V=Vo), onde é considerado que não haja vazão de entrada ou de saída de material e que o mesmo esteja bem homogêneo, o balanço molar apresenta-se como: 1VdNAdt= rA Em termos de concentração, tem-se: 1VdNAdt= 1V0dNAdt= d(NAV0)dt=dCAdt=rA Nas reações em fase líquida que não há variação de volume, a variável medida experimentalmente é a concentração, portanto, tem-se a seguinte equação proveniente do balanço molar: -dCAdt=-rA Para o experimento em questão, a equação para análise dos resultados foi obtida por: -dCAdt=kCACB Sabendo que os reagentes A e B são equimolares, considera-se CA=CB, portanto: -dCAdt=kCA2 Lei de Velocidade Para encontrar a lei de velocidade, primeiramente utilizou-se o método integral, seguindo os seguintes passos: Uma equação de taxa é suposta; A equação de projeto apropriada é integrada para gerar uma relação entre a concentração e tempo; A relação é linearizada; Os dados são colocados em forma gráfica para testar a equação linearizada; Se a equação ajustar os dados, os valores da inclinação e do coeficiente linear são utilizados para estimar os parâmetros desconhecidos na equação da taxa. 1ª tentativa - ORDEM ZERO Para uma reação de ordem zero, rA = - k, e da combinação da lei de velocidade com o balanço molar resulta: dCAdt=-k Integrando essa equação com CA = CA0, tem-se: CA=CA0-kt Fazendo o gráfico de CA x t, obteve-se: Percebe-se pelo valor do coeficiente de determinação (R² = 0,8003) que os dados não se ajustaram bem para a ordem zero, portanto é preciso fazer uma nova tentativa para outra ordem. Através do gráfico, nota-se que o primeiro valor de concentração (t = 0s) foi o responsável pelo ajuste inadequado dos dados, isso se deve ao fato deste ponto não ter sido titulado, portanto, esse valor foi calculado baseando-se em VNaOH padrão = 0, o que agrega erro e inexatidão ao valor determinado. 2ª tentativa – PRIMEIRA ORDEM Para uma reação de primeira ordem, -rA = kCA, e da combinação da lei de velocidade com o balanço molar resulta: -dCAdt=kCA Integrando essa equação com CA = CA0, tem-se: -lnCACA0=kt Dessa forma, apresenta-se a seguinte tabela: Amosta Tempo (s) VNaOH padrão (mL) CA (mol/L) ln(CA/CA0) 1 0 0 1,30E-02 0,0000 2 120 7,2 9,85E-03 0,2744 3 300 8,9 9,12E-03 0,3519 4 600 11,2 8,12E-03 0,4673 5 900 12,7 7,47E-03 0,5505 6 1200 13,9 6,96E-03 0,6224 7 1500 15,4 6,31E-03 0,7202 8 1800 16,2 5,96E-03 0,7765 9 2400 17,7 5,31E-03 0,8916 10 3000 19,2 4,67E-03 1,0217 Tabela 2. Dados para determinar a lei de velocidade da reação de primeira ordem Fazendo o gráfico de - ln (CA/CA0) x t, obteve-se: Nota-se, pelo valor do coeficiente de determinação (R² = 0,9121), que os dados não se ajustaram bem para a primeira ordem, portanto é preciso fazer uma nova tentativa para outra ordem. Através do gráfico, percebe-se que o primeiro valor de concentração (t = 0s) foi o responsável pelo ajuste inadequado dos dados, isso se deve ao fato deste ponto não ter sido titulado, portanto, esse valor foi calculado baseando-se em VNaOH padrão = 0, o que agrega erro e inexatidão ao valor determinado. 3ª tentativa – SEGUNDA ORDEM Para uma reação de segunda ordem, -rA = kCACB, e da combinação da lei de velocidade com o balanço molar resulta: -dCAdt=kCACB Sabendo que a reação é do tipo A + B Produtos e que CB = CA0, ao integrar essa equação, tem-se: 1CA-1CA0=kt Dessa forma, apresenta-se a seguinte tabela: Amosta Tempo (s) VNaOH padrão (mL) CA (mol/L) 1/CA - 1/CA0 1 0 0 1,30E-02 0,0000 2 120 7,2 9,85E-03 24,3665 3 300 8,9 9,12E-03 32,5464 4 600 11,2 8,12E-03 45,9680 5 900 12,7 7,47E-03 56,6438 6 1200 13,9 6,96E-03 66,6168 7 1500 15,4 6,31E-03 81,3885 8 1800 16,2 5,96E-03 90,5797 9 2400 17,7 5,31E-03 111,0358 10 3000 19,2 4,67E-03 137,1742 Tabela 3. Dados para determinar a