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Problema 3

Módulo VII - Problema 3

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Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Problema 3 Objetivos: 01) Diferenciar crescimento e desenvolvimento 02) Conceituar puericultura e reconhecer sua importância no acompanhamento da criança (profissionais e suas ações) 03) Caracterizar as etapas de desenvolvimento neuropsicomotor reconhecendo seus principais marcos 04) Identificar as etapas do crescimento normal, bem como as alterações nos padrões de crescimento (medidas antropométricas – curvas de crescimento e suas aplicações) o Classificar distúrbios (crescimento e desenvolvimento) e suas consequências. 05) Descrever os ciclos de vida e reconhecer como esses ciclos interferem na dinâmica familiar (vinculo mãe-filho) 06) Identificar a importância da nutrição, higiene e cuidados psicológicos para o desenvolvimento da criança. o Citar a alimentação em cada fase 07) Identificar as influências da depressão pós-parto no desenvolvimento e crescimento da MARIANA VARGAS criança 3º Período de Medicina 1 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Problema 3 01)Diferenciar crescimento e desenvolvimento Enquanto o crescimento é o aumento do tamanho corporal em decorrência do aumento no número e no tamanho das células, o desenvolvimento é a aquisição de novas habilidades ou o aumento da capacidade do indivíduo na realização de funções cada vez mais complexas. O desenvolvimento é um conceito amplo que refere-se a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, a maturação, a aprendizagem e os aspectos psíquicos e sociais. 02)Conceituar puericultura e reconhecer sua importância no acompanhamento da criança (profissionais e suas ações) (ARTIGO) 03)Caracterizar as etapas de desenvolvimento neuropsicomotor reconhecendo seus principais marcos Desenvolvimento Segundo Freud indivíduo, desde o nascimento, procura obter prazer – a sexualidade –, que na infância (sexualidade infantil) é sobretudo auto erótica (dirigida a si mesma), e só a partir da adolescência passa a ser essencialmente voltada para os outros. Esta evolução permite definir estádios de desenvolvimento psicossexual:  Oral (até 1 ano) - A zona erógena é a boca (prazer em mamar, pôr objetos na boca…); com o desmame surge o conflito entre o que deseja e a realidade. MARIANA VARGAS O desenvolvimento da personalidade é explicado por Freud pela evolução da forma como o  Anal (1 – 3 anos) - A zona erógena é a região anal (prazer em controlar a retenção e expulsão das fezes); sentimentos ambivalentes – conflito – o controlo fecal induz dor e não só prazer e há um desejo de ceder e, em simultâneo, de se opor às pressões sociais para a higiene. 3º Período de Medicina 2 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Problema 3  Fálico (3 – 5 anos) - A zona erógena é a região genital; a sexualidade deixa de ser exclusivamente auto erótica e dirige-se aos pais, concretizada no Complexo de Édipo (atração pelo progenitor do sexo oposto e agressividade perante o progenitor do mesmo sexo, visto como rival). Este conflito é ultrapassado quando a criança se identifica com o progenitor do mesmo sexo. As proibições e normas impostas no Complexo de Édipo são interiorizadas, dando origem à formação do Superego.  Latência (6 – 11 anos) - Há uma diminuição da expressão da sexualidade, mas a problemática do Complexo de Édipo permanece oculta, sem se manifestar. É neste estádio que ocorre a amnésia infantil, que se trata do processo pelo qual a criança reprime no inconsciente as experiências perturbadoras do estádio fálico. É uma forma de defesa. A criança concentra a sua energia nas aprendizagens escolares e sociais.  