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Prova: A Importância Da Educação Física Escolar

Prova proposta a partir de um estudo de caso

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS EDUCAÇÃO FÍSICA FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PROFESSOR MÁRCIO FARIAS ANA CAROLINA DA SILVA PROGRAMA EDUCACIONAL: IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA Primeiramente, é necessário definir o que é Educação Física. Educação Física é a prática corporal que tematiza a cultura corporal de movimento. Este conceito deve estar claro para estudantes e professores da área. É importante ainda salientar a historicidade relacionada à área. Ao longo dos anos ela sofreu influência militar, médica, desportiva e da psicomotricidade. Estas interferências levaram a Educação Física a uma crise de identidade. Pois ela sempre buscou nessas áreas a sua legitimidade. Surge então, a necessidade do estabelecimento de um objeto de estudo próprio, de objetivos próprios e conteúdos específicos a serem trabalhados. A partir disso, a Educação Física busca ser compreendida como integrante do currículo escolar, sendo considera com a mesma importância das demais disciplinas. Após este breve histórico, retomemos a questão central. Como mostrar a importância da Educação Física escolar? A única maneira de a disciplina conseguir credibilidade perante a comunidade escolar é a partir de sua estruturação. É preciso que seja apresentado a todos na escola, incluindo pais e alunos, o projeto pedagógico, deixando claro para os demais profissionais sua proposta de atuação e atividades. E o mais importante, é fundamental que ao final de um bimestre/semestre, seja mostrado os resultados obtidos pelos alunos e seu desenvolvimento diante dos problemas apresentação durante as aulas. O professor de Educação Física deve estar diretamente envolvido na rotina escolar e participar ativamente da elaboração do projeto político pedagógico da escola. Incluindo nele suas visões da disciplina. E procurando trabalhar a interdisciplinaridade na escola. A troca de experiências entre os professores deve ser contínua, uma vez que isso pode auxiliar na construção de soluções para problemas comuns. Além disso, o professor deve buscar uma formação continuada. Ele deve se adequar as novas propostas pedagógicas efetivas que surgem a partir de estudos e estar disposto a implantá-las em seu planejamento. É importante para o profissional definir sua identidade e em quais parâmetros pedagógicos ira se apoiar. Para que haja uma alteração efetiva na concepção de Educação Física escolar, o professor deve sair do comodismo, da facilidade do tecnicismo e buscar embasamentos teóricos que possibilitem a ele a elaboração de programas eficazes. O professor deve olhar de maneia crítica para o programa em que está desenvolvendo, dessa forma sempre haverá possibilidade de mudança. Considerando que a mudança de uma prática pedagógica implica aquisição de novos saberes e competências ao professor. Aqui, se faz necessário definirmos os conteúdos da Educação Física escolar e suas abordagens. Como já definimos anteriormente o objeto de estudo da Educação Física é a cultura corporal de movimento. Sabemos que os conteúdos são os instrumentos utilizados para alcançar os objetivos proposto em um planejamento. E nesse caso, os conteúdos são instrumentos pelo qual iremos abordar a cultura corporal de movimento. A Educação Física deve trabalhar com os seguintes conteúdos: Jogos, danças, lutas, ginástica e esportes; e suas variações. Mas, é preciso pensar com que sentido esses conteúdos devem ser trabalhados. Assim, entra a questão do objetivo geral da Educação Física escolar. O que ela visa? Como ela pode contribuir para a formação de um cidadão capaz de intervir na sociedade? Apoiado nessas questões é que o planejamento dos conteúdos deve ser elaborado. Esse planejamento deve ser construído de maneira que seja possível sua modificação durante a aula. Pois o professor precisa adequar o seu conteúdo aos acontecimentos atuais. Esse planejamento deve ser feito por meio de uma combinação de teoria e prática, sendo que uma é o complemento da outra. Considerando que a Educação Física visa à formação integral do aluno, englobando dimensões crítico-reflexiva, autonomia, liberdade de expressão, o professor deve elaborar suas aulas objetivando estimular o desenvolvimento dessas características no aluno. O conteúdo deve ser contextualizado e problematizado de acordo com a realidade da escola. O conhecimento deve ser transmito ao aluno visando mudanças na maneira de educar para a “o mundo lá fora”. O que é mal planejado e mal elaborado, consequentemente será mal transmitido ao aluno. E o que ainda domina as escolas é o “fazer por fazer”, ou seja, o aluno não encontra sentido naquilo que lhe é proposto, ele não compreende a utilidade para a sua vida. O professor deve possibilitar ao aluno assumir sua condição de sujeito histórico, capaz de interferir na transformação da sociedade. Na Educação Física escolar, o professor deve abandonar as visões tecnicistas que consideram o movimento em detrimento do sujeito. Na escola, deve ser trabalhado o se movimentar. Nessa perspectiva, o movimento está em função do sujeito, o sujeito é mais importante que o movimento. Diante dessa reflexão relacionada aos conteúdos da Educação Física escolar farei agora, alguns apontamentos relacionados ás abordagens que devem ser trabalhadas nesta concepção de programa educacional. Atentando-nos para a historicidade da Educação Física, na qual a mesma recebeu forte influência do desporto na busca por sua legitimidade, na concepção atual é necessário que seja feita uma “desesportivização” das aulas na escola. Isto é, o esporte na escola, não deve ocupar um lugar de exclusividade como tema gerador das aulas, mas sim, desempenhar a mesma função que os demais conteúdos. Ainda relacionado ao esporte, o mesmo deve ser abordado a partir de uma (re) significação. Uma vez que, na escola, ele não assume o papel de alto rendimento. O professor deve estar sempre atento