lei de velocidade da reação de segunda ordem Fazendo o gráfico de 1/CA-1/CA0 X t, obteve-se: A partir da análise do gráfico, percebe-se que o primeiro valor de concentração (t = 0s) foi o responsável pelo ajuste inadequado dos dados, isso se deve ao fato deste ponto não ter sido titulado, portanto, esse valor foi calculado baseando-se em VNaOH padrão = 0, o que agrega erro e inexatidão ao valor determinado. Através do valor do coeficiente de determinação para a segunda ordem (R² = 0,9769), percebe-se que os dados cinéticos se ajustaram melhor em relação às outras ordens. Para o valor de R² encontrado e através da comparação com as tentativas anteriores é possível concluir que a reação é de ordem 2. Descoberta a ordem da reação, é necessário calcular o valor de"k". A equação da reta para a segunda ordem é dada por y = 0,0412x + 15,953, como a integral da lei de velocidade nos fornece: 1CA-1CA0=kt Onde, os valores de CA foram calculados através da titulação e o CAO foi a concentração inicial de hidróxido de sódio (igual a 0,02M). O coeficiente angular da reta (α = 0,0412) é igual a k, então: k = 0,0412 L. mol-1.s-1 Portanto, a equação da taxa de velocidade para a reação é dada por: -rA=0,0412 CACB A equação acima não se adequou de forma satisfatória ao mecanismo cinético proposto, tendo em vista que o coeficiente de determinação encontrado (r2= 0,9769) foi menor do que necessariamente deve ser para que a análise seja considerada satisfatória (r2 0,999). Para estes erros é possível atribuir as seguintes causas: a mudança de temperatura durante a coleta das alíquotas; a diferença do tempo no qual a alíquota foi retirada do reator e o tempo em que a reação estagnou; as leituras dos volumes de alíquotas no momento da titulação. Na tentativa de ratificar a lei de velocidade obtida pelo método integral, realizaram-se novos cálculos, porém, desta vez, utilizando dois métodos diferenciais: o polinomial e diferenças finitas. MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS Este método deve ser utilizado quando os pontos experimentais relativos à variável independente estão igualmente espaçados, no experimento, três valores não condiziam com essa condição (t = 120s, t = 2400s e t = 3000s), os demais possuíam Δt = 300 s, por conta disso, os pontos citados puderam ser excluídos e, assim, utilizou-se essa metodologia com os sete outros pontos restantes. Os pontos foram calculados de acordo com as equações abaixo e a seguinte tabela foi gerada: Primeiro Ponto: dCAdtt0=-3CA0+4CA1-CA22 t Pontos Internos: dCAdtti=12 tCAi+1-CAi-1 Último Ponto: dCAdttf=12 tCA(i-2)-4CAi-1+3CAi Tempo (s) CA (mol/L) dCA/dt ln CA ln(-dCA/dt) 0 0,0130 -1,58112 -4,3459 0,4581 300 0,0091 -0,72576 -4,6978 -0,3205 600 0,0081 -0,24624 -4,8132 -1,4014 900 0,0075 -0,17496 -4,8964 -1,7432 1200 0,0070 -0,17496 -4,9683 -1,7432 1500 0,0063 -0,14904 -5,0661 -1,9035 1800 0,0060 -0,05832 -5,1224 -2,8418 Tabela 4. Dados para a utilização do método das Diferenças Finitas Diante desses valores, reproduziu-se o gráfico de ln(-dCA/dt) x ln CA com o intuito de encontrar a ordem da reação: Analisando o gráfico, percebe-se que os dados não tiveram um bom ajuste devido ao valor do coeficiente de determinação (R² = 0,9217). Além disso, segundo este método, a ordem da reação que corresponde ao coeficiente angular da reta é 3,9891, nota-se que esse valor não condiz com a verdadeira ordem da reação já encontrada através do método integral. A constante de taxa de reação (K) pode ser calculada através da seguinte equação: k=-dCAdtCAn Nota-se que os dados não se ajustam bem para método das diferenças finitas, tal método não se aplica aos dados apresentados e a constante de velocidade não se apresentará corretamente e não terá um valor