Genital (a partir da adolescência) - A sexualidade passa a ser dirigida aos outros e à consumação do ato sexual. A problemática do Complexo de Édipo, latente na fase anterior, é reavivada e vai ser definitivamente resolvida pelo luto das imagens idealizadas dos pais. Desenvolvimento Segundo Piaget progressivamente ao longo do tempo, por estádios constantes e sequenciais. Defende que as estruturas do comportamento são produto de uma construção contínua do sujeito, que interage com o meio, tendo um papel ativo no seu desenvolvimento cognitivo. Segundo este autor, a inteligência é perspectivada como uma adaptação do indivíduo e das suas estruturas cognitivas ao meio. Esta adaptação resulta da interação entre a assimilação (o sujeito integra MARIANA VARGAS Piaget estudou o desenvolvimento cognitivo da criança e, segundo ele, a inteligência constrói-se e incorpora os elementos do meio nas suas estruturas mentais) e a acomodação (as estruturas mentais modificam-se em função das situações que provêm do meio). Assim, surge-nos a equilibração, que é o mecanismo interno de regulação entre a assimilação e a acomodação, o que vai permitir uma adaptação no sentido de alcançar um pensamento cada vez mais complexo. ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO: Sensório – Motor (0-18/24 meses): 3º Período de Medicina 3 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Problema 3   Caracteriza-se por uma inteligência sensorial, pois o bebé capta todas as informações que recebe através dos sentidos, e motora porque o bebé se exprime através dos movimentos. Aparece o conceito de objeto permanente. Pré – Operatório (2-7 anos):  Subestágio do pensamento pré-conceitual (2-4 anos) o Função simbólica – a criança passa a poder representar objetos ou ações por símbolos. Pode representar mentalmente objetos ou ações não presentes no campo perceptivo – imagem mental. Na linguagem as palavras representam pessoas, situações, etc. No jogo simbólico, faz-de-conta, a criança representa um conjunto de ações e os objetos são o que lhe apetecer (um pau é um cavalo ou um avião, ralha à boneca que se portou muito mal). No desenho desenha uma roda e diz que é um carro. o Egocentrismo – a criança (autocentrada) pensa que o mundo foi criado só para si e não compreende outras perspectivas; o Pensamento mágico: o Animismo – atribuição de emoções e pensamentos a objetos inanimados; o Realismo – a realidade é construída pela criança sem objetividade (se sonhou que o lobo está no corredor, pode ter medo de sair do quarto); o Finalismo – Dado o egocentrismo da criança as coisas têm como finalidade a própria criança (o monte é um declive para ela poder correr); Artificialismo – explicação de fenómenos naturais como se fossem produzidos pelos seres humanos (o Sol foi acesso por um fósforo gigante).  Subestágio do pensamento intuitivo (4-7 anos) o Baseado na percepção dos dados sensoriais. A criança responde à questão que lhe é colocada com base na aparência. o O pensamento é irreversível o A criança pode classificar e seriar objetos por aproximações sucessivas, MARIANA VARGAS o embora sem um lógica de conjunto Estádio das operações concretas (7-11/12 anos):      Reversibilidade mental (capacidade do pensamento voltar ao ponto de partida); Pensamento lógico, ação sobre o real; Operações mentais: contar, classificar, seriar; Conservação da matéria sólida, líquida, peso, volume; Conceitos de tempo e de espaço globais e de velocidade. 3º Período de Medicina 4 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Problema 3 Estádio das operações formais (11/12-15/16 anos)      Pensamento abstrato (as operações mentais não necessitam de apoiar-se no concreto para serem formuladas); Operações formais, ação sobre o possível; Raciocínio hipotético-dedutivo (o adolescente formula hipóteses e deduz conclusões; é capaz de resolver problemas a partir de enunciados verbais; Definição de conceitos e de valores; Egocentrismo cognitivo, que leva o adolescente a considerar que através do seu pensamento pode resolver todos os problemas e que as suas ideias são as mais corretas. MARCOS DO DESENVOLVIMENTO As principais aquisições que aparecem no desenvolvimento psicomotor do recém-nascido são: 1 MÊS: o o o o o o o 2 MÊSES: o o o o Olha