Projeto De Edifícios De Alvenaria Estrutural
Projeto de edifícios de alvenaria estrutural
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Cimento Portland Mareio Antonio Ramalho Engenheiro Civil (1980). Mestre (1983). Doutor (1990) e Uvre Docente (2001) pela Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de S>o Paulo, onde atualmente é Professor Associado. Leciona disciplinas em nível de graduação e pós-graduação nas áreas de alvenaria estrutural e análise de estruturas de concreto. Também desenvolve pesquisas nessas áreas, com dezenas de trabalhos publicados em revistas, congressos e outros eventos científicos. Tem experiência profissional em cálculo de estruturas de concreto e alvenaria e já ministrou diversos cursos, mini-cursos e palestras em uni-versidades e associa >es de engenheiros no Brasil Foi membro da comissão executiva da nova NB-1 e e diretor do sub-comitê SC 123 Alvenaria Estrutural de Blocos de Concreto do CB-2 da ABNT. Projeto de Edifícios de Alvenaria Estrutural Mareio A. Ramalho Márcio R. S. Corrêa PIN! õfÍt/T?— W V ^ Brasileira dc Cimento Portland PROJETO DE EDIFÍCIOS DE ALVENARIA E S T R U T U R A L © C o p y r i g h t E d i t o r a Pini Ltda. Todos o s direitos d e r e p r o d u ç ã o o u t r a d u ç ã o r e s e r v a d o s pela Editora Pini Ltda. DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) DO DEPARTAMENTO NACIONAL DO LIVRO R165 Ramalho, Mareio. P r o j e t o d e edifícios d e a l v e n a r i a e s t r u t u r a l / M a r e i o A. R a m a l h o , M a r e i o R. S. C o r r ê a . S ã o P a u l o : Pini, 2 0 0 3 . p . ; cm. ISBN 85-7266-147-6 1. E n g e n h a r i a d e e s t r u t u r a s . 2. A l v e n a r i a . 3. Edifícios. I. C o r r ê a , M á r c i o R. S. II. Título. C D D 624.1 C o o r d e n a ç ã o d e livros: R a q u e l C a r d o s o Reis P r o d u ç ã o editorial: R e n a t a C o s t a Projeto gráfico, e d i t o r a ç ã o e c a p a : C e l i n a Dias Revisão: M ô n i c a C o s t a Editora Pini Ltda. R u a : A n h a i a , 9 6 4 - C e p . 0 1 1 3 0 - 9 0 0 - S ã o Paulo - S P - Brasil Fone: 11 2 1 7 3 - 2 3 2 8 - Fax: 11 2 1 7 3 - 2 3 2 7 www.piniweb.com - [email protected] 1a edição 3- t i r a g e m , 1.000 e x e m p l a r e s , n o v / 0 8 mim tnii.ni Os Autores agradecem à ABCP e ao SENAI o apoio fornecido à divulgação deste trabalho. A alvenaria é um material de construção tradicional que tem sido usado há milhares de anos. Em suas formas primitivas a alvenaria foi construída tipicamente com tijolos de barro de baixa resistência ou de pedra, sendo o projeto baseado em métodos empíricos. Ao longo do tempo, foram desenvolvidas unidades de cerâmica cozida e de outros materiais de alta resistência, no entanto a aplicação de métodos empíricos de projeto e construção se manteve até o século 20. Apenas recentemente a alvenaria passou a ser tratada como um verdadeiro material de engenharia, passando o projeto dessas estruturas a ser baseado em princípios científicos rigorosos. Esse fato foi influenciado por um aumento significativo na pesquisa básica e aplicada ao longo dos últimos 50 anos. O presente texto compreende uma atual e ampla cobertura dos vários aspectos do projeto estrutural e reflete o estado da arte do projeto e prática de alvenaria no Brasil. Uma vez que os princípios do projeto da alvenaria são universais, grande parte do material apresentado é igualmente aplicável à construção em alvenaria em outros países, particularmente naqueles em que as ações sísmicas não são dominantes no projeto. O livro é relevante não apenas para alunos, como também para pesquisadores e engenheiros projetistas, e vem se juntar ao relativamente reduzido número de textos amplos sobre projeto de alvenaria disponíveis na literatura mundial. A.W. Page CBPI Professor in Structural Clay Brickwork The University of Newcastle, Australia Foreword Masonry is a traditional building years. In its early forms, masonry with the design strength being masonry continued material principies. structural units on empirical with the design This has been assisted which has been typically methods. were developed, used for several from low strength Over the years, but empirical It is only recently methods of design that masonry of masonry structures by a dramatic increase an up-to-date, design of masonry and reflects the current state of the art of masonry applicable does not govern to masonry the treated in other countries, as true engineering masonry of the various aspects design and of the practice the bulk of the material presented particularly where seismic is loading design. and joins the relatively are available design are universal, construction The book will be relevant engineers, coverage higher construction and fundamental This text provides of masonry and has been years. comprehensive mud brick or stone being based on rigorous in applied thousand fired clay and other over the past 50 in Brazil. Since the principies equally was constructed well into the 2(7" century. engineering research based material not only to students, small number worldwide. A.W. Page CBPI Professor in Structural The University of Newcastle, Clay Brickwork Australia but also to researchers of comprehensive texts on masonry and practising design which Nota do P a t r o c i n a d o r No ramo das construções as informações técnicas são a chave do trabalho produtivo para q u e m projeta, constrói ou fiscaliza. M e s m o para o incorporador ou investidor, que se atêm a outras matérias, saber o alcance de técnicas construtivas ajuda a refletir sobre os projetos que lhes são propostos. No Brasil, é grande a preocupação com informações sobre sistemas construtivos. No campo do desenvolvimento tecnológico de blocos de concreto para alvenaria estrutural, u m exemplo marcante aconteceu em 1990, quando o Manual Técnico de Alvenaria foi lançado, pela Associação Brasileira de Construção Industrializada, consolidando, pela primeira vez, quase duas décadas de práticas indicadas. Daí para frente, as necessidades foram se multiplicando, passando a exigir aperfeiçoamentos e atualizações constantes que começam nos centros de pesquisa e chegam até aos canteiros de obras. Para atingir e registrar o estado da arte, surge, em 2003, este livro Projetos de Alvenaria Estrutural, de Edifícios voltado aos estudiosos e profissionais de estruturas. Expõe, de forma organizada e didática, questões que até então estavam dispersas e m diferentes artigos técnicos. Os autores reúnem as melhores credenciais para fazer a obra. Mareio Antonio Ramalho, entre outros títulos, é Livre Docente e atualmente Professor Associado, em nível de graduação e pós-graduação, da Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP). Márcio Roberto Silveira Corrêa, com pós-doutorado pela Universidade de Newcastle, Austrália, é também professor de São Carlos. A m b o s desenvolvem pesquisas, participam de obras, e colaboram c o m o sistema brasileiro de qualidade e normalização. A Associação Brasileira de Cimento Portland - A B C P - orgulha-se d e participar d o lançamento, junto c o m o Senai e a Pini, certa de que oferece um instrumento valioso para a e l a b o r a ç ã o d o s projetos de a l v e n a r i a estrutural c o m blocos d e c o n c r e t o , a p r o f u n d a n d o o conhecimento técnico desse sistema construtivo. Eng 9 Renato José Giusti Presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland PREFÁCIO XI NOTA D O PATROCINADOR 1 CONSIDERAÇÕES XIII INICIAIS 1 1.1 C O N C E I T O E S T R U T U R A L B Á S I C O 1 1.2 A S P E C T O S H I S T Ó R I C O S E D E S E N V O L V I M E N T O D O S I S T E M A 2 1 . 2 . 1 PIRÂMIDES DE GUIZÉ 2 1 . 2 . 2 FAROL DE ALEXANDRIA 3 1 . 2 . 3 COLISEO 3 1 . 2 . 4 CATEORAL DE REIMS 3 1 . 2 . 5 EDIFÍCIO MONADNOCK 4 1 . 2 . 6 ALVENARIA NÃO-ARMADA NA SUÍÇA 4 1 . 2 . 7 HOTEL EXCALIBUR EM LAS VEGAS 4 1 . 2 . 8 PRIMEIROS EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS NO BRASIL 4 1 . 2 . 9 SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL 6 1.3 C O M P O N E N T E S D A A L V E N A R I A E S T R U T U R A L 6 1 . 3 . 1 UNIDADE 7 1 . 3 . 2 ARGAMASSA 7 1 . 3 . 3 GRAUTE 8 1 . 3 . 4 ARMADURAS 8 1.4 A S P E C T O S T É C N I C O S E E C O N Ô M I C O S 9 1 . 4 . 1 PRINCIPAIS PARÂMETROS A SEREM CONSIDERADOS F*RA A ADOÇÃO DO SISTEMA 9 1 . 4 . 2 PRINCIPAIS PONTOS POSITIVOS DO SISTEMA 10 1 . 4 . 3 PRINCIPAIS PONTOS NEGATIVOS DO SISTEMA 11 1.5 C O N C L U S Ã O 12 2 PRINCIPAIS ASPECTOS Q U A N T O À M O D U L A Ç Ã O 13 2.1 C O N C E I T O S B Á S I C O S 13 2.2 I M P O R T Â N C I A DA M O D U L A Ç Ã O 13 2.3 B L O C O S U S U A L M E N T E UTILIZADOS 14 2.4 E S C O L H A DA M O D U L A Ç Ã O A S E R UTILIZADA 15 2.5 M O D U L A Ç Ã O H O R I Z O N T A L - PRINCIPAIS D E T A L H E S 16 2.6 S O L U Ç Õ E S R E C O M E N D A D A S PARA C A N T O S E B O R D A S 18 2 . 6 . 1 MÓDULO E LARGURA IGUAIS 18 2 . 6 . 2 LARGURA MENOR QUE O MÓDULO 20 2.7 M O D U L A Ç Ã O V E R T I C A L - PRINCIPAIS DETALHES 21 2.8 C O N C L U S Ã O 23 3 ANÁLISE ESTRUTURAL PARA C A R G A S VERTICAIS 25 3.1 P R I N C I P A I S S I S T E M A S E S T R U T U R A I S 25 3 . 1 . 1 PAREDES TRANSVERSAIS 25 3 . 1 . 2 PAREDES CELULARES 25 3 . 1 . 3 SISTEMA COMPLEXO 25 3.2 C A R R E G A M E N T O V E R T I C A L 26 3 . 2 . 1 CARGAS PROVENIENTES DAS LAJES 26 3 . 2 . 2 PESO PRÓPRIO DAS PAREDES 27 3.3 I N T E R A Ç Ã O DE P A R E D E S 28 3.4 I M P O R T Â N C I A DA U N I F O R M I Z A Ç Ã O DAS C A R G A S 30 3.5 I N F L U Ê N C I A D O P R O C E S S O C O N S T R U T I V O 30 3.6 P R O C E D I M E N T O S D E D I S T R I B U I Ç Ã O 32 3 . 6 . 1 PAREDES ISOLADAS 32 3 . 6 . 2 GRUPOS ISOLADOS DE PAREDES 32 3 . 6 . 3 GRUPOS DE PAREDES COM INTERAÇÃO 34 3 . 6 . 4 MODELAGEM TRIDIMENSIONAL EM ELEMENTOS FINITOS 35 3.7 E X E M P L O S D E DISTRIBUIÇÃO DE C A R G A S VERTICAIS 35 3 . 7 . 1 EXEMPLO 1 35 3 . 7 . 2 EXEMPLO 2 38 3.8 V E R I F I C A Ç Ã O D E D A N O A C I D E N T A L 42 3.9 C O N C L U S Ã O 43 4 ANÁLISE ESTRUTURAL PARA A Ç Õ E S HORIZONTAIS 45 4.1 C O N C E I T O S B Á S I C O S 45 4.2 A Ç Õ E S HORIZONTAIS A S E R E M C O N S I D E R A D A S 46 4 . 2 . 1 AÇÃO DOS VENTOS 46 4 . 2 . 2 DESAPRUMO 47 4 . 2 . 3 SISMOS 48 4.3 C O N S I D E R A Ç Ã O DE A B A S E M PAINÉIS DE C O N T R A V E N T A M E N T O 48 4.4 DISTRIBUIÇÃO DE A Ç Õ E S PARA C O N T R A V E N T A M E N T O S S I M É T R I C O S 49 4 . 4 . 1 PAREDES ISOLADAS 49 4 . 4 . 2 PAREDES COM ABERTURAS 50 4.5 DISTRIBUIÇÃO DE A Ç Õ E S PARA C O N T R A V E N T A M E N T O S A S S I M É T R I C O S 52 4 . 5 . 1 PAREDES ISOLADAS 52 4 . 5 . 2 PAREDES COM ABERTURAS 53 4.6 C O N S I D E R A Ç Ã O DE T R E C H O S RÍGIDOS PARA O S LINTÉIS 54 4.7 E X E M P L O S D E M O D E L O S PARA E D I F Í C I O S S O B A Ç Õ E S H O R I Z O N T A I S 55 4 . 7 . 1 EXEMPLO 1 56 4 . 7 . 1 . 1 DESLOCAMENTOS HORIZONTAIS 56 4 . 7 . 1 . 2 MOMENTOS FLETORES 58 4 . 7 . 1 . 3 ESFORÇOS NORMAIS 60 4 . 7 . 1 . 4 TENSÕES NORMAIS 60 4 . 7 . 1 . 5 VERIFICAÇÃO DOS LINTÉIS À FLEXÃO E AO CISALHAMENTO 62 4 . 7 . 2 EXEMPLO 2 63 4 . 7 . 2 . 1 DESLOCAMENTOS HORIZONTAIS 64 4 . 7 . 2 . 2 MOMENTOS FLETORES 64 4 . 7 . 2 . 3 ESFORÇOS NORMAIS 65 4 . 7 . 2 . 4 TENSÕES NORMAIS 65 4 . 7 . 2 . 5 VERIFICAÇÃO DOS LINTÉIS À FLEXÃO E AO CISALHAMENTO 67 4 . 7 . 3 CONCLUSÕES GERAIS PARA OS EXEMPLOS 67 4.8 ESTABILIDADE G L O B A L DA E S T R U T U R A DE C O N T R A V E N T A M E N T O 68 4 . 8 . 1 CONCEITOS BÁSICOS 68 4 . 8 . 2 CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE CONTRAVENTAMENTO 69 4 . 8 . 3 AVALIAÇÃO DOS ACRÉSCIMOS DE SEGUNDA ORDEM 69 4 . 8 . 4 DESLOCABILIDADE DAS ESTRUTURAS POR PROCESSOS SIMPLIFICADOS 70 4 . 8 . 4 . 1 PARÂMETRO A 70 4 . 8 . 4 . 2 PARÂMETRO YZ 71 4.9 C O N C L U S Ã O 72 5 PRINCIPAIS PARÂMETROS PARA O D I M E N S I O N A M E N T O DE ELEMENTOS 73 5.1 T E N S Õ E S A D M I S S Í V E I S E E S T A D O S L I M I T E S 73 5.2 R E S I S T Ê N C I A À C O M P R E S S Ã O DA A L V E N A R I A 75 5 . 2 . 1 INFLUÊNCIA DOS COMPONENTES NA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO 75 5 . 2 . 1 . 1 BLOCOS 75 5 . 2 . 1 . 2 ARGAMASSA 76 5 . 2 . 1 . 3 GRAUTE 77 5 . 2 . 1 . 4 ARMADURAS 78 5 . 2 . 2 AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DAS PAREDES 78 5 . 2 . 2 . 1 ESTIMATIVA ATRAVÉS DA RESISTÊNCIA DE PRISMAS 78 5 . 2 . 2 . 2 ESTIMATIVA ATRAVÉS DOS COMPONENTES 80 5 . 2 . 2 . 3 MODELOS TEÓRICOS DE RUPTURA 81 5.3 C A R A C T E R Í S T I C A S G E O M É T R I C A S PARA E L E M E N T O S DE ALVENARIA 84 5 . 3 . 1 ESPESSURA EFETIVA PARA PILARES E PAREDES PORTANTES 85 5 . 3 . 2 ALTURA EFETIVA 86 5 . 3 . 3 ESBELTEZ 87 5 . 3 . 4 COMPRIMENTO EFETIVO DE ABAS EM PAINÉIS DE CONTRAVENTAMENTO 87 5 . 3 . 5 TRECHOS RÍGIDOS PARA LINTÉIS 88 5.4 P A R Â M E T R O S D E R E S I S T Ê N C I A PARA A L V E N A R I A 89 5 . 4 . 1 PARÂMETROS DA N B R 1 0 8 3 7 89 5 . 4 . 2 PARÂMETROS DA B S 5 6 2 8 91 5.5 P A R Â M E T R O S E L Á S T I C O S PARA A L V E N A R I A 93 6 DIMENSIONAMENTO 95 DE ELEMENTOS 6.1 I N T R O D U Ç Ã O 6.2 C O M P R E S S Ã O 95 SIMPLES 95 6 . 2 . 1 TENSÃO ATUANTE 96 6 . 2 . 2 COMPARAÇÃO DE DIMENSIONAMENTOS 96 6.3 F L E X Ã O S I M P L E S 98 6 . 3 . 1 DIFERENÇAS CONCEITUAIS ENTRE A N B R 1 0 8 3 7 E A B S 5 6 2 8 99 6 . 3 . 2 HIPÓTESES BÁSICAS DA N B R 1 0 8 3 7 99 6 . 3 . 3 EQUACIONAMENTO BÁSICO 100 6 . 3 . 4 DIMENSIONAMENTO BALANCEADO 102 6 . 3 . 5 DIMENSIONAMENTO SUBARMADO 103 6 . 3 . 6 DIMENSIONAMENTO SUPERARMADO 104 6 . 3 . 7 DIMENSIONAMENTO COM ARMADURA DUPLA 104 6.4 C I S A L H A M E N T O 106 6 . 4 . 1 TENSÕES ATUANTES 106 6 . 4 . 2 DIMENSIONAMENTO COM OU SEM ARMADURAS 107 6 . 4 . 3 CÁLCULO DA ÁREA E DISPOSIÇÃO DAS ARMADURAS PARA O CISALHAMENTO 107 6.5 F L E X Ã O C O M P O S T A 109 6 . 5 . 1 SOLICITAÇÕES COMBINADAS SEGUNDO A N B R 1 0 8 3 7 109 6 . 5 . 2 EOUACIONAMENTO BÁSICO 110 6 . 5 . 3 PROCEDIMENTO SIMPLIFICADO 113 7 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO 115 7.1 I N T R O D U Ç Ã O 115 7.2 E X E M P L O S D E C O M P R E S S Ã O S I M P L E S 115 7 . 2 . 1 EXEMPLO 1 115 7 . 2 . 2 EXEMPLO 2 116 7.2.3 117 EXEMPLO 3 7.3 E X E M P L O S DE F L E X Ã O S I M P L E S 117 7 . 3 . 1 EXEMPLO 1 117 S O L U Ç Ã O C O M O AUXÍLIO DE TABELAS 118 7 . 3 . 2 EXEMPLO 2 121 7 . 3 . 3 EXEMPLO 3 122 7.4 E X E M P L O S D E F L E X Ã O S I M P L E S 124 7 . 4 . 1 EXEMPLO 1 124 7 . 4 . 2 EXEMPLO 2 126 7.5 E X E M P L O S D E C I S A L H A M E N T O 128 7 . 5 . 1 EXEMPLO 1 128 7 . 5 . 2 EXEMPLO 2 128 8 EXEMPLO DE EDIFÍCIO DE PORTE MÉDIO 131 8.1 C A R A C T E R Í S T I C A S D O E D I F Í C I O 131 8.2 C A R G A S V E R T I C A I S 132 8.3 D I S T R I B U I Ç Ã O D A S C A R G A S V E R T I C A I S 134 8.4 A Ç Õ E S H O R I Z O N T A I S 136 8 . 4 . 1 AÇÕES DEVIDAS AO VENTO 136 8 . 4 . 2 AÇÓCG CONNCGPONDCNTCG AO DCGAPFIUMO 136 8.5 D I S T R I B U I Ç Ã O D A S A Ç Õ E S H O R I Z O N T A I S 137 8.6 D I M E N S I O N A M E N T O DAS P A R E D E S 140 8.7 D I M E N S I O N A M E N T O D A S V E R G A S 144 8.8 E S T A B I L I D A D E G L O B A L DA E S T R U T U R A D E C O N T R A V E N T A M E N T O 145 8.9 C O N C L U S Ã O 146 ANEXOS - TABELAS DE FLEXÃO 147 REFERÊNCIAS 171 BIBLIOGRÁFICAS 1.1 CONCEITO ESTRUTURAL BÁSICO O principal conceito estrutural ligado à utilização da alvenaria estrutural é a transmissão de ações através de tensões de compressão. Esse é o conceito crucial a ser levado e m conta q u a n d o se discute a alvenaria c o m o p r o c e s s o construtivo para e l a b o r a ç ã o d e estruturas. Especialmente no presente é evidente que se pode admitir a existência de tensões de tração e m determinadas peças. Entretanto, essas tensões devem preferencialmente se restringir a pontos específicos da estrutura, além de não apresentarem valores muito elevados. E m caso contrário, se as trações ocorrerem de forma generalizada o u seus valores forem muito elevados, a estrutura pode ser até mesmo tecnicamente viável, mas dificilmente será economicamente adequada. Assim, pode-se perceber por que o sistema construtivo se desenvolveu inicialmente através do empilhamento puro e simples de unidades, tijolos ou blocos, de forma a cumprir a destinação projetada. Nessa fase inicial, vãos até podiam ser criados, mas sempre por peças auxiliares, como, por exemplo, vigas de madeira ou pedra. É importante mencionar que os vãos criados através desse sistema apresentavam u m a deficiência séria: a necessidade de s e r e m executados c o m dimensões relativamente pequenas. Além disso, existia o problema óbvio da durabilidade, no caso de se utilizar para essas vigas u m material de vida útil relativamente pequena quando comparado ao que era utilizado nas alvenarias propriamente ditas. Esse era o caso, por exemplo, de vigas de madeira utilizadas sobre alvenarias cerâmicas de pedra. É principalmente por causa disso que muitas construções da antigüidade não podem ser apreciadas e m sua plenitude. Exemplos eloqüentes são as construções de Pompéia ou as ruínas de Babilônia. Nessas relíquias, e e m muitas outras de mesma idade, as paredes são originais, m a s os pavimentos e telhados, quando existem, são partes reconstruídas, pois os originais desapareceram c o m o correr dos séculos. C o m o d e s e n v o l v i m e n t o d o sistema construtivo, percebeu-se que u m a alternativa interessante e viável para a execução d o s vãos seriam os arcos. Nesse caso, os vãos poderiam ser obtidos através do conveniente arranjo das unidades, de forma a se garantir o preceito básico da não-existência de tensões de tração de valores significativos. A figura 1.1 (A) apresenta, de forma e s q u e m á t i c a , u m v ã o produzido dentro dessa concepção. Dessa forma p u d e r a m ser executadas pontes e muitas outras obras de grande beleza e durabilidade, obtendo-se um salto de qualidade significativo para o sistema construtivo. Talvez os mais marcantes exemplos de estruturas que utilizaram, de forma generalizada, esse procedimento para a obtenção de amplos espaços internos tenham sido as catedrais góticas do final da Idade Média e começo do Renascimento. C o m os tetos e m abóbadas suportadas por arcos de alvenaria, essas construções aliavam a beleza d a s formas à durabilidade dos materiais. C A P Í T U L O Considerações I n i c i a i s 1 Essas estruturas, quando necessário, foram construídas até mesmo c o m arcos que se apoiavam em outros arcos de contraventamento, evitando-se as tensões de tração de valores elevados e permitindo-se a criação de vãos e pés-direito relativamente grandes. É o esquema que se apresenta na figura 1.1 (B), e que pode ser visto claramente, por exemplo, na parte posterior da igreja de Notre Dame, em Paris. Figura 1.1 - (A) Arco simples1 e (B) Arco contraventado. 1.2 ASPECTOS HISTÓRICOS E DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA A alvenaria é um sistema construtivo muito tradicional, tendo sido muito utilizado desde o início da atividade humana de executar estruturas para os mais variados fins. Com a utilização de blocos de diversos materiais, como argila, pedra e outros, foram produzidas obras que desafiaram o tempo, atravessando séculos ou mesmo milênios e chegando até nossos dias como verdadeiros monumentos de grande importância histórica. Outras edificações não têm grande importância histórica geral, mas, dentro do sistema construtivo estudado, acabaram se tornando marcos a serem mencionados. N e s t e texto s e r ã o a p r e s e n t a d o s a l g u n s e x e m p l o s q u e p o d e m ser c o n s i d e r a d o s importantes para o entendimento do desenvolvimento do sistema construtivo e m análise. Não se pretende aqui discutir de forma detalhada a história da alvenaria, mas apenas apresentar um rápido resumo da evolução desse sistema construtivo ao longo do tempo, e m especial destacando-se os seus aspectos estruturais. 1 . 2 . 1 PIRÂMIDES DE GUIZÉ São três grandes pirâmides, Quéfren, Queóps e Miquerinos, construídas e m blocos de pedra que datam de aproximadamente 2600 anos antes de Cristo. A Grande Pirâmide, túmulo do faraó Queóps, mede 147 m de altura e sua base é u m quadrado de 230 m de lado. Em sua construção foram utilizados aproximadamente 2,3 milhões de blocos, com peso médio de 25 kN. ' Associação Brasileira de Construção Industrializada (1990). Por essas características, as pirâmides de Guizé são consideradas grandes monumentos da antigüidade, símbolos da capacidade dos faraós de mobilizarem verdadeiros exércitos de trabalhadores durante longos períodos. Entretanto, do ponto de vista estrutural, as pirâmides não apresentavam nenhuma grande inovação, sendo construídas através da colocação de blocos, uns sobre os outros, de maneira a produzirem a forma piramidal que as caracterizam. 1 . 2 . 2 FAROL DE ALEXANDRIA Construído em uma das ilhas em frente ao porto de Alexandria, Faros, aproximadamente 280 anos antes de Cristo, é o mais famoso e antigo farol de orientação. Construído em mármore branco, com 134 m de altura, possuía um engenhoso sistema de iluminação, baseado em um jogo de espelhos. Do ponto de vista estrutural tratava-se de uma obra marcante, com altura equivalente a um prédio de 45 pavimentos. Infelizmente, foi destruído por um terremoto no século XIV, restando apenas as suas fundações como um testemunho de sua grandeza. 1 . 2 . 