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Polímeros

Apostila de Polímeros

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    December 2018
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1 II. POLÍMEROS 2.1. DEFINIÇÃO VULCANIZAÇÃO (CROSS-LINKING) Polímeros são substâncias formadas de macromoléculas (moléculas gigantes) que apresentam unidades estruturais que se repetem sucessivamente, denominadas monômeros. Macromoléculas são moléculas relativamente grandes, com pesos moleculares da ordem de 103 a 106. Figura 2.1. Macromolécula O processo de formação dos polímeros denomina-se polimerização. 2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍMEROS Vários critérios podem ser adotados para a classificação dos polímeros: Quanto à origem 1. Naturais 2. Sintéticos 2.2.1. Quanto à aplicação 2.2.1.1. Elásticos – apresentam moléculas grandes e flexíveis, que tendem a se enrolar de maneira caótica. Quando submetidos a uma tensão, as moléculas desses polímeros se desenrolam e deslizam umas sobre as outras. Quando a tensão cessa, suas moléculas voltam à estrutura inicial. Apresentam cadeia linear com algumas ligações primarias cruzadas . Exemplos: borracha natural e artificial. Figura 2.2. Estrutura do Elastómeros ou borracha. 2.2.1.2. Plásticos – quando submetidos a aquecimento e pressão, amolecem e podem ser moldados. Quando essas condições são retiradas, o plástico endurece e conserva a forma do molde. São subdivididos em dois grupos: a- termoplásticos – podem ser amolecidos e remoldados repetidamente. Características dos termoplásticos: ¨ São caracterizados por possuir ligações químicas fracas (secundarias) entre as cadeias que assim podem ser facilmente rompidas com a introdução de energia; ¨ Quando tais materiais são aquecidos, as ligações de van der Waals são quebradas, permitindo que haja uma maior facilidade para a movimentação de cadeias poliméricas umas em relação às outras garantindo a esses materiais características fundamentais de fácil reprocessabilidade; ¨ Industrialmente, podem ser reaproveitados para a produção de novos artigos. Exemplos: poliestireno, polietileno, PVC, PVA, polimetacrilato de metila. 2 Figura 2.4. Estrutura dos termorrígidos. c- Fibras – se prestam à fabricação de fios e apresentam grande resistência à tração mecânica. Exemplos: poliamidas, poliéster, celulose (polímero natural). Figura 2.3- Estruturas dos termoplásticos b- termofixos ou termorrígidos – não podem ser amolecidos pelo calor após terem sido produzidos. Normalmente sua produção e moldagem devem ser feitas numa única etapa. Características do termorrígidos: • Os termorrígidos apresentam cadeias conectadas entre si por ramificações ou ligações químicas primárias (covalentes), as quais só são rompidas com elevadas quantidades de energia; • Degradam ou decompõem quando aquecidos; • Não podem ser reciclados; • Redes tridimensionais de ligações fortes; • São curados por reações químicas. 2.2.2. Quanto ao tipo de monômero 1. Homopolímeros – somente uma espécie de monômero está presente na estrutura do polímero. 2. Copolímeros – espécies diferentes de monômeros são empregadas. Monôm ero A B A+B Polímero Cadeias Homopolímero Homopolímero Alternado Em bloco Copolímero Graftizado ou enxertado Aleatório ....A – A – .... ....B – B .... ....A – B – A... ....A – A – A – B – B – B.... Tabela 1 – Cadeias de homopolímeros e copolímeros Exemplos: baquelite, fórmica, poliuretanas. 2.2.3. Quanto à estrutura molecular 1. estrutura linear 2. estrutura ramificada 3. estrutura em rede (reticulada) 3 Representação de cadeias poliméricas a) Cadeia sem ramificações aquecimento pode causar formação de mais ligações reticulantes e tornar o material ainda mais duro. Por esta razão, estes polímeros chama-se termofixos. 1 2.2.4. Quanto à morfologia no estado sólido b) Cadeia com ramificações c) Cadeia reticulada 1. Amorfos – as moléculas são orientadas aleatoriamente e estão entrelaçadas – lembram um prato de spaghetti cozido. Os polímeros amorfos são, geralmente transparentes. 2. Semicristalinos – as moléculas exibem um empacotamento regular, ordenado, em determinadas regiões. Como pode ser previsto, este comportamento é mais comum em polímeros lineares, devido a sua estrutura regular. Devido às fortes interações intermoleculares, os polímeros semicristalinos são mais duros e resistentes; como as regiões cristalinas espalham a luz, estes polímeros são mais opacos. O surgimento de regiões cristalinas pode, ainda, ser induzido por um “esticamento” das fibras, no sentido de alinhar as moléculas. 2.3. Propriedades dos polímeros: ¨ Mais leves que metais ou cerâmica. Ex: PE é 3 vezes mais leve que o alumínio e 8 vezes mais leve que o aço. ¨ Propriedades Mecânicas Interessantes: Alta flexibilidade e resistência ao impacto. Os polímeros lineares e ramificados podem ser mais ou menos cristalinos e incluem alguns dos materiais também usados como fibras: o náilon, por exemplo. Incluem também os vários polialcenos: polietileno, policloreto de vinila, poliestireno, etc. Ao serem aquecidos, estes polímeros amolecem e por esta razão, chamam-se termoplásticos. Os polímeros de rede tridimensional (ou resinas) são altamente reticulados para formar uma estrutura tridimensional rígida, mas irregular, como nas resinas fenol-formaldeído. Uma amostra de tal material é essencialmente uma molécula gigante: por aquecimento não amolece, visto que o aquecimento exigiria a ruptura de ligações covalentes. Na realidade, o ¨ Baixas Temperaturas de Processamento Conformação de peças requer aquecimento entre 250 e 400oC. ¨ Ajuste Fino de Propriedades através de Aditivação Cargas inorgânicas minerais inertes Uso de fibras (vidro, carbono, boro) ou algumas cargas minerais (talco, mica, caolim, wolastonita). Aditivos conhecidos como plastificantes podem alterar completamente as características de plásticos como o PVC e borrachas, tornando-os mais flexíveis e 4 tenazes. A fabricação de espumas é feita através da adição de agentes expansores encaminhado para dehalogenação antes da queima. ¨ Baixa Condutividade Elétrica Polímeros são altamente indicados para aplicações onde se requeira isolamento elétrico. ¨ Baixa Condutividade Térmica ¨ Maior Resistência a Corrosão De maneira geral, os polímeros são atacados por solventes orgânicos que apresentam estrutura similar a eles. Ou seja: similares diluem similares. 