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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
TRABALHO DE PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS PROFESSORA LAÍS PERES
ADRIANA SANTOS DE MELO 9325883
ALESSANDRA
SANTOS SOUZA 9322786
ANGÉLICA SANTIAGO BISPO
9326088
GABRIELLE RODRIGUES
HELFSTEIN 9326226
TIAGO MARINHO DE LIMA
9320518
SÃO PAULO
2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Como preencher uma nota promissória corretamente 9
Figura 2. Proposta de venda 10
Figura 3. Modelo de Nota promissória rural 11
Figura 4. Arquivo: Nota promissória rural 12
Figura 5. Desconto de Nota promissória rural e Duplicata rural – NPR e DR
13
Figura 6. Modelo de Nota de crédito rural 16
Figura 7. Primeira letra de câmbio – sacada em Medina Del Campo em 1495
19
Figura 8. Monumento à primeira letra de Câmbio 19
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 1
CAPITULO 1 – TÍTULOS DE CRÉDITO E DUPLICATA
1.1 Duplicatas 2
1.1.1 Duplicata mercantil 2
1.1.2 Duplicata de prestação de serviço 5
1.2 Desconto de duplicatas 7
1.3 Desconto de Títulos 7
CAPITULO 2 - NOTA PROMISSÓRIA
2.1 Nota Promissória Rural 10
2.1.1 Descontos de nota promissória rural e duplicata rural
13
2.2 Vantagens para o cliente 14
2.3 Títulos Acolhíveis 14
2.3.1 Forma de pagamento 14
2.3.2 Encargos 14
2.3.3 Garantia 14
2.4 Nota de crédito Rural 15
CAPITULO 3 – LETRA DE CAMBIO
3.1 Origem Histórica 19
3.2 Letra de cambio no Brasil 20
CAPÍTULO 4 - O CONHECIMENTO DE DEPÓSITO E O WARRANT
4.1 Do Endosso do Warrant 25
4.2 Do Endosso do Conhecimento de Depósito 25
4.3 Do resgate das mercadorias/bens 26
CAPITULO 5 – CHEQUES
5.1 Como emitir o cheque? 27
5.2 Tipos de cheque 28
5.2.1 Cheque ao portador 28
5.2.2 Cheque nominal 28
5.2.3 Cheque cruzado 29
5.2.4 Cheque pré-datado 29
5.2.5 Cheque especial 29
5.2.6 Cheque administrativo 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32
INTRODUÇÃO
O crédito representa uma idéia geral de confiança no cumprimento das
obrigações, isso agiliza as obrigações comerciais.
O crédito possui dois elementos essenciais: confiança e tempo. Quem
vende um bem a prazo, confia (confiança) no recebimento futuro (tempo) do
preço do bem.
A confiança pode ser subjetiva ou objetiva. Na subjetiva há confiança
na pessoa ao passo que na objetiva há confiança na capacidade de
adimplemento pelos bens apresentados como garantia.
Na troca imediata de valores não é necessário confiança, assim, não
se cogita relação de crédito.
No Brasil o título de crédito é o documento necessário para o
exercício do direito, literal e autônomo nele mencionado (Cesare Vivante).
De forma semelhando dispõe o art. 887 do CC "do título de crédito,
documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo dele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei".
Uma grande característica do título de crédito é a circulação simples
e segura, uma vez que a transferência do documento também transfere o
direito ali representado. Assim, a função principal do título de crédito é
proporcionar a circulação de riquezas.
No trabalho apresentaremos um conceito para explicar o que são Títulos
de crédito, traremos vários tipos que são: Duplicatas, Notas promissórias,
Letras de Câmbio, o conhecimento de depósito e o Warrant e os Cheques.
Apresentaremos os títulos de crédito, seus descontos e sua origem
histórica, o conteúdo também é enriquecido com imagens explicativas e
faremos uma conclusão de tudo que foi estudado e apresentado neste
trabalho.
CAPITULO 1 - TÍTULOS DE CREDITO
Título de crédito é o documento criado por lei para representar um
determinado crédito, devendo conter certos requisitos que lhe dão
idoneidade.
Títulos de crédito nada mais são do que formas de representação de
créditos a serem pagos, podem ter circulação, representam e equivalem a um
valor em dinheiro.
1.1 DUPLICATAS
A duplicata é um título formal de crédito com característica
comercial. Emitida em decorrência da compra e venda de mercadorias ou
prestação de serviços.
A duplicata teve origem em um antigo costume existente no comércio
brasileiro de se apresentar a conta em duas vias, para que a segunda via (a
duplicata) fosse devolvida com a assinatura do comprador. Essa assinatura
representa o reconhecimento da divida.
Se a duplicata estiver com aceite pelo sacado, nada mais será exigido.
Quando não aceita, deverá acompanhá-la comprovantes de
venda/entrega/recebimento de mercadoria (nota fiscal e canhoto assinado. Se
copias autenticadas).
1.1.1 Duplicata mercantil
Em todo contrato de compra e venda de mercadorias, com pagamento a
prazo, o vendedor entrega ao comprador uma relação descritiva das
mercadorias enviadas, com indicação de sua qualidade, quantidade e preço.
Esse documento se denomina fatura. No ato da emissão da fatura, o
vendedor poderá extrair uma duplicata da mesma, para que sirva de título de
crédito e possa fazê-lo circular como tal, inclusive por desconto em
instituição financeira.
Não existe duplicata sem correspondente fatura, mas pode haver várias
duplicatas relacionadas a uma única fatura.
A duplicata mercantil deve ser levada ao aceite do comprador, que
poderá recusá-la. Daí porque a duplicata pode ser protestada por falta de
aceite, por falta de pagamento ou por sua não devolução.
Em havendo extravio da duplicata, poderá o vendedor extrair cópia que
se denomina triplicata.
O protesto da duplicata deverá ser requerido na praça de
indicação de seu pagamento, mediante sua apresentação. Na hipótese de o
devedor não devolver a duplicata enviada para aceite, o protesto poderá ser
requerido por indicação ou por meio de triplicata.
A duplicata pode ser endossada, transferindo-se seu crédito a outro
credor (endosso translativo) ou endossada com a finalidade de terceira
pessoa cobrá-la do devedor (endosso mandato). Também as duplicatas podem
ser garantidas por aval. Lembramos que os avalistas não podem ser
protestados.