3 COLISEO Esse grande anfiteatro, com capacidade para 50.000 pessoas, é um maravilhoso exemplo de arquitetura romana, com mais de 500 m de diâmetro e 50 m de altura. Construído por volta do ano 70 d.C. possuía 80 portais, de forma que todas as pessoas que estivessem assistindo aos espetáculos lá realizados pudessem entrar e sair com grande rapidez. Outra característica interessante, agora quanto ao aspecto estrutural, é que os teatros romanos, ao contrário dos teatros gregos que se aproveitavam de desníveis naturais de terrenos apropriados, eram suportados por pórticos formados por pilares e arcos. Essa característica estrutural lhes conferia uma maior liberdade em termos de localização, podendo estar situados até mesmo nos centros das grandes cidades. 1 . 2 . 4 CATEDRAL DE REIMS t um grande exemplo de catedral gótica. Construída entre 1211 e 1300 d.C. demonstra a aprimorada técnica de se conseguir vãos relativamente grandes utilizando-se apenas estruturas comprimidas. Seu interior é amplo, com os arcos que sustentam o teto sendo apoiados em pilares esbeltos, que, por sua vez, são contraventados adequadamente por arcos externos. As catedrais góticas em geral, e a catedral de Reims em particular, podem ser citadas como os grandes exemplos de estruturas de alvenaria com interiores que conferem sensação de amplitude e grandeza. Ao se adentrar nessas edificações fica claro que, apesar de todas as limitações que os procedimentos empíricos impunham aos arquitetos desses edifícios, as técnicas construtivas que foram sendo refinadas ao longo de séculos acabaram produzindo resultados muito satisfatórios. 1 . 2 . 5 EDIFÍCIO MONADNOCK Foi construído em Chicago de 1889 a 1891 e tornou-se um símbolo clássico da moderna alvenaria estrutural. Com seus 16 pavimentos e 65 m de altura, foi considerado uma obra ousada, como se explorasse os limites dimensionais possíveis para edifícios de alvenaria. Entretanto, por causa dos métodos empíricos de dimensionamento empregados até então, as paredes na base têm 1,80 m de espessura. Acredita-se que se fosse dimensionado pelos procedimentos utilizados atualmente, com os mesmos materiais, essa espessura seria inferior a 30 cm. 1 . 2 . 6 ALVENARIA NÃO-ARMADA NA SUÍÇA Outro marco importante na história das construções em alvenaria é um edifício construído em 1950, por Paul Haller, na Basiléia, Suíça. O edifício, com 13 pavimentos e 42 m de altura, foi executado em alvenaria estrutural não-armada. A espessura das paredes é de 15 cm, para paredes internas, e 37,5 cm, para as paredes externas. Considerando-se esses dados e sabendo-se que as paredes internas é que recebem a maior parte das cargas da edificação, pode-se concluir que o dimensionamento deve ter sido realizado com base em procedimentos não muito diferentes dos que se utilizam atualmente. A largura de 15 cm para as paredes mais solicitadas é exatamente a que se obteria em um dimensionamento convencional utilizando-se qualquer uma das principais normas internacionais. Muito provavelmente a largura das paredes externas, de 37,5 cm, foi adotada em função de características relacionadas ao conforto térmico. 1 . 2 . 7 HOTEL EXCAUBUR EM LAS VEGAS Segundo Amrhein (1998), o mais alto edifício em alvenaria estrutural da atualidade é o Hotel Excalibur, em Las Vegas, EUA. O complexo do hotel é formado por quatro torres principais, com 28 pavimentos, cada uma contendo 1.008 apartamentos. As paredes estruturais foram executadas em alvenaria armada de blocos de concreto e a resistência à compressão especificada na base foi de aproximadamente 28 MPa. 1 . 2 . 8 PRIMEIROS EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS NO BRASIL O sistema construtivo em alvenaria é utilizado no Brasil desde que os portugueses aqui desembarcaram no início do século XVI. Entretanto, a alvenaria com blocos estruturais, que pode ser encarada como um sistema construtivo mais elaborado e voltado para a obtenção de edifícios mais econômicos e racionais, demorou muito a encontrar o seu espaço. A cronologia das edificações realizadas c o m blocos vazados estruturais é u m pouco controversa, mas pode-se supor que os primeiros edifícios construídos no Brasil tenham surgido e m 1966, e m São Paulo. Foram executados c o m blocos de concreto e tinham apenas quatro pavimentos, conforme se apresenta na figura 1.2(A). Edifícios mais elevados foram construídos, também e m São Paulo, e m 1 9 7 2 . 0 condomínio Central Parque Lapa tinha quatro blocos com 12 pavimentos e m alvenaria a r m a d a de blocos de concreto, figura 1.2(B). Figura 1.2 - Primeiros edifícios residenciais no BrasiP. U m pouco posterior é o edifício Muriti, e m São José dos Campos, c o m 16 pavimentos. Também foi executado e m alvenaria armada de blocos vazados de concreto. E m alvenaria não-armada, apenas e m 1977 se tem notícia dos primeiros edifícios, com nove pavimentos. Essas edificações foram executadas com blocos sílico-calcáreos, c o m 24 c m de espessura para as paredes estruturais. Dessa forma, apesar de sua chegada tardia, o sistema acabou se firmando c o m o uma a l t e r n a t i v a eficiente e e c o n ô m i c a para a e x e c u ç ã o de e d i f i c a ç õ e s r e s i d e n c i a i s e t a m b é m industriais. C o m u m desenvolvimento mais lento a princípio e b e m mais rápido nos últimos anos. o sistema acabou sendo muito b e m aceito, o que se pode perceber principalmente quando se considera o n ú m e r o de empresas produtoras de blocos, tanto de concreto c o m o cerâmicos, existentes na atualidade. 2 Associação Brasileira de Construção Industrializada (1990). 1 . 2 . 9 SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL Atualmente, no Brasil, o sistema construtivo em alvenaria tem experimentado um grande impulso. Devido à estabilização da economia, a concorrência tem feito com que um número crescente de empresas passe a se preocupar mais com os custos, acelerando as pesquisas e a utilização de novos materiais. Dentro do sistema Alvenaria Estrutural, a alvenaria não-armada de blocos vazados de concreto parece ser um dos mais promissores, tanto pela economia proporcionada como pelo número de fornecedores já existentes. Sua utilização é mais indicada em edificações residenciais de padrão baixo ou médio com até 12 pavimentos. Nesses casos utilizam-se paredes com espessura de 14 cm e a resistência de bloco normalmente necessária é de 1 MPa vezes o número de pavimentos acima do nível considerado. Entretanto, a alvenaria de blocos cerâmicos também ganha força com o aparecimento de fornecedores confiáveis para resistências superiores a 10 MPa. Apesar de, no momento, ser mais utilizada em edificações de poucos pavimentos, pode-se considerar que dentro de algum tempo os blocos cerâmicos passarão a disputar com os blocos de concreto a utilização em edifícios de até 10 pavimentos. 1.3 C O M P O N E N T E S DA ALVENARIA ESTRUTURAL Neste item serão apresentadas algumas características dos principais componentes da alvenaria estrutural. Inicialmente é importante se ressaltar dois conceitos básicos que são aqui necessários: componente e elemento. Neste texto, esses conceitos são mencionados com o significado que possuem na NBR 10837 - Cálculo de Alvenaria Estrutural de Blocos Vazados de Concreto 3 . Essa norma de cálculo, entretanto, os apresenta de forma diversa da NBR 8798 Execução e Controle de Obras de Alvenaria Estrutural de Blocos Vazados de Concreto 4 . Assim, torna-se necessário um esclarecimento cabal sobre os significados aqui adotados. Entende-se por um componente da alvenaria uma entidade básica, ou seja, algo que compõe os elementos que, por sua vez, comporão a estrutura. Os componentes principais da alvenaria estrutural são: blocos, ou unidades; argamassa; graute e armadura. Já os elementos são uma parte suficientemente elaborada da estrutura, sendo formados por pelo menos dois dos componentes anteriormente citados. Como exemplo de elementos podem ser citados: paredes, pilares, cintas, vergas, etc. 9 Associação Brasileira de Normas Técnicas (1989). 4 Associação Brasileira de Normas Técnicas (1985). Considerações Iniciais 1 . 3 . 1 UNIDADE Como componentes básicos da alvenaria estrutural, as unidades são as principais responsáveis pela definição das características resistentes da estrutura. Quanto ao material componente, as unidades mais utilizadas no Brasil para edificações de alvenaria estrutural são, em ordem decrescente de utilização: unidades de concreto, unidades cerâmicas e unidades sílico-catcáreas. Quanto à forma as unidades podem ser maciças ou vazadas, sendo denominadas tijolos ou blocos, respectivamente. São consideradas maciças aquelas que possuem um índice de vazios de no máximo 25% da área total. Se os vazios excederem esse limite, a unidade é classificada como vazada. Desse detalhe advêm dois conceitos de grande importância estrutural. A tensão que se refere à área total da unidade, desconsiderando-se os vazios, é chamada tensão em relação à área bruta. Já a tensão calculada descontando-se a área de vazios é chamada de tensão em relação à área líquida. No Brasil, é muito mais comum a referência à área bruta e assim, exceto quando for feita uma observação explícita sobre esse ponto, todas as tensões aqui mencionadas serão referidas à área bruta. Usualmente, os blocos apresentam uma área de vazios em torno de 50%. Dessa forma a conversão da tensão na área bruta para a tensão na área líquida se faz multiplicando-se o primeiro valor por dois. Já quanto à aplicação, as unidades podem ser classificadas de vedação e estruturais. Neste texto apenas estarão sendo tratadas as unidades estruturais. Assim, é importante observar o que está mencionado nas normas brasileiras quanto às resistências mínimas que devem apresentar essas unidades. A NBR 6136 - Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural 6 especifica que a resistência característica do bloco à compressão, medida em relação à área bruta, deve obedecer aos seguintes limites: fbK > 6 MPa: blocos em paredes externas sem revestimento; fbk > 4,5 MPa: blocos em paredes internas ou externas com revestimento. Portanto, na prática, só podem ser utilizados blocos de concreto com resistência característica de no mínimo 4,5 MPa. Já a NBR 7171 - Bloco Cerâmico para Alvenaria 6 menciona que para os blocos portantes cerâmicos a resistência mínima deve ser de 4 MPa. 1.3.2 ARGAMASSA A argamassa de assentamento possui as funções básicas de solidarizar as unidades, transmitir e uniformizar as tensões entre as unidades de alvenaria, absorver pequenas deformações 5 Associação Brasileira do Normas Técnicas (1980). 6 Associação Brasileira de Normas Técnicas (1983). e prevenir a entrada de água e de vento nas edificações. Usualmente composta de areia, cimento, cal e água, a argamassa deve reunir boas características de trabalhabilidade, resistência, plasticidade e durabilidade para o desempenho de suas funções. Para o projetista é necessário o conhecimento da resistência média à compressão da argamassa, uma vez que a NBR 10837 especifica diferentes valores de tensão admissível à tração e ao cisalhamento para a alvenaria em função desse parâmetro. No entanto, a resistência à compressão da argamassa não é tão significativa para a resistência à compressão das paredes, conforme ficará claro em item subseqüente. Mais importante que essa característica de resistência é a plasticidade, que realmente permite que as tensões sejam transferidas de modo uniforme de uma unidade à outra. 1 . 3 . 3 GRAUTE O graute é um concreto com agregados de pequena dimensão e relativamente fluido, eventualmente necessário para o preenchimento dos vazios dos blocos. Sua função é propiciar o aumento da área da seção transversal das unidades ou promover a solidarização dos blocos com eventuais armaduras posicionadas nos seus vazios. Dessa forma pode-se aumentar a capacidade portante da alvenaria à compressão ou permitir que as armaduras colocadas combatam tensões de tração que a alvenaria por si só não teria condições de resistir. É interessante ressaltar que a NBR 8798 estabelece quantidades-limite de cimento, cal e agregados para dosagens nãoexperimentais, o que pode ser consultado como referência sempre que necessário. C o n s i d e r a - s e que o c o n j u n t o bloco, graute e eventualmente a r m a d u r a trabalhe monoliticamente, de maneira análoga ao que ocorre com o concreto armado. Para tanto, o graute deve envolver completamente as armaduras e aderir tanto a ela quanto ao bloco, de modo a formar um conjunto único. Segundo a NBR 10837, o graute deve ter sua resistência característica maior ou igual a duas vezes a resistência característica do bloco. Essa recomendação é fácil de ser entendida quando se recorda que a resistência característica do bloco é referida à área bruta e que o índice de vazios para os blocos é usualmente de 50%. Na verdade, seria mais claro se a norma mencionasse que a resistência do graute deve ser no mínimo a mesma do bloco em relação à área líquida. 1 . 3 . 4 ARMADURAS As barras de aço utilizadas nas construções em alvenaria são as mesmas utilizadas nas estruturas de concreto armado, mas, neste caso, serão sempre envolvidas por graute, para garantir o trabalho conjunto com o restante dos componentes da alvenaria. Uma exceção é feita para as armaduras colocadas nas juntas das argamassas de assentamento. Nesse caso, é importante ressaltar q u e o diâmetro deve ser de no mínimo 3,8 mm, não ultrapassando a metade da espessura da junta. 1.4 ASPECTOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS Sempre que se fala de um novo sistema construtivo, é imprescindível que se discutam os aspectos técnicos e econômicos envolvidos. Isso significa considerar, para cada um desses itens, as principais vantagens e desvantagens desse sistema. Para tanto, optou-se não apenas por fazer um breve apanhado das principais características da alvenaria estrutural, isoladamente falando, mas, também desenvolver uma série de comparações c o m o processo convencional de produção de edifícios de concreto armado. Dessa forma pretende-se situar a alvenaria estrutural em relação às estruturas convencionais de concreto armado, um sistema construtivo bastante disseminado e muito conhecido, facilitando-se assim o entendimento de algumas características mais marcantes do sistema e m análise. Inicialmente, deve-se ressaltar que a utilização da alvenaria estrutural, para os edifícios residenciais, parte de uma concepção bastante interessante que é a de transformar a alvenaria, originalmente c o m função exclusiva de vedação, na própria estrutura. Dessa forma, pode-se evitar a necessidade da existência dos pilares e vigas que dão suporte a uma estrutura convencional. Assim, a alvenaria passa a ter a dupla função de servir de vedação e suporte para a edificação, o que é, em princípio, muito bom para a economia. Entretanto, a alvenaria, nesse caso, precisa ter sua resistência perfeitamente controlada, de forma a se garantir a segurança da edificação. Essa necessidade demanda a utilização de materiais mais caros e também uma execução mais cuidadosa, o que evidentemente aumenta o seu custo de produção em relação à alvenaria de vedação. 1 . 4 . 1 PRINCIPAIS PARÂMETROS A SEREM CONSIOERADOS PARA A ADOÇÃO DO SISTEMA Nos casos usuais, o acréscimo de custo para a produção da alvenaria estrutural compensa com folga a economia que se obtém com a retirada dos pilares e vigas. Entretanto, é necessário que se atente para alguns detalhes importantes para que a situação não se inverta, passando a ser a alvenaria um processo mais oneroso para a produção da estrutura. Esses detalhes dizem respeito a determinadas características da edificação que se pretende construir, pois não é correto se considerar que um sistema construtivo seja considerado adequado a qualquer edifício. Para maior clareza, apresentam-se a seguir as três características mais importantes que devem ser levadas e m conta para se decidir pelo sistema construtivo mais adequado. a) Altura da edificação No caso da altura, considerando-se os parâmetros atuais no Brasil, pode-se afirmar que a alvenaria estrutural é a d e q u a d a a edifícios de no m á x i m o 15 ou 16 pavimentos. Para estruturas c o m u m n ú m e r o de p a v i m e n t o s a c i m a d e s s e limite, a resistência à c o m p r e s s ã o d o s blocos encontrados no m e r c a d o não permite que a obra seja executa s e m um e s q u e m a de g r a u t e a m e n t o generalizado, o q u e prejudica muito a e c o n o m i a . A l é m disso, m e s m o q u e a resistência dos blocos p u d e s s e ser a d e q u a d a q u a n t o ã c o m p r e s s ã o , as a ç õ e s horizontais c o m e ç a r i a m a produzir tensões de tração significativas, o q u e exigiria a utilização de a r m a d u r a s e graute. E se o n ú m e r o de pontos sob essas c o n d i ç õ e s for muito g r a n d e , a e c o n o m i a da obra estará irremediavelmente c o m p r o m e t i d a . b) Arranjo arquitetônico É claro que as afirmações feitas no item anterior referem-se a edifícios usuais. Para arranjos arquitetônicos que fujam desses padrões usuais, a situação pode ser um pouco melhor, ou b e m pior. Nesse caso é importante se considerar a densidade de paredes estruturais por m 2 de pavimento. U m valor indicativo razoável é que haja de 0,5 a 0,7 m de paredes estruturais por m 2 de pavimento. Dentro desses limites, a densidade de paredes pode ser considerada usual e as condições para seu dimensionamento também refletirão essa condição. c) Tipo de uso Pelo q u e se m e n c i o n a no item anterior, é importante ressaltar q u e para edifícios comerciais ou residenciais de alto padrão, onde seja necessária a utilização de vãos grandes, esse sistema construtivo normalmente não é adequado. A alvenaria estrutural é muito mais adequada a edifícios residenciais de padrão médio ou baixo, onde os ambientes, e t a m b é m os vãos, são relativamente pequenos. Em especial para edifícios comerciais, é desaconselhável o uso indiscriminado da alvenaria estrutural. Nesse tipo de edificação é muito usual a necessidade de u m rearranjo das paredes internas de forma a acomodar empresas de diversos portes. A adoção de alvenarias estruturais para esses casos seria inconveniente, pois essa flexibilidade deixa de existir. Pode-se inclusive considerar que sua adoção seja perigosa, pois c o m o tempo é provável que proprietários realizem modificações sem estarem conscientes dos riscos que correm. 1 . 4 . 2 PRINCIPAIS PONTOS POSITIVOS DO SISTEMA Continuando a discussão sobre os mais importantes aspectos técnicos e econômicos da alvenaria estrutural, a seguir são apresentadas as características que p o d e m representar as principais vantagens da alvenaria estrutural e m relação às estruturas convencionais de concreto armado, e m ordem decrescente de importância. a) Economia de fôrmas Quando existem, as fôrmas se limitam às necessárias para a concretagem das lajes. São, portanto, fôrmas lisas, baratas e de grande reaproveitamento. b) Redução significativa nos revestimentos Por se utilizar blocos de qualidade controlada e pelo controle maior na execução, a redução dos revestimentos é muito significativa. Usualmente o revestimento interno é feito c o m uma camada de gesso aplicada diretamente sobre a superfície dos blocos. No caso dos azulejos, eles t a m b é m podem ser colados diretamente sobre os blocos. c) Redução nos desperdícios de material e mão-de-obra O fato de as paredes não admitirem intervenções posteriores significativas, como rasgos ou aberturas para a colocação de instalações hidráulicas e elétricas, é uma importante causa da eliminação de desperdícios. Assim, o que poderia ser encarado como uma desvantagem, na verdade implica a virtual eliminação d a possibilidade de improvisações, que encarecem significativamente o preço de uma construção. d) Redução do número de especialidades Deixam de ser necessários profissionais como armadores e carpinteiros. e) Flexibilidade no ritmo de execução da obra Se as lajes forem pré-moldadas, o ritmo da obra estará desvinculado do tempo de cura que deve ser respeitado no caso das peças de concreto armado. Dos itens apresentados, pode-se perceber que, e m termos gerais, a principal vantagem d a utilização da alvenaria estrutural reside n u m a maior racionalidade do sistema executivo, reduzindo-se o consumo de materiais e desperdícios que usualmente se verificam e m obras de concreto a r m a d o convencional. 1 . 4 . 