2.3.1. FATORES QUE AFETAM PROPRIEDADE DOS POLIMEROS: ¨ Porosidade O espaço entre as macromoléculas do polímero é relativamente grande. Isso confere baixa densidade ao polímero, o que é uma vantagem em certos aspectos. Esse largo espaçamento entre moléculas faz com que a difusão de gases através dos plásticos seja alta. Em outras palavras: esses materiais apresentam alta permeabilidade a gases, que varia conforme o tipo de plástico. 2.3.1.1. TAMANHO DA E FORMA DA CADEIA DO POLÍMERO X PROPRIEDADE: Tamanho e forma da cadeia do polímero • Polarização da cadeia polimérica • Presença de radicais de volume • Cristalinidade do polímero O peso molecular dos polímeros depende das condições de polimerização, para cada monômero. Para uma mesma estrutura macromolecular, as propriedades dos polímeros variam progressivamente com o peso molecular; essa variação torna-se pouco expressiva quando esses pesos atingem ou excedem ordem de grandeza de 105. Paralelamente a esse aumento, podem ser esperados aumentos na viscosidade (fluidez) de suas soluções, na capacidade de formação de filmes, no ponto do amolecimento e temperatura de transição vítrea, na resistência à tração, na resistência ao impacto, etc., bem como diminuição de solubilidade (resistência química). Lim ite de es coam e nto (MPa) ¨ Reciclabilidade Alguns polímeros, como termorrígidos e borrachas, não podem ser reciclados de forma direta: não há como refundi-los ou depolimerizá-los. A reciclagem de polímeros termoplásticos, apesar de tecnicamente possível, muitas vezes não é economicamente viável devido ao seu baixo preço e baixa densidade. Compare com o caso do alumínio... Somente plásticos consumidos em massa (PE, PET, ...) apresentam bom potencial econômico para reciclagem. Problema adicional: o plástico reciclado é encarado como material de segunda classe, ao contrário do que ocorre com aço ou mesmo o alumínio. Nos casos em que a reciclagem do polímero não for possível, sempre é possível queimá-lo, transformando-o em energia, em incineradores ou alto-fornos. Esta última saída é mais favorável, pois o carbono do polímero seria usado na redução do minério. Contudo, plásticos que contém halogênios (PVC e PTFE, por exemplo) geram gases tóxicos durante a queima. Solução: identificação desse material, que deve ser • A 140 120 100 80 60 40 20 0 0 10000 20000 30000 40000 P e s o m é d io d a c a d e ia Figura 2.4. Variação do limite de escoamento em função do tamanho da cadeia. A formas da cadeia influi decisivamente nas propriedades do material: as ramificações dificultam a aproximação dos segmentos de cadeia e diminuem as interações desses 5 segmentos, reduzindo a energia total envolvida nessas interações e a energia necessária para destruí-las, e do mesmo modo, a temperatura e a força necessárias a essa destruição. Em conseqüência, amaciam e flexibilizam o produto formado. Portanto, as ramificações funcionam como plastificantes internos do polímero regular, sendo esse um caráter intrínseco, permanente, do material, em contraposição a igual efeito obtido através da adição de plastificantes externos, que são removíveis por meio físicos e assim vão modificando progressivamente as qualidades do produto. moléculas causados pela ressonância dos elétrons nos grupos fenilicos, produzindo um polímero com elevada resistência mecânica. Ex: PET,Polissulfonas 2.3.1.2. POLARIZAÇÃO DA CADEIA X PROPRIEDADES Quanto maior a polimerização da cadeia maior será a força de ligação secundaria entre as cadeias, o que vai dificultar o escorregamento de uma cadeia em relação à outra. Presença de radicais de volume A introdução de radicais de volume na cadeia principal diminuem a flexibilização da cadeia aumentando a resistência à deformação, aumentando a rigidez, aumentando a temperatura de transição vítrea e a viscosidade de fundido dos polímeros. Quanto maior for o radical mais rígido será o polímero. Ex:Polietileno- mod. de elasticidade- 415MPa Polipropileno- mod. de elasticidade- 1053MPa Poliestireno- mod. de elasticidade- 2755MPa Quanto maior é a polimerização da cadeia ¨ Maio a resistência à tração; ¨ Maior a temperatura de transição vítrea; ¨ Maior a resistência Química; ¨ Maior a viscosidade (fluidez); ¨ Maior a Cristalinidade. Principais tipos de polarização de cadeia: Polarização causada por átomos de oxigênio ou nitrogênio na cadeia: A introdução de uma ligação -C-O-C- na cadeia principal aumento o momento dipolar e flexibilização da cadeia aumentando a cristalinidade do polímero. Ex: Poliacetal, Polioximetileno (POM) A introdução de Nitrogênio –C-N-C- , aumenta significativamente as forças dipolares permanentes por causa das pontes de hidrogênio que são formadas entre estas cadeias. Ex: Nylon 6,6. Polarização causada por átomos fortemente polares ligados a á cadeia principal: Introduzindo átomos altamente polares ligados a cadeia principal, causamos um aumento na polarização da molécula aumentando as forças secundarias, produzindo um polímero com uma maior resistência mecânica. Ex: PVC. 2.3.1.3. CRISTALINIDADE DO POLÍMERO X PROPRIEDADES. O grau de cristalização de um termoplástico afeta(aumenta) grandemente as seguintes propriedades: resistência à tração, modulo de elasticidade, densidade, temperatura de transição vítrea, resistência química e resistência ao choque. Fatores que influem na cristalização: ¨ A presença de radicais de volume dificultam a cristalização, bem como a presença de ramificação na cadeia polimérica. Ex: Poliestireno é mais amorfo que o polipropileno, polietileno linear é mais cristalino que polietileno ramificado. Polarização causada pela introdução de anéis aromáticos combinados com O, S e N. A presença de anéis fenilicos provocam um bloqueio espacial nas cadeias poliméricas e a aumentam a força de atração entre as (a) (b) Figura 2.5. Estrutura do polietileno linear(a), e ramificado (b) 6 ¨ O aumento da polarização da cadeia polimérica aumenta a força de atração entre as cadeias facilitando a cristalização do polímero. Ex: