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Projeto - Criação De Mocó

Como criar Mocó.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DISCIPLINA: EXPLORAÇÃO ZOOTÉCNICA DE ANIMAIS SILVESTRES PROJETO – CRIAÇÃO DE MOCÓ DISCENTES: ADAÍAS INOCÊNCIO GONÇALO JÉSSYCA KAREN PINHEIRO AGOSTO - 2014 AREIA - PB INTRODUÇÃO A utilização de fontes renováveis de alimentação desempenham importante papel no sustento de uma população em crescimento contínuo, principalmente no mundo atual com limitados recursos. Nas regiões tropicais e sub-tropicais do nosso planeta, animais silvestres constituem uma fonte natural e renovável de alimentos, que é usada pelas populações locais de baixa renda. Dessa forma, os animais silvestres têm ganhado espaço há pouco tempo no mercado, fazendo-se necessário a implantação de mais criadouros autorizados facilitando o acesso às essas carnes, que são comercializadas como verdadeiras iguarias nos restaurantes. Entre essas carnes a de Mocó é bastante cobiçada, principalmente pelos sertanejos, pelo fato de ser uma carne de excelente qualidade e a sua pele apresentar beleza, resistência e maciez. O mocó (Kerodon rupestris) pertencem à Ordem Rodentia, Família Caviidae e Gênero Kerodon. São animais que se adaptam fisiologicamente aos mais variados tipos de climas e altitudes. Caracterizam-se como mamíferos terrestres; herbívoros, sendo que os adultos medem aproximadamente 40 cm e podem pesar até 1 kg de peso vivo e a dentição é desprovida de caninos. Possuem apenas três dedos nos membros posteriores e cauda completamente atrofiada. Geralmente vivem em pequenas colônias feitas em buracos na terra ou usam cavidades nas bordas das rochas. Possuem hábitos gregários e diurnos. Os mocós têm estado restritos à região do semiárido da caatinga do nordeste brasileiro, onde estão às rochas graníticas que lhes servem de refúgio, quando ameaçados pelos predadores. São excelentes saltadores escalando rochas e galhos de árvores, onde se alimentam de suas folhas. A longevidade do mocó em cativeiro é de cerca de 11 anos, apresentando comportamento social e formação de grupos familiares. Estes animais estão sujeitos à intensa ação de caçadores, pelo seu tamanho e carne saborosa muito apreciada pela população rural, além da região gástrica que é utilizada na produção de queijo. Convém ainda acrescentar que, alguns destes roedores enterram as sementes que fazem parte de sua alimentação, contribuindo para o reflorestamento. Sendo assim, consideramos importante a conservação destes animais pela criação em cativeiro, não só para reposição em seus "habitats", como também pelo grande interesse comercial da carne. Para tanto, é fundamental que ocorra a produção e reprodução no ambiente de cativeiro. OBJETIVOS Abastecer restaurantes, churrascarias e boutique de carnes nas cidades de João Pessoa e Recife; Contribuir para a conservação e reposição dos Mocós em seus habitat naturais, reduzindo a compra de carne no mercado ilegal; Obter um animal de forma agroecológica, pois os Mocós são animais alimentados à base de produtos naturais que permitem um maior nível de sustentabilidade na criação; Obter lucro devido ao preço de venda do animal/carne, pois o mercado de carnes de animais silvestres é bastante requerido. SISTEMA DE CRIAÇÃO O sistema de criação será em confinamento, onde os animais irão ficar em uma instalação com terreno plano que será dividida em uma parte coberta com abrigo, e uma área descoberta denominada solário que deverá compreender 40% da instalação. Pedras de calcário devem ser colocadas dentro dos boxes para se aproximar de seu habitat natural, como também galhos de árvore seca e engradado de madeira, para funcionar como esconderijo para fugas no momento das agressões. Os instalações deverão ser dispostas na configuração de boxes construídos de alvenaria no sentido leste - oeste. Os boxes deverão ser divididos em três tipos: boxes de reprodução