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Qualidade de Vida
SENAC – Curso Técnico em Segurança no Trabalho
Oficina: Saúde Ocupacional
"Grupo: 06 "Turno: Tarde "Turma 2009.09 "
Docente: Kelly Dória
Por: Carina Menezes
A inserção do estresse como fator desencadeador de doenças no mercado de
trabalho
Índice
1 - Capa
2 - Contracapa
3 - Índice
3 - Introdução
4 - O que é o estresse
5 - A doença
6 - Estresse no ambiente de trabalho
8 - As contas do estresse
8 - Tratamentos
9 - Soluções
9 - Conclusão
10 - Bibliografia
Introdução
Sabemos hoje que o estresse e a doença moderna que mais afeta a vida
dos trabalhadores e vem causando prejuízos não só a eles, mas também as
empresas e o estado.
Esta pesquisa fala sobre o estresse, suas causas, sintomas,
tratamentos e como ela afeta os trabalhadores no seu dia-a-dia,
prejudicando todo o processo social e laboral desse indivíduo.
O que é o estresse?
Definição: O Estresse é "o
conjunto de reações do organismo a
agressões de ordem física, psíquica,
infecciosa, e outras capazes de
perturbar a homeostase" (equilíbrio).
Fonte: (Dicionário Aurélio)
O estresse é o resultado de uma reação que o nosso organismo tem
quando estimulado por fatores externos desfavoráveis. A primeira coisa que
acontece com o nosso organismo nestas circunstâncias é uma descarga de
adrenalina, e os órgãos que mais sentem são o aparelho circulatório e o
respiratório.
No aparelho circulatório a adrenalina promove a aceleração dos
batimentos cardíacos e uma diminuição do tamanho dos vasos sanguíneos
periféricos. Assim, o sangue circula, mais rapidamente para uma melhor
oxigenação, principalmente, dos músculos e do cérebro já que ficou pouco
sangue na periferia, o que também diminui sangramentos em caso de
ferimentos superficiais.
"O Grito, Edvard Munch, 1893 – "
"Fonte: Site Google "
No aparelho respiratório, a adrenalina promove a dilatação dos
brônquios e induz o aumento dos movimentos respiratórios para que haja
maior capitação de oxigênio, que vai ser mais rapidamente transportada pelo
sistema circulatório, também devidamente preparado pela adrenalina. Quando
o perigo passa, o nosso organismo para com a super produção de adrenalina e
tudo volta ao normal.
Existem dois tipos de estresse que é normal sentir, o positivo e o
negativo: O positivo é aquele que sentimos quando estamos ansiosos ou
aguardando algo que é muito importante para nós; O negativo é aquele que
sentimos quando temos pânico, quando nos sentimos pressionados ou inseguros
e que nos da uma sensação de desconforto. Nesses casos o estresse não é
doença, são reações normais do nosso corpo quando esse recebe determinados
estímulos, reage liberando adrenalina e causando esses sintomas, chamamos
de eustress ou eustresse essa quantidade normal de estresse produzida por
nosso corpo.
Agora imagine ter esse sentimento todo o tempo, como se algo de ruim
pudesse lhe acontecer a qualquer momento sentir-se com coração acelerando,
respiração irregular, suor frio, ânsia de choro, desconforto no estomago
como se estivesse caindo.
Esses são só alguns dos sintomas que tem uma pessoa com quadro de
estresse.
A doença
Como doença existem o estresse crônico que é aquele que afeta a
maioria das pessoas, sendo constante no dia a dia, mas de uma forma mais
suave e o estresse agudo é mais intenso e curto, sendo causado normalmente
por situações traumáticas mas passageiras como a depressão na morte de um
parente.
O estresse pode afetar o organismo de diversas formas e seus
sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Esses sintomas podem ser
físicos e/ou psicológicos É sabido que o estresse pode causar e/ou agravar
varias doenças. Logo o estresse em si não é a doença, ele é a "chave de
ignição" de varias doenças, que podem nos levar a até mesmo à morte
dependendo do caso. Não é comprovado que o estresse pode, por exemplo,
causar um ataque cardíaco, mas ele pode sim, dependendo do quadro clinico
do estressado, desencadear condições favoráveis para que isso aconteça.
