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Psicologia Aplicada Adm - Seção 07

Psicologia Aplicada à Administração - Seção 07

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Psicologia Aplicada à Administração Prof. Leonel Tractenberg, M.Sc. 2013/2 Seção 7 1 Objetivos da Seção Ampliar a compreensão da diversidade, focalizando nas diferenças de personalidade. Descrever alguns elementos da trajetória sócio-histórica do desenvolvimento das teorias da personalidade. Discutir as implicações das teorias de personalidade para a gestão de pessoas nas organizações. 2013/2 Seção 7 2 Conteúdo da Seção As Tipologias de Personalidade. Implicações das Tipologias para a Gestão. Críticas às Tipologias. 2013/2 Seção 7 3 Introdução Será que realmente somos únicos em nossa personalidade? É possível classificar as pessoas com base em suas personalidades? Se for, essa classificação permite entender melhor o seu comportamento? Imagem: Wikimedia Commons 2013/2 Seção 7 4 Diferenças de Personalidade e suas Implicações na Organização Certas personalidades adequam-se melhor a certas atividades. Considerar isso pode evitar insatisfação e baixa produtividade no trabalho. Pessoas com personalidades muito diferentes numa equipe podem entrar em conflito quando essas diferenças não forem trabalhadas. Mas é difícil fazer previsões, pois muitas outras variáveis interferem nesses processos: objetivos e contextos de trabalho, tipo de vínculo, experiência etc. 2013/2 Seção 7 5 Personalidade: Pioneiros no Estudo dos Traços Gordon Allport (psicólogo, EUA, 1930): Primeiros estudos psicológicos sobre traços da personalidade. Busca dos traços descritivos da personalidade a partir de palavras do dicionário, agrupando traços semelhantes. Reduziu 18.000 traços para... 200... 16... 2 traços! Conclusão: não há uma única forma de classificar os traços! Porém há classificações mais coerentes/fundamentadas e outras menos coerentes/fundamentadas. 2013/2 Seção 7 6 O Modelo Big-Five TRAÇO DE PERSONALIDADE Abertura para experiências Convencional, cauteloso, conservador, apegado Original, ousado, liberal, desapegado, curioso, sensível Conscienciosidade Despreocupado, não confiável, negligente, desorganizado, distraído Cuidadoso, confiável, consciencioso, organizado, atento Extroversão Retraído, quieto, inibido Sociável, loquaz, espontâneo Afabilidade Frio, irritável, impiedoso, egoísta Bem-humorado, bondoso, altruísta, cooperativo Estabilidade emocional Calmo, resistente, seguro, autoconfiante Preocupado, vulnerável, inseguro, ansioso 2013/2 Seção 7 7 Tipologias Aplicadas ao Estilo de Gestão: Modelo de Adizes (1987) Classificação do Estilo Gerencial Focado na Eficácia Focado na Eficiência Foco no Curto prazo PRODUTOR Foca nos resultados e produtividade, competitivo, workaholic, rápido, decide na hora, resistente a mudanças. ADMINISTRADOR Planejador, organizador, coordenador, analítico, detalhista, lento, cuidados, observador, normativo, conservador, resistente a mudanças, voltado para coisas. Foco no Longo Prazo EMPREENDEDOR Estratégico, político, toma decisões, autopropulsor, criativo, assume riscos, entusiástico, contagiante, gosta de mudanças, voltado para ideias. INTEGRADOR Harmonizador, cooperativo, sensível, compreensivo, voltado para pessoas, aceita mudanças. 