por alguns segundos um brinquedo Sorri (sorriso social) Balbucia Segue com o olhar as pessoas em movimento 5 MÊSES: Faz diferença entre as pessoas conhecidas e aquelas desconhecidas 6 MÊSES: o o Consegue virar do decúbito ventral no dorsal Senta bastante tempo, com um leve apoio 3 MÊSES: 7 MÊSES: o o E capaz de manter a cabeça erguida Reconhece a mãe o o 4 MÊSES: o Posto sentado mantém a cabeça erguida para frente o o Fica sentado com apoio um tempo Usa a mão (estende a mão para pegar objetos) 3º Período de Medicina o o o MARIANA VARGAS Posição em flexão Hipertonia generalizada Reage globalmente aos excitantes Só olha os objetos na linha de visão Olha imediatamente o objeto mostrado Ri alto Brinca com suas mãos Senta um tempo sem apoio Emissão de silabas (“ma”, “ta”, “pa”, “ba”) Manifesta medo de estranhos Sacode chocalho Toma alimentos sólidos 8 MÊSES: 5 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Problema 3 o o Vira do abdome as costas e das costas ao abdome Fica de pé, apoiado de moveis 9 MÊSES: o o Levanta-se sozinho apoiando-se de grades Faz passos laterais na cama 3 ANOS o o o o o Pedala no triciclo Faz torre de 6 cubos Diz seu sexo Põe os sapatos Indica partes do seu corpo 4 ANOS 10 MÊSES o o o o o o Engatinha Pode andar com o pré-andador Fica de pé, apoiado nas grades da cama Coloca um cubo numa taça sem soltar Às vezes, uma palavra Faz adeus, bate palmas o Conta 4 moedinhas o Pode repetir 4 algarismos na ordem dada 5 ANOS o Dizer o nome de 4 cores o Sabe a idade 6 ANOS 11 MÊSES: o Anda, sustentado pelas mãos o Entende mandamentos verbais simples (comunicação pré-verbal) o Distinguir o lado direito de esquerdo o Distinguir a manha de tarde 7 ANOS o Anda sustentado por uma mão o Tem vocabulário simples composto de duas palavras com significância clara (“mama, dada”) o Solta o cubo dentro da taça o Coopera no vestir 1 ANO E 6 MESES: o o o o Corre teso Faz torre de três cubos Nomeia um desenho Come sozinho 2 ANOS o o o o Sobe e desce escadas Faz torre de 6 cubos Formula frase de três palavras Coloca peças simples de roupa 3º Período de Medicina o Sabe enumerar as dias da semana o Dizer o número dos dedos das mãos 8 ANOS o Contar de 20 a 0 (de trás para diante) o Dizer os nomes das moedas comuns MARIANA VARGAS 1 ANO 9 ANOS o Dizer a data o Enumerar os meses 10 ANOS o Ler um trecho fácil e repeti-lo da memória o Repetir 6 algarismo 6 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Problema 3 04)Identificar as etapas do crescimento normal, bem como as alterações nos padrões de crescimento (medidas antropométricas – curvas de crescimento e suas aplicações) Crescimento na prática O peso (P) e a estatura (E) são os índices fundamentais na avaliação do crescimento. Destes, o mais utilizado é o peso, por ser de fácil obtenção, no entanto a estatura é o indicador mais seguro. Ao contrário do que ocorre com a estatura, o peso sofre influência de muitos fatores, podendo diminuir. Existem várias medidas acessórias importantes. Dentre estas podemos citar: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Segmento inferior (SI) Segmento superior (SS) Relação entre segmento superior e inferior(SS/SI) Perímetro cefálico (PC) Perímetro torácico (PT) Perímetro abdominal (PA) Perímetro braquial (PB) Prega cutânea tricipital (PCT) Peso Ao nascimento, a criança pesa em torno de 3,3 Kg, sendo que nos primeiros dias há uma perda de 10% do peso causada pela eliminação de urina e mecônio e também em decorrência do jejum das primeiras horas de vida. Por volta do 10º dia de vida, o peso é recuperado. O peso dos meninos normalmente é maior que o das meninas. 1. 2. 3. 