para não retratar o papel de treinador, selecionando talentos e excluindo os menos habilidosos. Na escola o esporte não deve, de maneira alguma, reproduzir os valores fundamentais da sociedade capitalista. A competição, tão presente em nossa sociedade e a resolução de conflitos decorrentes desta, é um tema a ser trabalhado por intermédio do esporte. O esporte também é uma contribuição para que o aluno aprenda a atuar em conjunto, valorizando os companheiros e também os adversários, desenvolvendo o espírito de equipe e a cooperação. De acordo com os ciclos em que a escola é divida, e nesse caso nas turmas de séries mais avanças (Fundamental II e Ensino Médio) temas como Mídia e Esporte e Dopping no Esporte, podem ser trabalhados. Possibilitando aos alunos uma análise crítica do que lhes é apresentado pelos meios de comunicação, expondo suas opiniões e formando suas próprias ideologias sobre o assunto. Nas séries iniciais, não há a necessidade de se trabalhar o esporte propriamente dito. É mais interessante e produtivo trabalhar com jogos com bola, por exemplo. Sem a implantação exagerada de regras. E com incentivo a reestruturação dos jogos e que os próprios alunos construam novas possibilidades do mesmo. No conteúdo jogos há uma infinidade de abordagens possíveis a serem trabalhadas. Como os jogos de construção, extremamente importante para o aluno desenvolver a capacidade de tomada de decisões; jogos de percepção corporal, possibilitando ao aluno conhecer a si mesmo; jogos internacionais, que oportuniza o conhecimento de outras culturas, outras regras. Enfim, o jogo é um conteúdo indispensável para um programa educacional. A ginástica como conteúdo, faz possível a interação dos alunos e o trabalho em conjunto. Ela possibilita a livre expressão, a criatividade. Pode representar um contexto cultural. Pode ser trabalhada, história da ginástica e das modalidades em que se divide, contexto social em que está inserida, e ainda benefícios físicos e psicológicos de sua prática. Neste conteúdo temos como tema transversal a questão do preconceito e da sexualidade. Envolvendo análises tantos de fatos ocorridos com atletas das modalidades de ginástica quanto com praticantes da ginástica em geral. A dança na escola pode (e deve) ser usada como meio de crítica social para o questionamento de valores preestabelecidos, padrões repetitivos e modismos, como, por exemplo, as coreografias com fortes apelos sexuais, que aparecem incessantemente em programas de TV. A dança engloba sensações e sentimentos processados a partir dos movimentos. Pode ser trabalhado por meio dela: a diferença entre gêneros, domínio corporal e ritmicidade, diversidade cultural e os vários estilos. A dança oferece a possibilidade de inserção do folclore em seus temas. O folclore é uma manifestação cultural exclusivamente brasileira, desta forma é extremamente rico e permite que aluno o conheça, critique e interaja com esse elemento. O professor deve alertar seus alunos sobre os interesses da indústria cultural para que seu trabalho não omita a existência dos estilos comerciais, mas desperte o senso crítico de seus educandos a respeito deles. A tematização das lutas na Educação Física escolar é de extrema importância para os alunos e proporciona muitas lições valorizadas em outras esferas da vida, como por exemplo, desenvolve consciência corporal, percepção do outro, concentração, perseverança, autoconfiança e autonomia. A luta é uma oportunidade de fazer com que o aluno se aproxime do outro, enxergue-o e respeite-o. O professor deve mostrar não apenas a repetição de gestos, mas que por trás de cada movimento há uma filosofia, uma história e uma cultura. A pesquisa teórica sobre os diferentes tipos de lutas pode fazer alunos e professor aprenderem as técnicas e objetivos das lutas. Vídeos das diferentes lutas podem apresentar e demonstrar a prática da mesma. O professor pode trabalhar brincadeiras que se pareçam com a prática feita sob regras oficiais. Por último, realizar discussões sobre a teoria, a prática e os materiais audiovisuais. Isto é fundamental para o crescimento do aluno e para que o professor possa ter um feedback sobre a aula. Dentro da tematização das lutas, se encaixa a capoeira. A capoeira é uma expressão cultural brasileira, que engloba musicalidade e ritmo com movimentos. Para seu desenvolvimento na Educação Física escolar, há um enorme leque de possibilidades. A prática da capoeira leva a debater o seu teor político, socializador e promotor da igualdade racial, na medida em que promove a integração dos sujeitos numa perspectiva homogênea e harmoniosa consigo e com o próximo. A partir de implementação dos conteúdos, o professor deve perceber o momento em que deve aumentar a complexidade dos saberes exigido do aluno. Para isso, ele deve identificar o progresso em relação à situação anterior do aluno. O professor deve considerar o mesmo como centro do processo ensino-aprendizagem. A avaliação dos planos elaborados deve ser realizada aula-á-aula, a partir da conversa com os alunos e abertura a críticas sobre as atividades realizadas. E nas séries avançadas podem ser aplicados alguns questionários visando coletar opinião dos alunos sobre os procedimentos do professor. Assim, o professor deve verificar o grau de aquisição do conhecimento dos alunos e adaptar-se a novos procedimentos, caso o mesmo não esteja apresentando resultados satisfatórios. Como foi possível observar, a Educação Física é privilegiada por ter um vasto e abrangente conteúdo como possibilidade de desenvolvimento nas aulas. Porém, é o professor precisa estar apto para elaborar de maneira eficiente seu programa educacional, a fim de envolver a maior quantidade de conteúdos possível, e trabalhar com qualidade. Esta foi uma proposta de programa educacional, na qual procurei mostrar a importância da Educação Física escolar. Considerando a mesma ser imprescindível para a formação do cidadão crítico-reflexivo, autônomo e livre. E por meio desta proposta abordar a Educação Física escolar como um lugar de produção de cultura.