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Praias Do Paraná

Problemas decorrentes de uma ocupação desordenada

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Praias do Paraná Problemas decorrentes de uma ocupação inadequada Trabalho do curso de Engenharia Civil Disciplina de Geologia Professora Danielle Alunos: Gilnedson Ferreira de Lima Gustavo Batista Marian Kozmej Praias do Paraná • Material de apoio foi publicado em 1984 no Boletim de Análise Conjuntural no IPARDES ; • Foi reeditado em 2000 o autor é o Geólogo, Rodolfo José Angulo Litoral do Paraná O litoral paranaense localiza-se entre os litorais de Santa Catarina e São Paulo. Tem aproximadamente 6.600 km², se estendem desde a Barra de Ararapira ao norte até a Barra do Saí, ao sul. Com extensão de aproximadamente 126 km. Praias e Dunas Frontais, praia deserta Superagui COSTA ESTUARINA COM MANGUEZAIS, BAÍA DOS PINHEIROS COSTA DE DESEMBOCADURA, BARRA DO SUPERAGÜI Municípios do litoral do Paraná Foto de 1930 -1940 O trecho de restinga de pouco mais de 100 metros, Esse trecho arenoso de mata baixa(mata de restinga, rica em epífitas) era conhecido como Matinho(sem o “s”).Em suas imediações, ao norte, desaguava um pequeno rio, que recebia topônimo homônimo. Era o Rio Matinho, já referido em 1820 por Saint Hilaire, atualmente retificado e canalizado. . A designação de Matinho, usual naqueles tempos, encontra-se nos mapas antigos. Com a chegada dos banhistas, o nome original foi alterado para Matinhos. A mata de restinga já não existe, dela nada restou! Era o “Matinho” daqueles poucos que aí moravam ou por aí passavam. Do matinho derrubado surgiu Matinhos, a cidade O que é a Restinga? Restingas são formações vegetais costeiras, extremamente adaptadas a condições adversas como ventos, terreno arenoso, baixos níveis de fertilidade do solo, elevado grau de salinidade, fatores estes que estão relacionados à sua proximidade com o mar. Quanto mais protegido da influência do mar, maior é o porte da vegetação que varia entre herbácea (rasteira), arbustiva (arvores de pequeno e médio porte) e arbórea com árvores de grande porte. Por que preservar as Restingas? Sem estas vegetações geram muitos problemas não apenas para a natureza mas também ao homem. Estas formações são as primeiras barreiras entre o mar aberto e as praias arenosas, formando uma barreira natural contra as ressacas. A restinga é também a vegetação que pode controlar o avanço das dunas e estabilizá-las, evitando que o movimento destas provoque prejuízos urbanos. Legislação que protege a Restinga Habitantes da Restinga A restinga serve de abrigo para diferentes espécies de flora e da fauna silvestre, tanto residente quanto migratória. As tartarugas marinhas necessitam destes ambientes para sua desova, da mesma forma, aves migratórias têm nestas áreas território de descanso e alimento. O que está causando a destruição do que sobrou da Restinga  Avanço do mercado imobiliário nas regiões litorâneas;  Turismo sem conscientização ambiental;  Poluição através de lançamento de lixo e efluentes;  Caça e desmatamento;  Queimadas;  Vias de acesso e/ou estacionamento de veículos;  Educação ambiental ausente ou insuficiente;  Falta de planejamento adequado;  Espécies exóticas invasoras. Plano Diretor dos Municípios Lei Estadual n.º 12.274/98 a) obrigatoriedade dos projetos de edificações se aterem à topografia local, não se permitindo movimentos de terra (cortes e aterros) que possam alterar predatoriamente as formas dos acidentes naturais da região;” b) condicionamento à análise prévia para edificação de qualquer tipo de construção nas pontas e pontais do Litoral, estuário dos rios, área de mangues, bem como nas faixas em torno das áreas lagunares e restingas; d) proibição de edificações em encostas que tenham inclinação superior a 20% (vinte por cento); j) preservação das florestas e de quaisquer formas de vegetação natural, dos estuários dos rios, áreas lagunares e restingas, bem como da fauna existente, além da reposição onde já retiradas, através