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Projeto De Monografia - Fortalecimento Do Quadríceps Na Osteoartrite De Joelho.

Projeto de Pesquisa

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FACULDADE NOBRE DE FEIRA DE SANTANA CURSO DE BACHARELADO EM FISIOTERAPIA JACQUELINE MOTA DA SILVA UILSON GESLEN SENA DA SILVA BENEFÍCIOS DE UM PROGRAMA DE FORTALECIMENTO DE QUADRÍCEPS EM PACIENTES ACOMETIDOS POR OSTEOARTRITE: UMA REVISÃO DE LITERATURA FEIRA DE SANTANA, BAHIA 2012 FACULDADE NOBRE DE FEIRA DE SANTANA CURSO DE BACHARELADO EM FISIOTERAPIA JACQUELINE MOTA DA SILVA UILSON GESLEN SENA DA SILVA BENEFÍCIOS DE UM PROGRAMA DE FORTALECIMENTO DE QUADRÍCEPS EM PACIENTES ACOMETIDOS POR OSTEOARTRITE: UMA REVISÃO DE LITERATURA Projeto de pesquisa apresentado à Faculdade Nobre de Feira de Santana, como requisito parcial para disciplina de TCC I, ministrada pela Profa. MSc. Jacqueline Miranda Gonçalves. ORIENTADORA: ERIKA SAMILE DE CARVALHO COSTA COORIENTADOR: CÁSSIO SANTIAGO SILVA FEIRA DE SANTANA, BAHIA 2012 2 Sumário 1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5 2 – JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 7 3 – PROBLEMA ............................................................................................................. 8 4 – HIPÓTESE ................................................................................................................ 9 5 – OBJETIVOS ........................................................................................................... 10 5.1 – Geral ..................................................................................................................... 10 5.2 – Específicos ............................................................................................................ 10 6 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 11 6.1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11 6.2 – ESTRUTURA ANATÔMICA DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO ............. 12 6.2.1 – Articulação do Joelho ....................................................................................... 12 6.2.2 – Estruturas Ósseas do Joelho ............................................................................ 12 6.2.3 – Estrutura Ligamentar do Joelho ..................................................................... 13 6.2.4 – Meniscos ............................................................................................................ 14 6.2.5 – Cápsula Articular ............................................................................................. 14 6.2.8 – Estrutura Muscular do Joelho ........................................................................ 14 3 6.3 – BIOMECÂNICA E MOVIMENTOS FISIOLÓGICOS ................................. 15 6.4 – ETIOLOGIA ........................................................................................................ 15 6.5 – FISIOPATOLOGIA ............................................................................................ 16 6.6 – QUADRO CLÍNICO ........................................................................................... 16 6.6.1 – Dor ..................................................................................................................... 16 6.6.2 – Rigidez Articular .............................................................................................. 17 6.6.3 – Fraqueza Muscular........................................................................................... 17 6.9.5 – Derrame Articular ............................................................................................ 17 6.7 – DIAGNÓSTICO E EXAME RADIOLÓGICO .............................................. 188 6.8 – TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ......................................................... 18 6.8.1 – Exercícios Terapêuticos ................................................................................... 18 7 - METODOLOGIA ................................................................................................... 19 7.1 - Tipo de Estudo ...................................................................................................... 19 7.2 – Procedimentos de Coleta ..................................................................................... 