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Projeto De Barra De Cereias

Este trabalho teve como objetivo fazer todo o planejamento de um projeto para a implantação de uma indústria de barra de cereais na cidade de Feira de Santana-BA, cujos sabores são: Semente de Jaca, Semente de Jaca Diet e Jenipapo.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA CURSO ENGENHARIA DE ALIMENTOS DEISE FRAGA DO CARMO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE UMA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE BARRA DE CEREAIS- NUTRI BARRAS FEIRA DE SANTANA DEZEMBRO – 2013 DEISE FRAGA DO CARMO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE UMA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE BARRA DE CEREAIS – NUTRI BARRAS Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, apresentado à disciplina TEC317 – Planejamento de Projetos de Indústria de Alimentos, do Curso Superior de Engenharia de Alimentos, do Departamento de Tecnologia - DTEC, da Universidade Estadual de Feira de Santana UEFS, como requisito para obtenção do título de Bacharel. Orientador: Nascimento Prof. FEIRA DE SANTANA DEZEMBRO – 2013 Msc. Ricardo Santos RESUMO O consumo de “fast-foods” e lanches rápidos têm aumentado nos últimos anos, entre eles as barras de cereais se destacam por oferecer um alimento de fácil consumo, estável, variedade de sabores e com atributos de alimento saudável. Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo fazer todo o planejamento de um projeto para a implantação de uma indústria de barra de cereais na cidade de Feira de Santana-BA, cujos sabores são: Semente de Jaca, Semente de Jaca Diet e Jenipapo. O projeto apresentou bons resultados, no que se refere a Taxa Interna de Retorno apresentou um resultado de 66% demonstrando a viabilidade do projeto, já que a Taxa de Atratividade foi de 12%. Palavras chaves: barra de cereais, planejamento. ABSTRACT The consumption of "fast foods" and snacks have increased in recent years, including cereal bars stand out for offering a food easy to use, stable, variety of flavors and attributes of healthy food. In this context, this work aimed to do all the planning of a project for the implementation of an industry of cereal bars in the city of Feira de Santana, Bahia, whose flavors are: Seed of Jaca, Jaca Seed of Diet and Jenipapo. The project showed good results, as regards the Internal Rate of Return had a score of 66% demonstrating the feasibility of the project, since the rate was 12% Attractiveness. Key words: cereal bar, planning. SUMÁRIO Conteúdo 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7 2. ESCOPO DO PRODUTO ......................................................................................... 9 2.1 Definição do Produto .............................................................................................. 9 2.2 Matéria-Prima ....................................................................................................... 10 2.21 Flocos de Arroz ............................................................................................... 11 2.22 Aglutinantes .................................................................................................... 11 2.23 Jaca .................................................................................................................. 12 2.24 Jenipapo........................................................................................................... 13 3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O MERCADO ......................................................... 13 3.1 Mercado Consumidor ........................................................................................... 13 3.2 Mercado Fornecedor de Matéria-Prima ................................................................ 14 3.21 Flocos de Arroz ............................................................................................... 14 3.22 Aglutinantes .................................................................................................... 14 3.23 Jaca .................................................................................................................. 15 3.24 Jenipapo........................................................................................................... 15 3.3 Concorrentes ......................................................................................................... 15 4. LOCALIZAÇÃO .................................................................................................... 16 5. DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO ...................................................... 16 5.1 Fluxograma ........................................................................................................... 16 5.2 Descrição das Operações ...................................................................................... 17 5.21 Recepção ...................................................................................................... 18 5.23 Aglutinantes .................................................................................................... 18 5.24 Mistura ............................................................................................................ 18 5.25 Modelagem, resfriamento e corte .................................................................... 18 5.26 Embalagem e armazenagem ............................................................................ 19 5.3 Equipamentos........................................................................................................ 19 5.4 Diagrama de Produção .......................................................................................... 22 6. ESCALA DE PRODUÇÃO .................................................................................... 22 7. RECURSOS HUMANOS ....................................................................................... 23 8. SUBPRODUTOS E RESÍDUOS ............................................................................ 24 9. EMBALAGEM E ROTULAGEM DOS PRODUTOS .......................................... 25 10. LAY-OUT E MEMORIAL DESCRITIVO ............................................................ 27 10.1 Layout da Área Construída ................................................................................. 27 10.3 Memorial Descritivo ........................................................................................... 