Teflon, cristalinidade 95%, polipropileno cristalinidade 65%. ¨ A simetria cristalização. Ex: da cadeia favorece a (a) (a) (b) (b) Figura 2.7. Estrutura do polímero: (a) ortoftalato de dimetila e (b)- tereftalato de dimetila (dacron). Figura 2.6. Estrutura do polipropileno: a- isotáctico, b-sindiotáctico e c-atáctico. O polímero mais fácil de cristalizar é mais simétrico (isotático). • A presença de duplas ligações, quando alternada com ligações saturadas, tornam a cadeia mais flexível porque facilita a rotação de segmentos inteiros. Porém, sucessivas ligações duplas na cadeia principal, enrijecem a estrutura. Ex: polibutadieno 2.3.1.4. OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTRUTURAS X PROPRIEDADES: 2.3.2. PROPRIEDADES QUÍMICAS DOS POLÍMEROS • A posição do grupo anel benzênico na cadeia polimérica. Estudaremos as principais propriedades químicas e físicas dos polímeros em relação aos seguintes tópicos: - Características de solubilidade; - Efeito de agentes químicos específicos sobre a estrutura molecular; - Efeito de agentes químicos específicos e ambientais sobre as propriedades dos polímeros a elevadas temperaturas; - Efeito da irradiação de alta freqüência; - Envelhecimento; - Características sobre difusão e permeabilidade; - Toxidez; - Propriedades óticas. (c) Ex: A molécula simétrica do teraftalato de dimetila origina um polímero linear conhecido como mylar ou dracon, os quais são plásticos resistentes e flexíveis, enquanto o ortoftalato de dimetila é assimétrico e produz uma resina dura e, comparativamente, com pouca flexibilidade. 7 2.3.2.1. CARACTERÍSTICAS DE SOLUBILIDADE Um produto químico dissolve a um outro material se as moléculas dos dois materiais são compatíveis, isto é, se podem coexistir em escala molecular e não têm tendência a se separar. Sabemos também que a velocidade de dissolução depende de outros fatores como tamanho molecular do dissolvente, da temperatura, etc. Na prática, encontrou-se que a não ser que exista alguma interação específica entre moléculas não similares, e em ausência de qualquer espécie que tenda a cristalizar, os materiais são compatíveis quando os valores dos parâmetros de solubilidade a menos da unidade. Em geral, um polímero amorfo se dissolve em solventes, com parâmetros de solubilidade similares a dos polímeros (diferença menor que a unidade). Ex: a borracha natural (d = 8,3) se dissolve no tolueno (d= 8,9) e no tetracloreto de carbono (d = 8,6), mas não dissolve no etanol (d = 12,7). 8,3-8,9=0,7 < 1 se dissolve 8,9-12,7=3,8 > 1 não se dissolve Valores de d são obtidos nas tabela 2.1 e 2.2 em anexos. Em alguns casos, como exceção, pode existir solubilidade entre substâncias de diferentes parâmetros de solubilidade. Isto se deve a existência de pontes de hidrogênio ou outro tipo de interação entre as moléculas não similares. 2.3.2.2. ESTABILIDADE AO CALOR Os materiais plásticos são todos, em maior ou menor grau, sensíveis ao calor, podendo aparecer efeitos os mais variáveis tais como: entrecruzamento, cisão, modificação da estrutura da cadeia, modificação nas cadeias laterais e finalmente a completa degradação. Na ausência de outras substâncias ativas, por exemplo, oxigênio, a estabilidade ao calor vem determinada pela energia da ligação química presente. Daremos a seguir os valores típicos das energias de dissociação das ligações, e a partir delas é possível fazer certas considerações sobre a estabilidade potencial térmica de um polímero. Na prática, entretanto, existe normalmente algum tipo de interação entre as diversas ligações, por isto o conhecimento dos valores da energia de dissociação só nos servirá de guia. O politetrafluoretileno (PTFE) possui uma estabilidade fora do comum, devido às ligações C – C e C – F presentes no dito polímero. O Poli-p-xileno contém só estrutura do anel benzeno (muito estável termicamente) e as ligações C – C e C – H, as quais são também estáveis. O polietileno, que só possui grupos – CH2 – é só ligeiramente menos estável que o polipxileno. O polipropileno tem uma estabilidade menor que o polietileno, visto que a estabilidade da ligação C – H terciária é menor que a do carbono secundário. Entre os termoplásticos, o mais sensível a este tipo de degradação é o PVC. A baixa estabilidade do PVC se explica parcialmente pela baixa energia de dissociação correspondente à ligação C – Cl e também pela existência de ligações fracas que atuam como ponto de partida para reações de degradação, etc. O PVC não estabilizado além de extremamente sensível ao calor e à luz ultravioleta, também sofre com forças de cisalhamento, que lhe causam descolorações e perda de propriedades físico-químicas. Como o PVC tem que ser aquecido a temperaturas relativamente altas para ser processado, obrigatoriamente tem que incluir em sua formulação estabilizantes que o protejam contra o calor e/ou luz (UV). 2.3.2.3. ESTABILIDADE AOS RAIOS ULTRAVIOLETAS A energia radiante é classificada de acordo com o comprimento da onda. As radiações de menores comprimentos de onda, são aquelas chamadas de raios cósmicos, seguidos pelos raios gama, raios x, raios ultravioletas, raios visíveis, raios infravermelhos, ondas de rádio e finalmente radiações provenientes de linhas de transmissão que possuem comprimento de 8 ondas tão grandes que são medidos em quilômetros. Como sabemos, a maioria dos polímeros se modificam quando são expostos à luz e particularmente à luz solar, sendo esta energia radiante luminosa parcialmente absorvida pelas estruturas químicas que formam o polímero. Vimos que quanto mais baixo for o comprimento de onda maior será a energia. Felizmente, a maioria das ondas com comprimento menor que 3.000 Aº (300 nm) são absorvidos ou destruídos antes de alcançar a superfície da terra. Assim, são raios de comprimento de onda entre 3.000 a 4.000 Aº (300 a 400nm) que fundamentalmente dão origem a problemas de deterioração nos polímeros. 2.4. PRODUÇÃO DOS POLÍMEROS: O mecanismo, segundo ocorre a polimeração, podem ser classificados em duas categorias gerais: adição e condensação. 