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Psicologia Aplicada Adm - Seção 11

Psicologia Aplicada à Administração - Seção 11

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Psicologia Aplicada à Administração Prof. Leonel Tractenberg, M.Sc. 2013/2 Seção 11 1 Objetivos da Seção Compreender a dinâmica da percepção e da percepção social e suas implicações para a tomada de decisão. Descrever os processos de formação de esquemas e de primeiras impressões. Discutir a questão da administração das impressões pelos gestores. 2013/2 Seção 11 2 Conteúdo da Seção Percepção – alguns conceitos fundamentais. A percepção social e como ela afeta o comportamento interpessoal. Percepção social. Categorização e formação de esquemas. O processo de formação de impressões. Gerenciamento de Impressões. 2013/2 Seção 11 3 Introdução Por volta dos anos 20, alguns pesquisadores estudando os mecanismos da percepção visual, começaram a se opor a certas ideias do Behaviorismo: cada indivíduo percebe os mesmos estímulos de forma diferente; a percepção é afetada por “estados internos”: emoções, memória, entre outros fatores; não percebemos estímulos isolados ou em associações aleatórias, mas dentro de uma forma que dá sentido ao todo. 2013/2 Seção 11 4 A Psicologia Gestalt - Pioneiros GESTAL = forma, configuração Max Wertheimer, Alemanha, 1880-1943, Kurt Kofka, Kurt Lewin e outros: Teoria da Gestalt: estuda as relações entre percepção, pensamento, emoção e comportamento numa perspectiva holística. Inicialmente pesquisaram percepção visual, auditiva etc. Posteriormente, passaram a estudar a dinâmica da percepção interpessoal. 2013/2 Seção 11 Imagem: Wikimedia commons 5 Mecanismos da percepção: alguns exemplos Pregnância (totalidade, boa forma) Dinamismo e flexibilidade (reversibilidade da figura) Fonte: http://www.portalmix.com/efectos/ 2013/2 Seção 11 6 A Psicologia Gestalt: Características Percepção Percepção: processo mental de organização e interpretação das impressões sensoriais orientado para a compreensão do ambiente: refere-se à situação presente; refere-se ao que está próximo e acessível aos sentidos; ocorre de forma tanto voluntária, quanto involuntária; abarca diversos níveis de consciência. Os mecanismos perceptivos nos ajudam a “filtrar” e organizar os estímulos externos. 2013/2 Seção 11 7 A Psicologia Gestalt: Alguns mecanismos da percepção Pregnância. Tendência a completar as configurações dentro de um “fechamento”, dentro de uma “boa forma” (familiaridade). Identificação de padrões: proximidade, semelhança, movimento, orientação, continuação. Influência da memória. Tendência a utilizarmos elementos da memória para organizar o campo. 2013/2 Seção 11 8 A Psicologia Gestalt: Alguns mecanismos da percepção Dinamismo e flexibilidade. O campo perceptivo não é estático. Reversibilidade: capacidade de alterar figura/fundo. Rigidez perceptiva: tendência a “cristalizar” certas configurações. Esses mecanismos são internos ao psiquismo! Todos eles são afetados pela memória (experiências passadas), pela motivação, pelas emoções, pelo contexto social etc. 2013/2 Seção 11 9 Exemplos de como nossa mente “organiza” os estímulos Rosto ou cálice? A Traços soltos ou letra A? 2013/2 Hexágono ou cubo? Sobe ou desce? Vc entnede o qe sta ecsrito auqi dvido à tnedência de fecahmetno Traços soltos ou forma humana? Seção 11 Nosso cérebro CRIA o sentido!! 10 Percepção Social Os processos perceptivos também se aplicam à percepção das pessoas em uma situação! A Percepção social é influenciada por: Atributos observador: propriedades e dinâmica perceptiva; expectativas, motivações, vivências, atitudes; estado físico e emocional (ex.: bem-estar, estresse etc.) Atributos da situação: contexto, ambiente, situação; influência social (pressão social, conformidade etc.). Atributos dos objetos/pessoas percebidos. 