19 4 1 – INTRODUÇÃO De acordo com Jardim & Nascimento (2010) a osteoartrite (AO) é uma doença articular degenerativa crônica, multifatorial que leva à incapacidade funcional progressiva, sendo uma das causas mais frequentes de dor no sistema músculoesquelético e de incapacidade para o trabalho no Brasil e no mundo. Ela é também, a doença reumática mais prevalente entre indivíduos com mais de 65 anos de idade. As limitações vão além das dificuldades funcionais e do elevado nível álgico. Também é descrito que a OA é um dos fatores que mais leva os trabalhadores à aposentadoria precoce e estimula o afastamento do trabalhador das atividades profissionais pela limitação que a patologia proporciona na execução das funções profissionais. Para Lopes (2006) a OA é a doença mais frequente do sistema músculoesquelético e sua prevalência é crescente em virtude do aumento da expectativa de vida da população. É uma das causas mais comuns de absenteísmo no trabalho. O fator determinante do processo artrósico é o desequilíbrio degradação-reparação. Neste sentido, a OA pode ser entendida como uma insuficiência cartilaginosa, decorrente de fatores mecânicos. Existe uma preocupação crescente, tendo em vista alcançar a estabilização e até mesmo a reversão do dano cartilaginoso. A intervenção do tratamento fisioterapêutico minimiza os acometimentos proporcionados pela patologia e melhora a qualidade de vida dos pacientes, mesmo sendo uma patologia sem cura. Outros tratamentos, como as técnicas de artroplastias, embora avançadas, não são indicadas para todos os pacientes e o transplante de condrócitos ainda passa por estudos para a sua comprovação científica. Fatores como excesso de peso, trauma articular, deformidades do desenvolvimento, fraqueza do músculo quadríceps femoral e rotação anormal da tíbia são identificados como fatores de risco para o desenvolvimento de OA . (KISNER, 2009, p.724. ) O fortalecimento muscular é relevante no tratamento de OA, pois como já citado anteriormente, a fraqueza da musculatura irá comprometer ainda mais a integridade articular do paciente, além de ser um dos fatores ocasionadores da OA de joelho. Em se tratando de uma patologia diretamente relacionada com a senilidade, a incidência de casos vêm aumentando, pois a cada ano que passa, podemos observar que 5 a humanidade está vivendo cada vez mais, aumentando assim, a expectativa de vida. Assim, a cada dia, a população de idosos vem aumentando, o que proporciona o grande e o constante aparecimento de doenças relacionadas à idade avançada. O processo de envelhecimento da população se caracteriza quando a existência da população idosa se torna considerável em relação à população de jovens. Através de estudos estatísticos, pode-se comprovar o aumento expressivo da expectativa de vida na população mundial. No Brasil não é diferente, esse processo é bastante semelhante. O Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2008) destaca que as transformações mais relevantes observadas nos indicadores demográficos implícitos nessa projeção, sobretudo com relação ao acelerado processo de envelhecimento da população, resultante do efeito combinado da redução dos níveis da fecundidade e da mortalidade e do aumento da expectativa de vida, a partir de meados da década de 1980. Dessa forma, levando em conta que estas transformações estão se instalando no Brasil desde a década de 80, podemos considerar que atualmente já é significante a população idosa no Brasil. Os mediadores de estabilidade estática da articulação no joelho são os ligamentos. A musculatura proporciona estabilização dinâmica e passiva para a articulação, levando em conta que a arquitetura óssea não dispõe de boa harmonia. De acordo com Kisner (2009, p.726), a estabilidade dinâmica envolve o controle motor do sistema neuromuscular para coordenar a atividade muscular em torno da articulação. As respostas complexas antecipatórias e de feedback, medidas pelo sistema nervoso central, modulam a tensão muscular e são importantes para dar estabilidade dinâmica ao joelho sob as diferentes cargas e tensões impostas às estruturas articulares. O fortalecimento muscular irá proporcionar a diminuição da intensidade dos atritos intra-articulares durante os movimentos da articulação, aumento da estabilidade articular e melhora da propriocepção e equilíbrio, devido à aquisição de coordenação muscular. O