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[processos De Fundição] Aula 04 - Moldes Em Areia

Aula sobre moldes em areia para o curso técnico em metalurgia do SENAI.

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Revisando  O molde é o dispositivo no qual o metal fundido é colocado para que se obtenha a peça desejada. Ele é feito de material refratário composto de areia e aglomerante.  Existem diferentes tipos de moldes que irão distinguir os processos de fundição. • • • • Moldes em areia Moldes em casca Moldes por cera perdida Moldes permanentes Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Revisando  Requisitos do molde: • • • • Resistência para suportar o peso do metal líquido Resistência à ação erosiva do metal líquido Gerar a menor quantidade possível de gases Facilitar a saída dos gases gerados para a atmosfera Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Moldes em Areia  Características Tecnológicas de um Molde em Areia: • • • • • • Permeabilidade Estabilidade Térmica Dimensional Inércia Química Difusividade Térmica Refratariedade Desmoldabilidade Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Moldes em Areia  Essas características vão depender de alguns fatores como: • • • • Qualidade dos materiais de moldagem. Teores dos constituintes. Forma de preparação da mistura. Forma de compactação.  A moldagem em areia, de maneira geral é feita com uma mistura de: AREIA BASE + AGLOMERANTES + ADITIVOS Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Moldes em Areia  Areia Base ⇒ constituinte granular refratário  Aglomerante ⇒ ação de ligação entre os grãos da areia base.  Água ⇒ ligações químicas ⇒ “aglomeração” dos grãos Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Areia Base  Sílica (óxido de silício – SiO2)  Cromita (FeOCr2O3) • alta condutividade térmica (ideal para peças pequenas)  Zirconita (silicato de zircônio – ZrO2SiO2) densidade: 4,7 • Baixa molhabilidade no Fe  Olivina • Forsterita (2MgO. SiO2) e faialita (2FeO. SiO2).  Chamote Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Características da Areia Base Composição Química/características Sílica Cromita Zirconita Olivina Chamote SiO2 (%) 99,02 0,049 0,031 1a2 25 50 18 0,019 - 25 - 30 a 34 1 68 2 - 43 2 7 60 45 - Al2O3 (%) Cr2O3 (%) MgO (%) ZrO3 (%) FeO3 (%) FeO (%) Características físicas Densidade real (g/cm3) 2,65 1,7 4,65 2,9 4,7 3,1 3,4 2,3 2,7 1,35 Dilatação média até 1000ºC (%) 1,5 0,9 0,4 1,1 0,6 Tf (ºC) Dureza (Mohs) 1750 1450 6,5 2200 1500 7 2550 140 7,5 1800 1600 7 1840 - Expansão Térmica a 871ºC(mm/mm) 0,457 0,127 0,076 0,203 - Faixa de módulo (AFS) 25 – 180 50 – 90 95 – 160 40 – 160 - Ácida - Neutra Básica - Densidade aparente (g/cm3) Ts (ºC) Reação química à alta temperatura Ácida - Neutra Básica - Neutra Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Aglomerantes  Para os processos em areia não ligados quimicamente (por resina de cura a frio e cura a quente), são utilizadas argilas.  Argila é um material lamelar, composto essencialmente de silicato de alumínio hidratado, utilizado como aglomerante da mistura, sendo mais utilizado o tipo montmorilonítico.(O principal argilo mineral da bentonita). Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Aglomerantes  Características gerais da Bentonita para fundição: • • • • Boa moldabilidade Boa desmoldabilidade Elevada durabilidade Baixa tendência a defeitos de fundição  Tipos usuais em fundição: • bentonita sódica natural • bentonita sódica ativada • bentonita cálcica Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Aglomerantes  Para processos ligados quimicamente, são usados sistemas aglomerante com 2 resinas e 1 agente de cura.  Aglomerante é composto de 2 partes: • Resina parte 1 – tipo fenólica • Resina parte 2 – tipo orgânico  A resina parte 1 é a parte reativa, baixa viscosidade que facilita o recobrimento dos grãos de areia e com a parte 2 do sistema aglomerante (poli-isocianato). Na cura grupos hidroxilas da parte 1 reagem com grupos isocianatos da parte 2 na presença de amina. Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Aditivos  Geradores de Carbono Vítreo • São produtos carbonáceos, adicionados à areia verde com a finalidade principal de gerar carbono vítreo (800 ºC) durante o vazamento do metal, que, pôr sua vez, evita principalmente a sinterização de areia e melhora o acabamento superficial das peças, sendo que o pó de carvão mineral (tipo Cardiff) é o mais utilizado nas fundições brasileiras . Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Aditivos  Amiláceos: Basicamente dividem-se em 2 tipos: • Amido de milho pré-gelatinizado (mais utilizado): é um aditivo orgânico, utilizando com a finalidade principal de fornecer plasticidade à mistura e de manter sua umidade; • Dextrina (pouco utilizada): é um produto obtido pela conversão termoquímica do amido de milho, utilizado com a finalidade principal de fornecer maior resistência mecânica a alta temperatura em moldes estufados e/ou secados superficialmente. Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Aditivos  Pó de Carvão: • atenua efeitos de expansão da sílica • reduz contato do metal líquido com a superfície do molde ⇒ Melhora o acabamento superficial  Amido de Milho (Mogul) • aumenta a plasticidade  Dextrina • aumenta resistência aos efeitos da expansão térmica da sílica  Breu em pó (resina) • aglomerante, que dá principalmente à areia seca, grande resistência mecânica.  Serragem • atenua os efeitos de expansão termica da sílica Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Misturas  Areia de sistema: é a mistura básica obtida a partir da areia de retorno, com suas propriedades devidamente corrigidas, utilizada para confeccionar o molde, sendo também chamada de areia de enchimento.  Areia de faceamento: é a mistura com propriedades específicas, utilizada na resolução de determinados problemas, devendo ser empregada tão somente quando a areia de sistema não oferece as propriedades necessárias para o obtenção de um determinado fundido. Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Moldagem  Os esforços para moldagem podem ser: a • Manual (com socador manual ou pneumático) • Mecânica (com máquinas de compressão, de impacto, compressão vibratória, sopragem ou projeção centrífuga) Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Moldagem Manual  Peças de grande porte e/ou produzidas em pequena escala  Utiliza modelos soltos e soquetes manuais ou marteletes pneumáticos.  Apresenta limitações quanto a precisão dimensional e acabamento superficial das peças obtidas  Os moldes obtidos são muito heterogêneos Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Moldagem Mecânica  Peças de pequeno e/ou médio portes  Produção em grandes séries  Modelos geralmente em placas (em um ou nos dois lados da placa) → “match plate”  Permite obtenção de peças com melhor precisão dimensional Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Misturador  Usualmente, em misturadores com a carga corretamente dosada, verifica-se que a mesma dificilmente ultrapassa ¼ da altura total das mós.  É importante lembrar que cargas muito pequenas também não serão misturadas com eficiência Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Grau de Preparação  É a eficiência de preparação da mistura, que é afetada principalmente pêlos seguintes fatores: • Tempo de mistura • Ordem de adição dos componentes da mistura para a areia de Faceamento  Tempo de Mistura: A eficiência de mistura pode ser medida com o ensaio da compactabilidade. • Deve-se tomar cuidado de se assegurar que o teor de umidade seja constante e a faixa de compactabilidade da mistura seja entre 35 a 55%. Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Grau de Preparação  Ordem de adição dos componentes da mistura para a areia de Faceamento • 1-areia de retorno e/ou areia base • 2-cerca de 50% da água supostamente necessária ( 1 a 3 min) • 3-argila e outros aditivos ( 3 a 5 min) • 4-restante da água ( 1 a 3 min) Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Ensaio de Compactabilidade  o ensaio consiste unicamente em se determinar o  decrescimo porcentual do nivel de areia peneirada no cilindro de 2 polegadas, quando submetida as 3  pancadas padronizadas ou a uma compressao com aproximadamente 10 kgf/cm2 (140 - 150 lbs/pol2). Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Balanço de Massa  É a adequação da composição da mistura ao processo de moldagem, á configuração da peça e à liga metálica a ser vazada, principalmente. Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Finos Inertes  São os produtos existentes na areia que perderam seu poder ativo (bentonita, pó de carvão) e que devem ser retirados do sistema preferencialmente via exaustão ou então, de forma alternativa, via adição substancial de areia base com o conseqüente descarte forçado de areia de retorno. Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Ensaio de Areia em Laboratórios Areia Base:  Granulometria • • • • Módulo de Finura Coeficiente de Angularidade Concentração Teor de finos  Teor de Argila AFS – American Foundry Society • Partículas menores que 20 μm Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Ensaio de Areia em Laboratórios Bentonita:  Partículas grossas: • % retido em 200 mesh  Inchamento • Troca inônica  Adsorção de Azul de Metileno • Grau de Pureza  Mistura Padrão (5% de bentonita) • Ensaios Tecnológicos Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Controle de Qualidade de Areias  Propriedades Tecnológicas • • • • Resistência Plasticidade Permeabilidade Compactabilidade  Variáveis de Composição • • • • • Teor de Umidade Teor de Argila Total (AFS) Teor de Argila Ativa Teor de Voláteis Granulometria Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Controle de Qualidade de Areias  Caracteríticas da Areia de Sílica • • • • • • módulo de finura (ideal): 50-70 AFS teor de finos (ideal): máx. 1,0 % argila AFS: máx. 0,5 % ponto de fusão: min. 1400ºC umidade: máx. 0,5 % para areia seca temperatura: máx. 50ºC Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Processo por Cura a Frio  É um processo de obtenção de machos e moldes, utilizando uma mistura constituída de areia base, resinas e catalisador, que cura a temperatura ambiente.  Variáveis de utilização: • Tempo de cura. • Tempo para extração do modelo ou macho. • Tempo para vazamento. Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Processo por Cura a Frio  Vantagens : • • • • • • • • • • Vários tipos de areia base podem ser usadas. Baixo investimento em equipamentos Facilidade de confecção dos moldes e machos. Boa estabilidade dimensional do molde e machos. Bom acabamento superficial. Versatilidade para machos e moldes pequenos e grandes. Boa colapsibilidade. Facilidade na estocagem e manuseio. Necessita de poucos controles de laboratório. Facilidade de limpeza da peça. Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Processo por Cura a Frio  Desvantagens: • • • • Gera resíduo tóxico para o meio ambiente; Vida de bancada limitada; Tempo de cura para o vazamento longo; Maior custo da areia preparada. Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Pintura  Melhorar acabamento superficial dos machos confeccionados e das peças fundidas;  Prevenção de defeitos de reação entre liga vazada e a areia do macho ou sinterização;  Para caixa fria é recomendado revestimento a base de álcool ou água. • base de água: pode utilizar cargas refratarias de zirconita, grafita, sílica, cromita, chamote ou alumina; • base de álcool: pode utilizar cargas refratarias de magnezita, grafita, sílica, cromita, zirconita, chamote ou alumina. Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Pintura  Sua utilização é recomendada na possibilidade de: • defeitos provenientes da expansão da sílica; • friabilidade do macho; • acabamento superficial ruim. Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico Pintura  Alguns cuidados para serem tomados durante a utilização de tintas: • escolher a carga refratária compatível com partes do macho pintadas antes da secagem; • manter uma camada fina e uniforme de tinta; • tintas à base de água devem ser aplicadas respeitando-se um intervalo de dez minutos após a confecção do macho; • tintas à base de álcool devem esperar 30 min após a confecção do macho para a aplicação; • controlar a densidade da tinta • a secagem pode ocorrer através de chama, maçarico ou estufa; • só é empregada quando não há mais possibilidades de evitar defeitos, pois enfraquece superfície do macho ou molde. Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico OBRIGADO! 10 de Março de 2011 [email protected] Prof. Brenno Ferreira de Souza – Engenheiro Metalúrgico