4. No primeiro trimestre, a criança ganha normalmente 700g/mês (25 a 30 gramas por dia); No segundo trimestre, ganha 600g/mês (20 gramas por dia); No terceiro trimestre ganha cerca de 500 g/mês (15 gramas por dia) No quarto trimestre ganha aproximadamente 400 g/mês (10 gramas por dia). MARIANA VARGAS O peso é adquirido através da balança pesa-bebês (até 15 kg) ou balança de adulto, quando acima do referido valor. Esta medida é de grande valor como indicadora do estado nutricional. Para a idade de menos 2 anos o grau de desnutrição usa a classificação do GOMEZ: A classificação do Gomes usa percentis de peso/idade A fim de se calcular o peso normal entre crianças de 3 a 12 meses, deve-se usar a seguinte fórmula: P = Idade (em meses) X 0,5 + 4,5. Já para crianças de 2 a 8 anos, deve-se utilizar a fórmula: 3º Período de Medicina 7 Problema 3 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano P = 2 X Idade (em anos) + 8,5. Estatura Em crianças de 0 a 4 anos de idade, a estatura é medida usando-se réguas especiais, com cursor. Após os 4 anos de idade, usa-se o cursor acoplado às balanças ou uma régua acoplada à parede e um cursor. Esta medida (estatura) é mais fiel do que o peso para se detectar anormalidades, porém é menos prática e sensível. As alterações aparecerão mais tardiamente do que em relação ao peso. No nascimento, as crianças geralmente medem em torno de 50 centímetros, e depois: 1. No primeiro semestre, crescem 15 centímetros; 2. No segundo semestre crescem 10 centímetros (no final do primeiro ano, encontram-se com 75 centímetros) 3. Entre 1 e 3 anos de idade, crescem 10 centímetros por ano, na idade de 4 anos apresentam 1 metro de estatura. 4. Dos 3 aos 12 anos, geralmente crescem de 6 a 6,5 centímetros por ano. Para se calcular a estatura da criança entre 4 e 12 anos, utiliza-se a seguinte fórmula: E = (n-3) X 6 + 95 sendo que o n = idade em anos; 95 é igual a altura aos 3 anos e os 6 centímetros por ano é igual ao crescimento constante nessa faixa etária. Medidas acessórias Perímetro cefálico (PC) Perímetro cefálico (PC) pode ser medido passando-se uma fita métrica pela glabela e pelo ponto mais saliente do occipital. Esta medida reflete o crescimento cerebral, principalmente no primeiro ano de vida. 1. No recém-nascido, o PC mede de 34 a 35 centímetros. 2. Com seis meses, o PC mede de 42 a 43 centímetros. 3. No primeiro ano, de 45 a 46 cm. Cerca de 80 a 85% do crescimento do PC se faz até 4 a 5 anos de idade. Trim. I: Trim. II:       + 2 cm + 2 cm + 2 cm MARIANA VARGAS  + 1 cm + 1 cm + 1 cm Trim. III e IV:  3º Período de Medicina 0,5 cm cada mês 8 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Problema 3  Perímetro torácico (PT) A fim de se medir o PT, uma fita métrica é passada pelos mamilos, com o tórax moderadamente cheio (no meio tempo entre inspiração e expiração). Até os 2 anos de idade, o PT tem valor como índice de estado nutritivo; a seguir sofre influência de exercício. Nessa idade O PT tem a mesma medida do PC e do PA (Perímetro abdominal). Até 6 meses, o PC é maior do que o PT; a seguir o PT é ligeiramente maior que o PC. A partir do 2 anos de idade, há um predomínio nítido do PT.  Perímetro abdominal (PA) É medido passando-se uma fita métrica pela cicatriz umbilical, tem valor relativo e é geralmente correlacionado com o PC e PT.  Perímetro braquial (PB) É medido no ponto médio do braço esquerdo, mantido na posição vertical.  Segmento superior (SS) Equivale ao tronco e cresce de maneira constante e uniforme. Independentemente dos fatores ambientais.  Segmento inferior (SI) É medido da sínfise púbica ao chão, sendo que corresponde ao comprimento dos membros inferiores.  Relação Segmento superior (SS) e Segmento inferior (SI) A relação SS/SI mostra se o crescimento está se fazendo harmoniosamente ou não. Dos 6 meses até a puberdade, as extremidades crescem mais do que o tronco sendo que o ponto médio da altura se desloca para a sínfise púbica. Aos 10 anos a relação é igual a 1.  