método de treino de fortalecimento, o tipo e a quantidade de carga utilizada nesses pacientes é de ampla importância, pois dependendo do nível de acometimento articular, não será possível o uso de cargas elevadas e nem de movimentos que ultrapassem o limite de dor e desconforto do paciente. Segundo Rald et al (2005 p. 79), para o ganho de força muscular, os exercícios isométricos, realizados em diferentes angulações e não ultrapassando 60% a 70% da contração máxima são muito eficientes em pacientes com OA. 6 2 – JUSTIFICATIVA Atualmente com o crescimento da população idosa no país, fica cada vez mais comum o aparecimento de doenças degenerativas. Através de consultas a pesquisas realizadas sobre a osteoartrite (OA) de joelho, nota-se a alta incidência desta patologia em indivíduos acima de 35 anos e o quanto ela interfere na vida diária desses pacientes portadores da OA. De acordo com a comprovação dos elevados índices de AO, é visível a necessidade da publicação de estudos comprovando a eficácia de tratamentos não paliativos da AO. Nesse sentido, entendendo a função do músculo quadríceps como o principal extensor do joelho que atua na flexão da coxa, constata-se a sua imensa importância na funcionalidade física e independência funcional do ser humano. Desta forma, observa-se a importância do fortalecimento desta musculatura no portador de OA de joelho, proporcionando com isso, a diminuição da intensidade dos atritos intra-articulares durante os movimentos da articulação, aumento da estabilidade articular e melhora da propriocepção e equilíbrio por conta da aquisição de coordenação muscular. Diante de inquietações acadêmicas perante tal realidade e os benefícios do fortalecimento do quadríceps, julgamos ser de suma importância realizar um estudo, de revisão bibliográfica, sobre os benefícios do fortalecimento do quadríceps em pacientes acometidos por processos de degeneração articular do joelho, osteoartrite de joelho, com objetivo de amenizar seus sintomas. 7 3 – PROBLEMA Quais os benefícios de um programa de fortalecimento de quadríceps em pacientes acometidos por osteoartrite? 8 4 – HIPÓTESE  Supõe-se que pacientes submetidos a este tipo de tratamento adquiram aumento de força, redução de quadro álgico, redução de edema, aumento de ADM articular.  Melhoria da funcionalidade dos membros inferiores e aumento da qualidade de vida dos pacientes acometidos por osteoartrite.  De forma geral, definir a relevância da técnica escolhida para o tratamento da OA de joelho. 9 5 – OBJETIVOS 5.1 – Geral Comprovar os benefícios de um programa de fortalecimento de quadríceps em pacientes acometidos por osteoartrite. 5.2 – Específicos  Analisar se há melhoria da funcionalidade e da qualidade de vida;  Definir parâmetros positivos, através de pesquisa bibliográfica, sobre a eficácia do fortalecimento de um grupo muscular específico em pacientes com OA na articulação do joelho;  Descrever que o fortalecimento do quadríceps se torna uma das técnicas mais ideais para serem utilizadas em longo prazo para diminuir os efeitos deletérios da OA. 10 6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6.1 – Introdução De acordo com Oliveira & Mesquita (2003), A OA é uma doença reumatologia que sucede na degeneração continua da cartilagem articular, acompanhada das respostas intrínsecas de reparação cartilaginosa, remodelação e esclerose do osso subcondral, e, geralmente, formação de cistos ósseos subcondrais e osteófitos, que deformam a estrutura morfológica da articulação, apresentando alteração estética e funcional da estrutura atingida pela patologia. A OA é classificada em primaria e secundária; na primária quase sempre hereditária e principalmente associada a nódulos de Heberden1. A OA secundária é a artrite traumática, inflamatória ou metabólica. GOLDING (2001, p. 161). Segundo Pastor et al.