Para o protesto, a duplicata (ou documento que a substitui) deve conter:
1) Denominação duplicata, a data de sua emissão e o número de ordem (número
da duplicata);
2) Número da fatura e valor da fatura;
3) Data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata á vista;
4) Nome e domicílio do vendedor e do comprador (legíveis) com identificação
de ambos (CPF ou CNPJ se for o caso);
5) Importância a pagar, em algarismo e por extenso;
6) Praça de pagamento;
7) Cláusula á ordem (permite que o título seja transferível por endosso);
8) Declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la,
a ser assinada pelo comprador (sacado), como aceite cambial;
9) Assinatura do emitente;
10) Indicação com clareza, do nome completo, CPF (se pessoa física), CNPJ
(se pessoa jurídica) e endereço com CEP do devedor.
Sem o aceite do sacado, a duplicata, triplicata ou indicação deverá ser
acompanhada:
a) De documento que comprove a entrega e recebimento da mercadoria que lhe
deu origem (normalmente a nota fiscal/fatura com assinatura do sacado no
rodapé destacável);
b) De declaração escrita do portador e apresentante, sob as penas da lei,
de que aqueles documentos originais, ou cópias autenticadas, estão em seu
poder e que poderá exibi-los quando e no lugar determinado, lhe forem
solicitadas;
Quando a duplicata é apresentada a protesto apenas para assegurar
direito de regresso, são dispensadas as declarações acima.
Nesse caso, o portador deve indicar contra quais obrigados cambiais
deseja agir regressivamente (o sacador/endossante e avalistas), para que
sejam intimados pelo tabelião.
Para tanto, o portador deverá fornecer os seus endereços
completos (com CEP e telefone, se houver).
Tratando-se de endosso mandato (para simples cobrança), essa
declaração poderá ser dada pelo sacador-endossante e pelo apresentante e
portador, constando que o portador e apresentante age em nome do declarante
e por sua conta e risco. Deve ser lançada no verso da duplicata da seguinte
maneira: "endosso para cobrança" ou "endosso por procuração".
O endosso simples, sem indicação de tratar-se de mandato,
lançado apenas na figura da assinatura do credor será sempre interpretado
como translativo.
O portador que não tirar o protesto da duplicata dentro do prazo de 30
(trinta) dias da data de seu vencimento perderá o direito de regresso
contra endossantes e respectivos avalistas.
O protesto é ainda o marco inicial para cobrança de juros, taxas
e correção monetária sobre o valor do título, quando não houver prazo
assinado (art. 40, LPT).
O protesto de duplicata é requisito para se executar o sacado
quando a duplicata não estiver aceita (art. 15, inciso II, Lei nº.
5.474/68) e também para se requerer a falência do devedor (art. 11 do
Decreto-Lei nº. 7.661/45).
1.1.2 Duplicata de prestação de serviço
As empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis,
escolas e profissionais liberais que se dedicam a prestação de serviços
poderão, também, emitir fatura e duplicata pelos serviços prestados.
A duplicata de prestação de serviços pode ser protestada por falta de
aceite devolução ou pagamento, mediante sua apresentação, ou de triplicata,
ou, por indicação do portador (artigos 13 e 14 da Lei nº. 5.474/68).
A duplicata será levada a protesto na praça indicada do seu pagamento,
todavia, se não tiver sido aceita recomendável estar acompanhada de
documento que comprove a efetiva prestação de serviços e do vínculo
contratual que a autorizou. Ou ainda, declaração substitutiva.
Em sua grande maioria, os contratos de prestação de serviços são
verbais. Daí o entendimento firmado de que, apresentada a duplicata ou
triplicata, sem aceite, acompanhada do comprovante da efetiva prestação e
recebimento do serviço, demonstrado está o vínculo que a autorizou,
dispensando-se assim, documento escrito que o comprove o contrato.
Para o protesto, a duplicata (ou documento que a substitui) deve conter:
1) Denominação duplicata, a data de sua emissão e o número de ordem;
2) Número da fatura e valor da fatura;
3) Data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
4) Nome e domicílio do prestador do serviço e de quem os recebeu (legíveis)
com identificação de ambos (CPF ou CNPJ se for o caso);
5) Importância a pagar, em algarismo e por extenso;
6) Praça de pagamento;
7) Cláusula à ordem;
8) Declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la,
a ser assinada por quem recebeu os serviços, como aceite cambial;
9) Assinatura do emitente;
10) Indicação com clareza, do nome completo, CPF (se pessoa física) ou CNPJ
(se pessoa jurídica) e endereço com CEP do devedor.
O endosso eventualmente lançado na duplicata deverá esclarecer se é
mandato (fins de cobrança) ou translativo (transferência dos direitos nela
contidos).
O endosso simples sem indicação de tratar-se de mandato, será sempre
interpretado como translativo.
O portador que não tirar o protesto da duplicata dentro do prazo de 30
(trinta) dias da data de seu vencimento perderá o direito de regresso
contra endossantes e respectivos avalistas.
O protesto é ainda o marco inicial para cobrança de juros, taxas e
correção monetária sobre o valor do título, quando não houver prazo
assinado (art. 40, Lei nº 9.492/97).
O protesto de duplicata de prestação de serviço é requisito para se
executar o sacado quando a duplicata não estiver aceita (art. 15, inciso
II, Lei nº. 5.474/68) e também para se requerer a falência do devedor (art.
11 do Decreto-Lei nº. 7.661/45).
1.2 Desconto de Duplicata
O desconto de duplicata e uma operação que se diferencia de outras
modalidades de empréstimo por não ser uma divida representada por um titulo
emitido contra o tomador por recursos, mas por títulos emitidos contra
terceiros.
Como qualquer outro titulo de credito, a duplicata poderá conter a
figura do aval que se for o caso responderá por obrigações não cumpridas
pelo sacado.
O valor da duplicata traz embutidos os juros que compõe o preço da
venda para diferentes prazos. Esse valor é então o valor futuro pelo qual a
operação de desconto será liquidada.
A operação de desconto de duplicata paga IOF de 1,5% ao ano
(equivalente a 0,0041% ao dia) é cobrado uma taxa de abertura de credito
(tac), sendo que algumas instituições cobram ao invés da Tac, a titulo de
taxa sobre serviços bancários valor linear sobre o valor de face do titulo
para cobrir despesas incorridas na cobrança da duplicata.