2.4.1. POLÍMEROS DE ADIÇÃO São polímeros formados por sucessivas adições de monômeros. As substâncias utilizadas na produção desses polímeros apresentam, na maioria das vezes, pelo menos uma dupla ligação entre carbonos. Na polimerização realizada através das reações de poliadição, a molécula de etileno ou de qualquer monômero que apresente uma dupla ligação é atacada por um catalizador (radical livre) quebrando a dupla ligação. Com a ligação dupla é desfeita, há formação de elétrons livres (radicais livres) associados aos átomos de carbono que podem ser usados na formação de novas ligações com outras moléculas dos monômeros, levando assim à produção de cadeias polimérica; A reação de polimerização é espontânea, pois forma materiais de menor energia interna. R OO R Peróxido H Figura 2.8. Gráfico da intensidade das radiações de diferentes comprimentos de onda que alcançam a superfície da terra. Calor + RO H Etileno radical livre Assim, a 3.500 Aº a energia da luz tem um valor correspondente a 82 kcal/mol valor este superior à energia de dissociação de algumas ligações (– O – O – ; – S – S – , C – N; C – C). Também é bom ser mencionado que um determinado comprimento de onda poderá causar maior ou menor problema de degradação dependendo da freqüência de absorção de suas ligações. radical livre H C=C H RO RO H H C C H H radical livre Figura 2.8. Mecanismo de polimerização polietileno (polimerização por adição, monômero do etileno) 9 São muitos os polímeros de adição presentes no nosso dia-a-dia. A seguir, veja alguns deles com suas respectivas características e aplicações: 2.4.1.1. Polietileno O polietileno é um dos polímeros mais comuns, de uso diário freqüente devido ao seu baixo custo. Ele é obtido pela reação entre as moléculas do eteno (etileno). O polietileno apresenta alta resistência à umidade e ao ataque químico, boa flexibilidade, baixa resistência mecânica. Dependendo das condições de pressão, temperatura e do catalisador, o polietileno pode apresentar cadeia reta ou ramificada, o que determinará propriedades diferentes. Polietileno de cadeia reta => Polietileno de alta densidade (PEAD ou HDPE) Possui cadeias lineares, que se agrupam paralelamente, o que possibilita uma grande interação intermolecular, originando um material rígido e com alta cristalinidade. Cristalinidade: até 95%. Material termoplástico, branco, opaco. Propriedades mecânicas moderadas. Aplicações: É utilizado na fabricação de garrafas, brinquedos, tubos externos de canetas esferográficas , contentores, fita-lacre de embalagens, material hospitalar. Nomes comerciais: Eltex, Hostalen, Marlex, Polisul. Polietileno de cadeia ramificada => Polietileno de baixa densidade (PEBD ou LDPE) Possui cadeias ramificadas, o que provoca um impedimento espacial, dificultando o “empilhamento” das cadeias poliméricas. Por esta razão, as forças intermoleculares que mantém as cadeias poliméricas unidas, tendem a ser mais fracas em polímeros ramificados. As cadeias ramificadas entrelaçam-se produzindo um material macio e bastante flexível , com baixa cristalinidade. Cristalinidade: até 60%. Material termoplástico, branco, translúcido a opaco. Boas propriedades mecânicas. A versatilidade de emprego do LDPE em filmes e sacos plásticos para embalagem e transporte dos mais diversos materiais traz como conseqüência o problema da poluição ambiental. Aplicações: É utilizado como filme plástico para embalagens de produtos alimentícios, farmacêuticos e químicos, nos sacos de lixo, nas sacolas plásticas dos supermercados, na produção de lâminas, em revestimentos de fios, utensílios domésticos, brinquedos. OBS.: Nas embalagens de sorvetes de dois litros, a tampa é feita de PEBD e o pote, de PEAD. Nomes comerciais: Alathon, Petrothene, Politeno. 2.4.1.2. Polipropileno (PP) É obtido pela adição sucessiva do propeno (propileno). Esse polímero é incolor e inodoro, material termoplástico, tem baixa densidade, ótima dureza superficial, tem alta cristalinidade (6070%), como polímero apolar, é excelente material para resistir às radiações eletromagnéticas na região de microondas, tem boa resistência química e boa resistência térmica. Propriedades mecânicas moderadas. Aplicações: É utilizado para produzir objetos moldados, fibras para roupas, cordas, tapetes, material isolante, bandejas, prateleiras, párachoques de automóveis, carcaças de eletrodomésticos, recipientes para uso em 10 fornos de microondas, fita-lacre de embalagens válvulas para aerossóis, material hospitalar e equipamento médico (pode ser esterilizado), componentes eletrônicos, tubos e dutos (podem ser soldados), revestimentos. Nomes comerciais: Propathene, Pro-fax, Prolen, Brasfax 2.4.1.4. Policloreto de vinila (PVC) Esse polímero é obtido a partir de sucessivas adições do cloreto de vinila (cloroeteno). 2.4.1.3. Poliestireno (PS) Esse polímero é obtido pela adição sucessiva do vinil-benzeno (estireno). Material amorfo, termoplástico, o poliestireno tem baixo custo, facilidade de processamento, transparência e versatilidade, resistência aos ácidos e bases, amolece pela adição de hidrocarbonetos ( baixa resistência aos solventes), baixa resistência ao risco. Propriedades mecânicas moderadas Aplicações: É usado na produção utensílios rígidos, como pratos, copos, xícaras, seringas, material de laboratório, brinquedos, embalagens para comésticos e alimentos e outros objetos transparentes. Quando sofre expansão provocada por gases, origina um material conhecido por isopor, que é utilizado como isolante térmico, acústico e elétrico. Isopor é marca registrada da empresa alemã Basf, para o poliestireno, expandido em pequenas bolhas ocas de 0,4 a 2,5 mm de diâmetro. Mais de 97% do volume do isopor é constituído de ar. A expansão ocorre pela ação do pentano, que aumenta até 50 vezes o tamanho inicial pela liberação de vapores. Nomes comerciais: Lustrex, Styron, Styropor, EDN. Obs.: Polímeros relacionados ao PS: copolímero de estireno e butadieno (HIPS); copolímero de estireno e acrilonitrila (SAN); copolímero de butadieno, estireno e acrilonitrila (ABS). O PVC possui resistência química, facilidade de processamento, baixo custo de produção, não queima, e tem a capacidade de se compor com outras resinas. Cristalinidade: 5-15%. Material termoplástico. Rigidez elevada. Propriedades mecânicas elevadas. Aplicações: É utilizado para produzir tubulações para água e esgoto, discos fonográficos, pisos, passadeiras, capas de chuva, garrafas plásticas, toalhas de mesa, cortinas de chuveiro, calcinhas de bebê, filmes (finas películas) para embalar alimentos, Calçados, bolsas e roupas imitando couro, carteiras transparentes para identificação, bonecas. Uma de suas principais características é o fato de que ele evita a propagação de chamas, sendo usado como isolante elétrico. Nomes comerciais: Geon, Norvic, Solvic. 