ocorre numa área de 4 x 5 m, onde ficarão alojados 1 macho para duas fêmeas; boxes maternidade com área de 2 x 4 m, onde ficarão alojadas as fêmeas paridas; e os boxes de produção com área de 5 x 8 m, que ficarão alojados uma média de 25 animais desmamados que serão destinados para produção de carne. A instalações deverão apresentar muro e cerca para o solário com uma altura de 1,4 m, onde a tela para o alambrado deve ser n° 1. Nas baias maternidade é importante se colocar uma caixa-ninho para que a fêmea possa parir nela, assim é de costume do animal forrar o ninho com palha seca. Por isso, deixe o material por perto, pois a palha ajuda a manter o interior do ninho sem umidade. Figura 1 – Vista lateral da instalação para criação de Mocó (abrigo + solário). A alimentação de todas as categorias será a base de: capins, brotos, ramos, frutos, cascas de árvores, raízes e tubérculos, hortaliças frescas e ração para coelho. Será acrescida a dieta plantas medicinais para desempenhar a função de vermífugo. Os bebedouros e comedouros ficam no chão e deverão ser feitos de alvenaria. O rebanho inicial terá 10 lotes com 20 fêmeas e 10 machos em fase reprodutiva/lote, adquiridas no Centro de Multiplicação de Animais Silvestres da Escola Superior de Agricultura de Mossoró, RN. Características Zootécnicas Peso da matriz na cobertura 735,78 g Peso da matriz pós parto 724,73 g Período médio de gestação 65 dias Ciclo poliestral contínuo 25 dias Tamanho médio da barrigada 1,28 g Peso médio dos filhotes ao nascer 61,95 g % machos nascidos 31,03 g % fêmeas nascidas 68,97 g Peso médio ao desmame (30 dias) 203,63 g Ganho de peso médio do nascimento ao desmame (30 dias) 141,48 g Ganho médio diário de peso do nascimento ao desmame 4,71 g % abortos 6,89 % mortalidade de matrizes 80,76 % mortalidade de reprodutores 71,43 % mortalidade de filhotes 44,44 INVESTIMENTO A – Venda a peso vivo B – Venda de Carne Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Custos fixos Depreciação (10%) 1.450,92 1.450,92 1.450,92 1.619,42 1.619,42 1.619,42 Subtotal (1) 1.450,92 1.450,92 1.450,92 1.619,42 1.619,42 1.619,42 Custos Variáveis Alimentação 5.284,92 6.757,62 6.757,62 5.284,92 6.757,62 6.757,62 Medicamentos 52,30 59,60 74,60 52,30 59,60 74,60 Combustível 700,00 700,00 700,00 700,00 700,00 700,00 Insumos agrícolas 598,00 418,00 418,00 598,00 418,00 418,00 Registro IBAMA 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Transporte (animais) -- -- -- -- 350,00 400,00 Serviço abate/rótulos/lacre -- -- -- -- 3.507,60 4.049,20 Aquisição de reprodutores 800,00 -- -- -- -- -- Aquisição de matrizes 1.200 -- -- -- -- -- Subtotal custo variáveis 6.735,22 8.035,22 8.035,22 6.735,22 11.892,82 12.539,42 Outras despesas (10%) 637,52 803,52 803,52 637,52 1.189,28 1.253,94 Total custos variáveis (2) 7.408,22 8.838,74 8.855,24 7.408,74 13.082,10 13.793,36 Total geral (1+2) 10.859,66 10.289,66 10.306,16 9.028,16 14.701,52 15.412,79 ANEXOS Figura 1 – Mocó empoleirado Figura 2 – Mocó abrigado entre pedras Figura 3 – Mocó em gaiola sobre pedras Figura 4 – Mocó empoleirado Figura 5 – Comportamento sexual do Mocó REFERÊNCIAS Análise bioquímica dos líquidos fetais e citologia do fluido amniótico da fêmea de Mocó (Kerodon rupestris). Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-95962004000400002&script=sci_arttext >. Acesso em: 20 de agosto 2014. Bioclimatologia animal on line. Mocó (Kerodon rupestris). Disponível em: < http://www.bioclima.info/moco.php >. Acesso em: 20 de agosto 2014. Moojen J. 1952. Os Roedores do Brasil. Instituto Nacional do Livro, Ministério de Educação e Saúde, Rio de Janeiro. 214 p. Mocó. Wikipédia. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Mocó>. Acesso em: 20 de agosto 2014. Mocó - Pequeno Mamífero Roedor. Portal EmDiv. Disponível em: < http://emdiv.com.br/pt/mundo/riquezas-da-fauna-e-flora/2428-moco-pequeno-mamifero-roedor.html>. Acesso em: 20 de agosto 2014.