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Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Produção PRO 2208 – Princípios de Economia Prof. Davi Nakano / Prof. João Furtado Prova 1 – 1º semestre de 2009
Gabarito das questões 6, 7, 8 e 10 Questão 6 Descreva, e ilustre graficamente, como um possível desenvolvimento tecnológico nos biocombustíveis pode alterar a curva de demanda de combustíveis de origem fóssil.
Como são produtos substitutos, o aumento na demanda de um produz queda na demanda de outro. Um desenvolvimento tecnológico nos biocombustíveis levaria a um aumento de oferta, que provocaria redução de preços e conseqüente aumento da demanda. O aumento da demanda de biocombustíveis leva a uma queda de demanda dos combustíveis de origem fóssil. Questão 7 Suponha que o governo introduza um imposto sobre o consumo de alimentos que utilizam embalagens de origem não-renovável (por exemplo:sacos plásticos). Descreva, e ilustre graficamente, os efeitos do imposto sobre: a) A demanda de alimentos não embalados b) O mercado de outras embalagens (por exemplo, sacos de papel) a) Para responder, seguiremos duas etapas de análise da oferta e da demanda: (1) Decidiremos se a lei afeta a curva de oferta ou a de demanda, vendo qual se desloca e (2) Observaremos como o deslocamento afeta o equilíbrio. O impacto do imposto sobre o consumo de alimentos que utilizam embalagens de origem nãorenovável causa uma redução na demanda por estes alimentos e um aumento da demanda de alimentos nãoembalados. Isso porque eles são bens substitutos entre si (um aumento no preço de um deles aumenta a quantidade demandada de outro). O imposto desloca, então, a curva de demanda dos alimentos nãoembalados. A oferta mantém-se constante porque o imposto é lançado sobre os consumidores. Como o imposto torna a compra dos alimentos embalados menos atraente, os compradores demandam uma quantidade maior de alimentos não-embalados, a cada preço. A curva de demanda destes desloca-se para a direita (ou, para cima), de D1 para D2, em um montante igual ao valor do imposto. Para verificar o impacto do imposto, comparemos o equilíbrio anterior com o novo. Na figura, se observa que o preço de equilíbrio dos alimentos não-embalados aumenta e a quantidade de equilíbrio, também. Como no novo equilíbrio os vendedores vendem mais e os compradores compram mais, o imposto sobre os alimentos embalados aumenta a dimensão do mercado de alimentos não-embalados. b) A mesma análise se aplica ao mercado de outras embalagens, com a distinção que estamos agora no nível do mercado produtor de embalagens, e não mais no mercado de consumo de embalagens.
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Questão 8 Que conceitos de elasticidade você utilizou para analisar as modificações da questão 7? Explique. Como a análise se refere a produtos substitutos, a elasticidade cruzada é o conceito mais importante. Ela mede como varia a quantidade demandada de um bem quando o preço de outro varia. É calculada como variação percentual da quantidade demandada do bem 1 dividida pela variação percentual no preço do bem 2:
A elasticidade cruzada será um número positivo ou negativo à medida que os bens sejam substitutos ou complementares. No exemplo do exercício anterior, os bens são substitutos, i.e. um aumento no preço dos alimentos embalados leva as pessoas a buscarem alimentos não embalados ou então, com embalagens renováveis. Como o preço dos alimentos embalados e a quantidade demandada dos alimentos não embalados ou com os outros tipos de embalagem se movem na mesma direção, a elasticidade cruzada é positiva.
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Questão 10
Venda de imóveis novos em São Paulo cai 20% em janeiro O mercado imobiliário sentiu com força a crise econômica tanto do lado da oferta quanto da demanda. O número de unidades novas vendidas em São Paulo caiu 20% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2008 - para 1.113 imóveis residenciais. Já o volume de lançamentos no período foi de 382 unidades, uma retração de 46,6% sobre o ano passado. As informações são da coluna Mercado Aberto, de Guilherme Barros, na Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal), com dados da Pesquisa sobre o Mercado Imobiliário, desenvolvida mensalmente pelo Secovi-SP (sindicato de habitação), que será divulgada nesta terça-feira. Ainda de acordo com a coluna, mesmo com a venda mensal superior ao volume lançado, o estoque acumulado de imóveis novos disponíveis fez com que o indicador de vendas sobre oferta caísse para 5,5%. Isso significa que, a cada 1.000 unidades oferecidas em janeiro, apenas 55 foram vendidas. (extraído da Folha OnLine, 24/03/2009, http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u539474.shtml)
O mercado de imóveis é caracterizado (em condições normais) pela chamada “rigidez de preços”, isto é, os preços demoram a reagir a mudanças na oferta e na demanda. Considerando esse fato, explique, e represente graficamente, como, a partir de uma situação inicial de equilíbrio, se formaria um “estoque de imóveis novos”. Resposta: A rigidez dos preços faz com que, mesmo com a queda na demanda e na oferta, em decorrência da incerteza provocada tanto em consumidores quanto em produtores pela crise, seja criada uma situação no mercado análoga à do estabelecimento de um preço mínimo que esteja acima do preço de equilíbrio do mercado. Com a queda concomitante da oferta e da demanda, o preço rígido funciona como um preço mínimo, criando excesso de oferta. Esse excesso que forma o estoque de imóveis novos (o gráfico ilustra o efeito do preço rígido no mercado). Somente com o passar do tempo, com o ajuste gradual dos preços ou com a recuperação da oferta e da demanda, o mercado pode retornar à situação inicial.
Redução da oferta e da demanda
Oferta e Demanda após a retração Oferta e Demanda iniciais
Excesso = estoque
Equilíbrio inicial
Preço rígido Preço de equilíbrio após a retração
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