2.4.1.5. Politetrafluoretileno (PTFE) É o produto de adição sucessiva tetrafluoretileno. do Material termoplástico, cristalinidade: 95%, este polímero tem um conjunto único de propriedades; é um polímero especial, insolúvel e infusível. È moldado por sinterização sob forma de tarugos ou placas, dos quais as peças são cortadas e usinadas. 11 Possui excepcional inércia química, resistência ao calor (não combustível) e baixo coeficiente de atrito. Propriedades mecânicas elevadas. Aplicações: O teflon é usado na forma de fitas para evitar vazamentos de água, válvulas, torneiras, gaxetas, engrenagens, anéis de vedação, como revestimento antiaderente de panelas e frigideiras, isolante elétrico, canos e equipamentos para indústria química (válvulas, registros), órgãos artificiais, rolamentos, etc. Nomes comerciais: Teflon, Fluon, Poyflon. É o produto obtido pela adição de aldeído fórmico (metanal). 2.4.1.6. Polimeta-acrilato de metila (plexiglass ou acrílico) (PMMA) É o polímero obtido pela adição sucessiva do meta-acrilato de metila. Propriedades: Material termoplástico, branco, opaco. Cristalinidade: 75%. Excelentes propriedades mecânicas. Excelente estabilidade dimensional. Boa resistência à abrasão e à fricção. Boa resistência à fadiga. Boa resistência a solventes e a reagentes. Baixa estabilidade térmica. Boa resiliência. Baixa absorção de água. È um dos 3 plásticos de engenharia mais importantes (os demais são: PA e PC). Aplicações: Partes de peças industriais para usos mecânicos; na indústria automobilística, cintos de segurança, engrenagens, mecanismos de elevadores de janelas de carro, componentes de torneiras, fechaduras, válvulas, molas, bombas, carcaças de chuveiros elétricos, zíperes, válvulas de aerossóis, componentes elétricos e eletrônicos (computadores, terminais de vídeo e de eletrodomésticos em geral). Nomes comerciais: Delrin, Celcon, Ultraform, Upital, Tenac. Amorfo, material termoplástico, tem semelhança ao vidro, resistência às intempéries elevada, resistência à radiação UV, boa resistência química, boa resistência ao impacto e à tensão, resistência ao risco elevada. Sofre despolimerização a partir de 180°C; é em geral fabricado como placas, por polimerização em massa, e termoformado (fazse com que a reação ocorra até que se forme uma massa pastosa, a qual é derramada em um molde ou entre duas lâminas verticais de vidro, onde ocorre o fim da polimerização). A moldagem de peças por injeção exige cuidados especiais. Aplicações: É utilizado para produzir lentes de contato, painéis transparentes, lanternas de carro, painéis de propaganda, semáforos, vidraças, etc. Fibras óticas de PMMA podem ser empregadas em substituição às fibras de quartzo, em painéis de carros. Nomes comerciais: Perpex, Lucite, Plexiglas. 2.4.1.7. Polioximetileno (POM) 2.4.1.8. Poliacrilonitrila (PAN) É o produto obtido pela adição sucessiva de acrilonitrila ou cianeto de vinila (propenonitrila). Material termoplástico, cristalinidade baixa, esse é um dos poucos polímeros que podem ser obtidos em uma solução aquosa. Se o poliacrilonitrila for adicionado a um solvente apropriado, ele pode ser estirado facilmente, 12 permitindo a obtenção de fibras comercializadas com o nome de orlon ou acrilon. Alta resistência mecânica e química. Aplicações: Essas fibras podem sofrer processos de fiação com algodão, lã ou seda, originando vários produtos, como: cobertores, mantas, tapetes, carpetes, pelúcia e tecidos de roupas de inverno. Nomes comerciais: Acrilan, Orlon, Dralon. 2.4.1.9. Poliamidas No náilon 6 ou policaprolactama (PA-6), a caprolactama (monômero) é aquecida na presença de água, o que provoca a ruptura do anel do monômero e, a seguir, a sua polimerização. Propriedades: Cristalinidade , até 60%. Material termoplástico, amarelado e translúcido. Elevada resistência mecânica e química, boa resistência à fadiga, à abrasão e ao impacto, absorção de umidade. Aplicações: Como fibra: Tapetes, carpetes. Roupas. Meias. Fios de pesca. Cerdas de escova. Como artefato: Engrenagens para limpador de pára-brisas. Material esportivo (como raquetes, bases de esqui). Rodas de bicicleta. Conectores elétricos. Componentes de eletrodomésticos e de equipamentos para escritório. Como filme: Embalagens para alimentos. Nomes comerciais: Grilon, Grilamid, Capron, Nytron, Ultramid. 2.4.1.10 Poliacetato de vinila (PVAC ou PVA ou PVAc). É o polímero obtido pela adição sucessiva do acetato de vinila (etanoato de vinila). Material termoplástico, possui adesividade. Uma grande parte do PVAC produzido atualmente é utilizada para a produção de tintas para parede, adesivos para papel, adesivos fundidos e goma de mascar. Propriedades mecânicas fracas. Aplicações: PVAC é largamente empregado .sob forma de emulsão, em tintas e adesivos. Emulsões de PVAC são largamente utilizadas em todo mundo para construção civil, em tintas para interiores e exteriores, de baixo custo. É também bastante consumido como emulsão adesiva. Nomes comerciais: Elvacet, Vinamul, Mowilith, Rhodopas. 