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Psicologia Aplicada Adm - Seção 10

Psicologia Aplicada à Administração - Seção 10

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Psicologia Aplicada à Administração Prof. Leonel Tractenberg, M.Sc. 2013/2 Seção 10 1 Objetivos da Seção Descrever as origens e algumas ideias que embasam a Psicologia Humanista-Existencial. Identificar a importância e implicações da Psicologia Positiva para as organizações. 2013/2 Seção 10 2 Conteúdo da Seção As Três Grandes Correntes da Psicologia. Novos Paradigmas na Psicologia. O Humanismo. O Existencialismo. A Psicologia Humanista-Existencial. A visão de Maslow. A visão de Rogers. A questão do sentido de vida. Desdobramentos da Psicologia Humanista. Implicações da Psicologia Positiva para a gestão das organizações. 2013/2 Seção 10 3 As Três Grandes Correntes da Psicologia Até a metade do século XX, predominavam: Psicanálise: compreende a dinâmica inconsciente do indivíduo a partir da história de suas relações afetivas. Trata as psicopatologias por meio da “terapia da palavra” – livre associação e elaboração de conflitos pelo próprio indivíduo. Baseia seus estudos em pacientes da clínica e visa tratamento (modelo médico). Behaviorismo: busca compreender, prever e modelar os comportamentos dos indivíduos. Modela os comportamentos a partir da modificação dos estímulos do ambiente. Baseia seus estudos sobretudo em animais observados em laboratório. Visa ajustamento, adaptação. 2013/2 Seção 10 4 As Três Grandes Correntes da Psicologia A Psicologia Humanista segue o caminho oposto: rompe com o “modelo médico” e com a ideia de modelagem e adaptação social; estuda os indivíduos psicologicamente “saudáveis” e se preocupa em compreender os aspectos da saúde, do bem-estar e do potencial humano de crescimento e autorrealização. É considerada a terceira grande corrente em Psicologia. Fundamenta-se sobretudo nas concepções filosóficas do movimento humanista e do existencialismo. 2013/2 Seção 10 5 Humanismo O Humanismo é um movimento educacional e filosófico que exalta valores tais como: o livre-arbítrio; a responsabilidade e ética; a razão como instrumento para se chegar à verdade; o homem como referencial central (antropocentrismo), e não Deus (teocentrismo). Cresceu na Europa com o Renascimento (séc. XV), influenciado pelas ideias, valores éticos e estéticos da Antiguidade Clássica (sobretudo dos filósofos Gregos). Teve inúmeros representantes: Erasmo de Roterdã, Pico de la Mirandola, Leonardo Da Vinci, John Dewey, entre outros. 2013/2 Seção 10 6 Existencialismo Principais pensadores: Jean-Paul Sartre (19051980), Simone de Beauvoir (1908-1986), filósofos. Imagem: Wikimedia Commons 2013/2 Movimento filosófico inspirado em pensadores como Schopenhauer, Kierkegaard, Nietzsche, Husserl e Heidegger e popularizado no século XX. Coloca o ser humano no centro e sublinha o caráter único, irreproduzível, da experiência individual. Valoriza a subjetividade, o significado e caráter mutável dos fenômenos, em oposição às correntes positivistas que valorizam a análise e categorização objetiva das coisas. Enfatiza o livre-arbítrio e a responsabilidade do homem perante si e perante a sociedade. Seção 10 7 A Psicologia Humanista-Existencial Entende o homem em sua singularidade, partindo da concepção que ele tem de si e não de modelos teóricos-abstratos. Não é uma teoria unificada, mas integra o pensamento de vários psicólogos, pensadores e filósofos. Reflete filosoficamente sobre a existência e aspectos únicos ao ser humano: maturidade, sentido de vida, liberdade de escolha, autenticidade, criatividade, felicidade, bem-estar e autorrealização. 