de notificação aos proprietários atingidos; FOTO AÉREA VERTICAL DE CAIOBÁ EM 1953 Causas Naturais  Morfodinâmica praial: dissipativa de baixa energia, sendo mais suscetível a erosão, exibindo uma baixa variabilidade temporal e espacial  Elevação do nível do mar em curto período de tempo, devido a efeitos combinados de fenômenos astronômicos, meteorológicos e oceanográficos quando da passagem de frentes frias. Causas Antrópicas • i) Implantação de estruturas rígidas ou flexíveis, paralelas ou transversais à linha de costa. Em geral intensificando os processos erosivos; ÁREA COM PROBLEMAS DE EROSÃO DECORRENTES DE OCUPAÇÃO INADEQUADA NO BALNEÁRIO FLAMINGO Causas Antrópicas • Dragagem constante em virtude da presença do canal de navegação da Galheta. • Transformação de áreas de manguezais, planícies fluviais e lagunares, pântanos e áreas inundáveis em terrenos para urbanização e atividades antrópicas; mudanças do padrão de drenagem. Estes fatores causam desequilíbrio no balanço sedimentar regional, porque a fonte de sedimentos diminui, conseqüentemente elevando os processos erosivos no litoral. Progadação e Retrogradação ano Ilha do Mel ÁREA ACRESCIDA DA ILHA DO MEL ENTRE 1980 E 2005 (a) LINHA DE COSTA EM 1980 (LINHA VERMELHA) O QUE PODE SER FEITO PARA EVITAR  A não invasão da praia pelas construções;  A manutenção das dunas frontais, que funcionam como um estoque de areia regulador da erosão da praia e de estabilidade da linha de costa;  A não realização de obras que possam alterar a dinâmica e o equilíbrio costeiro, tais como, canais artificiais que formem barreiras hidráulicas, espigões, que diminuam ou impeçam a deriva litorânea de sedimentos, entre outros;  A não ocupação e manutenção das caraterísticas naturais de uma faixa de, no mínimo, 30 m a partir da linha de costa atual. Este valor se baseia na legislação que determina que a faixa de 33 m a partir da linha de preamar é de patrimônio da União. Manter recuos mínimos de 33 m a partir da linha de preamar do ano de 1853, como preconiza a legislação, geralmente são suficientes para garantir uma faixa de segurança neste tipo de costa. O QUE PODE SER FEITO PARA DIMINUIR  Porém, como recomendação geral deve-se priorizar a retirada das construções desta faixa costeira.  Também deve-se priorizar que a construção da Avenida Atlântica seja o mais recuada possível em relação à linha de costa.  Este tipo de ocupação fornecerá maior margem de segurança em relação aos problemas erosivos, pois trata-se de uma ação preventiva. O problema não é só das praias do Paraná Praia da Piedade, Pernambuco Praia da Piedade, Pernambuco Barra da Lagoa em Florianópolis, foi uma das regiões mais atingidas, levou o município da decretar emergência em 2010 Projeto de engorda da Praia Brava de Matinhos O projeto executivo prevê a junção de três medidas distintas: a engorda da faixa de areia da praia, para os veranistas; o enrocamentos pesado (guias de corrente e headlands), para reter a areia depositada na praia; e o projeto arquitetônico e paisagístico, que vai harmonizar o conjunto resultante das obras. Haverá uma macrodrenagem da região, com atenção especial para as saídas dos canais da Avenida Paraná e do rio Matinhos, além de considerar a ação das correntes marítimas. Projeto de engorda da Praia Brava de Matinhos O projeto terá um custo de aproximadamente 26 milhões de reais, e já está em discussão desde a pelo menos 20 anos. Os recursos para as obras devem sair de pelo menos três fontes: do governo federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de emendas coletivas de deputados federais paranaenses ao Orçamento da União; do tesouro estadual e ainda recursos de compensação financeira por danos ambientais produzidos por projetos de grandes empresas. Nem tudo esta perdido O aumento da faixa de areia em Matinhos, que custará cerca de R$ 26 milhões, saiu de graça para os moradores de Pontal do Sul, em Pontal do Paraná. Ali, a preservação da restinga fez com que a faixa de areia não apenas se mantivesse, mas aumentasse.