O cedente deve encaminhar ao banco uma relação das duplicatas que
descontar que contém as instruções de cobrança, os sacados , valores e
vencimentos de cada titulo. Essa relação se chama bodero e representa o
contrato da operação.
1.3 Desconto de Títulos
O desconto de títulos é o adiantamento de recursos aos clientes, feito
pelo Banco, sobre valores referenciados em duplicatas de venda mercantil,
duplicata de prestação de serviços, nota promissórias e notas promissórias
rurais, de forma a antecipar o fluxo de caixa do cliente. Neste tipo de
operação, o cliente transfere o fluxo de recebimento de suas vendas a prazo
ao banco e garante o recebimento imediato dos recursos, que teoricamente só
teria disponíveis ao futuro.
A operação de desconto dá ao banco o direito de regresso, ou seja, no
vencimento caso títulos não seja pago pelo sacado, o cedente assume a
responsabilidade do pagamento, incluindo multa e/ou juros de mora pelo
atraso.
CAPITULO 2 - NOTA PROMISSÓRIA
"Nota Promissória (Decreto nº. 2.044, de 31/12/1908 e
Decreto nº. 57.663, de 24/01/1966): é uma promessa de
pagamento de certa quantia em dinheiro, feita por escrito
por uma pessoa a favor da outra. A nota promissória cria
uma obrigação, e ao assiná-lo o emitente se compromete
solenemente a pagar o valor indicado à pessoa nomeada".
É um título cambiário em que seu criador assume a obrigação direta e
principal de pagar o valor correspondente no título. A nota promissória
nada mais é do que uma promessa de pagamento, e para seu nascimento são
necessárias duas partes: o emitente ou subscritor (devedor), criador da
promissória no mundo jurídico, e o beneficiário ou tomador que é
o credor do título.
Para exemplificar a constituição de uma nota promissória citamos a
seguinte hipótese: Pedro empresta R$ 1.000,00 (mil reais) ao seu amigo
André, que por sua vez se compromete a efetuar o pagamento do empréstimo em
trinta dias. Assim sendo, emite uma nota promissória no valor do empréstimo
onde o beneficiário é o Pedro, com vencimento para trinta dias da data.
Como nos demais títulos de crédito a nota promissória pode ser
transferida a terceiro por endosso, bem como nela é possível a garantia do
aval.
Caso a nota promissória não seja paga em seu vencimento poderá ser
protestada, como ainda será possível ao beneficiário efetuar a cobrança
judicial, a qual ocorre por meio da ação cambial que é executiva. No
entanto, a parte só pode agir em juízo se estiver representada por advogado
legalmente habilitado. Obs.: Para valores menores que 20 salários mínimos
(R$15.760,00), não é necessário advogado, bastando procurar um Juizado
Especial Cível (antigo Juizado de Pequenas Causas).
Figura 1 - Como preencher uma nota promissória corretamente
Fonte: Dicasgratisnanet.blogspot.com, 2011.
A nota promissória é prevista no decreto 2044 de 31 de dezembro de
1908 e na Lei Uniforme de Genebra, seus requisitos são os seguintes:
1. A denominação "nota promissória" lançada no texto do título.
2. A promessa de pagar uma quantia determinada.
3. A época do pagamento, caso não seja determinada, o vencimento será
considerado à vista.
4. A indicação do lugar do pagamento, em sua falta será considerado o
domicílio do subscritor (emitente).
5. O nome da pessoa a quem, ou a ordem de quem deve ser paga a promissória.
6. A indicação da data em que, e do lugar onde a promissória é passada, em
caso de omissão do lugar será considerado o designado ao lado do nome do
subscritor.
7. A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).
8. Sem rasuras, pois perde o valor a nota promissória.
Figura 2 - Proposta de venda
Fonte: Uau.com.br, 2009.
A nota promissória também é conhecida no Brasil como "papagaio", sendo
esta palavra empregada originalmente para promissórias de valor duvidoso. A
provável origem deste apelido está na figura do personagem Zé Carioca da
Disney representando a figura do típico malandro carioca.
2.1 Nota Promissória Rural
Nota Promissória Rural (Art. 42 a 45 do Decreto Lei n.º 167, de
14/02/1967): é um título de crédito rural emitido geralmente por uma
agroindústria ou beneficiador com o objetivo de comprar produtos agrícolas.
Esse título transforma-se em promessa de pagamento de um determinado
produto objeto da comercialização e funciona como uma venda a prazo.
Nas vendas a prazo de bens de natureza agrícola, extrativa ou
pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas
cooperativas; nos recebimentos, pelas cooperativas, de produtos da mesma
natureza entregues pelos seus cooperados, e nas entregas de bens de
produção ou de consumo, feitas pelas cooperativas aos seus associados
poderá ser utilizada, como título de crédito, a nota promissória rural, nos
termos deste Decreto-lei.
Figura 3 - Modelo de Nota promissória rural
NOTA PROMISSÓRIA RURAL
Nº ............................
Vencimento em................ de ................................. de
19.....................
R$
............................................................................
....................................................
A.........................................................de
.............................................................
de.....19........... ............. por esta Nota Promissória Rural,
pagar.......................................................................
...
........................................................a...................
............................................................................
............................................................................
............................................................................
............................................................................
....................................................... ou à sua ordem, na
praça de ..........................................................a
quantia de ........................................ valor da compra que lhe
fiz......................entrega que me(nos) foi
feita....................... dos seguintes bens de sua
propriedade:................................................................
...............................
............................................................................
............................................................................
............................................................................
............................................................................
............................................................................
............................................................................
............................................................................
............................................................................
............................................................................
............................................................................
............................................................................
...........................................................
Fonte: Decreto de lei 167, 14 de Fevereiro de 1967.
A nota promissória rural emitida pelas cooperativas a favor de seus
cooperados, ao receberem produtos entregues por estes, constitui promessa
de pagamento representativa de adiantamento por conta do preço dos produtos
recebidos para venda.
Figura 4 - Arquivo: Nota promissória rural
Fonte: Intelitime.com, 2013.