2.4.1.11. Policianoacrilato de metila É interessante acrescentar algumas informações sobre um adesivo de características muito especiais e amplo espectro de aplicações, porém de baixo volume de consumo e custo elevado. Trata-se dos adesivos de cianoacrilato de metila. São adesivos cujo componente fundamental não é um polímero; é um monômero muito reativo, que polimeriza quase instantaneamente na junta adesiva, sem a necessidade de catalisador, aquecimento ou pressão. A polimerização in situ é facilitada pelo espalhamento do adesivo, isto é, o monômero, como uma película fina sobre o substrato. O cianoacrilato de metila é muito fluido; para facilidade de uso, as composições adesivas são formuladas com espessantes, como sílica, além de plastificantes e estabilizadores, resultando fluidos viscosos. O plastificante 13 evita que a junta adesiva fique quebradiça com o tempo. Os adesivos de cianoacrilato de metila oferecem as seguintes vantagens: rápido tempo para ocorrer à adesão; capacidade de aderir a substratos os mais diversificados; elevada força adesiva; juntas incolores e firmes; ausência de catalisador; baixo encolhimento; boa resistência às condições ambientais; alta eficiência (0,5 gota por cm2). Suas desvantagens incluem: baixa estabilidade ao armazenamento; alto custo; dificuldade de preenchimento de irregularidades na superfície do substrato; baixa resistência ao impacto; baixa resistência à umidade, a ácidos e alcális; baixa viscosidade do adesivo, o que exige técnica especial de aplicação. O produto comercial mais conhecido é o SuperBonder. 2.1.4.12. Borrachas sintéticas As borrachas sintéticas, quando comparadas às naturais são mais resistentes a variações de temperatura e ao ataque de produtos químicos, sendo utilizadas para a produção de pneus, mangueiras, correias e artigos para a vedação, etc. As mais comuns são: 2.1.4.12.1) Polieritreno ou Polibutadieno (BR) – formado pela adição sucessiva de 1,3butadieno (eritreno). Propriedades após a vulcanização: Material termorrígido. Aderência a metais. Resistência ao envelhecimento. Resistência à chama. Diferente das demais borrachas, CR é vulcanizada com óxido de magnésio. Não é necessário reforço. Permite a obtenção de artefatos de quaisquer cores, o que é importante em vestuários de mergulhadores e em esportes aquáticos. A presença de cloro torna CR uma borracha muito resistente ao ataque químico, especialmente à água do mar. Aplicações: Roupas e luvas industriais. Revestimento de tanques industriais. Mangueiras, adesivos. Correias transportadoras. Revestimento de cabos submarinos. Artefatos em contato com água do mar. Nomes comerciais: Neoprene, Perbunan C. 2.1.4.12.3) Copolímero de butadieno e estireno (Buna-S) – o mais importante desses polímeros é uma borracha obtida pela copolimerização do 1,3-butadieno (eritreno) com vinil-benzeno (estireno), tendo sódio metálico como catalisador. Propriedades após a vulcanização: Material termorrígido, baixa elasticidade e alta resistência à abrasão. Aplicações: Pneumáticos em geral. Nomes comerciais: Ameripol CB, Cariflex, Coperflex. OBS.: A vulcanização é feita com enxofre. É essencial o reforço com negro-de-fumo. 2.1.4.12.2) Policloropreno (CR) – formado pela adição sucessiva do cloropreno (2-cloro1,3-butadieno). O nome comercial buna-S vem de: BU = butadieno; Na = sódio ; S = estireno (styrene). Essa borracha também é conhecida pelas siglas GRS (government rubber styrene) ou SBR (styrene butadiene rubber). Este polímero após a vulcanização, é um material 14 termorrígido. Por ser muito resistente ao atrito, é usado nas bandas de rodagem dos pneus. Algumas tintas do tipo látex são misturas parcialmente polimerizadas de estireno e dienos em água. Essa mistura contém agentes emulsificantes, como sabão, que mantêm as partículas dos monômeros dispersas na água. Após a aplicação desse tipo de tinta, a água evapora, permitindo a copolimerização e revestindo a superfície pintada com uma película. SBR é vulcanizada com enxofre. É necessário o reforço com negro-de-fumo. Nomes comerciais: Buna-S, Cariflex S, Polysar S, Petroflex. 2.1.4.12.4) Copolímero de butadieno e acrilonitrila(NBR) – este polímero é obtido pela copolimerização de butadieno e acrilonitrila. Propriedades após a vulcanização: material termorrígido. Aderência a metais. Resistência à gasolina, óleos e gases apolares. NBR é a única borracha industrializada de caráter polar, e por isso, resistente de um modo geral a hidrocarbonetos. Aplicações após a vulcanização: mangueiras, gaxetas e válvulas. Revestimento de tanques industriais. Nomes comerciais: Buna N, Perbunan N, Nitriflex, Chemigum. É vulcanizada com enxofre. Necessita de reforço com negro-de-fumo. Vulcanização A borracha natural, tal como é obtida, torna-se quebradiça em dias frios e pegajosa em dias quentes. Em 1839, Charles Goodyear aqueceu essa massa viscosa com enxofre e um pouco de óxido de chumbo II (PbO) e produziu um material bastante elástico, que praticamente não se alterava com pequenas variações de temperatura. Deu a esse processo, o nome de vulcanização (Vulcano = Deus do fogo). Na vulcanização, as moléculas de enxofre (S8) são rompidas, e algumas ligações duplas das cadeias que compõem a borrachas se abrem e reagem com o enxofre, através das chamadas pontes de enxofre, diminuindo o número de insaturações. As pontes de enxofre também têm a propriedade de alinhar as cadeias de tal maneira que, quando o material é tencionado, ele não se deforma. Quando esticamos a borracha natural, as cadeias do polímero deslizam e se separam, rompendo o material. Já na borracha vulcanizada essas cadeias estão presas umas às outras pelas pontes de enxofre, o que não permite o rompimento do material quando este é esticado. Essas pontes de enxofre são também as responsáveis pela volta das cadeias à posição original assim que o material pare de ser esticado. Evidentemente, se a tensão for muito grande, mesmo a borracha vulcanizada irá arrebentar. A vulcanização da borracha é feita pela adição de 3% a 8% de enxofre à borracha. Aumentando a porcentagem de enxofre, ocorrerá um aumento do número de pontes de enxofre, diminuindo a sua elasticidade. Quando essa porcentagem atinge valores próximos a 30%, obtém-se uma borracha denominada ebonite, que é rígida e apresenta grande resistência mecânica, sendo empregada como isolante elétrico e na produção de vários objetos, como pentes, vasos etc. 2.1.4.13. ABS Poli butadieno-acrilonitrila) (estireno- As resinas ABS são copolímeros formados por um componente elastométrico e dois componentes termoplásticos amorfos. Através do balanceamento destes três componentes, obtém-se excelentes relações custo/performance, tornando-os capazes de atender grande variedade de mercados, como as indústrias automobilística, eletro-eletrônico, eletro-doméstico, brinquedos, etc. As principais propriedades das resinas ABS são: média-alta resistência ao impacto, médiaalta resistência térmica, alta rigidez, alta dureza, excelente estabilidade dimensional, baixa contração de moldagem, baixa absorção de umidade, brilho superficial, boas propriedades dielétricas. 