3 PRINCIPAIS PONTOS NEGATIVOS DO SISTEMA Apesar de as vantagens apresentadas serem de grande relevância, não se pode esquecer de algumas desvantagens da alvenaria estrutural em relação às estruturas convencionais em concreto armado. Elas se encontram listadas a seguir, também e m ordem decrescente de importância. a) Dificuldade de se adaptar arquitetura para um novo uso Fazendo as paredes parte d a estrutura, o b v i a m e n t e não existe a possibilidade de adaptações significativas no arranjo arquitetônico. Em algumas situações isso se torna um problema bastante sério. Estudos realizados demonstram que ao longo de sua vida útil uma edificação tende a sofrer mudanças para se adaptar a novas necessidades de seus usuários. No caso da alvenaria isso não só é inconveniente como tecnicamente impossível na grande maioria dos casos. b) Interferência entre projetos de arquitetura/estruturas/instalações A interferência entre os projetos é muito grande quando se trata de uma obra e m alvenaria estrutural. A manutenção do módulo afeta de forma direta o projeto arquitetônico e a impossibilidade de se furar paredes, sem u m controle cuidadoso desses furos, condiciona de forma marcante os projetos de instalações elétricas e hidráulicas. c) Necessidade de uma mão-de-obra bem qualificada A a l v e n a r i a e s t r u t u r a l exige u m a m ã o - d e - o b r a q u a l i f i c a d a e a p t a a fazer uso de instrumentos adequados para sua execução. Isso significa u m treinamento prévio d a equipe contratada para sua execução. Caso contrário, os riscos de falhas que comprometam a segurança da edificação crescem sensivelmente. Quanto às desvantagens, deve-se ressaltar a impossibilidade de se efetuar modificações na disposição arquitetônica original. Essa limitação é um importante inibidor de vendas e até mesmo um fator que pode comprometer a segurança de uma edificação durante a sua vida útil. 1.5 CONCLUSÃO Foi apresentado neste capítulo o conceito estrutural de alvenaria estrutural, destacandose a sua capacidade primordial de absorver solicitações de compressão. Foram, também, discutidos aspectos históricos relativos a esse sistema estrutural, incluindo a sua situação no Brasil, em que se percebe o grande impulso que sua utilização tem sofrido nas últimas décadas. De forma resumida f o r a m c o n c e i t u a d o s os c o m p o n e n t e s d a alvenaria, i n d i c a n d o as s u a s características m a i s importantes. Por fim foram discutidos aspectos técnicos e econômicos do sistema estrutural, levantando-se vantagens e desvantagens de sua utilização. Principais Aspectos Q u a n t o à Modulação 2.1 CONCEITOS BÁSICOS A unidade é o componente básico da alvenaria. Uma unidade será sempre definida por três dimensões principais: comprimento, largura e altura (Fig. 2.1). O comprimento e, pode-se dizer, também a largura definem o módulo horizontal, ou módulo e m planta. Já a altura define o módulo vertical, a ser adotado nas elevações. Dentro dessa perspectiva, percebe-se que é muito importante que o comprimento e a largura sejam ou iguais ou múltiplos, de maneira que efetivamente se possa ter u m único módulo e m planta. Se isso realmente ocorrer, a amarração das paredes será enormemente simplificada, havendo u m ganho significativo e m termos da racionalização do sistema construtivo. Entretanto, se essa condição não for atendida, será necessário se utilizar unidades especiais para a correta amarração das paredes, o que pode trazer algumas conseqüências desagradáveis para o arranjo estrutural. Essas conseqüências serão apresentadas, com alguns detalhes, nos itens subseqüentes. Figura 2.1 - Dimensões de uma unidade. Assim, pode-se dizer que modular um arranjo arquitetônico, ou pelo menos modular as paredes portantes desse arranjo, significa acertar suas dimensões e m planta e também o pé-direito da edificação, e m função das dimensões das unidades, de modo a não se necessitar, ou pelo menos se reduzir drasticamente, cortes ou ajustes necessários à execução das paredes. No presente texto a unidade usualmente referida será o bloco, por ser a mais freqüentemente utilizada nas edificações em alvenaria estrutural. 2.2 IMPORTÂNCIA DA MODULAÇÃO A modulação é um procedimento absolutamente fundamental para que uma edificação e m alvenaria estrutural possa resultar econômica e racional. Se as dimensões de uma edificação não forem moduladas, como os blocos não devem ser cortados, os enchimentos resultantes certamente levarão a u m custo maior e uma racionalidade menor para a obra e m questão. 2 o Q) TD c O Esse custo mais elevado se verifica não só em relação à mão-de-obra para execução d o s e n c h i m e n t o s p r o p r i a m e n t e ditos, mas t a m b é m pelo seu efeito negativo no p r ó p r i o dimensionamento da estrutura como um todo. O fato de as paredes estarem trabalhando isoladas, conseqüência praticamente inevitável dos enchimentos, faz com que a distribuição das ações entre as diversas paredes de um edifício seja feita de forma a penalizar em demasia alguns elementos e conseqüentemente a economia do conjunto. Dessa forma, pode-se concluir que uma obra de alvenaria estrutural, que se pretenda racionalizada, deve apresentar todas as suas dimensões moduladas. Ajustes até podem ser realizados, mas em pouquíssimos pontos e apenas sob condições muito particulares. 2.3 BLOCOS USUALMENTE UTILIZADOS Muitos blocos diferentes podem ser utilizados em uma edificação em alvenaria estrutural. Dependendo do tipo de bloco a ser utilizado, maciço ou vazado, cerâmico ou de concreto, existem dimensões usualmente encontradas. A NBR 6136, que trata de blocos vazados de concreto para alvenaria estrutural, especifica duas larguras padronizadas: largura nominal de 15 cm, denominados blocos M-15, e largura nominal de 20 cm, denominados blocos M-20. Entretanto, segundo a norma, os comprimentos padronizados serão sempre de 20 e 40 cm e as alturas de 10 e 20 cm. A padronização adotada, em especial quanto ao comprimento, é adequada à largura de 20 cm, mas revela-se inadequada à largura de 15 cm. Os motivos dessa inadequação serão mostrados com detalhes nos itens seguintes. No Brasil são mais facilmente encontrados blocos de modulação longitudinal de 15 cm e 20 cm. ou seja, comprimentos múltiplos de 15 e 20 cm. Em algumas regiões, especialmente no Norte e Nordeste, é comum o módulo 12 cm, que começa a ser utilizado também no restante de nosso país para edificações de até dois pavimentos. Usualmente, a largura é igual ao módulo longitudinal, mas para o caso de blocos de módulo longitudinal 20 cm, pode-se encontrar larguras de 15 ou 20 cm, de acordo com a padronização apresentada pela NBR 6136. Já em termos de altura, não é comum encontrar-se valores diferentes de 20 cm, exceto para blocos compensadores. Na modulação longitudinal de 15 cm. normalmente são encontrados os blocos com 15 e 30 cm de comprimento, ambos com 15 cm de largura. Com freqüência encontra-se, também, o bloco de 45 cm de comprimento, conforme se apresenta na figura 2.2. Quando se trata do módulo de 20 cm, cujos blocos usuais têm comprimentos nominais de 20 cm, 40 cm, são encontradas larguras de 15 e 20 cm. Para a largura de 15 cm, é também freqüentemente encontrado um bloco especial de 35 cm, um módulo de 15 somado a um módulo de 20, cuja utilização será discutida com detalhes em item posterior. Uma família típica de blocos de modulação longitudinal de 20 cm é apresentada na figura 2.3. Figura 2.3 - Blocos de comprimentos 20. 40 e 35 cm, largura 15 cm e altura 20 cm. Na verdade, poder-se-ia generalizar as afirmativas anteriores mencionando que a figura 2.2 mostra blocos para os quais a largura é igual ao módulo, qualquer que seja esse valor. Já a figura 2.3 mostra uma família de blocos em que a largura é menor que o módulo, também quaisquer que sejam esses valores. Por exemplo, largura 12 cm e módulo 20 cm, em vez da largura de 15 cm que é mencionada. 2.4 ESCOLHA DA M O D U L A Ç Ã O A SER UTILIZADA À primeira vista pode parecer que o único parâmetro a ser considerado na escolha do módulo horizontal a ser adotado para uma edificação seja seu arranjo arquitetônico. Isso porque se adotado o módulo de 15 cm, por exemplo, as dimensões internas dos ambientes e m planta devem ser múltiplas de 15. Assim, pode-se ter 60 cm, 1,20 m, 2,10 m, etc. No caso da utilização do módulo 20. as dimensões devem ser múltiplas de 20 cm. por exemplo. 60 cm. 1.60 m. 2.80 m. etc. Dessa forma o módulo a ser adotado seria aquele que ocasionasse menores alterações e m uma arquitetura previamente concebida ou que propiciasse a concepção de um partido arquitetônico interessante. Realmente, a arquitetura é um ponto muito importante na definição do módulo a ser adotado. Entretanto, o principal parâmetro a ser considerado para a definição da distância modular horizontal de uma edificação em alvenaria é a largura do bloco a ser adotado. Isso porque o ideal é que o módulo longitudinal dos blocos a serem utilizados seja igual à largura a ser adotada. Dessa forma pode-se prescindir da utilização de blocos especiais e evitar uma série de problemas muito comuns, e m especial na ligação de duas paredes, tanto em canto quanto em bordas. Assim sendo, o projetista, antes de sugerir o módulo a ser adotado, deve avaliar o edifício e verificar se a largura conveniente será 15 c m ou 20 cm, ou eventualmente u m outro valor. Somente após esse procedimento é que deve ser discutida a modulação a ser adotada. Todavia, nem sempre é possível definir o módulo apenas seguindo esse procedimento recomendado. Pode ocorrer de não se conseguir u m fornecedor para a modulação mais adequada. O fornecedor dos blocos necessita estar a uma distância relativamente pequena da obra, de forma que se viabilize economicamente o empreendimento. Distâncias muito grandes, normalmente acima de 200 km, tornam o frete proibitivo, na prática a sua utilização. Além disso, o ideal é que existam pelo menos dois fornecedores potencialmente viáveis para uma determinada edificação, a menos que os blocos estejam sendo produzidos no próprio canteiro de obras. A dependência de apenas um fornecedor externo pode representar um perigo significativo quanto a eventuais interrupções no fornecimento ou aumentos abusivos de preços. J á quanto à modulação vertical, a situação é normalmente bem mais simples. Trata-se apenas de ajustar a distância de piso a teto para que seja um múltiplo do módulo vertical a ser adotado, normalmente 20 cm. Esse procedimento usualmente não traz problemas significativos para a compatibilização com o projeto arquitetônico. Além disso, o módulo horizontal adotado e a largura dos blocos t a m b é m não influem na escolha do módulo vertical. Por fim, alguns outros recursos que p o d e m ser adotados, como a utilização de blocos compensadores ou jota adequados, podem fazer c o m que a distância a ser modulada seja de piso a piso, dando uma flexibilidade ainda maior ao pé-direito da edificação. Detalhes mais específicos serão analisados e m item subseqüente. 2.5 MODULAÇÃO HORIZONTAL - PRINCIPAIS DETALHES O primeiro conceito a ser aqui abordado é o das dimensões reais. Q u a n d o se adota u m determinado módulo, aqui chamado de M, esse módulo refere-se ao comprimento real do bloco mais a espessura de uma junta, aqui chamada de J. Portanto, conforme se apresenta na figura 2.4, o comprimento real de um hloco inteiro será 2M - J e o comprimento real de um meio bloco será M - J. Considerando-se as juntas mais comuns, que são de 1 cm, tem-se que os comprimentos reais dos principais blocos serão seus comprimentos nominais (15, 20, 30, 35, 45 cm, etc.) diminuídos de 1 cm (14, 19, 29, 34, 44 cm, etc.). Entretanto, não são tão raros blocos preparados para juntas de 0,5 cm, principalmente nas famílias de módulo 15 cm. Nesse caso os comprimentos reais seriam de 14,5 cm, 29,5 c m e 44,5 cm. Então, as dimensões reais de uma edificação entre faces dos blocos, ou seja, sem se considerar os revestimentos, serão sempre determinadas pelo número de módulos e juntas que se fizerem presentes no intervalo. Dependendo do caso pode-se ter (n ©o M), (n ©© M - J) ou (n <*> M + J). A figura 2.5 ilustra alguns casos típicos. Outro ponto interessante apresentado na figura 2.5 é o fato de os blocos que vão colocados e m cantos e bordas vizinhos estarem "paralelos" ou "perpendiculares", sendo essas definições tomadas em relação a eixos segundo o comprimento das peças. 2M M / J 2M-J J M-J Figura 2.4 - Dimensões reais e dimensões nominais. M M CO 6M + J 7M + J • • • • ! : • • | D D | D D B B 8M-J (A) (B) 9M-J Figura 2.5 - Dimensões reais entre faces de blocos. Quando a dimensão entre blocos de canto ou borda vizinhos é um número par vezes o módulo, os blocos se apresentarão paralelos (Fig 2.5A). Em caso contrário, se a dimensão for um número ímpar vezes o módulo, os blocos estarão perpendiculares (Fig 2.5B). Somente c o m esses conceitos simples apresentados já é possível definir uma das fiadas, por exemplo, a primeira. As demais fiadas devem levar e m conta a preocupação de se evitar ao máximo as juntas a prumo. Portanto, as fiadas subseqüentes são definidas de modo a se produzir a melhor concatenação possível entre os blocos. Isso significa defasar as juntas de uma distância M, obtendo-se a situação mostrada na figura 2.6. Ressalta-se que os blocos de canto estão hachurados apenas para se destacar o seu posicionamento. |DD|Da|DD|aD|gg|DnKO Fiada 2 • •|DD|DD|DD|DD|DD|DDj Fiada 1 Elevação Figura 2.6 - Fiadas 1 e 2 e elevação de uma parede sem juntas a prumo. C o m os conceitos apresentados, a modulação horizontal estará praticamente resolvida na maior extensão das paredes. Apenas podem ocorrer alguns problemas adicionais e m cantos e bordas, especialmente quando o módulo adotado não for o m e s m o valor da largura. Para deixar b e m claros esses detalhes a serem utilizados é que se apresentam no próximo item soluções recomendadas para esses casos. 2.6 SOLUÇOES RECOMENDADAS PARA CANTOS E BORDAS Neste item, procurar-se-á destacar os blocos vazados de concreto, os mais utilizados no Brasil, e que por serem vazados exigem maiores cuidados na disposição a ser adotada e m cantos e bordas. Entretanto, as disposições aqui adotadas podem ser adaptadas c o m facilidade para outros tipos de blocos, inclusive cerâmicos e não-vazados. 2 . 6 . 1 MÓDULO E LARGURA IGUAIS Neste i t e m s e r ã o a p r e s e n t a d o s d e t a l h e s para c a n t o e b o r d a s q u a n d o o m ó d u l o a d o t a d o é igual à largura d o bloco. Esse valor p o d e ser de 1 2 , 1 5 o u m e s m o 2 0 cm. O s detalhes s e r ã o os m e s m o s para q u a l q u e r caso. Entretanto, é importante m e n c i o n a r q u e na g r a n d e maioria das edificações residenciais a largura d e bloco ideal a ser a d o t a d a é de 15 cm. N e s s e caso, o módulo ideal t a m b é m será o de 15 cm. Q u a n d o for possível adotá-lo, os d e t a l h e s de c a n t o s e bordas são muito simples, e m especial q u a n d o se puder utilizar o bloco de três módulos nas bordas. Para maior clareza, apresentam-se nas figuras 2.7 a 2.9 os esquemas de fiadas para esses encontros. É interessante salientar que para os cantos, sempre, e para as bordas, quando se dispõe de um bloco especial de três módulos, são necessárias apenas duas fiadas para esclarecer completamente o detalhe. Já para as bordas executadas s e m a utilização do bloco de três módulos, serão necessárias quatro fiadas para que o detalhe seja completo. Nesse caso, após três fiadas c o m juntas a prumo é que ocorrerá uma fiada c o m junta defasada. Figura 2.7 - Canto com modulação e largura iguais. Figura 2.8 - Borda com modulação e largura iguais, com bloco especial de três módulos. Figura 2.9 - Borda com modulação e largura iguais, sem bloco especial de três módulos. 2 . 6 . 2 LARGURA MENOR QUE o MÓDULO Se o projetista não puder utilizar o módulo e a largura do bloco iguais, será necessário se prever a utilização de blocos especiais para a solução de cantos e bordas. Somente para exemplificar apresenta-se o esquema de fiadas e m u m canto sem a utilização desses blocos especiais. Podese observar que a solução é completamente inadequada, tanto e m relação à continuação das fiadas quanto ao mau posicionamento dos septos. Figura 2.10 - Canto com módulo e largura diferentes, sem bloco especial. Assim, para esses casos, é imprescindível a utilização do bloco especial no qual u m dos furos é especialmente adaptado para a dimensão da largura do bloco, enquanto o outro é um furo c o m as dimensões normais. Por exemplo, para blocos que estejam de acordo c o m a especificação M - 1 5 da NBR 6136, módulo de 2 0 c m c o m largura 15 cm, o bloco especial teria 35 c m de comprimento. Somente c o m a utilização desse tipo de bloco é que se pode realizar corretamente a concatenação de blocos entre as diversas fiadas, conforme se mostra na figura 2.11. F i g u r a 2.11 - Canlo com módulo e largura diferentes, com bloco especial. Também a modulação de uma borda pode ser resolvida com o mencionado bloco especial, de acordo com o esquema apresentado na figura 2.12. Outra possibilidade é a utilização de um bloco especial de três furos, raramente encontrado no mercado. Esse bloco teria de apresentar os furos das extremidades com as dimensões normais e o furo do meio c o m a dimensão adaptada à largura das unidades. Assim, além de não ser c o m u m a sua produção, esse bloco normalmente apresentaria dificuldades de instalação, pois seria muito pesado. Por exemplo, no caso dos blocos seguindo a especificação M-15 da NBR 6136, ele teria 55 c m de comprimento. Entretanto, o esquema de fiadas da borda pode ser simplificado com a sua utilização como se observa na figura 2.13. Figura 2.12 - Borda com módulo e largura diferentes, com bloco especial. Figura 2.13 - Borda com módulo e largura diferentes, com bloco especial de três furos. 2.7 MODULAÇÃO VERTICAL - PRINCIPAIS DETALHES C o n f o r m e j á se m e n c i o n o u , a m o d u l a ç ã o v e r t i c a l r a r a m e n t e p r o v o c a m u d a n ç a s significativas no arranjo arquitetônico. Existem basicamente duas formas de se realizar essa modulação. A primeira, apresentada na figura 2.14, é aquela em que a distância modular é aplicada de piso a teto. Assim, paredes de extremidades terminarão com u m bloco J que tem uma das suas laterais c o m uma altura maior que a convencional, de modo a acomodar a altura da laje. Já as paredes internas terão sua última fiada composta por blocos canaleta comuns. Em casos e m que não se pretenda ou não se possa utilizar blocos J, m e s m o nas paredes externas poderão ser utilizados apenas blocos canaleta convencionais, realizando-se a concretagem da laje c o m uma fôrma auxiliar convenientemente posicionada (Fig. 2.15). Figura 2.14 - Modulação de piso a teto. Figura 2.15 - Parede externa sem bloco J. A s e g u n d a possibilidade d e m o d u l a ç ã o vertical que pode ser utilizada é a aplicação da distância modular d e piso a piso. N e s s e caso, a p r e s e n t a d o na figura 2.16, a última fiada das paredes externas s e r á f o r m a d a por blocos J c o m u m a das suas laterais c o m altura menor que a convencional, de f o r m a a t a m b é m propiciar a a c o m o d a ç ã o d a espessura d a laje. Já as p a r e d e s internas apresentarão, e m s u a última fiada, blocos c o m p e n s a d o r e s , para permitir o ajuste da distância de piso a teto que não estará m o d u l a d a . Este p r o c e d i m e n t o p o d e ser i n t e r e s s a n t e q u a n d o o fabricante d e b l o c o s n ã o p u d e r fornecer b l o c o s J e n ã o se d e s e j a r fazer a c o n c r e t a g e m utilizando-se f ô r m a s auxiliares. O c o r r e q u e o s blocos c a n a l e t a c o m u n s p o d e r ã o ser c o r t a d o s no canteiro, por m e i o de u m a f e r r a m e n t a a d e q u a d a , p e r m i t i n d o q u e os b l o c o s J e o s c o m p e n s a d o r e s p o s s a m ser o b t i d o s c o m relativa facilidade. £F= E^ZHzZT^ —I 2 Z^vEZL^ Figura 2.16 - Modulação de piso a piso. 2.8 CONCLUSÃO No presente capítulo foram apresentadas as características geométricas da utilização da alvenaria, tendo sido discutidos os aspectos relativos às suas modulações horizontal e vertical. Foi mostrada a importância da modulação para a obtenção de economia e racionalidade na edificação e m alvenaria. Foram a p r e s e n t a d a s t a m b é m as d i m e n s õ e s usuais das unidades encontradas no mercado brasileiro, apontando-se para uma relativa vantagem daquelas e m que o módulo longitudinal é igual à largura nominal da unidade. São feitas algumas recomendações para amarração de paredes e m cantos e bordas, sempre c o m o objetivo de evitar-se a presença de junta a prumo, c o m benefícios na interação de paredes e na redução de potenciais fissuras. Por fim são discutidas as opções para a modulação vertical, com destaque para a escolha de pésdireitos a s e r e m praticados, e a eventual n e c e s s i d a d e de a d o ç ã o de um maior n ú m e r o de componentes na família de unidades escolhida. 3 A n á l i s e E s t r u t u r a l para Cargas V e r t i c a i s 3.1 PRINCIPAIS SISTEMAS ESTRUTURAIS A concepção da estrutura consiste e m se determinar, a partir de uma planta básica, quais as paredes que serão consideradas estruturais ou não-estruturais, no presente caso, e m relação às cargas verticais. Alguns fatores podem condicionar esta escolha: utilização da edificação, simetria da estrutura, etc. Esse conjunto de elementos portantes é denominado sistema estrutural. Apenas c o m objetivos didáticos, os sistemas estruturais podem ser classificados e m alguns tipos notáveis. Segundo Hendry (1981), que criou uma classificação que se pode considerar clássica, os sistemas estruturais podem ser nomeados de acordo com a disposição das paredes estruturais nos tipos apresentados nos itens que se seguem. 3 . 1 . 1 PAREDES TRANSVERSAIS Utilizável e m edifícios de planta retangular e alongada. As paredes externas, na direção do maior comprimento, são não estruturais, de forma a permitir a colocação de grandes caixilhos. As lajes são armadas em uma direção, de forma a apoiarem-se sobre as paredes estruturais. Algumas aplicações principais p o d e m ser mencionadas: hotéis, hospitais, escolas, etc. 3 . 1 . 