A nota promissória rural conterá os seguintes requisitos, lançados no
contexto:
- Denominação "Nota Promissória Rural";
- Data do pagamento;
- Nome da pessoa ou entidade que vende ou entrega os bens e a qual deve ser
paga, seguido da cláusula à ordem;
- Praça do pagamento;
- Soma a pagar em dinheiro, lançada em algarismos e por extenso, que
corresponderá ao preço dos produtos adquiridos ou recebidos ou no
adiantamento por conta do preço dos produtos recebidos para venda;
- Indicação dos produtos objeto da compra e venda ou da entrega;
- Data e lugar da emissão;
- Assinatura do próprio punho do emitente ou de representante com poderes
especiais;
- Cabe ação executiva para a cobrança da nota promissória rural.
Penhorados os bens indicados na nota promissória rural, ou, em sua
vez, outros da mesma espécie, qualidade e quantidades pertencentes ao
emitente, assistirá ao credor o direito de proceder a qualquer tempo,
contestada ou não a ação, a venda daqueles bens, observado o disposto nos
artigos 704 e 705 do Código de Processo Civil, podendo ainda levantar desde
logo, mediante caução idônea, o produto líquido da venda, à conta e no
limite de seu crédito, prosseguindo-se na ação;
A nota promissória rural goza de privilégio especial sobre os bens
enumerados no artigo 1.563 do Código Civil.
2.1.1 Descontos de nota promissória rural e duplicata rural
Facilita o escoamento da produção rural, principalmente nos períodos
de safra, a partir do financiamento da comercialização primária, e suprir o
fornecimento de matéria prima no setor secundário da economia regional,
destinando-se aos produtores rurais e suas cooperativas.
Figura 5 - Desconto de Nota promissória rural e Duplicata rural – NPR e DR
Fonte: Slideplayer.com, 2008.
2.2 Vantagens para o cliente
Acesso a recurso de forma simples e rápida e a antecipação das
receitas futuras provenientes da venda de sua produção.
2.3 Títulos Acolhíveis
Será admitida a utilização indistinta da NPR ou da DR, porém aos
interessados serão orientados no sentido de optarem pelo uso permanente de
um só desses títulos em cada operação.
Somente serão admitidos os que forem referentes à
comercialização de produtos de origem rural (agrícolas / pecuários) já
colhidos e/ou efetivamente entregues aos compradores ou cooperativas,
exigindo-se a apresentação, pelo vendedor, da primeira via do documento
fiscal competente (Nota Fiscal do Produtor, Nota Fiscal de Entrada, Guia de
Recolhimento do tributo etc.).
Não poderão ser acolhidos os títulos que se originarem de contratos de
compra e venda antecipada, com promessa de entrega futura.
2.3.1 Forma de pagamento
Existindo recursos na conta, será realizado automaticamente o
pagamento do saldo devedor.
2.3.2 Encargos
Todas as informações referentes aos encargos, nós conseguimos na
agência aonde temos nossa conta.
2.3.3 Garantia
Aval na nota promissória comum emitida pelo tomador do crédito, também
temos todas as instruções de como tratar, com o nosso gerente de
relacionamento.
2.4 Nota de crédito Rural
A nota de crédito rural é título executivo extrajudicial o qual é
emitida pelo próprio devedor sendo, portanto, dotada dos requisitos de
liquidez, certeza e exigibilidade, cuja presunção milita a favor do credor,
somente poderá ser elidida por prova contundente em sentido contrário,
competindo o ônus exclusivamente ao devedor.
A nota de crédito rural conterá os seguintes requisitos, lançados no
contexto:
Denominação Nota de Crédito Rural;
Data e condições de pagamento; havendo prestações periódicas ou
prorrogações de vencimento, acrescentar: "nos termos da cláusula Forma
de Pagamento abaixo" ou "nos termos da cláusula Ajuste de Prorrogação
abaixo";
Nome do credor e a cláusula à ordem;
Valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por extenso, com
indicação da finalidade ruralista a que se destina o financiamento
concedido e a forma de sua utilização;
Taxa dos juros a pagar e da comissão de fiscalização se houver, e tempo
de seu pagamento;
Praça do pagamento;
Data e lugar da emissão;
Assinatura do próprio punho do emitente ou de representante com poderes
especiais.
O crédito pela nota de crédito rural tem privilégio especial sobre os
bens discriminados no artigo 1.563 do Código Civil.
As cédulas de crédito rural, regulamentadas pelo Decreto-Lei n°.
167/1967, são títulos negociáveis emitidos pelos órgãos integrantes do
sistema nacional de crédito rural, tais como instituições financeiras, em
prol de pessoas físicas ou jurídicas, bem como cooperativas de produtores
rurais que se dediquem a algum tipo de atividade rural.
O título denominado por "Cédula de Crédito" é caracterizado pela
existência de uma garantia quanto ao adimplemento do crédito representado
pela cédula, que poderá ser real ou fidejussória.
Se a garantia for real (incidente sobre bens físicos), comumente
conhecida pelas figuras da hipoteca e do penhor utilizadas em diversos
negócios jurídicos, a cédula rural poderá ser ou pignoratícia, ou
hipotecária ou pignoratícia e hipotecária. Lado outro, tem-se que
inexistindo qualquer garantia real, o título passará a ser denominado "Nota
de Crédito".
Figura 6 - Modelo de Nota de crédito rural
NOTA DE CRÉDITO RURAL
Nº............................ Vencimento em ................ de
................................. de 19..............
Cr$ ............................................................
A .........................................................de
.............................................................. de 19
.......... pagar ..................... por esta Nota de Crédito Rural
............................................................................
......................................................
....................................................... a
............................................................................
.............................................
..................................................................... ou à
sua ordem, a quantia de
................................................................
............................................................................
.... ........................................................ em moeda
corrente, valor do crédito diferido para financiamento de
............................................................................
............................
............................................................................
............................................................................
............................
............................................................................
............................................................................
............................
............................................................................
............................................................................
............................
............................................................................
............................................................................
............................
............................................................................
............................................................................
............................
............................................................................
............. e que será utilizado do seguinte
modo:............................
............................................................................
............................................................................
............................
............................................................................
............................................................................
............................
............................................................................
............................................................................
...................Os juros são devidos à taxa de
............................................................................
.... ao ano.............................................
............................................................................
............................................................................
............................
............................................................................
..................................... sendo
de....................................................
............................................................................
...... a comissão de
fiscalização.......................................................
............................................................................
............................................................................
............................
............................................................................
..................................... O pagamento será efetuado... na praça
de
............................................................................
............................................................................
............................
............................................................................
............................................................................
..........
Fonte: Decreto de lei 167, 14 de Fevereiro de 1967.