2013/2 Seção 10 8 A Psicologia Humanista-Existencial Abraham Maslow (1908-1970), psicólogo: Estudou as personalidades autorrealizadoras, os fatores de motivação, e as forças que levam ao desenvolvimento. Carl Rogers (1902-1987), psicólogo: Enfatizou o papel da empatia, da aceitação e acolhimento, e da autenticidade nas relações interpessoais. Erich Fromm (1900-1980), Victor Frankl e outros: Enfatizaram a importância da liberdade e do sentido de vida. Imagens: Wikimedia Commons 2013/2 Seção 10 9 A Visão de Maslow Impulsos de Regressão e de Individualização “Todo ser humano traz dentro de si impulsos contraditórios. Um grupo garante a segurança e a defesa contra o medo, tendendo a regredir ao passado, fixando-se numa etapa anterior; medo de desprender-se da comunhão primitiva com o seio e o útero maternos, medo do desconhecido, medo de arriscar-se, medo de independência, liberdade e separação. Um outro grupo de impulsos impele à individualização do self, do funcionamento completo de todas as suas capacidades, da confiança face ao mundo externo, ao mesmo tempo que possibilita que ele aceite seu self inconsciente, real, mais profundo.” 2013/2 Seção 10 10 A Visão de Maslow Características dos Autorrealizadores Características das pessoas psicologicamente maduras e autorrealizadoras: percebem a realidade com eficiência e são capazes de tolerar a incerteza; aceitam a si e aos outros pelo que são; espontâneos no pensamento e comportamento; centrados nos problemas, em vez de em si mesmos; têm bom senso e bom humor; altamente criativos; resistentes à aculturação, embora não propositalmente, não convencionais. 2013/2 Seção 10 11 A Visão de Maslow Características dos Autorrealizadores Atitudes dos indivíduos autorrealizadores: experimentar a vida com total entrega e concentração; lançar-se ao novo ao invés de ater-se ao familiar; basear-se nos próprios sentimentos, ao invés de em expectativas, papéis e referenciais sociais externos; ser honesto consigo e com os outros; estar preparado para ser impopular se suas opiniões não coincidirem com as da maioria; 2013/2 Seção 10 12 A Visão de Maslow Características dos Autorrealizadores assumir responsabilidades pelas próprias atitudes; trabalhar muito por tudo o que decidir fazer; procurar identificar suas defesas e ter coragem de abrir mão delas; preocupar-se com o bem-estar da humanidade; apreciar as experiências simples da vida; estabelecer relacionamentos interpessoais profundos e gratificantes com algumas, e não com muitas pessoas; manter um ponto de vista objetivo da vida. 2013/2 Seção 10 13 A Visão de Maslow Aplicação nas organizações: os fatores de motivação Fonte: Chiavenato, 2004. p.237 2013/2 Seção 10 14 A Visão de Rogers - Abordagem Centrada na Pessoa Como postura psicoterápica: enfatiza a vivência do “aqui-agora” pelo cliente; enfatiza a empatia, respeito, a relação autêntica e de aceitação incondicional; acredita no potencial de desenvolvimento humano e respeita o momento do cliente; centra a relação no cliente e não na teoria, no método etc. 2013/2 Seção 10 15 A Visão de Rogers - Abordagem Centrada na Pessoa Rogers influenciou psicólogos sociais ao trabalhar com grupos não diretivos: uso de estratégias “centradas no cliente”, ajudam o grupo a tomar consciência de sua realidade; o facilitador orienta o grupo, mas evita determinar seus objetivos, direcioná-lo, controlá-lo, manipulá-lo; o facilitador tem confiança na capacidade do grupo se desenvolver e se auto-organizar. 2013/2 Seção 10 16 A Visão de Rogers - Contribuição para as organizações Importância da “humanização do trabalho e das organizações”. Algumas implicações para as lideranças: enfatizar a saúde, o bem-estar e o potencial humano de crescimento e autorrealização dos trabalhadores; confiar na capacidade do grupo desenvolver suas potencialidades. Importância da criação de um ambiente de confiança (promover a confiança nas lideranças, nos colegas); orientação não diretiva: orientar o grupo, evitando determinar seus objetivos, direcioná-lo, controlá-lo, manipulá-lo. 2013/2 Seção 10 17 A Questão do Sentido de Vida Segundo Victor Frankl “Hoje, o ser humano sofre de uma falta de sentido de vida, um sentimento de vazio, um ‘vácuo existencial’. Se nós procurarmos a causa de tal vácuo existencial veremos que, ao contrário dos animais, os instintos e impulsos não ditam ao homem o que deve fazer. Por isso, o homem também não sabe ao certo o que quer. Então, ou ele quer fazer apenas aquilo que os outros fazem, o que é um mero conformismo; ou, ao contrário, faz apenas aquilo que os outros querem dele, dando lugar ao totalitarismo e à dependência.” 