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Redes

As Cidades Globais

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{\rtf1\ansi\ansicpg1252\deff0\deflang1046{\fonttbl{\f0\fswiss\fcharset0 Arial;}},,,,,,,,,, {\*\generator Msftedit 5.41.21.2506;}\viewkind4\uc1\pard\fi568\ri352\qc\tx7952\f0\fs20 As Redes\par,,,,,,,,,, \pard\fi568\ri352\tx7952\par,,,,,,,,,, At\'e9 h\'e1 pouco tempo, a superf\'edcie do nosso planeta era utilizada de acordo com divis\'f5es criadas pela natureza ou pela hist\'f3ria, chamadas regi\'f5es. Essas regi\'f5es, de uma maneira generalizada, correspondiam \'e0 base da vida econ\'f4mica, cultural e \'e0s vezes tamb\'e9m pol\'edtica. Hoje, devido ao processo das t\'e9cnicas e das comunica\'e7\'f5es, a esse territ\'f3rio se superp\'f5e um territ\'f3rio das redes, que num primeiro momento d\'e1 a impress\'e3o de ser uma realidade virtual.\par,, \par,,,,,,,,,, Mas, ao contr\'e1rio do que se pode imaginar, n\'e3o se trata de um espa\'e7o virtual. As redes s\'e3o realidades concretas, formadas por pontos interligados, que tendem a se espalhar por toda a superf\'edcie da Terra, ainda que com desigual densidade, conforme os continentes e pa\'edses. Essas redes se constituem na base da modernidade atual e na condi\'e7\'e3o necess\'e1ria para a plena realiza\'e7\'e3o da economia global. Elas formam ou constituem o ve\'edculo que permite o fluxo das informa\'e7\'f5es, que s\'e3o hoje o motor principal da globaliza\'e7\'e3o.\par,,, \par,,,,,,,,,, Segundo Manuel Castells, no volume 71 de sua trilogia \emdash A era da informa\'e7\'e3o: economia, sociedade e cultura \emdash , a nossa sociedade est\'e1 constitu\'edda em tomo de fluxos: fluxos de capital, fluxos da informa\'e7\'e3o, fluxos da tecnologia, fluxos de imagens, sons e s\'edmbolos. Esses fluxos n\'e3o representam apenas um elemento da organiza\'e7\'e3o social, mas s\'e3o a express\'e3o dos processos que dominam nossa vida econ\'f4mica, pol\'edtica e simb\'f3lica. O tipo de rede de visualiza\'e7\'e3o mais f\'e1cil para representar o espa\'e7o de fluxos \'e9 a rede constitu\'edda pelos sistemas de processos decis\'f3rios da economia global, especialmente os do sistema financeiro.\par \par,,,,,,,,,, De acordo com Castells, o espa\'e7o de lugares teria sido substitu\'eddo pelo espa\'e7o de fluxos, assim como tempo cronol\'f3gico teria dado lugar ao \ldblquote tempo intemporal\rdblquote . (\'c9 o tempo das redes de comunica\'e7\'e3o \ldblquote real\rdblquote , que torna o futuro um eterno presente.)\par,,,,,,, \par,,,,,,,,,, \pard\fi568\ri352\qc\tx7952\ul\b A teoria social do espa\'e7o e a teoria do espa\'e7o de fluxos\par,,,,,,,,,, \pard\fi568\ri352\tx7952\ulnone\b0\par,,,,,,,,,, O espa\'e7o de fluxos \'e9, portanto, a organiza\'e7\'e3o material das pr\'e1ticas sociais de tempo compartilhado que funcionam por meio de fluxos.\par,,,,,,,, \par,,,,,,,,,, Pr\'e1ticas sociais dominantes s\'e3o aquelas que est\'e3o embutidas nas estruturas sociais dominantes.\par,,,,,,,,,, \par,,,,,,,,,, O espa\'e7o de fluxos, com a forma material de suporte dos processos e das fun\'e7\'f5es dominantes na sociedade informacional, pode ser descrito (em vez de definido) pela combina\'e7\'e3o de tr\'eas camadas de suportes materiais, que juntas constituem o espa\'e7o de fluxos.\par,,,,,,, \par,,,,,,,,,, A primeira camada, o primeiro suporte material do espa\'e7o de fluxos, \'e9 constitu\'edda pelo circuito de impulsos eletr\'f4nicos (microeletr\'f4nica, telecomunica\'e7\'f5es, processamento computacional, sistemas de transmiss\'e3o e transporte em alta velocidade), formando em conjunto a base material dos processos estrategicamente decisivos na rede da sociedade global, como as ferrovias definiam as regi\'f5es econ\'f4micas. Em consequ\'eancia disso, a rede de comunica\'e7\'e3o \'e9 a configura\'e7\'e3o espacial fundamental: os lugares n\'e3o desaparecem, mas sua l\'f3gica e seu significado s\'e3o absorvidos na rede.\par, \par,,,,,,,,,, A segunda camada \'e9 constitu\'edda pelos n\'f3s e centros de comunica\'e7\'e3o. O espa\'e7o de fluxos n\'e3o \'e9 desprovido de lugar, embora sua estrutura l\'f3gica o seja. Est\'e1 localizado em uma rede eletr\'f4nica, mas essa rede conecta lugares espec\'edficos com as caracter\'edsticas sociais, culturais, f\'edsicas e funcionais bem-definidas. Ele \'e9 materializado pelas cidades. Esses n\'f3s s\'e3o as cidades globais.