2 PAREDES CELULARES Sistema adequado a edificações de plantas mais gerais. Todas as paredes são estruturais. As lajes podem ser armadas e m duas direções, pois há a possibilidade de apoiarem-se e m todo seu contorno. Suas aplicações principais são e m edifícios residenciais e m geral. Por conferir uma maior rigidez ao conjunto, o sistema de paredes celulares é bastante interessante de ser utilizado, sempre que possível. 3 . 1 . 3 SISTEMA COMPLEXO Trata-se da utilização simultânea dos tipos anteriores, normalmente e m regiões diferentes da planta da edificação. Interessante para edificações onde se necessita de alguns painéis externos não estruturais, sendo, entretanto, possível manter-se uma região interna mais rígida, c o m todas as paredes c o m função estrutural. 1 \ I : : : : : : : Figura 3.1 - Sistema estrutural em paredes transversais. + + J Jti Figura 3.2 - Sistema estrutural em paredes celulares. - 1 r = (U, Figura 3.3 - Sistema estrutural complexo. 3.2 CARREGAMENTO VERTICAL As cargas a serem consideradas e m uma edificação dependem d o tipo e da utilização desse edifício. Por exemplo, e m u m edifício industrial pode ser necessária a consideração de cargas provenientes de pontes rolantes. Neste trabalho, entretanto, as a t e n ç õ e s principais estão voltadas para edificações residenciais. E para os edifícios residenciais e m alvenaria estrutural as principais cargas a serem consideradas nas paredes são: a) ações das lajes; b) peso próprio das paredes. O s valores mínimos a s e r e m adotados para os c a r r e g a m e n t o s p o d e m ser obtidos consultando-se a NBR 6120 - Cargas para o Cálculo de Estruturas de Edificações 1 . 3 . 2 . 1 CARGAS PROVENIENTES DAS LAJES As principais cargas atuantes nas lajes de edifícios residenciais podem ser divididas e m ' Associação Brasileira de Normas Técnicas (1980). dois grandes grupos: cargas permanentes e cargas variáveis. As principais cargas permanentes normalmente atuantes são: a) peso próprio; b) contrapiso; c) revestimento ou piso; d) paredes não-estruturais. J á as cargas variáveis são cobertas pela sobrecarga de utilização, que para os edifícios residenciais variam de 1,5 a 2,0 kN/m 2 . As lajes descarregam todas essas cargas sobre as paredes estruturais que lhe servem de apoio. Para o cálculo dessas ações, dois casos podem ser destacados: a) lajes armadas e m uma direção; b) lajes armadas e m duas direções. Para os casos de lajes pré-moldadas ou armadas e m uma direção, deve-se considerar simplesmente a região de influência de cada apoio, ou seja. os lados perpendiculares à direção da armadura. Nesse caso pode-se imaginar a existência de uma linha, paralela aos apoios, que delimita as regiões de influência. Considerando-se u m vão L, essa linha pode ser tomada nas seguintes posições: a) 0,5 L entre dois apoios do m e s m o tipo; b) 0,38 L do lado simplesmente apoiado e 0,62 L do lado engastado; c) 1,0 L do lado engastado quando a outra borda for livre. Já no caso de ações de lajes maciças, armadas e m duas direções, pode-se utilizar o procedimento das linhas de ruptura, recomendado pela NBR 6118 - Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado 2 . 3 . 2 . 2 PESO PRÓPRIO DAS PAREDES Para considerar o peso próprio das paredes, basta utilizar a expressão: p =Yeh 2 Associação Brasileira de Normas Técnicas (1978). Em que, p: peso da alvenaria (por unidade de comprimento) y : peso específico da alvenaria e: espessura da parede (bloco + revestimento) h: altura da parede (não esquecer eventuais aberturas) Quanto ao valor de y, o parâmetro mais importante da expressão, devem ser consideradas as condições específicas da alvenaria utilizada. Para os principais tipos presentes e m edifícios residenciais, pode-se m o n t a r a tabela 3.1. Tabela 3.1 - Principais pesos específicos para alvenaria. Tipo de alvenaria Peso específico kN/m3 Blocos vazados de concreto 14 Blocos vazados de concreto preenchidos com graute 24 Blocos cerâmicos 12 3.3 INTERAÇÃO DE PAREDES Numa parede de alvenaria, quando se coloca u m carregamento localizado sobre apenas uma parte de seu comprimento, tende a haver um espalhamento dessa carga ao longo de sua altura. A NBR 10837 - Cálculo de Estruturas de Alvenaria de Blocos Vazados de Concreto 3 prescreve que esse espalhamento deve-se dar segundo um ângulo de 45 9 . Se esse espalhamento pode ser observado e m paredes planas, é de se supor que também possa ocorrer e m cantos e bordas, especialmente quando a amarração é realizada intercalando-se blocos numa e noutra direção, ou seja. sem a existência de juntas a prumo. Isso se dá porque um canto assim executado guarda muita semelhança c o m a própria parede plana, devendo ser, portanto, o seu comportamento t a m b é m semelhante (Fig. 3.4). É claro que somente haverá espalhamento da carga através de u m canto se nesse ponto puderem se desenvolver forças de interação (Fig. 3.5). Se essas forças não estiverem presentes por um motivo qualquer, como a existência de uma junta a prumo no local, evidentemente o espalhamento t a m b é m não se verificará. E não ocorrendo o espalhamento não ocorrerá a uniformização das cargas que atuam sobre essas paredes. Outro ponto e m que se pode discutir a existência ou não de forças de interação são as aberturas. Usualmente, considera-se que a existência de uma abertura t a m b é m represente u m 3 Associação Brasileira de Normas Técnicas (1989). limite entre paredes, ou seja, a abertura caracteriza a interrupção do elemento. Assim sendo uma parede c o m aberturas normalmente é considerada como uma seqüência de paredes independentes. Entretanto, também nesse caso, costuma haver forças de interação entre esses diferentes elementos e, portanto, haverá espalhamento e uniformização de cargas (Fig. 3.6). Não se pode esquecer que e m casos usuais de janelas ainda se tem aproximadamente 2/3 do pé-direito preenchido com material, sendo que essa altura se reduz a aproximadamente 1/3 no caso de portas. Figura 3.4 - Espalhamento do carregamento em paredes planas e em "L". Figura 3.5 - Interação de paredes em um canto. m I I I I Figura 3.6 - Interação de paredes em região de janela. Dessa forma, é importante deixar bem claro que o procedimento de distribuição de cargas verticais somente pode ser definido após uma clara avaliação desses níveis de interação entre paredes, de modo a não se violar condições reais de trabalho da estrutura. Se for possível a ocorrência de forças de interação relativamente grandes, isso significará um espalhamento do carregamento e, portanto, uma uniformização das cargas entre essas paredes. Em caso contrário, o espalhamento e a uniformização do carregamento podem se dar em níveis muito baixos. 3.4 IMPORTÂNCIA DA UNIFORMIZAÇÃO DAS CARGAS Normalmente, as cargas verticais que atuam sobre as paredes, num determinado nível da edificação, apresentam valores que podem ser muito diferentes. Por exemplo, as paredes internas tendem a receber carregamentos bem maiores que as paredes externas. Mesmo assim, não é recomendável que. para um determinado pavimento, sejam utilizadas resistências diferentes para os blocos. Seria muito perigoso uma troca de resistências, fazendo com que uma parede que necessitasse de um bloco mais resistente acabasse sendo construída com um menos resistente e vice-versa. Isso porque os blocos normalmente não possuem nenhuma indicação explícita dessa resistência, podendo ser facilmente confundidos. Desse modo, a parede mais carregada acaba definindo a resistência dos blocos a serem utilizados em todas as paredes do pavimento. É claro que podem ser previstos pontos grauteados, o que aumenta a resistência da parede mantendo-se a resistência do bloco. Entretanto, o grauteamento não é uma solução para ser utilizada de modo extensivo, devido ao custo e às dificuldades de execução. Portanto, pode-se concluir que quanto maior a uniformização das cargas verticais ao longo da altura da edificação, maiores os benefícios para a economia, pois haverá uma tendência a uma redução das resistências dos blocos a serem especificados. Por outro lado, se a suposta uniformização não ocorrer na prática, pode-se ter uma redução significativa da segurança da edificação. Logo, o projetista deve ter em mente esses parâmetros para considerar a distribuição dos carregamentos verticais, de modo a não onerar em excesso o custo da obra e não comprometer a segurança da estrutura. É bastante claro que, em maior ou menor grau, sempre ocorrerá uma uniformização dos carregamentos ao longo da altura da edificação. Entretanto, quantificar essa uniformização é o ponto relevante da questão. 3.5 INFLUÊNCIA DO PROCESSO CONSTRUTIVO Quando se fala de distribuição de cargas verticais entre as diversas paredes de um pavimento, deve-se levar em consideração que o processo executivo é uma variável de grande importância. Pode-se citar algumas das providências construtivas que mais contribuem para a existência de forças de interação elevadas e portanto uma maior uniformização das cargas verticais, em caso de cantos e bordas: a) amarração das paredes em cantos e bordas sem juntas a prumo; b) existência de cintas sob a laje do pavimento e à meia altura; c) pavimento em laje maciça. A primeira característica apresentada é a mais importante. Quando se utiliza qualquer procedimento de amarração que não seja a colocação dos blocos de forma a se evitar a formação de juntas a prumo, o desenvolvimento de forças de interação, o espalhamento das cargas e logicamente a uniformização desse carregamento, torna-se um procedimento duvidoso. Resultados de pesquisas recentes realizadas no Laboratório de Estruturas do SET-EESCUSP, ainda a serem publicados, indicam que grapas, corretamente colocadas em cantos e bordas com o auxílio de furos grauteados, podem atuar de forma bastante eficiente. Os resultados são realmente muito animadores, podendo-se admitir um comportamento muito próximo daquele que se obteria com a amarração entre as paredes sem juntas a prumo. Entretanto, tendo sido esses resultados obtidos para paredes construídas em escala 1:3, é necessário que se confirmem esses valores através de ensaios em escala real para que possam ser utilizados com segurança. Já alguns outros esquemas de armaduras que muitas vezes são colocadas nos cantos e bordas, como telas ou barras de pequeno diâmetro envolvidos pela argamassa de juntas horizontais, realmente não tem a condição de garantir com segurança a transmissão de forças significativas nos encontros de paredes. Também podem contribuir para uma uniformização das cargas em cantos e bordas as outras providências mencionadas, se bem que num nível de menor importância. Cintas sob a laje e à meia altura e pavimentos em laje maciça trabalham a favor da uniformização pois tendem a aumentar as forças de interação. Entretanto, é difícil quantificar essa influência benéfica, especialmente se for considerada a grande variabilidade dessas providências. Cintas podem ser executadas com diversas alturas e armadas com barras de diversos diâmetros. Lajes também podem apresentar espessuras diferentes e diversos esquemas de armação. Quanto às aberturas, os detalhes construtivos que mais colaboram no sentido do aumento das forças de interação e portanto da uniformização são: a) existência de vergas; b) existência de contra-vergas. Evidentemente, essas vergas e contra-vergas devem ser previstas com uma penetração apropriada nas paredes a que se ligam. Quanto maiores forem essas penetrações melhores condições de desenvolvimento de forças de interação serão criadas. 3.6 PROCEDIMENTOS DE DISTRIBUIÇÃO Para auxiliar a definição da distribuição de cargas verticais, pode-se apresentar alguns dos procedimentos mais indicados. Cada um tem suas vantagens, desvantagens e aplicações apropriadas, o que se tentará destacar nos itens específicos. 3 . 6 . 1 PAREDES ISOLADAS Neste procedimento trata-se de considerar cada parede como um elemento independente, não interagindo com os demais elementos da estrutura. É um procedimento simples e rápido. Para encontrar a carga numa parede, num determinado nível, basta somar todas as cargas atuantes nessa parede nos pavimentos que estão acima do nível considerado. A l é m de simples é t a m b é m muito seguro para as paredes, pois na ausência da uniformização das cargas as resistências prescritas para os blocos resultarão sempre mais elevadas que se a uniformização fosse considerada. O ponto negativo é obviamente a economia, que sai penalizada, pois blocos mais resistentes são também blocos mais caros. Além disso, considerar as paredes completamente isoladas não é verossímil, para a maioria das edificações, pelas razões anteriormente citadas. Isso pode causar uma estimativa errada das ações sobre estruturas complementares, como pavimentos de pilotis e fundações em concreto armado. A recomendação que se pode fazer é que este procedimento de se considerar as paredes isoladas seja utilizado para edificações de altura relativamente pequena, onde os seus efeitos negativos são menos perceptíveis. 3 . 6 . 2 GRUPOS ISOLADOS DE PAREDES Um grupo é um conjunto de paredes que são supostas totalmente solidárias. Geralmente, os limites dos grupos são as aberturas, portas e janelas, conforme se mostra como exemplo na figura 3.7. Neste procedimento consideram-se as cargas totalmente uniformizadas em cada grupo de paredes considerado. Isso significa que as forças de interação em canto e bordas são consideradas suficientes para garantir um espalhamento e uma uniformização total em uma pequena altura. Por outro lado, desconsideram-se as forças de interação nas aberturas, limites dos grupos. Dessa forma, cada grupo definido trabalhará isolado dos demais. É um procedimento bem aceito na literatura internacional. Sutherland (1968) propõe que se divida a laje em triângulos e trapézios e que essas áreas de contribuição sejam levadas a grupos de paredes que estariam trabalhando solidárias. Esse é, e m suma, o procedimento aqui recomendado. Os triângulos e trapézios mencionados nada mais são do que as regiões formadas por linhas de ruptura das lajes de concreto. E as evidências de uniformização do carregamento vertical dentro dos grupos foram levantadas por Stockbridge 4 apuei Hendry (1981) que mediu deformações em paredes na base de um edifício de cinco pavimentos enquanto este era construído. Essas m e d i d a s e v i d e n c i a r a m q u e as cargas a c a b a v a m se uniformizando à m e d i d a q u e os pavimentos eram acrescentados à edificação. PI P3 TEZ: EZZZZZZZZZZZZZ2 G2 G1 G3 P5 P6 Figura 3.7 - Exemplo de grupos de paredes definidos pelas aberturas existentes. Também é u m procedimento simples de ser implementado, se b e m que implique um trabalho um pouco maior do que para o procedimento de paredes isoladas. Basta que todas as cargas a s e r e m aplicadas e m qualquer parede de u m determinado grupo sejam s o m a d a s e posteriormente distribuídas pelo comprimento total dessas paredes do grupo. Encontrada a carga para o grupo correspondente a um pavimento, basta multiplicar pelo número de pavimentos que se encontram acima do nível que se pretende verificar. Usualmente, t a m b é m é u m procedimento seguro, em especial quando as aberturas são consideradas como o limite entre os grupos. Entretanto, como essa definição pode basear-se c m outros parâmetros, o procedimento pode apresentar distorções, dependendo de quais paredes serão consideradas como pertencentes a tal ou qual grupo. Considera-se ainda que produza reações adequadas para eventuais estruturas de apoio, o que é u m detalhe bastante importante a ser considerado. Quanto à economia, sempre se admitindo uma escolha tecnicamente correta dos grupos a serem considerados, é u m procedimento bastante racional e que normalmente resulta e m 4 STOCKBRIDGE. J.G. (1967) A Study of High-Rise Load Bearing Brickwork in Britain. M. Arch.Thesis. Univ.of Edinburgh. especificações adequadas de blocos. A redução das resistências necessárias para os blocos costuma ser bastante significativa em relação ao procedimento das paredes isoladas. Pelas suas qualidades, pode-se considerá-lo um procedimento adequado a edificações de qualquer altura. Entretanto, é fundamental que se avalie corretamente a possibilidade de realmente ocorrerem as mencionadas forças de interação em cantos e bordas, condição fundamental para sua correta aplicação. 3 . 6 . 3 GRUPOS DE PAREDES COM INTERAÇÃO Este procedimento é uma extensão do anterior, com uma sofisticação adicional de modo que os próprios grupos de paredes interagem entre si. Portanto, a diferença entre este procedimento e o anterior, que apenas considerava a interação em canto e bordas, é a existência de forças de interação também sobre as aberturas. Claro que essa interação não pode se limitar a uma uniformização total do carregamento, pois isso eqüivaleria a encontrar a carga vertical total de um pavimento e dividi-la pelo comprimento total das paredes, obtendo uma carga média igual para todos os elementos. Na verdade é conveniente que seja definida uma taxa de interação, que representa quanto da diferença de cargas entre grupos que interagem deve ser uniformizada em cada nível. Além disso, é também importante que se possa especificar quais grupos de paredes estão interagindo, de modo que o projetista tenha total controle sobre o processo. É bem mais trabalhoso que os dois procedimentos anteriormente mencionados. Assim, de forma a reduzir a possibilidade da ocorrência de erros, recomenda-se que seja automatizado através de computadores, até mesmo com a utilização de um programa de planilha eletrônica. Uma sugestão interessante para se considerar essa interação através de um algoritmo seguro e relativamente fácil de ser implementado é apresentada em Corrêa & Ramalho (1994a) ou Corrêa & Ramalho (1998b). Resumidamente trata-se de fazer a distribuição através das seguintes equações: d=(q,-qj*(1-t) I q, = qm + d, ...(3.1) Em que. n = número de grupos que estão interagindo q, = carga do grupo i q m = carga média dos grupos que estão interagindo, calculada pela carga total dividida pelo comprimento total d = diferença de carga do grupo em relação à média t = taxa de interação Quanto à segurança do procedimento aqui exposto, é difícil adotar uma posição simplista. 34 Como devem ser definidos os grupos, quais grupos interagem entre si e ainda a taxa de interação adotada, é um procedimento que exige bastante experiência do projetista e resultados experimentais para a sua utilização. Quando bem utilizado é seguro, produzindo inclusive ações adequadas para eventuais estruturas de suporte. A economia é seu grande atrativo. As especificações de resistências de blocos resultantes de sua utilização tendem a ser as menores entre os procedimentos discutidos até aqui. Especialmente quando se tem paredes de pequenas dimensões e isoladas por aberturas, as diferenças costumam ser muito significativas, mesmo em relação ao procedimento de grupos isolados. De forma semelhante ao procedimento que considera os grupos isolados, é adequado a edificações de qualquer altura. Entretanto, aqui também é fundamental que se avalie corretamente a possibilidade de realmente ocorrerem as forças de interação, tanto em cantos e bordas como nas regiões de aberturas. Serão essas, sem dúvida, as condições fundamentais para sua utilização. 3 . 6 . 4 MODELAGEM TRIDIMENSIONAL EM ELEMENTOS FINITOS Trata-se de modelar a estrutura discretizada com elementos de membrana ou chapa, colocando-se os carregamentos ao nível de cada pavimento. Dessa forma a uniformização dar-se-á através da compatibilização dos deslocamentos ao nível de cada nó. É um procedimento muito interessante que, entretanto, apresenta alguns inconvenientes: dificuldades na montagem dos dados e na interpretação dos resultados, além da definição de elementos que possam representar o material alvenaria. No momento, pode-se afirmar que ainda não é viável para projetos usuais. São ainda necessárias pesquisas adicionais, inclusive com o desenvolvimento de elementos especiais para a simulação da alvenaria, para que realmente possa ser utilizada com eficiência e segurança. 3 . 7 E X E M P L O S DE D I S T R I B U I Ç Ã O DE CARGAS VERTICAIS Para deixar clara a utilização dos três primeiros procedimentos discutidos, apresenta-se neste item dois exemplos de aplicação. Através deles pretende-se demonstrar as principais características de cada procedimento, verificando-se assim as suas peculiaridades quanto à dificuldade do implementação e obtenção de resultados. 3 . 7 . 