Hoje já se tem um padrão de sintomas comuns a quem sofre de estresse:
Os físicos podem ser: Dores de cabeça, Dores musculares, Insônia,
Indigestão, Taquicardia, Alergias, Insônia, Queda de cabelo, Mudança de
apetite, Gastrite, Dermatoses, Esgotamento físico.
Os psicológicos podem ser: Apatia, Memória fraca, Tiques nervosos,
Isolamento e introspecção, Sentimentos de perseguição, Desmotivação,
Autoritarismo, Irritabilidade, Emotividade acentuada, Ansiedade.
O estresse tem três fases, a aguda, a de resistência e a exaustão:
A fase aguda
Esta é a fase em que os estímulos estressores começam a agir. Nosso
cérebro e hormônios reagem rapidamente, e nós podemos perceber os seus
efeitos, mas somos geralmente incapazes de notar o trabalho silencioso
do estresse crônico nesta fase.
A fase de resistência
Se o estresse persiste, é nesta fase que começam a aparecer às
primeiras conseqüências mentais, emocionais e físicas do estresse
crônico. Perda de concentração mental, instabilidade emocional,
depressão, palpitações cardíacas, suores frios, dores musculares ou
dores de cabeça freqüentes são os sinais evidentes, mas muitas pessoas
ainda não conseguem relacioná-los ao estresse, e a síndrome pode
prosseguir até a sua fase final e mais perigosa:
A fase de exaustão
Esta é a fase em que o organismo capitula aos efeitos do estresse,
levando à instalação de doenças físicas ou psíquicas.
As pessoas com estresse comprovadamente acabam tendo problemas como:
hipertensão arterial, diabetes, obesidade, problemas cardiovasculares,
problemas gastrointestinais, alergias, problemas respiratórios, entre
muitos outros. E desenvolvem também, distúrbios de personalidade como:
comportamento obsessivo compulsivo, síndrome do pânico, transtorno bipolar
e varias fobias que afetam diretamente sua vida e sua saúde.
Infelizmente as pessoas estressadas acabam piorando seus quadros
clínicos adquirindo hábitos ainda mais nocivos à saúde como, fumar, beber
em excesso, comer de maneira desenfreada, usar drogas entorpecentes e/ou
antidepressivos.
Estresse no ambiente de trabalho
Desde a época da revolução industrial até os dias de hoje o que perece
é que quanto mais se produz, mais os trabalhadores adoecem, e cada vez mais
as doenças vão se modificando e ficando cada vez mais complexas o que torna
mais difícil evitá-las e controlá-las.
O estresse não é considerado uma doença ocupacional, mas é um dos
maiores causadores de doenças hoje entre os trabalhadores, levando muitas
pessoas a deixarem seus empregos por terem sintomas físicos, psicológicos
ou patologias agravadas por ele.
"Autor da foto "
"desconhecido. "
"Autor da foto "
"desconhecido. "
"Fonte – Site "
"Google "
A alta competitividade do mercado de trabalho, o ritmo de intenso, a
falta de estabilidade, as cobranças constantes, a insegurança profissional,
a falta de plano de carreira, os baixos salários, a falta de condições
justas de trabalho são alguns dos fatores altamente estressantes para o
trabalhador. E ao contrario do que se pensa o estresse não afeta somente as
pessoas que trabalham em ambientes como, escritórios e repartições, ele
afeta hoje todas as classes de trabalhadores.
Mas não são só esses os fatores estressantes para os trabalhadores há
outros como o ruído, alterações de sono, sobrecarga, falta de estímulos,
mudanças determinadas pela empresa, mudanças devido a novas tecnologias,
todos esses pontos fazem com que o trabalhador atinja seu ponto limite.
"Andava chateado o tempo todo, de mau humor, ficava achando que
era o pior profissional do mundo e que não tava fazendo meu trabalho
direito.
Um dia briguei com meu filho por não estar conseguindo fazer meu
trabalho em casa, ele só estava querendo brincar comigo, cheguei a empurrar
ele pra mãe dele e falar pra ir ficar com ela. Ele só tava me mostrando um
carrinho e eu o empurrei. Só de lembrar a carinha dele naquele dia, fico
com os olhos cheios de lágrima, me senti um monstro".
Diz: Patrick Torres, professor, 33 anos.
Esse depoimento demonstra que os estresse não afeta o trabalhador
apenas dentro da empresa, mas afeta também as suas relações familiares, com
os amigos. Faz com que ele perca a calma com facilidade até com as pessoas
mais próximas a ele.