15 Estrutura e Propriedade: • POLIACRILONITRILA (20-30%)- Contribui nas propriedades térmicas e químicas, mas piora a processabilidade. • A molecular do poliestireno proveniente do anel benzênico pendente à cadeia principal é responsável pelo módulo de flexão do ABS. Entretanto, o estireno sofre reação de cloração, hidrogenação, nitração e sulfonação com relativa facilidade. • O butadieno que exerce uma forte influência na resistência ao impacto do ABS. Para se conseguir produtos de alto impacto há a necessidade de se incorporar cerca de 20% de borracha reticulada. Aplicações: gabinetes e caixas para objetos domésticos, caixas de TV, telefones, aspiradores de pó, banheiros, contenedores. 2.4.2. Polímeros de condensação Esses polímeros são formados, geralmente, pela reação entre dois monômeros diferentes, com a eliminação de moléculas pequenas, por exemplo, a água. Nesse tipo de polimerização, os monômeros não precisam apresentar dupla ligação entre carbonos, mas é necessária a existência de dois tipos de grupos funcionais nos dois monômeros diferentes. Veja, a seguir, alguns polímeros condensação e suas aplicações. de 2.4.2.1. Poliéster Esse polímero é caracterizado por vários grupos de ésteres, que são produtos da reação entre ácidos carboxílicos e álcoois, com a eliminação da água. A formação desse polímero exige que cada monômero apresente os dois grupos funcionais em quantidades iguais para a sua produção, portanto, deve-se usar um diácido e um diálcool na reação. PET - Um dos tipos de poliéster mais comum é o dracon, obtido pela reação ente o ácido tereftálico (ácido 1,4-benzenodióico) etilenoglicol (etanodiol). e o Cada grupo carboxila ( - COOH) do ácido reage com o grupo hidroxila ( - OH) do álcool, originando um grupo éster com a eliminação de uma molécula de água. Como cada molécula do ácido apresenta duas carboxilas e cada molécula do álcool possui duas hidroxilas, cada um desses monômeros reagirá duas vezes. Esse processo se repete muitas vezes e origina, 500 grupos de ésteres. É um material termoplástico, com brilho, alta resistência mecânica, química e térmica. Possui grande versatilidade, baixo custo de processamento. Pode ser apresentado no estado amorfo (transparente), parcialmente cristalino e orientado (translúcido) e altamente cristalino (opaco). Esse polímero é conhecido por polietilenotereftalato (PET), e costuma ser comercializado com os nomes de dracon e terilene. Anualmente, são produzidos cerca de 5 milhões de toneladas de dracon. Aplicações: é empregado na fabricação de tecidos, cordas, filmes fotográficos, fitas de áudio e vídeo, guarda-chuvas, embalagens, garrafas de bebidas, gabinetes de fornos, esquis, linhas de pesca. É usado na construção civil, em massas para reparos e laminados ; e na medicina, pelo fato dele não provocar processos alérgicos e de rejeição, é utilizado na produção de vasos e válvulas cardíacas e, ainda, como protetor para facilitar a regeneração de tecidos orgânicos das vítimas de queimaduras. A maior aplicação de PET é em garrafas descartáveis de 16 refrigerante. O volume de plástico consumido constitui um problema ambiental. Esse polímero, quando misturado ao algodão, forma um tecido muito conhecido, denominado tergal. Nomes comerciais: Dracon, Mylar, Techster, Terphane, Bidim, Tergal. 2.4.2.2. Poliamidas As poliamidas se originam da reação por condensação entre um diácido e uma diamina. As poliamidas possuem a ligação amídica. Em biologia, a ligação amídica é denominada peptídica, pois é encontrada nas proteínas. lubrificação, engrenagens, pneumáticos, embalagens, garrafas, linhas de pesca, etc. A PA-6.6 é um dos plásticos de engenharia mais importantes. Sua facilidade de processamento é vantajosa na fabricação de componentes de peças na indústria de informática e eletroeletrônico. Nomes comerciais: Zytel, Technyl, Ultramid. 2.4.2.2.2) Poliamidas aromáticas Kevlar – É obtido pela reação de condensação entre o ácido tereftálico (ácido 1,4-benzenodióico) e o para-benzeno-diamina (1,4-benzeno-diamina). Trata-se de uma aramida, isto é, uma poliamida aromática. 2.4.2.2.1) Polihexametileno-adipamida (PA6.6) ou Náilon 66 – é a poliamida mais conhecida. O náilon 66, foi obtido pela primeira vez por Wallace Carother, em 1939, quando reagiu ácido adípico (hexanodióico) e hexametilenodiamina (1,6-hexanodiamina). A reação de condensação para a obtenção do náilon é feita a quente (275°C) em uma aparelhagem sob alta pressão (10 atm). O polímero fundido passa através de finos orifícios, produzindo fios que, a seguir, sofrem resfriamento por uma corrente de ar. A estrutura do polímero resultante é semelhante à estrutura da seda, porém o náilon é mais resistente à tração e ao atrito. Propriedades: Cristalinidade: variável. Material termoplástico, semelhante à PA-6. Aplicações: semelhantes às de PA-6. Além de fazer parte de inúmeras peças de vestuário, o náilon é empregado pela indústria automotiva e para a produção de artigos esportivos, acessórios elétricos e mecânicos e escovas. É usado também em rolamentos sem Propriedades: As cadeias desse polímero interagem umas com as outras de um modo muito intenso, pois são interações tipo ponte de hidrogênio e dipolo induzido - dipolo induzido. Essa intensa atração entre as cadeias confere ao polímero propriedades excepcionais de resistência. Essa intensa atração entre as cadeias confere ao polímero propriedades excepcionais de resistência. Resistência ao calor (550°C); auto-retardante de chama; sensível a radiações ultravioleta; excelentes propriedades dielétricas. 