1 EXEMPLO 1 Trata-se de parte de uma edificação, representada pelos três grupos apresentados na figura 3.7. Será admitido que esses três grupos representem o conjunto de paredes do pavimento, o que é bastante razoável para as comparações efetuadas. O objetivo maior é demonstrar os cálculos necessários para a obtenção dos resultados, além da discussão sobre esses valores obtidos. Dados adicionais sobre comprimentos das paredes e cargas atuantes são organizados na tabela 3.2. Ressalta-se que os valores dos carregamentos são representativos de uma situação típica de projeto e, para a comparação pretendida, são adotados oito pavimentos de altura e espessura das paredes igual a 0,14 m. Tabela 3.2 - Comprimentos das paredes e carregamento atuante por pavimento. Parede Comp. (m) Laje (kN/m) P. prop (kN/m) Tot. dist. (kN/m) Total (kN) P1 2,55 8,50 5.50 14,00 35,70 P2 3,60 14,75 5.50 20,25 72,90 P3 0,75 7,50 5.50 13,00 9.75 P4 3,45 8,75 5.50 14,25 49,17 P5 2,25 17.25 5.50 22,75 51,19 P6 0,40 36.00 5.50 41,50 16,60 Utilizando-se o procedimento das paredes isoladas, para o primeiro pavimento, obtêm-se os valores de carga e tensão especificados na tabela 3.3. Pelos resultados obtidos, pode-se concluir que a variação das tensões nas diversas paredes que c o m p õ e m o citado exemplo é bastante grande. A parede P6, a mais solicitada, apresenta uma tensão 3,2 vezes maior que a parede P3, a menos solicitada. Já quanto à resistência necessária de bloco, a última coluna da referida tabela 3.3 apresenta o valor aproximado calculado considerando-se a utilização de blocos vazados de concreto. Pelos valores obtidos verifica-se que m e s m o que se adotasse o grauteamento da parede P6, procedimento altamente recomendável para esse caso, ainda se obteria uma variação bastante significativa da resistência considerando-se apenas as outras paredes. Isso, obviamente, acabaria por penalizar a economia da obra. Tabela 3.3 - Paredes isoladas, primeiro pavimento. Parede P1 5 Carga Dist. (kN/m) Tensão (kN/m1) Tensão (MPa) Res. Bloco 1 (MPa) 112.0 800,0 0.800 5 7 P2 162,0 1157,1 1,157 P3 104,0 742,9 0.743 4,5 P4 114,0 814,3 0.814 5 P5 182,0 1300,0 1.300 8 P6 332,0 2371,4 2.371 15 Os procedimentos para a determinação da resistência de bloco serão discutidos em capítulos posteriores. Agora, considerando-se grupos isolados de paredes (sem interação), obtêm-se, para o mesmo primeiro pavimento, os resultados apresentados na tabela 3.4. Da análise dos resultados obtidos, pode-se perceber que a situação das paredes e m que a distribuição das cargas dependia de forças de interação em canto e bordas, que neste caso são consideradas, fez com que a tensão se aproximasse de 1 MPa para os dois grupos. Portanto, tensões que no caso anterior variavam de 1,30 a 0,74 MPa foram praticamente igualadas. Apenas a parede P6, que se encontra isolada no grupo G3, já que as forças de interação através das aberturas não estão sendo consideradas, ainda apresenta a mesma tensão elevada que apresentava no procedimento anterior. Quanto à resistência a ser especificada para os blocos que comporão as paredes, ao se considerar apenas os grupos 1 e 2, os valores que variavam de 4,5 a 8 MPa passam a 6 MPa. Já a pequena parede isolada P6, que compõe o grupo G3, deve ser considerada grauteada e armada. Isso faz c o m que o bloco de 6 MPa possa ser utilizado e m todo o pavimento, o que representa uma economia significativa. Tabela 3.4 - Grupos de paredes sem interação. Grupo Comp. (m) C. tot. (kN) C. dist. (kN/m) Tensão (MPa) Res. bloco (MPa) G1 6,15 868,8 141,3 1,009 6 G2 6,45 880,9 136,6 0,976 6 G3 0,40 132,8 332,0 2,371 15 Finalmente, pode-se demonstrar a utilização do procedimento de grupos de paredes c o m interação. Nesse caso, adotando-se uma taxa de uniformização da diferença de carga de 50%, obtêm-se os resultados que se encontram organizados na tabela 3.5. Observando-se os resultados da tabela 3.5, verifica-se que para o primeiro pavimento ocorreu u m aumento muito discreto das tensões nos grupos 1 e 2 para uma diminuição bastante acentuada da tensão no grupo 3. Essa é realmente a situação típica a ser encontrada. Como a parede isolada tinha pequena dimensão, e por causa disso apresentava problemas com tensões muito elevadas, a carga transmitida aos demais grupos não é significativa para acrescer as suas tensões, sendo no entanto suficiente para reduzir de forma significativa a própria tensão. Quanto à resistência a ser especificada para os blocos, sempre considerando-os vazados de concreto, verifica-se que o valor para o pavimento como um todo não se modifica, mantendo-se e m 6 MPa. Entretanto, a parede P6 poderá ser simplesmente grauteada, não se necessitando da utilização de armaduras para resistir à nova tensão obtida. Percebe-se q u e , o b v i a m e n t e , os cálculos n e c e s s á r i o s à o b t e n ç ã o dos resultados organizados na tabela 3.5 são muito mais trabalhosos que para os dois procedimentos anteriores. Entretanto, utilizando-se o recurso de uma planilha eletrônica eles podem ser executados de forma confortável e acima de tudo confiável. Portanto, essa maior complexidade não é tão importante na opção por um ou outro procedimento. O aspecto da segurança é, sem dúvida, muito mais significativo. Tabela 3.5 - Grupos de paredes com interação. Pav. C. média (KN/m) Grupo Carga (kN/m) A Carga (kN/m) G1 8 7 6 5 4 3 2 1 18,10 36,20 54,30 72,40 90,50 108,60 126,70 144,80 C. unif. (KN/m) Tensão (kN/m*) Tensáo (MPa) Bloco (MPa) 17,88 127,7 0,128 1 17,66 -0,219 G2 17,08 -0,513 17,58 125,6 0,126 1 G3 41,50 11,700 29,80 212,8 0,213 1 G1 35,33 -0,437 35,76 255,4 0.255 2 G2 34,15 -1,025 35,17 251,2 0.251 2 G3 83,00 23,400 59,60 425,7 0.426 3 G1 52,99 -0,656 53.64 383,1 0.383 2 G2 51,23 -1,538 52,76 376,8 0,377 2 G3 124,50 35,100 89.40 638,5 0,639 4 G1 70,65 -0,874 71,52 510,9 0,511 3 G2 68,30 -2,050 70,35 502,5 0,503 3 G3 166,00 46,800 119,20 851,4 0,851 5 G1 88,32 -1,093 89,40 638,6 0,639 4 G2 85,38 -2,563 87,93 4 207,50 58,500 149,00 628,1 1064,2 0,628 G3 1,064 7 G1 105,98 -1,311 107,28 766,3 0,766 5 G2 102,45 -3,075 105,52 753,7 0,754 5 G3 249,00 70,200 178,80 1277,1 1,277 8 G1 123,64 -1,530 125,17 894,0 0,894 6 G2 119.53 -3,588 123,11 879,3 0,879 5 G3 290.50 81,900 208,60 1490,0 1,490 9 G1 141,30 -1,748 143,05 1021,8 1,022 6 G2 136,60 -4,100 140,70 1005,0 1,005 6 G3 332,00 93,600 238,40 1702,8 1,703 11 3 . 7 . 2 EXEMPLO 2 O s e g u n d o e x e m p l o a ser discutido é u m edifício de a l v e n a r i a estrutural d e nove p a v i m e n t o s , c o m pé-direito de 2 , 7 2 m d e piso a teto, cuja planta e s q u e m á t i c a a p r e s e n t a - s e na figura 3.8. As paredes portantes externas e as que dividem os apartamentos t ê m espessura de 19 cm, sendo as restantes de 14 c m de espessura. Para se limitar esta discussão aos elementos mais importantes, tomar-se-á a região inferior esquerda da edificação, que aparece e m detalhe na figura 3.9. Essa região foi dividida e m paredes e analisada c o m quatro suposições d e níveis de interação entre os elementos componentes: a) paredes isoladas; b) grupos de paredes sem interação; c) grupos de paredes com taxa de uniformização de cargas igual a 50%; d) grupos de paredes com taxa de uniformização de cargas igual a 100%. Figura 3.8 - Planta completa do edifício. P1 i P3 CO Q. i P5 P7 fi K. P9 P11 OJ £ o CL CL CO 51 CO CL P17 P19 P13 0= P15 I Figura 3.9 - Definição de paredes para região inferior esquerda. Convém ressaltar que a interação adotada no item d corresponde a uma uniformização completa das cargas verticais entre todos os grupos, obtendo-se u m único valor de carga média para todas as paredes. O s grupos foram definidos procurando-se reunir paredes de m e s m a espessura, conforme se apresenta na tabela 3.6. Isso foi feito porque a interface entre paredes de espessuras diferentes precisaria ser realizada através de utilização de armaduras, pela inexistência de blocos especiais adequados à c h a m a d a amarração direta. Conforme já se mencionou, esse é um procedimento sobre o qual há algumas dúvidas quanto à sua eficiência para a distribuição das ações verticais. Assim sendo, seria perigoso considerar que as forças de interação nessas interfaces pudessem se desenvolver de forma completa, a menos que se tratasse de paredes muito pequenas, que dificilmente trabalhariam de forma independente. Tabela 3.6 - Grupos e paredes componentes. Grupo Paredes componentes G1 P2 e P17 G2 P6 e P11 G3 P1 e P4 G4 P19 G5 P10 G6 P9 e P18 G7 P8 G8 G9 G10 G11 P5, P7, P12 e P14 P13 e P16 P3 P15 e P20 Quanto aos resultados obtidos para as quatro simulações mencionadas, eles serão apresentados por parede, independentemente delas estarem ou não agrupadas e desses grupos estarem interagindo ou não. Dessa forma poder-se-á comparar com maior facilidade os diversos resultados obtidos. A tabela 3.7 apresenta u m resumo desses resultados, c o m as diversas simulações, sempre para o primeiro pavimento da edificação, que é o mais solicitado. Com os resultados da tabela 3.7, podem-se observar algumas diferenças muito significativas na carga vertical atuante e m algumas paredes quando se considera o procedimento de paredes isoladas e grupos de paredes. Normalmente são paredes de pequeno comprimento que se encontram adjacentes a uma abertura. Podem-se citar, por exemplo, as paredes P4, P5, P6 e P15. Nesse caso, pode-se afirmar que é fundamental a consideração de u m grupo entre essas paredes e as adjacentes, supondo que as forças de interação sejam suficientes para a uniformização das cargas. Se isso não for feito, será praticamente impossível especificar blocos com resistência razoável. Já para as simulações que envolvem grupos de paredes, as diferenças são menos expressivas, e as maiores cargas ocorrem nas paredes que estão isoladas das demais pela existência de aberturas. O caso mais significativo é a parede P3. A redução do carregamento entre o procedimento de grupos s e m interação e c o m interação de 5 0 % é da ordem de 37%. Caso semelhante ocorre c o m uma parede de grande importância, a P20, que apresenta uma redução de 2 1 % na carga vertical atuante. Tabela 3.7 - Resultados obtidos para as cargas nas paredes. Carga (kN/m) Parede Paredes isoladas Grupos sem Interação Grupos com interação de 50% Grupos com interação de 100% P1 103,9 121,3 149,9 153,5 P2 108,9 117,6 149,5 153,5 P3 260,9 260,9 165,4 153,5 P4 300,8 121,3 149,9 153,5 P5 328,5 166,3 154,9 153,5 P6 309,1 149,3 153,1 153,5 P7 158,8 166,3 154,9 153,5 P8 195,2 195,2 158,1 153,5 P9 155,1 146,0 152,7 153,5 P10 129,1 129,1 150,8 153,5 P11 114,8 149,3 153,1 153,5 P12 97,6 166,3 154,9 153,5 P13 193,4 190,4 157,6 153,5 P14 182,5 166,3 154,9 153,5 P15 577,2 201,3 158,8 153,5 P16 184,0 190,4 157,6 153,5 P17 164,3 117,6 149,5 153,5 P18 140,4 146,0 152,7 153,5 P19 148,8 148,8 153,0 153,5 P20 166,6 201,3 158,8 153,5 Somente como comparação pode-se estimar a resistência à compressão necessária para o bloco e m cada caso simulado, sempre para o primeiro pavimento e considerando-se blocos vazados de concreto. Para tanto, serão utilizadas as tensões obtidas para cada parede, realizandose o dimensionamento e tomando-se o maior valor obtido. O s resultados p o d e m ser encontrados na tabela 3.8. Observe-se que não foi considerada a possibilidade de grauteamento das paredes. Tabela 3.8 - Resistências à compressão do bloco (em MPa). Paredes Isoladas Grupos sem interação Grupos com interação de 50% Grupos com interação de 100% 16 8 6 6 Através dos resultados da tabela 3.8, pode-se perceber que o processo utilizado para a distribuição das cargas verticais influencia, de forma muito significativa, a resistência necessária para os blocos a serem utilizados e, por conseqüência, o custo da obra. Entretanto, não se deve deixar de se considerar o aspecto mais importante a ser analisado: a segurança a ser obtida com o procedimento de análise, o que mostra ser fundamental o desenvolvimento de pesquisa que gere informação sobre a interação de paredes. 3.8 VERIFICAÇÃO DE D A N O ACIDENTAL Ações acidentais são aquelas que estão fora do conjunto normalmente considerado para o projeto de um edifício, como ações devidas a explosões e impactos. Essas verificações ganharam importância após um acidente ocorrido em 1968 na Inglaterra. Um edifício de 23 pavimentos, o Ronan Point, sofreu um colapso progressivo após a explosão de um botijão de gás no 181 pavimento. Pela retirada de um de seus painéis portantes, no caso um painel pré-moldado, as lajes que estavam acima do nível acidentado entraram em colapso, levando à ruína todo um canto da edificação. Existem, basicamente, duas maneiras de se prevenir o colapso progressivo: a) evitar a possibilidade de ocorrência do dano acidental; b) admitir a possibilidade de ocorrência do acidente e evitar o colapso progressivo. Evidentemente a primeira opção nem sempre é viável de ser implementada. Claro que em alguns casos podem ser tomadas providências que minimizem a probabilidade de ocorrência do acidente. Por exemplo a construção de obstáculos que evitem o eventual impacto de veículos em paredes do pavimento térreo. Entretanto, a eliminação completa dessas possibilidades seria no mínimo antieconômica. Quanto à segunda opção, trata-se de evitar que o acidente, e a falha local dele advinda, possam se transformarem uma ruína de parte significativa da estrutura pela progressão de colapsos. Nesses casos os projetistas devem estar atentos à identificação dos pontos em que seria mais provável a ocorrência de um acidente e prover a estrutura de alternativas para a transmissão das cargas. Na prática, isso significa retirar uma parede ou um trecho de uma parede e verificar se o acréscimo dos esforços sobre a laje e demais paredes pode ser suportado pela estrutura. É importante ressaltar dois pontos sobre essa questão: os elementos devem ser retirados um de cada vez e os coeficientes de segurança podem ser reduzidos ou mesmo eliminados. Em casos usuais, um pequeno reforço nas armaduras das lajes e a mudança dos detalhes de armadura normalmente empregados são suficientes para evitar o colapso progressivo após um dano acidental. Ocorre que usualmente as armaduras são interrompidas sobre os apoios, no caso as paredes estruturais. Na eventualidade de uma dessas paredes ser destruída, as lajes que concorrem para ela perdem as condições mínimas de continuarem suportando o seu carregamento, provocando, então, a progressão de um colapso que poderia ser apenas localizado. Portanto, é recomendável que para um edifício de alvenaria, as armaduras do pavimento sejam calculadas para resistir à eventualidade desses acidentes e detalhadas com transpasses sobre todas as paredes. A norma brasileira é omissa quanto a essa questão. Entretanto a BS 5628 - Code of Practice for Structural Use of Masonry - Unreinforced Masonry, Part 1 6 , apresenta uma série de prescrições sobre o assunto em seu item 37. Algumas recomendações são gerais, para edifícios de até quatro pavimentos, e outras são mais específicas, para edificações de cinco ou mais pavimentos. Finalmente é importante salientar que o uso de muito bom senso é imprescindível numa questão que trata de ocorrências tão eventuais. 3.9 CONCLUSÃO Neste capítulo foi inicialmente apresentada uma breve classificação dos principais sistemas estruturais para edificações em alvenaria. Foram destacadas as cargas verticais que usualmente devem ser consideradas no seu projeto estrutural. Na seqüência, foram discutidos aspectos relativos à interação de paredes interconectadas submetidas a carregamentos verticais, d e s t a c a n d o - s e a i m p o r t â n c i a da u n i f o r m i z a ç ã o de c a r g a s entre p a r e d e s s u b m e t i d a s a carregamentos desiguais, bem como a importância do processo construtivo na garantia de transmissão de forças entre paredes através de sua interface comum. Foram apresentados alguns procedimentos para a distribuição de cargas verticais: paredes isoladas, grupos isolados de paredes, grupos de paredes com interação e modelagem tridimensional em elementos finitos. O segundo deles é o indicado pelos autores por aliar fatores como economia, segurança e viabilidade prática em uma medida adequada. São incluídos exemplos de distribuição de cargas verticais com aplicação dos três primeiros procedimentos, discutindo-se as suas características principais e implicações nos resultados produzidos. Finalmente são apresentados conceitos básicos relativos à verificação do dano acidental e a importância de se evitar o chamado colapso progressivo. 6 British Standards Institution (1992). A n á l i s e E s t r u t u r a l p a r a Ações H o r i z o n t a i s 4 o "D 4.1 CONCEITOS BÁSICOS RR C O A l g u m a s c o n s i d e r a ç õ e s são f u n d a m e n t a i s para se e n t e n d e r os p r o c e d i m e n t o s d e distribuição das ações horizontais. Inicialmente, vale a pena discutir uma classificação das estruturas de contraventamento apresentada no CEB-FIP Model Code 1990'. Lá se encontram definidas estruturas contraventadas e estruturas de contraventamento. Isso significa que e m um sistema estrutural global existiria u m subsistema de contraventamento e u m subsistema contraventado. Obviamente, essa é uma classificação que tem por objetivo sistematizar o conhecimento sobre o tema e não descrever o funcionamento real da estrutura da edificação e m análise. Na verdade, é impossível separarem-se elementos que contraventam e elementos que são contraventados. O projetista deve ter e m mente que se algum elemento for retirado do sistema de contraventamento, por qualquer razão específica, será impossível informar isso à estrutura, a menos q u e sejam tomadas providências efetivas para seu desligamento. De fato, quando se considera que uma determinada peça não faz parte da estrutura de contraventamento, isso significa que esse elemento deve ter uma participação de pequena importância. Portanto, a sua eliminação não deve provocar alterações significativas nem nos seus esforços nem nos esforços dos elementos vizinhos. Outro ponto interessante é que se supõe que as ações horizontais sejam distribuídas aos painéis de contraventamento pelas lajes dos pavimentos. Para tanto, as lajes são usualmente consideradas como diafragmas rígidos e m seu próprio plano, embora s e m rigidez transversal. Nesse caso, deve-se tomar muito cuidado para que essa suposição seja respeitada quando da definição do processo construtivo da edificação. Lajes pré-moldadas devem ser utilizadas com restrições, e m especial para edifícios acima de cinco ou seis pavimentos, q u a n d o as a ç õ e s horizontais tornam-se mais significativas. Mas, m e s m o abaixo desse limite, seria interessante se utilizar lajes pré-moldadas c o m capa de concreto moldado in loco, onde armaduras podem ser adicionadas e m duas direções ortogonais. Somente deste modo se pode admitir que haverá u m razoável travamento dos painéis que fazem parte d a estrutura de contraventamento. E m todo caso, lajes moldadas in loco são mais adequadas quando existe a necessidade de se considerar a existência de um diafragma. Por fim, deve-se mencionar outro detalhe importante. Trata-se da simetria da estrutura de contraventamento. Sempre que possível, assimetrias significativas devem ser evitadas. Q u a n d o a ação se dá segundo u m eixo de simetria da estrutura, as lajes apresentam apenas translações nessa direção. Entretanto, e m caso de ações que atuem segundo direções e m que essa simetria não se faça presente, além da mencionada translação ocorrem rotações nos pavimentos. Esses 1 Comitê Euro-lnternacional Du Béton (1991). movimentos de corpo rígido são exemplificados esquematicamente pela figura 4.1. O fato é que assimetrias acentuadas, além de tornarem a distribuição das ações muito mais complicada ao nível do projeto, são inconvenientes para o próprio funcionamento da estrutura, gerando maiores tensões nas lajes e m si, e m seu comportamento de membrana. t í Figura 4.1 - Ação horizontal em contraventamento simétrico e não-simétrico. 4.2 AÇÕES H O R I Z O N T A I S A SEREM CONSIDERADAS No Brasil, as ações horizontais que devem ser consideradas são a ação dos ventos e o desaprumo. Eventualmente podem ocorrer empuxos desequilibrados do solo. Em caso de áreas sujeitas a abalos sísmicos, a sua consideração também é indispensável. 4 . 2 . 1 AÇÃO DOS VENTOS Considera-se que o vento atua sobre as paredes que são normais à sua direção. Estas passam a ação às lajes dos pavimentos, consideradas como diafragmas rígidos, que as distribuem aos painéis de contraventamento, de acordo com a rigidez de cada um. Esse esquema é mostrado pela figura 4.2. Figura 4.2 - Atuação do vento e distribuição para os painéis de contraventamento. Para consideração da ação do vento, deve-se utilizar a NBR 6123 - Forças Devidas ao Vento e m E d i f i c a ç õ e s 2 . D e s s a f o r m a , o b t ê m - s e forças, a o nível de c a d a p a v i m e n t o , que posteriormente serão distribuídas pelos painéis de contraventamento segundo os procedimentos mostrados e m itens subseqüentes. 4.2.2 DESAPRUMO Sugere-se que o desaprumo seja considerado tomando-se por base a norma alemã DIN 1053 - Alvenaria: Cálculo e Execução 3 . Sua prescrição para esse caso é bastante razoável, sendo o ângulo para o desaprumo do eixo da estrutura tomado em função da altura da edificação, conforme o que se apresenta na equação 4.1. Figura 4.3 - Ação horizontal equivalente para consideração do desaprumo. 4 . 2 . 3 SISMOS
A ação de sismos pode t a m b é m ser considerada através da ação de forças horizontais equivalentes. Para a definição dessas forças deve-se consultar normas específicas, que sejam válidas para o local onde será construída a edificação. 4 . 3 C O N S I D E R A Ç Ã O DE A B A S EM P A I N É I S DE C O N T R A V E N T A M E N T O Para a correta consideração da rigidez dos painéis de contraventamento é recomendável que se leve e m conta a contribuição das abas ou flanges, que são trechos de paredes transversais ligados ao painel. Esses trechos podem ser considerados como solidários aos painéis, alterando de forma significativa a sua rigidez, especialmente o momento de inércia relativo à flexão. A figura 4.4 mostra, para duas situações típicas, como o painel seria ampliado pela consideração das abas.
Figura 4.4 - Consideração de abas em painéis de contraventamento.