28 11. ANÁLISE FINANCEIRA....................................................................................... 29 11.1 Custo de Implantação.......................................................................................... 29 11.2 Custo Fixo Anual ................................................................................................ 32 11.3 Custo Variável Anual.......................................................................................... 33 11.4 Custo Total Anual ............................................................................................... 34 11.6 Fluxo de Caixa .................................................................................................... 34 11.7 Cálculo do Ponto de Equilíbrio ........................................................................... 34 11.8 Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR) ....................... 36 11.9 Tempo de Retorno de Capital (TRC) ............................................................. 37 13. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 38 7 1. INTRODUÇÃO Com as transformações ocorridas na sociedade no decorrer dos tempos os hábitos alimentares também têm sofrido modificações. Assim, com uma vida cada vez mais corrida o consumidor exige alimentos de maior praticidade e que sejam capazes de apresentar também características saudáveis. Diante da perspectiva de atender a esse mercado crescente, tem-se desenvolvido novos tipos de alimentos, dentre esses os “snacks”. Snacks tratam-se basicamente de alimentos destinados a pequenas refeições, leves ou substanciais, que podem está relacionados com atributos “saudável” e/ou “diversão”. Dentro dessa modalidade encontram-se vários produtos como mini-pizzas, biscoitos, pipocas e as barras de cereais (TORRES et al, 2009). Com a proposta de ser um alimento saudável e de baixa caloria as barras de cereais foram introduzidas no mercado. Inicialmente, não obtiveram sucesso no Brasil, onde apenas atletas a consumiam. Contudo, com o aumento da procura por alimentos saudáveis ganhou amplamente o mercado passando a ser cosumida por todos os tipos de pessoas. Assim surgiram cada vez mais pesquisas com o intuito de desenvolver tecnologias a respeito desse alimento trazendo inovações destinadas a segmentos de mercado específicos, como barras contendo minerais e vitaminas específicos para mulheres, barras que auxiliam no combate a osteoporose, barras para diabéticos. (MOURA et al, 2013). Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, cerca de 12.054,827 milhões de pacientes foram detectados com a doença, os dados são resultado da atualização dos números do Censo de Diabetes, do final da década de 80, baseado no Censo IBGE 2010. Esses dados refletem um aumento alarmante nos casos da doença no Brasil sendo reflexo do estilo de vida que favorece o aumento da adiposidade corporal. Assim torna-se de extrema importância uma preocupação maior com a produção de alimentos sem açúcar para atender as necessidades dessa parcela da população. A forma mais eficaz de evitar ou corrigir problemas de saúde como a diabetes é a ingestão de dietas balanceadas e como consequência disso o consumo de alimentos com uma proposta mais saudável tem crescido como é o caso dos alimentos “diets”. Diz-se que um alimento é “diet” quando ele for destituído em 100% de pelo menos um dos ingredientes constantes em sua composição original. Sendo assim, um produto pode ser 8 considerado “diet” por ter excluído totalmente o açúcar em sua composição, mas poderá também ser, alternativamente, sem gordura, sem sal ou sem proteína (LAMANTE, 2005). Quando trata-se de uma formulação para barras de cereais há uma grande diversidade de informações na literatura, sendo que na maioria esta se divide em três grupos, os ingredientes secos, aglutinantes e os compostos de revestimento. A proporção de cada um varia dentre as marcas comercializadas. Os principais aspectos a serem considerados na proporção dos ingredientes na formulação desse tipo de produto incluem a escolha do cereal (aveia, trigo, arroz, cevada, milho), seleção do carboidrato apropriado de forma a manter o equilíbrio entre o sabor e a vida-de-prateleira, o enriquecimento com vários nutrientes, sua estabilidade no processamento e o uso de fibra alimentar (TORRES et al, 2009). Devido à diversidade de matérias-primas empregadas na produção das barras há uma vasta possibilidade de utilização de novos sabores a esse tipo de produto. O Brasil como é um país tropical de terras férteis, possui uma grande variedade de frutas nativas e/ou bem adaptadas que possuem grande valor nutricional e que muitas vezes não tem sido aproveitadas ao máximo, sendo grande o desperdício. Essa possibilidade de inovação com incremento de valor nutritivo e pelas características dos ingredientes usados na sua fabricação a barra é considerada um alimento funcional (MOURA et al, 2013). Pela resolução ANVISA/MS nº 18 de 30 de Abril de 1999 os alimentos chamados funcionais devem seguir as seguintes considerações: alegação de propriedade funcional sendo esta relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano e alegação de propriedade de saúde que afirma, sugere ou implica a existência de relação entre o alimento ou ingrediente com doença ou condição relacionada à saúde. Vitaminas, fibras e minerais são alguns dos compostos responsáveis pela funcionalidade das barras, esses componentes estão presentes principalmente nos grãos utilizados no produto. Dentre estes componentes deve-se destacar as fibras alimentares (SALGADO, 2011). 9 As fibras presentes nos alimentos vegetais podem existir de duas formas: insolúvel ou solúvel. Embora essas duas frações atuem no nosso organismo de maneira diferente, ambas trazem benefícios à nossa saúde. A fração insolúvel é encontrada nos cereais (farelos de um modo geral), hortaliças, frutas (especialmente nas cascas) e leguminosas. Este tipo de fibra atua principalmente na parte inferior do nosso intestino (intestino grosso), aumentando o volume fecal e fazendo com que haja a produção de fezes mais macias. Por isso, elas estão relacionadas à prevenção de prisão de ventre e de câncer de cólon. Já fração solúvel é encontrada principalmente em alimentos como a aveia, cevada, frutas cítricas (bagaço), maçã (casca), goiaba e em certas gomas e mucilagens (goma guar, goma acácia, entre outras). Este tipo de fibra atua principalmente na parte superior do trato gastro-intestinal, mais especificamente no estômago e no intestino delgado, onde ocorre a digestão e absorção dos nutrientes. A ação dessas fibras nesses dois órgãos promove vários efeitos: atraso do esvaziamento do estômago, atraso da absorção de nutrientes como a glicose,· aumento da excreção de ácidos biliares (SALGADO, 2011). Assim a produção de barras de cereais é fomentada pelo aumento da procura por alimentos com apelo funcional e com praticidade de consumo, além de possibilitar uma diversidade de sabores, permitindo sempre inovações no produto. 