A nota de crédito rural, no da circunscrição em que esteja situado o
imóvel a cuja exploração se destina o financiamento cedular.
Sendo nota de crédito rural emitida por cooperativa, a inscrição far-
se-á no Cartório do Registro de Imóveis de domicílio da emitente.
Com efeito, pela interpretação da letra "d" do artigo supra
transcrito, denota-se que o credor tem a faculdade de exigir que a nota de
crédito rural seja registrada na circunscrição do imóvel cujo fim se
destina o financiamento especificado no título.
Além disso, o Decreto reserva uma particularidade referente às Notas
de Crédito Rural emitidas por Cooperativas, as quais, em havendo a
exigência do credor, poderão ser inscritas no Cartório de Registro de
Imóveis do domicílio do emitente, mais especificamente em no livro nº 3,
denominado de Livro Auxiliar.
Com efeito, destaca-se que as únicas garantias cabíveis na Nota de
Crédito Rural são as fidejussórias (aval). Neste sentido, importante frisar
que não há se falar em qualquer prejuízo às partes no caso de não registro
de referida Nota, vez que a garantia é pessoal e persegue os sujeitos que
serviram de aval em referido instrumento, diferentemente do que ocorre com
o penhor e a hipoteca nas Cédulas Rurais, garantias reais que perseguem a
coisa ou objeto e não a pessoa do garantidor.
CAPITULO 3 - LETRA DE CAMBIO
A letra de câmbio é uma espécie de titulo de credito, a emissão da
letra de câmbio é denominada saque; por meio dele, o sacador (quem emite o
título), expede uma ordem de pagamento ao sacado (pessoa que deverá paga-
la), que fica obrigado, havendo o aceite, a pagar ao tomador (um credor
específico), o valor determinado no título.
Apesar de atribuir ao sacado à obrigação de pagar o tomador, o sacador
permanece subsidiariamente responsável pelo pagamento da letra. Não sendo
pago o título no seu vencimento, poderá ser efetuado o protesto e a
cobrança judicial do crédito, que se dá por meio da ação cambial. Porém,
para que o credor possa agir em juízo, é necessário que esteja representado
por um advogado.
Quanto à possibilidade de transferência, diz-se que a letra de câmbio
é um título de crédito nominativo, ou seja, em favor de um credor
específico, suscetível de circulação mediante endosso. Assim, o endossante
(tomador original), transfere a letra para um endossatário (novo tomador).
A letra de câmbio é uma ordem de pagamento à vista ou a prazo e é
criada através de um ato chamado de saque. Diferente dos demais títulos de
crédito, para a existência e operacionalização da letra de câmbio são
necessárias três situações jurídicas distintas, a saber:
O sacador como sendo aquela parte que faz o saque, oportunidade em que
fica criada a letra de câmbio como documento. Esta pessoa é quem dá a
ordem de pagamento;
O sacado que representa a parte a quem a ordem é data, ou seja, é quem
deve efetuar o pagamento;
O beneficiário, também chamado de tomador, sendo a pessoa que receberá o
pagamento, sendo assim o beneficiário da ordem.
É importante observar que não necessariamente as situações jurídicas
são representadas por três pessoas ou partes distintas. Podem ocorrer
circunstâncias em que a mesma pessoa possa estar representando duas
situações ao mesmo tempo.
3.1 Origem Histórica
A origem histórica da letra de câmbio situa-se na península itálica,
durante a Idade Média.
Figura 7 - Primeira letra de câmbio – sacada em Medina Del Campo em 1495.
Fonte: Profpatriciadonzele.blogspot.com, 2013.
Figura 8 - Monumento à primeira letra de câmbio.
Fonte: www.google.com.br.
Como se sabe, o sistema europeu de organização política, naquele
tempo, era o feudal, caracterizado pela descentralização do poder – o
estado central e forte é criação da Era Moderna. Sendo o poder espalhado e
pontual, cada feudo ou burgo possuía, sob o domínio de um nobre, sua
organização política relativamente autônoma, o que, via de regra, se
traduzia na adoção de uma moeda própria.
Os comerciantes necessitavam, assim, de um instrumento que
possibilitasse a troca de diferentes moedas, quando, com o intuito de
realizar negócios, deslocavam-se de um lugar para outro. Criou-se, então, a
seguinte sistemática: o banqueiro recebia, em depósito, as moedas com
circulação no burgo de seu estabelecimento, e escrevia uma carta ao
banqueiro estabelecido no local de destino do mercador depositante. Nessa
carta, ele dizia ao colega que pagasse ao comerciante, ou a quem ele
indicasse, em moeda local, o equivalente ao montante depositado.
Posteriormente, os banqueiros faziam o encontro de contas das cartas
emitidas e recebidas. Dessa carta (em italiano, lettera), que viabilizava o
câmbio de moedas, originou-se a letra de câmbio.
3.2 Letra de cambio no Brasil
No Brasil, a letra de câmbio é regulada principalmente pela Convenção
de Genebra, também conhecida como Lei Uniforme (Decreto 57.663/66), e
também pelo decreto Lei n.º 2.044 de 31 de Dezembro de 1908. O Código Civil
de 2002 tem valor supletivo (art. 903).
A letra de câmbio é mais usada em operações de crédito entre
financiadoras e comerciantes, enquanto em operações mercantis internas a
prazo o título mais comum é a duplicata.
As Letras de Câmbio são instrumentos de captação emitidos por
sociedades de crédito, financiamento e investimento (Financeiras), com base
numa transação comercial.
Funcionam como um empréstimo que o investidor faz a uma Financeira em
troca de uma remuneração, que pode ser pré-fixada ou pós-fixada. A maioria
das Letras de Câmbio apresenta remuneração pós-fixada, indexada ao
Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
Ao aplicar numa Letra de Câmbio, o investidor corre o risco da
Financeira não honrar o compromisso. No entanto, é importante notar que as
letras contam com garantia adicional do Fundo Garantidor de Crédito (FGC),
até o valor de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, no caso de quebra da Financeira.
São popularmente denominadas no mercado como "CDBs das Financeiras",
uma vez que guardam características similares aos CDBs dos Bancos. A
diferença mais relevante é que as Letras de Câmbio devem, obrigatoriamente,
ser lastreadas em uma transação comercial. Nesse sentido as Letras de
Câmbio possuem baixo risco.