17 Aplicações: As propriedades deste polímero, têm permitido utilizar cordas de kevlar em substituição aos cabos de aço em muitas aplicações. Um exemplo particularmente importante é o das plataformas marítimas de petróleo. Uma corda de kevlar submersa na água do oceano apresenta resistência à tração vinte vezes maior que um cabo de aço de mesmo diâmetro, com a vantagem de não sofrer corrosão pela água do mar. O kevlar também é utilizado para produzir coletes à prova de bala, esquis profissionais, luvas protetoras contra o calor e chamas, utilizadas pelos bombeiros, em substituição ao asbesto, chassis de carros de corrida, bicicletas, na indústria aeroespacial (peças de avião). Nomes comerciais: Kevlar, Konex, Nomex, Tawaron. 2.4.2.3. Silicones Apesar desses polímeros não possuírem carbono na cadeia principal e sim o silício (também do grupo 4A da tabela periódica), são de grande importância industrial. Das variedades do silicone, aquele que apresenta um maior número de aplicações é o obtido pela condensação do dimetilsiloxano – resultando no polidimetilsiloxano (MQ, PDMS). Os silicones possuem estabilidade à variação de temperatura entre – 63°C e 204°C, inércia química, pouca inflamabilidade, atoxidez, são incolores, inodoros e insípidos. Aplicações: Os vários tipos de silicones podem originar óleos e borrachas, sendo que sua utilização engloba desde a vedação de janelas, próteses cirúrgicas e impermeabilizantes, até brinquedos. Silicones com moléculas relativamente pequenas apresentam aspecto de óleos e são empregados na impermeabilização de superfícies. É o caso de ceras para polimento de automóvel e dos líquidos embelezadores de painéis plásticos e pára-choques. À medida que as cadeias se tornam maiores, o silicone passa a adquirir uma consistência de borracha. As borrachas usadas na vedação de janelas e boxes de banheiros são fabricadas com esse tipo de polímero. Quando as cadeias são muito longas passamos a ter um material de alta resistência térmica, utilizado na confecção de chupetas e bicos para mamadeiras, que podem ser esterilizados por aquecimento, sem sofrer danos à sua estrutura. Nomes comerciais: Silicone, Silastic. 2.4.2.4. Polifenol : Resina Fenólica (PR) Uma variedade de polifenol é a baquelite, sendo que a mais comum foi obtida em 1907 por Backenland, ao reagir por condensação, fenol comum com formol (metanal). Material termorrígido, boa resistência mecânica e térmica. Aplicações: Dentre as aplicações da baquelite, devido às suas propriedades de isolante térmico e elétrico, as mais comuns são a fabricação de cabos de panelas, tomadas, interruptores elétricos e aparelhos de telefone, engrenagens, pastilhas de freio. Quando ela é produzida na forma de laminados, é usada para revestimentos de móveis, sendo conhecida como fórmica, usada para revestimentos de móveis. Caso o polímero obtido seja predominantemente linear e de massa molecular relativamente baixa, é denominado novolac e é empregado em tintas, vernizes e colas para madeira. Se a reação prosseguir, dando origem a um polímero tridimensional (termofixo), aí então, obtém-se a baquelite. Nomes comerciais: Amberlite, Bakelite, Celeron, Fórmica, Formiplac. 18 2.4.2.5. Policarbonatos (PC) Nesses polímeros encontramos um agrupamento de átomos similar ao que existe no ânion carbonato, derivando daí, o nome de tais polímeros. Nomes comerciais: Makrolon. Lexan, Durolon, 2.4.2.6. Poliuretanas Uma poliuretana pode ser obtida pela reação entre um diiisocoanato e um diol. Dióis do tipo éster são também usados. Um exemplo de policarbonato é o de nome comercial lexan, que é produzido a partir de uma reação de condensação entre o fosgênio (COCO2) e o bisfenol A (4,4’-difenilol-propano). Propriedades: cristalinidade muito baixa, termoplástico, incolor, transparente. Semelhança ao vidro, porém altamente resistente ao impacto, boa estabilidade dimensional; boas propriedades elétricas; boa resistência ao escoamento sob carga e às intempéries; resistente à chama. È um dos 3 plásticos de engenharia mais importantes (os demais são: PA e POM). Aplicações: Essa espantosa resistência, aliada ao seu aspecto transparente semelhante ao vidro, torna-o de grande utilidade para a fabricação de janelas de avião e do chamado “vidro à prova de balas”. Uma lâmina de policarbonato de 1 polegada (2,54 cm) de espessura é capaz de deter uma bala calibre 38, atirada de 4 metros de distância. É também usado para confeccionar os visores dos capacetes para astronautas, capacetes de proteção de motociclistas, componentes elétricos e eletrônicos, discos compactos, conectores, luminárias para uso exterior, recipientes para uso em fornos de microondas, tubos de centrífugas para sistemas aquosos, anúncios em estradas, artigos esportivos, aplicações em material de cozinha e de refeitórios, como bandejas, jarros d’água, talheres, mamadeiras, aplicações médicas em dialisadores renais. Propriedades: material termoplástico ou termorrígido, conforme a funcionalidade dos monômeros e o emprego ou não, de agentes de cura. Alta resistência à abrasão. Alta resistência ao rasgamento. Facilidade de fabricação de peças de grandes dimensões e formas; menor custo de processamento. As poliuretanas podem ser rígidas, flexíveis ou, ainda, na forma de espumas, dependendo das condições em que ocorre a reação. Na produção de espuma, por exemplo, um dos reagentes é misturado ao gás freon que, durante a reação, tende a se desprender, provocando a expansão do polímero. Aplicações: seu uso pode ocorrer em várias áreas, dependendo das características: Espuma – colchões, estofados, isolante térmico e acústico. Espuma rígida – peças de automóveis, amortecedores, diafragmas e válvulas de equipamentos industriais para processamento e transporte de minérios, solados e fibras. 19 A lycra é um tecido que contém fios de poliuretana em sua composição. Nomes comerciais: Vulkolane, Lycra, Estane, Duroprene, Adiprene. 2.4.2.7. Resina Epoxídica (ER) É obtida pela reação entre epicloridrina e bisfenol A (4,4’-difenilol-propano). Propriedades (após a reticulação) : Material termorrígido. Excelente adesividade. Excelente resistência mecânica e à abrasão. Baixa contração. Aplicações: tintas para diversos fins. Adesivos para metal, cerâmica e vidro. Compósitos com fibra de vidro, de carbono ou de poliamida aromática, para a indústria aeronáutica. Componentes de equipamentos elétricos. Circuitos impressos. Encapsulamento de componentes eletrônicos. Moldes e matrizes para ferramentas industriais. Nomes comerciais: Araldite, Epikote, Durepoxi.