2. ESCOPO DO PRODUTO 2.1 Definição do Produto De acordo com a Resolução RDC nº 263, de 22 de setembro de 2005, produtos de cereais são os produtos obtidos a partir de partes comestíveis de cereais, podendo ser submetidos a processos de maceração, moagem, extração, tratamento térmico e ou outros processos tecnológicos considerados seguros para produção de alimentos. A barra de cereais é um produto obtido da compactação de cereais, ou seja, formadas por cereais processados e aglomerados, podem ser incorporadas por diferentes ingredientes. Em formato retangular e tamanho pequeno, que com o passar dos anos tem se modificado, passando de um produto “duro” e crocante para um produto macio e mastigável (MOURA et al, 2013). Quando se trata de alimentos com alegação funcional existe uma serie de resoluções a respeito do assunto ao qual qualquer alimento com esse tipo de alegação deve respeitar. 10 Considerando no âmbito nacional, o Ministério da Saúde, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), regulamentou os Alimentos Funcionais através das seguintes resoluções: a)Resolução da ANVISA/MS 16/99 - trata de Procedimentos para Registro de Alimentos e/ou Novos Ingredientes, cuja característica é de não necessitar de um Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) para registrar um alimento, além de permitir o registro de novos produtos sem histórico de consumo no país e também novas formas de comercialização para produtos já consumidos. b) Resolução da ANVISA/MS 17/99 - Aprova o Regulamento Técnico que estabelece as Diretrizes Básicas para Avaliação de Risco e Segurança de Alimentos que prova baseado em estudos e evidências científicas, se o produto é seguro sob o ponto de risco à saúde ou não. c) Resolução RDC nº 12, de 02 de janeiro de 2001- Aprova o Regulamento Técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos. Alterada (o) por: Resolução RDC nº 171, de 04 de setembro de 2006. O subitem "d" do item 25 (Alimentos Naturais) do anexo I (Padrões Microbiológicos Sanitários Para Alimentos) do Regulamento Técnica aprovada revogada (o) por: Resolução RDC nº 171, de 04 de setembro de 2006. Assim um produto com padrão de qualidade deve está de acordo com a legislação vigente para, respeitando todos os padrões estabelecidos, o mesmo desde a sua produção até sua comercialização ser comercializado legalmente. 2.2 Matéria-Prima Existe uma grande quantidade de métodos na literatura a respeito das proporções dos grupos de ingredientes utilizados na formulação de barras de cereais. Dentre essa diversidade adotou-se a seguinte proporção: 20-60% de grão integral do grupo de aveia, trigo, flocos de trigo, cevada, flocos de cevada com casca, sorgo e milho, 35-60% de aglutinante, que pode incluir composições de carboidratos como suco de cana, xarope de arroz integral, caramelo, oligofrutose, inulina e misturas dos mesmos, e 5-40% de compostos de revestimentos que podem conter gordura, carboidratos, flavorizantes e fibras, sendo misturado como aglutinante, aplicado sobre a barra de cereal por chuviscamento ou cobertura, ou ambos, como forma de melhorar o sabor, evitar o ressecamento da barra, e ajudar na manutenção da vida de prateleira (MOURA et al, 2013). 11 . 2.21 Flocos de Arroz O arroz (Oryza sativa) é uma planta da família das gramíneas. Durante muitos anos, os grãos dessas plantas constituíram a base alimentar de muitos povos em todo o mundo. O cereal é cultivado em ambientes com água em abundância e requer temperaturas entre 24°C e 30ºC para se desenvolver. É para homem, uma das principais fontes de carboidratos, além de contribuírem para a restauração e o desenvolvimento dos tecidos. Esse cereal é uma boa fonte de sais minerais, como o fósforo, ferro, potássio e vitaminas (tiamina, riboflavina e niacina). Além disso, não contém colesterol, é de fácil digestão e é indicado na convalescença de quase todas as doenças (TORRES et al, 2009). 2.22 Aglutinantes Os aglutinantes são substâncias que funcionam como uma “cola” responsáveis por interagir com os componentes da barra mantendo sua união e acrescentado sabor a mesma (TORRES et al, 2009). No caso da barra produzida os aglutinantes serão: xarope de glicose, goma acácia e mel. O xarope de frutose e glicose, na verdade, é um xarope de milho rico em frutose que constitui-se basicamente de uma soluções aquosas purificadas e concentradas obtidas por hidrólise do amido e com DE acima de 20%. É um adoçante potente e ainda mais barato do que o açúcar tradicional, tão usado em produtos industrializados (BOBBIO; BOBBIO, 1995). A goma acácia, também conhecida como goma arábica, considerada fibra alimentar, consiste em uma exudação da casca da árvore acácia espinhosa que se desenvolve próximo ao deserto do Saara, na África. Do ponto de vista químico, trata-se de um sal neutro ou levemente ácido de um complexo de polímeros, apresentando em sua molécula íons cálcio, magnésio e potássio. A goma é bastante solúvel em água, mas devido ao seu baixo peso molecular e estrutura ramificada forma soluções pouco viscosas, principalmente na presença de íons; para obter soluções de viscosidade significativas, são necessárias concentrações muito altas. Muito utilizada na indústria em adoçantes de mesa líquido, produtos de frutas. No caso da barra de cereal essa será a alternativa adotada na produção da barra diet, assim substituirá o xarope de glicose na formulação (SREBERNICH et al, 2011). 12 O mel é a substância viscosa, aromática e açucarada obtida a partir do néctar das flores e/ou exsudatos sacarínicos que as abelhas melíficas produzem. Seu aroma, paladar, coloração, viscosidade e propriedades medicinais estão diretamente relacionados com a fonte de néctar que o originou e também com a espécie de abelha que o produziu. Apesar de ser basicamente uma solução saturada de açúcares e água, seus outros componentes, aliados às características da fonte floral que o originou, conferem-lhe um alto grau de complexidade. Sua composição média, em termos esquemáticos, pode ser resumida em três componentes principais: açúcares, água e diversos minerais. Os açúcares são seu principal componente, sendo que os monossacarídeos frutose e glicose representam 80% da quantidade total, os dissacarídeos sacarose e maltose somam 10% (PEREIRA et al, 2003). 