(2001). É uma das patologias músculo-esquelética mais frequentes no mundo, na qual uma a cada três pessoas acima de 35 anos é afetada, causando progressiva perda importante da capacidade funcional e da qualidade de vida. Ela representa cerca de 30% a 40% das consultas em ambulatórios especializados e é responsável no Brasil por uma grande porcentagem de afastamento do trabalho, alcançando, portanto, cerca de 7,5%. Em conformidade com Altman (1999), pode-se considerar a OA como primária ou secundária, e pode originar-se tanto na cartilagem como no osso subcondral ou mesmo no tecido sinovial. A última consequência da OA são as lesões anatômicas características, representadas por degeneração cartilaginosa, deterioração do osso subcondral e remodelagem óssea, podendo haver inflamação do tecido sinovial, geralmente nas fases mais evoluídas do processo patológico da OA. 1 Neoformação óssea que propicia o aparecimento de irregulares nas articulações com OA, especificamente nas articulações das mãos. 11 6.2 – ESTRUTURA ANATÔMICA DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO 6.2.1 – Articulação do Joelho Assim, também Moore & Dalley (2006), afirmam que o joelho é primariamente uma articulação sinovial do tipo gínglimo que consente os movimentos de flexão e extensão. Entretanto, os movimentos articulares são combinados com deslizamento e rolamento e com rotação sobre o eixo vertical. As faces articulares da articulação do joelho são caracterizadas pela sua ampla superfície de contato e suas formas complicadas e incongruentes. A articulação do joelho é composta por três articulações, lateral e medial entre os côndilos do fêmur e tíbia e a articulação intermediária entre patela e o fêmur. Esta patela é chamada de patelofemoral. 6.2.2 – Estruturas Ósseas do Joelho Para Dangelo & Fattini (2007 p, 225 e 226), o maior osso do esqueleto é classificando como um osso longo, apresentando, portanto duas epífises, proximal e distal, e um corpo ou diáfise. O fêmur articula-se pela sua extremidade proximal com o osso do quadril e pela extremidade distal com a tíbia. O fêmur ou osso femoral é o mais longo e mais pesado osso do corpo. Sua extremidade proximal articula-se com o osso do quadril. Sua extremidade distal articula-se com a tíbia. O corpo do fêmur curva-se medialmente de modo que as articulações do joelho são trazidas mais próximas à linha de gravidade do corpo. A cabeça do fêmur articula-se com o acetábulo do osso do quadril. O colo do fêmur é uma região de constrição abaixo da cabeça do fêmur. O trocanter maior é uma projeção palpada e visual na frente da depressão ao lado do quadril. (TORTORA 1997, p. 128.) Sob o ponto de vista de Spencer (1991), a fíbula é descrita como um osso afilado que fica localizado lateralmente a tíbia. Sua extremidade proximal é caracterizada por uma protuberância óssea que se denomina a cabeça da fíbula e se articula com o côndilo lateral da tíbia. A extremidade distal da tíbia forma o maléolo lateral, que se articula 12 com o talus e juntamente com o maléolo medial, forma a articulação talocrural2 “tornozelo”. A tíbia e a fíbula estão unidas fortemente por uma membrana interóssea. Segundo Tortora (1997, p. 129), a tíbia é o maior osso medial da perna. Ela sustenta o peso do corpo. A tíbia articula-se em sua extremidade proximal com o fêmur e a fíbula e, em sua extremidade distal, com a fíbula e o osso tálustarsal3. A patela é classificada como um osso sesamóide, por estar inclusa no tendão de inserção do osso quadríceps da coxa. O osso tem forma triangular, apresentando uma base superior e um ápice, dirigindo inferiormente. A face articular é posterior e apresenta duas áreas separadas por uma ligeira elevação (DANGELO & FATTINI, 2007). 6.2.3 – Estrutura Ligamentar do Joelho De acordo com Moore & Dalley (2001, p. 571), os ligamentos são responsáveis pela estabilidade da articulação durante os movimentos. No joelho, os ligamentos podem ser intra-articulares ou extra-articulares. Os ligamentos externos formam uma cápsula fibrosa e resistente denominada cápsula articular. Os ligamentos intraarticulares, dentro da articulação do joelho, consistem nos ligamentos cruzados e meniscos. O tendão do músculo poplíteo também é intra-articular durante parte do seu trajeto. O ligamento cruzado anterior (LCA) origina-se de uma área elíptica4. As fibras se entrelaçam de tal maneira que vem a formar uma área de inserção triangular na área intercondilar anterior (STROBEL & STEDTFELD, 2000). Durante o movimento de extensão completa de joelho, o LCA se mantém tensionado e quando o joelho volta para a posição de flexão, ocorre o afrouxamento das fibras do ligamento. Ellenbecker (2002, p.06), acredita que o ligamento cruzado posterior (LCP) tem como função principal impedir a translação posterior da tíbia, em relação ao fêmur. Além disso, o LCP também tem as funções de impedir a hiperextensão no joelho, manter a estabilidade rotatória e operar como eixo central da rotação do joelho. 