Prega cutânea tricipital (PCT) É medida no ponto médio do braço esquerdo, mantido verticalmente (em milímetros). Parâmetros do crescimento nas faixas etárias o MARIANA VARGAS No recém-nascido a relação é igual a 1,7 (O ponto médio está na altura do umbigo). De 0 a 2 meses de idade O peso aproximado de um recém-nascido é de 3,3kg, podendo este peso cair 10% após o seu nascimento, por perda de líquido extravascular e possível baixa ingestão. Depois de 2 semanas, tendem a recuperar o peso do nascimento, crescendo 30g/dia durante o 1° mês. o De 2 a 6 meses de idade A velocidade de crescimento entre o 3° e 4° mês, fica mais lenta, cerca de 20g/dia. 3º Período de Medicina 9 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Problema 3 o De 6 a 12 meses de idade O crescimento é mais lento. o Segundo ano de vida (De 12 a 18 meses de idade) A velocidade diminui ainda mais e o apetite diminui. A gordura é queimada por aumento da mobilidade. o De 18 a 24 meses de idade A altura e o peso aumentam em velocidade constante. o Anos pré-escolares (De 2 a 5 anos de idade) A criança ganha aproximadamente 2 kg de peso e 7 cm por ano. Abdômen proeminente do lactente achata-se e o corpo emagrece. A acuidade visual melhora. Todos os 20 dentes primários, até os 3 anos, já nasceram. o Anos escolares (De 6 a 12 anos) Crescimento em média de 3 a 3,5kg e 6 cm por ano.       Fechamento das fontanelas Desenvolvimento do tecido subcutâneo Dentição Ossificação (idade óssea) Desenvolvimento da massa magra Desenvolvimento dos órgãos internos (músculo esquelético, pele, cérebro, fígado, rim). Fontanelas Fontanela anterior – Fecha totalmente entre o 9° e 18° mês. Fontanela posterior – Fecha aos 2 meses. Subcutâneo MARIANA VARGAS Desenvolvimento somático Aproximadamente 15% do peso de um recém-nascido é representado por gordura. Aos 6 meses de vida o tecido subcutâneo (adiposo) pode representar até 25% do peso total. Até os nove meses, desenvolvese bastante, depois diminui. A partir do primeiro ano de vida até os 7 anos de idade o percentual de gordura vai decrescendo. O subcutâneo volta a aumentar dos 7 aos 14 anos e depois sofre nova redução nos rapazes. Dentição 1. Em torno dos 6 aos 7 meses há o crescimento dos 2 incisivos medianos inferiores; a seguir, 2 superiores e depois incisivos laterais superiores. 2. Ao final do primeiro ano a criança possui 6 ou 8 dentes (há o crescimento dos 2 incisivos laterais inferiores). 3º Período de Medicina 1 0 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Problema 3 3. No segundo ano de vida se dá o crescimento dos 4 primeiros pré-molares, dos 4 caninos e 4 segundos pré-molares. Totalizando 20 dentes de leites 4. A dentição completa-se até os 30 meses de idade. 5. Por volta dos 6 ou 7 anos há a queda dos dentes de leite, e o nascimento dos dentes definitivos. Idade óssea Pode-se observar através da radiografia do punho e mão (esquerdos), através desta estuda-se o aparecimento de núcleos de ossificação. Usa-se o método de Tanner e White – Head que dá a porcentagem de maturação. Desenvolvimento da massa magra A massa magra é constituída por água, minerais, proteínas e substâncias residuais. Visto que a velhice é vista como uma desidratação progressiva, conclui-se que quanto mais jovem o indivíduo, maior a porcentagem de água no seu organismo. No nascimento, o bebê possui cerca de 79% do seu peso corporal, dado pela água e na idade adulta, chega a 56%. Isso se deve a queda da porcentagem de água extracelular, de 44% cai para 17% aos 20 anos. Mas a água intracelular não varia tanto, mantendo-se constante ao longo do crescimento. O Sódio e Cloro (extracelular) diminuem com o crescimento. As concentrações de minerais e proteínas no líquido intracelular são relativamente importantes por influenciarem diretamente na composição corporal Desenvolvimento dos órgãos internos O que diferencia o músculo feminino do masculino são os hormônios sexuais. A pele por ser o segundo maior tecido do corpo, sua composição química é que determina a composição corpórea. O recém-nascido tem:      Mais água que o adulto. Mais potássio Menos colágeno, Menos nitrogênio Menos cloro. MARIANA VARGAS O desenvolvimento músculo esquelético se dá da seguinte forma, o recém-nascido já nasce com um número fixo de fibras musculares (geneticamente), com o crescimento essas fibras vão crescendo tanto no comprimento quanto na largura além de um arranjo em feixe de fibras. O tamanho e largura serão determinados por dois principais fatores: nutrição e atividade física. Aumenta-se nas fibras, concentrações de proteínas, potássio e fosfato. O cérebro do recém-nascido: Possui 90% de água, contra os 77% do adulto. Possui duas fases de multiplicação rápida de células; 1. A primeira ocorre nas primeiras 18 semanas de gestação (neuroblastos que serão diferenciados em neurônios); 2. A segunda corresponde à multiplicação glial, cujo aumento condiciona a elevação celular dos neurônios. 