Todos os procedimentos para distribuir as ações horizontais mostrados a seguir podem ser executados com ou sem a consideração das abas. Entretanto, apesar de um pouco mais trabalhosa, essa consideração é bastante interessante. Duas vantagens podem ser destacadas. A primeira diz respeito a uma maior acuidade na determinação da rigidez de cada painel que participa da estrutura de contraventamento. Como os quinhões de carga são distribuídos em função dessas rigidezes, a ausência das abas pode influir negativamente na distribuição das ações, fazendo com que alguns painéis tenham sua rigidez subestimada ou superestimada, causando uma distribuição incorreta dessas ações. Além disso, as abas em geral dobram as inércias dos painéis e, portanto, praticamente dividem por dois as tensões a serem obtidas da análise. Dessa forma, evita-se que apareçam tensões elevadas, inclusive trações, que podem inviabilizar uma estrutura. Essa vantagem é especialmente importante quando se trata da distribuição com a consideração de paredes isoladas, conforme se verá nos resultados apresentados para os exemplos de edifícios que são discutidos no final deste capítulo. As recomendações normalizadas para a consideração dos comprimentos efetivos das abas serão apresentadas posteriormente, junto a outros aspectos relativos às características geométricas dos elementos. Entretanto, é muito importante que se esteja atento à possibilidade de se desenvolverem forças de interação entre a parede e as abas que eventualmente sejam consideradas. Se essas forças não puderem se desenvolver, pela existência de uma junta a prumo, por exemplo, a consideração da aba ou das abas será injustificável. Nesse aspecto o ACI530 - Building Code Requirements for Masonry Structures 4 é bastante explícito, citando situações em que essa consideração pode ser feita. Uma delas é quando não existem juntas a prumo na ligação das abas com a parede. A outra, na eventualidade da existência de juntas a prumo, é quando são tomadas providências adicionais para garantir a existência de forças de interação: utilização de conectores metálicos ou cintas convenientemente armadas e pouco espaçadas para ligar as fiadas. 4.4 DISTRIBUIÇÃO
DE AÇÕES PARA C O N T R A V E N T A M E N T O S
SIMÉTRICOS
No caso de contraventamentos simétricos em relação à direção em que atua o vento que se deseja analisar, haverá apenas translação dos pavimentos. Nesse caso todas as paredes, em um determinado nível, apresentarão deslocamentos iguais. Isso facilita significativamente a distribuição das ações pelos diversos painéis de contraventamento, conforme ficará claro pelos procedimentos descritos a seguir. 4 . 4 . 1 PAREDES ISOLADAS
Nesse caso, supõe-se que a existência de uma abertura separe as paredes adjacentes a essa abertura, transformando-as em elementos isolados, verdadeiras vigas engastadas na * American Concrete Institute (1992).
extremidade inferior e livres na outra. Entre elas existirá apenas a necessidade de que os deslocamentos horizontais sejam os mesmos ao nível de cada pavimento, devido à existência das lajes de concreto e consideradas como diafragmas rígidos. Considerar paredes de forma isolada é um procedimento de distribuição de ações horizontais que pode ser muito simples e eficiente. Sobretudo em casos de ações que atuem segundo eixos de simetria da estrutura, basta que seja feita a compatibilização dos deslocamentos dos diversos painéis para que se possa encontrar o quinhão de carga correspondente a cada um. Inicialmente deve-se lembrar que cada painel assume um quinhão de carga proporcional à sua rigidez, ou, para painéis de rigidez constante ao longo da altura, simplesmente proporcional ao seu momento de inércia. Dessa forma, pode-se definir a soma de todas as inércias, o que é apresentado na equação 4.3.
S I = 11 + I2 + I3 + ... + L
...(4.3)
Depois, a rigidez relativa de cada painel será simplesmente: R = I7XI
...(4.4)
A ação em cada painel pode ser obtida simplesmente multiplicando-se a ação total em um determinado pavimento, F(ot, pelo valor R , ou seja:
...(4.5) Encontradas as ações ao nível de cada pavimento, resta determinar os diagramas de esforços solicitantes, em especial o momento fletor. Então, as tensões devidas a essa ação podem ser encontradas utilizando-se a expressão tradicional da resistência dos materiais: o
=M/W
...(4.6)
Em que, M : momento fletor atuante na parede W : módulo de resistência à flexão (W = I / y m â x ) 4 . 4 . 2 PAREDES COM ABERTURAS
Outro procedimento que pode ser utilizado consiste em considerar as alvenarias com aberturas como pórticos, sendo as paredes entendidas como pilares e os lintéis, trechos entre as
aberturas, como vigas, conforme se apresenta na figura 4.5. O s painéis assim definidos absorverão esforços t a m b é m proporcionais às suas rigidezes, de f o r m a semelhante ao q u e foi descrito anteriormente para o procedimento c o m paredes isoladas. Aliás, quando se fala na consideração de paredes c o m suas respectivas aberturas, não se deve esquecer que algumas paredes não possuirão aberturas, comportando-se como simples paredes isoladas.
•
• •
A
Figura 4.5 - Representação de uma parede com aberturas por barras. Esse procedimento evidentemente envolve a utilização de recursos computacionais, mesmo que a estrutura de contraventamento seja simétrica. Para o caso de ação segundo um eixo de simetria da estrutura de contraventamento, poderá ser utilizado um programa para pórticos planos, sem quaisquer recursos especiais. Basta que metade dos diversos painéis da estrutura, pórticos ou paredes isoladas, sejam modelados em um esquema chamado de associação plana de painéis (Fig. 4.6). F/2. F/2 F/2 F/2
• • •
n
• • • •
Figura 4.6 - Associação plana de painéis de contraventamento. Dois detalhes são importantes para esse caso de associação. O primeiro diz respeito à barra que realiza a ligação entre os painéis ao nível de cada pavimento, simulando a laje de concreto. Evidentemente essa barra deve ser suficientemente rígida para que os deslocamentos de todos os nós de u m mesmo nível sejam iguais. Entretanto, essa rigidez não pode ser muito grande, sob pena de impor u m mau condicionamento numérico à matriz de rigidez global da estrutura, inviabilizando a obtenção de resultados coerentes. Recomenda-se que os comprimentos dessas barras sejam pequenos, entre 0,5 m e 1 m, e que sua seção transversal seja a de uma faixa de 2 a 3 m da laje de concreto presente na estrutura. Por exemplo, supondo-se que a laje
tenha 0,09 m de espessura, as características da seção transversal dessa barra, e m especial a área, seriam determinadas considerando-se as dimensões 0,09 x 2,00 m. Além do comprimento e da área da seção, as outras características são pouco importantes, devido ao fato de se supor a barra articulada e m seus extremos. Dessa forma o momento de inércia não influi nos resultados a serem obtidos. Apenas se o programa não possuir o recurso de articulação e m extremidade de barra deve-se reduzir esse valor de inércia para que a rigidez à flexão seja desprezível, e m conformidade c o m a hipótese de comportamento de diafragma para a laje. O segundo ponto a ser destacado é a aplicação do carregamento, normalmente metade da ação total do pavimento, apenas no primeiro painel modelado. A distribuição dessa ação se fará automaticamente pela compatibilidade dos deslocamentos, garantindo esforços coerentes e m cada elemento da estrutura. Este procedimento costuma produzir resultados de tensões nas paredes significativamente menores q u e as paredes consideradas isoladamente. Entretanto, deve-se tomar a s devidas precauções para que todos os esforços advindos da análise sejam corretamente considerados. Em especial, deve-se verificar a flexão e o cisalhamento dos lintéis, garantindo o funcionamento da estrutura segundo o modelo idealizado. Observe-se que no caso das paredes com aberturas, os "pilares" estão submetidos à flexão composta com força normal. 4.5 DISTRIBUIÇÃO
DE AÇÕES PARA C O N T R A V E N T A M E N T O S
ASSIMÉTRICOS
Neste caso, quando se aplica a ação horizontal, o pavimento não apenas translada, mas também apresenta uma rotação. Assim sendo, os deslocamentos dos painéis, mesmo para u m mesmo pavimento, não serão os mesmos. Dessa forma existe a necessidade de maiores recursos computacionais para a obtenção de resultados consistentes c o m o fenômeno. Entretanto, os procedimentos de distribuição basicamente continuam os mesmos e serão tratados a seguir. 4 . 5 . 1 PAREDES ISOLADAS
Caso o eixo segundo o qual atua a ação não seja de simetria, o procedimento torna-se impraticável d e ser executado s e m u m p r o g r a m a c o m p u t a c i o n a l . N e s s e caso, c o n f o r m e já mencionado, a distribuição precisa levar e m conta a rotação dos pavimentos, inviabilizando o procedimento simples anteriormente descrito para contraventamentos simétricos. Uma alternativa interessante é utilizar u m programa que possua elementos barra tridimensional e um recurso conhecido como nó mestre. Nesse caso, as paredes devem ser discretizadas com u m elemento para cada pavimento da estrutura e todos os nós correspondentes a um pavimento devem ser ligados a u m nó mestre. O aspecto de um modelo deste tipo é o que se apresenta na figura 4.7.
Figura 4.7 - Perspectiva de modelo tridimensional para paredes isoladas. O nó mestre é um recurso computacional através do qual as translações no plano do pavimento dos nós a ele ligados são transferidas em conjunto com a rotação normal a esse plano, como se existisse um segmento totalmente rígido entre o nó considerado e o nó mestre (Fig. 4.8). Assim, acaba-se definindo um plano rígido ao nível do pavimento, simulando-se a existência da laje de concreto. Todos os nós do pavimento perdem os referidos graus de liberdade de translação, e também a rotação em tomo do eixo normal ao plano, ficando as rigidezes concentradas no nó eleito como mestre do pavimento. Como também os carregamentos são colocados apenas no nó mestre, após a solução do sistema global de equações do edifício, as translações e a rotação obtidas para o nó mestre são utilizadas para o cálculo dos deslocamentos e rotações de cada nó do pavimento. Dessa forma garante-se total compatibilidade das translações e rotação do plano.
Z
A
Y
Figura 4.8 - Nó mestre. 4 . 5 . 2 PAREDES COM ABERTURAS
Para as paredes com aberturas, a situação é semelhante ao caso apresentado no item anterior. Os recursos computacionais necessários serão os mesmos, c o m a diferença de que existirão barras horizontais para simular os lintéis (Fig. 4.9). Também aqui todos os nós d e um pavimento devem estar ligados a um m e s m o nó mestre e a ação total d o pavimento estará aplicada nesse referido nó mestre, de forma que o plano do pavimento execute m o v i m e n t o s d e c o r p o rígido. C o n t i n u a s e n d o imprescindível a verificação dos lintéis quanto ao esforço cortante e m o m e n t o fletor.
Figura 4.9 - Modelo tridimensional de paredes com lintéis. 4 . 6 C O N S I D E R A Ç Ã O DE T R E C H O S R Í G I D O S P A R A O S
LINTÉIS
Um detalhe importante, quando se menciona a modelagem de pórticos, é a consideração da dimensão finita dos nós ou os chamados trechos rígidos (Fig. 4.10). Ocorre que a colocação de barras nos eixos dos elementos faz c o m que o comprimento flexível dessas barras seja na verdade maior que o seu comprimento real, e isso tem como resultado painéis mais flexíveis. De fato, pelo menos para os elementos que representam os lintéis, a consideração dos trechos rígidos pode alterar bastante a rigidez de u m painel.
Figura 4.10 - Nós de dimensões finitas ou trechos rígidos de barras. Da mesma forma que para o caso das abas, a não-consideração desses comprimentos corretos pode provocar algumas perturbações importantes na distribuição das ações horizontais. Alguns painéis sofrem u m acréscimo significativo de sua rigidez e outros p e r m a n e c e m s e m alterações sensíveis. Dessa forma, os quinhões de carga são também bastante modificados, sendo que a distribuição pode se afastar da realidade. Para corrigir essas distorções, considerando-se os trechos rígidos, existem basicamente dois procedimentos. O primeiro, muito mais eficiente, exige que o programa computacional utilizado incorpore trechos rígidos como recurso de modelagem. Isso significa que quando se define uma barra pode-se indicar, junto às duas extremidades, o comprimento dos trechos sem deformação. Dessa forma, ao montar a matriz de rigidez do elemento, o programa considera apenas o trecho
efetivamente flexível, transferindo as rigidezes através de um procedimento padrão de translação de graus de liberdade. Evidentemente os resultados a serem obtidos também serão correspondentes às extremidades flexíveis, onde a consideração dos esforços realmente tem significado. O segundo procedimento, muito menos eficiente, só deve ser utilizado quando o programa não dispuser do recurso anteriormente citado. Trata-se de colocar nós adicionais e dividir os elementos em dois ou três trechos, conforme existam trechos rígidos junto às extremidades inicial e final. Obviamente, os modelos crescem em dimensão e complexidade, existindo ainda um problema a ser resolvido: que características geométricas adotar para esses trechos que não devem apresentar deformação. Se os valores forem muito elevados, a matriz global da estrutura tende a ser mal condicionada, obtendo-se do processamento valores incoerentes. Entretanto, se as características forem relativamente pequenas, o trecho pode apresentar deformações significativas, não sendo a modelagem representativa. Como indicação geral pode-se sugerir que as características geométricas adotadas sejam correspondentes a uma seção com a largura igual à espessura da parede e altura igual ao pédireito da edificação. Dessa forma, as deformações serão desprezíveis e a matriz não deve apresentar problemas de condicionamento numérico, sendo obtidos resultados confiáveis. Entretanto, esse procedimento alternativo somente deve ser utilizado quando não se dispuser do recurso descrito para a alternativa anterior. Para finalizar, é importante citar que o CEB-FIP Model Code 1990 menciona uma forma simples e eficiente de se considerar os comprimentos flexíveis e por conseqüência os trechos rígidos das extremidades. Apesar de serem originalmente prescritos para peças de concreto armado, eles podem ser considerados adequados para os elementos de alvenaria estrutural. E esses valores estão mencionados em capítulo posterior, no qual se encontram agrupadas as características geométricas para elementos de alvenaria. 4 . 7 E X E M P L O S DE M O D E L O S P A R A E D I F Í C I O S S O B A Ç Õ E S
HORIZONTAIS
Neste item serão analisados dois edifícios residenciais com sete e dez pavimentos, em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto. Em todos os exemplos, as paredes têm espessura de 14,5 cm. Serão consideradas as ações do vento segundo as direções dos eixos X e Y, indicados nas plantas do pavimento tipo. As paredes, bem como seus respectivos lintéis, são identificados por PX, LX, PY ou LY, conforme sejam paralelos à direção do eixo X ou Y, seguidos por seus números. Para o processamento utilizou-se o sistema em elementos finitos descrito em Ramalho (1990). Para a consideração do pavimento como diafragma rígido, o programa dispõe do recurso do nó mestre. Além disso, existe a possibilidade de se considerar trechos rígidos pela translação de rigidezes, sem a
necessidade de utilizar barras e nós adicionais. Nos exemplos apresentados optou-se por localizar o nó mestre no centro geométrico dos pavimentos, para facilitar a aplicação das ações. Levando-se e m conta a pequena assimetria das estruturas analisadas, o que faz c o m que as rotações sejam praticamente nulas, somente serão analisados resultados dos painéis paralelos ã direção do vento considerada, apesar dos modelos construídos serem tridimensionais. São comparados os deslocamentos, esforços e tensões normais nas paredes, modelando-se os edifícios de seis maneiras distintas. A descrição dos modelos é feita na tabela 4.2. Tabela 4.2 - Modelos para os exemplos. Modelo
Descrição
Trechos rígidos
Abas
-
Sim
M1
Paredes isoladas
M2
Paredes com aberturas
Não
Sim
M3
Paredes com aberturas
Sim
Sim
M4
Paredes isoladas
M5 M6
-
Não
Paredes com aberturas
Não
Não
Paredes com aberturas
Sim
Não
As ações do vento foram determinadas conforme a NBR 6123. O s comprimentos efetivos das abas foram adotados como sendo de seis vezes a espessura das paredes e os comprimentos dos trechos rígidos foram obtidos c o m base nas recomendações do CEB-FIP Model Code 1990. Já os lintéis mais solicitados foram dimensionados à flexão e ao cisalhamento de acordo c o m a NBR 10837 - Cálculo de Alvenaria Estrutural de Blocos Vazados de Concreto 5 . 4 . 7 . 1 EXEMPLO 1
Neste item, é analisado o efeito do vento e m um edifício de sete pavimentos, com pésdireitos de 2,74 m. A planta do pavimento tipo é apresentada na figura 4.11. As dimensões externas d o edifício, e m planta, são de 18,60 m e 22,20 m, nas d i r e ç õ e s n o r m a i s aos eixos X e Y, respectivamente. O módulo de elasticidade adotado foi de 4.480 MPa. As forças devidas ao vento foram determinadas para uma velocidade básica de 45 m/s. O fator topográfico S, e o fator estatístico S 3 são iguais a 1.0. A categoria do terreno é IV e a classe da edificação é B. Os coeficientes de arrasto são 0,99 e 1,03, considerando-se o vento nas direções X e V, respectivamente. 4 . 7 . 1 . 1 DESLOCAMENTOS HORIZONTAIS
Na figura 4.12 são apresentadas as curvas de deslocamentos horizontais obtidas nos modelos M1, M2 e M3. Observando-se as referidas curvas, verifica-se que o comportamento do
s
Associação Brasileira de Normas Técnicas (1989).
conjunto é predominantemente de parede isolada, m e s m o quando são considerados os lintéis. Já na tabela 4.3, são comparados os deslocamentos no topo para todos os modelos e para o vento nas direções X e Y.
0 = ^
Ml
i=n
PY13
PY14 PY11
PY10 i
U o
Hl
X CL
n
PY7
PY8
PY9 m x
PY6 IO
J
0=O
cl
n
L
x
2 t
• — ' j
cd
j
0=^
OL
X PY5
PY4
PY3
a
co
LY1 PY2
PY1 Figura 4.11 - Planta do pavimento tipo do exemplo 1.
n
7 6
5 T/> 4 '5 > 3
2
2
/
/
/
/
/
/
/
1 M3
1 0
0.0
0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 Deslocamentos X (cm)
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
Deslocamentos Y (cm)
Figura 4.12 - Deslocamentos horizontais em X e Y. Tabela 4.3 - Deslocamentos no topo (cm). Direção
M1
X
5,97
Y
4,91
M2
M3
M4
M5
M6
1,59 2,92
1,26
12,07
2,19
2,18
7,29
4,31
1,66 3,91
Analisando-se a tabela 4.3, observa-se que na direção X há uma redução maior nos d e s l o c a m e n t o s obtidos nos modelos M 2 e M3, e m relação a M1, indicando u m efeito mais pronunciado dos lintéis nesta direção. O m e s m o é verificado nos modelos s e m abas, quando se comparam M5 e M6 a M4. Ocorre que na direção X há u m número maior de aberturas e, assim, as diferenças percentuais entre os deslocamentos dos modelos c o m lintéis e m relação aos modelos sem lintéis são maiores. Quanto aos trechos rígidos, a maior diferença percentual entre M3 e M2 verifica-se na direção Y. Ocorre que nesta direção os trechos rígidos considerados foram maiores. Entretanto, comparando-se M6 e M5, observa-se que o efeito dos trechos rígidos é mais acentuado na direção X, devido à a p r o x i m a ç ã o dos centros de gravidade das seções transversais das paredes e conseqüente aumento dos comprimentos dos trechos enrijecidos. Por f i m , d e v e - s e r e s s a l t a r q u e a c o l o c a ç ã o d a s a b a s r e a l m e n t e t e m u m efeito extremamente importante, reduzindo praticamente à metade os deslocamentos obtidos. 4.7.1.2
MOMENTOS FLETORES
Na figura 4.13, são apresentados os diagramas de momentos fletores e m algumas paredes nos modelos M1, M2 e M3. O s momentos fletores nos painéis compostos por apenas uma parede nos modelos M2 e M3 foram menores do que no modelo M1, indicando que suas rigidezes, nos modelos c o m
lintéis, perderam importância e m relação ao conjunto. C o m o exemplo, podem ser tomados os diagramas da parede PY10. Nas bases das paredes de painéis com aberturas, os momentos obtidos nos modelos M2 e M3 foram menores do que os de M1, devido à ação dos lintéis. Observa-se ainda que os d i a g r a m a s de m o m e n t o s de P X 2 e P Y 8 e m M2 e M 3 a p r e s e n t a m d e s c o n t i n u i d a d e s m a i s pronunciadas do que os diagramas de PX10. Tal comportamento deve-se ao fato de o lintel da parede PX10 ser bastante flexível diante da rigidez dessa parede. Os trechos rígidos provocam uma restrição maior às rotações dos nós dos painéis. Logo, os momentos obtidos no modelo M3 são menores que os momentos de M2, como se pode ver nos diagramas apresentados. Nota-se, inclusive, que as descontinuidades do diagrama de momento de PX10 tornam-se um pouco mais destacadas no modelo M3, e m relação ao modelo M2, pois a rigidez do lintel cresceu. 8
Modelo M1
.Modolo M1 .Modelo M2
Modelo M2 Modelo M3
Modelo M3
> 6 5 4 3
-20
/
-15
-10
^
-5
•2
i > 2
(A) PX2
1 0
5
(B) PX10
10
•350
Momentos fletores (kNm)
-140
-70
0
70
Momentos fletores (kNm) Modelo M1
.Modelo M1
Modelo M2
.Modelo M2
Modelo M3
Modelo M3
(C) PY8 12 -10 - 8 - 6 - 4 - 2
-280 -210
0
2
4
Momentos fletores (kNm)
6
(D) PY10 -600 -500 -400 -300 -200 -100
0
Momentos fletores (kNm)
Figura 4.13 - Momentos fletores em paredes.
100
Convém ressaltar que as observações feitas nos parágrafos anteriores, relativas aos efeitos dos lintéis c o m e s e m trechos rígidos, continuam válidas nos modelos sem as abas, M4, M5 e M6, que deixam de ser aqui apresentados. 4 . 7 . 1 . 3 ESFORÇOS NORMAIS
Na figura 4.14 são apresentados os esforços normais nas bases das paredes, onde ocorrem os valores máximos, para as paredes c o m aberturas. A tendência, para os valores mais significativos, é u m discreto aumento para os casos em que são considerados os trechos rígidos. Isso ocorre porque, com os trechos rígidos, os esforços cortantes nas extremidades dos lintéis tendem a ser maiores, aumentando também os esforços normais nas paredes.