2.23 Jaca A jaca é o fruto da jaqueira, árvore tropical trazida da Índia para o Brasil no século XVIII. É uma árvore que chega a 20 m de altura e seu tronco tem mais de 1 m de diâmetro. É cultivada em toda região Amazônica e toda a costa tropical brasileira, do Pará ao Rio de Janeiro. A fruta nasce no tronco e nos galhos inferiores da jaqueira e são formados por gomos, sendo que cada um contém uma grande semente recoberta por uma polpa cremosa. Apresenta cor amarelada e superfície áspera, quando madura. As variedades mais cultivadas da jaqueira são: jaca-dura, jaca-mole e jaca-manteiga. Seu fruto chega a pesar até 15 Kg. É rico em carboidratos, minerais, como cálcio, fósforo, iodo, cobre e ferro. Contém vitaminas A, C e do complexo B. Pode ser consumida in natura, cozida, na preparação de doces e geléias caseiras. As sementes, sem pele e cozidas, fritas ou torradas são apreciadas e degustadas como castanhas, quando moídas produzem uma farinha com alto valor nutritivo, podendo ser útil na fabricação de biscoitos, bolos e outros produtos de panificação. (TORRES et al, 2009). Tabela 1. Composição Físico-química da Jaca Componente (%) Umidade TORRES et al. (2009) 81,53 Cinzas - Proteínas 3,5 Lipídios 0,3 Fibras Totais - Carboidratos 30 13 Energia (kcal/100g) 136 2.24 Jenipapo Jenipapo é o fruto do jenipapeiro, árvore nativa das Américas do Sul e Central, chega a medir 14m de altura e 60 cm de diâmetro. A fruta de polpa aromática, ácida, de cor marrom clara que chega a ter 10 cm de comprimento e 7 cm de diâmetro. Pode ser usada em compotas, doces, xaropes, bebida, refrigerante, licor. Muito utilizado como fortificante, estimulante do apetite, indicado contra a anemia e doenças do baço e do fígado. É rico em ferro, contém cálcio, hidratos de carbono, calorias, gorduras, água, vitaminas B1, B2, B5 e C. Suas variedades mais comuns são: jenipapeiro-pequeno, médio e grande, jenipapeiro sem caroço, jenipapeiro com caroço, jenipapeiro sempreflorens, jenipapeiro macho e jenipapeiro fêmea (LOPES, 2013). Tabela 2. Composição Físico-químico do Jenipapo Componente (%) TORRES et al. (2009) Umidade - Cinzas - Proteínas 5,20 Lipídios 0,30 Fibras Totais 9,40 Carboidratos 25,70 Energia (kcal/100g) 113 3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O MERCADO 3.1 Mercado Consumidor Devido a crescente procura dos consumidores por alimentos saudáveis e com apelo funcional a indústria de alimentos tem se motivado a desenvolver pesquisas a respeito a fim de atender a exigência dos consumidores. Nesse contexto, DEGÁSPARI et al (2009) realizaram um estudo sobre o perfil dos consumidores de barra de cereais na cidade de Curitiba, Paraná. Das 232 pessoas entrevistadas, 63,8% consomem barras de 14 cereais, e as mulheres (73,8%) consomem mais deste produto que os homens (51,9%). Quando se trata do estado civil, os dados não mostram nenhuma tendência de consumo. No que diz respeito às faixas etárias, a proporção do público consumidor deste produto não se diferencia. Analisando os motivos que levam ao consumo de barras de cereais, observa-se que a maioria dos consumidores procura as barras de cereais como um alimento “para disfarçar a fome”. A compra do produto é impulsionada pelo “sabor”, seguido pelos “valores nutricionais”. Os itens renda, idade e escolaridade se relacionam de uma forma interessante, pois não existe uma classe social que consuma mais do que a outra. Isso demonstra que o produto é consumido por todas as classes sociais e o que pesa na escolha é definido por uma tendência (DEGÁSPARI et al, 2009). 3.2 Mercado Fornecedor de Matéria-Prima 3.21 Flocos de Arroz Devido a quantidade usada no processamento das barras, o farelo deve ser comprado a granel de um fornecedor que apresente as melhores características na venda do produto como qualidade, melhor preço, disponibilidade do farelo conforme a necessidade da produção, etc. Numa pesquisa rápida na internet já encontra-se facilmente várias empresas que comercializam esse tipo de produto: Estação dos grãos, Zona Cerealista, Empório Sabor da Terra, dentre outras. 3.22 Aglutinantes Os aglutinantes usados (xarope de glucose, goma acácia e mel) são produtos facilmente encontrados para compra. A goma acácia é comercializada por empresas como a GastronomyLab, Arcólor, dentre outras. Já o xarope de glucose é comercializado em empresas como a Cargill Foods. Quanto ao mel, será obtido de produtores da região de Feira de Santana. A região possui quase 350 produtores cadastrados, produzindo no total 6 toneladas de mel por ano, segundo dados da Federação Baiana de Apicultura e Meliponicultura. Empresas como a 15 Favo de Ouro, Apiário Sertanejo e pequenos produtores comercializam o mel na região de Feira facilitando a obtenção do produto e valorizando a produção local. 3.23 Jaca Não há dados exatos sobre a produção de Jaca no estado da Bahia, mas sabe-se que pelas características das Jaqueiras essa fruta é facilmente encontrada em algumas regiões do estado de clima quente e úmido se adaptando também a clima tropical úmido. A jaqueira também desenvolve-se em regiões de clima subtropical e semi-árido desde que haja a utilização da irrigação artificial. A planta requer temperatura média anual de 25ºC, chuvas acima de 1.200 mm/ano (bem distribuídos), umidade relativa do ar em torno de 80%, dias ensolarados. No caso da produção das barras, a matéria-prima de interesse não envolve a polpa e sim as sementes que são as partes menos valorizadas e que na grande maioria das vezes são descartados chegando-se a 500 em um único fruto. Assim, a sua obtenção já desidratada passando por uma etapa de cozimento antes pra garantir a maciez da semente utilizada na formulação das barras, se dará através de estimulo a cooperativas para recolherem as sementes de consumidores e até mesmo da própria fruta e processá-las conforme indicação anterior. Assim, um dos desafios da empresa será definir fornecedores para essa matéria-prima. 