2013/2 Seção 11 11 Categorização e Formação de Esquemas Conscientes ou não, categorizamos pessoas, conforme princípios da percepção (semelhança, proximidade, boa forma etc.) para prevermos seus comportamentos. Isso acontece mais com pessoas estranhas do que com pessoas familiares. Porém a familiaridade, quando não refletida pode até cristalizar nossas percepções. Exemplos de categorias / esquemas mentais de grupos: “Mauricinhos” e “Patricinhas”. “Funkeiros”, “Pagodeiros”, “Rockeiros”. 2013/2 Seção 11 12 Categorização e Formação de Esquemas Esquemas do EU: Descrições e categorizações que a pessoa utiliza para pensar sobre si mesma (autoimagem). Esquemas de Indivíduos: Descrições e categorizações de indivíduos ou tipo de personalidade. Esperamos que as pessoas que têm um traço de personalidade manifestem outros traços e tenham comportamentos compatíveis. 2013/2 Seção 11 13 Categorização e Formação de Esquemas Esquemas de Grupos (estereótipos): Atributos e comportamentos considerados típicos de um grupo social. Ex.: estereótipos sobre negros, hispânicos, asiáticos, protestantes, católicos, judeus, alemães, brasileiros etc. Esquemas de papéis e situações (scripts): Atributos e comportamentos considerados típicos de um papel social ou de um contexto social. Ex.: papel de líder, papel de mãe, papel de padrinho, comportamento na cerimônia de casamento, na entrevista de seleção, no ambiente de trabalho etc. 2013/2 Seção 11 14 Categorização e Formação de Esquemas Nossa memória é esquemática As pessoas tendem a lembrar-se mais dos fatos coerentes com seus esquemas perceptivos. As pessoas tendem a lembrar-se mais de esquemas concretos e detalhados e baseados em vivenciais, do que genéricos, abstratos e baseados em opiniões alheias. Fazemos inferências e julgamentos esquemáticos Quando mais familiaridade temos com uma pessoa ou grupo, mais complexos são os esquemas que formamos sobre eles. Quanto mais complexos nossos esquemas das pessoas, menos rígidas ou extremadas são nossas avaliações. 2013/2 Seção 11 15 Implicações para a tomada de decisão Formamos esquemas, de forma consciente ou não. Os esquemas permitem... reduzir as ambiguidades e incertezas sobre os outros; otimizar nossa memória para lembrar das pessoas; Inferir, avaliar e “prever” comportamentos das pessoas; compartilhar significados dentro dos grupos sociais. Porém podem... diminuir nossa flexibilidade perceptiva; eliminar informações diferenciais importantes; induzir-nos a erros de interpretação. 2013/2 Seção 11 16 Implicações para a tomada de decisão Erros e vieses muito comuns no processo decisório: Excesso de confiança: pessoas que sabem menos sobre um assunto tendem a superestimar seus conhecimentos ou capacidades. Ancoragem: tendência a fixar-se nas informações iniciais (primeiras impressões) sobre um assunto. Disponibilidade: tendência a buscar informações que corroborem as impressões iniciais e rejeição das informações contraditórias. Representatividade: quando tomamos uma decisão com base em um caso estereotipado e não em dados estatísticos representativos. 2013/2 Seção 11 17 Implicações para a tomada de decisão Escalada do comprometimento: o esforço em manter coerência pode levar a erros e vieses sucessivos. A pessoa insiste no erro ainda com mais apego para não ter que reconsiderar todas as decisões. Erro de aleatoriedade: tendência a alimentarmos superstições, associando coisas que não estão relacionadas. Compreensão tardia: tendência a superestimarmos nossa capacidade de fazer previsões e de acharmos óbvios os resultados de algo, depois que ocorreram. 2013/2 Seção 11 18 Implicações para a tomada de decisão Nossa experiência, crenças, valores e atitudes condicionam nossas percepções. A inconsciência de sua influência pode nos cegar para outras visões (rigidez perceptiva). A forma de perceber as coisas, as pessoas, as situações pode diferir e todos estarem certos!! É preciso tentar colocar-se no lugar do outro e tentar enxergar além das aparências daquilo que é familiar. É preciso desenvolver o autoquestionamento e a autocrítica. 