3º Período de Medicina 1 1 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Problema 3 O número de células no sistema nervoso não gera diferenças no desenvolvimento mental, no caso de concentrações diferentes de células em indivíduos de uma mesma idade. O fígado ao longo do seu crescimento, a concentração de água diminui e a de proteínas aumenta. Seu peso assim como o tamanho, também aumenta. No rim o número de néfrons é fixo desde o nascimento, concentração de proteínas aumentam ao longo do crescimento assim como o tamanho das células. 4.1) Classificar distúrbios (crescimento e desenvolvimento) e suas consequências.  Alterações do desenvolvimento = congênitas  Alterações do crescimento = adquiridas 05)Descrever os ciclos de vida e reconhecer como esses ciclos interferem na dinâmica familiar (vínculo mãe-filho) VÍNCULO MÃE FILHO A relação mãe filho e entre as mais solidas de ponto de visto biológico e social. Ela está baseada no tradicionais. No sistema biossocial da família moderna os dois pais são implicados no crescimento e desenvolvimento da criança – porém, a mãe e o fator determinante que vigia e orienta o papel biológico e social do ser humano. A qualidade da interação pais-criança depende de muitos fatores: 1. A constituição genética e temperamental – tanto dos pais quanto da criança – elas direcionam o tipo de resposta e a capacidade de adaptação do casal 2. Os fatores culturais, contexto histórico e geográfico, o suporte social (ações sociais MARIANA VARGAS instinto materno, cujo adicionam-se interferências sociais, psicológicas, educacionais, culturais e promovidas pela comunidade) as condições econômicas da família (uma família paupérrima não pode oferecer condições ótimas) 3. O tipo de relação dos pais da criança com os próprios pais) tem valor preditivo para a relação atual entre pais e criança) 4. Tipos de relação familial e a capacidade de adaptação do casal 5. A patologia psiquiátrica de cada um dos pais 1 6. A dimensão da família 3º Período de Medicina 2 Problema 3 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Na existência do duplex mãe-filho existe uma época privilegiada, quando as relações mãe criança estabelecem – isto é, pós-parto. A afinidade brusca que aparece entre a mãe e o feto e chamada na literatura de especialidade anglo-saxã de “bonding” – o termo sendo introduzido no léxico medico em 1972. É um processo cuja consequência é uma afinidade muito forte que se estabelece entre os pais e o neném. Parece que existem algumas motivações psicológicas e hormonais, especialmente para a mãe. A criança também responde ao amor dos pais, especialmente em volta da idade de um ano. O sentimento materno é baseado no instinto materno – amplificado pelas motivações culturais e tradicionais. A mãe é o fator mais importante do casal – ela que estimula e incentiva o comportamento social da criança. A criança vira um membro com plenos direitos na célula familiar – ele vai trazer novos hábitos e novas mudanças de estabilidade – ele vai ser incluído em família. O mais importante para estimular o comportamento social da criança é o diálogo – significando duas pessoas que interagem. A criança tem que aprender que o dialogo implica reciprocidade, papel de falante e de ouvidor. Mesmo quando a criança ainda não fala a mãe conversa com ele como se fosse um interlocutor verdadeiro. A criança dispõe de muitos canais sensoriais e perceptivos. A mãe e o lactente tem que