3.24 Jenipapo Assim como no caso da Jaca, não há estudos sobre a produção de Jenipapo no estado da Bahia, mas sabe-se que há ocorrências de jenipapeiros em algumas regiões do estado. A grande maioria da produção se refere a pequenos produtores que pelas características da planta não encontram grandes dificuldades no cultivo, permitindo sua comercialização com preços bem acessíveis. Assim, a obtenção da fruta desidratada ocorrerá através de estímulos a cooperativas que iram recolher a produção desses pequenos produtores para suprir a demanda da empresa devendo também desidrata-las. Apesar da sua sazonalidade (frutificação ocorre uma vez por ano- de dezembro a março) não haverá grandes problemas na obtenção do fruto já que existe pouca demanda industrial para o mesmo, ou seja, é muito pouco processado sendo mais utilizado no preparo de licores. 3.3 Concorrentes 16 Há uma diversidade de empresas produtoras de barras de cereal no Brasil: Kraft Foods Holding, Unilever N. V., Societe des producs Nestle S.A., dentre outras. No que se refere ao estado da Bahia existem as empresas: Alimentos Tia Sonia Ltda, localizada em Vitória da Conquista; Mutum Agroindustrial Ltda, localizada em Jequirica. Não foi encontrado estudos a respeito das marcas mais consumidas no país, mais é perceptível que nos supermercados da cidade de Feira de Santana a uma predominância, revelando talvez certa preferência, da marca Nutrymel com sede localizada em Curitiba. Contudo o nosso produto destaca-se pela inovação, trazendo dois novos sabores ao mercado: Jenipapo e Semente de jaca. 4. LOCALIZAÇÃO A fábrica de Barras de Cereais Nutri Barra será localizada na BR 324, Km 525, Feira de Santana. A escolha da localidade deve-se a infraestrutura e do porte industrial encontrado na cidade, além da facilidade para recepção da matéria e escoamento do produto. 5. DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO 5.1 Fluxograma O fluxograma abaixo descreve as etapas de produção das barras, tanto de jaca quanto de jenipapo, produzidas pela Nutri Barra, desde a recepção das matérias-primas até o armazenamento do produto final. Recepção/pesagem. 17 Pré-mistura dos aglutinantes. Pré- mistura dos ingredientes secos. Concentração (95°C, 2 min.). Mistura. Modelagem. Resfriamento (-20°C, 10 min.). Corte. Embalagem. Armazenagem. Figura 1. Fluxograma de produção 5.2 Descrição das Operações 18 A indústria receberá as matérias-primas já desidratadas e as encaminhará para as etapas de recepção e pesagem. 5.21 Recepção Na operação de recepção, as matérias-primas são descarregadas e conferidas sob área coberta. O principal fator observado, durante a recepção das matérias-primas, para que se tenha garantia que as mesmas estejam em perfeitas condições para utilização no processo é o teor de umidade dos ingredientes secos. 5.23 Aglutinantes Os aglutinantes são pré- misturados e concentrados em temperatura de aproximadamente 95ºC por 2 min, em seguida são adicionados os ingredientes secos. 5.24 Mistura Essa etapa consiste em misturar as matérias-primas constituintes da barra de cereal. Durante a preparação, os ingredientes sólidos são dosados e misturados com a calda já existente. Esta etapa ocorre no mesmo tacho utilizado para a preparação da calda, fazendo uso da temperatura do mesmo para manter a mistura de aglutinantes (calda) no estado líquido, e ainda aproveitando a agitação para que tenhamos uma mistura homogênea. Nesta etapa deve-se ter o controle da temperatura e uma boa agitação, impedindo que a mistura da calda com as matérias-primas secas ocorra de forma não homogênea ou que se tenha perdas no tacho caso fique partes da mistura aderidas no mesmo. No caso da temperatura deve-se evitar excessos para que não tenhamos perdas no que tange aos aspectos sensoriais do produto. A calda tem a função de dar sabor a barra de cereal e também de aglutinar os demais ingredientes sólidos. Como a calda constitui-se de ingrediente líquido, sua adição permite que o produto seja formatado na posterior etapa do processo. 5.25 Modelagem, resfriamento e corte Nesta etapa do processo, a calda dissolvida juntamente com os ingredientes secos já adicionados e dispersos de forma homogênea na calda são retirados do tacho encamisado para formas retangulares de aço inox, onde será definida a espessura que a barra de cereal terá. No caso da produção será usado um molde vazado de forma que o tamanho das barras sejam padronizados em 9x3x1,5 cm. Os moldes passaram por uma esteira de resfriamento (a -20ºC por 10min), adquirindo a consistência característica são desenformados e cortados dando a forma final retangular, característica da barra de cereal. 19 Para o corte usam-se dois rolos contendo navalhas com separações adequadas a dar as dimensões finais ao produto, tanto na largura como no comprimento. A forma assim como os rolos devem estar perfeitamente higienizados e como todos os outros equipamentos utilizados no processo para não comprometer a qualidade do produto final. 5.26 Embalagem e armazenagem A embalagem das barras será feita através de uma embaladora continua, e em seguida são acondicionadas em caixas de papelão. O armazenamento é feito em temperatura ambiente. A embalagem primária é laminada mista formada por 4 películas:polietileno/alumínio/papel/polietileno, a secundária é composta por caixas cartonadas onde cabem 24 unidades do produto. 5.3 Equipamentos Para dosar a quantidade de ingredientes secos usa-se um dosador volumétrico de sólidos. Sua função é dosar individualmente os diversos tipos de cereais de forma volumétrica fazendo um pré-mix preparatório. Dosador volumétrico de sólidos. (Fonte: http://www.tecbelt.com.br/dosadores-po/dosador-sioflex.php) A preparação da calda assim como a mistura de todos os ingredientes, deve ser realizada em um tacho encamisado com circulação de vapor e com agitação, de modo que os ingredientes utilizados para preparação das barras fiquem misturados de forma homogênea e que a temperatura mantenha a calda em estado liquido. 20 Tacho encamisado. (Fonte:http://www.westequipamentos.com.br/ah_novos_busca.php?escolha=Tacho%20para%2 0doce%20de%20leite%20sem%20exautor) O túnel de resfriamento realiza o controle de temperatura e umidade, levando à cristalização da manta de massa. Túnel de resfriamento linear. (Fonte: http://www.logismarket.ind.br/limaq/tunel-de-resfriamento-linear/19783053751782150385-p.html) Após resfriada a manta segue para a mesa de corte onde já sai nas dimensões adequadas. 21 Mesa de corte. (Fonte: http://www.braslaer.com.br/). Para embalar o produto usa-se uma embaladora continua. Esse equipamento é utilizado para embalar as barras, através rolos da embalagem, soldando a embalagem laminada no seu comprimento e a soldando e cortando na sua largura. Possui capacidade de até 300 unidades por minuto. 