Esse instrumento é destinado a pequenos e médios investidores, uma vez
que o valor mínimo para iniciar as aplicações é, geralmente, baixo. É comum
encontrar aplicações mínimas a partir de R$ 500. Este ticket de entrada
visa, sobretudo, popularizar essa modalidade entre os pequenos
investidores, que são maioria esmagadora no país.
Diferentemente dos CDB´s bancários, as Letras de Câmbio não possuem
liquidez diária, ou seja, o investidor só pode resgatar o montante no
vencimento, que normalmente ultrapassa sessenta dias. Ou seja, essa
modalidade possui uma baixa liquidez e por isso os investidores não devem
aportar valores que podem precisar no curto prazo.
Em relação à tributação, segue a mesma sistemática da grande maioria
das aplicações de renda fixa.
Existe incidência de imposto sobre operações financeiras (IOF) nos
resgates realizados antes de 30 dias. A partir do 30o dia, a aplicação fica
isenta da cobrança de IOF.
Há, também, incidência de imposto de renda regressivo (IR). A alíquota
de IR é de 22,5% para operações com prazo de até 180 dias, 20% para
operações de 181 dias até 360 dias, 17,5% para operações de 361 dias até
720 dias e 15% para operações de prazo superior a 720 dias. O imposto de
renda sobre os rendimentos é retido na fonte por ocasião do resgate. Dessa
forma, quanto mais tempo os recursos permanecerem aplicados, menor será a
alíquota do imposto cobrado.
Vale observar, que essa modalidade de investimento possui maior
expectativa de retorno vis-à-vis aos títulos tradicionais dos bancos (entre
100% e 120% do CDI).
Além da baixa liquidez, o investidor deve atentar a solidez do emissor
do papel, pois as Financeiras possuem risco de crédito superior aos Grandes
Bancos.
Como em qualquer investimento, vale a máxima do mercado: quanto maior
a expectativa de rentabilidade, maior o risco.
"O Anexo I da Lei Uniforme (Decreto 57.663/66) no seu
artigo 3º estabelece que a letra de câmbio pode ainda ser
à ordem do próprio sacador, hipótese em que este é também
o tomador ou beneficiário; ou pode também ser sacada,
sobre o próprio sacador, caso em que ele ocupa também a
posição de sacado".
O título é emitido pelo sacador e em seguida entregue ao beneficiário
ou tomador, cabendo a este procurar o sacado para que proceda ao aceite.
Isto concretizado, na data do vencimento o sacado deverá pagar ao
beneficiário a quantia estabelecida na letra.
É possível que a letra de câmbio seja garantida por aval, isso
ocorrendo, o avalista passa a ser responsável pelo pagamento da mesma forma
que o avalizado. Assim, não sendo efetivado o pagamento do título na data
de vencimento, poderá ser efetuado protesto, possibilitando assim posterior
ação de execução judicial visando o recebimento da dívida.
A letra de câmbio é um título formal e para que seja emitida deve
obedecer aos aspectos legais.
a) a expressão "letra de câmbio".
b) a quantia que deve ser paga (o título deve conter expressamente o valor
a ser pago, sendo que, por força do princípio da literalidade, tal valor
prevalece até a data de vencimento do título, podendo então o credor
acrescentar juros de mora e as despesas que incorrer com a cobrança do
título).
c) o nome de quem deve pagar (sacado).
d) o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga (beneficiário
ou tomador).
e) a assinatura de quem emite a letra de câmbio (sacador).
Ao par dos requisitos essenciais acima elencados, a Lei Uniforme
concedera como requisitos não-essenciais (artigo 20).
f) data e lugar de emissão (ou saque) da letra de câmbio (podem ser
inseridas pelo beneficiário);
g) data de vencimento do título (a sua ausência implica no seu vencimento à
vista).
h) lugar de pagamento da letra de câmbio. (Quando o título não especificar
o lugar de seu pagamento, deve ser considerado como tal o de domicilio do
sacado).
No Brasil a letra de câmbio é um título de pouquíssimo uso, haja vista
que nas operações comerciais e prestação de serviços o título de crédito
que pode ser sacado é a duplicata.
Regulamentando a matéria temos os Decretos n. 2.044 de
31/12/1908, que define a letra de câmbio e a nota
promissória que regula as operações cambiais e o Decreto
n. 57.663 de 24/01/1966, que promulga as convenções para
adoção de uma lei uniforme em matéria de letras de câmbio
e notas promissórias.
O aceite genericamente pode ser definido como sendo a declaração
unilateral do sacado aposta em determinados títulos de crédito, a exemplo
de letra de câmbio e duplicata. É através do aceite que o sacado se torna
efetivamente obrigado cambiário, aceitando expressamente a obrigação
representada pelo título e crédito.
Em se tratando de letra de câmbio, o aceite não é obrigatório se a
letra for à vista, sendo porém obrigatório, nas modalidades de letra de
câmbio com vencimento a prazo. Em caso de recusa do aceite por parte do
sacado, a letra de câmbio deve ser encaminhada para protesto, tendo o seu
vencimento antecipado à data de referido protesto.
CAPITULO 4 - O CONHECIMENTO DE DEPÓSITO E O WARRANT
Tal modalidade de título de crédito foi criada no Brasil por meio do
Decreto nº 1.102, de 21 de novembro de 1903, que visava regulamentar as
empresas de armazéns gerais, seu modo de constituição e especificamente
seus direitos e suas obrigações, em razão da constante necessidade de
aprimoramento do Brasil frente às grandes economias mundiais, que vendiam
mercadorias no País.
As empresas de armazéns gerais têm por finalidade a guarda e
conversação de mercadorias de terceiros, onde são depositadas, para futura
venda do produto, por parte do depositante, sendo que na maioria das vezes
tal depósito se dá por tempo determinado. Essas empresas de armazéns gerais
são conhecidas no mundo todo, e, regra geral, se estabelecem nas cercanias
de portos e aeroportos, ou gares, de onde chegam e partem grandes
quantidades de mercadorias. Assim, os depósitos das mercadorias passam a
representar exatamente a entrega das mercadorias.
Os depósitos de mercadorias são contratos onerosos para as partes, eis
que a facilidade de acesso dos negociantes, o vai e vem das mercadorias
fica mais acessível, sendo, portanto, justa a remuneração daquele que
recebe as mercadorias para depositá-las em seus armazéns.