• M2
PX1
PX2
PX3
PX9
9 M3
PX13
DM5
PX14
DM6
PX15
PX16
PY1
PY3
PY8
Figura 4.14 - Esforço solicitante normal na base das paredes. 4 . 7 . 1 . 4 TENSÕES NORMAIS
Na figura 4.15 são apresentados os gráficos das tensões normais nas paredes PX13, PX14, PY1 e PY2. São comparadas as máximas tensões de tração devidas ao vento, obtidas nos modelos M1, M2 e M3, c o m as tensões de compressão provenientes das cargas permanentes, as quais são denominadas de tensão V. F a z e n d o - s e a c o m b i n a ç ã o d a s t e n s õ e s , c o n f o r m e o s gráficos das figuras a c i m a mencionadas, resulta e m valores que indicam a predominância de tensões de tração nessas paredes, e m alguns desses modelos. Entretanto, estas tensões estão dentro das faixas admissíveis prescritas pela NBR 10837. Já na tabela 4.4 são apresentadas as tensões devidas ao vento nos modelos c o m e s e m abas e as tensões devidas às cargas verticais, incluindo-se as cargas variáveis. Os resultados mostram o efeito favorável das abas, reduzindo-se as tensões praticamente à metade das que seriam obtidas s e m as abas. De fato, nos modelos s e m abas e m algumas paredes as tensões
devidas ao vento são maiores que as tensões provenientes das cargas verticais. Já nas paredes modeladas com abas, as tensões finais são unicamente de compressão. Nos modelos M2 e M3, devido à presença dos lintéis e dos trechos rígidos, verifica-se que as diferenças percentuais entre as tensões nas paredes mais e menos solicitadas são menores do que no modelo M1.
•
Tensão V
•
Tensão V
•
Modelo M1
I
I Modelo M1
•
Modoio M 2
I
I Modelo M2
f | Modelo M3
L B Modelo M 3
>
4
1—1—I—I—I—I—I—1—I—I—I—I—I—I—I—I—I—I—I—I—I—I I I
O
110
220
330
440
550
Tensões Normais (kN/m*)
0
100
200
(A) PX13
6»
300
400
500
600
Tensões Normais (kN/m 7 ) (B) PX14
I
I Tensão V
I
I Modelo M1
•
Modelo M 2
P B Modelo M3
.5 M
1
• O
100
200
300
400
Tensões Normais (kN/m 7 )
500
330
440
Tensões Normais (kN/m 2 )
(C) PY1
Figura 4.15 - Tensões normais em paredes.
(D) PY2
550
Tabela 4.4 - Tensões normais nas bases das paredes (kN/m2). Parede
M1
PX10 PX13 PX14
646 501
PX15 PY1
85 214
PY2
497
PY3 PY10
85
Tensões normais devidas ao vento M2 M4 M3 M5 974 290 278 375 272 239 958 416
Tensões cargas vert.
M6
857
358 362
525
282 111
153
169
211
205
686
113
169
393
233
180 571
1275
349
199 502
383 213
719 148
593 218
584
156
408 158
233
518 708
650
456
396
973
666
609
953
525
4 . 7 . 1 . 5 VERIFICAÇÃO DOS LINTÉIS À FLEXÃO E AO CISALHAMENTO
Nas tabelas 4.5. e 4.6 são apresentados os momentos fletores e os esforços cortantes máximos nos lintéis mais solicitados. Nos modelos s e m abas os momentos e cortantes são e m geral maiores, tendo e m vista as paredes serem relativamente mais flexíveis. A maior área de aço necessária para combater a flexão foi de 0,93 cm* no lintel LX5 e 0,91 cm 2 para o lintel LY1 no modelo M2. No modelo M5, a área de aço necessária no lintel LX5 foi de 1,11 cm 2 . Em todos os lintéis, tanto nos modelos com abas como nos modelos s e m abas, as tensões de cisalhamento atuantes são menores que as tensões admissíveis especificadas pela NBR 10837 para dimensionamento sem armaduras transversais.
Tabela 4.5 - Momentos (kN ~ m) e cortantes (kN) máximos nos lintéis - modelos com abas. Modelo M2 Lintel
Nível
Modelo M3
Momento máximo
Cortante máximo
Nível
Momento máximo
Cortante máximo
LX1
3
12,42
4,94
3
10,69
4,73
LX5
3
21,34
6,61
2
19,00
7,39
LY1
4
21,00
9,55
3
20,24
14,05
Tabela 4.6 - Momentos (kN ~ m) e cortantes (kN) máximos nos lintéis - modelos sem abas. Modelo M5 Lintel
Modelo M6
Nível
Momento máximo
Cortante máximo
Nível
Momento máximo
Cortante máximo
LX1
3
13,88
5,93
2
11,12
4,76
LX5
2
25,27
8,05
2
22,59
8,82
LY1
3
23,29
10,71
2
22,14
15,16
4 . 7 . 2 EXEMPLO 2
Neste item será analisado um edifício de dez pavimentos, com pés-direitos de 2,72 m. A planta do pavimento tipo é apresentada na figura 4.16. Suas dimensões externas são 15,90 e 22,05 m nas direções normais a X e Y, respectivamente. O módulo de elasticidade adotado foi de 6.400 MPa.
x
CL
1PY23
JL
lO,PY21co cl PY18 PY17
D
fggJí PY19
PY20
<0
•RT
Jl
n
n
X CL
5
.
PY16
u m PY12
- o ra <0 ca ro u o K) c o in o o o d C3 ca o
8 b 4
Argamassa tipo (i) Argamassa tipo (il)
2
Argamassa tipo (iii)
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Resist. à compressão da unidade (MPa) Figura 5.9 - Gráfico de resistência característica da alvenaria não-armada - BS 5628.
Então, os valores característicos precisam ser multiplicados e divididos por coeficientes adequados para se obter os valores de cálculo, ou valores de projeto. No caso da resistência à compressão de paredes, para se obter os valores de cálculo, deve-se utilizar a expressão 5.8.
...(5.8)
Em que, f d : resistência à compressão de cálculo p : fator de redução devido à esbeltez e à excentricidade y m : coeficiente de segurança parcial para o material
O coeficiente p pode ser obtido da tabela 5.9, em função do coeficiente de esbeltez X e da excentricidade e x , que é devida ao carregamento. Tabela 5.9 - Coeficiente p - BS 5628. Esbeltez
Excentricidade das cargas no topo da parede, e,
A = h rf /
S0.05 t
0,1 t
0.2 t
0
1,00
0,88
0,66
0,3 t 0,44
6
1,00
0,88
0,66
0,44
8
1,00
0,88
0,66
0,44
10
0,97
0,88
0,66
0,44
12
0,93
0,87
0,66
0,44
14
0,89
0,83
0,66
0,44
16
0,83
0,77
0,64
0,44
18
0,77
0,70
0,57
0,44
20
0,70
0,64
0,51
0,37
22
0,62
0,56
0,43
0,30
24
0,53
0,47
0,34
26
0,45
0,38
-
-
27
0,40
0,33
-
-
•
O valor de e / = 0,33 fp. f = 165 MPa e EaV = 800 f p
AM d-d•
T A B E L A I I A - ANÁLISE DE ELEMENTOS FLETIDOS -
MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS
fp = 12,5 MPa; f i = 165 MPa; n = 21.00 M1
— -
DADOS DO PROJETO \
f = 1 2 , 5 MPa = 1.25 kN/cm1" p
jd
faV = 0 , 3 3 f p = 4 , 1 2 5 MPa
j £ z 1
f, = 1 6 5 . 0 MPa
EAV = 8 0 0 fp = 1 0 0 0 0 M P a
X N
l< d
1
EQUAÇÕES DO PROJETO c
•
9
= 210000 MPa
.<
.1 (V
.1 .1
k '
1
-'KLI
•
d
1
h - 1 - A .
1 " bxd
f-v
f.
K
P
0.033
16.5
0,001
0.00004
0.066
16.5
0,002
0.099
16.5
0.132
16.5
0.165
_ K ~ f xk
s
np
f
M xk.xd
/ (Kx x KJ
kx
k4
0,001
0,040
0,987
50,295
0,00015
0,003
0,077
0,974
26,494
0,005
0.00034
0,007
0,112
0.963
18,566
0,009
0.00058
0,012
0,144
0.952
14,605
16.5
0,013
0,00087
0,018
0,174
0,942
12,231
0.198
16.5
0,019
0.00121
0,025
0,201
0,933
10,651
0.231
2
16.5
0,024
0.00159
0,033
0,227
0.924
9.524
0.264
16.5
0,030
0.00201
0.042
0,251
0,916
8.680
0.297
16.5
0,037
0.00247
0,052
0,274
0,909
8.025
0.330
16.5
0,044
0.00296
0,062
0,296
0.901
7.501
0.363
16.5
0,051
0.00348
0,073
0,316
0,895
7.074
0,396
16.5
0,059
0,00402
0,084
0,335
0,888
6.719
0,413
16,5
0,063
0,00430
0,090
0,344
0,885
6,563
n.4i a
15.0
O.Ofifi
0.00503
0.10R
n.nfifi
0,ft7ft
fi.5>5>3
0.413
13.5
0,070
0,00597
0,125
0,391
0,870
5,883
0.413
12.0
0,074
0.00721
0,151
0,419
0,860
5.546
0.413
10.5
0,079
0.00888
0,186
0,452
0,849
5,209
0.413
9.0
0,085
0.01124
0,236
0,490
0,837
4.875
0.413
7,5
0.091
0.01474
0.310
0,536
0.821
4.543
0.413
6.0
0.098
0,02031
0,426
0,591
0,803
4,215
0.413
4.5
0.106
0.03016
0.633
0,658
0.781
3.893
TABELA I I B -
ANÁLISE DE ELEMENTOS FLETIDOS -
MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS
f p = 11,0 MPa; f s = 165 MPa; n = 23.86
M
DADOS DO PROJETO f(i = 11,0 MPa = 1,10 kN/cm 2 jd
\
\
kd
S
í •WV. = 0,33 (p = 3,63 MPa
1= 165,0 MPa S
E ^ = 800 f p = 8800 MPa
E, = 210000 MPa
EQUAÇÕES DO PROJETO
1 lcfr -"1 + f / n * L
' v'
\
d
p
'
K
bxd
_
A
fs x k7
- 1-
s
/
k
'
3
M xk{x
d
f-
f.
K
P
np
K
k.
2/(KiXKk)
0.033
16,5
0,001
0,00005
0.001
0,046
0,985
44,582
0.066
16,5
0,003
0.00017
0,004
0,087
0,971
23.639
0.099
16.5
0.006
0.00038
0.009
0,125
0.958
16.664
0.132
16.5
0.010
0,00064
0.015
0,160
0.947
13.180
0.165
16,5
0.015
0.00096
0.023
0,193
0.936
11.093
0.198
16,5
0.020
0.00134
0.032
0,223
0.926
9.704
0.231
16,5
0.027
0,00175
0.042
0.250
0.917
8.714
0,264
16,5
0.033
0,00221
0.053
0,276
0.908
7.972
0.297
16,5
0.040
0.00270
0,065
0,300
0.900
7.397
0.330
16,5
0.048
0.00323
0.077
0,323
0.892
6.938
0,363
16,5
0.055
0,00379
0,090
0,344
0,885
6,563
0.363
15,0
0.058
0.00443
0.106
0.366
0.878
6.223
0.363
13.5
0.062
0.00525
0,125
0.391
0.870
5.883
0,363
12.0
0.065
0.00634
0,151
0,419
0.860
5.546
0.363
10.5
0.070
0.00781
0.186
0,452
0.849
5.209
0.363
9.0
0.074
0,00989
0.236
0,490
0.837
4.875
0.363
7.5
0.080
0.01297
0.310
0,536
0.821
4,543
0.363
6.0
0.086
0.01787
0.426
0,591
0.803
4,215
0.363
4.5
0.093
0.02654
0.633
0.658
0.781
3.893
0,363
3.0
0.101
0.04494
1.072
0,743
0.752
3.579
T A B E L A I I C - ANÁLISE DE ELEMENTOS FLETIDOS -
MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS
fp = 9,5 MPa; f t = 165 MPa; n = 27,63
DADOS DO PROJETO f p = 9.5 MPa = 0.95 kN/cm ? jd
kd
f,a v = 0,33f p = 3 , 1 3 5 MPa
\ = 165,0 MPa
E ^ = 800 f p = 7600 MPa
E t = 210000 MPa
EQUAÇÕES DO PROJETO n= k =
P=
f-v
f.
K
E
1 +
K=
f/n
A, bxd
P
x
M
M
k = 1-
f^ K f^xk.
A =
K_ 3 M
f
np
K
- y vk xk x f
xkxd
k,
2 / (K, X Kx)
0.033
16.5
0,001
0.00005
0.001
0.052
0.983
38.869
0.066
16.5
0.003
0,00020
0,006
0.100
0.967
20.785
0,099
16,5
0,007
0,00043
0.012
0.142
0.953
14.763
0.132
16.5
0,011
0,00072
0,020
0.181
0.940
11.757
0,165
16,5
0,017
0,00108
0,030
0.216
0.928
9,957
0.198
16,5
0.023
0,00149
0.041
0.249
0.917
8.759
0,231
16.5
0.029
0,00195
0,054
0.279
0.907
7,905
0.264
0.00245
0.068
0.307
0.898
7.266
0.889
6,771
16.5
0.036
0.297
16,5
0,044
0,00299
0,083
0.332
0,314
16,5
0,048
0,00327
0,090
0,344
0,885
6,563
0.314
15,0
0.050
0.00383
0,106
0.366
0.878
6,223
0.314
13.5
0.053
0.00454
0,125
0.391
0.870
5,883
0.314
12,0
0,057
0.00548
0,151
0.419
0.860
5.546
0,314
10,5
0,060
0.00675
0,186
0,452
0.849
5,209
0.314
9.0
0,064
0.00854
0.236
0.490
0.837
4.875
0.314
7.5
0.069
0.01120
0.310
0.536
0.821
4.543
0.314
6.0
0,074
0,01543
0,426
0.591
0.803
4.215
0.314
4.5
0,081
0.02292
0,633
0.658
0.781
3,893
0.314
3.0
0.088
0.03881
1,072
0.743
0.752
3.579
T A B E L A I I D - ANÁLISE DE ELEMENTOS FLETIDOS -
MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS
fp = 8.0 MPa; f s = 165 MPa; n = 32,81
M
DADOS DO PROJETO fp = 8.0 MPa = 0,80 kN/cnf jd
J T
L
E„ = 210000 MPa
EQUAÇÕES DO PROJETO
í1 ' *
f5 = 165,0 MPa
M P a
E iV = 800 fp = 6400 MPa
s
d
= ° - 3 3 f„ = 2 - 6 4
'
*tv 1
k -
o* v d
O '
K
k - r
* b x d " fs x k,
4 * fsxk,x
d
f-v
f.
K
P
np
k.
k.
2/(KIXK1)
0.033
16.5
0,001
0,00006
0.002
0.062
0.979
33,157
0.066
16.5
0,004
0.00023
0.008
0.116
0.961
17,932
0.099
16.5
0,008
0,00049
0.016
0.164
0.945
12,864
0.132
16.5
0,013
0.00083
0.027
0,208
0.931
10,335
0.165
16.5
0,019
0,00124
0.041
0,247
0.918
8.822
0.198
16.5
0,025
0,00170
0.056
0,283
0.906
7,815
0.231
16.5
0,033
0,00220
0.072
0,315
0.895
7,099
0,264
16,5
0,040
0,00275
0,090
0,344
0,885
6,563
0.264
15.0
0,042
0,00322
0.106
0,366
0,878
6,223
0.264
13,5
0,045
0,00382
0,125
0,391
0,870
5.883
0.264
12.0
0,048
0,00461
0,151
0,419
0,860
5,546
0.264
10.5
0,051
0.00568
0,186
0.452
0.849
5,209
0,264
9,0
0,054
0.00719
0.236
0.490
0,837
4,875
0,264
7,5
0,058
0.00943
0.310
0,536
0,821
4,543
0,264
6,0
0,063
0.01300
0.426
0.591
0,803
4,215
0,264
4,5
0,068
0.01930
0,633
0.658
0.781
3.893
0,264
3,0
0,074
0.03268
1,072
0.743
0,752
3.579
T A B E L A I I E - ANÁLISE DE ELEMENTOS FLETIDOS -
MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS
fp = 6,5 MPa; f, = 165 MPa; n = 40,38
M
DADOS DO PROJETO f = 6.5 MPa = 0.65 kN/cm* p jd
- f - ifX
^
k_
X
í = 165,0 MPa
E ^ = 800 f p = 5200 MPa
c
£
N
kd
= 0 , 3 3 ^ = 2,145 MPa
E s = 210000 MPa
EQUAÇÕES DO PROJETO
v' '
n-
r' '
?'. ' - ' ' ''
-
E* E
Ic-
K' '
d p
M
F
bxd2
= '/2 xk 2
'
xk
'
xf
*v
k -
1
A
w
bxd
/ xfc
A/f
'
fa xktx
d
1.
K
P
np
K
K
2 / (Kz X Kx)
0,033
16.5
0,001
0.00007
0,003
0.075
0.975
27.446
0.066
16.5
0,004
0,00028
0.011
0,139
0.954
15.080
0,099
16.5
0.009
0,00059
0.024
0.195
0,935
10,967
0,132
16,5
0.015
0.00098
0.039
0.244
0,919
8.916
0,165
16,5
0.021
0.00144
0.058
0.288
0.904
7.690
0,198
16.5
0.029
0.00196
0.079
0.326
0,891
6,875
0,215
16,5
0,033
0,00224
0,090
0,344
0,885
6,563
0.215
15.0
0,034
0.00262
0,106
0.366
0,878
6.223
0,215
13,5
0,036
0.00311
0.125
0.391
0.870
5,883
0.215
12,0
0,039
0.00375
0,151
0.419
0,860
5.546
0,215
10,5
0.041
0.00462
0,186
0,452
0,849
5,209
0.215
9.0
0,044
0.00584
0,236
0,490
0.837
4.875
0.215
7.5
0,047
0.00766
0,310
0,536
0,821
4.543
0.215
6.0
0,051
0.01056
0.426
0,591
0.803
4.215
0.215
4.5
0,055
0.01569
0.633
0.658
0.781
3.893
0.215
3.0
0.060
0.02655
1,072
0,743
0.752
3.579
T A B E L A I I F - ANÁLISE DE ELEMENTOS FLETIDOS -
MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS
f p = 5.0 MPa; f, = 165 MPa; n = 52.50
DADOS DO PROJETO f = 5.0 MPa = 0.50 kN/cm ? f«. = 0,33 fP = 1,65 MPa
165,0 MPa
EAV = 800 fp = 4000 MPa
E = 2 1 0 0 0 0 MPa
EQUAÇÕES DO PROJETO n -
k =
d P =
E.
1 1 + f/hxf„ A b x d
M
K f
f
*k.
x k
xd
f-v
f.
K
P
np
K
K
2 / (Kz x Kx)
0,033
16,5
0,002
0,00010
0.005
0,095
0968
21,736
0,066
16.5
0,005
0,00035
0.018
0,174
0,942
12,231
0,099
16.5
0,011
0.00072
0.038
0,240
0,920
9,074
0,132
16.5
0,018
0.00118
0,062
0,296
0,901
7,501
0,165
16,5
0,025
0,00172
0,090
0,344
0,885
6,563
0.165
15.0
0,027
0,00201
0,106
0,366
0.878
6,223
0.165
13.5
0,028
0,00239
0,125
0,391
0,870
5,883
0.165
12,0
0,030
0,00288
0,151
0,419
0.860
5,546
0.165
10,5
0,032
0,00355
0,186
0,452
0,849
5,209
0.165
9,0
0,034
0,00450
0,236
0,490
0,837
4,875
0.165
7,5
0,036
0,00590
0,310
0,536
0,821
4,543
0.165
6,0
0,039
0,00812
0,426
0,591
0,803
4,215
0,165
4.5
0,042
0,01207
0.633
0,658
0,781
3,893
0,165
3,0
0,046
0.02043
0,072
0,743
0,752
3,579
T A B E L A I I G - ANÁLISE DE ELEMENTOS FLETIDOS -
MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS
f p = 3,5 MPa; f% = 165 MPa; n = 75,00
M
DADOS DO PROJETO f = 3.5 MPa = 0.350 kN/cm 2 p
jt
jd s
\
kd
f ^ = 0.33 f p = 1.555 MPa
N X
EoV
J
= 8 0 0 fp = 2 8 0 0
f s = 165.0 MPa =
M P a
21 0000
M P a
EQUAÇÕES DO PROJETO ;
v» c>
lc-
'
d o '
k - 1 -
1
1
' *
b x d
/
3
*
1 -
x k,
f
9
x k
r
x d
L,
t.
K
p
np
k.
k,
2 / (Kx x K J
0,033
16,5
0,002
0.00013
0.010
0.130
0,957
16,030
0,066
16,5
0.005
0.00046
0.035
0,231
0,928
9.389
0,083
16,5
0.010
0.00068
0.051
0,273
0,909
8.067
0,099
16,5
0.014
0.00093
0,070
0,310
0.897
7.188
0,116
16,5
0,018
0,00120
0,090
0,344
0,885
6,563
0,116
15,0
0,019
0,00141
0,106
0,366
0.878
6.223
0,116
13,5
0.020
0,00167
0,125
0,391
0.870
5.883
0,116
12,0
0,021
0,00202
0,151
0,419
0.860
5.546
0,116
10,5
0.022
0,00249
0.186
0,452
0.849
5.209
0.116
9.0
0.024
0,00315
0.236
0.490
0.837
4.875
0,116
7,5
0.025
0,00413
0.310
0.536
0.821
4,543
0,116
6,0
0.027
0.00569
0.426
0,591
0,803
4,215
0,116
4,5
0.030
0.00845
0.633
0,658
0,781
3,893
0,116
3,0
0.032
0.01430
0.072
0,743
0,752
3,579
TABELA I I I A -
MOMENTO RESISTENTE PARA O DIMENSIONAMENTO BALANCEADO
f p = 12.5 MPa; f s = 165 MPa; n = 21.00
DADOS DO PROJETO L
= 0.33fp
E * = 800fp
.