de k com boa confiabilidade. MÉTODO POLINOMIAL O primeiro passo para esse método foi fazer o gráfico de CA X t com o objetivo de determinar a curva mais suave para os dados através da escolha da ordem do polinômio. Para um polinômio de ordem 2, encontrou-se o seguinte gráfico: A partir da equação da reta obtida, calcula-se - dCA/dt. CA=9x10-10t 2- 5x10-6t+0,0113 Diferenciando essa equação acima, encontra-se: -dCAdt=-18x10-10t+5x10-6 O tabela a seguir mostra os valores que foram utilizados para criar o gráfico ln(-dCA/dt) X lnCA: Tempo (s) CA (mol/L) ln CA -dCA/dt ln(-dCA/dt) 0 1,30E-02 -4,35 5,00E-06 -12,21 120 9,85E-03 -4,62 4,78E-06 -12,25 300 9,12E-03 -4,70 4,46E-06 -12,32 600 8,12E-03 -4,81 3,92E-06 -12,45 900 7,47E-03 -4,90 3,38E-06 -12,60 1200 6,96E-03 -4,97 2,84E-06 -12,77 1500 6,31E-03 -5,07 2,30E-06 -12,98 1800 5,96E-03 -5,12 1,76E-06 -13,25 2400 5,31E-03 -5,24 6,80E-07 -14,20 3000 4,67E-03 -5,37 -4,00E-07 x Tabela 5. Dados para construção do gráfico pelo método polinomial Como não se pôde calcular o último valor de ln(–dCA/dt) (já não existe ln de número negativo), este ponto (t = 3000s) teve que ser excluído para criação do gráfico de ln(–dCA/dt) X ln CA. Analisando o gráfico, percebe-se que os dados não tiveram um bom ajuste devido ao valor do coeficiente de determinação (R² = 0,7263). Ordem da reação = Coeficiente Angular = 1,9547 Isolando o k da equação ln(-dCA/dt) = lnk + lnCA , tem-se: k=-dCAdtCAn Escolhe-se um par (CA; dCA/dt) da tabela acima e aplica-se essa equação para encontrar k. A seguir mostra-se uma tabela com os valores de k referente aos pares ordenados: CA (mol/L) dCA/dt KA [(L)0,9547/mol0,9547.s] 1,30E-02 5,00E-06 0,024 9,85E-03 4,78E-06 0,040 9,12E-03 4,46E-06 0,043 8,12E-03 3,92E-06 0,048 7,47E-03 3,38E-06 0,048 6,96E-03 2,84E-06 0,047 6,31E-03 2,30E-06 0,046 5,96E-03 1,76E-06 0,039 5,31E-03 6,80E-07 0,019 Tabela 6. Obtenção dos k relativos a cada par ordenado Percebe-se uma faixa de valores de constante de velocidade específica encontrados também foram bem próximos, isso demonstrou que o método foi realizado de forma razoável. Escolhendo um dos pares (CA;-dCA/dt) da tabela acima tem-se: k=4,78x10-69,85x10-31,9547 k = 0,040 L0,9547/mol0,9547.s Nota-se pela equação da reta (y=1,9547x – 3,2752) que a ordem da reação (n=1,9547) se aproxima da encontrada anteriormente pelo método integral (ordem 2). Porém, devido ao valor do coeficiente de determinação representar uma baixa confiabilidade para os dados apresentados, pode-se verificar que esse ajuste realizado não é satisfatório, logo, esse método não se mostrou apropriado. As constantes de taxa de reação, k, obtidas para os dois métodos estão demonstradas na tabela abaixo: Método K R² Integral 0,0412 0,9769 Polinomial 0,04 0,7263 Tabela 7. Comparação entre os métodos Logo, através do coeficiente de determinação percebe-se que o método que apresenta maior confiabilidade no ajuste dos dados é o integral, dessa forma, pode-se concluir que a equação de taxa de reação é dada por: -rA=0,0412 CACB Determinação da energia de ativação e fator de frequência: Assume-se que é válida a Lei de Arrhenius, segundo a qual a constante da taxa apresenta uma variação exponencial com a temperatura: k=k0exp-EART Ou, linearizando a expressão acima: lnk=lnk0-EART Onde k0 é o fator de frequência, EA é a energia de ativação, R a constante universal dos gases e T a temperatura medida em escala absoluta. Plota-se o gráfico de lnk x 1/T com o objetivo de encontrar o valor do fator de frequência (k0) e a energia de ativação (EA). k (L/mol.s) T (K) lnk 1/T 0,0412 288,15 -3,1893 0,0035 0,0780 299,15 -2,5510 0,0033 0,1841 308,15 -1,6923 0,0032 Tabela 8. Dados necessários para plotar o gráfico de lnk x 1/T Os valores de k e