2 Articulação entre extremidade distal da tíbia e fíbula e o dorso do tálus. Formando o tornozelo. 3 União entre o tálus e os ossos do tarso. 4 Figura geométrica em forma de curva. 13 6.2.4 – Meniscos Segundo Tortora (1997, p. 146), os meniscos são discos de fibrocartilagem entre os côndilos tibiais e femorais. Eles auxiliam a compensar as formas irregulares dos ossos em articulação. Existem dois tipos de meniscos articulares: menisco medial, uma peça semicircular de fibrocartilagem em forma de C na região lateral do joelho; e menisco lateral, uma peça quase circular de fibrocartilagem aproximadamente na forma de um O completo, na região medial do joelho. 6.2.5 – Cápsula Articular Conforme Kapandji (2000, p. 146) descreveu, a cápsula articular é uma bainha fibrosa que contorna a extremidade inferior do fêmur e a extremidade superior da tíbia, mantendo-as em contato entre si e formando as paredes não óssea da cavidade articular. A forma geral da cápsula do joelho pode ser entendida facilmente, se for comparada com um cilindro ao qual se deprime a face posterior segundo uma geratriz. Na face anterior deste cilindro se abre uma janela, na qual vai inserir-se a patela. As margens do cilindro se inserem no fêmur, na parte de cima, e na tíbia, na parte de baixo. 6.2.8 – Estrutura Muscular do Joelho Para Moore & Dalley (2001), a musculatura da coxa é dividida em três compartimentos, que se caracterizam de acordo com a localização anatômica. Os compartimentos são: anterior, medial e lateral. Localizados na região anterior à coxa encontram-se os flexores de quadril e extensores do joelho. O músculo quadríceps forma a parte principal dos músculos anteriores à coxa e, coletivamente constitui o maior e um dos mais poderosos músculos do corpo. Ele cobre quase toda face anterior e os lados do fêmur. Este músculo é o grande extensor da perna, no qual todas as suas quatro partes combinam para formar uma fixação tendínea na tíbia. Assim, também Kapandji (2001, p 146) afirma que o quadríceps crural é o músculo que faz o movimento de extensão do joelho e caracteriza-se pela sua força e potência. Sendo que, o músculo quadríceps chega a ser ate três vezes mais forte que os 14 músculos flexores. No entanto, quando o joelho está em uma posição de hiperextensão, a ação do quadríceps não é necessária para manter a posição em pé. Porém, quando se inicia uma mínima flexão, é necessário a intervenção enérgica do quadríceps para evitar a queda por flexão do joelho. O quadríceps é constituído como o seu nome indica, por quatro corpos musculares, que se inserem por um aparelho extensor na tuberosidade tibial anterior:  Três músculos mono articulares: crural, o vasto externo e o vasto interno;  Um músculo biarticular: o reto anterior. 6.3 – BIOMECÂNICA E MOVIMENTOS FISIOLÓGICOS Conforme Winkel et al (1997), o joelho é parte da cadeia motora do membro inferior, possibilitando ao homem capacidades como locomoção e posições que solicitem a flexão ou extensão articular do joelho. A estabilidade estática do joelho é dada pela cápsula articular, ligamentos, meniscos e ossos. Já a estabilidade dinâmica, fica por responsabilidade dos músculos. Para Kapandji (2001), o movimento flexão-extensão é o principal movimento articular do joelho. Na extensão, define-se como o distanciamento da face posterior da perna da cadeia posterior da coxa. Não existe uma extensão absoluta, pois na posição de referência, o membro inferior está no seu estado de alongamento máximo. A flexão é o movimento que aproxima a face posterior da perna à face posterior da coxa. A flexão passiva do joelho atinge uma ADM de 160°. Além da flexão-extensão, a articulação do joelho pode realizar o movimento de rotação axial do joelho. Este movimento só pode ser realizado com o joelho flexionado, pois quando o joelho está estendido, ocorre o bloqueio da articulação proveniente da união tíbio-femoral. 6.4 – ETIOLOGIA Segundo Radl at al. (2005, p. 68), os principais fatores de risco para a OA são o avanço da idade e predisposição genética, o estresse mecânico e a inatividade ou sedentarismo. 