22 Embaladora Continua. (Fonte: http://sermacembalagens.com.br/sf-200-2/) 5.4 Diagrama de Produção O diagrama de produção é uma representação esquemática de um processo, que ilustra de forma descomplicada a transição de informações entre os elementos que o compõem. Abaixo segue o diagrama do processo da barra: Figura 2. Diagrama de processo 6. ESCALA DE PRODUÇÃO Para a fabricação de uma barra de 20 g são necessarios: Tabela 3. Formulação de uma barra Ingrediente especifico (g) Semente de Jaca Flocos de Xarpe de Mel (g) Arroz (g) Glucose (g) 7,00 5,00 5,00 Jenipapo 9,00 1,00 Sabor • 5,00 Cálculo de uma produção diária: 5,00 3,00 23 Dimensões de uma barra: 9x3x1,5 cm Volume de uma barra: 0,0405 L O tacho possui uma capacidade total de 1000 L, considerando-se que as estapas seguinte (corte, embalagem) seriam muito desprendiosas para o funcionário produzir essa capacidade de vez considera-se o uso de 80% do volume do tacho (800L). Assim para saber quantas barras consegue-se produzir com esse volume: 0,0405 L equivale ao volume de uma barra 800 L equivale ao volume de x barras Assim consegue-se produzir 19.753 barras em um turno. Se uma barra possui 20 g, esse total equivale a: 395.061,73 g (395,06 kg). Quantidade de ingredientes gastos para essa produção: - Semente de Jaca: 35% de Flocos de arroz: 138,27 kg 15% de Semente de jaca: 59,26 kg 25% de Mel: 98,76 kg 25 % de Xarope de glucose: 98,76 kg - Jenipapo: 45% de Flocos de arroz: 177,777 kg 5% de Jenipapo: 19,753kg 25% de Mel:98,76 kg 25% Xarope de glucose:98,76 kg 7. RECURSOS HUMANOS Tabela 4. Numero de funcionário 24 Processo N° Funcionários Mistura 4 Modelagem 3 Resfriamento 1 Corte 2 Embalagem 2 Estocagem 1 Cozinheiros 3 Auxiliar de serviços gerais 3 Analista de laboratório 2 Office-boy 1 Analista de Contabilidade 1 Encarregado de serviços administrativos 1 Analista de recursos humanos 1 Engenheiro de alimentos 1 Motorista 2 O IBGE utiliza o critério por número de empregados como critério de classificação do porte das empresas para fins bancários, ações de tecnologia, exportação e outros. Desta forma, a fábrica de barras de cereais seria enquadrada como de pequeno porte, empresas com de 20 a 99 empregados. 8. SUBPRODUTOS E RESÍDUOS O efluente líquido é constituído pelos despejos líquidos originários de diversas atividades desenvolvidas na indústria. È oriundo do processo um soro que se encontra diluído nas águas de lavagem de equipamentos, tubulações. Compõe ainda o efluente industrial a água utilizada em serviços menos nobres como limpeza fabril e nos banheiros e demais instalações da indústria. Estão presentes no efluente: • Produtos utilizados na higienização: detergentes e sanitizante; • Areia oriunda na operação de lavagem de pisos; 25 • Produtos utilizados na manutenção de equipamentos; • Transbordamento de tanques, equipamentos e utensílios diversos. A figura abaixo ilustra o tratamento do efluente realizado na fábrica. Inicialmente o efluente passa por uma peneira estática, afim de remover corpos de grande diâmetro, em seguida este segue ao tanque de equalização, onde é realizado a correção do pH para promoção de maior atividade do tratamento biológico.Em seguida é realizado o pré tratamento com adição de coagulantes e no tratamento biológico são empregados microorganismos para diminuição da carga orgânica.O efluente segue então para o decantador onde é separado o lodo do efluente tratado, o qual deve apresentar – se em conformidade com as Resoluções CONAMA 357/2005 e 430 /2011. A água pluvial captada ao redor da indústria não deve ser ligada a tubulação dos demais efluentes, pois não há necessidade de tratamento da mesma. O subproduto principal sólido é o gerado das operações de descarte de embalagens defeituosas, que serão devidamente separadas e utilizadas em processos de reciclagem. 9. EMBALAGEM E ROTULAGEM DOS PRODUTOS As barras de cereais são acondicionadas em embalagem de polipropileno e polietileno/alumínio, que protege o produto e conserva a umidade. As embalagens devem ser confeccionadas com capacidade para 20 g, devendo ser seladas logo após o acondicionamento do produto (MOURA et al, 2013). 26 Em relação à rotulagem nutricional, a Resolução RDC nº 359, de 23 de dezembro de 2003, da Agência Nacional de Saúde (Anvisa), estabelece o que todas as indústrias de alimentos produzidos e comercializados, qualquer que seja sua origem, embalados na ausência do cliente e prontos para serem oferecidos aos consumidores devem seguir na construção da rotulagem do produto. As barras de cereais devem atender tal resolução no que se refere a rotulagem. Assim, segue abaixo o modelo de tabela nutricional para a Nutri Barra: Tabela 5. Informação Nutricional da Barra Nutri Barra Semente de Jaca Informação Nutricional Porção de 20g (1 barrinha) Quantidade por porção % VD* Valor Calórico 55,80 kcal 3 Carboidratos 12,32 4 Proteínas QNS** ---- Gorduras ---- ---- Fibras Totais 3,09 14 Sódio 0,03 2 Saturadas *Valores Diários de Referência com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 kJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas. **Quantidade Não Significativa. 27 Tabela 6. Informação Nutricional da Barra Nutri Barra Jenipapo Informação Nutricional Porção de 20g (1 barrinha) Quantidade por porção Valor Calórico 55,40 kcal % VD* 5 Carboidratos 11,92 Proteínas QNS** ---- Gorduras Saturadas ---- ---- Fibras Totais 2,34 13 Sódio 0,21 3 4 *Valores Diários de Referência com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 kJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas. **Quantidade Não Significativa. 10. LAY-OUT E MEMORIAL DESCRITIVO 10.1 Layout da Área Construída A planta de uma construção é um diagrama dos relacionamentos entre salas, espaços e outros aspectos físicos em um nível de uma estrutura. Nela devem estar detalhadas em escala as medidas das paredes (comprimento e espessura), portas, janelas, o nome de cada ambiente. Segue abaixo a planta da Indústria de barra de cereais onde os quadrados com números em ordem crescente representam a disposição dos equipamentos na área produtiva. 28 10.3 Memorial Descritivo A fábrica apresenta a seguinte estrutura física: • Recepção de matéria – prima: local onde são recebidos todos os ingredientes utilizados no processo; • Almoxarifado: destina – se a acondicionar materiais que serão utilizados pela empresa; • Laboratório: setor responsável pela análise do produto fabricado; • Banheiros; • Escritório: Setor administrativo da empresa; • Estação de Tratamento de efluentes: local que realiza o tratamento do efluente gerado do processo; 29 • Produção: área onde ocorre todo o processamento; • Refeitório. 