2013/2 Seção 7 8 A Tipologia de Holland e os Perfis de Trabalho 2013/2 Seção 7 9 A Tipologia de Jung e do Myer Briggs Type Indicator (MBTI) Extroversão (E) Introversão (I) Dirige mais sua atenção para o exterior, para coisas, pessoas e atividades. Orienta sua energia e ações mais para mudar os outros e mudar o mundo lá fora. Tende a ser mais comunicativo e acessível: fácil de conhecer, sociável, vários relacionamentos. Prefere descansar / se energizar estando acompanhado de outros. Pensamento mais geral e orientado para a ação. Mais expansivo, precipitado e impulsivo, agressivo. Gosta de arriscar. Gosta mais de mudanças, precisa experimentar coisas novas. Dirige mais sua atenção para seu mundo interior de impressões sobre as coisas. Orienta sua energia e ações mais para se transformar e entender o mundo. Tende a ser mais reservado e inacessível: apenas poucos o(a) conhecem, preferem relacionamentos próximos. Prefere descansar / se energizar curtindo estar sozinho. Pensamento concentrado e orientado para planejamento e preocupado com problemas. Mais quieto, controlado, passivo e hesitante (refletir antes de agir, antecipar dificuldades). Prefere coisas mais estáveis e conhecidas. 2013/2 Seção 7 10 A Tipologia de Jung e do Myer-Briggs Type Indicator (MBTI) Sensação (S) Intuição (N) Orientado mais para o presente, para a experiência atual concreta (aqui-agora). Orientado mais para o futuro (possibilidades futuras). Confia mais nos “cinco sentidos”. Confia mais no “sexto sentido” (intuição). Dá mais atenção à riqueza de detalhes e prefere fatos específicos. Dá mais atenção ao todo (ideias gerais), às relações e ao sentido das coisas. Mais “pé no chão”, prático, pragmático (baseado na realidade que se apresenta). Mais inovador e imaginativo (fantasia, criatividade e realidades possíveis). Busca satisfação atual no presente: viver a vida como ela é. Busca satisfação nas realizações futuras: mudar a vida. Prefere usar habilidades aprendidas. Prefere desenvolver novas habilidades. Prefere executar tarefas com precisão e objetividade. Prefere planejar tarefas com sentido e inovação. Trabalha bem em cima de dados concretos. Trabalha bem em cima de possibilidades em aberto. 2013/2 Seção 7 11 A Tipologia de Jung e do Myer-Briggs Type Indicator (MBTI) Pensamento (T) Sentimento (F) Raciocínio linear, lógico, (verdadeiro x falso), abstrato, classificador (prós e contras, padrões universais). Raciocínio não linear (complexidade, nuances), subjetivo, valorativo (bom/mau, melhor/pior, valores pessoais). Preocupa-se mais com a situação, com as causas (porquês), verdades e princípios (justiça). Preocupa-se mais com as pessoas (quem), seus valores, sentimentos e necessidades (harmonia, gentileza). No trabalho tende a ser mais breve, impessoal, objetivo, tratando os outros de modo igual. No trabalho tende a ser mais espontâneo, amistoso, pessoal, tratando cada relação de modo diferenciado. Tende a ser mais crítico, analítico (análise isenta), problematizador, questionador e busca a solução de problemas. Tende a perceber melhor os sentimento, ser mais apoiador, harmonizador, buscando consolar, apoiar e estimular os outros. Gosta de organização e sequência lógica. Gosta de tradições e costumes. 2013/2 Seção 7 12 A Tipologia de Jung e do Myer Briggs Type Indicator (MBTI) Julgamento (T) Percepção (F) Prefere estar no controle das coisas. Prefere planejar e ter objetivos antes de iniciar. Sente-se melhor depois de tomar decisões, concluir as coisas, “fechar” situações. Detesta misturar as atividades. Prefere fazer uma tarefa de cada vez. Esforça-se para estabilizar e organizar as coisas. Detesta surpresas. Prefere ser avisado. Prefere agendar, planejar e ter compromissos. Costuma listar as coisas que planeja fazer. Tempo é um recurso escasso e os prazos devem ser cumpridos. Estressado com prazos. Fica incomodado com a vagueza. Prefere viver as coisas que vem por aí. Prefere iniciar logo e adaptar-se na medida em que acontecem as coisas. Prefere manter opções abertas. Gosta de iniciar as coisas. Gosta de misturar atividades. Prefere fazer múltiplas tarefas. Mantém-se flexível e aberto para não perder oportunidades. Adora surpresas e desafios na última hora. Prefere ter liberdade para mudar tudo. Vai fazendo na medida em que as coisas aparecem. Tempo e prazo são relativos. Tolerante a pressões de prazos. Fica incomodado com o excesso de controle. 