Não podemos também desconsiderar os fatores externos, aqueles que não
se encontram no ambiente de trabalho, mas estão presentes ou diretamente
ligados a vida do trabalhador como o transito, o trajeto, o tempo entre as
conduções, quantas conduções ele tem que pegar para chegar ao trabalho, a
violência, a situação financeira da família e até mesmo a localidade onde
ele vive são fatores que também proporcionam estresse e aliados aos que já
vimos transformam o trabalhador em uma espécie de "bomba relógio" prestes a
explodir.
Exercer atividades perigosas ou insalubres também pode colocar o
indivíduo em um alto grau de estresse, a insegurança da atividade aliada,
muitas vezes, aliadas a ambientes em que a proteção que eles dispõem é
mínima, faz com que ele também alcance seu ponto limite desencadeando uma
series se doenças. Isso leva o a deixar de exercer sua atividade por longos
períodos e até, em alguns casos, a aposentadoria precoce por não ter mínima
condição de continuar no mercado mesmo em outras atividades.
"Pedi demissão da empresa depois de ser assaltado pela 13ª vez. Um dia
um assaltante fez roleta russa na minha cabeça, em outro vi uma menina ser
violentada dentro do ônibus, não quero saber de roleta nunca mais".
Diz: Djalma Teles, ex-cobrador de ônibus, 64 anos.
"Quando saí da empresa meu cabelo tava caindo, eu estava deprimido,
com gastrite e tinha quedas de pressão a todo o momento. O remédio que o
médico me receitou foi trocar de emprego, pois eu estava estressado".
Diz: Cezar Mannix, técnico em informática, 32 anos.
"Não consigo nem entrar na empresa, quando chego começo a chorar sem
parar, tomo antidepressivos, remédios para dormir e faço acompanhamento
psicológico".
Diz: Camila Dias, atendente, 23 anos.
As causas do estresse nos trabalhadores podem ser muitas, mas o fato é
que cada vez mais e mais trabalhadores sofrem com esse mal, adoecem e
deixam de trabalhar e de viver suas vidas plenamente.
Estresse no trabalho aumenta os riscos de doenças do coração, revela
estudo
Um trabalho estressante tem um impacto biológico direto no organismo e
aumenta o risco de doenças cardíacas, segundo uma pesquisa realizada no
Reino Unido e publicada na revista "European Heart Journal".
O estudo, realizado desde 1985, foi feito com mais de 10 mil trabalhadores
britânicos.
As pessoas com menos de 50 anos que disseram ter um trabalho estressante
tinham cerca de 70% mais chances de desenvolver doenças cardíacas do que os
que não sofriam estresse no ambiente de trabalho.
De acordo com o estudo, também divulgado pelos meios de comunicação
britânicos, os funcionários que sofreram pressão no trabalho tinham menos
tempo para fazer exercícios físicos e se alimentar bem, além de mostrarem
sinais de alterações bioquímicas.
Os pesquisadores levaram em consideração a opinião que os funcionários
tinham sobre seus trabalhos, mas também acompanharam de perto a alteração
do ritmo cardíaco, a pressão sangüínea e a quantidade do hormônio cortisona
liberada no sangue.
Os especialistas também levaram em conta a dieta, a freqüência de atividade
física, o consumo de tabaco e álcool do grupo de pesquisados.
Site G1, 23 de Janeiro de 2008
As contas do estresse
As empresas já começaram a perceber que gastam menos gerando qualidade
de vida para seus funcionários do que pagando as contas do estresse.
"Para reduzir perdas de R$ 80 bilhões, empresas investem em programas
de qualidade de vida dos funcionários".
O estresse é o grande vilão da saúde. E é também um dos principais
problemas das empresas brasileiras. Uma pesquisa da International Stress
Management Association (Isma), entidade que estuda o problema em 12 países,
revelou que 70% dos trabalhadores registrados no Brasil sofrem de stress
ocupacional. É um número alarmante. Em 2005, o País tinha 29 milhões de
empregados com carteira assinada, segundo o IBGE. Feitas as contas, tem-se
mais de 20 milhões de funcionários estressados - isso, sem contar outro
tanto que trabalha na economia informal e não aparece nas estatísticas da
entidade.
"O mais assustador é que esse fenômeno está aumentando a cada ano",
revela a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da seção brasileira da Isma.