11. ANÁLISE FINANCEIRA Nesta etapa do projeto foram realizadas as seguintes considerações: • Período 10 anos, • Financiamento de no mínimo 50%, • Juros 9%, • Taxa atratividade 12%, • Imposto 23%. Na implantação da fábrica de Barra de Cereais foi realizado a analise financeira para verificação da viabilidade, lucratividade e projeção da fábrica durante o período de 10 anos. Inicialmente realiza-se o levantamento do valor a ser investido. Este provém de gastos com a aquisição equipamentos, mobiliário, matéria-prima e estrutura física. 11.1 Custo de Implantação Tabela 7. Custos com Equipamentos Equipamento Quantidade Valor por Valor total Depreciação Unidade (R$) (R$) (10%) Balança rodoviária 1 16.096,00 16.096,00 1.609,60 Balança pesadora 2 607,95 1.215,90 121,59 Dosador volumétrico de 1 8.000,00 8.000,00 800,00 Tacho encamisado 1 6.000,00 6.000,00 600,00 Túnel de resfriamento 1 15.235,00 15.235,00 1.523,50 Embaladora Contínua 1 40.950,00 40.950,00 4.095,00 Mesa de corte 2 8.500,00 17.000,00 1.700,00 Formas Retangulares 343 -- 5.000,00 500,00 Veículo 1 85.000,00 85.000,00 8.500,00 Total -- -- 194.496,90 19.449,69 ingredientes secos 30 Tabela 8. Honorários dos Funcionários Funcionário Quantidade Preço por Preço Total pessoa/ 8h/dia Mensal/ 22 dias Preço Total Anual (R$) (R$) Analista de 2 2.785,00 5.570,00 5.570,00 Office-boy 1 678,00 678,00 8.814,00 Analista de 1 2.117,00 2.117,00 27.521,00 1 3.961,00 3.961,00 51.493,00 1 2.543,00 2.543,00 33.059,00 1 3.390,00 3.390,00 44.070,00 Chão de fábrica 13 678,00 8.814,00 114.582,00 Serviços gerais 3 678,00 2.034,00 26.442,00 Cozinheiros 3 678,00 2.034,00 26.442,00 Motorista 2 1.866,00 3.732,00 48.516,00 Total 28 34.873,00 386.509,00 laboratório Contabilidade Encarregado de serviços administrativos Analista de recursos humanos Engenheiro de Alimentos Tabela 9. Custo com Mobiliário Item Qtde Especificações Valor Unitário Valor Total Depreciação (10%) 1 10 Estante de aço R$ 40,00 R$ 400,00 R$ 40,00 2 28 Cadeira de plástico R$ 25,00 R$ 700,00 R$ 70,00 3 3 Máquina calculadora R$ 20,00 R$ 60,00 R$ 6,00 4 7 Mesa plástica R$59,00 R$ 413,00 R$ 41,30 5 2 Geladeira R$ 1.000,00 R$ 2.000,00 R$ 200,00 6 4 Mesa de madeira + R$ 180,00 R$720,00 R$ 72,00 R$ 700,00 R$ 4.200,00 R$ 420,00 R$8.493,00 R$ 849,30 cadeira 7 6 Computador Total 31 Tabela 10. Matéria-Prima Item Quantidade (por mês/ 22 dias) Preço (R$) Total (R$) Semente de jaca 1.303,72 kg 35,00/ kg 45.630,20 434,57 kg 15,50/kg 6.735,77 Goma acácia 2.172,72 kg 38,00/kg 82.563,36 Flocos de arroz 6.953,03 kg 13,80/kg 95.951,81 Mel 4.345,44 kg 13,90/kg 60.401,62 Xarope de glucose 4.345,44 kg 3.33/kg 14.470,31 Embalagem primária 493.800 (unidades) 0,05/Unidade 24.690,00 Embalagem 30.864,20 1,25/Unidade 38.580,25 -- -- 369.023,32 desidratada* Jenipapo desidratado** secundária Total *Pesquisa feita com base na castanha de caju torrada. ** Pesquisa feita com base na ameixa seca sem caroço. Tabela 11. Outros Gastos Item Quantidade Preço (R$) Material de limpeza Mensal 500,00 Alimento (refeitório) Mensal (R$ 4,00/ funcionário) 3.360,00 Energia elétrica Mensal 500,00 Linha telefônica Mensal 70,00 Água Mensal 500,00 Tratamento de efluente Mensal 2.000,00 Tratamento de água Mensal 1.000,00 Geração de vapor Mensal 5.000,00 Distribuição de vapor Mensal 2.000,00 Tabela 12. Quadro de Investimento Item Valor (R$) Construção/terreno 100.000,00 Equipamentos 194.496,90 32 Matérias-primas (um mês) 369.023,32 Capital de Giro (10% sobtotal) 663.520,22 Total 729.872,24 A partir do quadro de investimento tem-se que o valor necessário para implantação da indústria é de aproximadamente R$ 750.000,00. Cinquenta por cento deste valor (R$375.000,00) foi financiado pelo sistema de amortização constante durante 10 anos. Tabela 13. Amortização Período Juros Amortização Anuidade Saldo devedor (J + Amort) 0 375.000,00 1 33.750,00 37.500,00 71.250,00 337.500,00 33.108,75 37.500,00 70.608,75 300.000,00 32.078,70 37.500,00 69.578,70 262.500,00 30.595,06 37.500,00 68.095,06 225.000,00 28.584,53 37.500,00 66.084,53 187.500,00 25.964,28 37.500,00 63.464,28 150.000,00 22.640,85 37.500,00 60.140,85 112.500,00 18.508,90 37.500,00 56.008,90 75.000,00 13.449,80 37.500,00 50.949,80 37.500,00 - 7.330,14 37.500,00 375.000,00 44.830,14 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Total 246.011,00 621.011,00 11.2 Custo Fixo Anual Custos fixos são aqueles que ocorrem todos os meses, independente da quantidade produzida. Tabela 14. Custos Fixos 33 Item Valor(R$) por ano Salários 386.509,00 Encargos sociais (70% salários) 270.556,30 Seguros (1% do salário) 3.865,09 Impostos e taxas (2% do salário) 7.730,18 Depreciação (prédio 4%, equipamentos 10% a.a) 24.298,99 Amortização 37.500,00 Total 730.459,56 11.3 Custo Variável Anual Custos variáveis são aqueles que ocorrem na proporção da quantidade produzida, ou seja, variam de acordo com o volume de produção. Tabela 15. Custos Variáveis Item Custo R$ (por ano) Matéria-prima e embalagens 4.428.279,84 Material de limpeza 6.000,00 Água 6.000,00 Tratamento de água 12.000,00 Tratamento de Efluente 24.000,00 Energia elétrica 6.000,00 Transporte (diesel) 1.452,58 Alimento (refeitório) 40.320,00 Linha Telefônica 840,00 Geração de vapor 60.000,00 Distribuição de vapor 24.000,00 Total 4.608.892,42 34 11.4 Custo Total Anual Custo Total = Custo fixo anual + Custo variável anual Custo Total = 730.459,56+ 4.608.892,42 Custo Total = R$ 5.339.351,98 11.6 Fluxo de Caixa Fluxo de caixa é um objeto matemático que pode ser representado graficamente com o objetivo de facilitar o estudo e os efeitos da análise de uma certa aplicação, que pode ser um investimento, empréstimo, financiamento, etc. Normalmente, um fluxo de caixa contém Entradas e Saídas de capital, marcadas na linha de tempo com início no instante t=0. O fluxo de caixa encontra-se anexado (Anexo1). Sendo: Lucro Tributável = Receita Total + Custo Fixo Anual + Depreciação + Despesas Financeiras Lucro Líquido = Lucro tributável - Imposto de renda e produtos industrializados (23%) Fluxo de caixa = Lucro Líquido + Amortização – Depreciação 11.7 Cálculo do Ponto de Equilíbrio O ponto de equilíbrio ocorre quando os custos e despesas totais são iguais à receita total. Nesse momento, acontece o ponto de equilíbrio (também denominado de ponto de ruptura – Break-even Point). Abaixo desse ponto, a empresa