\par,,,,,, \par,,,,,,,,,, A terceira corresponde \'e0 organiza\'e7\'e3o espacial das elites gerenciais dominantes (e n\'e3o das classes) que exercem as fun\'e7\'f5es direcionais em torno das quais esse espa\'e7o \'e9 articulado.\par,,,,,,,,,, \par,,,,,,,,,, A forma b\'e1sica de domina\'e7\'e3o de nossa sociedade baseia-se na capacidade de organiza\'e7\'e3o da elite dominante que segue de m\'e3os dadas com sua capacidade de desorganizar os grupos das sociedades que, embora sejam maioria num\'e9rica, v\'eaem (se \'e9 que v\'eaem) seus interesses pouco representados dentro da estrutura do atendimento dos interesses dominantes.\par,,,,,,,, \par,,,,,,,,,, A articula\'e7\'e3o das elites e a segmenta\'e7\'e3o e desorganiza\'e7\'e3o da massa parecem ser os mecanismos g\'eameos de domina\'e7\'e3o social em nossas sociedades.\par,,,,,,,,,, \par,,,,,,,,,, O espa\'e7o desempenha papel fundamental nesse mecanismo: em s\'edntese, as elites s\'e3o cosmopolitas, enquanto as pessoas s\'e3o locais. O espa\'e7o de poder e riqueza \'e9 projetado pelo mundo, enquanto a vida e a experi\'eancia das pessoas ficam enraizadas em lugares, em sua cultura, em sua hist\'f3ria.\par,,,,, \pard\fi568\ri352\qc\tx7952\ul\b As Cidades Globais\ulnone\b0\par,,,,,,,,,, \pard\fi568\ri352\tx7952\par,,,,,,,,,, A qualidade e quantidade dos fluxos \'e9 que diferenciam as regi\'f5es e lugares, proporcionando aos mais bem dotados uma posi\'e7\'e3o relevante, em detrimento dos menos dotados.\par,,,,,,,, \par,,,,,,,,,, Cabem aos n\'f3s dessas redes presidirem as atividades mais caracter\'edsticas (as p\'f3s-industriais) do nosso mundo cada vez mais globalizado.\par,,,,,,,,,, \par,,,,,,,,,, Cada um de n\'f3s precisa ter uma infra-estrutura tecnol\'f3gica adequada, um sistema de empresas auxiliares fornecendo os servi\'e7os de suporte, um mercado de trabalho especializado e o sistema de servi\'e7os exigido pela for\'e7a de trabalho liberal.\par,,,,,,,, \par,,,,,,,,,, Estes n\'f3s s\'e3o, em geral, as metr\'f3poles, onde um grande n\'famero de fatos e acontecimentos pr\'f3prios de nossa \'e9poca se combinam e acontecem.\par,,,,,,, \par,,,,,,,,,, Mas numa classifica\'e7\'e3o mais rigorosa s\'f3 se deve incluir entre as metr\'f3poles ou cidades globais algumas poucas como Nova York, Los Angeles, T\'f3quio, Londres, Paris, cidades que s\'e3o efetivamente capazes de exercer um papel de comando sobre outras cidades e sobre uma boa parte do mundo.\par,,,,, \par,,,,,,,,,, Podemos inserir tamb\'e9m nesse rol, num segundo n\'edvel, algumas cidades como S\'e3o Paulo, Cidade do M\'e9xico, Johannesburgo, cuja influ\'eancia se d\'e1 em \'e1reas menores e mais circunscritas do globo.\par,,,,, \par,,,,,,,,,, Mas o exerc\'edcio da a\'e7\'e3o hegem\'f4nica sobre a face da Terra n\'e3o \'e9 algo exclusivo das metr\'f3poles de primeira grandeza sem as outras cidades, a economia global n\'e3o se realizaria.\par,,,,,,,,, \par,,,,,,,,,, Concluindo, meio t\'e9cnico-cient\'edfico-\-informacional, espa\'e7o em redes e cidades globais se constituem no novo trip\'e9 em o qual a Geografia dever\'e1 trabalhar no s\'e9culo XXI, exigindo de n\'f3s ge\'f3grafos n\'e3o apenas a preocupa\'e7\'e3o formacional voltada para o magist\'e9rio mas para a pesquisa e o planejamento em in\'fameros sentidos.\par,,,,,,, \par,,,,,,,,,, Bibliografia\par,,,,,,,,,, CASTELS, Manuel. A sociedade em rede. S\'e3o Paulo, Paz e Terra, 1999.\par,,,,,,, CASTRO, In\'e1 Elias (org.) Geografia: Conceitos e Temas. S\'e3o Paulo, Bertrand Brasil, 1995.\par,,,,,,, LUCCI, Elian A. et al (org). Milton Santos: cidadania e globaliza\'e7\'e3o. S\'e3o Paulo, Saraiva/AGB-Bauru/UNESP-Bauru/SINPRO, 2000.\par,,,,,,, SANTOS, Milton. T\'e9cnica, espa\'e7o, tempo: globaliza\'e7\'e3o e meio t\'e9cnico-cient\'edfico-informacional. S\'e3o Paulo, Hucitec, 1994.\par,,,,, \par,,,,,,,,,, ________ O per\'edodo t\'e9cnico-cient\'edfico e os estudos geogr\'e1ficos. Comunica\'e7\'e3o apresentada no Semin\'e1rio Internacional sobre o ensino de estudos sociais, promovido pela OEA. Washington, 28 de julho de 1986.\par,,,,,,,, \par,,,,,,,,,, SCHWARTZ, Gilson. Estrat\'e9gias valorizam a forma\'e7\'e3o de redes locais. In: Folha de S\'e3o Paulo. 31/12/2000. Caderno Dinheiro, p.2\par,,,,,,,, \par,,,,,,,,,, \par,,,,,,,,,, },,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,