E„ = 210000 MPa
d
SITUAÇÃO B A L A N C E A D A
/
^ s
p = 0.00430
V
k,^ = 0.344
^ J
M
'yls
'1 b
d
14,0
19,0
29,0
50,0
100,0
120,0
5.0
22.00
29.86
45.57
78.57
157,14
188.57
7,0
43,12
58.52
89.32
154.00
307,99
369.59
10,0
88.00
119.43
182.28
314,28
628.56
754.27
14.0
172.48
234.08
357.27
615.99
1231.98
1478.38
20.0
351.99
477.71
729.13
1257.12
2514.24
3017.09
746.42
1139.27
1964,25
3928.51
4714.21
2828.52
5657.05
6788.46
25.0
549.99
30.0
791.99
1074.84
1640.54
35.0
1077.98
1462,98
2232.96
3849.94
7699.87
9239.84
40.0
1407.98
1910.83
2916.52
5028,49
10056.97
12068.37
45.0
1781.97
2418.39
3691,22
6364.18
12728.36
15274.03
50.0
2199.96
2985.66
4557.07
7857.01
15714.02
18856.83
55.0
2661.96
3612.65
5514,05
9506.98
19013.97
22816,76
60.0
3167.95
4200.36
6562,18
11314,10
22628.10
27153,83
65.0
3717.94
5045.77
7701,44
13278.35
26566.70
31868,04
70.0
4311.93
5851.90
8931,85
15399.74
30799.48
36959,38
75.0
4949.92
6717,74
10253.40
17678.27
35356.55
42427.86
80.0
5631.91
7643.30
11666.09
20113.95
40227.90
48273.47
TABELA I I I B -
MOMENTO RESISTENTE PARA O DIMENSIONAMENTO BALANCEADO
fp = 11.0 MPa; f5 = 165 MPa; n = 23.86
DADOS DO PROJETO L
= 0.33fp
E ^ = 800fp
.
E. = 210000 MPa
d
SITUAÇÃO B A L A N C E A D A
< 4 1 ^ ^
p = 0.00379
y\\
/
M.
/
V
Kob = ° - 3 4 4
b d
14,0
19,0
29,0
50,0
100,0
120,0
5.0
19.36
26.27
40.10
69,14
138.28
165.94
7.0
37.94
51.50
78,60
135,52
271.04
325,24
10.0
77.44
105,10
160,41
276,57
553.13
663,76
14.0
151.78
205,99
314,40
542,07
1084.14
1300,97
20.0
309.75
420,38
641.63
1106,27
2212.53
2655.04
25.0
483.99
656,85
1002,55
1728.54
3457.08
4148.50
30.0
696.95
945,86
1443.68
2489,10
4978.20
5973,84
35.0
948.62
1287.42
1965,01
3387,94
6775.89
8131.06
40.0
1239,02
1287.42
2566,54
4425.07
8850.14
10620.16
45.0
1568,13
2128,18
3248.28
5600.48
11200.95
13441.15
50,0
1935,97
2627,38
4010,22
6914.17
13828,34
16594.01
55.0
2342.52
3179,14
4852.36
8366.15
16732,29
20078.75
60.0
2707.79
3783.43
0774.71
9950,40
19912,01
23805.37
65.0
3271,79
4440.28
6777.27
11684,95
23369,89
28043.87
70.0
3794,50
5149.67
7860.03
13551,77
27103,54
32524.25
75.0
4355,93
5911.61
9022,99
15556,88
31113,76
37336.52
80.0
4956,08
6726,10
10266.16
17700,27
35400,55
42480.66
TABELA I I I C -
MOMENTO RESISTENTE PARA o DIMENSIONAMENTO BALANCEADO
fp = 9,5 MPa; f5 = 165 MPa; n = 27.63
MJZIP
DADOS DO PROJETO L
= 0.33f p
E * = 800fp
.
E„ = 210000 MPa
d
SITUAÇÃO B A L A N C E A D A p = 0.00327
\
k x , = 0.344
^
'O
AX/ b
d
14,0
19,0
29,0
50,0
100,0
120,0
5.0
16,72
22.69
34,63
59,71
119,43
143.31
7.0
32,77
44.47
67,88
117,04
234,08
280.89
10,0
66.88
90.76
138.53
238,85
477,71
573.25
14,0
131.08
177,90
271,53
468.15
936.30
1123,57
20.0
267.52
363,06
554.14
955.41
1910,83
2292.99
25.0
417.99
567,28
865,84
1492.83
2985,66
3582.80
30.0
601.91
816,88
1246,81
2149.68
4299.36
5159,23
35.0
819.27
1111,86
1697,05
2925,95
5851,90
7022,28
40.0
1070,06
1452.23
2216,56
3821.65
7643,30
9171.96
45.0
1354.30
1837.97
2805,33
4836.78
9673.55
11608,26
50,0
1671,97
2269.10
3463,37
5971.33
11942.66
14331,19
55,0
2023,09
2745,62
4190,68
7225.31
14450,61
17340,74
60.0
2407.64
3267,51
4987.25
8598.71
17197.43
20636.91
65,0
2825,63
3834,79
5853,10
10091.54
20183.09
24219.71
70,0
3277,06
4447,45
6788,21
11703.80
23407.61
28089.13
75,0
3761,94
5105,49
7792.58
13435,49
26870.98
32245.17
80,0
4280.25
5808.91
8866,23
15286,60
30573.20
36687.84
TABELA I I I D -
MOMENTO RESISTENTE PARA O DIMENSIONAMENTO BALANCEADO
f p = 8.0 MPa; f, = 165 MPa; n = 32,81
MJZ^f
DADOS DO PROJETO
L = 0.331, E * = 800fp
.
E, = 210000 MPa
d
K Í f l _
SITUAÇÃO B A L A N C E A D A p = 0.00275
V
1 ^ = 0.344
3rw> 4>/
a
t* ll
^
4
r
5
b d
14,0
19,0
29,0
50,0
100,0
120,0
5.0
14,08
19,11
29.17
50.28
100.57
120.68
7.0
27.60
37.45
57.16
98.56
197,12
236.54
10.0
56.32
76.43
116.66
201,14
402.28
482.73
14.0
110.39
149.81
228.66
394,23
788.47
946,16
20.0
225.28
305-73
466.64
804.56
1609.12
1930,94
25.0
351.99
477.71
729.13
1257,12
2514.24
3017.09
30.0
506,87
687.90
1049.95
1810,26
3620.51
4344,61
35.0
689.91
936.30
1429.10
2463.96
4927.92
5913,50
40.0
901,10
1222.93
1866.57
3218,23
6436.46
7723.76
45.0
1140.46
1547,77
2362.38
4073,07
8146.15
9775.38
50.0
1407.98
1910.83
2916.52
5028,49
10056.97
12068.37
55.0
1703.65
2312.10
3528.99
6084.47
12168.94
14602.73
60.0
2027.49
2751.59
4199.79
7241.02
14482.04
17378,45
65,0
2379,48
3229,29
4928.92
8498.14
16996.29
20395.54
70,0
2759.63
3745,22
5716.38
9855.83
19711.67
23654.00
75,0
3167.95
4299.36
6562.18
11314.10
22628.19
27153.83
80.0
3604.42
4891.71
7466.30
12872.93
25745.85
30895.02
TABELA I I I E -
MOMENTO RESISTENTE PARA O DIMENSIONAMENTO BALANCEADO
f p = 6.5 MPa; f, = 165 MPa; n = 40.38
DADOS DO PROJETO L
MJP^T
= 0.33f p
E * = 800fp
.
E, = 210000 MPa
4 V J/j / J
K^í I d ^
SITUAÇÃO B A L A N C E A D A p = 0.00224
V
k x , = 0.344
^
/
d
M
b d
14,0
19,0
29,0
50,0
100,0
120,0
5.0
11,44
15.53
23.70
40.86
81,71
98.06
7.0
22.42
30.43
46.45
80.08
160.16
192.19
10.0
45.76
62.10
94.79
163,43
326.85
392.22
14.0
89.69
121.72
185.78
320.31
640.63
768.76
20.0
183.04
248.41
379.15
653.70
1307.41
1568.89
25.0
286.00
388,14
592.42
1021.41
2042.82
2451.39
30.0
411.83
558.92
853.08
1470.83
2941.66
3530.00
35,0
560.55
760.75
1161.14
2001.97
4003.93
4804,72
40.0
732,15
993.63
1516.59
2614,81
5229.63
6275.55
45.0
926,62
1257.56
1919.44
3309.37
6618,75
7942,50
50.0
1143,98
1552.55
2369.67
4085.65
8171.29
9805.55
55.0
1384.22
1878.58
2867,31
4943.63
9887.26
11864.71
60.0
1647.33
2235.67
3412.33
5883.33
11766.66
14119.99
65.0
1933.33
2623.80
4004,75
6904.74
13809,48
16571.38
70.0
2242.20
3042.99
4644.75
8007.87
16015.73
19.218.88
75.0
2573.96
3493.23
5331.77
9192.70
18385.41
22062.49
80,0
2928.59
3974.52
6066,37
10459,25
20918.51
25102.21
TABELA I I I
F -
MOMENTO RESISTENTE PARA O DIMENSIONAMENTO BALANCEADO
f p = 5.0 MPa; f s = 165 MPa; n = 52.50
DADOS DO PROJETO L
= 0.33fp
E * = 800fp
.
E = 210000 MPa
< í f l
/
J / 1
M r y
i
/
SITUAÇÃO B A L A N C E A D A p = 0.00172 Kx, =
° -
V
3 4 4
b d
14,0
19,0
29,0
50,0
100,0
120,0
5.0
8.80
11.94
18,23
31,43
62,86
75,43
7.0
17.25
23.41
35,73
61,60
123.20
147.84
10.0
35.20
47.77
72,91
125.71
251.42
301.71
14.0
68.99
93.63
142,91
246.40
492.79
591.35
20.0
140.80
191.08
291,65
502,85
1005,70
1206.84
25.0
220.00
298.57
455,71
785.70
1571,40
1885.68
30.0
316.79
429.94
626,22
1131.41
2262.82
2715,38
35.0
431.19
585.19
893,18
1539,97
3079,95
3695,94
40.0
563.19
164.33
1166.61
2011,39
4022.79
4827.35
45.0
712.79
967.36
1476.49
2545,67
5091.34
6109.61
50.0
879.99
1194.27
1822.83
3142.80
6285.61
7542.73
55.0
1064,78
1445.06
2205.62
3802,79
7605.59
9126.70
60.0
1267.18
1719.74
2624.87
4525,64
9051,28
10861,53
65.0
1487.18
2018.31
3080.58
5311,34
10622,68
12747,21
70.0
1724.77
2340.76
3572.74
6159,90
12319,79
14783,75
75.0
1979.97
2887,10
4101.36
7071,31
14142,62
16971,14
80.0
2252.76
3057.32
4666,44
8045.58
16091,16
19309,39
TABELA I I I G -
MOMENTO RESISTENTE PARA o DIMENSIONAMENTO BALANCEADO
fp = 3.5 MPa; f, = 165 MPa; n = 75.00
DADOS DO PROJETO L
= 0.33fp
^
= 800 f p
.
E r = 210000 MPa
d
,
I
/
aJS^ /
J / j J
M
" I
SITUAÇÃO B A L A N C E A D A p = 0.00121
X
k , ^ 0.344
^
b d
14,0
19,0
29,0
50,0
100,0
120,0
5.0
6.16
8.36
12,76
22,00
44.00
52,80
7.0
12,07
16,39
25,01
43,12
86,24
103,49
10.0
24,64
33,44
51,04
88,00
176,00
211,20
14.0
48.29
65.54
100,04
172,48
344,95
413,95
20.0
98,56
133,76
204.16
351.99
703,99
844,79
25.0
154,00
209,00
318.99
549,99
1099.98
1319,98
30.0
221,76
300,95
459.35
791,99
1583.97
1900,77
35.0
301,83
409,63
625.23
1077,98
2155.96
2587,16
40.0
394,23
535,03
816.63
1407,98
2815,95
3379,14
45.0
498,95
677,15
1033,54
1781,97
3563,94
4276,73
50.0
615,99
835,99
1275,98
2199,96
4399,93
5279,91
55,0
745.35
1011,54
1543,93
2661,96
5323,91
6388,69
60.0
887.03
1203,82
1837,41
3167,95
6335,89
7603,07
65.0
1041.02
1412,82
2156,40
3717.94
7435.88
8923,05
70.0
1207.34
1638.53
2500,92
4311,93
8623,86
10348,63
75.0
1385.98
1880.97
2870.95
4949.92
9899,83
11879.80
80.0
1579,93
2140,12
3266.51
5631,91
11263.81
13516,57
Tabelas de Flexão
TABELA IV -
TABELA DE CÁLCULO À FLEXÃO NO ESTÁDIO I I
K„
K.
K,
K,
K,
nK'
np
0.033 0.036
0.068 0.074
0.977
5.486 5,264
0.0024
0.0025 0.0030
0.039 0.042
0.973 0.971
0.045
0.080 0.086 0.093
0.073 0.080 0.087 0.094
0.969
0.103
5,068 4,893 4,711
0,048
0.099
0.967
0.110
4,571
0,0053
0.051 0,054 0.057
0.106 0,112
0.119 0.126 0.135 0,143
4,423 4.307
0,0061 0,0068 0,0077
0.975
0.060
0.119 0.125
0.965 0.963 0.960 0.958
0.063 0.066
0.132 0.138
0.956 0.954
0.152 0.160
3.981 3,898
0,069 0.072
0.145 0.152
0.952 0.949 0.947
0.170 0.179
0.945
0.179
0,943 0.940
0.185 0.192
0.938 0.936
0.093
0,199
0,934
0,096 0.099 0.102
0,206 0.213 0.220 0.227
0,931 0.929 0.927 0.924
0.234
0.922
0.241 0.249
0.920 0.917
0.120
0.256 0.263
0.123 0.126
4,183 4,086
0,0029 0.0034 0.0039 0.0046
0,0086
0,0035 0,0040 0,0048 0.0054 0.0063 0.0071 0.0080 0.0089 0.0100 0.0110
3,807 3,723
0.0096 0.0105 0.0117 0.0129
0.188
3.655
0.0140
0.0148
0.198
0.0154
0.0163
0,208 0,218 0,227
3.581 3.512 3.447 3.394
0.0179 0.0195
0.238
3,336
0.0168 0.0183 0.0197 0,0214
0,248 0.259 0,271 0.282 0,294
3,281 3,229
0.0231 0,0249
3.179 3.132 3.087
0.0268 0.0288
3,045 3,004
0.0357
2,960
0.0330 0.0352 0,0379
0.915 0.912
0.305 0.318 0.332 0,344 0.357
2,923 2,887
0,0403 0,0428
0.0440 0.0469
0.270 0.278
0.910 0.907
0.370 0.385
2,853 2,816
0.0454
0.0499 0.0535
0,129 0.132
0.285 0.293
0.905 0.902
0.399 0.414
2.785 2,750
0.0486 0.0514 0.0548
0.135
0.300
2,722
0.0579
0.0643
0.308
0.900 0.897
0.429
0.138 0.141
0.895 0.892
2,690 2,663 2,634
0.0615
0.315 0.323
0.445 0,460
0,0648 0.0688
0.0685 0.0724 0.0771
0.147 0.150
0.330 0.338
0.890 0.887
0,493 0.511
2.610 2,582
0.0723 0,0766
0.0813 0.0863
0,153 0.156
0,346 0.354
0.885 0.882
0.362 0.370
0,0903 0,0953
0.0915 0.0970 0.1027 0.1087
0.165
0.378
0,879 0.877 0.874
2,556 2,531 2,507 2,483
0,0810 0,0855
0.159 0.162
0,529 0.548 0.567 0.587 0.608
2.460
0.1004
0.1149
0.075
0.158
0.078
0.165 0.172
0.081 0,084 0.087 0.090
0.105 0.108 0.111 0.114 0.117
Equações básicas:
km =
0.0308
» = "57d
0.0123 0.0136
0.0210 0.0228 0,0247 0.0267 0.0288 0,0310 0.0333 0.0383 0.0413
0.0568 0.0607
T A B E L A I V - TABELA DE CÁLCULO À FLEXÃO NO ESTÁDIO I I (CONTINUAÇÃO) K
K
k.
k.
k,
n k,
np
0.168 0,171 0.174 0.177
0.386 0,394 0.402 0.410 0.418 0.427 0.435 0.444 0,452 0,461
0.871 0,869 0.866 0.863 0,861 0,858 0,855 0.852 0,849 0,846 0,844 0,841 0.838 0,835 0.832
0.629 0,650 0.672 0.695 0.718 0.745 0,770 0.799 0.825 0,855
2.439 2,417 2.397 2.377 2,358 2.337 2,319 2.299 2,282 2,264
0.1057
0.1213 0.1281 0.1351 0.1425 0.1501 0.1591 0.1675 0.1773 0.1864
0.883 0,916 0.949 0.984 1.020
0,829 0.826 0,822 0,819 0.816
1,058 1.096 1,141 1,183 1,227
0.561 0.570
0.813 0,810
1,278 1.326
2,248 2,231 2.214 2.198 2.182 2,167 2.152 2,136 2,122 2.109 2.094 2.081
0,237 0,240 0.243 0,246 0,249 0.252 0,255 0,258 0.261 0,264 0.267 0,270
0.590 0.600 0.610 0,620 0.631 0.641
0.803 0.800 0.797 0,793 0.790 0.786 0.783 0,779 0,776 0,772 0.768 0,765
1.439 1.500 1,564 1,632 1.710 1.786 1.865 1.959 2.058 2.165 2.279 2.401
0,273 0.276 0.279 0,282 0.285 0,288 0.291 0.294 0.297 0.300
0,718 0.729 0.741
0,761 0.757 0,753 0,749 0.745 0.741 0.737 0.732 0.728 0,724
2,546 2.690 2.861 3,049 3,255
0,180 0,183 0,186 0.189 0,192 0.195 0.198 0,201 0.204 0,207 0.210 0.213 0.216 0,219 0,222 0.225 0.228 0.231
Equações básicas: M
Y
0,469 0,478 0.487 0,496 0.505 0.514 0.523 0.533 0.542 0.551
0.651 0,662 0.673 0.684 0.695 0.706
0,753 0.765 0.778 0.790 0.803 0.816 0.829 M
k = —r—-r2 f^x
b x d
2
2.054 2,041 2.029 2,016 2,003 1.992 1.981 1.969 1.957 1,946 1.935 1,925 1.914 1.904 1.893 1,883 1.873
3,505 3.762 4,076 4.435 4.848
1.863 1.854 1,844 1.835 1.826
n o© M
nxk = -—-—— f x b x d
2
0,1113 0.1170 0.1230 0.1292 0.1365 0.1432 0.1510 0.1583 0,1668 0.1747 0,1840 0.1936 0.2037 0.2142
0,1971 0.2071 0.2189 0,2312 0.2441 0.2576
0.2252 0,2367 0.2501 0.2628 0.2760 0.2914 0.3060
0.2718 0.2867
0.3410 0.3600 0.3801 0.4013 0.4260 0.4500 0.4754
0.4245 0.4500 0.4771
0.5052 0.5372 0.5715 0.6084 0.6482 0.6953 0.7423 0.7982 0.8597 0.9276 1.0097 1.0947 1,1985 1.3172 1.4542 A
p = — — bxd
0.3042 0.3207 0.3381 0.3585 0.3778
0,5058 0,5395 0.5723 0.6072 0.6483 0,6926 0.7403 0,7918 0.8477 0,9140 0.9805 1.0600 1,1478 1.2452 1.3633 1.4860 1.6366 1.8094 2.0095
T A B E L A V A - TABELA UNIVERSAL DE CÁLCULO À FLEXÃO NO ESTÁDIO I I m 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
n =
15
k.
100 p
Y.
Y-
m
k.
k.
100 p
Y.
Y-,
0,688 0.706 0,722 0.737 0.750 0,762 0.773 0,783 0,792 0,800
1.76 1,79 1,82 1,85 1.89 1,92 1,95 1.98 2,01 2,04 2.07 2.10 2,13 2,16 2.19 2,22 2,25 2,28 2,31 2.33
0.22 0,22 0.21 0.20 0.19 0.19 0.18 0.18 0.17 0.17
22.04 22.41
3.09 3.11 3.13 3.15 3.17 3.19 3.21 3.23 3.25 3.27
2.36 2.39 2.42 2.44 2.47 2,50 2,52 2,55 2,57 2.60 2,62 2,65 2,67 2,70 2,72 2,75 2.77 2,79 2,82 2,84
71 72
0,319 0.313 0,306 0,300 0,294 0,288 0,283 0,278 0,273
0.99 0.92 0.86 0.80 0.75 0.70 0,66 0.62 0.59 0.56 0.53 0.50 0.47 0.45 0.43 0.41 0.39 0.37 0.36 0.34
81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
0,948 0.948 0.949 0.949 0.950 0.950 0.951 0.951 0.952 0.952
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—
—
—
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TABELA V D -
TABELA UNIVERSAL DE CÁLCULO À FLEXÃO NO ESTÁDIO I I
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K
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Y-r
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k,
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TABELA V E -
TABELA UNIVERSAL DE CÁLCULO À FLEXÃO NO ESTÁDIO I I
N =
55
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K
k.
100 p
Y.
'U
m
K
K
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Y.
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—
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2.50 2.51 2.51 2.52
0,882
0.18
25,28
2.53
Márcio Roberto Silva Corrêa Engenheiro Civil (1979), pela
Universidade
Federal de Juiz de Fora. Mestre (1983), Doutor (1991), pela Escola de Engenharia Carlos, Universidade atualmente
é
de
Professor
Sáo
de Sáo
Paulo, onde
Doutor
Fez
Pós-
Doutorado (2001) na University ol Newcastle, Australia
Leciona disciplinas em nível de
graduação e pós-graduação nas áreas de resistência dos materiais, atvenana estrutural o análise de estruturas de concreto Desenvolve pesquisa nas referidas áreas, com dezenas de trabalhos publicados em revistas, congressos e outros eventos denfficos no Brasil e no exterior. Tem experiência profissional em projeto de estruturas de concreto e alvenaria
Ministrou
vários cursos em universidades o associações de engenheiros no Brasil Proferiu palestras em universidades no Brasil o no exterior. Foi membro da comissão executiva da nova NB-1. tendo participado diretamente na redação de alguns de seus capítulos.
O presente texto compreende uma atual e ampla cobertura dos vários aspectos do projeto estrutural e reflete o estado da arte do projeto e prática de alvenaria no Brasil. Uma vez que os princípios do projeto da alvenaria são universais, grande parte do material apresentado é igualmente aplicável à construção em alvenaria em outros países. O livro é relevante não apenas para alunos, como também para pesquisadores e engenheiros projetistas, e vem se juntar ao relativamente reduzido número de textos amplos sobre projeto de alvenaria disponíveis na literatura mundial.
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