2013/2 Seção 7 13 Personalidade: As Tipologias Algumas premissas que justificam as classificações de personalidade (Tipologias): existem padrões comuns na forma de ser das pessoas, permitindo agrupá-las segundo os mesmos; os padrões de personalidade são estáveis no tempo; há variáveis mais marcantes que aglutinam as outras; é possível observar e mensurar essas variáveis; a classificação das pessoas segundo tipos ideais permite entender melhor seu comportamento, seus interesses e motivações. 2013/2 Seção 7 14 Críticas às Tipologias “tipos ideais” são modelos rígidos: pessoas reais se enquadram em vários tipos ao mesmo tempo, com diferentes intensidades; as tipologias desconsideram mudanças pessoais conforme muda o contexto; há o perigo de reducionismo, simplificação, rotulação, generalização, de confundir o modelo com o real; muitas tipologias não são científicas, são impregnadas de preconceitos e julgamentos de valor. 2013/2 Seção 7 15 Críticas às Tipologias As tipologias nos permitem perceber certos “tipos de pessoas” característicos dentro da organização e tentar entender seus comportamentos, interesses e motivações. Por outro lado, podem levar a modismos, visões maniqueístas e rotuladoras: “Ser assim é bom”, “Ser assim é ruim” etc. Existem, ainda, testes que não se baseiam em tipologias, mas em interpretação de características, sem delas derivar um tipo específico de um conjunto de tipos pré-definidos. 2013/2 Seção 7 16 Críticas às Tipologias Novamente, abordagens como a Psicanálise e a Psicologia Humanista proporcionam visões mais integradas e profundas sobre a dinâmica psíquica. O desempenho depende não só da personalidade, mas da cultura e clima organizacional, dos processos e condições de trabalho entre outros fatores. É preciso que o administrador tenha olhar crítico sobre essa questão, evitando visões psicologizantes que desconsideram a dinâmica interpessoal e o contexto social e organizacional mais amplo. 2013/2 Seção 7 17 Questões para discussão Ler texto: Robbins, S. et al. Comportamento organizacional. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2010. Cap. 5 Mallmann, T.M. et al. Avaliação da Tipologia dos Empreendedores Residentes em Incubadoras Utilizando o Teste “Keirsey Temperament Sorter”. VIII Semead, FEA-USP, 11 e 12 de Agosto de 2005. Disponível em: http://www.ead.fea.usp.br/Semead/8semead/resultado/trabalho sPDF/269.pdf Acesso em 18/07/2011 Responder a questão: Até que ponto pode-se prever o desempenho e produtividade dos profissionais a partir do seu perfil de personalidade? Isso é útil? 2013/2 Seção 7 18 Básica: Robbins, S. et al. Comportamento organizacional. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2010. Cap. 5 Bibliografia 2013/2 Seção 7 19 Complementar: Mallmann, T.M. et al. Avaliação da Tipologia dos Empreendedores Residentes em Incubadoras Utilizando o Teste “Keirsey Temperament Sorter”. VIII Semead, FEA-USP, 11 e 12 de Agosto de 2005. Disponível em: http://www.ead.fea.usp .br/Semead/8semead/re sultado/trabalhosPDF/26 9.pdf Acesso em 18/07/2011. Bibliografia 2013/2 Seção 7 20 Aprofundamento: Silva, M. Personalidade e escolha profissional. São Paulo: EPU, 1992. Caps. 2, 3 e 4 Schultz, D.P.; Schultz, S.E. História da psicologia moderna. São Paulo: Pioneira-Thomson Learning, 2005. Bibliografia 2013/2 Seção 7 21