sofre prejuízo por ainda não ter receita suficiente para pagar seus custos e despesas. Acima desse ponto, a empresa opera com lucro, pois já é possível pagar todos os gastos e ainda sobrar receita. Preço de venda: 0,55 centavos/unidade Receita Anual: Quantidade Produzida x Preço de Venda 35 Quantidade Produzida = 10.429.584 barras/ano Receita Anual = 10.429.584 x 0,55= R$ 5.736.271,2 Custo Fixo Anual = R$ 730.459,56 Custo Variável Anual = R$ 4.608.892,42 Percentual do Custo Variável = Custo Variável Anual/ Receita Total % Custo Variável = 4.608.892,42/5.736.271,2 = 0,803 Índice = 1 - % custo variável = 0,197 Ponto de Equilíbrio = Custo Fixo/ Índice Ponto de Equilíbrio = 730.459,56/ 0,197= 3.707.916,55 Gráfico 1. Ponto de Equilíbrio 7 000 000 y = 6E+06x - 1E-09 y = 5E+06x + 730460 6 000 000 5 000 000 Receita 4 000 000 Custo Total 3 000 000 Linear ( Receita ) 2 000 000 Linear ( Custo Total ) 1 000 000 0 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 -1 000 000 Fazendo: Yreceita=Ycusto X= 0,73046 PN= 73% 36 Deste modo o ponto de equilíbrio é alcançado ao conseguir o montante de R$ 3.707.916,55, obtido com a comercialização de aproximadamente 10.429.584 barras/ano. 11.8 Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR) O Valor Presente Líquido (VPL),é a diferença entre o valor investido e o valor dos benefícios esperados. É encontrado com uso da fórmula abaixo: VPL = - CF0 + Σ [(CFj)/(1+i)^j] Taxa Interna de Retorno (TIR), verifica a viabilidade do projeto, sendo este viável quando a taxa interna de retorno é superior a taxa media de atratividade. Tabela 16. TIR e VPL PERIODO (ano) Fluxo de caixa (R$) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 VPL TIR R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ -750.000,00 247.729,07 248.222,83 249.015,97 250.158,37 251.706,48 253.724,07 256.283,11 259.464,72 263.360,22 268.072,36 678.668,10 31% Para o projeto em questão, encontramos o valor de 678.668,10, ou seja, este valor significa que os ganhos do projeto remuneram o investimento feito em 12% ao ano. 37 Quanto a Taxa Interna de Retorno (TIR), como a taxa de atratividade foi de 12%, e o valor do TIR 31%, temos que o projeto é viável. 11.9 Tempo de Retorno de Capital (TRC) É o período necessário para que no período de exploração sejam recuperados os recursos aplicados no período de investimento. O seu calculo consiste apenas num somatório cronológico de receitas e despesas de investimento e de exploração do projeto até o momento em que elas se igualam, isto é, até que o saldo acumulado de exploração iguale as despesas de investimento. O TRC pode ser obtido pela formula a seguir: INV0: Investimentos efetuados antes de o projeto entrar em funcionamento INVt: Investimentos efetuados durante o ano ‘t. TA: Taxa de atualização Vr: Valor residual é o valor liquido das amortizações no ano em causa. CFt : Fluxo de caixa no ano t Utilizando o Excel, com os dados de fluxo de caixa (presente em anexo), encontrou – se o TRC de aproximadamente 8 anos. 12. ANEXO 38 13. REFERÊNCIAS BOBBIO, P.A.; BOBBIO, F.O. Química de processamento de alimentos. Livraria Varela, São Paulo, 1995. 39 BRASIL, Resolução RDC n° 12, de 2 de janeiro de 2001. Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde aprova o regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. 2001 10 jan; Seção 1, 45-53. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/a47bab8047458b909541d53fbc4c6735/RD C_12_2001.pdf?MOD=AJPERES. Acesso em: 23/09/2013. BRASIL. Resolução ANVS/MS nº. 16, de 30 de abril de 1999. Regulamento Técnico de Procedimento para Registro de alimentos e ou novos ingredientes. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03 mai. 1999. Seção 1. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/96fa548047458ef597fdd73fbc4c6735/RES OLUCAO_16_1999.pdf?MOD=AJPERES. Acesso em: 23/09/2013. BRASIL. Resolução ANVS/MS nº. 17, de 30 de abril de 1999. Regulamento Técnico que estabelece as Diretrizes Básicas para a Avaliação de Risco e Segurança dos Alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03 mai. 2004. Seção 1. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/ea58f88047457ce3895cdd3fbc4c6735/RE SOLUCAO_17_1999.pdf?MOD=AJPERES. Acesso em: 23/09/2013. BRASIL. Resolução RDC nº 359, de 23 de dezembro de 2003. Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde aprova o regulamento técnico de porções de alimentos embalados para fins de rotulagem nutricional. Diário Oficial da União, Brasília, DF. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/d12c9e804745947f9bf0df3fbc4c6735/RD C_359.pdf?MOD=AJPERES. Acesso em: 23/11/2013. DEGÁSPARI, Cláudia Helena1; MOTTIN, Fátima; BLINDER, Elsa Wasserman. O Comportamento do Consumidor no Mercado de barras de cereais. Publ. UEPG Ci. Hum., Ci. Soc. Apl., Ling., Letras e Artes, Ponta Grossa, 17 (1): 49-58, jul. 2009. LAMANTE, Ana Cândida Barbieri e et al. Obtenção de Geleia “Diet” elaborada com suco de maracujá. Revista Uniara, n.16, 2005. 40 MOURA, Janete; ASSIS, Olivia; MOREIRA, Zeliane. Processo de Fabricação de Barras de Cereais. SENAI- Dendezeiros, 2013. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfr0QAL/barra-cerais. Acesso em: 23/09/2013. PEREIRA, Fabia de Mello; LOPES, Maria Teresa do Rêgo; CAMARGO, Ricardo Costa Rodrigues de; VILELA, Sergio Luís de Oliveira. Produção de mel. EMBRAPA, jul de 2003. Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/mel.htm. Acesso em: 24/09/2013. SALGADO, Jocelem Mastrodi. A importância das fibras na nossa alimentação. Sanativa, novembro 2011. Disponível em: http://www.sanavita.com.br/#a-importanciadas-fibras-na-nossa-alimentacao_c1728_.aspx. Acesso em: 23/09/2013. SREBERNICH, Silvana Mariana; MEIRELES, Fernanda; LOURENÇÃO, Giovana. Avaliação microbiológica de barras de cereais diet por meio de agente ligante colágeno hidrolisado e goma acácia. Rev. Ciência Méd., Campinas, 20(1-2):5-13, jan./abr., 2011. Sociedade Brasileira de Diabetes. O Congresso: Depois de meses de trabalho chega a hora do Diabetes 2013, v. 20, n. 4, setembro 2013. Disponível em: http://www.diabetes.org.br/attachments/revistas2013/revista-diabetes-vol20-n4/. Acesso em: 23/09/2013. TORRES, Edmilson Rebelo; LIMA, Álvaro Silva; SOARES, Cleide Mara Faria. Desenvolvimento de Barras de Cereais Formulados com Ingredientes Regionais. 2009. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Processo)- Universidade Tiradentes. Programa de Pós-graduação em engenharia de processo. 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