2013/2 Seção 11 19 O Processo de Formação de Impressões A primeira impressão é a que fica? Fonte: http://www.portalmix.com/efectos/ 2013/2 Seção 11 20 O Processo de Formação de Impressões Inconscientemente, em décimos de segundo, ocorrem vários “efeitos” na formação de impressões: Efeito de primazia (“primeira impressão”): Primeiras percepções geralmente têm impacto maior e mais duradouro. A ansiedade frente a estranhos nos leva a estarmos mais alertas e atentos às impressões iniciais. 2013/2 Seção 11 21 O Processo de Formação de Impressões Efeito Halo Construímos a nossa percepção do outro a partir de alguns elementos mais significativos da pessoa, do ambiente e da situação. Tendemos a completar a “figura” com nossos esquemas de pessoas, grupos, estereótipos, papéis e situações sociais. Percepção seletiva Filtramos as informações, eliminando as que desconfirmam nossos interesses, expectativas, atitudes, crenças etc. Todas as impressões seguintes tendem a ser filtradas para manter coerência com as primeiras, evitando dissonâncias. 2013/2 Seção 11 22 O Processo de Formação de Impressões Efeito de contraste Uma pessoa é percebida e avaliada sempre de forma comparativa a outras. O contraste pode fazer com que as diferenças sejam mais percebidas e as semelhanças minimizadas. Ex.: uma pessoa bem-vestida parece ainda melhor se os outros ao redor estiverem mal vestidos. Ex.: se o candidato anterior for mal na entrevista e você for bem, o seu desempenho parecerá ainda melhor. 2013/2 Seção 11 23 O Processo de Formação de Impressões Profecia autorrealizadora Nossas primeiras impressões direcionam nossos comportamentos, que acabam evocando nos outros comportamentos que confirmam as impressões iniciais. Ex.: lhe dizem que o chefe é muito sério você tende a ficar sério ao falar com ele ele tende a agir de forma séria. 2013/2 Seção 11 24 O Processo de Formação de Impressões Efeito da recenticidade A “primeira impressão” perde o efeito se decorrer muito tempo do último contato. Ex.: certos atores que ficam muito marcados têm dificuldade de conseguir novos papéis. Às vezes lhes ajuda “sumirem” temporariamente da mídia. 2013/2 Seção 11 25 Questões para Discussão Ler textos: Bock, A.M.M.; et al. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 13.ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 1999. Cap. 4. Robbins, S. et al. Comportamento organizacional. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2010. Cap.6. Responder as questões: Como os vieses perceptivos podem afetar a tomada de decisão dos executivos e o que eles podem fazer para evitar esses vieses? 2013/2 Seção 11 26 Básica: Bock, A.M.M.; et al. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 13.ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 1999. Cap. 4. Robbins, S. et al. Comportamento organizacional. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2010. Cap.6. Bibliografia 2013/2 Seção 11 27 Complementar: Didier, J. M.O.L.; Mendonça, J.R.C. Gerenciamento de Impressões e Liderança Carismática: relações e possibilidades para estudos em empresas de hospitalidade. XXXI EnANPAD. Rio de Janeiro, 22 a 26 de setembro de 2007. Disponível em: http://www.emprel.gov. br/pos_graduacao/Artigo GILiderancaCarismatica. pdf Acesso em: 19/07/2011. Bibliografia 2013/2 Seção 11 28 Complementar: Schultz, D. História da psicologia moderna. 8.ed. São Paulo: Thomson, 2005, cap. 12. Vídeos do Youtube: A Primeira Impressão é a que fica: http://www.youtube.co m/watch?v=RCncOdStsr0 Bibliografia 2013/2 Seção 11 29 Complementar: Michener, H.; Delamater, J. Myers, D. Psicologia social. São Paulo: Pioneira Thomson, 2005. Cap. 5. Penna, A.G. Percepção e realidade. Rio e Janeiro: Imago, 1993. Bibliografia 2013/2 Seção 11 30