Há uma obrigação de restituir os bens depositados, sendo que se fala
em depósito regular quando deverá ser restituída mercadoria certa e
específica, ou depósito irregular quando se deva restituir coisas
fungíveis, apenas pela sua espécie, quantidade e qualidade, especificadas
no título de crédito representativo.
O depósito dessas mercadorias é atestado pelo preenchimento de dois
títulos unidos, mas que poderão ser separados à vontade, com os quais
poderá vender as mercadorias depositadas, ou constituir penhor sobre as
mesmas, de acordo com a vontade do depositante. Tais títulos
representativos são chamados de conhecimento de depósito e warrant. Eles
nascem juntos, preenchidos no mesmo momento, isto é, são emitidos em
conjunto, não podendo ser preenchido apenas um lado (conhecimento de
depósito) e não preenchido o outro lado (warrant), sob pena de nulidade
absoluta e não conhecimento do título de crédito impróprio, eis que
representativo do depósito. São considerados títulos xifópagos, pois são
ligados no nascimento, mas podem ser separados ao longo de sua existência.
Em realidade, não obstante tenham nascido juntos, o conhecimento de
depósito e o warrant têm finalidades distintas.
O conhecimento de depósito atesta que a mercadoria existe e foi
depositada em uma empresa de armazém geral, ao passo que o warrant serve
para a finalidade de constituir penhor sobre tal mercadoria. Dito de outra
forma, quem detém o conhecimento de depósito é considerado o proprietário
das mercadorias, ao passo que o detentor do warrant é considerado credor de
um determinado valor, sendo que as mercadorias representam a garantia.
4.1 Do Endosso do Warrant
O primeiro endosso do warrant é o mais importante, pois ele representa
o mesmo que a emissão de uma nota promissória e a principal garantia das
mercadorias, pois são estas garantidas somente pelo primeiro endosso nas
palavras de CARVALHO DE MENDONÇA. Já os demais endossos representarão
garantia solidária de pagamento, decorrentes da simples transferência do
crédito nele representado. Trata-se, pois, do primeiro endossante, do
verdadeiro emitente do título, pois coloca as mercadorias depositadas em
penhor, ficando ele – primeiro endossante – como devedor principal da
obrigação, uma vez que é ele quem faz a promessa de pagamento.
O primeiro endosso tem a finalidade de declarar o valor da dívida
assumida, a pessoa que o assumiu, o prado de pagamento e a taxa de juros
cobrada. Pode ser o endosso em branco ou em preto, mas sempre atestará a
existência de uma dívida do endossante, ficando as mercadorias em penhor.
4.2 Do Endosso do Conhecimento de Depósito
O endosso do conhecimento de depósito faz com que a mercadoria
depositada seja transferida para terceiro. Caso o warrant não esteja
anexado, o novo titular do conhecimento do depósito saberá que está
adquirindo uma mercadoria gravada com um penhor, sendo certo que nesse caso
terá ele, o novo adquirente, a incumbência de solver o débito do warrant se
e quando cobrado, pois a dívida constante do warrant é uma garantia daquele
que figurou como endossatário desse título de crédito.
4.3 Do resgate das mercadorias/bens
Os títulos de crédito representativos – conhecimento de depósito e
warrant - circulam livremente. Porém, para que alguém possa levar embora as
mercadorias terá que reunir os dois títulos novamente, pagando os encargos
decorrentes do penhor.
Embora circulem livremente, tanto o conhecimento de transporte como o
Warrant têm regras comuns, pois se tratam de títulos formais, a saber: são
títulos à ordem, transferíveis por endosso. Contém a sua própria designação
("Conhecimento de Depósito" ou "Warrant"), com a designação da empresa de
armazém geral que os emitiu, o local da emissão, a profissão e domicílio do
depositante ou de terceiro por ele indicado (a pessoa que levou o bem para
o depósito), o lugar e prazo do depósito, a natureza e a quantidade de bens
(ou mercadorias) depositados. No caso de ser coisas fungíveis, a qualidade
das mesmas. Em ambos os títulos haverá a indicação do segurador e o valor
do seguro, a declaração dos impostos e dos direitos fiscais, bem como os
encargos e despesas com o depósito, especificando o dia em que começam a
correr os valores relativos ao depósito. Finalmente, a data da emissão do
título e a assinatura do empresário depositário.
Não obstante o fato de ser obrigatória a apresentação dos dois títulos
perante a empresa depositária, há a possibilidade do portador do
conhecimento de depósito retirar a mercadoria sem a apresentação do
warrant. Nesse caso, todavia, o retirante terá que efetuar o depósito do
valor das mercadorias, a fim de que o portador do warrant, posteriormente,
possa retirar a quantia a quem tem direito.
O que ocorre normalmente é que o novo titular do conhecimento de
depósito conheça quem é o primeiro endossante do warrant e com ele combine
o valor a ser pago posteriormente, quando da apresentação do warrant.
Assim, efetua o desconto desse valor perante o depositário.
Porém, isto é uma questão prática, sem legislação específica sobre o
assunto. E, na atualidade, com a rapidez com que as notícias são
veiculadas, o uso constante da Internet em todos os setores, fica muito
menos burocrático e muito mais rápido o acesso às informações sobre o atual
endossatário do warrant.
CAPITULO 5 – CHEQUES
O cheque é uma ordem de pagamento à vista e um título de crédito.
A operação com cheque envolve três agentes:
O emitente (emissor ou sacador), que é aquele que emite o cheque;
O beneficiário, que é a pessoa a favor de quem o cheque é emitido;
O sacado, que é o banco onde está depositado o dinheiro do emitente.
O cheque é uma ordem de pagamento à vista porque ele é cobrado na ora
da sua apresentação ao banco. Em caso de valores superiores a R$ 5.000,00 o
cliente deve avisar o banco com antecedência porque senão o banco pode
postergar saques acima deste valor no expediente seguinte.
5.1 Como emitir o cheque?
Os cheques podem ser emitidos de três formas:
Nominal (ou nominativo) à ordem: só pode ser apresentado ao banco pelo
beneficiário indicado no cheque, podendo ser transferido por endosso do
beneficiário;
Nominal não à ordem: não pode ser transferido pelo beneficiário;
Ao portador: não nomeia um beneficiário e é pagável a quem o apresente ao
banco sacado. Não pode ter valor superior a R$ 100,00.