15 Vários fatores predispõem a AO, com o avanço da idade ocorre a perda de condroitinosulfato a partir de substâncias fundamentais que deixam as fibras de colágeno sem suporte; ambos os sexos são afetados, porém a OA primária generalizada é mais frequente em mulheres; os nódulos de Herberden apresentam uma tendência familiar marcante; traumas nas articulações: predispõe a doença degenerativa articular, eles podem ser trauma agudo, sobrecarga crônica e lesões previas. (GOLDING 2001, p. 161 e 162). De acordo com Albertoni & Faloppa (2008, p. 169), as alterações de alinhamento dos joelhos, obesidade e cirurgias pregressas, envolvendo a articulação do joelho, também favorecem a ocorrência de maior grau de severidade da OA. 6.5 – FISIOPATOLOGIA Conforme Rald at al (2005), na OA, a cartilagem perde sua elasticidade, tornando-se inicialmente edemaciada em decorrência da desorientação da rede colágena e da hidrofilia5 dos proteoglicanos6. Posteriormente, torna-se rígida e opaca com fibrilações e erosões, além de progressiva alteração na congruência das superfícies articulares até a completa desnudação do osso subjacente. As fibras colágenas de ligamentos e cápsulas articulares não podem mais suportar as forças de tensão, encurtando-se e promovendo sinais de aderência sinovial. Em fases mais avançadas da doença, o líquido sinovial passa a ser produzido em menor quantidade, com mudança em sua viscosidade. 6.6 – QUADRO CLÍNICO 6.6.1 – Dor No entanto Amatuzzi & Greve (1999) descrevem que o quadro doloroso e as alterações secundárias musculares são os maiores responsáveis pela incapacidade funcional do paciente e cabe à medicina da reabilitação a manutenção e restauração 5 6 Propriedade física, em que uma molécula é atraída por água, podendo-se aglutinar-se a ela. Proteína presente nas cartilagens tem como função hidratar e atrair a água para o tecido. 16 através do uso de técnicas específicas de analgesias, exercícios, órteses e adaptações. As alterações da mecânica normal do movimento articular, relacionadas com as instabilidades pela perda da capacidade estabilizadora dos tendões e ligamentos, também podem causar dor. 6.6.2 – Rigidez Articular Golding (2001, p. 164) acredita que a rigidez articular moderada é agravada pelo longo período de repouso, forma de rigidez elástica (oposta à rigidez friccional ou viscosa, o paciente queixa-se de dificuldade para começar a andar e depois se senta). Rigidez nos dedos ou em grandes articulações podem ser a causa de incapacidade. 6.6.3 – Fraqueza Muscular Radl et al (2005, p. 73) acredita que a distensão dos tecidos periarticulares em função do edema e da dor são importantes fatores na inibição da atividade reflexa muscular. Essa inibição favorece o desenvolvimento de atrofia e fraqueza, prejudicando a estabilidade articular e a funcionalidade. Como em qualquer patologia que afete o joelho tanto na artrose femoropatelar como na femorotibial, observa-se uma atrofia de quadríceps que será mais importante quanto o mais longo seja o processo degenerativo (CARRIL at al, 2001, p. 292). 6.9.5 – Derrame Articular Segundo Golding (2001), Quase sempre ocorrem nos estágios precoces e durante exacerbações inflamatórias agudas. O liquido é claro com elevados grau de viscosidade, baixo conteúdo de proteínas e de contagem celular. Em idosos, observa-se derrame hemorrágico por força de sangramento de osteófitos soltos e fibras sinoviais vasculares. A tumefação sinovial ocorre em episódios de osteoartrite aguda, principalmente em joelhos e cotovelos, produzindo, às vezes, tumefação óssea, devido a osteófitos. Os cistos sinoviais podem ser a causa das tumefações palpáveis. 17 6.7 – DIAGNÓSTICO E EXAME RADIOLÓGICO De acordo com Lopes (2006), a alta degradação e a gravidade do dano articular nos níveis mais avançados da AO, pode ser avaliado por métodos radiológicos comuns, como a radiografia convencional, mais a tomografia computadorizada e a ressonância nuclear magnética. Apesar da inespecificidade dos achados radiográficos, por meio deles, pode-se identificar alterações correntes na OA, como perda da cartilagem articular, evidenciada pela redução do espaço articular, esclerose óssea subcondral e osteófitos que indicam remodelação óssea. Cistos e erosões ósseas podem estar presentes nos casos mais graves. 