ser considerados um sistema complexo, cada duplex mãe-criança tem um tipo especial de relação de harmonização. Existem diferenças entre a concepção das mães sobre o que a criança normal tem que saber fazer e o que a criança real pode fazer, de fato. Um grande número de mães podem ser decepcionadas as vezes com o tipo de comportamento e performance do próprio lactente. psíquico) pode ser justificada ou não. Mas isto significa que essas mães não acostumaram ainda com o modo de comunicação compatível e não sabem as necessidades da criança. Também, as diferenças comportamentais entre os pais e a criança podem influenciar as relações pais-criança. Os pais tem que adaptar as expectativas ao nível das crianças e reconhecer a limite das possibilidades. Contato visual é a melhor prova que entre a mãe e a criança estabeleceu-se uma relação. Desde o período de recém-nascido a mãe procura o contato visual com a criança e consegue várias vezes isso, se MARIANA VARGAS A decepção das mães (por exemplo, as mães que tem uma criança com handicap físico ou ela ficar a 25-30 cm do rosto dele, no campo visual do lactente. O contato visual com a mãe tem um forte efeito de feedback positivo, confirmando ou afirmando a harmonia do duplex. A duração da interação visual é relacionada direto com o mecanismo de autoconhecimento e a qualidade de interagir. A comunicação não-verbal está mantida não somente pelo contato visual mas também pela gesticulação. Um momento extremamente importante para a comunicação entre a mãe e a criança é a hora da refeição. É um ótimo momento de interagir. O lactente fica feliz quando chega a hora de alimentar 1 (mamar) e fica alegre, porque o momento da refeição é uma oportunidade de interagir com a mãe. É um 3º Período de Medicina 3 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Problema 3 dos motivos para qual os médicos indicam constantemente manter a amamentação do lactente, porque além do efeito benéfico do leite materno sobre a saúde da criança a comunicação entre os dois (mãe e criança) é ótima nesse momento. Mais que isso, as primeiras manifestações de autonomia do lactente têm relação com a mesma alimentação – e a relação vai desenvolver-se, porque a refeição, junto com a mesma pessoa – a mãe, aumenta as possibilidades e as oportunidades de aprendizagem. Com todos os rigores da vida moderna é ótimo que toda a família esja, pelo menos uma vez por dia, reunida ao redor da mesa de refeição. Causas que se interpõem entre os pais e a criança: 1. A desorganização da família – a existência dos conflitos entre os membros do casal influencia negativamente a personalidade da criança 2. A adolescência – quando, perto de 18 anos, a criança procura mais independência (inclusive independência econômica) e encontra, estabelecendo relações com outra pessoa. A rotura de família não acontece tão rápido, por causa da falta de dinheiro para se sustentar 3. Criança com malformação congênita – e ressentida como um estresse pelos pais. O impacto negativo e as vezes tão sério, especialmente quando a malformação muda o aspecto físico normal ou a integridade cranial ou facial. Existem reações variadas neste caso – alguns pais abandonam a criança (psíquico e físico) outros protegem o deficiente evidente, no segundo, a hiperproteção vai impedir o deficiente de encarar a vida real – ele vai virar um dependente mesmo. 4. As doenças crônicas da criança (o diabete, a epilepsia, asma, artrite reumatoide modificam também as relações 5. Eventos familiares (falta de um dos pais – temporária ou permanente (divorcio, óbito), também muda as relações da criança com os pais, especialmente se um deles for MARIANA VARGAS demais. Em ambos os casos e errados, enquanto, se no primeiro caso o dano será substituído. 1 3º Período de Medicina 4 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano MARIANA VARGAS Problema 3 1 3º Período de Medicina 5 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Problema 3 06)Identificar a importância da nutrição, higiene e cuidados psicológicos para o desenvolvimento da criança. 