Fonte: Site Terra/edições
Greice Rodrigues
Tratamento
O estresse tem tratamento, e muitas das doenças causadas por ele têm
cura. O importante é procurar o auxilio médico o quanto antes e fazer um
acompanhamento regular da saúde quando diagnosticado.
Com o uso de calmantes a antidepressivos as pessoas conseguem conter
os sintomas e ter uma vida melhor em quanto faz o tratamento. Sem precisar
abandonar suas tarefas e sem maiores efeitos. É claro que deve ser
acompanhado por um especialista na área.
Há também os tratamentos alternativos que dão excelentes resultados
como a cromoterapia, aroma terapia, fototerapia, hidroterapia (à base de
água), iridologia (que analisa as características da íris), meditação,
musicoterapia, talassoterapia (terapia com água do mar, algas, esponjas e
outros elementos marinhos) e tai chi chuan.
Para quem busca um tratamento para dores no corpo, uma massagem pode
ser a solução. A massoterapia, a drenagem linfática (estimulação dos
gânglios) e hidroshiatsu. Há também as massagens ayurvédica, chinesa,
sueca, tailandesa e tibetana. Todas essas massagens tratam, aliviam e
combatem os sintomas físicos do estresse.
Soluções
As empresas vêm sofrendo com os gastos excessivos com as doenças
ocupacionais e também com o estresse e já desenvolvem soluções criativas
para diminuir o estresse no ambiente de trabalho.
A Serasa, empresa de informações de crédito, criou um programa de
desenvolvimento humano para seus 2,3 mil funcionários. Implantou apoio
psicológico, orientações de saúde e nutricional, atividades musicais e até
centros de educação básica e superior para funcionários e familiares.
Também criou áreas para meditação e reza.
A quebra da rotina em busca da saúde do corpo e da mente. Nos
primeiros dez minutos de expediente da Lepper, o chão de fábrica se
transforma num local de aquecimento para o trabalho. No lugar de máquinas
funcionando a todo o vapor, ao som da sirene, a cena é outra. Homens e
mulheres completam uma série de exercícios indicados pelos monitores. A
ginástica laboral na empresa têxtil de Joinville é apenas um exemplo da
preocupação que toma conta dos gestores de recursos humanos para
proporcionar maior qualidade de vida ao funcionário, garantir maior
produtividade.
A Google propõe ambientes coloridos e descontraídos, com jogos e
atividades a serem realizadas nos intervalos de trabalho, tudo para tornar
o ambiente a mais pessoal possível, onde as pessoas se sintam bem e
relaxados durante o trabalho.
Essas são algumas das soluções que podem ser tomadas pelas empresas a
fim de diminuir o fator de estresse no ambiente de trabalho e assim
garantir a saúde e a qualidade de vida de seus funcionários. Soluções essas
que aliadas a uma boa alimentação e a pratica de exercícios podem garantir
bons anos de vida saudável a todos os trabalhadores.
Conclusão
Demonstramos nessa pesquisa que o estresse existe na vida de todos os
trabalhadores, indiferente da sua profissão ou ramo de atuação, e que ele
pode ser bem agressivo, desencadeando sintomas físicos e psicológicos,
causando doenças e que pode até levar a morte.
Mas que também ha tratamentos eficazes, e que também com pequenas
soluções e mudanças e possível sim diminuir is estresse e melhorar a
qualidade de vida.
Não há hoje uma solução fácil e rápida para modificar o quadro que
vemos hoje no Brasil e também no resto do mundo, o estresse é um vilão
silencioso que aos poucos foi ganhando terreno entre as doenças
ocupacionais e hoje é alvo de pesquisas, estudos e investimentos pesados em
tratamento e maneiras de evitar a doença e garantira melhoria da qualidade
de vida, pois ele causa altos prejuízos as empresas e ao estado, e o que
era tratado como "doença de rico" hoje é saúde publica, pois a julgar pelos
números vistos nessa pesquisa 20 milhões de trabalhadores estressados já é
uma baita epidemia.
Bibliografia
Site Google
Rocha – ANNA CAROLINA FLORÊNCIO DA ROCHA – Monografia - UVA – 2005 - O
ESTRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO
Site Economia e negócios (www.terra.com.br/artigos)
Site AN Info http://www1.an.com.br/2001/dez/05/0inf.htm
Dr. Vladimir Bernik, MD – Estresse o matador silencioso
http://www.cerebromente.org.br/n03/doencas/stress.htm