6.8 – TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO 6.8.1–Exercícios Terapêuticos Para Carril et al, (2001 p 279 a 284), a reabilitação é composta de exercícios isométricos e isotônicos, resistidos de quadríceps e isquiotibiais, aconselhando-se utilizar pouca resistência para evitar a sobrecarga articular e o incomodo de trabalhos em casa com grandes pesos (a medida indicada será de 2kg, dependendo sempre das condições físicas do paciente). Serão realizados exercícios ativos e ativos resistidos, os exercícios resistidos deverão ser realizados também com moderação já que uma resistência excessiva produzirá uma sobrecarga articular e será igualmente um fator de risco para o processo degenerativo articular. Segundo Jardim & Nascimento (2010, p. 422), os exercícios terapêuticos têm mostrado resultados cada vez mais benéficos de diversas maneiras em pacientes com OA. Entre seus efeitos, pode-se citar a melhora da ADM e da força muscular que suporta e protege a articulação, diminuindo o quadro de dor e a rigidez articular. Acredita-se que os exercícios feitos de forma regular tenham papel fundamental no tratamento desses pacientes de diversas formas, tais como: fortalece a musculatura periarticular, o que reduz o risco de lesões; previne as deformidades, mantendo a 18 mobilidade articular; previne a obesidade, diminuído o risco de progressão da AO e aumenta o metabolismo na região da articulação. 7 – METODOLOGIA A metodologia da pesquisa num planejamento deve ser entendida como o conjunto detalhado e sequencial de métodos e técnicas científicas a serem executados ao longo da pesquisa, de tal modo que se consiga atingir os objetivos inicialmente propostos e, ao mesmo tempo, atender aos critérios de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais confiabilidade de informação (Barreto&Honorato, 1998). Para Lakatos (2011), o procedimento metodológico é considerado como o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo, conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões dos cientistas. 7.1 – Tipo de Estudo Segundo Gil (2008), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Nesse sentido, podemos afirmar que iremos fundamentar a nossa pesquisa de forma bibliográfica, em livros e artigos atuais, publicados nos últimos oito anos, tendo em vista evidenciar a veracidade do tópico pesquisado. Os descritores pesquisados foram: fortalecimento de quadríceps, osteoartrite do joelho, exercícios para AO de joelho, sendo eles, combinados de várias formas para refinar a busca. A busca foi limitada para artigos, teses, publicados entre os anos de 2004 - 2012. Mas algumas bibliografias anteriores aos anos citados foram utilizadas por ser tratar de um estudo clássico do tema. 7.2 – Procedimentos de Coleta A abordagem do estudo é qualitativa que vai fomentar o conhecimento em áreas afins da saúde, principalmente a fisioterapia, de caráter exploratório. A pesquisa é de 19 descritiva, pois possui como objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de uma experiência, (GIL, 2008). A coleta de dados e pesquisa literária será realizada em banco de dados dos sites PubMed, Scielo, Altavista, CAPES, IBICT, BIREME (LILACS), Babel Fish, teses.usp.br, bibliotecadigital.ufba.br, cutter.unicamp.br, regional.bvsalud.org, Google Acadêmico,no período agosto de 2011 a setembro de 2012, na biblioteca da Faculdade Nobre de Feira de Santana – BA e outras entidades de ensino superior. De acordo com Rauen (1999), é a parte que apresenta os resultados obtidos na pesquisa e analisa-os sob o crivo dos objetivos e/ou das hipóteses. Assim, a apresentação dos dados é a evidência das conclusões e a interpretação consiste no contrabalanço dos dados com a teoria. Será feita uma análise descritiva das informações todo o conteúdo de caráter cientifico, que irá ser e descrito. 20 CRONOGRAMA ATIVIDADES 2012 FEV MAR ABR MAI J UN J UL AGO S ET OUT NOV DEZ Revisão de literatura X X X X X X X Coleta de dados X X X X X X X Elaboração do projeto X X X X Introdução X X X X X Metodologia Análise da bibliografia Discussão e conclusão Resultados Entrega do artigo X X X X X X X X X X X 21 ORÇAMENTO MATERIAL VALOR TOTAL 500 Folhas VALOR UNITÁRIO R$0,50 PilotoMarcaTexto 2 R$1,20 R$2,40 CanetaEsferográfica 2 R$1,50 R$3,00 100 R$2,50 R$250,00 240 Horas R$1,50 R$360,00 Impressão Transporte Acessoa Internet QUANTIDADE R$250,00 TOTAL = R$865,40 22 REFERÊNCIAS AMATUZZI M. M. & GREVE D. M. J. Medicina de Reabilitação Aplicada à Ortopedia e Traumatologia; São Paulo – SP: Editora: ROCA; pg. 210, 211, 212; Ano: 1999 BRONSTEIN, R.; DEHAVEN, K. 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