2013/2 Seção 10 18 A Questão do Sentido de Vida Segundo Victor Frankl “o questionamento sobre o sentido da vida não é de modo algum patológico, é, antes de tudo, uma característica humana.” “Encontrar um sentido é o mesmo que perceber uma gestalt... é uma possibilidade de modificar a percepção da realidade.” “Podemos preencher a vida de um sentido através de nossos atos, realizando uma obra, sendo criativo; bem como através de uma vivência de algo ou alguém. Vivenciar alguém em toda sua singularidade e individualidade é amá-la.” 2013/2 Seção 10 19 A Questão do Sentido de Vida Implicações para o trabalho e para as organizações As pessoas trabalharão tanto mais motivadas quanto maior for sentido do trabalho para a vida delas. O dinheiro não é a única “fonte” de sentido e não deve ser colocado como um fim em si mesmo, mas como um meio. Há muitas outras “fontes” de sentido: entender a si mesmo; ajudar os outros e a humanidade; construir algo útil; ser reconhecido; amar; ter paz e saúde; etc. A capacidade criativa e de inovação de uma pessoa aumenta na medida em que ela enxerga novos sentidos para as coisas. É preciso que o ambiente de trabalho favoreça isso. 2013/2 Seção 10 20 Desdobramentos da Psicologia Humanista-Existencial Atualmente, muitas ideias da Psicologia Humanista se encontram difundidas numa “nova escola” psicológica chamada Psicologia Positiva. A Psicologia Positiva estuda temas como: bem-estar, satisfação e felicidade; relacionamentos afetivos e sexualidade madura; maturidade psicológica e autorrealização; espiritualidade, altruísmo, sentido de vida. 2013/2 Seção 10 21 Implicações da Psicologia Positiva para as Organizações A Psicologia Positiva têm influenciado os estudos de: saúde ocupacional e qualidade de vida no trabalho; sentido de vida, bem-estar subjetivo, satisfação e felicidade no trabalho; relações interpessoais no trabalho; motivação, autodesenvolvimento e autorrealização no trabalho; resiliência e capacidade de lidar com o estresse. 2013/2 Seção 10 22 Questões para Discussão Ler texto: Bock, A.M.M.; et al. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 13.ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 1999. Cap. 11. Posek, B.V. Psicologia positiva: una nueva forma de entender la psicología. Papeles del Psicólogo, 2006. v.27, n.1, pp. 3-8. Disponível em: < http://www.papelesdelpsicologo.es/pdf/1279.pdf > Acesso em: 19/07/2011. Responder a questão: Quais podem ser as implicações dos conceitos da Psicologia Humanista e da Psicologia Positiva para a atuação dos gestores nas organizações? 2013/2 Seção 10 23 Básica: Bock, A.M.M.; et al. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 13.ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 1999. Cap. 11. Bibliografia 2013/2 Seção 10 24 Complementar: Posek, B.V. Psicologia positiva: una nueva forma de entender la psicología. Papeles del Psicólogo, 2006. v.27, n.1, pp. 3-8. Disponível em: < http://www.papelesdelp sicologo.es/pdf/1279.pd f > Acesso em: 19/07/2011. Schultz, D. História da psicologia moderna. 8.ed. São Paulo: Thompson, 2005. Cap. 14 (p.408-422) e cap.15. Bibliografia 2013/2 Seção 10 25 Complementar: Yunes, M.A.M. Psicologia positiva e resiliência: o foco no indivíduo e na família. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 8, num. esp., p. 75-84, 2003 Disponível em: < http://www.scielo.br/p df/pe/v8nspe/v8nesa10. pdf > Acesso em: 19/07/2011. Vídeos disponíveis no Youtube: Existencialismo: http://www.youtube.co m/watch?v=AfxNIdmAHqI Bibliografia 2013/2 Seção 10 26 Aprofundamento: Frankl, V.E. Man's search for meaning. Prefácio de: Gordon W. Allport. New York : Washington Square Press, 1985. Rogers, Carl R. Tornar-se pessoa. 2 ed. Tradução de: Manuel José do Carmo Ferreira. Santos : Martins Fontes, c1961. Tassara, E.T.O.; Damergian, S. Para um novo humanismo: contribuições da Psicologia Social. Estudos Avançados, v.10, n. 28, 1996. Disponível em: http://www.scielo.br/p df/ea/v10n28/v10n28a1 3.pdf Acesso em: 19/07/2011. Bibliografia 2013/2 Seção 10 27