6.1) Citar a alimentação em cada fase. Alimentação normal é a que garante a composição normal da matéria viva. A composição química do organismo da criança é diferente em cada etapa de seu crescimento, por isso as necessidades alimentares também variam. Para que a alimentação seja normal, ela deverá obedecer quatro postulados:  Suficiente: fornecer energia suficiente para a fisiologia normal do organismo (lei da quantidade – alimentação fornecida por livre demanda);  Completa: fornece todos nutrientes (lei da qualidade);  Equilibrada: nutrientes em quantidades proporcionais (lei d harmonia). Para que uma alimentação seja completa e equilibrada, a dieta deverá onívora e variada.  Adequada: há respeito à fisiologia e à etapa evolutiva do desenvolvimento da criança, e às condições socioeconômicas de sua família (lei da adequação). 07)Identificar as influências da depressão pós-parto no (ARTIGO) CONCLUSOES: 1. O desenvolvimento neurológico e o desenvolvimento psicossocial da criança são noções distintas, embora interligadas, que decidem o perfil biossocial de um novo ser humano que está se formando e educando, por isso, a importância na avaliação clínica do pediatra MARIANA VARGAS desenvolvimento e crescimento da criança e um das principais prioridades. Eles se constituem em indicadores do indivíduo social. 2. A característica fundamental do cérebro da criança é a plasticidade – a capacidade de modelar os princípios, as decisões e as experiências em função de interação com o médio ambiente e com a sociedade. O que é mais importante é que, mais jovem sendo a criança, mas plasticidade neuro-cerebral ele possuirá; por isso, acontecimentos da infância podem deixar marcas persistentes e padrões de comportamento difícil de mudar mais tarde. 3º Período de Medicina 1 6 Módulo VII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano Problema 3 3. A direção do desenvolvimento neuromotor da criança acontece no sentido de cima pra baixo e do centro até a periferia. Cada mês da época de lactente traz uma coisa nova, mas começa com o desenvolvimento da extremidade cefálica e acaba descendo e desenvolvendo a motilidade das regiões mais declivas. A característica faz parte dos leis do crescimento. 4. O princípio básico do comportamento psicossocial de uma criança é a interação, tanto com os seres da família quanto com a sociedade. O desenvolvimento neurológico é geneticamente orientado – no entanto, a atitude psicossocial, as decisões que a criança toma, o jeito de encarar as situações próprias da idade e as relações com a turma de mesma idade são dependentes de experiência que esta interação lhe oferece. 5. Conforme a teoria de desenvolvimento é característica a existência de oito etapas na vida de um indivíduo, cada uma marcada de uma idade. Em cada caso tem vórtice negativo e positivo, mas a finalidade é marcar a trajetória biopsicossocial de cada um, já que é obrigatório existir um conflito por cada época e os conflitos trazem experiência e aprendizagem 6. Cada consulta medica da criança tem que ser acompanhada de uma avaliação do grave e um incidente lamentável, que o médico tem que evitar. Existem formulários padronizados pelo Ministério da Saúde, e os procedimentos tem que ser conformes com os requerimentos – o quadro do desenvolvimento da criança pode ser um indicador valioso nas futuras avaliações. 7. Essencial no desenvolvimento da criança é o vínculo mãe-filho cujo princípio básico não MARIANA VARGAS crescimento e desenvolvimento. Escapar um detalhe que mais tarde vire uma problema é aumentar as performances da criança, mas sim estabelecer uma comunicação (seja ela mesmo não-verbal) e as necessidades da criança. Mesmo sendo os dois pais implicados a mãe tem o papel fundamental – ela estabelece a comunicação com criança não somente através do contato visual, mas também durante os intervalos de refeição. http://www.misodor.com/CRESC.php 1 3º Período de Medicina 7