Cheque no valor superior a R$ 100,00 tem que ser nominal, ou seja,
deve trazer a identificação do beneficiário.
Se um cheque com valor superior a R$ 100,00 for emitido sem os dados
do beneficiário ele será devolvido porque não terá os dados do responsável.
5.2 Tipos de cheque:
Existem vários tipos de cheque aqui apresentaremos os mais comuns:
Cheque ao portador, Cheque nominal, Cheque cruzado, Cheque pré-datado,
Cheque especial e Cheque administrativo.
5.2.1 Cheque ao portador
Quando um pagamento é feito através de cheque e o mesmo talvez possa
ser passado para terceiros, o tipo de cheque a ser utilizado é o cheque ao
portador, que é aquele em que não foi definido o beneficiário.
Este tipo de cheque pode ser sacado por qualquer pessoa em qualquer
agência bancária. Este cheque é usado para pagar compras de pequenos
valores, um cheque só é chamado de cheque ao portador se o valor máximo for
R$ 100,00.
5.2.2 Cheque nominal
Este cheque é aquele caso que citei anteriormente, um cheque só pode
ser nominal se o seu valor for superior a R$ 100,00 e devem constar os
dados do beneficiário. Ao contrário do cheque ao portador este tipo de
cheque só pode ser sacado pelo beneficiário e depositado em sua conta.
Geralmente, por medida de segurança, o cheque nominal é usado para
pagamentos de alto valor, pois dessa maneira tem-se a segurança de que, em
caso de perda ou roubo, nenhum terceiro poderá depositar sacar ou depositar
o cheque em outra conta se não à do beneficiário que tem seu nome escrito
na folha de cheque.
5.2.3 Cheque cruzado
Assim como no cheque nominal, que há a exigência de declaração do
beneficiário, no cheque cruzado também há uma exigência: que ele seja
depositado. Quando, por um motivo qualquer, um cheque emitido tiver que ser
obrigatoriamente depositado, ou seja, não possa ser sacado, basta cruzá-lo.
Para cruzar o cheque basta fazer de caneta dois traços ou barras paralelos
na diagonal. Esses dois traços podem ficar no canto superior esquerdo da
folha de cheque ou mesmo passar por seu centro, de uma extremidade à outra.
Vale lembrar que o cruzamento deve sempre ser feito na diagonal para a
direita.
5.2.4 Cheque pré-datado
O cheque pré-datado apesar de não ser reconhecido legalmente ele está
presente em diversos países, inclusive no Brasil. Basta ter um acordo entre
o emissor e o beneficiário, ai é colocada uma data futura e nesta data o
cheque é compensado.
É uma boa para quem quer comprar alguma coisa e não tem dinheiro na
hora para fazer o pagamento. Esta opção de cheque ajuda muito para fazer
financiamento de valores altos, assim as duas partes ficam felizes.
5.2.5 Cheque especial
O cheque especial é uma espécie de crédito pré-aprovado oferecido
pelas instituições bancárias. De maneira geral, ele é idêntico aos demais,
a única diferença é que o correntista possui um limite de crédito pré-
aprovado junto ao banco, e caso ele venha a passar um cheque e no momento
da compensação não houver saldo suficiente na conta, o banco "emprestará" o
dinheiro para que o cheque não volte sem fundos. Claro que isso irá
depender do valor do cheque e do limite do cheque especial. Portanto, a
única diferença entre o cheque comum e o cheque especial é que no especial
o cliente tem limite de crédito que poderá ser usado para cobrir cheques
quando não houver saldo suficiente na conta.
Acreditamos que este tipo de cheque é o mais perigoso, porque o banco
libera o limite direto na conta do correntista e se o valor for usado ele
deve pagar o valor mais os juros. Às vezes a pessoa gasta sem perceber
porque o valor é colocado direto na conta corrente da pessoa. O banco
libera muito às vezes para bater metas e se o cliente não ficar esperto
acaba se afundando em dívidas.
5.2.6 Cheque administrativo
Este é um tipo de cheque não muito comum de ver em circulação. Na
verdade, ele não foi feito para circular, mas sim para ser usado em
situações específicas. O cheque administrativo é emitido pelo próprio
banco, servindo como garantia de pagamento. Ele geralmente é emitido para
pagamentos de alto valor, onde a existência de fundos deve ser garantida.
O cheque administrativo é quase igual a dinheiro porque ele não volta
sem fundos, ao emitir o chegue o banco estará sem responsabilizando por seu
pagamento. Este cheque só é emitido em casos extremos de valor muito alto,
o próprio cliente vai ao banco pedir o cheque como garantia de pagamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de todos os tipos de títulos de créditos apresentados neste
trabalho temos que saber adequar as necessidades dos nossos clientes os
produtos que mais se encaixam ao seu perfil, pois não existem crédito ruim
e sim crédito mal dado pelo gerente da conta que não tem domínio dos tipos
de créditos que o mercado possui e acaba colocando títulos que não se
adequam as necessidades dos clientes.
Precisamos conhecer os nossos clientes (KYC) e temos que saber qual
linha de crédito se aplica a ele verificando a sua liquidez, a
classificação de risco e a melhor opção de crédito que vai servir para ele
alavancar o seu negócio.
Quando o foco for agro negócio o cliente deverá ser orientado a usar a
linha de crédito que vai se adequar ao seu ramo de atividade, pois se
passarmos duplicatas, letras de câmbio o cliente não terá condições de
pagar o seu empréstimo com o banco, pois neste ramo usamos mais os cheques
em direitos creditórios.
Como o mercado trabalha com entressafras pagas de várias formas para
os fornecedores, é muito importante o gerente saber qual a real necessidade
do cliente e conhecer todos os produtos, assim ele trabalhará
satisfatoriamente para ambas as partes.
De acordo com tudo que foi estudado sobre Títulos de créditos chegamos
a conclusão de que o mercado tem amplas variações de créditos ao cliente,
cada um de acordo com o seu perfil.
O mercado deve ter profissionais preparados para saber lidar com cada
situação de forma correta, sem prejudicar os clientes e sim resolver os
seus problemas de forma que eles consigam pagar as suas dívidas com o banco
e sair satisfeito.
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Acesso em: 26/10/2015, disponível em delsolmedina.com:
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especial-e-outros
18. Sobre: Títulos representativos: Conhecimento de Depósito e Warrant.
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Acesso em: 27/10/2015, disponível em JC Júris consultos:
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