T apresentados na tabela acima são referentes ao experimento realizado por outras equipes (26ºC e 35ºC). A partir da equação da reta obtida através do gráfico, tem-se: lnk=-6564,2T+19,531 A energia de ativação está associada à inclinação da reta do gráfico acima: - EAR= -6564,2T EA=6564,2T*8,314 EA=54,57 kJ/mol O coeficiente linear da reta irá fornecer o valor de k0 da seguinte forma: lnk0=19,531 Portanto, obtém-se um valor de fator de frequência igual a: k0=303.532.728,6 L/mol.s Dessa forma, chegamos a seguinte expressão: k=3,03x108.exp-6564,2T Tendo em vista que o R² da equação da reta encontrada não se mostrou satisfatório devido ao baixo valor do coeficiente de determinação encontrado (R² = 0,9741), implica dizer que os valores de k0 e EA não possuem uma alta confiabilidade. CONCLUSÃO O método integral é empregado comumente quando a ordem da reação é conhecida e se deseja calcular a velocidade específica da reação a diferentes temperaturas, tal método se baseia na suposição de uma ordem e análise a partir da integração e regressão linear dos dados. Através das análises dos métodos apresentado neste relatório, nota-se que o método integral, cujo coeficiente de determinação foi igual a 0,9769, melhor se ajustou aos dados obtidos em laboratório a temperatura de 15ºC, apresentando a ordem 2 para a reação (bem como já era sabido) e a seguinte lei de velocidade: -rA=0,0412 CACB Sabe-se que o coeficiente de determinação obtido (R² = 0,9769) ainda é considerado insatisfatório para se determinar um valor confiável de constante de velocidade. Esse baixo valor se deve a alguns erros que ocorreram durante a prática e que influenciaram negativamente a obtenção de bons resultados, como por exemplo: imperícia no momento da leitura do volume de NaOH na bureta durante a titulação, o fato de não ter coletado a alíquota da solução no tempo zero e a possível variação de temperatura no instante em que se coletava a alíquota (por ter sido necessário abrir o reator). Pôde-se constatar, na prática, que o método diferencial não foi tão preciso quanto o método integral. Não obtivemos um resultado muito aceitável e não foi possível determinar com precisão a constante de velocidade da reação. A constante de velocidade é diretamente proporcional ao aumento da temperatura, isso foi confirmado no experimento realizado juntamente com os dados das outras equipes, k26ºC = 0,0780 L/mol.s e k35ºC = 0,1841 L/mol.s. Munido dos três valores de k (como mostra a tabela abaixo), foi possível calcular o valor da energia de ativação e do fator de frequência, através de um gráfico de lnk x 1/T, que forneceu EA = 54,57 kJ/mol e k0 = 3,03x108 L/mol.s. k (L/mol.s) T (K) 0,0412 288,15 0,0780 299,15 0,1841 308,15 Fazendo-se uma alusão à teoria das colisões, é sabido que o aumento da temperatura do sistema viabiliza o consequente aumento das velocidades de reação. Esta teoria pôde ser comprovada neste experimento, onde se notou que os valores de velocidade para a reação de hidrólise do acetato aumentaram juntamente com a temperatura. Este mesmo experimento realizado a uma temperatura 11°C superior apresentou uma velocidade de reação mais elevada, k26ºC = 0,078 L/mol.s, da mesma maneira que a 20°C acima, apresentando uma constante de velocidade igual a k35ºC = 0,1841 L/mol.s, ratificando a expectativa de um aumento de velocidade pela influência da temperatura do sistema. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FOGLER, H. S. Elementos de Engenharia das Reações Químicas. 4° Ed., editora LTC, 2009. LEVENSPIEL, O. Engenharia das Reações Químicas. 1ª. Edição, Edgard Blücher, 2000. ROBERTS, G. W.; Reações químicas e reatores químicos. 1ª. Edição, Editora LTC, 2010. Ordem zero CA Primeira Ordem Tempo -ln(CA/Ca0)